Diários da Balbúrdia tertúlias interioranas e da metrópole
Apresentação Ana Luiza de Abreu Silva
Este caderno literário foi escrito pela turma B, da disciplina de Cibercultura, curso de Jornalismo, da Universidade Federal de Goiás, em formato remoto, no período letivo de 2021/2. Contudo, a partir do mês de março, a disciplina, que contempla, em sua maioria, estudantes de primeiro ano que não vivenciaram, até agora, o ambiente universitário. E tudo que ele oferece. A disciplina passou a ser de forma híbrida, estabelecendo os primeiros diálogos presenciais, realizados no espaço circular do Núcleo de Educação Intercultural Takinahaky, campus II.
O tema central de Diários da Balbúrdia se originou como uma tentativa de resposta ( ou provocação) a um mundo que, com pandemia, transformou totalmente o seu ritmo. Os ritmos e mesmo perspectivas de todo mundo. Nesse contexto, as pessoas e os estudantes foram obrigados a reinventar a forma de se relacionar, interagir, viver e estudar, a exemplo dos que construíram a revista. Um esforço, como deve ser toda prática, ainda que inicial, de jornalismo numa escola de jornalismo. Mais que um pleonasmo, a repetição é um posicionamento reivindicando políticas laboratoriais, contínuas e eficazes.
da revista A publicação é o resultado coletivo onde os estudantes da disciplina fizeram textos, fotografias, diagramação e préedição dos conteúdos produzidos. Durante esse processo, apesar dos limites impostos pela pandemia, houve uma mobilização grande dos estudantes que empenhados em “colocar a mão na massa”, participaram de orientações feitas pela monitoria, onde aprenderam técnicas, recursos para ilustrar e dar ainda mais vida à narrativa contada por cada um. Portanto, a partir da monitoria, todo esse processo de construção da segunda edição, tornou-se fácil, prazerosa e pedagógica. Mais uma vez conta com recursos tecnológicos, ao oferecer á leitora e ao leitor, o recurso de áudio em que cada autor(a) recitou seu próprio texto, com o objetivo de ampliar o acesso de distintos públicos a esse conteúdo.
Vocês, cara leitora e caro leitor, vão se surpreender com o que está prestes a ler. Boa leitura!
Diários da
tertúlias interior
Abertura 10 Novas Cenas
12 O
que a mulher, a comunidade LGBTQ+ e o meio ambiente têm em comum?
Cotidianos 16 Amor de verdade não se 22 Comunicação compra, se adota
tick Boom!: um musical tocante, 26 Tick imersivo e com atuação espetacular
Balbúrdia
ranas e da metróple
Descaminhos uma 32 Percebendo amizade tóxica
36 Essa tal liberdade
38 Uni-vos, Marias
Ironias 42 Tropicália
44 Os cinemas de rua em Goiânia
48 Se dos filhos deste solo és mãe gentil, por que tamanha miséria, Brasil?
Diários da
tertúlias interior
Interiores
52 ?
54 Sou eu, quero a ti
56 Como seu
Esperas 60 Saúde mental e a importância 62 FLONA da cultura do autocuidado
68 Inclusão social do autista
Balbúrdia
ranas e da metróple
Espelhos 72
Caminhando nas entrelinhas
76
Uma trajetória decisiva
sem 74 Poema nome
Tempos 82
Viver ou sobreviver?
86
A arte como meio de salvação
84
Espaço-tempo
Abertura
NOV
NAS
CE S A
Renata Silva Akutsu
Ano novo.
Para uns, apenas mais um dia comum. Para outros, a chance de um recomeço. A oportunidade de ser uma pessoa melhor. O final de um ciclo e o início de outro. Significa repensar e realocar. Questionar e alterar. Mas, acima de tudo, reconhecer a si mesmo e entender que a vida precisa ser vivida, mesmo com medo.
Significa novas oportunidades para alcançar um sonho e buscar novos caminhos. Para perdoar alguém, ou pedir perdão. Traz 365 dias (ou até mesmo 366) para rir e chorar. Para se emocionar. E principalmente, Amar. Não só pessoas, mas momentos e sensações. Para amar a si mesmo. Para investir em si mesmo. Para aproveitar a si mesmo.
Para lutar por você.
Para acreditar e confiar em você.
Foto: Arquivo pessoal Renata Silva Akutsu Crédito: Canva
O que a mulher, a comunidade LGBTQ+ e o meio ambiente têm em comum? Sofia Santiago De Castro Pode parecer uma pergunta complexa e difícil de responder à primeira vista, mas os movimentos feminista, queer e ambiental possuem um inimigo em comum: o patriarcado¹. E apesar do termo estar em alta em diversos debates contemporâneos, a palavra não é tão recente. O patriarcado que conhecemos hoje é resultado de um processo histórico, cada etapa da história contribui na construção desse sistema. E de forma resumida, é um sistema social baseado em uma cultura que favorece o homem, em especial o homem branco, cisgênero e heterossexual. Desde os vikings até os dias atuais, é possível perceber que o valor da mulher está historicamente associado à sua capacidade reprodutiva, e o homem permanece em sua posição de poder e controle da vida social. Acredita-se que o termo foi utilizado pela primeira vez no feminismo, em 1974, por Françoise d’Eaubonne em seu livro Le Féminisme ou la Mort (O Feminismo ou a Morte). A autora se aperfeiçoou nos estudos da ecologia e quatro anos depois fundou o movimento chamado Ecologia e Feminismo, o antecessor do ecofeminismo. Os estudos do ecofeminismo iniciaram defendendo o fim da cultura patriarcal, assim como o feminismo. A diferença está na associação de que o patriarcado trata a mulher da mesma forma que trata o meio ambiente: com desrespeito e subordinando ambos ao homem. A vertente do feminismo afirma que os dois são explorados predatoriamente e, ao mesmo tempo, recai a responsabilidade da preservação e continuidade da espécie. Ou seja, o ecofeminismo defende a valorização de todos os seres e da vida e a importância da interseccionalidade² dessas pautas. E, de fato, a visão está certa. Porém, ainda se limita à dicotomia imposta pelo patriarcado, que divide os gêneros em apenas homem/mulher cis (binarismo). E, nesse contexto, o ecofeminismo queer³ entra em pauta para agregar os estudos da vertente.
1. de origem grega, é a junção de pater (pai) a arkhe (origem e comando).
Afinal, o que é natural? Quem disse que o natural é o binarismo, a submissão da mulher e a depredação do meio ambiente? O patriarcado disse! A pesquisadora Greta Gaard afirma que o sistema patriarcal construiu uma dualidade na comunidade LGBTQ+. Ao mesmo tempo que são vistes como antinaturais, também são vistes como mais próximos à natureza, ao serem chamades de animais (veado, bicha, sapa, etc). Vemos que a opressão e animalização andam lado a lado. Logo, ainda que cada minoria tenha uma pauta independente, as três estão interligadas, lutam contra o mesmo inimigo e podem se unir no ecofeminismo. Estudioses do assunto acreditam que as crises ambientais e climáticas, como o aquecimento global, não devem ser combatidas apenas com ciência e tecnologia. É necessário focar em ações que não incluam dominação e nem exploração e, sim, considerar justiça entre espécies e meio ambiente. Para isso ser possível, o veganismo ou vegetarianismo pode ser um caminho. Claro que adotar o estilo de vida vegano não vai apagar todas as mudanças climáticas já causadas, mas desafia a ideia patriarcal de que tudo que há na Terra foi criado para servir os seres humanos, em especial os homens. Também é essencial lembrar que o que vale, antes de tudo, é a interseccionalidade das pautas – os esforços para erradicar uma problemática X, se forem seguidos de silêncio sobre outras, de nada valem. Como disse a ambientalista Vandana Shiva: “A liberdade da Terra, a liberdade das mulheres, a liberdade de toda humanidade é o próximo passo da liberdade que se precisa atingir e é o próximo passo que se precisa para criar a paz.” A ideia ecofeminista ainda precisa de uma maior difusão e mais pesquisa para ter resultados concretos. Aqui estão algumas indicações de leitura para entender mais sobre o tema: - Ecofeminismo, de Maria Mies e Vandana Shiva - A Política Sexual da Carne, de Carol J. Adams - Sensível ao Cuidado, de Daniela Rosendo - Gênero: Uma Perspectiva Global, de Raewyn Connell
-Foto: Acervo Pessoal -Créditos: Canva
2. termo, criado pela norte-americana Kimberlé Crenshaw, para se referir à forma como diferentes marcadores sociais -raça, gênero, classe etc.- interagem e se influenciam. 3. de origem inglesa, significa estranho e sempre foi usada como ofensa a pessoas LGBT+. No entanto, a comunidade LGBT+ se apropriou do termo e hoje é uma forma de designar todos que não se encaixam na heterocisnormatividade, que é a imposição compulsória da heterossexualidade e da cisgeneridade.
Cotidianos
Amor de verdade não se compra, se adota
Durante a pandemia da Covid-19, a adoção de cachorros e gatos aumentou. Segundo a pesquisa Radar Pet 2021, apresentada pela Comissão de Animais de Companhia, ligada a empresas de produtos de saúde para bichos de estimação, 30% dos pets foram adquiridos durante o período de isolamento social. Porém, com a flexibilização da medidas preventivas somada a um dos maiores índices de inflação e desemprego no Brasil, houve um crescimento de abandonos e devoluções de animais aos abrigos. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde - OMS, há cerca de 30 milhões de animais abandonados no país, dos quais 10 milhões são gatos e 20 milhões, cães. Muitas pessoas não sabem, mas a maioria deles já teve uma família. A Sociedade Mineira Protetora dos Animais afirma que oito a cada dez animais já tiveram um lar anteriormente. Vários donos abandonam devido a problemas de comportamento, de sujeira ou bagunça, pelos pets serem barulhentos, exigirem atenção e até mesmo porque algum membro familiar não gosta de animais.
Com esse cenário, muitas ONGs voluntárias se propõem a resgatar aqueles que não têm voz para pedir ajuda. Entretanto, com a escassez de recursos e estrutura diante da quantidade de animais, muitos acabam falecendo de causas naturais, ou são eutanasiados.
Doenças, fome e a falta de assistência veterinária completasão os principais desafios para salvá-los. Por mais que existam esforços, as ONGs não conseguem suprir toda a demanda de animais e, com isso, muitos carecem com a falta de cuidados em relação à higiene e à saúde de forma geral.
Diante desse cenário complicado, a adoção de animais se torna primordial. Sobretudo se também levarmos em consideração que muitas pessoas decidem comprá-los. Tristemente, o mercado que negocia a vida dos pets pode ser muito cruel com eles.
Na maioria das vezes, os criadores e donos das fábricas de filhotes exploram os animais de raça, forçando-os a se reproduzirem incessantemente para gerar os filhotes que são comercializados.
Na maioria dos casos, nesses criadouros, os animais não recebem nenhum atendimento médico e vivem em ambiente com pouca ou nenhuma higiene, submetidos a situações degradantes. Ao adotar, você não corre o risco de financiar este tipo de crueldade.
Infelizmente, muitos que pensam em adotar, querem um filhote. Contudo, os adultos, além de também serem fofos e divertidos, já fornecem o conhecimento sobre a personalidade e o tamanho máximo deles. Outro fato infeliz é a preferência que o brasileiro tem em adotar cães. Conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, atualmente, 44,3% dos 65 milhões de domicílios possuem pelo menos um cachorro e 17,7% ao menos um gato. Todavia, os gatos são conhecidos por darem menos trabalho aos seus tutores e serem companheiros carinhosos, brincalhões e fiéis.
Ademais, assim como os cachorros, os gatos são bastante amorosos e sempre buscam proteger seus humanos. Por serem caçadores habilidosos, fazem com que seus lares fiquem livres de insetos e roedores. Muitas vezes, os felinos presenteiam seus donos com as presas abatidas, a fim de mostrar uma das vantagens de tê-los por perto.
Tendo em vista que a expectativa de vida deles é de 12 a 18 anos, o tempo é mais que suficiente para criar um vínculo fortíssimo e considerá-los parte da família. Portanto, se você nunca teve um gato, considere dar uma chance para uma amizade felina.
Por conseguinte, vale ressaltar que adotar é salvar uma vida. Quem adota precisa dar uma vida digna ao seu novo companheiro. Logo, se você deseja adotar um animal, tenha certeza de que ele será amado incondicionalmente. A adaptação com certeza será muito amistosa, pois o pet saberá que está a salvo e com um dono que dará todo o carinho e cuidado de que precisa. Todos os pets merecem uma vida digna, regada com muito amor e proteção. Por esse motivo, ao concretizar uma adoção, você está proporcionando uma vida de mais qualidade para o pet. É importante estar sempre ciente que o ato de adotar exige muita responsabilidade, pois é uma vida que dependerá de você até o fim. Caso vá a adotar, informe-se e prepare-se antes e ame muito até o final.
COMUNICAÇÃO Mini-Artigo por Jhady Moura O conceito “comunicação” no dicionário da língua portuguesa é acompanhado da seguinte significância: “Ação ou efeito de comunicar, de transmitir ou de receber ideias, conhecimento, mensagens etc., buscando compartilhar informações.”. Com base nesse significado, o ser humano é incapaz de viver sem o uso da comunicação. Tendo em vista todos os estudos sobre o conceito, a linguagem, a cultura e a tecnologia são aspectos fundamentais no processo da comunicação. Quanto à linguagem, Tattersall (2006, p. 73) afirma que “[...] se estamos procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia.” Quanto aos outros dois aspectos, Mayr (2006, p. 95) afirma que “Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança teve fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia.” Souza Brasil (1973, p 76). Em seu livro O que é Comunicação?, o filósofo checo Vilém Flusser afirma que “A comunicação humana é um processo artificial. Baseia-se em artifícios, descobertas, ferramentas e instrumentos, a saber, em símbolos organizados em códigos.”. Levando em consideração a parte em que Flusser cita ferramentas, pode-se afirmar que a tecnologia representa uma dessas. Com o entendimento de que tecnologia é tudo aquilo que possibilita ao ser humano executar qualquer ação utilizando mecanismo externo ao seu corpo, as primeiras tecnologias não foram relacionadas à comunicação, e sim a sobrevivência. Só com o passar de muitos anos, a espécie humana passou a utilizar a tecnologia como processo de comunicação, a fim de quebrar a barreira entre espaço e tempo. Diversas transformações fisiológicas e processos tecnológicos revolucionários foram necessários para que a comunicação humana alcançasse o estágio em que se encontra atualmente. Hodiernamente, é indubitável falar de comunicação e não vir a cabeça os chamados meios de comunicação da atualidade. São eles: telefone, rádio, televisão, entre outros. Após a terceira revolução industrial, a internet veio para facilitar a comunicação em um nível elevadíssimo. Algum tempo depois surgiu as nomeadas redes sociais, que transmitem informação em curto tempo. Por intermédio das estatísticas da quantidade de acessos diários às redes sociais, pode-se afirmar que elas se tornaram uma necessidade na vida dos internautas. Como todo aspecto, a evolução da comunicação tem vantagem e desvantagem. Pode-se declarar que a conexão ao redor do mundo é uma enorme vantagem, além de ser possível contatar e informar pessoas em longa distância em um mínimo espaço de tempo. Entretanto, a diminuição das interações face a face e o prejuízo das comunidades de baixa renda pode ser taxadas como desvantagens.
De acordo com a obra O que é Comunicação? a ação de se comunicar existe conflitos, vez desses que são separados por conceitos. O conflito intrapessoal é o resultado da inconsistência das ideias, atitudes, emoções e barra ou valores. Conseguinte, tem-se o conflito interpessoal que é simplesmente quando as pessoas se comunicam diretamente umas com as outras e gera conflitos. O conflito que acontece dentro um grupo de pessoas, seja ele membros de família ou equipes de trabalho, se resulta no chamado conflito intragrupo. Por fim, o conflito intergrupo é quando se tem problemas a serem resolvidos por dois ou mais grupos de pessoas. A literatura analisa a comunicação sem muitas distinções. Bem como já foi citado algumas partes da literatura em relação ao conceito comunicação, todas seguem uma linha de raciocínio em que as pessoas e os diversos grupos humanos, hoje, existentes no planeta Terra não seriam capazes de manter relações comerciais, de trabalho ou afetivas sem o uso da comunicação. Historiadores ainda pesquisam sobre as primeiras comunicações entre os seres humanos, e acredita-se que as relações entre si eram por meios de gritos, roncos, gestos ou a junção de todos estes aspectos. Segundo Bordenave (1982, p.24), de qualquer modo o homem chegou aassociação dos sons e gestos para designar um objeto, dando origem ao signo (que de acordo com o dicionário da língua portuguesa é uma unidade linguística que representa um significante (forma ou imagem acústica) e um significado (conceito)). No processo de desenvolvimento da comunicação, tiveram diversas eras para dividir a evolução e alcançar o grau atual. A primeira era foi a dos sinais, ao que se sabe foi a primeira forma de comunicação entre os humanos. A segunda foi a era da escrita, quando a representação pictórica passou a ter significado padronizado, ou seja,quando os sons se transformaram em símbolos. A terceira era foi a da impressão, quando surgiu organizações de impressão de livros e jornais. A era da comunicação de massa recebeu o título de quarta era, foi quando a comunicação tinha como alvo um público grande, se popularizou com a criação do cinema, rádio e televisão. A quinta e última era recebeu o nome de Era da informação, é a mais recente e se popularizou com o uso cotidiano dos computadores na vida humana. Linguagem, no dicionário da língua portuguesa, se define como qualquer sistema de símbolo, sinais ou objetos instituídos como signo. Portanto, se conclui que a comunicação é estabelecida através do uso da linguagem.
O processo de comunicação se inicia no emissor, que também pode ser chamado de fonte ou de origem, ou seja, no indivíduo que pretende transmitir uma mensagem. Em seguida o processo continua na mensagem, que é a ideia que o emissor almeja comunicar, no caso, são criações do pensamento passados por meio da linguagem e que são transmitidos através de enunciados. Finalizados esses processos, o receptor da mensagem recebe e compreende a ideia através de um código, que é um conjunto de signos sendo ele verbal ou não-verbal. Faz parte do processo de comunicação, o referente que se resume no contexto em que se encontram o emissor e o receptor da mensagem. E por fim, o canal, no qual é o meio utilizado para transmitir a mensagem desejada, seja ele jornal, televisão, revista, entre outros.
