E AGORA, O QUE FAZER? (ED 53)

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SAÚDE

Conheça os oito remédios naturais que previnem e curam doenças

ANO 09 | Nº 53 | NOV/DEZ | 13

www.maisdestaque.com.br

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E AGORA, O QUE FAZER? Qualquer organização está sujeita a sofrer crises de imagem, inclusive igrejas e empresas. Saiba como estar preparado para lidar com situações difíceis e evitar grandes danos à sua marca

ESPECIAL Igreja Adventista planejada há 15 anos pelo arquiteto Oscar Niemeyer finalmente começou a ser construída no Rio de Janeiro






Índice

50 CAPA

CRISES DE IMAGEM Atitudes impensadas e ações realizadas por impulso. Basta um pouco de descuido para que uma crise com a Opinião Pública seja estabelecida em sua organização. Descubra como evitar problemas e o que fazer caso eles surjam. Especialistas dão dicas para fazer da mídia uma ferramenta de defesa à sua marca

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EDUCAÇÃO Saiba por que a especialização em pós-graduação, doutorado e mestrado é importante para a carreira profissional

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Planeje uma viagem para a Conferência Geral que a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) realizará em San Antonio, nos Estados Unidos, em 2015. Juntese aos milhares de membros e conheça novas culturas

É possível detectar se uma igreja está em declínio em relação à sua missão. Veja como é possível fortalecer e reavivar uma denominação que precisa de incentivo para voltar às origens

PÉ NA ESTRADA

EVANGELISMO


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ESPECIAL A Igreja Adventista projetada há 15 anos pelo arquiteto Oscar Niemeyer começou a ser construída no Caminho Niemeyer, um dos mais importantes centros culturais de Niterói, Rio de Janeiro. A obra ficará pronta até 2015 e será financiada pelo empresário Milton Afonso

20 SAÚDE

Conheça os oito remédios naturais e aplique-os ao seu dia a dia

64 PERFIL

Conheça a paixão de um dos principais editores do Jornal Nacional

76 PARCERIA ESTUDANTIL

Convênio entre universidades padroniza formação acadêmica

88 EVIDÊNCIAS

62 CONTA CORRENTE

Na antiguidade, o jovem dedicavase integralmente aos estudos

Fique longe das dívidas e organize seus gastos. Evite a inadimplência

Seções 8 10 24 36

EDITORIAL ENTREVISTA APS ARJ

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ULB APLAC apso empresarial

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FIQUE POR DENTRO INFANTIL ACONTECEU COMIGO REFLEXÃO

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SEU DIREITO

Vai vender seu veículo? Veja dicas de transferência para se livrar de problemas

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Editorial

Destaque-se

Efeito dominó O dominó é um jogo de 28 peças feitas de osso, marfim, plástico ou madeira. Cada peça possui dois lados, marcados com pontos de um a seis. Uma delas não possui nenhuma marca e outras seis são marcadas apenas de um lado. Alguns dizem que esse jogo é para os idosos, que se reúnem em praças para matar o tempo ocioso que a aposentadoria traz. A verdade é que o dominó diverte até mesmo crianças, e ajuda no desenvolvimento da lógica, do raciocínio e da matemática. Bonito mesmo é ver o famoso “efeito dominó”. Eu mesmo já tentei enfileirar, cuidadosamente, uma peça atrás da outra, para depois de alinhar a última, dar-lhe um leve empurrão com o dedo e ver a rápida queda de todas elas, já que uma peça esbarra rapidamente na outra. Só que durante o alinhamento, um pequeno deslize é suficiente para terminar a brincadeira antes de concluir todo o processo, e posso lhe garantir, isso é bem frustrante. A confiança é como um jogo de dominó enfileirado. Você demora muito tempo para construir, e qualquer falha é suficiente para acabar, em segundos, com todo o trabalho. Centenas de empresas e organizações passam por experiências assim. Passam meses ou anos construindo sua marca, ganhando a confiança do consumidor, e, em questão de minutos, tudo pode desmoronar. Até as igrejas estão sujeitas a isso. Falsos boatos, falhas ou defeitos no serviço ou produto, enfim, qualquer aspecto fora de controle pode desencadear uma Crise de Imagem ou de Opinião Pública. Para ajudar a reverter essa situação, a matéria de capa desta edição traz dicas sobre gestão de imagem e gerenciamento de crises. Você vai descobrir como agir e o que fazer para evitar problemas. Aproveito o ensejo para convidar-lhe a ler também a entrevista exclusiva com o pastor Rafael Rossi, líder sul-americano de comunicação da Igreja Adventista. Você saberá um pouco mais sobre o funcionamento desse departamento na denominação. E por falar em comunicação, prepare-se para conhecer novas pessoas na Conferência Geral de 2015, nos Estados Unidos. Entenda mais sobre esse assunto na seção Pé na Estrada. A viagem está imperdível. Boa leitura!

ANO 09 | Nº 52 | SET/OUT | 13

Parabéns por tematizarem, na matéria de saúde da edição 52, o que Ellen White fala sobre a carne. Não devemos ter vergonha da preciosa luz que temos, senão, perdemos nossa relevância. Daniel Silveira, missionário

Gostei muito da reportagem “Por que de Aço?”, que fez uma analogia entre o filme “Homem de Aço” e Jesus. Não devemos sustentar essa indústria que ridiculariza o nome de Cristo e a nossa fé. Nehtlin Peron, advogada

Gostei da seção Estilo da edição 52. A matéria “Imagem de sucesso” mostra que a preocupação com o que vamos vestir no dia a dia é importante, afinal, a roupa que usamos mostra a nossa personalidade. Mariana Troc, estudante de publicidade

Achei a seção Louvai da última edição muito interessante. Música é um assunto polêmico e atual. Tenho um programa de debates na minha igreja e esse tema permeou o sucesso do começo desse trabalho. Leandro Antunes, professor de história

Fiquei muito satisfeito com a edição 52. Em setembro participei de uma competição entre classes de Escola Sabatina da minha igreja, e graças à matéria sobre os 160 anos da Escola Sabatina, pela qual estudei, consegui acertar quase todas as perguntas. Parabéns para a MD. Curti demais. Thiago Vieira, estudante de engenharia química

divulgação

Marcelo Inácio

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Entrevista “Através dos meios de comunicação em massa, chegamos mais rápido a lugares que demoraríamos muito tempo para atingir”

Rafael Rossi

ferramenta de salvação A comunicação é uma das principais ferramentas da Igreja Adventista, pois potencializa a pregação do evangelho para abreviar a volta de Cristo Por Vanessa Moraes

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afael Rossi nasceu em São Paulo em 1979. É formado em teologia, pós-graduado em Aconselhamento e tem mestrado em Teologia Pastoral. Seu ministério teve início em São Paulo, na área de evangelismo público da Associação Paulistana (AP). Atuou como pastor distrital em Santo André e Jacareí e por dois anos e meio foi evangelista e diretor do Ministério da Saúde da Associação Paulista do Vale (APV), função que ocupou até agosto de 2009, quando foi eleito evangelista da União Central Brasileira (UCB). Entre maio de 2012 e julho de 2013, trabalhou como Secretário Ministerial Associado da Divisão Sul-Americana (DSA), momento em que recebeu o convite para ser líder sul-americano de Comunicação e 10

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Liberdade Religiosa da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). Rossi é autor de diversas séries de evangelismo disponíveis para download no site da DSA (adventistas.org) e do DVD “Apocalipse, o Fim Revelado”, usado em classes bíblicas por todo o Brasil. É casado com a professora Ellen de Souza Rossi e tem duas filhas: Giovana, de oito anos, e Mariana, de seis. Como surgiu a vontade de atuar no ministério pastoral? