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Instituto Presbiteriano Mackenzie Diretor Presidente Maurício Melo de Meneses Diretor Educacional Francisco Solano Portela Neto
Diretora dos Sistemas Mackenzie de Ensino e do Programa de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos - AEJA Débora Bueno Muniz Oliveira Coordenadora do Sistema Mackenzie de Ensino Mônica Cotrin Huertas Coordenadora de Desenvolvimento de Projetos Especiais Arlene Goulart
Sistema Mackenzie em Revista ISSN 2358-9353 Produção Gráfica - Marketing e Relacionamento Déspina Nogueira Revisão Suzana Barreto Alves Apoio Operacional Edson Yukio Nakashima Projeto Gráfico e Diagramação Imagem Um Impressão Duograf Gráfica e Editora Ltda. Capa Imagem Um Imagem da Capa Carlos Patrício Colaboração especial nesta edição Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis. Produção Instituto Presbiteriano Mackenzie Rua da Consolação, 896 – Consolação - São Paulo/SP - CEP 01302-907 Portal: sme.mackenzie.br E-mail: sme@mackenzie.br Os textos das Escrituras Sagradas foram extraídos de diversas versões da Bíblia Sagrada Todos os direitos reservados ao Mackenzie. Proibida a venda, distribuição, reprodução parcial ou total, inclusive de ilustrações e fotos.
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Em foco
A escola cristã e o despertar do atleta olímpico e paraolímpico Muitas pessoas têm dificuldade em entender a atenção que é dada às atividades atléticas e aos atletas. Realmente, o esporte chama muita atenção e, além disso, galvaniza muitos negócios envolvendo grandes somas de dinheiro. A Copa do Mundo tem uma audiência estimada em mais de 30 bilhões de pessoas e a dos Jogos Olímpicos ultrapassa esses números, chegando quase a casa dos 50 bilhões de pessoas. O interesse pelo esporte vem de milênios atrás. Alguns hieróglifos egípcios, de quatro mil anos atrás, indicam que a luta livre era um esporte praticado naquela civilização. Os impérios grego e romano registraram um intenso fascínio pelos esportes. O melhor exemplo desse interesse é exatamente a fundação dos Jogos Prof. Solano Olímpicos da Grécia Antiga, iniciados em 776 a.C. Portela é Diretor Os esportes estiveram tão entrelaçados à cultura que existem referências bem Educacional do específicas às competições no Novo Testamento. Paulo utiliza a metáfora de uma Instituto Presbiteriano corrida em mais de uma ocasião, como em 1 Coríntios 9.24: “Não sabeis vós que Mackenzie, formado os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? na área de Ciências Correi de tal maneira que o alcanceis”! E, ao jovem pastor Timóteo (4.7), ele escreve: Exatas, fez seu “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Até mesmo ao tratar mestrado no Biblical de profundas controvérsias doutrinárias, Paulo utiliza o exemplo de um atleta: “Vós Theological Seminary, nos Estados Unidos. corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade”? (Gálatas 5.7). O autor de Hebreus (tenha sido ele Paulo, ou não, em 12.1), utiliza a figura do atleta para incentivar os cristãos a prosseguirem avante: “visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”. A verdade é que essa vida é uma grande competição e o esporte pode nos auxiliar muito na manutenção do aprimoramento das nossas habilidades, na perseverança do nosso preparo, na visualização de alvos à frente a serem alcançados – especialmente quando tudo isso é feito no contexto maior da realidade de Deus. É por Ele que competimos, ou que continuamos na competição, e, ao mesmo tempo, é Ele que nos capacita e nos ensina. A Escola Cristã, portanto, faz bem em prezar e incentivar os esportes. Ao acolher competições em suas atividades acadêmicas, está trabalhando as questões de disciplina pessoal, respeito a regras e diretrizes e respeito ao próximo, ao mesmo tempo em que enfatiza cuidado à saúde e o reconhecimento de mérito àqueles que conseguem superar as barreiras. A escola cristã encoraja bons atletas, especialmente nos esportes coletivos, a trabalhar em harmonia, com um objetivo comum – um apoiando o outro, muitas vezes, na fraqueza de uns a força de muitos. Ela procura o despertar dos alunos que poderão ser atletas paraolímpicos, aqueles que têm severas barreiras físicas, mas que nessa modalidade, podem competir e também aprender a se inserir produtivamente em uma sociedade também cheia de barreiras. O Sistema Mackenzie de Ensino deseja que a grande oportunidade de termos os jogos Olímpicos e Paraolímpicos no Brasil, em 2016, sirva para que muitos se envolvam, não apenas como torcedores, mas como praticantes de esportes. Quem sabe Deus não abrirá portas, no futuro, para que de nossas escolas parceiras saiam alguns atletas que disputarão modalidades esportivas nas próximas Olimpíadas?
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Ponto de vista
Foto: Leandra Benjamim
Desafios e realizações de um atleta cristão
Daniel, você é o maior nadador paraolímpico da história do Brasil. A que ou a quem você deve este sucesso em sua carreira? R. Primeiramente, a Deus, depois, a meus pais que sempre acreditaram em mim. Quantos títulos você já conquistou e quais deles são mais significativos para você e por quê? R. Graças a Deus, tenho medalhas em Mun diais e Parapan-americanos. Os mais significa tivos, pela importância da competição, são as 15 medalhas conquistadas em duas Paraolimpíadas (Pequim e Londres) e dois troféus Laureus (Oscar do Esporte).
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Quais são suas paixões, além da piscina? R. Deus, em primeiro lugar, e, depois, minha família. O que a família significa para você? R. Pelas respostas acima, podem ver que prezo muito a família, portanto a família é a base que me sustenta. Imagino que você tenha sofrido, ou ainda sofra, muito preconceito por causa da deficiência. Como você lida com isso? R. Aprendi com meus pais que, infelizmente,
o preconceito existia, existe e ainda vai existir e que o preconceito não pode estar dentro de mim. Tento mostrar que a deficiência é uma característica, mas não define quem sou.
R. Assisti um pouco das Paraolim píadas de Atenas e, então, vi que existia esporte para pessoas iguais a mim. Conversando com meu pai sobre o assunto, fomos tentar descobrir como poderíamos conhecer melhor o esporte adaptado através de pesquisas, mas o assunto era muito pouco divulgado e não conseguimos muita coisa. No ano seguinte, meu pai estava assistindo a uma palestra e, nela, o palestrante apresentou vídeos de pessoas com de ficiência praticando esportes, [o pales trante] era, na época, o presidente da ADD [Associação Desportiva para De ficientes]. No final da palestra, meu pai se apresentou a ele e este pediu que fôssemos conhecer a Associação. Não pensava em natação até então. A pessoa que nos atendeu na ADD disse que eu tinha perfil para natação. Aprendi os 4 estilos em apenas 8 aulas. Descobri que Deus tinha me dado o dom da natação. Foi como tudo começou. Eu tinha 16 anos. Daniel, nesse ano, o Rio de Janeiro vai sediar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Quais as suas expectativas para a competição? R. As expectativas são as melhores possíveis. Estou treinando bastante para poder representar bem o meu país. Qual a maior lição que você aprendeu com o esporte? R. Vejo o esporte como uma grande ferramenta de inclusão social.
Foto: Márcio Rodrigues
Como a natação entrou em sua vida? Quem descobriu esse seu talento?
Você tem sido reconhecido pelas pessoas nas ruas e como é isso para você? R. É muito gratificante notar as pessoas me reconhecerem e me verem como atleta. Daniel, sabemos que você é evangélico e membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. Fale um pouco sobre sua fé e qual a importância dela em sua vida. R. Sou seguidor de Jesus Cristo e membro da 1ª IPB de Bragança Paulista. Deus é tudo em nossa vida. Sem ele, eu não conseguiria estar onde estou. Gosto muito da seguinte passagem da Bíblia: “Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus.” Deus ocupa o primeiro lugar em minha vida.
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Olhares
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos: Sua relevância na história da humanidade
Alderi Souza de Matos é Pastor presbiteriano, doutor em Teologia (Th.D.) pela Universidade de Boston, professor no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (CPAJ), historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil e autor de livros e artigos sobre temas históricos
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Os Jogos Olímpicos ou Olimpíadas podem ser definidos como eventos multi esportivos de âmbito mundial, com moda lidades de verão e de inverno, nos quais milhares de atletas participam de um gran de número de competições. A versão mo derna se inspirou nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, realizados em Olímpia, na Grécia, do século 8º a.C. ao século 5º da era cristã. Dois precursores mais recentes, em meados do século 19, foram competições “olímpicas” realizadas na Inglaterra e na Grécia. Em 1890, inspirado nesses prece dentes, o Barão Pierre de Coubertin fun dou o Comitê Olímpico Internacional. Em junho de 1894, realizou-se em Paris o pri meiro Congresso Olímpico. Finalmente, por decisão desse congresso, os primeiros Jo gos Olímpicos patrocinados pelo COI ocor reram no Estádio Panathinaiko, em Atenas, em 1896. Nessa primeira edição, 241 atletas de catorze nações competiram em 43 even tos. Desde o início, foi decidido que os jogos seriam realizados a cada quatro anos, sempre em um país diferente. Assim, os jogos seguintes tiveram lugar em Paris (1900) e St. Louis (1904). Em 1921, decidiuse realizar uma edição de inverno dos Jogos Olímpicos. Os primeiros ocorreram em Chamonix, na França, em 1924. Por muito tempo, até 1992, os Jogos Olímpicos de Inverno foram realizados no mesmo ano da edição de verão. A partir de então, passaram a ser realizados nos anos pares do intervalo
dos jogos de verão. No início do século 21, Jacques Rogge, o presidente do COI, propôs a criação dos Jogos Olímpicos da Juventude, para atletas entre catorze e dezoito anos. O lançamento dessa modalidade ocorreu nos Jogos Olímpicos de Singapura, em 2010, tendo a versão de inverno estreado em Insbruck, na Áustria, dois anos mais tarde. Por sua vez, os Jogos Paraolímpicos ou Paralímpicos surgiram do esforço de reabilitação de soldados após a 2ª Guerra Mundial. Seu idealizador foi Sir Ludwig Guttmann, um neurologista inglês nascido na Alemanha que organizou em 1948 um evento multiesportivo entre hospitais para coincidir com as Olimpíadas de Verão. As primeiras Olimpíadas paralelas ocorreram durante os Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, para os quais Guttmann levou 400 atletas com deficiências físicas. A partir de 1988, nos Jogos de Seul, na Coréia, foi implementado um acordo de cooperação pelo qual a cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos também receberia os Jogos Paraolímpicos. O Movimento Olímpico tem na sua cúpula o Comitê Olímpico Internacional (COI), sediado em Lausanne, na Suíça, e é constituído de três organismos prin cipais: as Federações Internacionais das diferentes modalidades esportivas, como a FIFA (Federação Internacional de Fute bol); os Comitês Olímpicos Nacionais, que representam o movimento em cada país, e os Comitês de Organização dos
Foto: © F11photo | Dreamstime.com
Estátua comemorativa de Pierre de Coubertin no Centennial Olympic Park, em Atlanta/EUA. Coubertin é considerado o fundador dos Jogos Olímpicos modernos.
Jogos Olímpicos, comissões temporárias que organizam cada edição dos Jogos Olímpicos. O crescimento do movimento olímpico tem sido impressionante: come çando com 241 participantes de 14 países em 1896, chegou-se a 10.700 atletas de 204 nações nos jogos de 2012. Apesar de algumas críticas feitas ao Comitê Olímpico Internacional, o movi mento olímpico tem dado enormes contri buições ao esporte e à maior aproximação entre os povos. O símbolo olímpico mais
conhecido, os cinco anéis entre laçados, representa a união dos cinco continentes habitados. Os ideais do movimento estão consagrados na Carta Olímpica e o lema olímpico é a expressão latina “Citius, Altius, Fortius” (“mais rápido, mais alto, mais forte”). Os ideais do Barão Coubertin são belamente expressos no juramento olímpico: “A coisa mais importante nos Jogos Olímpicos não é vencer, mas parti cipar, assim como a coisa mais importante na vida não é o triunfo, mas a luta”.
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Em destaque
Olimpíadas: uma vida de dedicação e persistência Marcelo Silveira de Almeida Professor de Educação Física do Mackenzie Tamboré. Autor do livro Ensinamento Basquete, pela Editora Ícone. Licenciado em Educação Física pela Universidade de São Paulo. Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie. Pós Graduado em Especialização em Administração de Negócios pelo nstituto Presbiteriano Mackenzie. Cursando Estudos Teológicos pelo Andrew Jumper - Mackenzie (EAD)
Há quase quatro anos, o mundo parou para ver a Olimpíada de Londres. Após sediar a Copa do Mundo de 2014, o Brasil se prepara para outro desafio: hospedar a Olimpíada de 2016. Mas afinal, qual é a maneira correta para nos referirmos a esta competição que atrai os olhares de todo o mundo? A expressão Jogos Olímpicos denomina a competição esportiva que ocorre tradicionalmente de quatro em quatro anos em sua edição de verão. Tem origem na Grécia, na cidade de Olímpia (de onde o nome deriva). Ao longo do século XX, o COI (Comitê Olímpico Internacional) “adaptou” os Jogos. Alguns desses ajustes incluíram a criação dos Jogos de Inverno, para esportes do gelo e da neve, dos Jogos Paraolímpicos, que envolvem atletas com deficiência física/visual, e dos Jogos Olímpicos da Juventude, para atletas adolescentes1.
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Olimpíada, de acordo com o Dicionário Houaiss, é o nome dado a “cada um dos intervalos de quatro anos entre dois Jogos Olímpicos pelos quais o tempo era contado na Grécia antiga”. É também usado para denominar competições em que se testa o conhecimento em uma área do saber (ex.: Olimpíada de Matemática). Hoje, o termo é comumente usado como sinônimo de “Jogos Olímpicos”2. Portanto, de 5 a 21 de agosto, o Rio de Janeiro será sede dos Jogos Olímpicos (ou da Olimpíada) de 2016. É a primeira vez que um país da América do Sul sedia os Jogos, que já foram disputados na América do Norte, na Europa, na Ásia e na Oceania. Nosso país, tão repleto de atletas talentosos, é capaz de ter um bom desempenho nos Jogos Olímpicos. Para isso, alguns predicados devem ser observados.
Foto: Dreamstime.com
A autodisciplina é essencial para aque le que deseja vencer. Para chegar até os Jogos Olímpicos, os atletas vêm treinando diariamente e superando possíveis adver sidades (condições climáticas, lesões, afastamento temporário dos familiares e questões emocionais). A confiança no treinador também é fundamental. Só para ilustrar, vale lembrar a relação que o nosso Guga (Gustavo Kuerten), ex-tenista profissional e três vezes campeão de Roland Garros, estabelecia com seu técnico, Larri Passos. A cumplicidade da dupla resultou em uma carreira memorável. Outro fator primordial é a autoconfiança. São muitos atletas de alto rendimento tentando deixar adversários para
trás, mas o atleta brasileiro não pode deixar de acreditar, de confiar que é capaz, seguindo o conselho bíblico: “Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio”3. Ele deve pisar firme e ter convicção do potencial que Deus lhe concedeu, confiante de que “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”4. E quando ele reconhece que seu talento é dado pelo Deus criador, sua motivação para vencer ganha outra dimensão. Dessa maneira, entende que vencer ou ter sucesso é fruto de um objetivo alcançado para a glória de Deus. Onze atletas promissores têm ótimas chances de subir ao pódio na Olimpíada do Rio de Janeiro, são eles: Patrick Louren-
Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Eventos_multiesportivos>. Acesso em fev. 2016. Fonte: Dicionário Houaiss eletrônico. 3 1 Coríntios 9.24 (Bíblia Sagrada – versão NVI) 4 Tiago 1.17a (Bíblia Sagrada - versão NVI). 1 2
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Em destaque
Fotos: Carlos Patrício
ço (Boxe), Isaquias Queiroz (Canoagem), Hugo Calderano (Tênis de mesa), Matheus Santana (Natação), Thiago Braz (Salto com vara), Martine Grael e Kahena Kunze (Vela), Rebeca Andrade e Flávia Saraiva (Ginástica Artística), Charles Chibana (Judô), Marcus Vinícius D’Almeida (Tiro com arco). Há também atletas de ponta que são patrocinados pelo Mackenzie. César Castro e Hugo Parisi (Saltos Ornamentais), Gustavo Coutinho e Nícolas Massao Ferreira Silva (Pólo Aquático). Vale a pena ficar de olho neles. Outros atletas devem dar muita alegria
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Cesar Castro
ao Brasil, representando-nos nas Paraolimpíadas. São eles: Petrúcio Ferreira dos Santos (velocista - classe T47), Lorena Salvatini Spoladore (saltadora em distância - classe T11), Mateus Evangelista Cardoso (velocista e saltador em distância - classe T37) e Raissa Rocha Machado (velocista, lançadora de peso e de dardo - classe F56). Além do Atletismo, a Natação merece nossa atenção, pois seremos representados por Guilherme Batista Silva, nadador da classe S13, que é esperança de medalha. Contudo, quando o assunto é atleta
Hugo Parisi
paraolímpico, um representante brasileiro tem enchido os olhos de todos os que amam a Natação: Daniel Dias. Patrocinado pelo Mackenzie desde 2009, é considerado um dos maiores atletas paralímpicos do Brasil. Foi destaque em 2008, em Pequim, ao ser o atleta brasileiro a conquistar o maior número de medalhas em uma única Paralimpíada: nove ao todo. É esperança de pódio no Rio. Devemos lembrar que todos esses atletas tiveram um início em comum: a Educação Física escolar. Sabemos que foi treinando em seus respectivos Clubes que tiveram suas capacidades físicas trabalhadas com o propósito de alcançar uma performance espetacular e índices olímpicos. É notório que esses e tantos outros atletas de ponta decidiram levar uma vida marcada por dedicação e persistência; todavia, por certo, houve quem os descobriu, quem os animou e os projetou. E na escola, como o professor da educação básica pode reconhecer os potenciais atletas e encorajá-los a trilhar uma carreira esportiva? Para Darido e Rangel (2005, p. 39), o professor pode “assumir a estratégia de apoiar, estimular, incentivar, valorizar, promover o estudante”. Cabe ao professor de Educação Física despertar em seus alunos o prazer pela atividade física, explorar suas habilidades, refinar os padrões motores, tais como destreza e coordenação, além de envolver seus alunos em um trabalho coletivo. Ao identificar um aluno com aptidões diferenciadas e com condições de se tor-
nar um atleta expoente, o que o professor de Educação Física deve fazer? O primeiro passo é compartilhar essa percepção com a escola (Coordenação e Orientação Educacional). O segundo passo é a escola informar tal aptidão aos pais do aluno. Por fim, o aluno/atleta pode ser encaminhado para centros de treinamento ou clubes, a fim de dar o pontapé inicial para, quem sabe, um futuro Olímpico. Esses procedimentos podem ser realizados por qualquer escola. Entretanto o grande diferencial de uma escola cristã é a chance de preparar o aluno/atleta de acordo com os preceitos bíblicos. Isso deve conferir a ele princípios que o farão se destacar entre os demais atletas. Submissão às autoridades, respeito ao próximo, cuidados com o corpo, valorização do descanso, além do cumprimento de padrões morais e éticos estabecidos por Deus fazem toda a diferença na hora de um atleta deixar a sua marca. E essa marca pode ter duplo efeito: aquele que se refere a índices, recordes e troféus, e o dos rastros deixados por um atleta que coloca em prática esses ensinamentos. Dessa forma, não haverá dúvida de que o resultado superará as expectativas: medalha de ouro no esporte e na vida. Referências DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
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Ideias e Inovações
As práticas esportivas na formação do caráter cristão Adriano Bareia Francisco Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011), especializado em Educação Física Escolar pela Universidade Gama Filho (2008), e em Fisiologia do Exercício pelo CEFE-UNIFESP (1999) e graduado em Educação Física pelas Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG), atual FIGUNIMESP (1997). Atualmente é professor de Educação Física Escolar do Ensino Fundamental I e II do Colégio Presbiteriano Mackenzie de São Paulo, e professor de xadrez na mesma instituição.
A formação do caráter é algo que se dá com o tempo e por meio de valores e estímulos que o indivíduo recebe durante a sua criação. Estes estão relacionados di retamente com a maneira que seus res ponsáveis enxergam o mundo. Sendo assim, uma cosmovisão cristã produzirá a formação pautada em princípios bíblicos, como, por exemplo, nos ensina o após tolo Paulo em Gálatas 5.22 e 23, quan do fala sobre o fruto do Espírito. Nes te trecho, ele apresenta valores como: benignidade, bondade e domínio próprio, para que o cristão viva uma vida de maior conformidade com a vontade de Deus. Esta responsabilidade recai sobre a família, que desde os primeiros passos de uma criança transfere os valores que definirão como será o seu caráter. Esta
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tarefa tem sido compartilhada com a es cola, instituição fundamental no desen volvimento humano e na aprendizagem do indivíduo, que começa então a dividir suas funções curriculares, e passa a trabalhar na formação do caráter deste aluno. A escola cristã, preocupada com a for mação do caráter cristão de seus alunos, utiliza-se de diversas ferramentas, a fim de proporcionar um ambiente que valorize os princípios já citados. Entre elas, estão os jogos recreativos, exercícios físicos e competições esportivas. Atividades estas, que colocam o indivíduo frente a diversas situações em que precisará exercitar os va lores aprendidos, fortalecendo, assim, seu caráter. Atualmente, o Colégio Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo, realiza três ati vidades que contribuem para este propó sito. A primeira chama-se MACKOLIM PÍADA e valoriza a participação com res peito às regras, adversários e professores. Os alunos enfrentam-se em jogos nos quais um grupo sai vencedor e o outro perdedor, e são trabalhados aspectos que
outras instituições realizam e nos convi dam a participar. As competições esportivas testam o caráter do aluno em todo o tempo. Uma partida apresenta várias situações e isto gera alguns comportamentos que precisam ser trabalhados, como: ansiedade, frustração, senso de injustiça (devido a um erro da arbitragem) e o controle dos impulsos contra provocações. Nesta situação o domínio próprio, a honestidade e o respeito são exercitados com a finalidade de formar um cidadão melhor. Dessa forma, por meio destas ativida des que oferecem ao aluno situações em que ele precisa praticar os valores apren didos, a escola cristã contribui para formar e alicerçar o caráter cristão de seus alunos, pois sabe que assim estará corroborando para a construção de uma sociedade mais harmoniosa aos valores pautados na Pa lavra de Deus.
Foto: Pal2iyawit/shutterstock.com
ensinam o aluno, a saber, perder e vencer. Assim, quando derrotados eles aprendem a controlar melhor o nervosismo, evitando discussões ao final das partidas; e quando vencedores aprendem a respeitar a dor dos que perderam. Ambas as situações geram aprendizado sobre o autocontrole e respeito. Outro evento que traz contribuições significativas é a GIMACK. Esta gincana tem cunho recreativo e cultural, mas aci ma de tudo, beneficente. Justamente neste ponto ela se destaca por incentivar e es timular os alunos a ajudarem outras pes soas por meio de arrecadações de itens como, roupas, brinquedos e alimentos, exercitando assim, o amor ao próximo. Finalmente, temos as equipes de trei namento, que participam de diversos tor neios durante o ano; seja aqui em nossa escola, no TORNEIO ABERTO MACK ES PORTE, em que recebemos equipes de outras escolas; seja nas competições que
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Panorama
Mackenzie: pioneirismo e tradição no esporte Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis Ministro Presbiteriano desde 1990. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (1989). Graduado em Licenciatura Plena em Filosofia - Faculdades Associadas Ipiranga (1997). É bacharel em psicanálise clínica pela SPOB - Sociedade Psicanalítica Ortodoxo Brasileira (1998). Mestre em Teologia com concentração em Educação Cristã pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper (2003). Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2009). Atuou como professor de Teologia Pastoral no Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (2004-2015). Doutorando em Ministério pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper. Atualmente trabalha como Capelão Universitário na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Desde 1878, o esporte vem fazendo parte da história do Mackenzie. Naquele ano, foi criado o Departamento de Cultura Física e, por meio desse departamento, o Mackenzie, em um ato inédito, introduziu no Brasil a prática escolar da educação física. Mas o esporte, propriamente dito, só começaria em 1893, quando o missionário norte-americano Rev. Augusto F. Shaw, que veio ao Brasil para lecionar no Mackenzie College, trouxe com ele o basquete. Depois disso, em 18 de agosto de 1898, um grupo de alunos da então Universidade Mackenzie se reuniu para fundar a Associação Atlética Mackenzie College. Esta foi a primeira equipe de futebol formada por brasileiros na cidade de São Paulo. É também digno de nota que o Mackenzie foi um dos fundadores da primeira liga de futebol do Brasil, a Liga Paulista de Futebol. E em 3 de maio de 1902, aconteceria o primeiro jogo oficial da história do
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futebol paulista e brasileiro, que foi realizado entre Mackenzie e Sport Club Germânia (hoje, Clube Pinheiros), no antigo estádio do Parque Antarctica. O Mackenzie venceu por 2 a 1. Quase 20 anos depois, em 1920, o Mackenzie uniu-se à Portuguesa, formando, assim, o Mack-Port, que chegou a competir no Campeonato Paulista por três anos, até que, em 1923, a Portuguesa decidiu interromper essa parceria. Onze anos depois, precisamente em 1934, o Mackenzie, com outras quatro faculdades públicas, fundou a Federação Universitária Paulista de Esportes, a FUPE, que, até hoje, é responsável pela organização dos jogos universitários no estado de São Paulo. Uma das mais tradicionais competições esportivas do Mackenzie é a Mac-Nav. Um evento com competições entre alunos da Escola de Engenharia Mackenzie e da Escola Naval da Marinha, que existe desde sua primeira edição, em 1947. As
competições contam com sete modalidades (basquete, natação, atletismo, polo aquático, judô, futebol de campo e vôlei) e acontecem de forma intercalada entre São Paulo e Rio de Janeiro. Outra competição esportiva na história da nossa Universidade, e organizada nos moldes da Mac-Nav, é a tradicional AFA- MAC, competição que reúne atletas da Academia da Força Aérea (AFA) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. O esporte, na história do Mackenzie, também ganha seu destaque por meio da LECOM (Liga Esportiva dos Colaboradores do Mackenzie), que organiza os Torneios Internos de verão e de inverno, que, nesse ano, contam com três modalidades: atletismo, vôlei misto e futsal. Além da Mac-Nav, da Afa-Mac e das competições internas, o Mackenzie organiza os campeonatos da Unisinos, o Campeonato Paulista Universitário, o JUESP
(Jogos Universitários do Estado de São Paulo), a Liga Paulista Universitária, a Taça Universitária Roberto Trivelli, os Jogos Universitários Brasileiros (JUBS), a Copa Mackenzie e as Olimpíadas Mackenzistas. Hoje, são cerca de 1400 atletas competindo nas mais variadas modalidades. Além dos já consagrados atletas, como Robert Scheidt, Oscar Schmidt, César Castro, Daniel Dias, temos centenas de brilhantes atletas, muitos deles de alto rendimento, que, hoje, vestem e defendem a camisa do Mackenzie. Nas Olimpíadas desse ano, que acontecem no Rio de Janeiro, dois atletas mackenzistas estarão competindo: o esgrimista Nicolas Ferreira, o número 1 do Brasil, que é nosso aluno no curso de Engenharia, e Gustavo Coutinho, aluno do curso de Administração, atleta da seleção brasileira e que vai disputar uma medalha no Polo Aquático. Isso também é Mackenzie!