As funções de linguagem da língua portuguesa são originadas dos fatores do processo de comunicação. Roman Jakobson (1960) separou seis funções da linguagem verbal em sua obra “Linguística e Poética”, sendo elas: função referencial ou denotativa, função expressiva ou emotiva, função apelativa ou conativa, função fática, função metalinguística e função poética. As funções de linguagem são definidas em determinado contexto verbal pela qual se predomina na mensagem. A função referencial tem como objetivo transmitir uma informação. A função emotiva serve para transmitir emoções, sentimentos etc., do emissor da mensagem, geralmente na primeira pessoa com caráter pessoal. A função poética, é bastante encontrada nas obras literárias que fazem uso de figuras de linguagem ou sentido conotativo das palavras. O emissor se preocupa em como a mensagem será transmitida, o principal elemento comunicativo desta função é a mensagem. A função fática tem como objetivo estabelecer uma comunicação, esta é muito utilizada em diálogos .
A função apelativa tem como objetivo persuadir o leitor, portanto o foco é no receptor da mensagem. Essa função é bastante usada em propagandas comerciais e políticas. A função metalinguística é o código pelo código, ou seja, é quando a linguagem se refere à ele mesma. A comunicação pode ser exemplificada por vários momentos na rotina humana. Ressaltando que essa pode ser caracterizada verbal, abrange a comunicação escrita e oral sendo a mais utilizada pelo ser humano devido a sua capacidade de propagar ideias de grande complexidade; escrita, código utilizado pelos livros, revistas, jornais impressos, cartas etc; oral, a mensagem é transmitia através de ruídos, ou seja, através da fala; e não-verbal, acontece por meio de sinais, gestos, expressões faciais ou corporais, entre outros códigos representativos. A comunicação não-verbal pode ser usada de forma isolada. Sinais de trânsito, mímica ou libras, a linguagem de sinais dos deficientes auditivos, são exemplos desse tipo de comunicação. Além de ser importante ressaltar que a comunicação deve ter uma linguagem adequada ao contexto. No caso tem-se linguagem coloquial e linguagem culta. A primeira é geralmente usada em comunicações informais, como por exemplo, com um amigo, parente etc. Já a segunda, é mais utilizada em situações formais que exigem o uso das normas gramaticais para formulação das frases, geralmente usadas em comunicação com autoridades ou em uma reunião de trabalho. Assim como explica Charaudeau (2007) “(...) ao construírem uma organização do real através de imagens mentais transpostas em discurso, ou em outras manifestações comportamentais dos indivíduos que vivem em sociedade, estão incluídas no real, ou mesmo dadas como se fossem o próprio real.”. No cotidiano, a mente humana está todo o tempo formando imagens e formas para se comunicar com o restante do corpo. A partir do momento em que o indivíduo se comunica com palavras e ruídos, através da fala, logo depois de formular o que ia ser transmitido através de imagens da mente, estas passam a fazer parte do real. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007 DÍAS BODERNAVE, Juan E. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1982. FLUSSER, Vilém. O que é comunicação? São Paulo: Editora Paulus, 2018; JOKOBSON, Roman. Linguística e poética. Traduzido de Izidoro Bilkstein e José Paulo Paes. 8. Ed. São Paulo: Cultrix, 1975. MAYR, Ernst. Biologia, ciência única: reflexões sobre a autonomia de uma disciplina cientifica. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. SOUZA BRASIL, João Pompeo. Fundamentos antropológicos da comunicação. Petrópolis: Vozes 1973. TATTERSALL, Ian. Como nos tornamos humanos. Scientific American. São Paulo: Duetto, 2006.
Créditos: CANVA
tick, tick...
: ! M BOO um musical tocante, imersivo e com atuação espetacular
Rainne Alexandra
om Lin-Manuel Miranda (Hamilton) C em sua estreia como diretor, tick, tick... Boom! é uma adaptação do musical autobiográfico de mesmo nome escrito por Jonathan Larson. Também compositor do famoso Rent, que permaneceu por 12 anos na Broadway e o rendeu um póstumo Prêmio Pulitzer de Teatro1 em 1996, ele é conhecido como aquele que mudou o rumo dos musicais. O filme acompanha Jonathan (Andrew Garfield) ainda como um aspirante a compositor de teatro musical em sua jornada para finalizar o roteiro de Superbia, seu musical prestes a ter um workshop2 de apresentação à possíveis produtores da Broadway. Além de escrever o roteiro, o compositor precisa lidar com seus relacionamentos, o trabalho de garçom em uma lanchonete, a pressão do curto período para terminar sua obra, e medos pessoais. Tudo isso no cenário delicado de 1990, quando a pandemia da AIDS estava no auge.
1 Um dos sete Prêmios Pulitzer norte-americanos que são entregues nas áreas de Jornalismo e Artes. O de Teatro reconhece o trabalho teatral representado em palco nos Estados Unidos. 2 Tipo de apresentação de teatro, em que uma peça ou musical é apresentado de forma simples, sem incluir aspectos de uma produção completa, com o propósito de desenvolver ou melhorar a história e apresentar para possíveis produtores.
Lin-Manuel Miranda (esquerda) ao lado de Andrew Garfield
Nos detalhes mais técnicos, a fotografia ajuda a trazer a audiência para dentro da história, recriando a estética – e algumas vezes a própria imagem – de uma câmera dos anos 90. Além disso, ainda que o filme contenha algumas escolhas de edição um pouco confusas, em especial para o espectador que caiu de paraquedas, Miranda apresenta um trabalho satisfatório na direção. Ele e o roteirista Steven Levenson (Querido Evan Hansen) focam em transmitir os sentimentos e a forma de lidar do protagonista durante esse período conturbado de sua vida.
MJ Rodriguez como Carolyn
Ben Levi Ross como Freddy
Robin de Jesús como Michael
Quanto aos personagens, o público é convidado a adentrar e conhecer um pouco mais sobre cada um. De forma bem elaborada, a maioria apresenta uma história profunda e um emocionante arco de desenvolvimento. Ainda assim, após cerca de 40 minutos de filme, alguns personagens, como a namorada Susan (Alexandra Shipp) e o melhor amigo Michael (Robin de Jesús), podem parecer deixados de lado por um certo período – o que, para alguns, aparenta ser uma falha, mas funciona como escolha técnica e enfatiza como Jonathan está aéreo às pessoas ao seu redor.
Alexandra Shipp interpreta Susan Wilson
Além desses aspectos, o toque mágico de tick, tick... Boom! se encontra na maravilhosa atuação de Andrew Garfield, que, por si só, já faz o filme valer a pena e mostra, de forma brilhante, a incrível criatividade e confusa alma artística de Jonathan Larson. Em um trabalho bem diferente do que as pessoas estão acostumadas a vê-lo, Garfield se conecta com o espectador ao transmitir perfeitamente os medos da vida capitalista – quem nunca ficou aterrorizado por não estar com a vida bem resolvida antes dos trinta que atire a primeira pedra –, além de entregar uma brilhante performance musical. Os que não sabem, poderiam jurar que o ator sempre cantou e tocou piano mas, na realidade, Garfield passou cerca de um ano treinando com vários professores para interpretar o compositor. E, pelo visto, não há dúvidas de que valeu a pena. Tem até um vídeo rodando na internet com a performance do ator e do verdadeiro Jonathan lado a lado, e a semelhança é chocante. Com diversos – excelentes – números de música, tick, tick... Boom! é imperdível para aqueles que gostam de musicais, boas atuações, ou só estão em um período meio confuso da vida. Ao fim, o longa se relaciona com o espectador de forma fácil, já que se trata de uma história real com problemas e questionamentos reais, além de inspirálo, emocioná-lo e sensibilizá-lo com as fortes vidas dos envolvidos. Fotos: Macall Pollay/Netflix e Marc J. Franklin Créditos: Canva
Descaminhos
Percebendo uma Amizade Tóxica Anna Letícia Azevedo
Em uma noite com poucas amigas, vinho, macarrão, aquele comentário maldoso, que gera risos no momento, mas incomoda. Mais tarde, uma alfinetada e, talvez, outra “crítica construtiva” para finalizar a noite. Depois, além dos pratos e taças para lavar, também há um constante incomodo que não se sabe o porquê, mas está doendo. E cada comentário ouvido fica na sua cabeça, você pensa nisso antes de dormir e isso afasta seu sono na madrugada. A sensação de dor, com o tempo, passa a ser uma repressão, suas atitudes mudam. Aquela roupa que você deixa de usar, o batom esqueceu guardado, pensa nos julgamentos sobre sua fala antes mesmo de falar. Uma pessoa passa a ditar todos os aspectos sociais da sua vida, e a opinião dessa pessoa se sobrepõe a sua, a visão que ela tem de você é mais importante que sua própria vontade. - Eu não quero desapontar ela -.
Mas um dia, começa a perceber, entende que encontrar com aquela pessoa está drenando sua alegria, a cada encontro você se sente mais desanimada, consegue sentir até mesmo a energia pesada. Aos poucos toma consciência, de que a pessoa em que você confiava contar cada segredo seu, não merece saber mais nada. Um dia, desmarca o encontro, no dia que decide ir, não divide mais seus sentimentos e as mensagens para de responder. Entretanto não é fácil, sempre tem aquela novidade a qual quer dividir, uma coisa lhe aconteceu e ela seria a primeira a saber, a final era com quem compartilhava tudo. Por vezes ainda acontece, manda mensagem, esquece o quanto a pessoa fez mal, é difícil deixar pra trás uma amizade de anos. É doloroso está longe, é doloroso ver que aquela pessoa que tanto ama não merece esse amor, é doloroso notar que a amizade não era saldável.
Mas finalmente a percepção de que pode sair para onde deseja, usar aquela roupa que gosta, falar o que lhe vem à mente, sem julgamentos. Começa a ter noites de sono tranquila, sem uma voz na mente que incomodava tanto. Aparentemente tudo está mudando a sua volta, pessoas novas estão surgindo, com isso relações ficam mais leves, as amizades mais alegres e os momentos de relaxamento realmente relaxam. A sensação de liberdade está inundando o seu ser.
Créditos: Canva
Essa tal liberdade Vitoria Maria Dos Santos
O que é liberdade? Quando perguntado no google a resposta para essa pergunta é: " grau de independência legítimo, que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal." No entanto varia muito da concepção de cada indivíduo, seja ele criança, adolescente, adulto e até mesmo idoso. Maria Alice, tem seis anos e foi questionada acerca do significado desse termo. E como resposta ela alegou, que eram várias coisas incluindo poder ficar brincando até tarde com suas bonecas, ver televisão a hora que estivesse com vontade e poder escolher se deseja ir ou não para a sua escola. Voltando a pergunta, quando feita para uma adolescente de quinze anos, a conclusão obtida era que ser livre é poder sair sem hora para voltar, namorar com quem quiser quando sentir vontade e sair com as amigas sem rumo . De certa forma, é sim uma maneira de ser livre, mas será que ser livre ao extremo não é prejudicial?
Lucia tem cinquenta anos e hoje sofre com câncer pulmonar, que começou a alguns anos atrás quando dentro de sua própria casa seu pai incentivou a fumar, tornando-se assim dependente do cigarro desde os onze anos de idade. Hoje quem paga as consequências, são os pulmões de Lucia e mesmo a fazendo mal ela não consegue mais parar de fumar, tendo em vista que o vício já a controla. Ou seja, Lucia foi livre um dia e fez uma escolha, nessa ocasião ela acabou se prendendo para toda a vida. Cheia de opiniões e de definições, mas que, no entanto, ninguém sabe o real significado. Essa tal liberdade, pode ser tudo e nada ao mesmo tempo na vida de uma pessoa. Está mais ligada à como determinado indivíduo age tendo a oportunidade de fazer tudo o que deseja, do que de fato realmente fazer tudo o que sente vontade. Carlos, tem vinte e oito anos e é oriundo de uma família problemática. Hoje em um beco escuro perto de sua casa ele teve a "liberdade" de fazer uma escolha. Apresentaram para Carlos, dois planos de vida, no primeiro ele entraria para o mundo do crime e com o dinheiro conseguiria mudar a realidade de sua família. Já no segundo plano, caso rejeitasse o convite restaria apenas a morte de seu irmão mais novo que possuía dividas de drogas com os donos do morro. Carlos foi muito julgado, por ter escolhido o primeiro plano, mas ironicamente ele não teve escolha. Era a vida de uma pessoa que ele amava ou a criminalidade. Que liberdade é essa que precisa escolher entre os seus valores e a vida de alguém? A grande verdade é que todas as pessoas são presas, não importa a maneira pode ser por algo ou como no caso de Carlos alguém. Se fala tanto em ser liberto para poder fazer determinadas coisas, que acabamos nos privando de realmente fazer. Libertação é uma mulher poder andar sozinha durante à noite sem ter medo de ser morta ou estuprada na próxima esquina, também é ter o controle sobre seu corpo e fazer valer que um não sempre será não, pode se dizer também que é usar a roupa que você quiser sem julgamentos e claro poder amar quem você quiser independente do gênero. Essa tal liberdade tão procurada, vem de dentro, de como você transforma o mundo tendo oportunidades de escolhas e de ações.
Créditos: canva
Uni-
s! ria
M , s a o v
Gabriela Diniz
Ontem a filha da Cida Foi morta pelo atual que deveria ser ex Ela acabou sendo oprimida Ao tentar dizer que queria terminar pela quinta vez Teve uma garota que lutava por seus direitos Mas que ninguém mais se lembra o nome Ela lutava por respeito E antes de conquistar foi morta por um homem
De acordo com eles A culpa foi dela Porque a roupa tava curta demais E incomodou o rapaz Que se sentiu no direito de estupra-la De acordo com eles Merecemos isso por sermos mulheres O sexo frágil Considerado fraco E em algum tempo o errado Até quando seremos vítimas Dessa sociedade tão machista Que põem a culpa na mulher Por ela simplesmente ser o que é Estamos cansadas de tanto desrespeito Quando só lutamos por nossos direitos De sermos o que quisermos E quando quisermos Peço respeito à todas as mulheres Principalmente por aquelas que já perderam a voz Ou que não estão mais entre nós E lutavam como Marielle
Créditos: Cajú Artsffiti Créditos: Canva
Ironias
TR
A LI
ICÁ P O
JUNIA GABRIELA O Brasil é o país mais alegre do mundo. Futebol, samba, praia, feijoada, caipirinha... Toda essa estética cinematográfica que deixam os “gringos” suspirando de vontade de conhecer essa cultura tão singular e rica. O “jeitinho brasileiro” é conhecido mundo a fora, a tal capacidade de lidar com os problemas (que não faltam por aqui) sem desistir – afinal, brasileiro não desiste nunca. O hino nacional já diz tudo: “dos filhos deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil”. Ser brasileiro é nascer com um orgulho de fazer parte de um povo tão único, é olhar os problemas de um país de terceiro mundo e, ainda assim, ser feliz por estar aqui, é viver com a esperança de que um dia tal país tão belo, tão marcado pela escravidão e pela corrupção consiga ser uma mãe ainda mais gentil para seus filhos. O novo “ser” brasileiro é – lentamente, ainda que de repente – ver o extremismo tomar conta de todo um cenário político, ver nossos vizinhos apontando dedos acusadores para o tal “país do futebol”.
O que foi que aconteceu com você, Brasil… Quando isso aconteceu? Mas não faz mal, ainda há uma solução, existem lugares que precisam de mais atenção. Até porque muitos dos filhos desses lugares vem buscar abrigo na mãe gentil. E ela aceita, a notícia se espalha. Na Europa? Os barcos não passam da fronteira. Estados Unidos? Cruzes, temos horror a estrangeiros! Mas no Brasil temos espaço. Temos problemas, mas temos espaço. Você que tem um diploma de medicina no seu país de origem, pode trabalhar como meu auxiliar ganhando um pouco menos que um salário mínimo. É de fato, apesar dos pesares, um alívio. Sair de um país tomado por conflitos e enxergar, do outro lado do oceano, uma oportunidade de recomeço. Foi o que pensou um jovem congolês quando deixou seu país de origem e se refugiou nos seios do Brasil junto com sua família. Um suspiro de alívio: “ufa, aqui ele está seguro”. Uma chance de recomeço, de encontrar um lar.
Claro que enfrentará os ciúmes dos irmãos adotivos, as remarcações de “aqui não é seu lugar”, “já temos problemas demais”; como se os refugiados fossem ser um problema a mais. Não é como se, quando integrados de forma correta, possam contribuir enquanto cidadãos brasileiros. Não, nada disso, aí já é pedir demais. Tudo que posso te oferecer é um emprego no meu quiosque a beira mar (uma coisa tão brasileira, né?). O nome é “Tropicália”, inspirado no movimento cultural que aconteceu no Brasil no século passado; a bossa nova, o MPB, traços culturais que um dia já foram motivo de muito orgulho para o nosso país, até mesmo em âmbito internacional. Enfim, é pegar ou largar. Mas é claro que ele aceita, afinal, não existem tantas opções assim para um jovem estrangeiro e negro num país xenófobo e racista.
Duas diárias de trabalho, que totalizam 200 reais, 37 dólares americanos, mais ou menos 76444,14 francos congoleses. Era devido, era merecido, era um fruto pequeno do trabalho honesto de alguém lutando para construir um futuro melhor. Mas o esforço não foi recompensado. Quase 11 anos chamando o Brasil de casa e ainda sendo visto como um estrangeiro, um intruso, um filho bastardo. O dinheiro não foi pago, mas foi cobrado. 200 reais fazem muita diferença para alguém que trabalha hoje para ter alimento na mesa amanhã. Fazem bem mais diferença para ele do que para o empresário dono do estabelecimento. Mesmo assim, não foi pago. Ao invés disso, o rapaz foi assassinado friamente, ali mesmo, no Tropicália. Que fim triste e abrupto para um sonho de recomeço.
Se fosse um livro, seria massacrado pela crítica.
Se fosse uma crônica, seria chocante e traria reflexão.
