Crescimento da Missão

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nº ANO 08 | Nº 45 | JUL/AGO | 12

IMPRESSO

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Crescimento da

MISSÃO

Igreja Adventista do Sétimo Dia celebra o progresso da última década e liderança sul-americana inaugura novas instalações da Casa Publicadora Brasileira, Rede Novo Tempo, Igreja Central de Sorocaba e APSo

Obsessão

compulsiva do TOC P. 18

Os riscos da

Obesidade

P. 22

Os benefícios da

Ministério dos

Pós-graduação

Surdos Adventistas

P. 32

P. 36






sumário

58

CAPA

Crescimento da missão Progresso. Eis uma palavra recorrente quando falamos do trabalho evangelístico desenvolvido pela liderança e pelos membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia espalhados pelo mundo. No Brasil, recentemente, quatro inaugurações trouxeram alegria e plena confiança na breve volta do Senhor Jesus.

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8 12 18 22 30 32 36 40 46 48

EDITORIAL Cartas Entrevista Pr. Rubens Lessa fala dos anos de trabalho junto à CPB Comportamento TOC: Obsessão Compulsiva Saúde Obesidade; Eficácia da Biomedicina Ortobiótica APS Agente multiplicador Educação O sucesso profissional na pós-graduação Especial A importância do Ministério Adventista dos Surdos Profissão Ortopedia: A locomoção humana em boas mãos Pé na Estrada Família, Turismo e Espiritualidade Evangelismo Levanta e entra na cidade

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52 54 56 68 72 98 102 106 110 114

apso Tatuí: Novo Tempo em canal aberto SEGURO S/A Embarque com o seguro de viagem CONTOS Um altar em cada lugar comuniqueação Propaganda de sucesso; Estratégia no evangelismo Fique por Dentro Confira as últimas notícias das associações Infantil Meu pai herói Seu Direito Um tapinha não dói? EVIDÊNCIAS Arqueologia do Antigo Testamento Aconteceu Comigo Filho de Deus e cidadão do mundo Reflexão Figueira sem figos

Diretor Executivo: Marcelo Inácio, Mtb 55.665/SP marcelo@maisdestaque.com.br | Diretor Comercial: Rafael Sampaio comercial@maisdestaque.com.br | Editor de Conteúdo: Tadeu Inácio, Mtb 57.630/SP redacao@maisdestaque.com.br | Assistente de Arte: Beatriz Marani arte@maisdestaque.com.br | Colaboradores: Francisca Pinheiro, Paulo Azevedo, J. Washington, Elias Morsch, Mariana Jósimo, Wendel Lima, Felipe Lemos e Ágatha Lemos.

PUBLICAÇÃO BIMESTRAL - Ano 8 - Nº 45 Julho | Agosto - 2012

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A Revista Mais Destaque é uma publicação da Seven Editora, preparada especialmente para o público cristão. O conteúdo dos artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista, cujo espaço preza pela liberdade de expressão e pluralidade de ideias. Permitida a reprodução desde que seja citada a fonte e esta nota seja incluída.



editorial

Progresso no

cumprimento da missão Muitas coisas positivas vêm à mente quando falamos em algo relacionado ao termo progresso. No dicionário, podemos encontrar algumas definições: “marcha ou movimento para diante; curso, seguimento de uma ação de eventos, do tempo etc; e adiantamento cultural gradativo da humanidade”. Este último sinônimo, por sinal, consegue traduzir de uma forma mais condizente o que podemos notar nesses últimos anos no crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A capa desta edição traz excelentes “boas novas” a todo e qualquer cristão. Esse último trimestre significou muito para a organização da igreja, principalmente para três importantes ministérios: Casa Publicadora Brasileira (CPB), Rede Novo Tempo de Comunicação (NT) e a Associação Paulista Sudoeste (APSo). Por meio de todo esse crescimento, seja na qualidade dos serviços prestados ou no quesito infraestrutura, é possível ratificar o momento positivo de toda a igreja (bem como fora divulgado na última Conferência Geral, em 2010, nos EUA). Como não poderia deixar de ser, ocasiões importantes como essas citadas merecem tamanho destaque e repercussão. Por meio de ações precisas e muita determinação por parte das respectivas administrações, o trio CPB, NT e APSo inaugurou recentemente importantes obras no Estado, que, unidas, representam o reflexo do avanço da missão nos confiada por Jesus Cristo. A reinauguração da editora da CPB na cidade de Tatuí; a apresentação das novas instalações da NT, em Jacareí; e a inauguração da nova sede administrativa da APSo e da IASD Sorocaba Central devem ser celebradas como ferramentas que colaboram no anúncio que brevemente Ele voltará. Glória a Deus! Como de costume, seria um erro de minha parte não citar o complemento deste exemplar. Confira também em nossas páginas seções especialmente preparadas, que abordam conteúdos referentes a comportamento, testemunho, saúde, educação, reflexão, entrevista... E muito mais. Toda a equipe MD sente o bom momento e esperamos que nosso trabalho consiga contribuir em sua vida de alguma forma. Tenha uma excelente leitura e continue nos prestigiando.

divulgação

Marcelo Inácio

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marcelo@maisdestaque.com.br

destaque-se “O texto que abordou o ‘domínio absoluto do UFC’, na última edição, trouxe à tona muitos questionamentos interessantes a qualquer cristão. Não apoio a prática ou a audiência desses grandes eventos. Sou a favor do esporte e da competitividade, porém, sempre com muito respeito.” Hugo Coimbra - autônomo

“Gostei da abordagem da revista no tema Equoterapia. Eu já tinha ouvido falar, pois um familiar do meu esposo já havia sido submetido a esses tratamentos. Torço para que mais pessoas possam conhecer todos os benefícios dessa verdadeira maravilha.” Jeane Teixeira - vendedora

“A cada edição fico mais feliz e satisfeita pelo trabalho desenvolvido nas Associações de nossa igreja, principalmente no Estado de São Paulo. É um prazer acompanhar as notícias e os novos projetos. Tenho a convicção de que os esforços contribuem para abreviarmos a volta de Jesus nesta Terra.” Sara Arruda - fisioterapeuta

“Foi muito bom ler as histórias dos sete personagens na última capa da MD. Conhecer mais sobre a vida de Milton Afonso e Cid Moreira, por exemplo, significou muito para mim.” Róbson Cera - estagiário de Jornalismo

Participe da Revista Mais Destaque: Envie-nos seu comentário, sugestão ou crítica via email ou Twitter: redacao@maisdestaque.com.br twitter.com/maisdestaque



o d o ã ç a r o m e m Co a t is v e r a d o i r á 9º anivers e u q a t s e D is a M

z o V a v o N o p Musical: Gru ma U “ D V D o d o t n Lançame raíba a P o d le a V o n Geração”


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Teatro UNIVAP (Escola de Direito) Praça Cândido Dias Castejón, 119 Centro - São José dos Campos (SP)

Barros e d o n ta n o M Pr. atual z da Profecia e o (Ex-orador da V e ciação do Rio d o ss A a d te n e presid Janeiro - ARJ)

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entrevista

redação md | FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

“Minha satisfação

é ver mudanças na vida dos leitores”

Quase 40 anos dedicados ao evangelismo na Casa Publicadora Brasileira (CPB) Natural de Anápolis (GO), Rubens da Silva Lessa é filho de José da Silva Lessa e de Elvira Porto Lessa. Nascido em 24 de maio de 1937, é casado com Charlotte Fermum Lessa. O casal tem três filhas - Cláudia, Márcia e Kathia - e dois netos - Yasmin e Jonathan. Rubens iniciou sua carreira ministerial como pastor distrital na cidade de Belém (PA). Em seguida, exerceu a mesma atividade no Amapá. Como líder regional, atuou nos departamentos de Jovens, Educação, Saúde e Liberdade Religiosa da antiga Missão Adventista Baixo-Amazonas. Foi missionário. Em 1973, recebeu chamado para trabalhar na CPB, ainda em Santo André (SP), dando início às suas atividades editoriais. Em 1978, passou a ocupar os postos de redator-chefe da CPB e editor da Revista Adventista. Rubens é autor de alguns livros. Entre eles, Diagnóstico e Remédio (1982); Livre Para Viver (1992); Casa Publicadora Brasileira - 100 Anos (2000), um histórico sobre o centenário da Editora; Meditações Diárias para o ano 2000, sob o título A Esperança do Terceiro Milênio; e, mais recentemente, Alimento para o Coração (2007). Formado em Teologia (no Instituto Adventista de Ensino), Jornalismo (na Cásper Líbero) e Mestrado em Divindade (na Andrews University - EUA), é membro da igreja do bairro Inocoop, na qual exerce as funções de ancião e líder do Departamento de Lar e Família. Pastor, desde quando você é adventista? Nasci em 1937 e meus pais foram batizados no ano seguinte. A expressão ‘adventista de berço’ não é fruto de genética, mas de uma vida de obediência aos ensinos bíblicos transmitidos pelos pais e aceitos pelos filhos.

Como profissional de comunicação, o que significa contribuir para a propagação do evangelho? Significa trabalhar em parceria com Deus. Obviamente, há muitos projetos importantes e indispensáveis neste mundo, mas nada se compara à divulgação do evangelho, que é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). Com quase 40 anos de atividade editorial, tenho observado a influência construtiva e transformadora da literatura cristã na vida de milhares de pessoas. Isso é gratificante. O que representou cursar Jornalismo anos após concluir o curso de Teologia? Aprendi a me comunicar com mais objetividade e clareza. Francisco Gaudêncio Torquato, hoje cientista político, foi um de meus professores na época. Certa vez, ele disse aos alunos: “A arte de comunicar consiste em descomplicar as coisas”. A mensagem da igreja deve ser apresentada sem as complicações próprias das linguagens acadêmicas ou teológicas.

Quais as maiores lições adquiridas ao longo de sua experiência junto à Organização Adventista? Pude aprender inúmeras lições, mas nem sempre consegui colocá-las em prática. Vou citar algumas: nosso modelo é Cristo, e não o homem; a força de um homem não consiste nas emoções 12 REVISTA MAIS DESTAQUE

e sentimentos que o dominam, mas no poder que o ajuda a subjugar o eu; conhecimento é importante, mas sabedoria é melhor; a ordem é a primeira lei do Céu; o exercício do poder não nos autoriza a cometer injustiça; o líder cristão precisa atuar como servo; a pessoa que pratica a regra de ouro (Mateus 7:12) deve se recusar a dizer ou fazer qualquer coisa que prejudique a si mesma ou as outras; os homens passam, mas obra de Deus continua. Qual é a importância da família em toda essa história? A família é o laboratório das virtudes. Quando ela não cumpre esse papel, cabe à igreja e à escola redobrar os esforços para suprir as lacunas. Mas nem sempre isso é possível, tal a importância da “célula-mãe da sociedade”. Quando estudei em colégios adventistas, percebi que estava predisposto a aceitar as boas orientações em níveis mais complexos da vida. Portanto, toda família bem estruturada é plataforma para uma vida de sucesso.

Como ocorreu sua história junto à CPB? Embora eu não soubesse disso, minha preparação para trabalhar na editora teve início durante o curso de Teologia, no então Instituto Adventista de Ensino, atual Unasp, campus de São Paulo. Minha participação em revistas e jornais estudantis foi observada por alguns professores “olheiros” da CPB. Quando concluí o curso de Teologia, o professor Siegfried Kümpel me disse que um dia eu seria chamado para ser editor. Como, porém, meu desejo de trabalhar como missionário na Amazônia era mais forte, não dei atenção ao que ele disse, mas, após cinco anos de atividade ministerial, fui chamado para atuar como editor. Faz 39 anos que essa história começou, mas ainda me considero um eterno aprendiz.


A família é o laboratório das virtudes. Quando ela não cumpre esse papel, cabe à igreja e à escola redobrar os esforços para suprir as lacunas (Pr. Rubens Lessa)

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Como você avalia o trabalho e o desenvolvimento da CPB em todo esse período? A palavra que melhor define é extraordinário. Isso é fruto da ajuda divina, de líderes competentes, espírito de equipe e desenvolvimento tecnológico. Quando cheguei à editora, os sistemas eram rudimentares e todos os processos gráficos eram lentos em demasia, mas, com o advento do computador e de equipamentos de ponta, houve uma revolução em tudo. Os administradores souberam investir na modernidade e, hoje, a CPB ocupa um lugar de honra no conglomerado de editoras do país. Além da modernização do parque gráfico, investiu-se muito na preparação de editores e técnicos. Como resultado, das 62 editoras adventistas ao redor do mundo, a CPB é a primeira em produção e vendas. Além disso, existe um casamento quase perfeito entre a editora e a igreja.

Enxergo como desafio cumprir a missão de anunciar o Evangelho em três áreas fundamentais: salvação, saúde e família

Atualmente, como é a sua rotina profissional? Inicio minhas atividades logo após o culto, que é realizado na capela da editora. Portanto, antes de transpirar, recebo inspiração. Em seguida, observo o andamento dos trabalhos na Redação, atendo colegas na minha sala ou na sala deles, procurando motivá-los e orientá-los, participo de reuniões administrativas, respondo a um número muito grande de emails e telefonemas de nossos leitores e líderes, executo trabalhos diversos e ainda edito a Revista Adventista. Quais são suas principais atribuições? Coordeno a Gerência de Redação. Isso envolve preparo e orientação dos editores, atribuição de funções e tarefas, defesa dos princípios norteadores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, acompanhamento do cronograma de produção, avaliação de artigos e originais de livros por meio de comissões e reuniões de pauta. Muitas dessas tarefas são delegadas a colegas competentes, com acompanhamento discreto, mas atento. Além disso, sou editor da Revista Adventista e atuo como membro da Comissão Interna e da Comissão Administrativa da CPB.

Qual a maior satisfação e o maior desafio em seu trabalho? Minha satisfação é ver mudanças na vida dos leitores. Por outro lado, enxergo como desafio cumprir a missão de anunciar o evangelho em três áreas fundamentais: salvação, saúde e família. Quais os períodos vividos que mais lhe trazem boas lembranças? Por quê? O tempo em que trabalhei como missionário no Pará e no

Amapá (região Norte do Brasil), pois vi muitas pessoas se entregarem a Cristo. Na CPB, ocorreram algumas mudanças causadas pelo desenvolvimento tecnológico, o que facilitou uma maior produção de livros e revistas. Além disso, destaco outros itens, como o excelente relacionamento entre a editora e a igreja nos últimos 15 anos, a produção de livros didáticos para o Ensino Fundamental e Ensino Médio, a tradução e produção (em processo) do Comentário Bíblico Adventista, poder acompanhar o desenvolvimento de novos talentos na Redação, e ser informado em várias ocasiões sobre o retorno de ex-adventistas para a igreja, como resultado da leitura de um artigo ou livro.

Em relação à Casa Publicadora, quais os principais objetivos para o segundo semestre de 2012? Nosso diretor-geral, o pastor José Carlos de Lima, poderia falar com mais propriedade sobre as metas para o segundo semestre. Mas vou mencionar algumas: lançar o terceiro volume do Comentário Bíblico Adventista, completar o quadro de editores, lançar mais livros de referência, melhorar o Portal da Educação Adventista e entrar na fase de produção de livros digitais. Os novos tempos exigem e a CPB não pode vacilar nesses aspectos. Valendo-se de sua experiência, você pensa em usar, por exemplo, a internet para disseminar ainda mais a mensagem adventista? Isso faz parte dos meus sonhos. Creio que eu seria omisso se não me valesse de um ou dois recursos da mídia virtual para pregar o evangelho e orientar os que precisam de ajuda. Não pretendo chorar quando me aposentar; quero vender lenços. Quais são seus planos pessoais para o futuro? Não tenho grandes ambições, a não ser permitir que a graça divina me refine e prepare para o dia da volta de Jesus. Mas, se Deus me der vida e energia, quero escrever livros e artigos, fundar um instituto para ajudar famílias com problemas e, acima de tudo, cuidar da minha própria família, com a qual desejo viver no Céu.

Deixe uma mensagem aos leitores da MD. Gosto muito do seguinte pensamento de Ellon Foster: “Pensa nas palavras Deus, momento e eternidade. Um Deus que te vê, um momento que foge de ti, uma eternidade que te aguarda. Um Deus a quem serves tão mal, um momento do qual tiras tão pouco proveito e uma eternidade que arriscas tão irrefletidamente.” REVISTA MAIS DESTAQUE 15




comportamento

TADEU INÁCIO

OBSESSÃO

Compulsiva Ideias e imagens invadem a mente da pessoa sem que ela queira. Quando e de que forma o Transtorno ObsessivoCompulsivo (TOC) age nas pessoas Lavar repetidamente mãos, roupas e objetos; banhos prolongados; testar ou examinar várias vezes se as portas estão trancadas, se o gás está desligado, se as janelas estão fechadas; observar se há simetria na arrumação de objetos, se está tudo em perfeita ordem, tudo no lugar certo. Ufa! Só de enumerar alguns sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) já percebemos a dificuldade vivida pelas pessoas portadoras deste problema. Esse não é apenas um pensamento singular. Atitudes que se repetem constantemente. O TOC é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais” da Associação de Psiquiatria Americana, que se caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Segundo recentes estudos, o transtorno acomete aproximadamente 2,5% da população mundial e surge em maior escala a partir da infância e adolescência, sendo raro aparecer após os 40 anos de idade. Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa sem que ela queira. A situação nos remete a um disco riscado, que se põe a repetir sempre no mesmo ponto da gravação. Assim, ele “patina” dentro da cabeça, e o único jeito para se livrar do incômodo por algum tempo é realizar o ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas. Elas ajudam a aliviar a ansiedade. Mistura de medo e insegurança que atinge as pessoas mais próximas. Muitos portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer. Contudo, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a ser agravada à medida que são realizados os rituais, podendo se transformar em um obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira. 18 REVISTA MAIS DESTAQUE

De acordo com Paulo Azevedo, psiquiatra do Hospital Adventista de São Paulo (HASP), “à medida que se perceba que esteja acontecendo ruminação de pensamentos ou de atividades compulsivas, deve-se ficar atento para procurar atendimento ao caso na eventualidade da persistência dos sintomas observados.” As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Porém, especialistas atestam que se trata de um problema multifatorial. Alguns estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade. Certas características também podem contribuir para que o paciente apresente alguns sintomas. “Estado de ânimo diminuído, reação frente a problemas cotidianos como ser criticado, ficar doente, medo de rejeição, dificuldade de tomar decisões, incapacidade de relaxar, excesso de responsabilidades e doença de um familiar”, enumera o psiquiatra. Por outro lado, deve-se mencionar que a etiologia (ciência da causa) do TOC permanece sendo um enigma até o momento. Além de causas ambientais ou circunstanciais, fatores biológicos podem estar envolvidos da mesma forma. Além disso, duas situações podem colaborar para a identificação dos sintomas. A primeira é se a pessoa supervaloriza a importância dos pensamentos, como se o pensar fosse o mesmo que agir. A segunda acontece quando a pessoa passa a se importar em demasia com alguns riscos e consequentes possibilidades de ocorrerem efeitos desastrosos em sua vida.

Frequência e Tratamento Preste atenção, pois só são consideradas portadores de TOC pessoas que possuem comportamentos obsessivos e compulsivos que atingem gravidade suficiente para interferir na vida cotidiana. Elas não devem ser confundidas com um grupo muito maior de indivíduos que costumam ser chamados de “compulsivos” por se aterem a um elevado padrão de desempenho em seu trabalho e até mesmo em atividades de lazer.


Divisão Compulsiva • Pensamentos obsessivos: Compreendem ideias, imagens ou impulsos que surgem na consciência de forma repetitiva e estereotipada, causando sofrimento ou repugnância por se referirem a temas violentos, obscenos ou por serem percebidos como irracionais e contrários. Ocorrem espontaneamente e interferem no fluxo normal do pensamento ou nas atividades do momento.

divulgação

Os sintomas do TOC podem ser divididos em:

PAULO AZEVEDO é pastor jubilado da IASD e psiquiatra do HASP

• Comportamentos compulsivos: Procedimentos repetitivos e intencionais executados sempre da mesma maneira. Os principais tipos de compulsão incluem os rituais de: - Limpeza e descontaminação: lavar repetidamente as mãos, roupas e objetos; banhos prolongados; - Verificação: testar ou examinar repetidamente se as portas estão trancadas, se o gás está desligado, se as janelas estão fechadas etc; - Organização: observar se há simetria na arrumação das coisas e objetos, se está tudo em perfeita ordem, tudo no lugar certo; - Colecionismo: amontoar jornais e revistas, roupas velhas e demais inservíveis. Os dois primeiros têm maior incidência na população brasileira.