Equipe de futebol formado por alunos do Mackenzie College. s/d. Acervo Centro Histórico e Cultural Mackenzie
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Para refletir
Educação Física e cosmovisão cristã Filipe Costa Fontes - Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Rev. José Manoel da Conceição (2004), pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2006), e Licenciatura Plena em Filosofia pelo Centro Universitário Assunção (2009). Mestre em Teologia com concentração em Filosofia pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper (2009), e em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2012). Doutorando em Educação, Arte e história da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É ministro presbiteriano desde fevereiro de 2006. Professor de disciplinas da área de Cultura Geral (Filosofia e Sociologia) no Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (JMC); Consultor Teológico-Filosófico do Sistema Mackenzie de Ensino (SME) e editor de resenhas da Revista Fides Reformata.
Há disciplinas no currículo escolar cuja relação com a cosmovisão cristã é facilmente percebida, e outras cuja relação é quase negada. A Educação Física (EF) costuma estar no segundo grupo. Isto é o que motiva este texto, cujo objetivo é sugerir algumas aproximações entre EF e Cosmovisão Cristã. A primeira dessas aproximações tem a ver com um dos benefícios da disciplina: o cuidado para com o corpo. Para muitas pessoas, este é um fator que distancia a EF da cosmovisão cristã. Afinal, elas carregam a ideia de que uma visão cristã do homem deve supervalorizar sua dimensão imaterial (espiritual), em detrimento de sua dimensão material (física). Esta ideia, no entanto, não está correta. Pelas seguintes razões: a) A Bíblia afirma que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26). Esta afirmação bíblica não diz respeito a uma parte do homem, mas ao homem todo, e isto inclui o seu corpo. Obviamente, isso não significa que o corpo do homem seja um reflexo do “corpo divino”. Deus é espírito, e não tem corpo como os homens (João 4.24). Mas significa
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que até mesmo o corpo humano carrega traços do caráter de Deus, tais como os de ordem e beleza, por exemplo. b) A Bíblia afirma que a salvação inclui o nosso corpo. Um dos efeitos presentes da salvação é que nos tornamos habitação do Espírito Santo. Isto é dito, especificamente, acerca de nosso corpo (I Coríntios 6.19). Quanto ao futuro, a Bíblia ensina que a salvação não estará completa antes da ressurreição do corpo (I Coríntios 15). Ao contrário do que costumamos pensar, segundo a Bíblia a nossa existência eterna será também física, não apenas imaterial. Estas verdades mostram que tanto na criação quanto na redenção a Bíblia considera o homem como um todo, incluindo sua dimensão física. E uma das implicações disto é que cuidar do corpo é uma ação adequada a uma visão cristã do homem. É verdade que algumas passagens bíblicas sugerem certa precedência da dimensão espiritual sobre a dimensão física do homem. Ao jovem Timóteo, o Apóstolo Paulo escreve que o exercício físico é de pouco proveito; a piedade, porém, para
tudo é proveitosa, porque tem promessa da vida presente e da futura (I Timóteo 4.8). Este verso parece contrariar nossa afirmação anterior, e negar valor ao cuidado do corpo. Mas o que ele faz, na verdade, é mostrar que o cuidado para com o corpo não tem valor em si mesmo, mas seu valor é derivado da piedade, isto é, do desejo de agradar a Deus. Passagens como esta são importantes por que chamam a nossa atenção para as motivações, e ensinam que nem todo cuidado com o corpo é saudável. Se ele tem em vista, por exemplo, a adequação a padrões estéticos socialmente estabelecidos, visa atrair a atenção e desejo de outras pessoas, e, finalmente, propiciar maior número de experiências afetivas, então ele é vão. Mas se é resultado da compreensão de que somos revelação de Deus e poderemos revelá-lo melhor, em melhores condições físicas, então ele tem valor. Cuidar do corpo é importante, mas não a qualquer custo e com qualquer motivação. A segunda aproximação entre EF e cosmovisão cristã tem a ver com o conteúdo da disciplina. EF tem a ver com esportes.1 Os esportes, assim como a literatura, são “micromundos” criados por nós, no qual habitamos temporalmente (no caso do futebol, 90 minutos). Eles existem por que, tendo sido criados à imagem de Deus, nós temos capacidade de criar. Esta compreensão se enche de significado quando consideramos que, como criadores a posteriori, criamos sempre de modo análogo a Deus. Ou seja, nossos “micromundos” ou “micro históricas” são, estruturalmente, expressões em miniatura do mundo e da história divina. Na relação entre os esportes e o mundo/história de Deus, podemos falar em pelo menos três diferentes analogias:
a) A analogia legal. Esportes são regidos por regras, assim como o mundo de Deus é regido por leis. E da forma como, no mundo de Deus, existem relações de causa e efeito que determinam retribuições a boas e más ações, (Gálatas 6.7), o esporte também prevê retribuições adequadas. A premiação ao final das competições, e os cartões no futebol, são exemplos disto. b) Analogia social. Ninguém vive sozinho. O mundo possui uma estrutura relacional, e exige que vivamos com outras pessoas. Do mesmo modo, ninguém joga sozinho. Mesmo o esporte individual exige companhia; a do adversário. Bem como, ninguém torce sozinho. O expectador solitário se vê unido de alma aos demais torcedores, estejam eles em qualquer lugar. c) Analogia narrativa. Você já pensou por que nos projetamos na figura de um atleta, sentindo-nos participantes de sua vitória ou derrota? Possivelmente esta identificação tenha a ver com o princípio de representatividade, presente na trama da história de Deus (Adão e Cristo – I Coríntios 15.21-22). E a entrega sacrificial de Cristo pode ajudar a explicar por que atletas que morrem durante a atividade esportiva – um piloto de fórmula um vitorioso, por exemplo – tende a se tornar maior herói do que seus compatriotas, de feitos semelhantes, mas que não se tornaram “mártires”. Como podemos perceber, existem mui tas relações possíveis entre EF e cosmovisão cristã. A EF pode promover reflexões biblicamente orientadas sobre importantes assuntos de nossa existência, desde as ações e motivações no cuidado com o corpo, até sobre a estrutura legal e social do mundo e sua história. Perceber isto depende de olharmos o universo de nossa criatividade como analogia do universo de Deus.
1 Para uma visão mais aprofundada do fenômeno esportivo e sua relação com a cosmovisão cristã, cf. NETO, E. G. A busca humana da diversão sob a ótica bíblica de criação-queda-redenção. São Paulo: CPAJ, Fides Reformata XVI, nº 2 (2011): p. 27-49.
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Percepção
Atividade física e esportiva: oportunidade de integração, inclusão e socialização “Mas os que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam”.
(Isaías 40.31)
Débora Muniz Oliveira possui licenciatura em Letras e Pedagogia; pós-graduação em Educação. É Diretora dos Sistemas Mackenzie de Ensino e AEJA Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos.
O lema olímpico, criado pelo Reverendo Henri Didon, amigo do Barão Pierre de Coubertin, é: “Citius, Altius, Fortius” – que traduzido para nossa língua, significa “o mais rápido, o mais alto, o mais forte”.1 Esse lema traz em seu significado, a essência da postura e da atitude que devemos ter em nossa vida: buscarmos ser mais fortes, mais rápidos, mais altos, para vencermos os obstáculos e superarmos, muitas vezes, nossos limites, por meio da fé e da determinação naquele que nos criou e nos capacita diariamente a realizarmos nossas tarefas. Porém, não podemos nos esquecer de que, em inúmeras oportunidades, a superação das dificuldades, o cumprimento das metas, o crescimento individual, se dá a partir das contribuições coletivas. Nossas escolas precisam oferecer, a todos – comunidade docente e discente - oportunidades de integração, de inclusão e de socialização. O crescimento ético, moral, físico e intelectual se alcança pela busca do conhecimento, pela convivência harmônica, pelo fazer diário, que, certamente, nos levará ao estabelecimento de alvos cada vez mais ousados e desafiadores. A atividade física e esportiva traz grande contribuição, nesse sentido, uma vez que para alcançar os resultados esperados, o atleta precisa estabelecer metas, observar regras, treinar com afinco e estar disposto a tentar quantas vezes sejam necessárias, até que seu objetivo seja alcançado. É comum nos cansarmos, é natural nos sentirmos fracos, é bem possível que tenhamos medo diante de algumas situações e pensemos em desistir, mas Deus, vem, ao nosso encontro e, assim como a Josué, nos diz: “Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde quer que andar”. (Josué 1.9). 1
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Citação feita por Márcio Javaroni, na Agenda 2016, do SME
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