Mas é a história real de uma pessoa real. Não era pra terminar assim, mas foi interrompida. E ainda assim, causa menos choque do que devia, menos choque do que um livro causaria. Estamos tão acostumados à violência. Não há ânimo nem vontade para pedir justiça pela vida de um rapaz que nem brasileiro era; “já temos problemas demais...” Estamos diante de um de nossos maiores e mais graves problemas .Como uma mãe poderá um dia ser gentil com seus filhos se não consegue oferecer abrigo a quem teve que deixar pra trás suas raízes e estabelecer novas em um terreno tão incerto? Eles confiaram em nós, e nós os decepcionamos. Por baixo do país tropical, quem chega perto demais descobre as verdades escondidas embaixo do Cristo Redentor: o racismo, a intolerância, a desigualdade social. 200 reais não faria a menor diferença. Mas matar alguém, tampouco. Afinal, “impunidade” está muito perto de se tornar uma das palavras chaves usadas para descrever o Brasil. Soa bem: “Futebol, carnaval, racismo, impunidade...” Em meio a gritos por algo que deveria ser um direito (JUSTIÇA), um sentimento é comum: a vergonha. O Brasil não é o país mais alegre do mundo.
CRÉDITO: CANVA
OS CINEMAS DE RUA EM GOIÂNIA 86 ANOS DE LUTA PELA LIVRE CULTURA E PELA SOBREVIVÊNCIA
Posteriormente, os capitalistas cinemas de shoppings, que exibem filmes de acordo com os lançamentos do mercado, ganharam força. Assim, muitos cinemas de rua de Goiânia deixaram de existir. Atualmente, os que ainda resistem são o Cine Cultura (1989) e o Ritz (1990), ambos localizados no Centro, que ainda seguem com a programação de filmes tradicionais e alternativos. O Cine Teatro Goiânia se tornou apenas teatro, e agora se ocupa de festivais. Vale lembrar que, além de ser um meio cultural, os cinemas de Goiânia foram um marco para a história e luta pela resistência nas regiões e realidades sociais em que passaram. Um exemplo é o Cine Rio, que era um local de reunião para os que defendiam a democracia, durante a ditadura militar. Outro cinema importante era o Telão Democrático, que ficava localizado na região noroeste da capital. Durante sua existência, ele representou a luta de classe, pois exibia filmes para a população carente da cidade.
Cine Ritz Localizado na Rua 8, o cinema criado na década de 90 vem circulando na internet pelos diversos apelos aos consumidores. Durante a quarentena, a empresa que administra o cinema desde 2019, a Lume Filmes, chegou a fazer uma vaquinha virtual para pagar as dívidas e manter os funcionários. Mesmo após a volta do cinema às atividades, são frequentes as publicações nas redes sociais do próprio estabelecimento com a frase” Não deixe o Cine Ritz morrer”, além de divulgação de promoções semanais, “ O menor preço do Brasil”. O Ritz possui duas salas com capacidade de 238 pessoas cada uma, e é o único voltado para a rua que ainda exibe, com frequência, lançamentos, inclusive em 3D. Ele se tornou um símbolo de resistência, sendo um meio cultural que acompanha os lançamentos, mas que está fora dos centros comerciais e que insiste em existir. Não deixar esse cinema morrer é não permitir que a cultura seja tomada por interesses financeiros.
Cine Cultura Em julho de 2021, o estabelecimento completou 30 anos. Desde a sua fundação, firmou-se como o principal exibicionista de filmes não-comerciais de Goiânia. Ele funciona no prédio do Centro Cultural Marietta Telles Machado, na Praça Cívica. A sala possui 89 lugares (sendo um espaço para cadeirante), e conta com uma programação diária. É aberto de segunda a domingo, inclusive aos feriados, com ingressos de 8 reais a inteira e 4 reais a meia, e pode ser pago apenas em dinheiro. O cinema é ligado à Secretaria de Cultura do Estado. Sua programação é composta por filmes não-comerciais, clássicos e temáticos, de acordo com datas especiais. Por isso, o Cine Cultura honra o seu nome, levando ao público goianiense uma ampla variedade de filmes que contribuem para a reflexão social.
Créditos: Canva Foto 1: Biblioteca IBGE Foto 2:Arquivo pessoal, Sarah Alice Borges Foto 3: Instagram @cineculturagoias
SE DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, POR QUE TAMANHA MISÉRIA, BRASIL?
Se fosse possível traçar uma analogia sobre esta pátria amada, o melhor exemplo seria a “escola das nações”. Nela, o Brasil seria o típico estudante que fora destaque por muito tempo em seu desenvolvimento acadêmico. Por azar do destino – ou pela péssima gestão interna –, o país parece ter perdido o seu brilho com o passar do tempo. O seu progresso desloca-se para os subterfúgios de um naufrágio causado pela ignorância daquele que o lidera. O que emerge neste oceano de desgoverno, é a miséria de um povo que não consegue mais sonhar, mas convive com a luta incessante em procurar motivos para sobreviver.
Não há adjetivos que expressem tamanha incompetência de um governo que, ainda em campanha, destilava ódio contra as minorias. Em 2018, durante a marcha dos prefeitos a Brasília, o presidente eleito defendeu a esterilização de mulheres pobres como forma de mitigar a miséria no país ao elogiar os métodos ditatoriais de Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru, que esterilizou, sem consentimento, mais de 300 mil mulheres no país. Dali para frente, a nova cara da política brasileira viria a mostrar para o que veio: desordem e decadência. Guilherme Martins
Assim que o dito cujo se apossou na cadeira do Planalto, usou sua caneta, que mais parecia um fuzil, para “metralhar” uma das mais importantes ferramentas de assistência no Brasil: o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que assegurava o direito à alimentação adequada para todos os brasileiros. Nesse sentido, as filas dos supermercados, que outrora correspondiam aos dias de promoções, hoje dão espaço às famílias que buscam, no fundo das caçambas de lixo, um pedaço de osso para não morrer de fome.
A fila não anda, a fome não passa e o desgoverno avança. Ainda há esperança? Os cristãos e cristãs acreditam que sim. Aliás, é através do uso da religião como uma ferramenta política que a extrema direita mascara os seus maiores preconceitos. Mal sabem eles que Deus não está acima de todos, mas está entre nós. Entender que política é muito mais do que discursos religiosos parece não fazer lógica para o conservadorismo, mas é assim que eles conseguem alavancar o seu populismo. Já que estamos falando de política, a democracia, às vezes, pode parecer assustadora, porque cinquenta e sete milhões é a quantidade de eleitores que apoiam a aversão de pobres que o presidente carrega em a sua carcaça de atleta. Enquanto isso, a outra parte do eleitorado ocupa supermercados para denunciar a fome e a alta dos alimentos. De fato, ainda há esperança. Enquanto os políticos não se comoviam com a precarização da sociedade, diversas entidades se uniram para arrecadar insumos básicos e oferecer assistência àqueles que deveriam ser amparados pelo Estado, no momento em que a Bahia atravessava uma crise sem precedentes. No mesmo interim, já do outro lado do país, o utópico chefe da nação curtia suas férias no seu Jet Ski, emerso no seu oceano de desordem. Na orla da miséria, o que ecoa é o questionamento de Renato Russo: afinal, que país é esse?
Créditos: Canva
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Letícia Cavalho W.
? Créditos: Canva
Dizem que os mistérios mais profundos Não têm uma razão de ser Devem ser de outro mundo Eu digo que o mundo é você Se as metades se completam Ou se os inteiros se somam As razões não me interessam Quem meus sentimentos não se escondam Que o que eu sinto não se escreve Não se esquece e não se apaga Pois é você que aquece Essa chama em minha alma
Sou eu, Quero a ti Sou eu, Quero a ti Letícia Carvalho W.
Créditos: Canva
Sou livro aberto Sou história a ser contada Sou página a ser lida Sou destino coberto Quero ser o certo Quero ser assertiva Quero simplificar a vida Quero viver irrequieto
Sou, também, mensagem Sou o traço e o espelho Sou aquilo que desejo Sou, de mim, uma imagem Quero, contigo, ser linguagem Quero contar meus segredos Quero explicar meus medos Quero ter coragem
Como seu
Sei que tudo é diferente Acompanha o tempo da gente Vai na valsa do momento Deixa tudo como está Quero, meu bem, contigo caminhar Já não sei onde vai dar Mas não é medo do futuro É de não viver o agora Me dê a mão e viva Não o mesmo como eu Mas me sinta e seja Solte a minha mão e veja Tenha só o seu eu E me tenha como teu
Num quebra-cabeças do coração Não se esqueça da nossa canção É bem melhor a dois se formos nós Como dois tentando ser um Antes que era tão banal Já não me parece mais igual É descoberta de sensatez Como é bom sentir você Me dê a mão e sinta Não o mesmo como eu Mas me viva e seja Solte a minha mão e repita Tenha só o seu eu E me tenha como seu Créditos: Canva
Letícia Carvalho W.