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comportamento Geralmente, o portador do distúrbio recebe o diagnóstico e inicia o tratamento apenas nove anos depois dos primeiros sintomas terem se manifestado. Por isso, o maior diagnóstico entre os adultos, embora o TOC também possa acometer crianças a partir dos três ou quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. Já no final da adolescência, é possível afirmar que o número de casos é igual entre os sexos. De acordo com a enciclopédia disponível no site do doutor Drauzio Varella, existem dois modelos de tratamento: o medicamentoso e o não medicamentoso (os antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina e a Terapia Cognitivo-Comportamental-TCC, respectivamente). “Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem terapêutica”, informa o site do cancerologista. Dando sequência a esse raciocínio, o doutor Azevedo destaca que os tipos de tratamento mais empregados são: psicofarmacológico, psicofarmacológico conjugado com psicoterápico, e psicoterápico. Eles variam conforme o caso e a aceitação do paciente. “No psicofarmacológico utiliza-se

preferencialmente a clomipramina e os ISRS (inibidores seletivos de recaptação da serotonina). A clomipramina se destaca como uma substância mais eficaz. Pacientes que eventualmente não aceitem o tratamento psicofarmacológico, têm a alternativa de utilizarem a TCC, mas o tratamento conjugado é o que traz maiores resultados”, acrescenta. Vinte por cento dos pacientes têm remissão completa. Para os demais, o TOC pode ser controlado e amenizado. Exercícios físicos também são úteis, bem como realizar atividades que a pessoa goste, ajudando a tirar a pessoa do foco do TOC. É sempre importante esclarecer ao paciente e à sua família sobre as características da doença. Quanto mais a par estiverem do problema, mais eficaz será o tratamento. “Certas atitudes por parte das pessoas mais próximas ao paciente colaboram no tratamento: encoraje-o a enfrentar as situações que costuma evitar e a abster-se de executar rituais; lembre-o que a aflição passa e, geralmente, desaparece rápida e naturalmente; responda às perguntas do paciente uma única vez; use lembretes com bom humor para descontrair; não ofereça reasseguramentos e tenha paciência”, informa o doutor Azevedo.

Os exercícios em busca de uma vida mais harmoniosa deve começar pelo comprometimento diário. Aumentar a autoestima e tentar pensar o mais racionalmente possível sobre aquilo que se pretende fazer ou em que esteja refletindo são maneias de combater esse problema. Vilão escolar Não existe distinção de local. Sendo assim, o TOC pode ocorrer tanto em casa como na escola. No entanto, a disfunção pode se manifestar de formas diferentes variando de acordo com o local. Uma criança que executa rituais compulsivos em casa pode não apresentar esses sintomas na escola. Como por exemplo: ela pode sentir medo de que alguém possa invadir a sua casa e prejudicar alguém na família. Deste modo, existe a possibilidade de ela insistir verificar se as portas e janelas estão realmente trancadas (ou pedir aos pais para verificar as fechaduras mais de uma vez). Contudo, na escola, essa mesma criança pode não apresentar evidências deste comportamento obsessivocompulsivo.

Recomendações Necessárias às crianças Elas podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre normalidade e TOC é muito tênue; Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a ansiedade; O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento; Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença. Fonte: drauziovarella.com.br

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saテコde

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TADEU INテ,IO


Equilíbrio alimentar

para fugir da

obesidade Um em cada 12 habitantes do planeta sofre com o excesso de peso; quase 3 milhões de mortes por ano no mundo

U

m dos problemas de saúde que mais cresce no Brasil e no mundo atende pelo nome de obesidade. A cada ano, as pesquisas do setor concluem que o número de pessoas que sofrem com essa situação cresce em passos acelerados. O problema passa a existir quando ocorre a acumulação excessiva de gordura no corpo. De uma forma generalizada, a obesidade surge no organismo de alguém quando a quantidade de gorduras ingeridas é muito superior às gorduras queimadas. O fato disso acontecer, porém, tem inúmeras causas, algumas delas nem sequer estão ligadas à alimentação. Entre os fatores, estão aspectos genéticos, ambientais, psicológicos e até sociais. Devido à grande preocupação, muitos estudos são realizados em todo o mundo visando uma melhor compreensão. Em um deles, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que uma em cada 12 habitantes do planeta sofre com o excesso de peso. A OMS alerta que, além dos problemas da obesidade, como a mobilidade reduzida, por exemplo, a gordura também acaba se tornando responsável pelo desencadeamento de outros problemas de saúde, tais como diabetes, doenças do coração e até mesmo alguns tipos de

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saúde

câncer. Há uma estimativa de que, anualmente, aproximadamente três milhões de pessoas morram por causa de problemas relacionados ao sobrepeso no mundo. A situação exige políticas públicas precisas. Um país de obesos? Parece que sim, infelizmente. Só para termos uma ideia da atual situação no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o excesso de peso e a obesidade aumentaram consideravelmente nos últimos seis anos. Um recente levantamento realizado apontou que a proporção de pessoas acima do peso avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. O estudo ainda mostrou que a incidência do problema é maior entre os homens. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Agora, as proporções subiram para 52,6% e 44,7%, respectivamente. O crescimento vem de algumas décadas e remete à mudança no padrão de vida do brasileiro. Estima-se que, se esse crescimento continuar progredindo nessa escala, em 2014, a maior parte da população estará acima do peso. Preocupado com o atual cenário e com o que ainda está por vir, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou ao site oficial do Governo Federal que o resultado desses levantamentos mostra alguns pontos, sobretudo a necessidade de continuar investindo em ações preventivas. “Conseguimos resultados que permitem aprimorar nossas políticas públicas, que são essenciais para prevenir uma geração de pessoas com excesso de peso”, disse. Mas se engana quem pensa que esse seja um fenômeno exclusivamente brasileiro. Muito pelo contrário. A mesma situação tem sido observada na maior parte dos países desenvolvidos ou daqueles que vêm ganhando força econômica. Segundo alguns historiadores, desde o impulso da Revolução Industrial, ocorrido no século 18, quando o açúcar passou a dominar a dieta da grande maioria dos trabalhadores europeus e americanos, a população mundial não parou mais de ganhar peso.

Principais causas

Antes de qualquer coisa, é necessário salientar que a obesidade não tem um caráter hereditário. Muitos estudos já foram desenvolvidos a esse respeito, mas nenhum deles conseguiu confirmação científica desta premissa. No entanto, fica evidente que a convivência regular com uma pessoa obesa fará com que as probabilidades de adotar o mesmo tipo de hábitos que ela, incluindo até na alimentação, aumente. O ambiente social em que se está inserido constitui também um dos fatores para o surgimento da obesidade no organismo. Portanto, evite mu-

danças drásticas de hábitos alimentares e não permita qualquer influência. Além de fugir de toda e qualquer maneira do sedentarismo, é necessário aprender a escolher as refeições de acordo com as suas necessidades. Aproximadamente 10% da causa de obesidade é genética, ou seja, um caráter imutável. O restante corresponde aos hábitos alimentares e alterações do padrão de vida. Alimentação com excesso de calorias (dominada pelo açúcar e pelas gorduras) e o sedentarismo constituem as principais causas para os quilos a mais de nossa população. Isso sem falar do aumento no consumo do fast-food. Alimentos rápidos, práticos, mas que não contêm nutrientes. Por sinal, muito pelo contrário: excesso de calorias e gorduras saturadas. Tudo isso representa um veneno para o organismo, que passa a acumular seu quantitativo excedente em vários tecidos. Em muitos casos, a comida é vista como uma fuga a certas emoções sentidas no momento. Isto é, uma relevante parcela de pessoas que estão acima do peso apresentam alguns problemas psicológicos. Quando se sentem tristes, confusas ou nervosas, passam a ingerir uma grande quantidade de alimento. Especialistas afirmam que quando a ingestão de comida se torna um ato mecânico, quase que involuntário, é sinal que a obesidade está próxima. Contudo, existem ainda outras causas que podem levar à obesidade ou simplesmente ao excesso de peso, como o hipertiroidismo, a síndrome de Cushing, a depressão e outros problemas neurológicos. Há ainda alguns medicamentos que têm como efeitos secundários ganhar peso, mesmo sem mudar o seu tipo de alimentação ou a quantidade. Nesses casos, é importante que o médico da família tenha conhecimento da situação o REVISTA MAIS DESTAQUE 25


saúde quanto antes para trocar o medicamento e evitar o problema que se avizinha. Muito tem sido feito e falado sobre a obesidade e suas complicações, mas o modelo de vida importado dos americanos tem contribuído para o aumento dos níveis de triglicerídeos e o excesso de gordura corporal. “Na verdade, faltam programas que estimulem a população a implementar uma dieta saudável e menos calórica. Além disso, os exercícios são muitas vezes vistos como meios para atingir o bem-estar estético e não como uma maneira de evitar doenças impactantes sobre o organismo”, analisa o médico neurologista Vanderson Carvalho. Buscar uma vida saudável não é fácil em nossa sociedade. “É muito mais atrativo pedir uma coxinha do que um prato de salada em um restaurante. Investir no equilíbrio entre a dieta, o exercício físico e hábitos saudáveis de vida parece ser a receita mais fácil e inteligente de viver mais e melhor. Certamente, isso seria menos penoso do que investir no tratamento das complicações que esses hábitos em excesso podem acarretar a longo prazo”, complementa o médico.

Riscos

Os problemas não se apresentam apenas na questão estética. A obesidade é uma doença crônica e deve ser tratada como tal. Associa-se ainda a um grande número de co-morbilidades, assim como uma redução da esperança de vida, o que faz merecer toda a atenção dos técnicos de saúde. As possíveis complicações estão diretamente relacionadas com a distribuição de gordura no organismo e originam um conjunto de problemas em vários níveis. A obesidade é um forte fator de risco à saúde e tem relação com altos níveis de gordura e açúcar no sangue, excesso de colesterol e casos de pré-diabetes. Pessoas obesas também têm mais chance de sofrer com doenças cardiovasculares, principalmente isquêmicas (infarto, trombose, embolia e arteriosclerose), além de problemas ortopédicos, asma, apneia do sono, tipos de câncer, esteatose hepática e distúrbios psicológicos. Some-se a isso uma série de doenças graves, como infarto do miocárdio, AVC e hipertensão arterial.

Pesquisa relaciona câncer de pele à gordura abdominal Durante experimentos com camundongos, pesquisadores da Universidade Estadual de Nova Jersey (EUA) perceberam que a remoção cirúrgica de gordura abdominal diminuiu as chances de surgimento de câncer de pele causado por exposição a raios ultravioletas em quase 80% dos animais. Fonte: Revista Exame

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Como? combater

Médicos especialistas lembram que para evitar a obesidade e manter a saúde em dia, o ideal é ter uma refeição balanceada e praticar exercícios físicos com frequência. Quem tem tendência a engordar ou já começou a perder o controle da balança, pode procurar ajuda com um profissional especializado no assunto, como um nutricionista ou até mesmo um médico endocrinologista. A reeducação alimentar é ponto fundamental para combater a obesidade. O processo compreende uma série de procedimentos que a pessoa tem que adotar para que o seu emagrecimento não seja em vão. Ou seja, para que mesmo depois de perder alguns quilinhos a mais não volte a ganhá-los repentinamente. Para a maioria das pessoas, essa é a fase mais complicada de todo o processo de emagrecimento, não só porque está ligada a hábitos adquiridos na infância, mas, porque a criação de novos hábitos de forma forçada, induzida, se torna mais complicada.

Esse tratamento não pode (ou deve) ser encarado como uma prevenção. A tomada de atitude permitirá que a pessoa evite testar constantemente novas dietas (que nem sempre têm o sucesso pretendido) para evitar ganhar peso. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, na reeducação alimentar é possível comer doces, porém, é imprescindível que a quantidade de alimentos ingerida seja levada à risca. Dedicação e disciplina não podem faltar em momento algum. Para tanto, existem algumas dicas para iniciar uma reeducação alimentar: • Evite usar todo o tipo de gorduras dos molhos industrializados; • Use pouco óleo, e sempre que possível substituí-lo pelo azeite; • Evite alimentos fritos; prefira alimentos grelhados ou cozidos; Hábitos para uma vida inteira. Mantenha sua dieta em perfeito equilíbrio e viva uma vida mais feliz, saudável e com uma maior autoestima.


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saúde

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a favor da saúde

O

ritmo de vida adotado pela sociedade do século 21 traz à tona o crescente número de problemas de saúde em toda a sociedade. O tempo escasso, a obrigação de cumprir muitos afazeres no dia a dia e a desatenção no quesito alimentação são pontos fundamentais para o surgimento do desequilíbrio, o que nos deixa vulneráveis a muitos problemas de saúde. É justamente aí, no processo da regeneração, que entra a eficácia da Biomedicina Ortobiótica. Muitas doenças causadas atualmente resultam desse desequilíbrio de cargas (nutrientes), que são fundamentais para enfrentarmos as diversas situações da vida. Com esse cenário, passamos a nos tornar vulneráveis e o surgimento das aberrações genômicas (também conhecidas como alteração do DNA), disfunções físicas ou mentais, podem aparecer. Para combater esse quadro, a Biomedicina Ortobiótica equilibra o homem no que diz respeito ao conjunto das leis físicas que regem a natureza, trabalhando o corpo, a mente e o espírito de forma sistêmica, em uma verdadeira associação mutualista (onde um favorece o outro). Entre outros exemplos, a eficácia desse tratamento pode ser ratificado na vida da dona de casa Adriana Ramos, 43 anos. Mãe de três filhos e membro da IASD há mais de 20 anos, ela tinha uma vida normal até meados de 2005. Em um certo dia, percebeu que algumas palavras aleatórias vinham à sua mente. “Gostar, flor, amor eram algumas delas”, revela. Ciente que algo estava errado, ela resolveu contar sobre o problema ao seu marido, Uiliton dos Santos. A situação foi piorando ao passar dos dias. Até chegar ao ponto de ela não conseguir mais realizar as atividades rotineiras do dia a dia, como cozinhar, lavar, passar roupa, arrumar a casa, cuidar dos filhos etc. Sua rotina, pouco a pouco, passava a ser outra. Sua mente começou a “apagar” e ela não reconhecia mais seu esposo, seus três filhos, sua família. “Eu passei a falar e agir como criança, fazia minhas necessidades na roupa, chamava meus filhos Confira também: www.pallonesites.com.br (Ideias Criativas) www.adventistafm.com (A sua rádio online)

SXc

O EQUILÍBRIO

para brincar comigo e não saía mais de casa”, lembra. Preocupado, o marido a levou ao hospital. Depois da primeira consulta, os médicos diagnosticaram um quadro de depressão profunda e receitaram antidepressivos. Porém, a situação não melhorou nem com o uso dos remédios. O doutor responsável pelo caso chegou a afirmar que se tratava de uma loucura, e que Adriana representava um perigo à família. Segundo o médico, ela deveria ser internada e “esperar pela morte”. Inconformado, o marido preferiu buscar outros médicos e encontrou na igreja uma solução para o problema. Seu amigo Roberto, membro da IASD de Mauá, conhecia o trabalho do biopsicanalista Rui Pallone e o indicou à família para averiguar o caso. No entanto, a situação financeira da família era um grande empecilho. Ciente disso, Roberto contou com a colaboração de alguns membros da igreja para captar recursos. Na primeira visita, Pallone conversou com o casal. Porém, como estava sem consulta agendada, pediu para o esposo deixá-la no consultório no dia seguinte, em tempo integral. “Rui Pallone conversou comigo durante o dia inteiro. Ele me perguntava sobre a minha história de vida, meu passado, meu presente, e buscava salientar as minhas qualidades como pessoa”, conta. “Às 16h, quando o meu marido foi me buscar, eu já o reconheci”, emenda. Pallone informou ao marido que realmente tratava-se de um desequilíbrio neuroquímico (profunda depressão), mas que seus métodos iriam solucionar o problema e estabilizar a vida de Adriana. Uma dieta alimentar foi elaborada e demais procedimentos foram passados. “A primeira coisa que me chamou a atenção foi que ele pediu para que eu parasse de consumir pão sovado”, diz. Assim, as coisas na vida da dona de casa passaram a se estabilizar. Alguns dias se passaram (o chamado metro de quarentena, de 126 dias), ela retornou ao consultório e foi informada que estava curada. “Lembro-me de poucas coisas daquele período”, comenta. “Hoje sou uma pessoa plenamente recuperada graças ao trabalho de Rui Pallone”, conclui.

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aps

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Agente

Multiplicador

Realizar visitas à comunidade, estudar a Bíblia e oferecer suporte contínuo aos interessados em aprender mais sobre a Palavra. Estas são algumas das inúmeras atividades promovidas pelos líderes e membros adventistas comprometidos com o trabalho missionário. Neste contexto, a Igreja Adventista do Sétimo Dia trabalha em diversas frentes de ação: pequenos grupos, classes bíblicas, duplas missionárias, discipulado, entre outras. Por isso, a necessidade desse ministério contar com o envolvimento e preparação por parte dos voluntários. Segundo dados atualizados da União Central Brasileira (UCB), no Estado de São Paulo, mais de três mil classes bíblicas funcionam com eficiência, enquanto 12 mil duplas missionárias estão espalhadas pelas ruas e sete mil pequenos grupos desenvolvem o trabalho evangelístico e contínuo junto à sociedade. A expectativa é formar novos grupos de colaboradores para que a mensagem cristã seja espalhada ao maior número de pessoas possível. Compostos por membros que realizam reuniões semanais em casas ou condomínios e apresentam os ensinamentos da Bíblia em bairros sofisticados ou pouco abastados, os pequenos grupos têm promovido a integração entre homens e mulheres da comunidade. Esse trabalho que envolve o discipulado tem promovido grandes mudanças na vida de muitas pessoas. Como é o caso de Cícera dos Santos, que há seis anos passava por dificuldades em casa e problemas emocionais. Hoje tem novas perspectivas e testemunha os milagres realizados por Deus em sua vida. 30 REVISTA MAIS DESTAQUE

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Frentes de trabalhos missionários crescem no Estado de São Paulo e têm a liderança de membros da igreja e pessoas da comunidade

NOVA PERSPECTIVA Cícera dos Santos (foto) superou dificuldades em sua casa e problemas emocionais por meio do discipulado


Durante um período difícil de sua vida, Cícera conheceu Vasconcelos, um membro adventista. E, desde então, eles começaram a estudar a Bíblia. Após terminar os estudos, por uma eventualidade, Vasconcelos não pôde continuar as visitas. Foi neste momento que o líder da igreja de Vila Nova Cidade (zona Sul da capital paulista), pastor Jocimar Wruck, a convidou para iniciar uma nova série de estudos. A partir de então, a curiosidade em saber mais sobre a Palavra foi dando lugar às resistências que ela tinha a respeito de determinados assuntos e doutrinas da igreja. Enquanto buscava conhecimento embasado no Livro Sagrado, a aprendiz colocava em prática, no seu cotidiano, os ensinamento adquiridos.

Desafios

Cícera enfrentou dificuldades no trabalho por causa do dia de guarda. Seu horário foi alterado, tomando parte das horas sabáticas. Além disso, ela foi alertada que teria que pedir as contas e perder todos os benefícios se não obedecesse a ordem. No entanto, Cícera se manteve firme e convicta de sua decisão, mas, por conta das pressões sofridas no ambiente profissional, preferiu mudar de ofício. “No começo foi difícil. Mas assim que saí da empresa, a qual me dediquei por muitos anos, aceitei minha nova missão: evangelizar”, conta.

Decisão

Depois de tamanha fidelidade, em 27 de junho de 2010, ocorreu o batismo de Cícera, na Igreja Vila Nova Cidade. Este dia foi comemorado com muita alegria por amigos e familiares.

Discipulado

Com o apoio do pastor Jocimar e dos amigos, Cícera entendeu o verda-

deiro sentido do trabalho missionário. Animada, ela saía de porta em porta pela vizinhança oferecendo estudos da Bíblia e montou um pequeno grupo em sua casa, que reuniu 18 visitantes no primeiro dia. Foi por causa de sua persistência e amor pelo trabalho que muitos lares foram abertos e centenas de pessoas puderam conhecer a Palavra. Em menos de dois anos, 11 pessoas passaram a fazer parte da família adventista. Foi o caso de Valdirene Maria dos Santos, que hoje lidera um pequeno grupo.

Rotina

Pela manhã, antes de trabalhar, Cícera tem como hábito entregar livros, folhetos e DVDs, além de falar do amor de Deus às pessoas com quem tem contato pelo caminho. Após o trabalho, a missionária passa rapidamente em casa e logo sai para evangelizar.

Suporte aos missionários

Para que o trabalho desenvolvido pelos missionários seja eficaz e apresente resultados animadores, é necessário, além de comprometimento, amor e preparo. Com o propósito de capacitar e incentivar novos grupos, bem como motivar os voluntários mais experientes que atuam neste ministério, treinamentos e programas estratégicos e contínuos são realizados durante o ano com a distribuição de materiais que auxiliam no serviço. Foi no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, que cerca de sete mil pessoas, representando quatro campos administrativos da Igreja Adventista no Estado de São Paulo, participaram da programação e foram homenageadas pelo desempenho e conquistas alcançadas no primeiro semestre deste ano. Na ocasião, a multidão acompanhou a cerimônia do batismo - resultado do trabalho realizado pelos missionários como Cícera. “A Elizângela foi um fru-

Na Associação Paulista Sul, o trabalho missionário cresce a cada ano. Hoje, a Organização Adventista conta com o apoio de:

• 2.175 duplas missionárias • 1.123 pequenos grupos • 187 pessoas que realizam classes bíblicas Para fazer parte destes grupos, entre em contato com um líder do Ministério Pessoal ou Pequenos Grupos de sua igreja

to do trabalho da Cícera. Ela recebeu estudos bíblicos e foi batizada neste encontro. O que me deixa animado é o fator multiplicador desse serviço. As pessoas precisam entender que muitos ainda não conhecem o amor transformador de Deus. Por isso, a importância deste trabalho”, conta o pastor Edimilson Lima, líder do Ministério Pessoal, Escola Sabatina e Pequenos Grupos da Associação Paulista Sul.

DANÚBIA FRANÇA é jornalista da Associação Paulista Sul

divulgação

Apoio

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Esse trabalho que envolve o discipulado tem promovido grandes mudanças na vida de muitas pessoas

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Tadeu inácio

canstokphoto

educação

Mais próximo do sucesso profissional Cursos de PÓS-GRADUAÇÃO permitem ao estudante direcionar melhor a formação em uma determinada área. A tomada de decisão é importante para qualificação e prática no mercado

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A

exigência existente no mercado profissional atual representa uma necessidade de constante atualização e estudo para quem almeja o sucesso na carreira que escolher. Diferente de outrora, a graduação - simbolizada no recebimento do diploma - não corresponde mais a um passo certeiro, único, rumo ao sucesso e à independência financeira. Para percorrer o árduo caminho e alcançar o (esperado) momento de “sombra e água fresca” é preciso ir além. O ritmo acelerado e a disputa cada vez mais acirrada no mercado de trabalho fizeram com que a capacitação encontrada nos cursos de pós-graduação se tornasse fundamental para quem deseja e anseia por mais. A segunda década do século 21 nos apresenta um cenário diferente. É preciso se adequar às novas características de um “novo mundo”. Ou concordamos com este prisma ou ficamos para trás. Obviamente, isso pode não se encaixar devidamente em alguns casos. Afinal, não se trata de uma regra, ou seja, podem existir algumas exceções, sim. O evidente é que a experiência compreende um dos mais belos presentes proporcionados pela vida. Por meio dela, acumulamos conhecimento, recordações e, sobretudo, sabedoria. Os anos vividos e nossas relações - sociais, pessoais ou profissionais - são os ingredientes dessa rica mistura. Muitas empresas, no momento da abertura de determinada vaga, optam pelos candidatos que apresentam esse “algo a mais” no currículo. Segundo alguns especialistas da área de Recrutamento e Seleção, esse curso de especialização se tornou a busca de inúmeros profissionais para vencerem tamanha concorrência. Aumentar o salário, se atualizar, mudar de profissão, fazer contatos. Vários motivos podem fazer com que a pessoa opte pela decisão de cursar uma pós-graduação. Quando se colocam as mãos no diploma, contudo, o cumprimento dessas metas depende de ter traçado um plano claro e escolhido o curso mais apropriado ao perfil. Por isso, muitas instituições de ensino investem na empregabilidade de seus estudantes, por meio da oferta de cursos pautados nas exigências acadêmicas e nas aspirações do mercado de trabalho, além do incentivo à conquista de um lugar de destaque profissional. Quem faz um curso Lato Sensu - especialização, Master of Business Administration (MBA) ou Master of Business Information Systems (MBIS), orientados especialmente às demandas do mundo corporativo – tem mais chances de ascensão profissional.

As instituições adventistas, além do grande diferencial de filosofia, se destacam pela qualidade

Qualidade de ensino na Educação Adventista As instituições adventistas, além do grande diferencial de filosofia, vêm se destacando pela qualidade superior. “O curso de pós-graduação permite ao estudante direcionar melhor a sua formação em uma determinada área. Esse direcionamento é importante para qualificação e prática no mercado”. Os dizeres de Francisca Pinheiro, diretora de Pós-Graduação, coordenadora de pesquisa e professora do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), resumem bem a importância da especialização. Ela ainda REVISTA MAIS DESTAQUE 33


educação IAENE Atualmente, a instituição oferece mais de 20 cursos de especialização e MBA. A principal entrada para estes cursos - que se dividem na área de Administração, Educação, Saúde e Teologia - ocorre no mês de fevereiro. Todos os cursos têm inscrições abertas durante todo o ano, pois são divididos em módulos. Na área de Teologia, os cursos são realizados nas férias. Informações: www.adventista.edu.br

UNASP canstokphoto

Os programas de Pós-Graduação “Lato Sensu” no UNASP tiveram início em 1989, no campus de São Paulo. As turmas são abertas quando alcançam no mínimo 20 alunos. Os coordenadores atualizam o plano pedagógico de curso sempre que necessário e de acordo com as exigências do mercado. Informações: www.unasp.edu.br

explica que “cada curso procura trabalhar temas ligados à teoria e à prática, possibilitando que em pouco tempo o estudante se torne mais seguro e qualificado para atuar em determinada área profissional.” “O grupo Lato Sensu é caracterizado por um foco mais profissional, com a concentração reduzida na área de pesquisa científica”, informa o diretor de Marketing da Faculdade Adventista da Bahia (IAENE), Fábio Bergamo. Ele destaca a diferença entre esses cursos e aqueles oferecidos em outros níveis. “Já os cursos Stricto Sensu, que são os cursos de mestrado e doutorado, com um foco estritamente acadêmico, onde o trabalho final da pesquisa é uma dissertação (mestrado) ou uma tese (doutorado), compreendem trabalhos bem mais especializados e de caráter inédito”, acrescenta. Atualmente, os cursos de especialização do IAENE contam com aproximadamente 800 alunos. Boa parte deles são pastores se especializam para atender a igreja. Disciplinas mestras dentro de uma área com aulas que concentram atividades teóricas e práticas. Ainda no IAENE, por exemplo, se destacam os cursos da área de Saúde. “Neste caso, existem parcerias com grandes hospitais e casas de saúde, além dos cursos de educação e de administração, que vem sendo muito procurados”, relata Bergamo. “Talvez, o maior diferencial hoje de nossas instituições seja que nossas aulas não ocorrem às sextas à noite e aos sábados, como podemos notar na esmagadora maioria dos cursos existentes no país, que beira os 100%. Este fator faz com que ofereçamos oportunidades para os jovens de nossa igreja se capacitarem sem afetar de maneira nenhuma a fé e os ensinamentos contidos na Palavra”, complementa.

No desejo de formar tais profissionais, as instituições de ensino da Educação Adventista têm, ao longo do tempo, apresentado e disponibilizado cursos compostos por um corpo docente devidamente titulado, preparado, comprometido e com vivências necessárias ao enriquecimento das disciplinas e, por consequência, dos cursos. “Nossa missão é fortalecer o espírito de profecia e a investigação científica, tendo na humanização o foco das ações e atividades de pós-graduação no contexto dos valores cristãos. A excelência profissional é uma meta a ser alcançada”, resume Francisca.

Atenção antes de qualquer escolha

Diferente do que se imagina, a tal “qualidade” não pode ser mais tratada como diferencial, mas, sim, como ponto básico. Muitos cursos de pós-graduação espalhados por todo o Brasil são meros caça-níqueis e não oferecem qualidade mínima e, portanto, não devem ser nem considerados. “Minha dica é procurar por instituições que são diferenciadas na área de curso que você deseja. Se uma escola é boa na graduação, em determinada área, provavelmente terá qualidade também na especialização”, indica Bergamo. Além disso, pesquisa em fontes como revistas, jornais, sites especializados e também conversas com ex-alunos desses cursos podem ser úteis. Essas informações poderão contribuir na avaliação do curso, se é bom ou medíocre. Por todos esses motivos apresentados, fica evidente que o profissional que ter uma pós-graduação no currículo acaba fazendo a diferença, seja na hora de ocupar um cargo ou no momento de progredir em uma vaga já ocupada.

“Nossa missão é fortalecer o espírito e a investigação científica, tendo na humanização o foco das ações” (Prof. Francisca Pinheiro, do UNASP)

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especial

Tadeu inácio

Cabe a nós ouvi-los MÃOS USADAS PARA ORAR. “Os surdos tem uma língua e, através dela, devemos pregar a mensagem do terceiro anjo” (Pr. Edison Choque – DSA) 36 REVISTA MAIS DESTAQUE


“Certa vez, ao pedir para as pessoas darem as mãos para orar depois de uma mensagem proferida em uma reunião regional, recebi uma resposta que mostrou que eu estava sendo insensível, pois aquelas pessoas eram surdas. Uma pessoa que estava próxima me disse, gentilmente: ‘Nós não damos as mãos porque as usamos para orar. Em vez disso, às vezes, tocamos os pés uns dos outros como símbolo de unidade, enquanto uma pessoa usa as mãos para orar e o resto do nosso grupo observa.’” A história foi contada por Larry Evans - representante do Ministério Internacional para Surdos - e publicada recentemente pela Adventist World. Evans ainda afirmou que por mais de duas décadas tem aprendido gradualmente sobre essa cultura singular, cujo sentido de isolamento, exclusão e solidão passam despercebidos por viverem em um mundo de ouvintes. Essa experiência o fez crer que ainda há muito que aprender. Os relatórios atuais quantificam os surdos em uma faixa que varia entre 93 e 300 milhões em todo o mundo. Embora muitas pessoas com “sérios problemas de audição” estejam incluídas nesse número. A deficiência dificulta o dia a dia dessas pessoas, seja no ambiente familiar, escolar ou profissional. Se comunicar com os colegas de trabalho, obter algum documento em cartório ou órgão público, elaborar um boletim de ocorrência em qualquer delegacia, pedir atendimento médico-hospitalar ou até pedir informações na rua são grandes desafios

a serem superados. Se não houver um intérprete nesses momentos, não há completo entendimento das ações a serem executadas. Em casos mais extremos, pode haver imperícia no atendimento ou até casos de morte. Sendo assim, dentro da Organização Adventista, a incumbência de desenvolver um ministério para atendê-los fica por conta do Departamento de Mordomia da Associação Geral e do Ministério Internacional para Surdos da Igreja. Segundo o Ministério Mundial para Surdos, “se todas as pessoas surdas fossem reunidas em um único local formariam a quarta maior nação do mundo.” E no Brasil a história não poderia ser diferente. Com a estimativa de que apenas 2% dos surdos sejam cristãos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia permanece com seu propósito de evangelização com os deficientes auditivos, iniciado há mais de 60 anos, por meio da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Seguindo o mandato divino, o pastor Edison Choque - departamental de Escola Sabatina e Missão Global da Divisão Sul-Americana (DSA) - entende que “os surdos têm uma língua e, através dela, devemos pregar a mensagem do terceiro anjo.” Dando sequência ao assunto, Jackeline Mennon conselheira da DSA para o Ministério Adventista dos Surdos (MAS) - afirma que “o primeiro MAS que se tem conhecimento começou suas atividades em São Paulo, mais precisamente na Igreja da Liberdade (atualmente conhecida como Central Paulistana).”

PRESENTE E PASSADO: Diversos eventos realizados nas últimas décadas ratificam a necessidade do trabalho desenvolvido

O Ministério Adventista dos Surdos (MAS) existe para não deixar ninguém sem o privilégio de conhecer Jesus REVISTA MAIS DESTAQUE 37


especial Atual cenário e planos do Ministério

UNIÃO E TRABALHO: Diretoria do MAS recebe visita da liderança mundial da igreja

Até então, o trabalho desenvolvido com os surdos dentro da igreja era conhecido como Unidade de Ação Especial para Surdos (UNAES) e passou para a sigla MAS. “Segundo as informações que temos, o MAS existe desde 1950. Ele foi iniciado com o surdo Luís Melito e o ouvinte Paulo Moreira. Melito ensinou LIBRAS para Moreira. A partir daí, o ministério foi crescendo. O trabalho de evangelização desses dois missionários deu origem ao primeiro grupo de surdos adventistas, o “Sinais da Liberdade”, com uma classe bíblica chamada Efatá. A reunião surgiu após o batismo do surdo Vivaldo Mesquita, que se tornou pioneiro em São Paulo no trabalho de evangelizar os surdos junto com Melito”, conta Jackeline. “A igreja se une para não deixar ninguém sem o privilégio de ser confrontado com Jesus. Por isso, a igreja tem preparado diferentes materiais para este fim”, acrescenta o pastor Choque. Desafios e pontos positivos Ao mencionar os principais desafios encontrados durante o trabalho, Jackeline destaca “a dificuldade das

pessoas não envolvidas (comunidade e igreja) no entendimento da cultura surda e as necessidades específicas que essa comunidade tem para conscientizar os membros e toda a organização da igreja sobre a necessidade de apoio na implantação do MAS, a diversidade dos materiais específicos visuais e a dificuldade em encontrar pessoas comprometidas com o ministério para colaborar na pregação do evangelho. Em contrapartida, para Jackeline, “os pontos positivos são identificados no contato rotineiro com uma cultura rica e versátil. Aprendizado voltado à arte e ao movimento (quando se aprende Libras). Descobrir que o diferente somos nós que usamos tantas palavras (substantivos e adjetivos) para definir sentimentos, identificar pessoas, quando podemos ir direto ao ponto, sem rodeios, sendo transparentes e diretos em toda a comunicação.” A bondade é a linguagem que o surdo pode ouvir e o cego pode ver. “... e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim confirma as obras das nossas mãos” (Salmos 90:17).

O MAS é formado por surdos e intérpretes (este grupo compreende ouvintes, família, alunos do curso de LIBRAS e demais pessoas interessadas). Não há restrição de pessoas para participar do MAS. Jackeline destaca que “para se tornar integrante é preciso atender ao chamado contido em Marcos 16:15, ter sido sensibilizado pelo trabalho junto aos surdos e sentir o desejo de evangelizá-los.” “Temos realizado encontros com lideres surdos e intérpretes para conhecer as principais necessidades, e tomar a iniciativa de apoiar todo esforço em prol dos surdos”, relata Choque. Para isso, um material fundamental vem sendo preparado: a lição de Escola Sabatina, que se difunde trimestralmente, e também o livro missionário “A grande Esperança” em LIBRAS. De acordo com dados atualizados, o Ministério está presente em 21 (mais o Distrito Federal), dos 26 estados brasileiros. “Temos cadastrados 72 MAS. Destes, 42 responderam ao último censo, realizado em novembro do ano passado. Atualmente, existem 227 membros surdos, sendo 151 batizados e 76 não batizados, enquanto outros 13 permanecem afastados”, conta Jackeline, sorridente. Sobre os planos do Ministério para o segundo semestre de 2012, o pastor Choque enumera alguns pontos. “No Ministério Adventista dos Surdos, podemos destacar três lemas que traduzem os planos contidos em nosso trabalho. São eles: cada surdo ganhando outro surdo, cada intérprete discipulando outro intérprete e cada Ministério de Surdos multiplicando outro ministério”, resume.

De acordo com dados atualizados, o Ministério está presente em 21 (mais o Distrito Federal), dos 26 estados brasileiros 38 REVISTA MAIS DESTAQUE



profissão

A locomoção

humana

em boas mãos E specialidade médica que visa cuidar dos distúrbios e lesões do sistema músculo-esquelético. Eis o principal fator para o desenvolvimento de uma profissão absolutamente importante em um mundo onde as lesões ocorrem “em um piscar de olhos”. Qual leitor que acompanha agora esta seção nunca se machucou em frações de segundos e necessitou do auxílio urgente, imediato, do ortopedista? Pois bem, a Ortopedia é a especialidade médica que cuida das doenças e deformidades dos ossos,

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músculos, ligamentos, articulações, enfim, elementos relacionados ao aparelho locomotor. Sendo assim, o médico ortopedista é especializado em diagnosticar e tratar disfunções e lesões da locomoção de uma maneira geral. Cabe a ele a reabilitação do sistema lesionado, bem como prevenir futuras lesões. O termo teve origem a partir de um livro de 1741, escrito por Nicholas Andry, “Ortopedia, a arte de corrigir as deformidades das crianças”. Desde então, ocorreram muitas revoluções na especialidade. A primei-

ORTOPEDISTA Diagnósticos e cirurgias. Eis os itens que compõem o dia a dia deste valioso profissional da Medicina

ra delas aconteceu no momento da criação da anestesia, que permitiu a realização de cirurgias sem dor. Depois, a invenção do Raio-X, pelo físico alemão Wilhelm Rontgen, em 1895. Podemos também citar a evolução no tratamento dos feridos e suas fraturas em cada guerra. Não podemos deixar de mencionar a criação da osteossíntese, as artroplastias e a artroscopia. A tendência nos dias de hoje é que haja mais técnicas pouco invasivas e que permitam ao paciente o retorno à sua vida sem traumas e de forma mais rápida.



profissão Formação acadêmica, rotina profissional e mercado de trabalho Para se tornar ortopedista é necessário passar por algumas etapas no âmbito acadêmico. Primeiramente, é preciso cursar a faculdade de Medicina e adquirir os conhecimentos básicos que todo médico precisa saber. Se o estudante optar por se especializar em Ortopedia e Traumatologia, ele deverá passar por três anos de residência médica em algum serviço que cumpra as exigências básicas da Sociedade Brasileira de Ortopedia (carga horária de aulas, docentes qualificados e atuação em todas as sub-especialidades). Basicamente, dez anos de muita dedicação: seis de estudo universitário, três de residência e um de educação especializada, que é opcional ou facultativo. Após o término da residência, o médico deverá fazer o exame para a obtenção de título de especialista em Ortopedia, que é uma prova muito bem elaborada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), que inclui exame teórico, oral e físico. Isso torna o egresso mais qualificado e, consequentemente, a sociedade terá entre os ortopedistas aqueles que realmente estão aptos a exercer tal profissão. Para uma melhor capacitação, existem algumas especialidades disponíveis aos formandos: coluna, ombro e cotovelo, pé e tornozelo, joelho, mão, quadril, Medicina Esportiva, Ortopedia Pediátrica, tumores músculo-esqueléticos e plena reabilitação. Como a rotina deste valioso profissional demanda fazer diagnósticos e cirurgias, é necessário possuir um bom raciocínio clínico e amplo conhecimento de Medicina, além de habilidades manuais, visuais e a capacidade de tomadas de decisões, que muitas vezes precisam ser rápidas e precisas. Por outro lado, o exercício dessa profissão exige algumas características. Entre elas: gostar de promover a saúde e o bem-estar dos seus pacientes, ter satisfação em ajudar as pessoas, responsabilidade, bom relacionamento interpessoal, carisma, capacidade

de organização, de observação e de diagnosticar, além de agilidade, dinamismo e raciocínio lógico. O mercado de trabalho para os ortopedistas é bastante amplo. No Brasil, a maioria dos médicos atende no Sistema Único de Saúde (SUS), mas, também, em ambulatórios de convênios e consultórios. Atualmente, os prontos-socorros também empregam milhares deles. Porém, o que preocupa é a “mercantilização” da Medicina, onde muitos “atravessadores”, como as operadoras de planos de saúde definem, cobram caro do usuário e não repassam ao médico o valor condizente do seu trabalho. Além dos hospitais, os profissionais podem atuar em clínicas, consultórios privados, casas de saúde, clubes, academias e associações esportivas. Suas principais atividades passam pela solicitação de exames específicos e detalhados para identificar as causas dos problemas do paciente; prescrição dos remédios que serão utilizados durante o tratamento; promover a consulta do paciente; elaborar o tratamento com medicamentos, cirurgia ou outras formas; diagnósticos; manter o paciente informado; saber indicar uma equipe de Fisioterapia; acompanhar a recuperação do paciente e observar os avanços alcançados por meio do(s) tratamento(s). Contudo, como em outras situações da vida, o trabalho do ortopedista também depende da dedicação de outros valiosos profissionais, como enfermeiros, auxiliares de Enfermagem, a equipe do centro cirúrgico, o responsável pelos curativos, o instrumentador cirúrgico, o técnico de Radiologia, o fisioterapeuta... E por aí vai. A cada dia, a dinâmica da especialidade, a necessidade de atualização e, sobretudo, a alegria que é ver o resultado do teu trabalho constituem desafios constantes. Enquanto médicos, somos apenas instrumentos colaboradores de Deus na cura do doente. Por isso, nós sempre temos que pedir pela direção divina. Essa é a vantagem do médico cristão: fazer tudo o que estiver ao alcance e depois descansar nas mãos do Senhor.

sal da Terra”

Quando nos batizamos, nos comprometemos a ajudar a igreja com recursos pessoais, esforços e influência. O médico é uma influência na sociedade e precisa exercer o papel de educador. No caso do ortopedista, na prevenção das lesões, especialmente do trânsito, no cuidado com os idosos etc. A obra médico-missionária não se restringe apenas aos hospitais denominacionais, que, infelizmen42 REVISTA MAIS DESTAQUE

te, no Brasil, estão presentes em poucas cidades. Tive por pouco tempo a experiência de trabalhar no Hospital Adventista de São Paulo e foi uma experiência maravilhosa, pois pude conviver com pessoas especiais que, além da dedicação ao trabalho, têm o sentido da missão de pregar a volta de Jesus. Creio que Deus quer médicos, enfermeiros e outros profissionais em todos os lugares para fazermos a diferença. Temos de ser o sal da Terra.

Eduardo vieira é ortopedista especializado em cirurgia do joelho e Traumatologia

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Reavivados por Sua Palavra – Alunos da APlaC escrevem a Bíblia

Professores da APlaC participam de Capacitação

Lares de Esperança – 150 convidados no CEAMA

Encontro do Ensino Médio – 800 convidados



pé na estrada

REDAÇÃO MD | FOTOS: DIVULGAÇÃO CATRE

Família, Turismo e Espiritualidade

V

iajar. Eis um verbo que a grande maioria das pessoas gosta de (ou deseja cada vez mais) conjugar. Sair da rotina, conhecer novos lugares, culturas e pessoas. Ainda mais se pensarmos nas dimensões continentais que o Brasil possui. De uma coisa o brasileiro pode se gabar: para se conhecer novas palavras, sotaques e notar todas as diferenças culturais de uma nação com muitas características distintas não é preciso carimbar o passaporte. As estradas e aeroportos esperam e muitas famílias optam por lugares onde se possa encontrar lazer, descanso e espiritualidade. Tais pessoas priorizam esses itens e encaram essas atividades como meios de convivência, distração, união, educação, descanso, diálogo e oportunidades para desfrutar de ambientes lúdicos, culturais, históricos ou ecológicos. E a vontade aumenta quando encontramos lugares que são capazes de reunir os pontos positivos do turismo e a paz alcançada pela espiritualidade com a fé em Cristo Jesus. Embora o turismo nacional cresça a passos largos, não é uma tarefa das mais fáceis encontrar lugares que ofereçam essa composição com uma infraestrutura adequada. Algumas pessoas chamam esse nicho do mercado de turismo espiritual. Afinal de contas, retiros, acampamentos, encontros de casais, treinamentos e outras atividades propiciam momentos de reflexão e comunhão com o Pai. Agora, se pudermos viver todas essas situações com o plano de fundo estonteante das belezas naturais brasileiras fica melhor ainda, não é mesmo? O país “gigante pela própria natureza” (como encontramos em um trecho do nosso hino nacional) é, de fato, verdadeiro. Ao procurarmos por um exemplo, como

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aquelas dicas oferecidas nas revistas de turismo espalhadas pelas bancas de jornal, que se encaixe no perfil comentado até aqui, chegamos até a unidade localizada em Santa Catarina (SC) do Centro Adventista de Treinamento e Recreação (CATRE). Localizado na praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, o CATRE é considerado por muitos como o lugar ideal para a realização de concílios, treinamentos, encontros familiares e excursões. Isso sem falar de atividades físicas e recreativas. Não existem quaisquer dúvidas quanto à beleza quando falamos sobre o litoral catarinense. Segundo o administrador do local, Fábio Azevedo, “a praia de Palmas é uma das mais lindas do litoral catarinense”, diz. “A Mata Atlântica faz parte do nosso mural, do nosso quadro. Não temos apenas a beleza natural nos deixada por Deus, pois também construímos instalações que proporcionam descanso e lazer aos hóspedes”, emenda Fábio. Piscinas, saunas, campo de futebol, quadras, salão de jogos, auditório e um refeitório onde são servidas refeições ovolactovegetarianas compõem a infraestrutura disponibilizada. “É uma satisfação poder estar à frente de um importante projeto da igreja. Por ser um Centro de Treinamento da Igreja Adventista, o CATRE tem sido utilizado por diversas instituições em prol da capacitação dos seus membros e profissionais. Estamos aqui como uma pequena parte dessa engrenagem para ajudar as pessoas que chegam em nossas dependências a recarregarem as energias e sentir a presença de Deus”, conta Fábio. “Muitos hóspedes daqui dizem que conseguem sentir a presença de Deus”, complementa. Viva essa experiência de estar em um lugar especialmente preparado pelo Senhor.


CATRE


evangelismo

O C EN

A M O C

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Hoje, Damasco, na Síria, parece ter se esquecido das suas origens como oásis e ter se mesclado com a paisagem desértica dos arredores

O R T N O Z U L

O desafiante relacionamento missionário com a sua Damasco

A

o longe, o calor parecia derreter as pedras do deserto, mas a razão buscava estabelecer que os olhos avistavam vestígios dos muros do destino. Pelas contas, a viagem já durava mais de 200 quilômetros e essa era a manhã do sexto dia de viagem. Bastava a etapa final para o encontro com os melhores damascos do mundo e continuar a missão contra os insubmissos. O histórico vitorioso, a reputação eficiente e o respaldo oficial impulsionavam Saulo e seu grupo até a chegada, embora respirando ainda ameaças e morte (Atos 9:1). O motivo da viagem era o zelo pela ordem e progresso da sociedade, dissolvendo movimentos insurgentes. Saulo não era o executor, mas um oficial do conselho que, no momento da votação, dizia sim à pena de morte. Ultimamente, a sua preocupação havia sido com Jerusalém, mas, inesperadamente, vários rebeldes que pertenciam ao caminho haviam fugido de lá, e agora agitavam outros centros como Damasco, mesmo após verem um dos seus líderes ser apedrejado. O local era um oásis no meio do deserto pela abundância das águas do Rio Barada. Era um centro conhecido pelo comércio dos artesãos locais e viajantes da Via Maris e da Rodovia dos Reis. Era um símbolo de qualidade e moda quase uma Paris do primeiro século. Mas Damasco também havia se tornado um “terreno fértil” no deserto espiritual devido à grande comunidade de judeus e, principalmente, pela presença dos discípulos de Cristo. Foi esse segundo oásis que transformou a vida de Saulo ao ponto de nunca mais esquecer a cidade de Damasco. Paulo foi convertido neste caminho, Judas e Ananias o acolheram, recebeu a cura, o Espírito Santo e foi batizado (leia Atos 9:5, 11 e 17).

A Missão de Deus. Por volta do meio-dia, quase chegando

em Damasco, em uma aparição gloriosa, Jesus se revela para Saulo. Em meio a uma luz cegante, as dúvidas do rapaz sobre Ele acabam e um período de submissão se inicia em que ele é conduzido pela mão até a comunhão com a igreja.

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evangelismo O discípulo Ananias. Apesar de Saulo ser o protagonista que se tornou referência na cidade, existe um coadjuvante nessa história que merece destaque: Ananias. Piedoso conforme a lei, tinha um bom testemunho de todos os judeus. Era um discípulo típico. Colocou-se à disposição do Pai, respondeu ao Seu chamado, recebeu a revelação e a ordem de Deus para que ajudasse Paulo; teve medo, mas obedeceu (Atos 9:10-14 e 17).

A Missão de Paulo. Mas a experiência de Paulo ainda

A Providência do Senhor. À vista dos demais, Paulo

era um traidor e, por isso, passou de perseguidor a perseguido. Mas Deus o protegeu dos perigos da cidade. Ele ficou sabendo que os judeus tinham um plano para matá-lo, que incluía vigiar as saídas da cidade. Os discípulos usaram um cesto para descer Paulo por uma janela (2 Coríntios 11:33) na muralha e dar-lhe oportunidade de continuar a sua missão. Hoje, Damasco, na Síria, parece ter se esquecido das suas origens como oásis e ter se mesclado com a paisagem desértica dos arredores. O comércio de especiarias, tapetes e sedas ecoa as tradicões do passado, mas o ritmo da religião é marcado pelos chamados à oração emitidos pelos minaretes (torre de mesquita). De 1,7 milhão de habitantes, apenas 15% são cristãos. Apesar da rua Direita ainda cruzar a cidade de leste a oeste, de Bab Sharquia Bab al-Jabiye, poucas pessoas parecem conhecer o caminho. Paulo e Ananias viraram santos de uma minoria e inimigos de uma maioria.

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Damasco fica no Oriente Médio, mas a maioria da população mundial, inclusive a brasileira, mora em cidades que apresentam aspectos semelhantes. Muitos vivem perdidos na escuridão, precisando de um encontro com a luz e uma conversão para o único caminho de salvação. Porém, por vários motivos, descartamos o contexto urbano como um terreno fértil para a semente do evangelho. A experiência de Paulo pode ser duplicada. Pense nisso! O Rei dos Reis declarou a Ananias que Paulo era o Seu “instrumento escolhido” (Atos 9:15). O Senhor, hoje, busca discípulos que possam fazer discípulos dEle. Se estivermos dispostos a cumprir a missão, Deus nos chama, como Saulos e Ananias modernos: “Levanta e entra na sua cidade.”

Marcelo E. C. Dias é professor de Teologia no UNASP-EC. Atualmente, cursando o doutorado em Missiologia na Universidade Andrews (EUA)

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não estava completa. Foi em Damasco que começou sua missão sob a nova autoridade. Após se encontrar com Deus, e permanecer alguns dias em Damasco com os discípulos, ele logo começou a pregar a Jesus (como podemos ler em Atos 9:20). O discípulo Paulo. A experiência de Paulo em Damasco ainda é destacada por duas razões. Primeiramente, Saulo se fortalecia cada vez mais, apesar de Lucas contrastar essa condição com a fraqueza do rapaz após o jejum de três dias e o fortalecimento após ter se alimentado (Atos 9:9,19 e 22). Desta vez, a ênfase é na sua condição espiritual. O seu testemunho se tornava cada vez mais forte. Em segundo lugar, Paulo havia passado a pregar ousadamente em nome de Jesus (Atos 9:27). Quando Lucas relata que Saulo demonstrava que Jesus é o Cristo, ele utiliza uma linguagem que pode ser ilustrada como alguém que coloca as peças do quebra-cabeça juntas para revelar a figura incrivelmente mais importante do que os pedaços. O zelo de Paulo agora era ainda maior, pois era santificado. Havia sido transformado de perseguidor em testemunha. De legalista em recebedor da graça de Deus (Filipenses 3:6).



apso

INFORME PUBLICITÁRIO | FOTOS: APSo

Em canal aberto, NT

chega à cidade de Tatuí (SP)

das pela TV NT contaram seus testemunhos. Zoé Oliveira, de 34 anos, por exemplo, estava deprimida e passava por muitos problemas, mas encontrou uma saída com a ajuda da NT apenas quinze dias antes do culto de comemoração. “Quando eu conheci a NT, eu estava deprimida e triste. Ao ficar mudando os canais, parei no canal 47 e, ali, comecei a assistir à programação. A minha vida melhorou, e hoje eu estou empregada, meu casamento está melhor, tenho mais comunicação com os meus filhos e com a minha família, acho que minha casa está abençoada. Estou muito contente”, revelou. O objetivo da Rede Novo Tempo de Comunicação é estar presente em todas as casas do território brasileiro. Só na região paulista sudoeste, por exemplo, mais de dois milhões de pessoas têm acesso ao canal aberto. “Isso significa que o evangelho é pregado de uma maneira mais acessível. Pessoas que através de outros métodos e recursos não seriam alcançadas e, assim, vão receber a mensagem de maneira agradável”, disse o pastor Aurelino Ferreira, presidente da APSo. Por fim, o pastor Antônio Tostes deixou claro que acredita na missão de levar a Palavra às pessoas e destacou que para Deus nada é impossível. “Nós acreditamos nisso, por isso, a cada semana temos uma nova celebração. É uma nova cidade, um novo estado que está sendo alcançado e, claro, outras pessoas recebendo a mensagem do amor de Deus através do canal da esperança”, concluiu.

Mariana Jósimo é jornalista da APSo

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A TV Novo Tempo (NT) chega a mais uma cidade do Estado de São Paulo em canal aberto. Agora, os mais de 110 mil habitantes de Tatuí (SP) têm a oportunidade de assistir às programações transmitidas pela emissora no canal 47. O prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo ressaltou que está satisfeito com a presença da TV no município. “A TV Novo Tempo tem uma grade de programação muito interessante voltada para a família e para a formação dos jovens, isso tem uma importância fundamental à nossa cidade. Eu acho que Tatuí só tem a ganhar”, disse. A editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia - a Casa Publicadora Brasileira (CPB) - está localizada em Tatuí, e a TV NT é um caminho a mais para que as pessoas da cidade possam conhecer a mensagem de esperança. “A CPB é uma das instituições mais renomadas da Igreja Adventista no cenário mundial e também é uma parceira da Rede Novo Tempo. Portanto, faltava estarmos presentes em Tatuí”, afirmou o pastor Antonio Tostes, diretor da Rede NT. Uma programação especial de celebração foi realizada na igreja de Mangueis. E para quem só via pela televisão um dos quartetos mais conhecidos da Igreja Adventista os Arautos do Rei - pôde assistir ao vivo à apresentação de belas músicas. Pessoas que tiveram suas vidas transforma-



seguro s/a

REDAÇÃO MD

O ano de 2012 caminha a passos largos. Cada vez mais rápido, por sinal, o tempo vai passando e as folhinhas do calendário caem exatamente nesse mesmo ritmo, acelerado. Nem parece, mas o primeiro semestre já faz parte do passado. Para muitos, isso significa um momento de descanso junto à família ou com os amigos. Não há ninguém que discorde: viajar é ótimo, maravilhoso. No entanto, essa ação exige planejamento e cuidado para nos manter longe de todo e qualquer imprevisto. Quando falamos em algo que nos surpreenda, logo pensamos em coisas negativas. E é justamente com elas que devemos nos preocupar. Sendo assim, no momento em que escolhemos o local para uma boa “trip”, nada melhor que mirar o sossego e acertá-lo em cheio por meio da contratação de um bom seguro de viagens. Não entendeu? Imagine-se vivendo situações como essas: você acabou de chegar naquela praia paradisíaca ou qualquer que seja o lugar que você escolheu para passar suas férias e sua bagagem é roubada. Dureza, não? E se o carro que você alugou para poder passear com sua família bate em algum poste? Imprevistos podem ocorrer, obrigando você a cancelar a viagem. E quem será o responsável 54 REVISTA MAIS DESTAQUE

por arcar com os gastos? Todo viajante pode perder ou ter a bagagem roubada, documentos extraviados, enfrentar atrasos ou cancelamentos de voos etc. Os serviços de assistência estão disponíveis 24 horas por dia e você pode acioná-los com um simples telefonema. Alguns planos de seguro para viagens são completos e abrangentes no que diz respeito à cobertura. Boa parte deles cobre desde a perda, roubo ou extravio da sua bagagem; perda de documentos importantes como passagens de avião e passaportes; até situações mais sérias, como custos de repatriamento ou assistência médica e legal no caso de algum acidente de carro. As seguradoras garantem o atendimento e a solução para o seu problema, seja uma simples indisposição ou um evento de maior gravidade sério, será dada rapidamente e acompanhada até o final. Porém, fique atento antes de fechar qualquer negócio. O Ministério do Turismo (MTur) adverte que “na contratação de serviços de uma agência de turismo, é importante verificar os diferentes tipos de seguro de viagem oferecidos, como o seguro pessoal e o de bagagem, por exemplo.” Esses planos não cobrem situações específicas, como uma viagem para um lugar considerado perigoso.

CANSTOKPHOTO

Seguro de Viagem

Entenda a diferença entre Seguro e Assistência Viagem Com um seguro para sua viagem, se houver uma emergência, você deve pagar por todos os serviços prestados, como hospital, exames e medicamentos. Ao retornar ao Brasil, você deverá levantar e apresentar à seguradora toda a documentação por ela exigida, iniciando o processo de solicitação de reembolso. Contratando uma assistência viagem, você conta com uma central de atendimento 24 horas e uma completa rede de hospitais próprios ou credenciados. Ao chegar a este hospital, uma equipe lhe receberá com todas as suas informações e preparada para lhe atender, sem que você precise pagar valor algum por este atendimento.

Fonte: www.travelace.com.br



contos

redação MD | FOTO: mARCELO INÁCIO

Um altar em

cada lugar MILTON AFONSO relata suas experiências

Quem conhece o advogado Milton Afonso sabe que ele é um ser apaixonado pelo trabalho missionário. Apenas na eternidade este servo de Deus vai saber o número exato de pessoas salvas por meio de seus esforços, ações e o apoio a projetos da igreja em todo o mundo. Por ora, ele se preocupa apenas com as vidas transformadas e não com os números. Para o advogado, cada investimento feito deve resultar em salvação a curto prazo. A propósito, você, caro leitor, tem acompanhado nesta seção algumas experiências deste pioneiro empreendedor da esperança. Desta vez, traremos a história ocorrida em Angra dos Reis (RJ).

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Ao adquirir os direitos de uso de uma ilha localizada no paraíso fluminense chamado Angra dos Reis, Milton Afonso viu a necessidade de construir um templo adventista no local, onde ele e os demais membros da região pudessem congregrar em harmonia. Dito e feito. Pouco tempo depois, foi iniciada uma série de palestras espirituais na cidade e, em seguida, a confirmação da construção do “altar de Deus”. Euforia generalizada. Após divulgação, o público compareceu ao evento com entusiasmo. Tamanha movimentação chamou a atenção da maior igreja e, consequentemente, de seu líder. Incomodado, ele tomou uma atitude não muito recomendada: organizou uma procissão pela rua onde estava sendo edificado o templo adventista e excomungou a obra e quem entrasse no ambiente. A partir disso, a frequência nas reuniões caiu drasticamente. Certa feita, Milton Afonso foi vistoriar a construção e foi procurado por um emissário. O rapaz o avisou que o padre queria uma conversa. E lá foi o advogado... - É o senhor que está fazendo aquela igreja na rua principal? - indagou o católico. - Sim, senhor. Por que padre? - respondeu Milton. - A igreja está sendo construída por você mesmo? - insistiu o sacerdote.

- Sou eu mesmo. Há algum problema? - retrucou o adventista. - Ela está tão linda! O senhor não poderia dar uma ajudinha na paróquia? - concluiu o homem de batina. Milton disse que o ajudaria na obra católica, mas com uma condição: que o líder religioso desse a honra de sua presença na inauguração da Igreja Adventista. Depois disso, a frequência na conferência bíblica tornou a aumentar. E assim aconteceu. No ato inaugural, Milton foi comunicado que o padre da cidade estava presente. Rapidamente, o missionário convidou o líder para estar à frente e cortar a fita na importante cerimônia. “O padre cumpriu o prometido: foi ao evento, cortou a fita, sentou-se comigo e próximo às autoridades e, ao término do sermão, levantou-se aceitando o apelo para o batismo. Aí, para não deixá-lo constrangido, puxei-o pela batina e falei que aquela decisão era para os participantes do evangelismo, e que ele deveria estudar a Bíblia Sagrada mais um pouco”, conta Milton. “E levantou ali um altar ao Senhor” (Gênesis 13:18). A igreja que Milton Afonso construiu em Angra dos Reis tem, atualmente, mais de 700 membros e acolhe todos da comunidade, independente do credo religioso. No altar de Deus, todos são bem vindos!


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Crescimento da

SXC

igreja D

ados divulgados na última Assembleia da Conferência Geral - realizada em 2010 - já ratificavam o crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia em todo o planeta na última década. Mais de 17 milhões de membros no mundo (em 2000, eram menos de 12 milhões); 64 mil congregações no mundo (contra 49 mil em 2000); 405 habitantes do mundo por membro da igreja (contra 519 em 2000); uma igre-

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ja aberta no mundo a cada quatro horas; uma pessoa batizada a cada 30 segundos; três mil pessoas batizadas diariamente. Enfim, esses foram alguns números abordados naquela ocasião. Oração e comprometimento com a missão deixada por Cristo Jesus. Dando sequência a todo esse progresso, o trabalho desenvolvido em todo o território brasileiro vem gerando grandes resultados, sobretudo neste último tri-

mestre. Associação Paulista Sudoeste (APSo), Casa Publicadora Brasileira (CPB) e Rede Novo Tempo de Comunicação (NT) ratificaram suas respectivas relevâncias dentro do cenário adventista nacional através de algumas importantes inaugurações e investimento em infraestrutura. Importantes ministérios. A seguir, abordaremos cada uma dessas maravilhas conquistadas unicamente em prol do nome de Deus nesta Terra.


Líderes sul-americanos inauguram novas instalações da CPB, NT, sede administrativa da APSo e Igreja Central de Sorocaba. Crescimento dos últimos anos é reflexo do avanço da missão

Casa Publicadora Brasileira (CPB)

Rede Novo Tempo (NT)

Igreja Central de Sorocaba

Sede administrativa da APSo REVISTA MAIS DESTAQUE 59


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Emoção e reencontros marcam reinauguração da Casa Publicadora Brasileira Felipe Lemos, Wendel Lima e Ágatha Lemos | FOTO: MICHELSON BORGES

Líderes de todo Brasil e do mundo prestigiam o evento da editora, que há 112 anos escreve um futuro com esperança

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A data de 16 de maio nunca mais será a mesma para a Casa Publicadora Brasileira (CPB) e seus incontáveis admiradores. A reinauguração da editora, localizada em Tatuí (SP), significou mais do que a ampliação de sua estrutura física, foi também a confirmação de um legado insubstituível: produzir e distribuir literatura cristã, educativa e de saúde para promover o bem-estar físico, mental, social e espiritual do ser humano. “A CPB é um presente de Deus cada vez maior. Notamos isso na grandeza dos seus prédios, mas, sobretudo, nos resultados de sua missão”. Essas foram as palavras iniciais do pastor Erton Köhler, líder dos adventistas sul-americanos, no culto de reinauguração das instalações da editora centenária. Köhler falou aos

400 convidados na comemoração que reuniu a liderança eclesiástica de toda a América do Sul, servidores, ex-funcionários que se aposentaram na editora e o presidente da Associação Geral, pastor Ted Wilson. Na celebração, realizada às vésperas do 112° aniversário da CPB, o tributo ao passado, a alegria pelo crescimento do presente e a grande expectativa em relação ao futuro foram sentimentos que se misturaram e se complementaram. Essa fusão entre o ontem e o hoje esteve presente nos discursos e nos detalhes. Na decoração da nova recepção, por exemplo, objetos antigos enfeitavam estantes modernas em módulos, enquanto televisões de tela plana dividiam espaço com uma linotipo. Em um dos corredores


do setor administrativo, fotos históricas foram fixadas em uma parede que fica de frente para um quadro que descreve as campanhas missionárias sul-americanas dos últimos anos, nas quais foram distribuídos milhões de livros e revistas. Nos discursos, essa ênfase também ficou clara. Em sua mensagem, o pastor Ted Wilson disse que os jovens servidores não devem se esquecer daqueles que os precederam. Ele mesmo fez questão de cumprimentar os pastores João Wolff e Ruy Nagel, ex-presidentes da sede administrativa sul-americana da Igreja Adventista. Na cerimônia do corte de fitas, Ted Wilson usou a mesma tesoura que seu falecido pai, Neal Wilson, ex-líder mundial dos adventistas, utilizou na cerimônia de inauguração das instalações da editora, em Tatuí, em janeiro de 1987. O senso de missão também foi ressaltado pelo pastor José Carlos de Lima, diretor-geral da editora. “É com muita emoção e senso de urgência que continuamos o difícil trabalho iniciado pelos pioneiros. Ficamos alegres ao ver que não só a mente, mas também o coração de cada servidor está preparado para terminar a missão por meio do ministério da página impressa”, discursou.

Crescimento

Depois de quatro anos de construções e reformas, a CPB conta com um novo restaurante, uma moderna recepção, novas áreas administrativas, a duplicação do número de salas da Redação e a ampliação em 3 mil m2 de seu parque gráfico. Ao todo, a planta da editora tem 24 mil m2. Novos espaços foram criados para acompanhar o crescimento dos últimos anos. Para se ter uma ideia, dos atuais 529 funcioná-

rios, um terço foi contratado nos últimos três anos. A editora já tem 13 livrarias nas principais capitais e contará, em breve, com mais duas filiais: em Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). No consumo de papel, os números também impressionam e são crescentes. Em 2010, foram usadas sete mil toneladas e, no ano passado, mais de oito mil. Estatísticas que fazem da CPB a maior editora adventista do mundo e uma das instituições mais sólidas da denominação. Todo esse crescimento e mudanças surpreendem até quem trabalhou 50 anos na editora. Aposentada desde 2008, fazia quatro anos que Abigail Liedke, 77, não voltava à CPB, apesar de morar em Tatuí. Ela esteve na cerimônia de reinauguração da editora e disse que não tem como comparar a CPB de hoje com a de 1958, quando começou a trabalhar. Na época em Santo André (SP), a instituição tinha apenas 80 funcionários. Abigail lembra ter trabalhado com uma linotipo (uma compositora mecânica que funde linhas-blocos). “Pensei em desistir de trabalhar, porque achava que não aprenderia a usar o computador. Mas meu marido insistiu

para que eu não desistisse”, conta. Depois de ter trabalhado na revisão e editoração de mais de mil livros, a aposentada diz que hoje aprecia ler também em seu tablet.

Contribuição

“Estou impressionado com o que vejo e profundamente emocionado com a forma como Deus guiou a editora ao longo do tempo. Do início sem recursos aos belos prédios de hoje, podemos ver a vontade de Deus se concretizando em todas as etapas. Obrigado por vocês realizarem um trabalho que apoia a igreja e proclama a mensagem do advento. Milhares de pessoas abrirão suas Bíblias e encontrarão a salvação como resultado desse trabalho. A igreja mundial tem orgulho de vocês”, declarou o líder mundial, Ted Wilson. As palavras quase faltaram para o pastor Wilson Sarli, que, por duas vezes, trabalhou como diretor-geral da editora. Sob sua gestão, foram tomadas importantes decisões, especialmente a transferência da CPB de Santo André para Tatuí. “A única coisa que me vem à cabeça, nessa hora, é a certeza de que Deus conduziu tudo até aqui”, afirmou.

Ao todo, a planta da editora tem 24 mil m2. Novos espaços foram criados para acompanhar o crescimento dos últimos anos. Dos atuais 529 funcionários, um terço foi contratado nos últimos três anos. A editora já tem 13 livrarias nas principais capitais e contará, em breve, com mais duas filiais: em Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). No consumo de papel, os números também impressionam e são crescentes: em 2010, foram usadas sete mil toneladas e, no ano passado, mais de oito mil Pr. José Carlos de Lima durante discurso no evento REVISTA MAIS DESTAQUE 61


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Sede administrativa da APSo é inaugurada Marina Jósimo | Fotos: Mauricio Bento

A sede administrativa da Associação Paulista Sudoeste (APSo) – responsável pela região sudoeste do Estado de São Paulo - foi inaugurada no dia 16 de maio, em Sorocaba (SP). A cerimônia contou com a presença de autoridades políticas, pastores, líderes, membros da igreja e com um dos grupos musicais mais tradicionais do meio cristão, o quarteto Arautos do Rei. O líder mundial da Igreja Adventista, pastor Ted Wilson, também esteve presente. “Inaugurar uma nova Associação e ver o crescimento da igreja nesta região da Paulista Sudoeste é uma bênção simplesmente incrível

para a igreja de Deus em todo o mundo, porque isso mostra a família mundial, mostra que a obra de Deus está crescendo. É uma alegria para a Igreja Adventista Mundial reconhecer a conquista maravilhosa de mais uma sede administrativa, a Associação Paulista Sudoeste”, vibrou. Desenvolvido pelo engenheiro Carlos Dornelles, o projeto previu uma edificação moderna e funcional, obtendo o aproveitamento total do espaço. Algumas árvores que haviam no terreno foram preservadas, a iluminação e a ventilação natural foram privilegiadas. “A posição do terreno favorece a venti-

lação e a iluminação de forma natural e aproveitamos isso para que as pessoas pudessem, na medida do possível, não utilizar o ar condicionado”, conta o engenheiro responsável pela obra. A APSo foi instalada na cidade de Sorocaba há pouco mais de dois anos quando o campo da Associação Paulista Central se dividiu. “É preciso investir para construir uma Associação, porque, com o tempo, esse custo se dilui, o custo operacional para atender as igrejas também. A APSo está em Sorocaba, muito mais perto das igrejas da região de Tatuí, por exemplo, e até mesmo da região de Ourinhos. Então,

Pr. Aurelino Ferreira, presidente da APSo, fala aos convidados presentes Esposas acompanham os pastores Erton Kohler (à esq.) e Ted Wilson (à dir.)

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História e momento atual da APSo é muito mais barato na questão de deslocamento e de gastos. Isso é importante para a eficácia do nosso trabalho evangelístico”, revela o pastor Oliveiros Ferreira, presidente da APaC. A loja do Serviço Educacional Lar e Saúde (SELS), por exemplo, ficava em um estabelecimento separado, mas agora, com o novo prédio, ganhou um espaço privilegiado, facilitando o atendimento ao público. “Agora, os irmãos terão um melhor atendimento. Quando vierem resolver algumas questões da igreja, terão a oportunidade de ter o material do SELS bem próximo a eles. Acreditamos que a sede foi uma bênção para o nosso departamento e

também para a igreja”, comenta o pastor Enoque Félix, líder de Publicações da APSo. Um dos objetivos de uma Associação é gerenciar e administrar as igrejas e seus setores. O pastor Aurelino Ferreira, presidente da APSo, acredita que a mudança para a nova sede facilitará o trabalho de todos que estão envolvidos de alguma forma na obra de Deus. “Estávamos com um prédio alugado e mais duas casas. Tínhamos certa dificuldade de administração por causa da distância. Aqui, concentraremos todos os setores em um lugar confortável e viável, que também vai promover a unidade e o crescimento da igreja”, conclui.

Devido ao grande crescimento da Associação Paulista Central (que contava com 63 distritos pastorais, 402 congregações e com mais de 46 mil membros), houve uma necessidade de mudança. Com o propósito de melhor atender as igrejas e promover a expansão do evangelismo nas regiões Central e Sudoeste de São Paulo, ocorreu, em março de 2009, a Assembleia Denominacional Extraordinária da Associação Paulista Central, que tinha como objetivo propor a formação da uma nova sede administrativa na cidade de Sorocaba. Então, foi realizada em novembro daquele ano a Assembleia de Organização e Instalação da APSo, na qual foram nomeados os administradores e departamentais. O crescimento se solidificou desde o seu início, em meados de 2010, com 30 distritos pastorais, mais de 22,7 mil membros, 102 municípios (tendo aproximadamente quatro milhões de habitantes). Atualmente, a APSO possui 35 distritos pastorais, 125 igrejas e 108 grupos organizados com 24,5 mil membros.

IASD Sorocaba Central inicia atividades

A igreja antiga foi totalmente demolida e outra foi edificada em seu lugar, com capacidade para acolher mais de 900 pessoas

A Igreja Adventista do Sétimo Dia Sorocaba Central realizou um culto de dedicação para deixar uma marca em sua história. A ocasião contou com a presença de diversas pessoas que fazem ou já fizeram parte de todos esses anos. A antiga igreja foi totalmente demolida e outra foi edificada em seu lugar, com capacidade para acolher mais de 900 pessoas sentadas.

O pastor Dirceu Lima, que assumiu a liderança da igreja neste ano, pretende desenvolver projetos mais abrangentes. “Primeiramente, quero dizer que foi um privilégio, uma bênção muito grande poder assumir esta igreja e poder viver este momento extraordinário da inauguração. É claro que com uma igreja maior temos condições de desenvolver projetos mais

abrangentes. Nós criamos novos ministérios para poder atingir mais pessoas”, conta o pastor. O líder mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o pastor Ted Wilson, ficou responsável pela mensagem de dedicação. Outros líderes da igreja, pastores de toda a América do Sul e o quarteto Arautos do Rei também participaram da celebração. REVISTA MAIS DESTAQUE 63


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Novas instalações da Rede Novo Tempo são inauguradas J.Washington | Jornalista e escritor - www.fazbem.com | fotos: arquivo nt

Convidados de todo Brasil, das três Américas e da Europa participaram do evento na cidade de Jacareí (SP), que marcou a inauguração das novas instalações da Rede Novo Tempo de Comunicação (NT). A manhã do dia 17 de maio foi escolhida para marcar toda essa nova história que se inicia. O empresário Milton Afonso e os pastores Alcides Campolongo, Milton Souza e Roberto Rabello foram lembrados na cerimônia como pioneiros da comunicação adventista no país. Aproximadamente 700 pessoas estiveram presentes para agradecer a Deus, entre elas, algumas autoridades do Brasil e do exterior. Rabello iniciou as transmissões no rádio brasileiro, Campolongo na televisão, Milton Souza trouxe a Novo Tempo para São Paulo, enquanto Milton Afonso ajudou

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a expandir o sinal da esperança para o mundo. Líderes civis e eclesiásticos visitaram as novas e modernas instalações do complexo de comunicação. O quarteto vocal Arautos do Rei marcou presença e aproveitou a ocasião para apresentar o novo trabalho: o CD “Ainda Existe Graça”. Um dos momentos mais aguardados foi a inauguração do Auditório Milton Souza e do museu Roberto Mendes Rabello, que conta com 200 artefatos e a história de comunicação adventista desde 1906. O crescimento da Novo Tempo é constante. Em dezembro próximo, mais um complexo será inaugurado, desta vez, um dos mais completos centros de transmissão de TV em nosso país. Os ministérios A Voz da Profecia e Está Escrito, as redes de rádio e televisão

O crescimento da NT é constante. Em dezembro próximo, mais um complexo será inaugurado, desta vez, um dos mais completos centros de transmissão de TV do país



capa Imagens das instalações do museu Roberto Mendes Rabello, que conta com 200 artefatos e a história de comunicação adventista desde 1906

- em português e espanhol -, a primeira escola bíblica por correspondência e a gravadora Novo Tempo estão instalados em uma área de quase 34 mil m². Hoje, o conteúdo da NT alcança as três Américas e a Europa. Quando Jesus sonhou que as boas novas fossem anunciadas a todas as pessoas. Ele contou com seres humanos, um pecador comunicando para outro as verdades experimentadas. Obedecendo ao desejo do Mestre, os adventistas aguardam e apressam o segundo retorno de Cristo, buscam os meios mais rápidos, sempre valorizando o principal veículo: os próprios filhos de Deus. A história comprova (Marcos 11:15). Rica trajetória Essa valiosa história teve um início organizado. Desde janeiro de 1906, quando foi lançada a primeira edição da Revista Adventista no Brasil, a Igreja Adventista utiliza as mídias para transmitir esperança. O primeiro programa evangélico do rádio brasileiro aconteceu com Roberto Mendes Rabello. Em 1943, o Pr. Rabello gravou nos estúdios da National Broadcasting Company, em

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Hollywood (EUA), os primeiros 52 programas radiofônicos. Em 23 de setembro do mesmo ano, 17 emissoras brasileiras passaram a transmitir o primeiro programa de A Voz da Profecia: “Nosso Século de Maravilhas”. Enquanto Terra e Céu sofriam as consequências das guerras mundiais, em 25 de novembro de 1962, o primeiro programa gospel da TV brasileira entrou no ar com o Pr. Alcides Campolongo, pela TV Tupi de São Paulo. “Fé Para Hoje” foi visto no Brasil e no exterior. O quarteto musical Arautos do Rei fora formado nesse ano, e a Palavra cantada reforça o trabalho missionário em meios eletrônicos. Deus quis mais e, além de um programa de até 30 minutos, o Senhor do Tempo sonhou com 24 horas de programação para deixar Seu povo em perfeita sintonia. O Departamento Comercial foi organizado

em 1977 (Gravadora Novo Tempo), com a finalidade de atender ao público fiel, inicialmente do rádio e, hoje, de toda a rede. Depois disso, a gravadora passou a contar com um auditório de 802m², sendo 598m² de palco e galeria, onde se produziu muitas novidades à época. Em 12 de agosto de 1989, em Afonso Cláudio (ES), foi inaugurada a primeira rádio adventista do Brasil. Em 1º de junho de 1995, ao meio dia, ocorreu a primeira transmissão da Rede Novo Tempo de Rádios. O país era interligado pela Voz da Esperança. Muitos milagres viriam. Em 7 de novembro de 1996, a TV ADSAT entrou no ar. E em 1º de agosto de 2003, iniciou-se a formação da Rede Novo Tempo de Televisão. O Canal da Esperança em cobertura nacional.



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INFORME PUBLICITáRIO

Propaganda

de sucesso ou mídias sociais na web. Não importa o meio utilizado, captar a atenção do público-alvo é o primeiro papel da propaganda. E isso se faz através da boa elaboração do anúncio, privilegiando uma excelente disposição dos elementos, das figuras, tipografia e cores.

Se o produto ou serviço estiver abaixo da expectativa gerada, certamente, não sobreviverá no competitivo mercado

Por exemplo, fazemos um anúncio em uma revista e queremos que as pessoas, no meio da concorrência acirrada, ou seja, os outros anúncios, além dos concorrentes do próprio produto editorial da revista, parem para ler essa campanha. Para isso, a elaboração do anúncio que chame a atenção é a porta aberta para o conteúdo exemplificado.

Uma vez captada a atenção, entra o segundo aspecto, que é o interesse na mensagem. Agora, o atributo em questão chama-se conteúdo. Bem elaborado, este material leva ao último fator: a motivação para experimentação. Motivos que levam ao consumo. O público-alvo, uma vez captada a atenção e despertado o interesse na mensagem, será motivado a experimentar determinado produto ou serviço. Finalmente, depois da propaganda cumprir esses três passos e “entregar” o produto ou serviço nas mãos do consumidor, a etapa seguinte é a adoção. Esta fase não é de responsabilidade da propaganda, pois a adoção depende da qualidade do produto, da boa distribuição e de um preço competitivo. É importante ressaltar que uma excelente campanha vende um produto ou serviço ruim uma vez. Não mais do que isso. Sendo assim, se o produto ou serviço estiver abaixo da expectativa gerada, certamente, não sobreviverá nessa competição. Portanto, é importante salientar: para um sucesso completo da propaganda, o produto ou serviço deve manter qualidade competitiva no mercado. Willian Jordão atua como gestor de comunicação para empresas, profissionais liberais e políticos facebook.com/willianjordao

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divulgação

P

ropaganda é, definitivamente, a área mais efervescente do setor de marketing. Exige talento, a matéria-prima para quem trabalha com propaganda. Contudo, apenas essa grande capacidade não basta. Para atender todas as demandas desta área, é preciso também um bom planejamento, fator fundamental para atingir os objetivos propostos. Sob a ótica econômica, outro aspecto bem interessante é que o negócio da propaganda no Brasil movimenta muito dinheiro. Segundo pesquisas, os investimentos no setor correspondem a aproximadamente 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou seja, todos os “players” no negócio - anunciantes, veículos, agências e fornecedores - movimentam quase R$1 bilhão anualmente. Como investir e qual a melhor maneira para gerar resultados? Devemos cobrar três coisas da propaganda para nosso produto e serviço. São elas: captação (atenção), interesse na mensagem e motivação para experimentação. Esses são os papéis fundamentais se quisermos obter retornos positivos. Determinados elementos são fundamentais no decorrer desse processo. Revista, jornal, rádio, televisão, outdoor



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INFORME PUBLICITÁRIO - ANDRé MARUJO

Planejamento estratégico no EVANGELISMO

A

migo, creio passar por um momento em que Deus, de certa forma, me faz entender algumas coisas importantes que quero repartir com você. Neste momento, prestamos serviços para uma grande empresa multinacional em mídias sociais, através da agência que dirigimos, a Upgrade Brasil. Em palavras simples, o objetivo é divulgarmos a marca e seus produtos através das mídias sociais, os tornando conhecidos e apreciados por pessoas que dupliquem esse sentimento para que seus amigos façam o mesmo. Briefing, brainstorm, conhecimentos estratégicos e experiência na área de cada membro da equipe. Isso tudo somado a muito trabalho e esforço pode nos mostrar as diretrizes do sucesso da campanha. Alguns processos mais técnicos, como metodologias aplicadas, análises constantes de conteúdo e métricas acabam nos mostrando, ao final do trabalho, se obtivemos - ou não - bons resultados. Facilitando a linguagem e simplificando processos, quero te mostrar que é possível alcançarmos grandes resultados em qualquer que seja a rede social, desde que haja planejamento, compreensão do comportamento humano por detrás dos perfis sociais, análise dos resultados e adaptação constante das diretrizes a serem seguidas, buscando sempre alcançar novos objetivos. Grandes empresas já perceberam que investir em mídias sociais é uma das melhores ações que podem fazer em termos de marketing e branding. Notaram também que o ROI (retorno do investimento) tem percentagem alta e atra-

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ente. Seguindo essa tendência, os cristãos tem percebido que evangelizar através das mídias sociais pode ser uma das melhores formas na atualidade de apressar a pregação do evangelho a “toda tribo, língua, povo e nação.” Aprendemos no ambiente social, até porque lidamos com pessoas e elas sempre têm coisas novas a nos apresentar: ideias, comportamentos, ações e reações. Logo, o aprendizado e o aperfeiçoamento precisam ser constantes, assim como nosso esforço pessoal em melhor compreendermos e nos relacionarmos com nossos amigos reais e pessoais. Porém, um fator que talvez precisamos compreender melhor é a pessoalidade. Falo de um evangelho que se espalhou por toda a Ásia menor em apenas dois anos (Atos 19:10), por intermédio de cartas escritas a próprio punho em um tempo em que se andava a pé. Refiro-me a uma mensagem com poder de viralização muito maior que qualquer campanha de marketing, difundida por todo o mundo por intermédio de apenas 12 “followers” de um grande produtor de conteúdo, o qual conhecia o público a quem cada mensagem se destinava. Essa mensagem se torna tão real na vida de quem a recebe, que falar dela é a coisa mais gratificante que se pode fazer. Você não gostaria de fazer sua estratégia pessoal aplicando sua própria campanha de evangelismo na web? Que resultado isso traria às pessoas ao seu redor e à sua própria vida real e virtual? O Curtir Jesus (www.curtirjesus.com.br) é um canal onde podemos levantar novas ideias e debater estes assuntos com você. Te encontro lá!



