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Lição – 01 A revelação de Deus
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Índice 1. Introdução: a importância dos pressupostos 2. Propósito e Progressividade 3. Modos de Revelação
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Intro. A teologia, necessariamente, precisa ser a Teologia da Bíblia, porém, há duas maneiras de nos aproximarmos da Escritura: 1) Com o pressuposto da fé: • A Escritura é inspirada, infalível e inerrante em tudo o que ela ensina. • Ele procurará entender o ensino da Bíblia e se submeterá a ele, porque acredita ser verdadeiro e normativo. Além disso, entende que, ao longo dos séculos, a Escritura já deu suficientes provas de sua autenticidade. • Essa posição não significa estar fechado para discussões, mas que não se está disposto a abandonar a fé como pressuposto fundamental da teologia. • Geralmente, aqueles que adotam essa perspectiva são chamados de “conservadores”, e, às vezes, até de “fundamentalistas”, o que nem sempre é um rótulo adequado. • E possível identificar uma linha histórica de estudiosos desse tipo, desde os dias atuais até o tempo dos apóstolos. Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
Intro. 2) Com o pressuposto da dúvida: • Especialmente a partir do Iluminismo (séc. 17), e com as descobertas científicas dos séculos seguintes, muitos estudiosos começaram a abordar a Bíblia como um livro meramente histórico, que precisava ser analisado de uma perspectiva científica. • Já não se aceitava mais o pressuposto da fé. • A partir daí, começou-se a questionar as narrativas bíblicas, principalmente as que narram acontecimentos sobrenaturais. • Esse pressuposto de abordagem não rejeita o Cristianismo, mas não está disposto a aceitar que tudo o que está registrado na Bíblia é verdadeiro. • Os adeptos dessa abordagem são geralmente rotulados de “liberais”. • Esta forma permanece até hoje como a forma mais predominante nos meios acadêmicos teológicos. Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
Propósito e progressividade Uma vez que a integridade da Escritura é assumida, é necessário entender como ela surgiu e chegou até nós. A revelação especial é o ato divino. Sem a revelação, Deus seria eternamente o absconditus (escondido), pois a natureza de Deus é tão diferente da dos homens, que os homens jamais conseguiriam descobrir qualquer coisa de Deus por si mesmos. Rm 3.11; Sl 14.2: “Não há quem entenda, não há quem busque a Deus” Um aspecto importante da revelação especial é que ela é progressiva. Deus usou diversas pessoas, em diversas épocas, para registrar, parte por parte, a revelação que ele ia fazendo de si mesmo. Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
Propósito e progressividade Ao longo da História, Deus foi oferecendo à humanidade mais conhecimento de si mesmo. Disso decorre que é preciso entender o significado como um todo, em toda a Escritura, entendendo que muitas coisas, que não estão claras a princípio, serão esclarecidas depois. Isso é perceptível quando lemos o AT e temos certa dificuldade de entender o que está sendo dito ali, mas no novo está tudo mais claro, sendo explicado de alguma maneira.
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Modos de revelação O autor aos Hebreus diz: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1.1,2). Mesmo antes de a Bíblia ter sido escrita, Deus já se revelava de modo especial para o seu povo. Dois modos muito usados por Deus na antiguidade foram: a. Teofania; b. e profecia.
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Modos de revelação – Teofania Teofania, que literalmente significa “manifestação de Deus”, refere-se aos aparecimentos de Deus, bem como as demonstrações fantásticas do seu poder. A teofania foi predominante até o período mosaico. Deus se manifestou a homens como: • Adão (Gn 2.15-17,22,23; 3.8); • Abraão (Gn 12.2; 28.13); • e, especialmente, Moisés. A Bíblia afirma que, depois de Moisés, esta não seria mais a maneira “oficial” de revelação (Dt 34.10), embora alguns homens do AT tenham recebido teofanias, como Elias, por exemplo. A característica principal da teofania é o apelo ao físico, ao sensitivo. Deus tomava a forma de um anjo ou de um homem e podia ser visto, ouvido e até tocado. Evidentemente, essas eram formas temporárias, assumidas por Deus para se comunicar com o ser humano.
Modos de revelação – Profecia A partir de Moisés, Deus começou a se revelar por meio de profecia (Nm 12.6-8). O profeta tinha a responsabilidade de transmitir ao povo o que ele tinha visto (sonhos ou visões). Como sempre havia risco de falsificação, Deus estabeleceu testes para confirmar o profeta e a profecia. Esses testes eram basicamente dois: • o da veracidade do fato profetizado (Dt 18.20-22) • e o da conformidade com a Palavra escrita (Dt 13.1-5). O tempo predominante dos profetas se estende da morte de Moisés até João Batista (Mt 11.13). Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
Modos de revelação – A pessoa do Filho Jesus Cristo é o clímax de toda revelação de Deus (Hb 1.1,2). Aqui, também podemos ver o caráter progressivo da revelação divina. Cristo é a expressão máxima do ser de Deus. Ele é o Deus manifestado na carne, pois nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). Jesus não é uma teofania nos moldes do AT, pois não é uma manifestação temporária de Deus. Ele é a manifestação plena e eterna de Deus. Ele é, e para sempre será, o Deus-homem. Na pessoa de Jesus, estava o ápice da revelação. Ele próprio costumava dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9).
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Modos de revelação – A pessoa do Filho Jesus Cristo é o clímax de toda revelação de Deus (Hb 1.1,2). Aqui, também podemos ver o caráter progressivo da revelação divina. Cristo é a expressão máxima do ser de Deus. Ele é o Deus manifestado na carne, pois nele habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9). Jesus não é uma teofania nos moldes do AT, pois não é uma manifestação temporária de Deus. Ele é a manifestação plena e eterna de Deus. Ele é, e para sempre será, o Deus-homem. Na pessoa de Jesus, estava o ápice da revelação. Ele próprio costumava dizer: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9).
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Modos de revelação – O registro da revelação (inspiração) Como diz a Bíblia, Deus se revelou de muitas maneiras; porém, houve um processo pelo qual esta revelação foi registrada, ou seja, escrita e preservada nas páginas da Escritura Sagrada. O registro é uma tarefa tanto divina como humana. Inspiração é a influência divina sobre os escritores da Bíblia a fim de preservá-los de erros, e para que eles registrassem com toda a fidelidade os acontecimentos revelatórios de Deus. A Bíblia reclama para si a inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3.16), disse o apóstolo Paulo. Pedro diz com relação aos escritores bíblicos: “Homens [santos] de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
Modos de revelação – O registro da revelação (inspiração) Confissão de Fé de Westminster Cap. 1.1: Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens fiquem inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação. Por isso, foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade. E depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade. Luiz Lacerda | http://luizlacerda.com
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