Esperas
Sa úd
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Saúde mental e a importância da cultura do autocuidado
Guilherme Américo Rodrigues
A saúde mental é um tópico que vem sendo cada vez mais abordado pela sociedade brasileira. Fatos que podem explicar a alta deste assunto, são dados apontados por órgãos pesquisadores como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Estas informações mostram o Brasil como um dos países onde há mais casos de doenças ligadas à negligência da saúde mental. Estes dados negativamente alarmantes, se dão por vários motivos, porém um que pode ser apontado como principal é o fato de a saúde mental ainda ser tratada como “tabu” pela sociedade. O que acaba por fazer com que a população brasileira não dê a devida importância ao autocuidado, e se esqueça dos perigos da falta de estabilidade mental, que pode ocasionar diversas doenças, como por exemplo, ansiedade e depressão. Com que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 86% dos brasileiros sofrem. A principal ação que pode ser tomada para a prevenção destas doenças é o autocuidado, que pode ser realizado a partir de simples práticas como a socialização, passeios ao ar livre, jogos virtuais, utilização de meios sociais virtuais, consumo de mídias dedicadas ao entretenimento, além da busca por ajuda profissional capacitada com psicólogos ou psiquiatras. Mas para que haja uma busca maior por estes cuidados, deve-se, primeiramente iniciar ações e discussões a fim de quebrar os preconceitos acerca da saúde mental, e, então, disseminar a cultura do autocuidado, ações que podem ser realizadas por ONGS (Organizações Não Governamentais), mas principalmente, devem ser praticadas pelo governo, já que é de seu dever assegurar o bemestar do cidadão.
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Flona: Estrada Silvânia – Leopoldo de Bulhões, km 7, Caixa Postal 21, Zona Rural – Silvânia (GO).
A Floresta Nacional de Silvânia, ou Flona Silvânia. Protegida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), nem sempre teve esse nome e nem foi considerada uma floresta de importância nacional. Sua história começa em 1949, a partir da proposta de um Projeto de Lei que buscava implementar um Horto Florestal em Silvânia, no interior de Goiás. Assim, a antiga Fazenda Marinho foi destinada para a conservação da biodiversidade goiana.
Projeto de Lei Nº 612
Implementação do Horto Florestal de Silvânia.
Data de criação
13 de janeiro de 1949
Verba
Cr$ 552.300,00
1949 - 1967
Horto Florestal
1967 - 1989
EFLEX: Adm. IBDF
1989 - 2001
EFLEX: Adm. IBAMA
2001 - Atualmente
Flona Silvânia
História Mais tarde, em 1989 o Horto Florestal passou a se chamar Estação Florestal de Experimentação (EFLEX), quando a área foi destinada para o estudo de plantas exóticas e nativas, sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF).
Em 1989 foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que passou a administrar o local. Mas foi somente em 2001, que a EFLEX foi elevada à categoria de Floresta Nacional (FLONA), administrada pelo ICMBio, a qual permanece até os dias atuais.
Com o título de Floresta Nacional, o antigo Horto se tornou uma Unidade de Conservação (UC) Federal e as perspectivas para a sua utilização também foram expandidas, entre suas funções, além da conservação da biodiversidade, passaram a ser realizadas atividades de educação ambiental, pesquisa científica e desenvolvimento de novas tecnologias.
Mata de galeria
Biodiversidade A Flona de Silvânia possui um tamanho de 486,67 hectares (ha) e ocupa 7,5% do município. Se comparada a outras UC 's existentes em Goiás como a Chapada dos Veadeiros (240.586,56 ha), Parque Nacional das Emas (132.642,07 ha), entre outras, o seu tamanho geográfico é considerado pequeno. Entretanto, a riqueza do seu ecossistema está longe de ser defasada.
Considerada uma ilha ecológica, por ter a vegetação nativa preservada, no meio de uma área cercada por plantações e pastagens. A Flona serve de refúgio para várias espécies de plantas e animais. Entre os seus moradores mais ilustres estão; O lobo-guará, o gato-do-mato e o tamanduá-bandeira, espécies ameaçadas de extinção que habitam este “pequeno” paraíso ecológico. Outra moradora importante é a perereca Dendropsophus cruzi. Tendo como localidade tipo a Flona de Silvânia, isto é, onde foi encontrada pela primeira vez, em 1998.
Espécies da Flona CATEGORIA
Nº DE ESPÉCIES
PORCENTAGEM APROXIMADA NO CERRADO
Aves
147
18%
Mamíferos
34
17%
Anfíbios
34
17%
Répteis
31
10%
Plantas
158
1,3%
Peixes
14
1,2%
Pesquisas Entre as pesquisas científicas que acontecem na Flona Silvânia, está o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD). Coordenado pela Professora Rosane Garcia Collevatti, do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, o projeto desenvolve estudos com plantas vasculares, cupins, abelhas, peixes, anfíbios, répteis, fitoplâncton e zooplâncton. Além de incentivar os proprietários de terra do entorno a garantirem a manutenção das áreas preservadas e a recuperação das áreas degradadas, o PELD auxilia o manejo e a difusão de boas práticas para a conservação da biodiversidade local e possibilita a ampliação do entendimento dos pesquisadores sobre espécies endêmicas do cerrado. Atualmente, está sendo desenvolvida por meio da PELD, tendo a Flona de Silvânia como um dos campos de estudo, a pesquisa coordenada por Fernanda Gonçalves Sousa, mestranda em Biodiversidade Animal pela UFG. Que consiste na análise de Euglossini, as populares abelhasdas-orquídeas. Que são importantes polinizadores das florestas neotropicais devido a sua capacidade de voar por longas distâncias (superiores a 23Km).
Mata seca Sociedade
Além das pesquisas científicas realizadas na Floresta Nacional de Silvânia, ela também é utilizada como ponto de turismo ecológico para a comunidade. Com diversas trilhas que podem ser percorridas por quem tenha interesse de estar em contato com a natureza, contando também com o Mirante Arísio Silvestre Braga, que possui uma bela vista de todo o parque ecológico. Outra atividade desenvolvida ali são atividades escolares com o objetivo de conscientização ambiental e conhecimentos práticos dos alunos com a natureza. Nesse sentido, fica evidente que a Flona de Silvânia, mesmo tendo o tamanho geográfico pequeno para uma UC Federal, possui a dimensão ecológica imensurável, que ultrapassa a função de preservar as espécies da fauna e flora do cerrado, e se estende de maneira que beneficia toda a sociedade.
O Mirante Arísio Silvestre Braga
Flona de Silvânia observada no Mirante Arísio Silvestre Braga
Fotos: Arquivo pessoal Créditos: Canva
Inclusão social do autista Isadora Machado
É difícil pensarmos, mas ainda temos pessoas que são excluídas na sociedade. Simplesmente por razões de suas características físicas ou mentais, e através dessas características é gerado um preconceito social. Vemos que ainda existe uma exclusão dos portadores de autismo por meio da ignorância das pessoas e também pela falta de conhecimentos sobre o assunto. Considerado um espectro, o autismo engloba vários e diferentes níveis de funcionamento, não há diagnostico especifico para identificá-lo. Os portadores do Transtorno Espectro Autista (TEA) sofrem com o distúrbio do neurodesenvolvimento que tem início na gestação ou infância, mas que infelizmente pode se estender até o início da juventude, interferindo nas relações sociais ou afetivas. Isso ocorre devido à falta de conscientização das famílias e das escolas, que muitas vezes tardam em buscar auxílio da equipe médica. Como consequência tem-se o prejuízo no tratamento, já que quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no desenvolvimento da pessoa autista, que deverá contar com a ajuda e união da equipe de saúde, professores, pedagogos e família.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o autismo é uma síndrome que atinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil e afeta importantes aspectos da vida em sociedade, tais como comunicação e interação social. Contudo, apesar da quantidade, os brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado que garanta a tão desejada inclusão. E as dificuldades encontradas na sociedade por exemplo é de conseguir um emprego, de conseguir uma escola que tenha uma estrutura adequada e a dificuldade de se relacionar com outra pessoa. Os sistemas escolares e os serviços sociais têm capacidade muito limitada para oferecer os recursos necessários para autistas de qualquer idade e para tratar dos problemas enfrentados. Ao mesmo tempo, as famílias ficam sobrecarregadas pelos desafios envolvidos na criação e no sustento de familiares autistas. Para transformar a sociedade e o ambiente escolar, para os autistas se sentir incluso, precisamos de conscientização, acesso à informação, parceria governamental e empatia em enxergar o outro, entender as dificuldades, além de estar contribuir para facilitar o acesso ao tratamento, estará colaborando para minimizar a exclusão que as pessoas com autismo sofrem.
Créditos: Canva
Espelhos
Caminhando nas entrelinhas Amanda Chaves A tia me oferece um suco, logo aceito. Estranho a forma como ela me olhou, foi sim! Eu sei que você também percebeu as testas enrugadas como se estivesse confusa com a resposta que dei… Ah, já sei! Com certeza tem algo de errado na minha maquiagem, ela deve ter borrado quando o irmão derrubou água em mim.
Ao lado, celebram o sucesso do primo na faculdade, no emprego e na vida. A mamãe, como se tivesse um pavor supremo de ficar para trás, interrompe todos com uma voz alta para declarar que também estou fazendo algum- sucesso. Esse é o tempo recorde dela, 3 minutos sem encaminhar todo o assunto para si é muito tempo, acredite. Sei, sei, ela deve ter demorado para pensar em algum feito meu cabível de expor, já que a única grande conquista dos últimos tempos foi conseguir ver 3 temporadas de uma série em um dia só. A avó pede para pegar uma cerveja, finjo que não escutei, não quero levantar desse lugar, o formato do meu corpo se encaixou perfeitamente no estofado da cadeira, não tem nenhuma chance de eu me mover. Escuta só ela pedindo novamente! Mas dessa vez com uma agressividade feroz na voz. Sinto medo, mas sou incisiva no que escolhi. Meu irmão logo aparece com uma latinha que a avó logo puxa da mão dele, o coitado precisa voltar para a cozinha para pegar outra para ele, mas pelo menos me salvou dessa. o
Alguém lava a louça. Diferente a maneira como essa pessoa lava. Enche toda a pia de água, joga o detergente, coloca as vasilhas dentro e depois só enxagua, achei nojento. “O que é nojento?” Dispara minha cunhada, de imediato eu respondo: “o que?” e ela, como é de se esperar, me responde com a mesma frase: “o que é nojento?”. Estão me ouvindo? Como podem me ouvir? Eles podem te ouvir? “Não, nada, só estou pensando alto.” Respondo com a voz meio trêmula.
Um brinde, ações da bolsa que subiram, Camila grávida de sua segunda filha (com apenas 22 anos, não julgue, ein!), o encanador que atrasou para chegar na sexta passada, o suco acabou, mais um brinde, água da pia descendo pelo ralo, você. Uma mancha no canto da parede me incomoda, chamo a tia e reclamo da mancha. O irmão derruba água em mim de novo. A tia pega um pano e limpa a água que foi para o chão. Não sei sobre a mancha, ela não deve ter visto…
O telefone vibra quando chega uma mensagem. Abro de imediato para ver do que se trata. Esqueci de te tirar, esqueci de apagar a mensagem que mandou há 10 minutos dizendo que não queria mais me ver, do meu precipício e que já não gostava mais de mim, meu sorriso já não causava nenhum efeito e já não queria mais fazer aquela viagem para Itália. Entendi. A mancha continua na parede.
o Foto: Arquivo Pessoal Crédito: Canva
Poema sem nome Milson Santos
Eu disse: “por favor, não repare a bagunça” O reconfortante “sim” de qualquer pessoa educada, “Como se eu fosse reparar isso, tô indo pela sua companhia! ” O quarto parece arrumado, mas todas as gavetas estão bagunçadas. Perdi outro isqueiro, mesmo no único ambiente que parecia em ordem. É assim lá em casa Tudo parece organizado, até olhar de pertinho... Turbilhão de ideias e pensamentos, gritos em silêncio A sala já esteve melhor, a torneira do banheiro me irrita Mas o pior com certeza é a pia, maldita pia cheia de louças que me persegue desde a infância. Um dia eu disse para um amigo meu: “A minha pia é um reflexo de mim, se ela tá uma bagunça é porque eu tô uma bagunça.”
-“ Oi, tudo bem?” -“Tô bem, e você?” Resposta automática que a gente sempre dá né? Quer saber se eu tô bem mesmo? Vem ver a pia aqui de casa. Nesse momento, um turbilhão de vasilhas, que se confundem com problemas, Que se confundem com panelas, garfos, facas e traumas Copos, xícaras, canecas e solidão Tristeza, mágoa, decepção. Ela continua cheia. Eu queria tanto limpar, esvaziar, organizar Não só porque alguém vem, Mas principalmente pra poder ser sincero quando for responder um: “tudo bem?” A casa tá uma bagunça, Eu tô uma bagunça, E esses versos são confusos desde o início. O pior talvez seja o fato de eu estar sozinho, Tenho louças que são minhas e que ninguém pode lavar Até quando permanecerão lá?
Créditos: Canva
DECISIVA Vinicius Borges
CONHECENDO AS PERSONAGENS
A FASE DE AMADURECIMENTO DO SER HUMANO É UM MOMENTO MUITO TURBULENTO, OS DESAFIOS VÃO ALÉM DE MUDANÇAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS. OS JOVENS, PRINCIPALMENTE, PASSAM A VIVENCIAR INQUIETAÇÕES E COBRANÇAS RELACIONADAS À ESCOLHA PROFISSIONAL. ELES SÃO PRESSIONADOS PELA FAMÍLIA, PELA A ESCOLA E PELA SOCIEDADE.
PARA FALAR SOBRE O ASSUNTO, DUAS JOVENS ESTUDANTES, QUE ESTÃO PASSANDO PELO PROCESSO PREPARATÓRIO DE INGRESSO À FACULDADE, FORAM CONVIDADAS FALAR SOBRE SUAS EXPERIÊNCIAS NESSA ETAPA. A CARIOCA LIVIA ARAÚJO E A PAULISTA LAURA PATRIOTA, AMBAS DE 19 ANOS, E PRETENDEM CURSAR, RESPECTIVAMENTE, JORNALISMO E PUBLICIDADE E PROPAGANDA.
A PRESSÃO SOCIAL E FAMILIAR
É muito comum dentro do corpo social uma certa pressão sobre os jovens referente à sua futura profissão. Laura comenta que viveu uma forte pressão sobre o que devia fazer sem nem ter completado a maturidade. Essa realidade perpassa os jovens durante sua vida no colegial e acaba por afeta-los de forma psicológica. Livia ressalta que muitas vezes ela e outros jovens sentem-se perdidos e perdidas e a própria instituição escolar não fornece suporte adequado, sendo assim, é importante uma base psicopedagoga forte na formação dos jovens.
A figura familiar, certamente, exerce relevância nessa fase, a compreensão deles é fundamental no amadurecimento das escolhas dos jovens. Entretanto, algumas vezes esses responsáveis podem personificar a própria pressão social. Perguntadas sobre o papel de suas famílias nessa fase, Livia respondeu que eles a apoia e são importantes. Laura, por sua vez, fala que sua família também a apoia, porém ressaltam que a jovem deveria ter ao menos um diploma, antes de seguir qualquer sonho. Essa idealização dos familiares sobre o futuro dos jovens advém de uma mentalidade capitalista de sucesso que atribui a estabilidade financeira ao curso superior.
JOVENS E A FELICIDADE PESSOAL
Todavia, é válido destacar a mentalidade contemporânea dos jovens, cujo o sucesso e dinheiro nem sempre são o foco principal, e sim a felicidade pessoal. Livia comenta que dinheiro não é tudo e que não seria feliz se pensasse somente nisso. Laura complementa essa atual lógica dos jovens, dizendo que não há porquê dela ser algo que não queira, não dar para ser algo somente por pressão da sociedade. Nesse aspecto, problematiza-se uma questão de valorização social somente de algumas profissões, das quais são atribuídas o sucesso econômico – Medicina, Direito e as Engenharias –, e indiferença ou desprezo a outras profissões com menores pretensões salariais.
Os dilemas e reflexões, que os jovens são expostos tão precocemente, representam uma difícil fase da vida, mas é possível achar respostas ao conflito. Segundo Laura, ela conseguiu achar seu caminho, ressaltando sua escolha pelo curso de Publicidade e Propaganda e diz se for preciso mudar de carreira não será um problema e que só deseja ser feliz com o que for trabalhar. Em sequência, Livia realça que não será o dinheiro que irá guiá-la e sim sua personalidade. As duas jovens expressam a mentalidade das novas gerações, ou seja, mudanças deixam de ser uma fobia e passam a ser esperança de uma vida próspera e bem sucedida.
Créditos: CANVA Foto 1: Livia Araújo - Arquivo pessoal Foto 2: Laura Patriota - Arquivo pessoal via Instagram
Tempos
Viver ou sobreviver?
Tantos afazeres, matérias infinitas para estudar, trabalhos grandiosos para entregar, listas numerosas a preencher e projetos para planejar… Será que estamos com a mentalidade de ser feliz somente quando estes sonhos se concretizarem? Viver em função dos planos e se esquecer de aproveitar a caminhada, é como estar em meio a uma brisa suave e não senti-la em seu corpo. Não compensa perder oportunidades assim e apenas ficar sentado, assistindo a vida seguir o seu percurso. Hábito sem consciência é o começo da sobrevivência. Entende isso? Apenas cumprir a rotina e não ter o domínio dos pensamentos e não refletir o porquê do que faz, pode levar a um ciclo de sobrevivência. Você respira em função de buscar a concretização de um plano e se esquece do presente momento. Com as distrações da mente, a paisagem escapa, as pessoas atravessam despercebidas e o agora torna-se apenas um detalhe. Conviver com uma espécie de sobrevivência pode até ser confortável, mas não traz plenitude de vida.