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Discipulado e ênfase nas grandes cidades marcam reunião sul-americana POR FELIPE LEMOS

E

m 2013, uma das palavras-chaves dos adventistas do sétimo dia em oito países sul-americanos será discipulado. Sim, é o termo cunhado após o chamado que Jesus Cristo fez para os 12 homens que o acompanharam durante três anos e meio e, posteriormente, foram responsáveis pelo início do que hoje é a igreja cristã. Desde a época de Jesus até hoje, o discipulado continua sendo uma das estratégias mais eficazes para o crescimento eclesiástico. E quando falamos em crescimento, não citamos apenas o aumento no número de congregações e membros, mas, sim, a permanência dessas pessoas nas igrejas. Na última reunião da Comissão Diretiva Sul-Americana, que contou com a participação de aproxi- Momento em que pastor Ted Wilson deixou suas marcas no lançamento oficial madamente 100 líderes das regiões ad- do projeto de evangelismo das grandes cidades 2013 ministrativas adventistas, realizada em Guarulhos (SP), foi apresentado o ram mostradas para que a ideia fique a apoiar essas pessoas na caminhada projeto de discipulado para o próximo bem clara. O pastor Luís Gonçalves, cristã neste mundo. ano. Na ocasião, estiveram presentes, evangelista-chefe adventista sul-ameO passo seguinte foi entregar a cada entre outros pastores, o líder mundial ricano, convidou outros três pastores um dos presentes uma pequena planta adventista, pastor Ted Wilson; além de que vestiram camisetas com as pala- e algumas sementes. “Essas sementes um staff da Adventist Review; o líder vras comunhão, relacionamento e mis- que vocês estão recebendo significam a associado de Publicações da Associação são. Uma cena, em especial, chamou semeadura da Palavra de Deus, enquanGeral, pastor Wilmar Hirle; e o dire- a atenção: o trio suspendeu em seus to a plantinha é o membro já crescido tor mundial de Comunicação, pastor braços um garoto de oito anos que re- que recebeu a sustentação necessária Williams Costa Jr. para se desenvolver”, explicou Köhler. presentava os novos conversos. O lançamento do projeto “2013, Evangelismo nas grandes cidades Sementes e cultivo. A segunda reAno do Discipulado” começou com uma presentação foi ainda mais enfática e Em 2013, conforme voto da Comissão apresentação feita por pastores. O con- envolveu comprometimento dos líderes Diretiva, a Igreja Adventista do Sétiteúdo deixou claro que, além de utilizar presentes. O pastor Erton Köhler, líder mo Dia vai enfatizar o evangelismo em todos os meios possíveis para sensibili- sul-americano adventista, coordenou mais de 80 grandes cidades de oito paízar as pessoas a tomarem decisões de a entrega de um adesivo que foi colado ses sul-americanos. A ideia acompanha seguir a Cristo e Seus ensinos, a Igreja nas bíblias das pessoas presentes à reu- o plano mundial de evangelização traAdventista precisa se preocupar com a nião e que simboliza o compromisso as- çado para os maiores centros urbanos, conservação dos membros. sumido de não apenas ajudarem a levar com diferentes metodologias. Duas representações didáticas fo- pessoas ao conhecimento de Deus, mas

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Estudantes usam o teatro para promover a educação no trânsito POR Anderson Dias Nunes

O

s alunos do Ensino Médio do Colégio Adventista de Corumbá (MS) comprovaram que o teatro representa uma boa ferramenta para promover a educação no trânsito. O grupo de estudantes apresentou, no final de junho, uma peça que abordou a temática álcool e direção. A encenação aconteceu durante o 3ª FETRAN – Festival Estudantil Temático - Teatro para o Trânsito. A ideia foi promovida pelo professor de Artes, Anderson Dias Nunes, e o texto criado pela aluna Clara Mota, do 3º ano. O corpo de atores incluiu representantes de todas as turmas do Ensino Médio, que juntas com o professor, confeccionaram o cenário. A peça abordou diversas realidades do trânsito através da história de uma jovem que passou no vestibular e, por isso, ganhou um carro de presente do

pai. Para comemorar a conquista, ela deu uma festa, e quando as bebidas acabaram, saiu com um colega para comprar mais. No caminho, atropelou um pedestre e assim, dentro deste contexto, aprendeu a lição que álcool e direção não combinam.

Faculdade Adventista da Bahia apresenta a 11ª turma de Pedagogia POR CAMILA ARAÚJO

A décima primeira turma de Pedagogia, composta por 50 formandas, participou das solenidades de formatura, nos dias 15 e 17 de junho, no IAENE. O grupo realizou um culto na sexta-feira (15), juntamente com familiares e amigos. Já a colação de grau ocorreu no domingo (17). Para a recém formada Natana Rios, a conclusão do curso significa a comemoração do estudante de uma grande conquista. “A cerimônia de formatura é um dos mais belos momentos da jornada. Com ela, se compartilha a alegria com os entes mais queridos, assim como expressa o reconhecimento para aqueles que, de alguma forma, contribuíram para essa vitória.” “A solenidade de colação de grau é um momento onde gestores, professores, funcionários, pais e acadêmicos externam seus sentimentos para demonstrar que a missão de ensinar foi cumprida e todos os esforços valeram a pena”, completou Natana.

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“A formatura é representada por um ritual de passagem entre a vida acadêmica e a profissional, sendo ainda um reconhecimento do desenvolvimento educacional do ser e suas habilidades adquiridas enquanto concluinte”, declarou Josélia Azevedo, outra formanda.



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Empreendedores adventistas reúnem-se em Sergipe POR REDAÇÃO MD | FOTO: Klayfe Rohden

Pessoas que deixam marcas, estendem a mão e somam forças para dar o melhor de si. Foi assim, com a ideia de compromisso e superação, que aproximadamente 150 empreendedores estiveram reunidos em Aracaju (SE), no final de maio, para um propósito muito especial. “O objetivo do programa foi organizar um grupo de empreendedores adventistas, no estado de Sergipe, para ações relevantes e mais ousadas na igreja”, explicou o pastor Marcos Militão, presidente da Igreja Adventista em Sergipe (Missão Sergipe – MSE). Além de ser homenageado, o grupo de empreendedores assumiu um compromisso de nobreza com os pro-

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jetos da igreja e descobriu a maneira de contribuir para o avanço da obra evangelística no estado. “Eu firmei ainda mais o meu compromisso com a obra de Deus, pois eu sei da importância e relevância de manter o foco nas ações da igreja. Por isso, quanto mais eu dou, mais feliz eu sou”, afirmou a empresária Ana Lúcia Passos. “Deus nos criou para a superação. Ele nos chamou para a excelência. Fazemos bem quando realizamos boas ações individualmente, mas nos superamos quando fazemos juntos, com propósito estabelecido, definido”, completou o pastor Militão. O 4º Encontro de Empreendedores de Sergipe mostrou que manter

Administradores da sede da Igreja Adventista em Sergipe (MSE) oram em favor dos empreendedores adventistas do estado

o foco e a parceria são alguns dos segredos para a realização dos sonhos. Pelo menos, foi assim, que explicou o pastor Laércio Costa, líder administrativo da MSE, durante palestra no evento. “Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos”, disse ele, referindo-se aos sonhos pessoais e coletivos para a Igreja Adventista. O pastor Milton Dax, doutorando em Teologia, complementou a receita ao afirmar que ousadia também é necessária e não é preciso temer. “Deus não vai nos limitar. Ele é o dono do ouro e da prata”, garante. “Quando nos reunimos como empreendedores na igreja de Cristo, usando os nossos dons e experiências, nós conseguimos – unidos em um único propósito – fazer com que a igreja de Deus seja ainda mais relevante no contexto em que estamos inseridos”, finaliza Dax. Para o líder da Igreja Adventista na região Leste do Nordeste (União Leste Brasileira – ULB), pastor Geovanni Queiroz, é preciso mesmo agir de forma unificada. “Sem dúvida, a Palavra de Deus diz que devemos estar unidos, e eu estou saindo daqui muito feliz porque vi justamente esse espírito de união”, contou o pastor Queiroz. “Continuemos unidos, porque juntos vamos mais longe”, acrescentou. Ou seja, recado dado.

Líder da Igreja Adventista para Sergipe, pastor Marcos Militão, apresenta o diretor comercial da Revista MD, Rafael Sampaio



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Sábado especial encerra primeiro semestre no IABC POR Elaine Abreu

O Instituto Adventista Brasil Central (IABC) encerrou suas atividades do primeiro semestre com um culto diferenciado, no penúltimo sábado de junho (23), considerado o “último sábado letivo”. Com as férias em andamento, muitos dos colaboradores receberam convites para trabalharem em outros departamentos da igreja e do Colégio Adventista do Sétimo Dia. Isso ocorreu, por exemplo, com o maestro Anderson Ramos e sua esposa, Queila Schmidt. Ambos foram convidados para atuarem na obra de Deus nos EUA. Emocionados, receberam uma linda homenagem. Outro que deixa o IABC é o pastor Herson, que também foi homenageado pela dedicação e influência positiva que desempenhou em todos os anos no papel de capelão. Agora, ele embarca rumo a Manaus. Os momentos foram de emoção, despedida e para alguns de decisão, pois, após o sermão do Pr. Wesley, muitos foram levados a se entregar a Deus. Como foi o caso do aluno José Mauro, do 8º ano do Fundamental II, que recebeu todo o apoio do Pr. Herson nos estudos da Biblía e tomou a decisão pelo batismo.

Tocantins promove encontro inédito para meninos e meninas POR Luzia Paula

A adoração ao Criador desconhece idade, cultura e nacionalidade. No Colégio Adventista de Araguaína (TO), no final de junho, 115 adolescentes passaram o dia inteiro imergidos em momentos de profunda adoração e conhecimento sobre Deus. Logo no início do dia, o grupo participou de uma Santa Ceia. Na sequência, com o tema “Adole-Adore”, o programa abordou os benefícios de um estilo de vida baseado nos princípios bíblicos. “Todos os temas apresentados foram pertinentes para o tempo e a sociedade onde eles estão inseridos”, explica a líder geral do departamento responsável pelas crianças e adolescentes no Tocantins, Sônia Sarmento. A garotada também recebeu orientações sobre comportamento, mídia, educação, saúde e sexualidade. Durante um seminário sobre internet, o capelão Fábio Paixão palestrou sobre o uso da internet de forma segura e útil. A série de seminários encerrou-se no período da tarde com uma meditação proferida pelo pastor jovem da Igreja Central de Porto Alegre, Mauro Santos. O ministro do evangelho falou para os adolescentes sobre adoração e entrega total a Deus. 78 REVISTA MAIS DESTAQUE



ASPARGUS


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Pela 5ª vez, empresários adventistas realizam encontro em SP POR REDAÇÃO MD | FOTO: ARQUIVO MD

Uma oportunidade ímpar ao empresariado adventista. Desta forma, podemos resumir a 5ª edição do jantar idealizado por Marcelo Inácio e Rafael Sampaio, sócios da Revista Mais Destaque, e Clóvis Costa, diretor da Advir Turismo. Na última quinta-feira de junho, em uma restaurante localizada na região de Pinheiros, zona Sul da capital paulista, quase 50 empresários - o recorde entre todas as edições - reuniram-se para iniciar novas amizades, discutir ideias, firmar parcerias e estreitar relações. A iniciativa vem se fortalecendo a cada mês e trazendo benefícios aos membros e à igreja como um todo. A proposta adotada desde o início – onde cada empresário tem a incumbência de levar, ao menos, um novo convidado – vem gerando expressivos resultados. “Essa proposta foi uma grande sacada, pois, assim, estamos conseguindo o que fora planejado lá atrás, ou seja, ampliar nossa rede de contatos e levar nossa mensagem adiante”, analisa Rafael. Entre as 20 novas visitas, marcaram presença alguns integrantes da Federação dos Empreendedores Adventistas (FE) e o presidente da instituição, Elias Morsch. O evento seguiu, basicamente, o roteiro adotado nas quatro edições anteriores. Ao chegarem, os empresários se reuniram em um coquetel. Em seguida, sentados em mesas que, juntas, formam um círculo, cada um teve a

oportunidade de se apresentar, tanto pessoal quanto empresarialmente. Em seguida, foi feita uma oração pelo encontro e pelas pessoas que ali se encontravam. Contudo, um momento especial emocionou o grupo. Um dos empresários pediu para que todos orassem por sua esposa, que está com câncer. “Gostaria de parabenizar a brilhante iniciativa, que nos proporciona a possibilidade de interagirmos com empresários que tenham os mesmos principios cristãos. Criamos oportunidades de novas amizades e de fazer bons negócios”, analisa Vanderlucio Ribeiro, diretor-executivo da Gráfica Privilégio. “Se desejamos alcançar o sucesso profissional, devemos nos cercar das melhores pessoas e, principalmente, com perfis diferentes entre si. Essa é a única forma de evoluir. As empresas de um homem só não sobrevivem”, resume Adriana Kohtler, da Pansegy, do setor de paisagismo. Ao final, cada empresário recebeu uma sacola com todos os contatos dos presentes (folders e cartão de visita, por exemplo). “É importante compartilharmos o pensamento de nos conhecer melhor e nos unir cada vez mais. E esse encontro proporciona tudo isso. Além do aspecto comercial, destaco a união existente para a realização de ações em prol da igreja”, finaliza Marcelo. REVISTA MAIS DESTAQUE 81


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OS ADVENTISTAS

E A POLÍTICA POR Alberto Ronald Timm, é pastor e diretor associado do Patrimônio Literário de Ellen White, nos EUA

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N

otícias sobre crises políticas e corrupções governamentais polarizam a opinião pública dos países afetados. De um lado, é curioso ver políticos questionáveis se fazendo de vítimas para continuar recebendo o apoio popular. Do outro, oposicionistas que aproveitam a situação para se autoproclamarem os únicos salvadores da pátria. Ao mesmo tempo em que vários políticos tradicionais vão perdendo a credibilidade, algumas denominações evangélicas têm se mobilizado politicamente, a ponto de montarem suas próprias bancadas em Câmaras Municipais e Federais, Assembleias Legislativas e mesmo no Senado Federal sob o pretexto de que os políticos evangélicos são mais honestos e confiáveis. A crescente militância política evangélica tem suscitado algumas indagações importantes entre os próprios adventistas: 1ª) Deveriam os adventistas continuar politicamente passivos ou assumir uma postura mais agressiva diante das crises governamentais? 2ª) Como a igreja encara a candidatura de alguns de seus membros a cargos políticos através de eleições públicas? 3ª) Que critérios devem ser usados na escolha dos candidatos a serem votados? No capítulo “Nossa Atitude Quanto à Política”, do livro Obreiros Evangélicos, págs. 391-396 (ver também Fundamentos da Educação Cristã, págs. 475-484), podemos encontrar importantes orientações sobre o não envolvimento de obreiros denominacionais em questões políticas. Já o presente artigo menciona alguns conceitos básicos sobre a posição dos adventistas como cidadãos, candidatos e eleitores políticos.

Organização apolítica

Existem pelo menos três princípios fundamentais que regem a posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre a política. Um deles é o princípio da separação entre igreja e Estado, levando cada uma dessas entidades a cumprir suas respectivas funções sem interferir nos negócios da outra. A igreja crê que só poderá preservar esse princípio por meio de uma postura denominacional apolítica. Essa postura deve caracterizar não apenas a organização adventista em todos os seus níveis, mas, também, todas as instituições por ela mantidas, todas as congregações adventistas locais, bem como todos os obreiros assalariados pela organização. A igreja encontra nos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos base suficiente para evitar qualquer militância política institucional. O cristianismo apostólico cumpria sua missão evangélica

sob as estruturas opressoras do Império Romano sem se voltar contra elas. O próprio Cristo afirmou que Seu reino “não é deste mundo” e que, por conseguinte, os Seus “ministros” não empunham bandeiras políticas (João 18:36). Qualquer compromisso político ou partidário por parte da denominação dificultaria a pregação do “evangelho eterno” a todos os seres humanos indistintamente (Mateus 24:14; Apocalipse 14:6). Outro princípio fundamental é que o nível de justiça social de um país é diretamente proporcional ao nível de justiça individual de cada um dos seus cidadãos e que essa justiça individual, por sua vez, deriva do interior da própria pessoa. Reconhecendo as dimensões sociais do pecado, a igreja apoia e mesmo participa de projetos sociais e educacionais que beneficiam a vida comunitária sem conflitarem com os princípios bíblicos. Muitos desses projetos são levados a efeito em nome da ADRA - Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais. No entanto, a igreja não participa de quaisquer greves e passeatas de índole política e partidária que acabariam com prometendo sua postura apolítica. Um terceiro princípio fundamental é que cada cristão adventista possui uma dupla cidadania, ele é, acima de tudo, cidadão do Reino de Deus. Em segundo plano, cidadão do país em que nasceu ou do qual obteve a cidadania. Consequentemente, deve exercer sua cidadania terrestre com base nos princípios cristãos de respeito ao próximo. Mesmo desaprovando situações de injustiça e exploração social, a igreja procura se relacionar respeitosamente com o governo civil e os partidos políticos de cada país em que exerce suas atividades, sem com isso comprometer os princípios contidos na Palavra.

Candidatos adventistas

Entre os direitos do cristão adventista no exercício de sua cidadania, está o de ocupar cargos políticos. O Antigo Testamento menciona vários membros do povo de Deus que exerceram funções de grande projeção no governo de importantes nações pagãs da época. José, por exemplo, foi por muitos anos primeiro-ministro do Egito, a mais importante nação da época (Gênesis 41:3845). Colocado por Deus sobre o trono daquele país (Gênesis 45:7-8), José se manteve “puro e imaculado na corte do rei”; e foi “um representante de Cristo” aos egípcios (Medicina e Salvação, pág. 36; Patriarcas e Profetas, págs. 368-369). Daniel exerceu importantes cargos governamentais na Babilônia sob o reinado de Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro (Daniel 2:48, 49; 5:11, 12,29; 6:1-3, 28; 8:27). Com um apego incondicioREVISTA MAIS DESTAQUE 83


fique por dentro nal aos princípios divinos, Daniel e seus companheiros foram embaixadores do verdadeiro Deus na corte desses reis (ler Daniel caps. 1, 3 e 6). A postura de José e Daniel nas cortes pagãs do Egito e da Babilônia, respectivamente, corrobora com o fato de que é possível ser cristão sob governos não comprometidos com a religião bíblica. Mas o aprisionamento de José (Gênesis 39:7-23), o teste alimentar de Daniel e seus três companheiros (Daniel 1), a passagem desses três companheiros na fornalha de fogo (Daniel 3) e a experiência de Daniel na cova dos leões (Daniel 6) comprovam que há um preço elevado a ser pago por aqueles que ocupam cargos públicos em ambientes hostis à verdadeira religião. O exemplo do rei Salomão deixa claro que boas intenções iniciais (II Crônicas 1:1-13) podem ser corrompidas pela influência de ambientes vulgares (I Reis 11:1-15). Já a atitude do rei Ezequias para com a embaixada da Babilônia comprova que governantes tementes a Deus correm o risco de se orgulharem de suas próprias consecuções (II Reis 20:12-19). É interessante notarmos que José e Daniel foram nomeados para suas funções públicas pelos próprios monarcas da época. Mas hoje, na maioria das democracias modernas, as pessoas precisam se candidatar e concorrer a tais funções em um processo bem mais competitivo. O fato de existirem políticos corruptos não significa que todo político seja corrupto. Embora a igreja, normalmente, não encoraje e nem desestimule a candidatura política dos seus membros, ela também reconhece que a sociedade contemporânea tem sido beneficiada pelo bom exemplo de alguns políticos adventistas que concorrem honestamente a determinados cargos públicos e os exercem dignamente, sem comprometerem com isso os princípios bíblicos. A influência positiva de políticos adventistas tem sido decisiva em vários países para o estabelecimento de legislações que facilitem a observância do sábado. É certo que os membros da igreja têm o direito, como cidadãos, de se candidatarem e concorrerem a cargos elegíveis, bem como de procurarem convencer outros a neles votarem. Mas nenhuma programação oficial de qualquer congregação adventista deve ser usada como plataforma po-

lítica que comprometa a postura apolítica da denominação. Candidatos adventistas que usam eventualmente o púlpito devem pregar o evangelho, sem jamais falar sobre política. Deus poderá abençoar ricamente os candidatos que exercerem honestamente sua cidadania, respeitando a posição apolítica da igreja e de seus obreiros, e promoverem a cordialidade e a unidade de nossas congregações.

Eleitores adventistas

Os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia devem reconhecer ser seu dever individual escolher conscientemente em quem votar. O princípio básico é sempre votar em candidatos cuja ideologia, crenças, estilo de vida e propostas políticas estejam mais próximos dos princípios adventistas. Entre os ideais mais importantes estão, em ordem crescente: liberdade religiosa, separação entre igreja e Estado, observância do sábado, conduta moral, temperança cristã, apoio ao sistema educacional privado mantido pela igreja e a tentativa de melhorar a qualidade de vida das classes moral e economicamente desfavorecidas. A posição da igreja sobre algumas dessas questões é enunciada no livro Declarações da Igreja (Tatuí, SP; CPB, 2003). Ellen White adverte contra votar em candidatos sem compromisso com a liberdade religiosa: “Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político. Não podemos trabalhar para agradar a homens que irão empregar sua influência para reprimir a liberdade religiosa e pôr em execução medidas opressivas para levar ou compelir seus semelhantes a observar o domingo como sábado. O primeiro dia da semana não é um dia para ser reverenciado. É um falso sábado, e os membros da família do Senhor não podem ter parte com os homens que o exaltam, e violam a lei de Deus, pisando Seu sábado” (Fundamentos da Educação Cristã, pág. 475). Acima de quaisquer benefícios, sejam eles coletivos ou individuais, deve estar o compromisso com os verdadeiros princípios adventistas.

O princípio básico é sempre votar em candidatos cuja ideologia, crenças, estilo de vida e propostas políticas estejam mais próximos dos princípios adventistas

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DARLEY




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ATITUDES

que fazem a

DIFERENÇA POR REDAÇÃO MD

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vangelismo se observa no dia a dia do verdadeiro cristão. Este, não consegue guardar para si a mensagem preciosa de Cristo Jesus. Sua vida, morte e ressurreição propiciam ao ser humano uma vida de plena esperança no breve retorno do Criador. Quem tem esse desejo, faz questão de compartilhar com as pessoas, independente do local ou das circunstâncias vividas. Foi justamente isso que aconteceu no último encontro nacional da Federação dos Empreendedores Adventistas do Brasil (FE), em Gramado (RS), em meados de setembro do ano passado. Presente ao evento, o casal Paulo e Eliane Di Pardi, passeando pela cidade, resolveu entrar em uma loja para ver alguns artigos. Assim que entraram no estabelecimento, perceberam que os proprietários assistiam à programação da TV Novo Tempo. Logo, como não poderia deixar de ser, Paulo e Eliane foram conversar com os comerciantes - o casal Rodrigo e Marta. Em seguida, revelaram o motivo que os levaram àquela cidade no sul do país: participar do 22° Encontro da FE. Na sequência, convidaram o casal para conhecer todo o trabalho que estava em debate no evento. Dito e feito. O convite foi aceito e, à noite, lá

Atitude de entrega para o nosso Deus

estavam os proprietários da loja prestigiando a programação. No dia seguinte, mais uma vez, os “novos visitantes” fizeram questão de comparecer ao evento e apreender o que era discutido durante todo o pro-

grama. Demonstrando total interesse, foram apresentados ao pastor local. Ele, por sua vez, os convidou para conhecerem a igreja e se aproximarem cada vez mais do evangelho. Pouco a pouco, a relação com a igreja e todos os ensinamentos contidos na Bíblia aumentava e os fazia ver e compreender o mundo de uma forma diferente. Os comerciantes aceitaram o convite para o curso bíblico e, pouco tempo depois, se prepararam para o batismo. E para honra e glória de Deus, no dia 5 de maio deste ano, ambos desceram às águas batismais na igreja central de Gramado. Um grupo de membros da diretoria da FE, moradores de Porto Alegre (RS), foi até a cidade de Gramado para assistir ao batismo, fruto direto de evangelismo espontâneo de membros da Federação.