O marco inicial é movimentar-se e buscar a realização dos seus objetivos, mas que isso não seja sinônimo de invadir o espaço alheio. Assim como no meio selvagem, onde tudo é válido quando o assunto é sobreviver. Lembre-se: a vida é como se fosse um trabalho em grupo e o processo é tão importante quanto o resultado final. Existem muitas rosas pelo caminho e com elas, tudo ficará mais leve e fará muito mais sentido. O final do túnel é uma grande conquista, mas se até lá você só sobreviver, o que adianta? Por que esperar para viver só quando chegar a “hora certa”? Se é que existe hora certa para algumas ocasiões na vida… Sonhe, planeje, trabalhe e não se esqueça do seguinte lembrete:
Lavínia Dornellas Créditos: Canva Foto 1: Arquivo pessoal Lavínia Dornellas Foto 2: Arquivo pessoal Lavínia Dornellas Foto 3: Instagram @laviniadornellas
ESPAÇOTEMPO POR ANDRESA CARDOSO
Em determinado momento da vida ocorre a aceitação da morte, dali nasce o broto do entendimento dela. Acaba por não de aceitá-la e ignorá-la com todas as suas forças. Para de perder o rumo só de pensar em ver os amores de sua vida partindo – claro, o coração se parte toda vez que isso acontece, mas não há mais a ansiedade da possibilidade porque prever a morte por antecipação acaba com o corpo duas vezes. A morte é tão sutil e silenciosa quanto o vento. Mas não vejo algo bonito nela. Vejo dor. Tenho a teimosia de ver dor em tudo, principalmente na dor da ausência de alguém. A saudade, sim, essa é uma sensação bonita, mas quando se sabe que o sorriso preferido irá reaparecer; do contrário, vira dor, e isso não é bom, como há tempo já sei. Num dia qualquer minha mãe foi ao rio e, nadando, por pouco não viu uma lancha em sua direção. E me contou isso como se não fosse nada. Passei mais de uma semana, à época, agradecendo por sua não-morte, por Deus tê-la permitido ficar mais tempo comigo.
Mas em outros dias, a sutileza dela é como uma garra afiada no coração. Meu tio sentiu uma dor e, maldoso, o destino tomou todo o tempo que tinha. Tão novo. E eu fiquei pensando nas minhas primas sem ele. Na dor que permanece com elas agora. Ao menos, sei que deu todo o amor que pôde dar a elas enquanto esteve aqui. Porque não acredito muito que nos tornamos anjinhos olhando para os seres amados lá de cima. Só nos imagino vivendo dentro do amor vivo de quem trocou carinho conosco. A morte, também, é dentro de mim, toda vez que me despeço de quem eu amo. A cada adeus na rodoviária ou na porta de casa. A cada vez que digo não. A cada dia que passa e lembro que não sou eterna e que eles não são eternos. As palavras me permitem permanecer no mundo. Os abraços que dou permitem quem eu amo permanecer em mim.
CRÉDITOS: CANVA
Lucas Caetano
Observando fotos feitas por outras pessoas, eu pensei que poderia ter feito mais e que havia inúmeras possibilidades, mas depois percebi que talvez os outros não tenham vivido o momento, que alguns só quiseram mostrar que haviam ido. Certamente, muitos foram e poucos realmente estiveram lá.
Notas *Liberdade faz referência ao Bairro da Liberdade, localizado em São Paulo. *Hora de estrela faz referência ao livro A Hora da Estrela. *Os que tem vergonha de viver são os tímidos. É uma referência à crônica homônima. *Estado de graça seria um estado de lucidez leve e felicidade tranquila. Faz referência à crônica homônima. *No livro A Paixão Segundo G.H., a personagem principal, após decidir limpar a casa, tem uma experiência transcendental ao se deparar com uma barata. Fotos: Acervo pessoal Créditos: Canva e Prisma
Foto: Lucas C.
Setor Leste universitário, Goiânia (GO)
Foto: Renata Akursu
Foto: Lucas C.
Centro, Goiânia (GO)
Foto: Renata Akursu
Gotas no Vidro, Setor Vera Cruz II, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Estádio Antônio Accioly, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Bela Vista, Cidade de São Paulo (SP)
Núcleo Takinakarỹ, Campus II- UFG, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Foto: Sarah Alice Borges
Pintura, Prédio de Histótia, Campus II- UFG, Goiânia (GO)
Escultura, Prédio de Letras, Campus II- UFG, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Passarela, Campus II-UFG, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
SAMAMBAIA
Biblioteca Central Campus II-UFG, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
SAMAMBAIA Av. Pau Brasil, Campus II, Goiânia (GO)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Biblioteca Central, Campus II-UFG, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Foto: Sarah Alice Borges
Rua Jacarandá, Campus II-UFG, Goiânia (GO)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Foto: Anna Letícia Azevedo
Foto: Sarah Alice Borges
Jardim Fonte Nova, Goiânia (GO)
Rio Tocantins, Carolina (MA)
Jardim Fonte Nova, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Jardim Fonte Nova, Goiânia (GO)
Foto: Sarah Alice Borges
Fapcen, Balsas (MA)
Cachoeira Santa Bárbara, Riachão (MA)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Sítio Represa, Cidade de São Paulo (SP)
Foto: Renata Akursu
Foto: Anna Letícia Azevedo
BR-230,Estreito (MA)
Poço Azul, Riachão (MA)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Botão de Girassol Setor Industrial, Balsas (MA)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Foto: Anna Letícia Azevedo
Condômino Maravilha, Balsas (MA)
Praia do Indaía, Bertioga ( SP)
Foto: Anna Letícia Azevedo
Foto: Anna Letícia Azevedo
Foto: Lucas C.
Praia do Indaía, Bertioga ( SP)
Foto: Lucas C.
Praia Principal, Jericoacoara (CE)
Praia Principal, Jericoacoara (CE)
Créditos: Canva
Textos e Diagramação
Amanda Chaves Goiânia-GO
Andresa Cardoso Montalvânia-MG
Anna Letícia Azevedo Balsas-MA
Gabriel Antonelly Silvânia-GO
Gabriela Diniz
Guilherme Américo
Aparecida de Goiânia-GO
Goiânia-GO
Guilherme Martins
Isadora Fernandes
Goiânia-GO
Goiânia-GO
Jhady Moura Goiânia-GO
Junia Gabriela
Larissa Gonçalves
Aparecida de Goiânia-GO
Aparecida de Goiânia-GO
Lavínia Dornellas Goiânia-GO
Letícia W.
Lucas C.
Goiânia-GO
Senador Canedo-GO
Milson dos Santos Goiânia-GO
Rainne Alexandra
Renata Akutsu
Goiânia-GO
Jaboticabal-SP
Sarah Alice Borges Goiânia-GO
Sofia Santiago
Vitoria Maria
Goiânia-GO
Goiânia-GO
Vinicius Borges Goiânia-GO
Orientação e Diagramação
Ana Luiza Abreu Goiânia
Parque Vaca Brava Goiânia-GO Foto: Sofia Santiago
Universidade Federal de Goiás Reitora: Angelita Pereira de Lima | Vice-Reitor: Jesiel Freitas Carvalho |Pró-Reitoria de Graduação: Jaqueline Araujo Civardi | Pró-Reitor Adjunto de Graduação: Israel Elias Trindade
Faculdade de Informação e Comunicação
Laboratórios e Coletivo Magnífica Mundi Site: magnificamundi.fic.ufg.br | Email: magnificamundiufg@gmail.com Faculdade de Informação e Comunicação – Universidade Federal de Goiás Campus Samambaia – Goiânia – GO – CEP 74001-970 – Caixa Postal 131
A revista Diários da Balbúrdia – tertúlias interioranas e da metrópole: O fim de um pesadelo é um Caderno Literário, estritamente didático-pedagógico (e sem fins lucrativos) da disciplina de Cibercultura, vinculada ao Portal Berra Lobo, no Curso de Jornalismo – da UFG
Revista Laborial do Curso de Jornalismo Nº06 | Ano 2| Março de 2022 | Goiânia-GO
EXPEDIENTE Textos, Edição e Ilustração Eletrônicas Amanda Cristina Brito Chaves, Andresa Cardoso dos Santos, Anna Letícia Gomes de Azevedo, Gabriel Antonelly de Sirqueira, Gabriela Gomes Diniz, Guilherme Américo Rodrigues, Guilherme Martins de Morais, Isadora Fernandes Machado, Jhady Vitória Pereira de Moura, Junia Gabriela Rodrigues Mateus, Larissa Gonçalves de Oliveira, Lavínia Dornellas Valadão, Letícia Carvalho Veloso de Viana, Lucas Caetano Alves Pereira, Marcos Vinicius Oliveira Borges, Milson Tulle Cardoso dos Santos Júnior, Rainne Alexandra Gomes Guimarães, Renata Silva Akutsu, Sarah Alice Borges dos Santos Pereira, Sofia Santiago de Castro e Vitoria Maria dos Santos. Jornalista e Professor Responsável Nilton José dos Reis Rocha (Registro: GO 00299 JP) Coordenação Gráfica e Monitoria Ana Luiza Abreu Edição Geral (pré-edição e revisão) Amanda Cristina Brito Chaves, Ana Luiza Abreu, Ana Letícia Gomes de Azevedo, Maria Teresa Pauleto do Prado, Nilton José dos Reis Rocha e Rainne Alexandra Gomes Guimarães. Proposta Editorial e Gráfica Letícia Silvestre, Júlia Barbosa e Nilton Rocha Capa Lucas Caetano Alves Pereira Contra-capa Anna Letícia Gomes de Azevedo Capas da Editorias Feitas no Canva Galeria de Fotos Anna Letícia Gomes de Azevedo e Renata Silva Akutsu, Redação Formato remoto: rede mundial de computadores e tantas casas Fora da pandemia: Laboratórios Integrados em Jornalismo Compartilhado Magnífica Mundi Faculdade de Informação e Comunicação, salas Campus II – UFG Telefone: (62) 3571-1097
Galo Vesgo Editorial/Portal Berra Lobo
Diários da Balbúrdia tertúlias interioranas e da metrópole
Campus II - UFG Foto: Anna Letícia Azevedo