23° Encontro ocorre em Cumbuco (CE) Neste ano, a FE realiza a edição 23 do encontro nacional na cidade de Cumbuco (CE), em um belíssimo resort na Grande Fortaleza, entre os dias 6 e 9 de setembro. Entre outras presenças confirmadas, podemos destacar o líder mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Pr. Ted Wilson; Pr. Willians Costa Júnior, diretor de Comunicação mundial da igreja; Pr. Erton Köhler, líder da igreja para a Divisão Sul-Americana; e o quarteto Arautos do Rei. Compareça você também!

Para maiores informações, acesse: www.feadventistas.org.br 88 REVISTA MAIS DESTAQUE



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Igreja Adventista realiza o I Fórum Web na América do Sul POR Eduardo Teixeira | REDAÇÃO MD | FOTO: RAFAEL SAMPAIO

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comunicação realizada via internet foi o tema principal no I Fórum Web Adventista, ocorrido na sede da Rede Novo Tempo de Comunicação, em Jacareí (SP), entre os dias 24 e 26 de junho. Durante os três dias, aproximadamente 150 participantes interagiram em palestras, estudos de casos, testemunhos e debates. Entre os convidados, esteve o pastor Garret Caldwell, relações públicas da Igreja Adventista mundial. Durante uma entrevista exclusiva, o religioso falou a respeito dos desafios da comunicação e do apoio que as ferramentas comunicativas oferecem à pregação da Palavra de Deus ao redor do mundo. Quanto às relações públicas, ele afirmou que “essa área é importante porque constrói pontes entre a igreja e a comunidade, o que gera credibilidade para a imagem eclesial ao pregar o evangelho”. Independente do país, há a necessidade de criar vínculos e entender as diferenças culturais, pois essas diferenças são

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desafios consistentes e não impossibilidades”, acrescentou. O pastor Caldwell ainda frisou que as pessoas são influenciadas pela mídia e, por isso, a pregação ao passar pelos meios de comunicação é tão importante quanto àquela feita pelo contato pessoal. É por essa razão que os adventistas têm diversificado e melhorado o conteúdo de comunicação para alcançar mais pessoas, principalmente no conteúdo desenvolvido para os vídeos. O intuito é colocar em prática novas ações na web, que sejam cada vez mais precisas ao público que o material se destina. A jornalista da Associação Rio de Janeiro, Dina Karla Miranda, que assistiu ao Fórum, afirmou que o evento foi “uma oportunidade de aprendizado, sobretudo no que tange às redes sociais e que os cariocas podem esperar mais interatividade pelo Twitter. Por sua vez, Stelio Becker, coordenador de internet da União Sudeste Brasileira, destacou que o evento significou um momento importante

para a integração evangelística na América do Sul, além disso a ocasião permitiu um planejamento compartilhado para as atuações desenvolvidas na internet. “Fui surpreendido com ideias inovadores e o grande desafio que igreja tem para alcançar os ‘nativos digitais’”, afirmou o pastor Herbert Cleber, diretor de Comunicação da Associação Costa Norte. Dando sequência ao pensamento, o diretor de Comunicação da DSA, Edson Rosa, destacou que a oportunidade serviu para avaliar o que foi feito no passado e o que virá pela frente nos próximos anos, além de representar novos tempos à comunicação da igreja na América do Sul.” Após o Fórum, os materiais apresentados ficarão disponíveis para download no site evangelismoweb.com Deste modo, mais pessoas terão acesso às últimas ações que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem trabalhado em toda a América do Sul para levar adiante as verdades bíblicas pela internet.



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ARJ realiza distribuição de 9 mil exemplares da “Grande Esperança” na Rio + 20 POR Dina Karla

A sede administrativa da Igreja Adventista do Rio de Janeiro distribuiu nove mil exemplares do livro “A Grande Esperança” durante conferência da Rio + 20, na Cúpula dos Povos - Aterro do Flamengo. As ações evangelísticas ocorreram nos dias 17 e 20 de junho. Mal o domingo (17) tinha começado e o Coral Jovem da Igreja Adventista Central já havia distribuído mil exemplares do livro aos participantes do evento. O grupo saiu pela manhã e levou mensagens de conforto e esperança a centenas de pessoas.

“Levamos a todos a mensagem que um dia Jesus renovará esta Terra e, assim, viveremos para sempre em um planeta onde haverá justiça social e ambiental eterna. O evento significou uma oportunidade única para dizer à cúpula que o Senhor é a única esperança e certeza”, afirmou o pastor distrital Claudenir de Assis. Para o líder de Jovens em todo o Sudeste do Brasil, pastor Ivay Araújo, a iniciativa em levar esperança aos participantes da Rio + 20 foi positiva. “Devemos compartilhar com toda a população o amor de Jesus Cristo e levar mensagens de esperança de um mundo melhor”, destaca. Três dias depois, aproveitando esse grande evento mundial - o qual traz consigo muito apelo social -, os desbravadores, aventureiros e voluntários da ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) realizaram a distribuição e levaram mensagens de

conforto e esperança a milhares de pessoas da cidade maravilhosa. Mariana Gomes, de 10 anos, ajudou na distribuição dos livros e transmitia alegria ao entregar cada exemplar. “Falar do amor de Jesus às pessoas é motivo de felicidade. Muito em breve quero morar com Jesus no céu”, disse. Um dos agraciados com o livro, o jovem Mariano César, mudou sua opinião em relação à Igreja Adventista. “Nunca havia conversado com um adventista. Tinha uma impressão negativa. Agora vejo que são pessoas com princípios éticos, sociais e morais. Além disso, falam de um Cristo que abraça a todos independentemente de credo ou classes sociais”, destacou. Ainda durante a programação, a ADRA montou uma banca no local do evento com o nome “Amigos da Natureza”. Além da distribuição dos livros, a equipe informava a respeito dos Clubes de Desbravadores e Aventureiros.

IPAE reinaugura campo de futebol COMUNICAÇÃO IPAE

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A noite do último domingo de maio foi animada no IPAE. Os alunos participaram de uma comemoração especial e muito aguardada. Todos os festejos ocorreram em função da reinauguração do campo de futebol da escola. Totalmente reformado - com grama, balizas, rede, iluminação e grades de proteção novas -, o local passa a oferecer toda a estrutura necessária para a prática

do esporte, inclusive à noite. “Desde a sua fundação, o IPAE tem como objetivo a formação de jovens que visem, por meio de suas ações, melhorarem o mundo em que vivemos. E isso só é possível através de um estudo contextualizado que se aplique à vida, buscando sempre o desenvolvimento do corpo e da mente”, destacou o professor Wagner Pessanha.



RADIO ADVIL


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LÍDER DE MINISTÉRIO PESSOAL DA DSA TREINA PASTORES DA AMa POR Sidnei Roza

A Associação Maranhense (AMa) recebeu, no final de junho, a visita do pastor Everon Donato, departamental de Ministério Pessoal e Pequenos Grupos da Divisão Sul-Americana (DSA). Durante uma reunião animada e motivadora, os pastores distritais da AMa aprenderam mais sobre a importância do discipulado. A estratégia usada pela igreja com pequenos grupos (PGs) em rede, já utilizada na Associação, foi destacada no encontro. Na palestra, o pastor Donato falou também sobre a liderança descentralizada e como esse método pode contribuir para a multiplicação dos membros. As estratégias usadas por Jesus e os fatores determinantes para o avan-

ço da igreja completaram a abordagem do líder da DSA. “Jesus formou líderes a partir do pequeno grupo de discípulos”, discursou. No final da reunião, que durou quase 4h, os pastores puderam tirar dúvidas e trocar ideias sobre o funcionamento dos protótipos e da rede de pequenos grupos. O encontro contou com a presença do Pr. Ivanildo Cavalcante, líder de MIPES da União Norte Brasileira, e do Pr. Ramildo Bezerra, presidente da AMa. A Associação Maranhense tem, atualmente, 1940 PGs em funcionamento. Assim, mantém seu progresso e motivam seus membros para aumentar a rede. No mês de maio, por exemplo,

uma convenção reuniu, aproximadamente, 1,3 mil líderes que já testemunharam todos os benefícios dos pequenos grupos.

660 NOVOS CONVERSOS INICIAM JORNADA ESPIRITUAL NA AMa POR CAMILA ARAÚJO

Um número que empolga e revela que o caminho vem sendo seguido corretamente. Exatos 660 conversos iniciaram, no penúltimo sábado de junho (23), a Jornada Espiritual, no Centro Adventista de Lazer e Treinamento (CALT 1), da Associação Maranhense (AMa). De fato, a grande quantidade de jovens interessados na jornada espiritual causou uma surpresa generalizada por parte da liderança. O que não trouxe espanto foi a forma que eles chegaram: empolgados e atenciosos em cada palestra ministrada. Logo na primeira ocasião, os cinco princípios da mordomia cristã foram ensinados pelo pastor João Borges. Ele também abor-

dou os mitos da espiritualidade e o chamado que Deus faz e continua fazendo para uma vida de santidade. O pastor apelou para que todos pudessem recomeçar sua vida espiritual colocando Jesus Cristo em primeiro lugar e dedicando a Ele a primeira hora de cada dia para comunhão. Entre uma palestra e outra, momentos especiais de oração intercessora e cânticos davam o tom da espiritualidade. Na sequência, o professor Edson Erthal, tesoureiro da AMa, abordou sobre o poder que torna um cristão vencedor, falando sobre a importância do estudo da Bíblia no fortalecimento diário do cristão. Na parte final, o líder de mordomia cristã da AMa, Pr. Sidnei Roza, falou claramente sobre os próximos 40 dias. Além de revelar as dificuldades a serem enfrentadas no decorrer da jornada, ele salientou que todos poderiam chegar ao final. “Deus deseja dar poder aos seus filhos, mas não o fará se não buscarem de todo o coração”, declarou o pastor Sidnei. REVISTA MAIS DESTAQUE 95


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Projeto Missão Global destaca evangelismo nas grandes cidades POR Eber Pola

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Missão Global é a evangelização mundial que envolve a divulgação da Bíblia ao maior número possível de pessoas e tem preparado missionários que desejam sair de suas regiões e evangelizar em outros países ou cidades. A expansão da igreja já atingiu mais de 200 países, com a presença oficial em todos os continentes. Líderes sul-americanos responsáveis pelo trabalho da Missão Global da Igreja Adventista em oito países, estiveram reunidos no Centro de Treinamento de Cotia, em São Paulo, entre os dias 18 e 21 de junho, para avaliar as metas e os resultados do projeto Plantio de Igrejas, do evangelismo urbano e de minorias. O assunto em destaque foi evangelismo nas grandes cidades. Na ocasião, aconteceu o fórum com o tema “Esperança Para as Grandes Cidades”. Por exemplo, a cidade de Montevidéu (URU) tem 1,5 milhão de pessoas, sendo um adventista para cada 860 habitantes.

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Como atingir cidades com esse perfil ou bairros no Brasil com 100 mil habitantes sem a presença da Igreja Adventista? A evangelização urbana tem proporcionado novos métodos diferenciado de frente de trabalho e como entender os hábitos e costumes da sociedade pós-moderna. A campanha do livro missionário “A Grande Esperança” e as ferramentas de evangelismo na web têm alcançado milhões de lares. Para o pastor Edison Choque, líder sul-americano da Missão Global, “em grandes cidades, não estamos apenas concentrados em comprar terrenos e construir igrejas, mas em criar um grupo apaixonado pelo movimento de reprodução. Discípulos reprodutivos, interessados em conduzir pessoas para o Reino de Deus”, revelou o líder religioso. É exatamente a ordem que Jesus deixou para os seus discípulos. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Lucas 16:15).

Um exemplo dessa paixão de ir e pregar o evangelho pode ser notado na vida de Weber Alves Barbosa da Silva, que após passar em dois concursos públicos, sentiu o chamado para ser obreiro no projeto Semear Cidades, que recruta casais para trabalharem em cidades do sul do estado de Minas Gerais. “O chamado me fez refletir onde estava o meu coração. Troquei uma carreira profissional bem sucedida para auxiliar pessoas e comunidades carentes. Levei um bêbado para dentro da minha casa e ele foi recuperado. Deus nos chamou para abençoar as pessoas”, afirmou durante seu testemunho ocorrido no concílio. Testemunhos de obreiros como Weber, por exemplo, têm confirmado que o envolvimento pessoal efetivo de cada membro da igreja no serviço cristão tem o poder de transformar a vida das pessoas com a mensagem de que Cristo em breve voltará.


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infantil

TEXTO: JOÃO CARLOS PEREIRA | ADAPTAÇÃO: BÁRBARA J. S. KOPITAR

Em uma família romena, o pai sempre dizia ao filho: – Haja o que houver, eu sempre estarei ao seu lado. O filho confiava que esse amor jamais seria abalado. Até que ocorreu um forte terremoto que derrubou uma parte da cidade onde aquela família morava. No momento da tragédia, o pai estava indo viajar. Nada de pior aconteceu, mas ele voltou imediatamente para ver sua família. Depois de ver sua casa um pouco rachada, percebeu que sua mulher estava bem, e foi informado que seu filho estava na escola. Ele correu para lá e ficou apavorado ao observar que o local tinha sido totalmente destruída. Desolado, ficou parado ali e se lembrando da promessa feita ao pequeno. Todos os dias o pai levava o filho à escola segurando sua pequena mão. Lembrando-se disso, resolveu fazer o mesmo caminho, mas, agora, por cima dos escombros. - Haja o que houver, eu sempre estarei com você - pensava. E ele não estava... Então, o pai começou a cavar com as mãos e gritava o nome do filho. Chegaram outros pais, que embora bem intencionados e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:

Meu pai

herói

– Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. Sem se importar com os pedidos, o pai continuava seu trabalho de cavar e perguntava a cada um que vinha falar com ele: – Você vai me ajudar? Pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, os bombeiros. Todos queriam retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. Mas este homem não se esquecia da promessa. – Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai pôr em risco sua vida, pois continuam havendo explosões e incêndios – gritou um militar. E o pai, decidido, respondia: – Você vai me ajudar? Um a um, todos se afastavam. Aquele pai trabalhou sem descanso, apenas com pequenos intervalos, mas não se afastava daquele local, onde havia a sala de aula do seu filho. Ele gritava o nome do garoto incansavelmente. As horas iam passando... Mesmo exausto, ele não iria desistir enquanto não tivesse uma certeza. Então, de repente, ao afastar uma enorme pedra, ouviu: – Pai, estou aqui!

Desesperado e feliz, o pai fazia agora mais força para abrir um vão maior e perguntou apreensivo: – Filho, você está bem? – Sim, papai, estou. Mas estou com sede, fome e muito medo - respondeu o filho. – Calma, filho, já vou tirar você daí. Tem mais alguém com você? - indagou o pai. – Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo. Estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem - destacou. Alucinado, o pai gritou, clamando por ajuda. Vieram os bombeiros e outros pais. Todos ajudando com suas próprias mãos. – Pai, eu falei para meus amigos ficarem sossegados, pois meu pai irá nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora: Haja o que houver, meu pai estará sempre ao meu lado – disse o filho. Conseguindo abrir um buraco maior, o pai pede ao filho: – Vamos, filho, tente sair por este buraco. – Não, pai! Vou deixar os meus amigos saírem primeiro. Porque eu sei que você vai estar aí esperando por mim haja o que houver! Assim, também nós podemos confiar em Deus. Ele está sempre ao nosso lado e jamais nos deixará. Não existe nada que possa separar você do grande amor de Deus.

Essa e outras histórias você encontra no site: www.tiahelenita.com.br

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estilo

REDAÇÃO MD

GRAVATA

SXC

Muito mais que um acessório, a gravata pode representar a marca de estilo pessoal, reflexo do arrojo ou sobriedade

E agora, qual a

melhor opção?

Camisas lisas podem ser usadas com gravatas lisas ou estampadas. Já as camisas estampadas (listras, xadrez etc) até podem ser usadas com gravatas estampadas (para um estilo mais arrojado), mas não convém, ou seja, é melhor optar pelas lisas. Se quiser ousar, aí é por conta própria e risco. Para não errar, prefira sempre tom sobre tom para as lisas ou estampadas. Ou seja, utilize tons como o vinho, o lilás, outros tons de rosa ou (no caso de gravatas estampadas) fundo escuro (já que o terno é escuro) com estampas (abstratas ou cashmere, vai do seu estilo). Invista nas camisas rosa dentro de ternos em tons cinza e siga a mesma linha de raciocínio.

Fonte: papodehomem.com.br

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Quando falamos em um vestuário fino, aquele mais apropriadas para ocasiões especiais e até algumas funções dentro do mercado profissional, logo pensamos na combinação: terno, camisa, gravata e sapatos. O look social está presente na vida do homem. Não há o que duvidar. Tanto é que a preocupação com ele existe. E não apenas por parte das mulheres – mães, namoradas e esposas. O homem do século 21 está cada vez mais preocupado com a qualidade e a combinação a ser seguida. Elegância comprovada. Sinônimo de respeito, seriedade e profissionalismo. A origem da gravata data do século XVII, na França, sob o reinado de Luís XIV. Entre seus batalhões, alguns formados por mercenários, o rei empregava soldados croatas, que eram reconhecidos facilmente por um grande lenço usado ao redor do pescoço. Era o nascimento do plastrão (gravata longa, cujas pontas se cruzam obliquamente). Depois, a gravata foi se desenvolvendo durante os tempos, acompanhando a evolução de outras peças de vestimenta, até chegar ao estágio em que se encontra hoje. Além do modelo mais tradicional, existe também a do tipo borboleta. Por sinal, Frank Sinatra a popularizou nas décadas de 40 e 50. São comuns os filmes, fotos e capas de disco onde ele aparece com uma borboleta de laço desfeito. Há quem diga que nove entre dez mulheres preferem homens de terno e gravata pelo charme e pela masculinidade que transmitem. Esse acessório é utilizado por milhões de pessoas no mundo todo (homens, em sua grande maioria) e, para muitos, representa uma maneira de as pessoas expressarem suas personalidades. Cada qual usa a gravata com uma determinada estampa, produzida com um material específico e com o nó feito de acordo com o gosto e o estilo mais apropriado. Devido a essa grande variedade, é comum existir muitas dúvidas e questionamentos no que tange à melhor maneira de usá-las. A combinação entre as cores e o modelo de camisas e gravatas constituem grandes desafios aos homens no corrido dia a dia. Camisa lisa com gravata estampada? Qual a melhor opção quando uso o xadrez? E por aí vai. Já ouviram aquela música “Com que roupa eu vou?”. Pois bem, é mais ou menos isso.



seu direito

Um tapinha não dói? LEI DA PALMADA. Contrariando um antigo costume dos brasileiros, que consiste em educar os filhos através de castigos físicos (palmadas e outras agressões menores que visam criar dor física na criança ou no adolescente), foi elaborado o projeto de lei 8.069. Ele veda a prática costumeira do castigo físico em menores de idade, ainda que praticado com o intuito de educar. Aprovado por unanimidade em 14 de dezembro de 2011, pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o projeto tem como finalidade punir os pais ou responsáveis pela criança ou adolescente que lhes infligirem castigo físico, propondo a comissão que os órgãos públicos realizem campanhas de orientação de como educar sem o uso da violência física. Ou seja, está mais do que claro

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a todos que “bater não educa”, segundo a relatora Teresa Surita (PMDB-RR). Todavia, em que pese o fato de já ter sido aprovado, o referido projeto continua despertando polêmicas em todo o país, e a maior questão levantada pelos pais e educadores é: “Não se pode mesmo nem dar uma palmadinha no filho?” E a resposta dada pelos especialistas é: “Não. Bater não significa educar.” Para a maioria dos religiosos que praticam o ensino bíblico, o castigo às crianças nos remete à época dos profetas (alguns deles, inclusive, incentivavam o uso da vara na educação da criança). Podemos encontrar um exemplo disso na leitura do texto escrito pelo sábio Salomão: “Não retires a disciplina da criança; porque, fustigando-a



seu direito O projeto tem como finalidade punir os pais ou responsáveis pela criança ou adolescente que lhes infligirem castigo físico com vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno” (Provérbios 23: 13 e 14). O texto bíblico é bastante claro: tratando de disciplina às crianças, o uso da vara é recomendado pelo profeta como meio de correção. Contudo, não deveria ser elevado à categoria de violência doméstica, nem tampouco Salomão recomenda espancamento ou surras incontroláveis, mas apenas a disciplina séria e prática. Tantas são as preocupações existentes entre pais e educadores que todos reconhecemos nossa impotência no sentido de acharmos a mais correta forma de educação de nossos jovens. Se os criarmos soltos, sem disciplina, sem que eles sintam pelos pais aquilo que em direito chamamos de “temor reverencial”, corremos o risco de perdê-los para o mundo da delinquência, das drogas e da prostituição. Se os fustigamos com vara - como recomenda o sábio Salomão - podemos incorrer em crime de agressão física a crianças e adolescentes, pois alguns desses castigos físicos podem extrapolar a punição razoável, provocando-lhes dores físicas e psicológicas. Os educadores modernos são diretos: “jamais agrida”. Muita coisa envolve a educação das crianças. Daí, a preocupação em se introduzir no Estatuto da Criança e do Adolescente a proibição de castigos corporais, especialmente em uma época em que existem violências sen-

do cometidas contra crianças e adolescentes.

Nenhuma palmada a mais

Apesar de o assunto ainda continuar em discussão, ela não alcança os verdadeiros fatos que envolvem o tema, ficando tudo no campo do superficial. E as indagações continuam surgindo: “E daí, não se pode mais dar palmadas nos filhos?” Há tanto de que se coibir aos filhos que às vezes fica difícil fazer com que eles entendam, a não ser através de uma correção prática, dizem os pais. Na realidade, muitos pais, educadores e até mesmo algumas babás submetem crianças e adolescentes a tratamentos humilhantes e degradantes, deixando marcas profundas na vida dessas criaturas. Não somente vestígios de varas e chicotes, mas psicológicos, profundos e irreversíveis. Há que se avaliar que, por vezes, a criança agressiva e birrenta pode estar tentando demonstrar sua necessidade de amor e carinho. Crianças e adolescentes podem se sentir sufocados no entremeio de brigas e conflitos dos pais, cujos entreveros quase sempre acabam por afastar os filhos do convívio do lar. A irritação dos filhos também pode levar à ira por parte dos pais, os quais também reagem com agressividade, seja na forma de palmada, xingamento, grito ou olhares de reprovação, o que também representam formas distintas de agressões.

Escritório: Av. Dr. Renato de Andrade Maia, 135 Tel.: (11) 2443-1064 | Cel.: (11) 9915-5957 e-mail: jo.marianosilva@uol.com.br

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Podemos afirmar que as causas de todas essas violências são enormes. Por essa razão, com respaldo na Comissão Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), o recente projeto de lei que tenta coibir a prática de castigos corporais nos filhos visa trazer à mesa o debate de temas de alta relevância social, notadamente em face à proteção de todos os jovens contra o vil tratamento e a humilhação a que são quase sempre submetidos. Há que se lembrar que o projeto se estende além do âmbito da família, incluindo-se os cuidadores de crianças. Enfim, a legislação torna amplo o debate no sentido de envolver a sociedade como um todo, pois não basta a discussão sobre dar ou não dar palmadas nas crianças turras, mas tentar descobrir o que de fato está ocorrendo com os nossos filhos, com as nossas escolas e com o moderno sistema de educação vigente no país. Sob o ponto de vista jurídico, podemos afirmar que a lei está aí para proteger a todos, especialmente os incapazes, aqueles que não possuem autonomia para gerir suas próprias vontades (crianças, adolescentes e outros). Porém, no momento da sua aplicação, notamos a falha do Estado. Nestes casos, para os infratores, as penas são simples advertências, encaminhamento a programas de proteção à família e orientação psicológica. Medidas que não vão dar em nada, pois sequer intimidarão os agressores.

João Mariano da Silva é advogado criminalista, especialista em direito de família, em regularização de documentação imobiliária e direito da propriedade



evidências

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Arqueologia do Antigo Testamento

“Deus endureceu o coração de faraó”. Para os reis do antigo Egito, ter um coração duro significava a certeza de uma salvação forjada à custa do engano dos deuses

É

curioso como a Bíblia – evidentemente usando uma figura de linguagem – descreve a teimosia do rei do Egito com a ideia de que Deus endureceu (literalmente “petrificou”) o coração de Faraó. O estudo das línguas orientais mostra que o Senhor, muitas vezes, é colocado como autor daquilo que Ele na verdade apenas tolera. É um limite do idioma e nada mais. Nós também temos as mesmas limitações em nossa língua pátria: quando dizemos a alguém “vá com Deus” ou “que o Senhor te acompanhe” não estamos com isso negando a onipresença do Altíssimo como se Ele precisasse “ir” a um lugar onde já não estivesse. Também não estamos de maneira nenhuma nos matando quando dizemos: “Estou morto! (isto é, cansado).” A ideia de um faraó de coração duro pode ser ainda mais esclarecida se atentarmos para o fato de que o estudo de várias múmias revelou o estranho costume egípcio de colocar dentro do corpo mumificado um escaravelho de pedra bem no lugar do coração. Esse amuleto servia ao defunto como uma espécie de salvo conduto no juízo final perante Osíris. Um coração normal (que era pesado na balança da deusa Ma’at) poderia denunciar os seus pecados fazendo-o perder um lugar no paraíso. Mas um coração de pedra enganaria os deuses. Ocultaria os erros que ele cometeu, garantindo-lhe o paraíso, mesmo que houvesse levado uma vida de constantes pecados. Ter, portanto, um coração duro (ou “de pedra”) era para Faraó a certeza de uma salvação forjada à custa do engano dos deuses! Daí a forma irônica e eufemística de dizer: “Deus endureceu o coração de faraó”. REVISTA MAIS DESTAQUE 107


evidências É dessa forma que a arqueologia pode contribuir para esclarecer o contexto bíblico bem como confirmar a historicidade, senão de todos, pelo menos de uma considerável parte do relato encontrado nas Escrituras. Vejamos alguns exemplos: Leis mesopotâmicas: Uma coleção de várias leis datadas do terceiro e segundo milênios antes de Cristo que ilustram em muitos detalhes o período patriarcal. O conhecido código de Hamurabi (c. 1750 a.C.) é uma delas.

Textos de Balaão:

Outra placa comemorativa, desta vez da conquista militar da Síria sobre a região de Dã. Encontrada em meio aos escombros do sítio arqueológico, a inscrição trazia de modo bem legível a expressão “casa de Davi”, que poderia ser uma referência ao templo ou à família real. Porém, o mais importante é que mencionava pela primeira vez fora da Bíblia o nome de Davi, indicando que este fora um personagem real.

Estes artefatos mostram duas derrotas militares de Israel. O primeiro traz o desenho do rei Jeú prostrado diante de Salmanazar III e oferecendo tributo, enquanto o segundo descreve o cerco de Senaqueribe a Jerusalém, citando textualmente o confinamento do rei Ezequias.

Papiro de Ipwer: Trata-se da oração sacerdotal de um certo egípcio chamado Ipwer que reclama junto ao deus Horus as desgraças que assolavam o Egito. Entre elas, ele menciona o Nilo se tornando em sangue, a escuridão cobrindo a terra, os animais morrendo no pasto e outros elementos que lembram muito de perto as pragas mencionadas no Êxodo.

Estela de Merneptah: Inscrição de Siloé:

Encontrada acidentalmente por algumas crianças que nadavam no tanque de Siloé, essa antiga inscrição hebraica marca a comemoração do término do túnel construído pelo rei Hezequias, conforme o relato de II Crônicas 32:2-4. “Quando Ezequias viu que Senaqueribe estava planejando atacar Jerusalém também, consultou os seus chefes militares e civis e propôs que tapassem as fontes de água que ficavam fora da cidade; e eles concordaram com o plano. Muita gente se ajuntou, e foram tapar todas as fontes e também o canal que atravessava aquela região. Isso foi feito para que os assírios encontrassem pouca água quando chegassem perto da cidade.”

Uma coluna comemorativa escrita por volta de 1207 a.C. que conta as conquistas militares do faraó Merneptah. É a mais antiga menção do nome “Israel” fora da Bíblia. Alguns céticos insistem em negar a história dos Juízes dizendo que Israel não existia como nação naqueles dias. Porém, a Estela de Merneptah desmente essa afirmação ao mencionar Israel entre os inimigos do Egito.

Rodrigo silva é doutor em Teologia Bíblica 108 REVISTA MAIS DESTAQUE

divulgação

Estela de Tel Dã:

Fragmentos de escrita aramaica foram encontrados em Tell Deir Allá (provavelmente a cidade bíblica de Sucote). Juntos, eles trazem um episódio na vida de “Balaão filho de Beor” – o mesmo Balaão de Números 22. Os textos ainda descreviam uma de suas visões, indicando que os cananitas mantiveram lembrança desse profeta.

Obelisco negro e prisma de Taylor:



aconteceu comigo

REDAÇÃO MD | fotos: arquivo pessoal

Filho de Deus e cidadão do

mundo Engenharia Civil, Arquitetura, Militarismo, Missões de Paz da ONU, Moda, Entretenimento, Fotografia até o encontro com o Senhor

Quando falamos em testemunho, vem à cabeça um relato, uma grande experiência vivida pelo poder do Espírito Santo. Deus tem muitas coisas preparadas para cada um de nós. Porém, entender o Seu tempo e a Sua vontade não é uma tarefa fácil para todos nós, meros mortais. É o que podemos notar na rica história de vida do brasileiro de origem italiana (e atualmente fotógrafo de Moda) Celso Maroni. Como dizem por aí, um verdadeiro cidadão do mundo. Natural de Porto Alegre (RS), Maroni, desde cedo, passou por muitas dificuldades. A primeira delas aconteceu logo aos 12 anos de idade, quando seus pais (Maria Jerusa e Antônio Maroni) passaram por momentos difíceis antes da separação. Como representante da empresa de relógios Rolex, seu pai pouco parava em casa. Então, sua criação ficou sob a responsabilidade de sua mãe, Maria. O casal veio a se separar depois de dez anos de união. Neste momento, o representante resolveu que o melhor para o garoto seria ir para a Itália e viver na casa do avô. Malas prontas e passagem comprada. Maroni desembarcou em Milão. Detalhe: seu avô paterno não havia sido avisado. Amparado pela polícia no aeroporto, o garoto conseguiu contatar Marco Maroni e se locomover até Pádova, a 240 km de Milão. Acostumado com o amor caloroso de seus pais, Maroni passou a viver dias difíceis. Seu avô não fazia muita questão de ser simpático. Logo a criança foi matriculada em um colégio de período integral. “Voltava para a casa do meu avô apenas para dormir e, mesmo assim, tinha que arrumar a cama e o quarto se quisesse ter um lugar para dormir”, conta. Levou quase cinco anos para o garoto entender o porquê de atitudes como essa.

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aconteceu comigo

Isso ocorria em função da raiva que o patriarca sentia do povo brasileiro desde a Segunda Guerra Mundial, quando teve que fugir da Itália e passou a viver no Brasil. Depois de muito esforço, adquiriu alguns pedaços de terra em território tupiniquim. No entanto, dois anos depois, ele descobriu que os terrenos eram de propriedade do governo. A cavalaria o obrigou a desocupar o local, e ele voltou à Itália. “Durante essa conversa, meu avô ficou muito irritado e pediu para que eu fosse embora”, lembra aflito. Assim, Maroni deu início à sua primeira tentativa de suicídio. “Com uma corda no pescoço presa à janela de uma sala da faculdade”, diz. Uma amiga o socorreu e evitou o pior. Foi expulso da instituição e se matriculou em outra universidade, onde cursou Arquitetura e Urbanismo. Nem os estudos o livraram da solidão. Atordoado, tentou o suicídio pela segunda vez (sem sucesso). Agora, com coquetel em uma seringa introduzida no braço. Ele foi acordar quatro dias depois em um hospital, onde leu o livro “A arte de morrer” (Bhagwan Rajneesh) e passou a enxergar a beleza contida no viver. Decidiu conhecer o autor pessoalmente e embarcou à Índia. Por lá, frequentou mais de 20 religiões e flertou com a morte pela terceira vez.

Maroni serviu o campo de fuzileiros da Legião Estrangeira. Na sequência, se alistou no Greepeace e, depois na Organização das Nações Unidas (ONU)

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De volta à Itália, Maroni foi informado sobre a necessidade da regularização dos seus documentos. Mas, para isso, teria que passar pelas forças armadas. Como estrangeiro, era preciso servir no Brasil e depois pedir transferência para cumprir mais um ano de serviço militar na Europa. Saiu da Itália de navio e desembarcou em Paranaguá (PR), onde pegou uma carona e desceu em Curitiba (PR). Depois de dormir na rua, conseguiu se alistar no Exército. A resposta viria quatro meses depois. Sem dinheiro e solitário, passou a morar nas ruas. O tempo passava, e o dia seleção para o Exército chegou. Maroni foi dispensado por excesso de contingente. Decepcionado, viu uma luz no final do túnel quando um militar o indicou a voltar ao quartel no período de dois meses, já que no dia da convocação sempre havia alguma desistência. Mais uma vez chegou o esperado dia. No batalhão, outra decepção. Como seus documentos estavam para vencer, o rapaz retornou à Itália. Por lá, havia duas opções: voltar ao Brasil e abdicar da cidadania italiana e perder todos os seus estudos ou servir voluntariamente a alguma organização não governamental. Alistou-se na legião estrangeira francesa e foi convocado para o campo de fuzileiros.

Após três meses de recrutamento, se apresentou ao Greenpeace. Sem se adaptar, se transferiu à Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de Salerno (ITA). Bem preparado, passou a atuar em missões de paz, auxílio-médico e campos de refugiados em países como Camboja, Filipinas, Serra Leoa e Ruanda. “Em Camboja, o Senhor pela primeira vez falou comigo”, recorda. Certo dia, durante um descarregamento de mantimentos, um dos missionários pediu para que ele segurasse sua Bíblia. Maroni abriu em Isaias 49:15. Depois disso, surgiram muitos questionamentos, sobretudo por presenciar tamanho sofrimento. “Perdi o sentido da vida”, define. Cansado, ele resolveu tomar um rumo diferente: voltar para Milão (ITA) e iniciar sua profissão de arquiteto e engenheiro civil. Já em solo europeu, Maroni conseguiu emprego em uma construtora financiada pela faculdade e acabou se destacando. Isso lhe rendeu um convite para atuar em empreendimentos chilenos. Após dois anos, a equipe foi transferida para Brasília, onde permaneceu por um ano, já que o quadro funcionário acabou desmembrado. Depois de aceitar o convite de uma prima, o arquiteto voltou à Itália. Desta vez, para cursar Moda, já que o setor


“Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças e subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão”

vinha em franco progresso. Depois de três anos, decidiu trancar a faculdade. Uma nova virada em sua vida viria em três meses. Agora, no curso Fotografia de Moda. Não demorou muito para que ele passasse a trabalhar nas mais conceituadas revistas de moda e conhecer várias partes do mundo. “Acabei retornando ao Brasil para fotografar a atriz Luiza Brunet e recebi uma proposta de trabalho”, diz. O fotógrafo aceitou e mudou sua vida para o Rio de Janeiro, inclusive sua empresa (a Photo Model Brazil). Campanhas publicitárias e projetos de programas de TV. Tudo ia muito bem até a mudança para o Paraná. “Criei o programa One Nice Days. A ideia era exibi-lo em rede nacional pela Band São Paulo, mas o custo para isso era alto. Foi onde procurei uma empresa de consultoria, e eles me indicaram Maringá (PR)”, lembra. Sua prima - produtora de moda que há oito anos trabalhava com ele – permaneceu na capital fluminense. Maroni deixou com ela uma procuração e algumas folhas de cheque em branco. A familiar passou a não atender mais as ligações de Maroni. Preocupado, ele voltou ao Rio de Janeiro e encontrou seu apartamento vazio. Depois de contatar seu advogado, descobriu que sua prima havia se mudado para a China. Nada poderia ser feito, já que as

assinaturas nos documentos foram feitas de próprio punho. A situação era complicada. De volta ao Paraná, o fotógrafo conheceu Ismael Ferreira, diretor comercial da TV Maringá. Seu programa piloto, feito com uma sócia, foi aprovado e os dois começaram ali uma grande amizade. “Toda vez que eu ia à emissora, o Ismael me mostrava partes da Bíblia para acalmar meu coração. Conversávamos por horas e horas”, lembra. Dias depois, Maroni passou a frequentar a Igreja Adventista do Refúgio (próximo ao IAP, também em Maringá), onde o Ismael ocupa o cargo de ancião. Tudo fluía bem até um novo golpe. Certo dia, ao chegar em casa, Maroni viu seu apartamento (mais uma vez) vazio. Desta vez, a sócia de Maroni levou todos os seus bens em um caminhão. A ação ocorreu enquanto ele editava o programa (acionada, a polícia conseguiu interceptar o veículo). “Sem acreditar, fui para casa de uma amiga. Acabei me afastando do Ismael”, relata. O tempo passou e Maroni se envolveu com uma mulher espírita. Apaixonado, foi morar com ela e suas duas filhas. Na sequência, recebeu um convite por parte de Ismael: produzir um programa de TV sobre os 64 anos de Maringá. Amizade retomada. Neste momento, por motivos religiosos, começou uma discórdia dentro da casa do fotógrafo, e ele resolveu sair. Novamente sem lar, Maroni foi morar com um amigo. Decidido a seguir a Palavra de Deus, permaneceu pouco tempo por lá. Sensibilizado, Ismael o convidou para morar com ele e sua família no Refúgio. “Fiz um estudo bíblico. Deus colocou mais um grande amigo para estudar a Sua Palavra, Capellati”, destaca emocionado. “Então, Deus veio com o golpe de misericórdia: enviou-me do céu o meu grande e amado Pastor Hadson Araújo”, acrescenta. Para honra e glória de Deus, Maroni se batizou em dezembro do ano passado na Igreja Adventista e, atualmente, reside em uma quitinete no Refúgio. “Sinto-me imensamente feliz ao lado de pessoas verdadeiras como o casal Augusto e Lilia Canário, Evanaldo Dunga e sua família, Cléo de Souza, Jordana Grace e seu esposo pastor Victor”, destaca. “Conheci a Rádio Novo Tempo, que é minha companheira de todas as horas, e continuo atuando como fotógrafo de moda apenas para finalizar alguns projetos. Logo deixarei essa profissão, pois procuro a transformação de uma nova vida em Deus Pai”, finaliza. REVISTA MAIS DESTAQUE 113


Figueira sem figos Onde está o teu tesouro, ali estará teu coração

Em Lucas 13:6-9, Jesus, então, fez esta comparação: “Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nada. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: ‘Olhe, já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nada. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar ocupando o terreno sem produzir nada?’ Mas o empregado respondeu: ‘Patrão, deixe a figueira ainda este ano. Eu vou cavar em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, o senhor pode mandar cortar.” A parábola fala a respeito de uma plantação diferente. O evangelho é a revelação ao mundo de um Deus diferente dos outros deuses, sobretudo com planos diferentes. Quando falamos disso, podemos citar vários exemplos. Segue alguns deles: - O ser humano precisa fazer alguma coisa para merecer o favor de outro ser humano. Na vida cristã, você já começa com sua vitória nas mãos, já que, quando se crê, a salvação é prometida. - Quando você envia seu filho a uma viagem, você manda abarrotado de malas e roupas. Deus, por sua vez, enviou seu filho para uma manjedoura, perto de animais, desprovido de bens materiais.

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- Você jamais pensa na morte do seu filho. Cristo Jesus veio ao mundo para morrer, e o que é pior, em lugar de outros (e muitos destes o ignoram e rejeitam). Não é um Deus diferente? A plantação era de uvas, mas a árvore que chama atenção é uma figueira. Ela pode ser descrita para mostrar o destaque que Jesus queria dar a uma árvore em especial ou para aludir ao fato que, na Palestina, a figueira põe frutos dez meses por ano. Em Isaías 5:1-7, a nação de Israel é a vinha do Senhor na Terra. Foi plantada para um propósito especial: que frutificasse. Recebera privilégios que nenhuma nação recebera: ser testemunha da graça do Senhor.

O juízo

Ao plantar a figueira, o dono da vinha tinha o objetivo de colher frutos, mas teve uma grande decepção: foi colher frutos e nada achou. Vivemos muito disso nos dias de hoje. Decepções com os governantes, amigos, esposo, esposa, namorado, professor, pastor e por aí vai... O proprietário da vinha veio buscar o que lhe pertencia por três vezes em três anos. Isso é uma prova de esterilidade. Por que desperdiçar o solo com uma árvore infrutífera? Podemos pensar neste período de espera como referência ao ministério de Jesus Cristo para dar uma

última oportunidade à nação de Israel para o arrependimento. O juízo não é sobre uma ação, mas, sim, sobre uma atitude, um estilo de vida. Três anos representam todo o esforço feito em favor de alguém. O juízo tem como base a misericórdia. Então, quantos estão se perdendo hoje sem conhecer o caminho da felicidade eterna? O céu fica pasmo ante a rejeição humana. Onde está o teu tesouro, ali estará teu coração. Quantos lares em que o marido (ou a esposa) não está salvo? Perdemos tanto tempo em coisas puramente egoístas e não cuidamos ou priorizamos a salvação eterna das pessoas. Cristo Jesus mostrou sua decepção com a árvore que estava ocupando um lugar inútil na terra. O mesmo sentimento demonstrou quando o mundo antediluviano distanciou-se dos princípios divinos (como podemos ler em Gênesis 6:6). Ele chorou sobre Jerusalém quando sentiu a rejeição aos seus apelos e previu sua destruição. Por acaso, você já parou para pensar qual o Sentimento dEle hoje para com cada um de nós?

Pr. Moisés Moacir é presidente da União Nordeste Brasileira

divulgação

SXC

reflexão




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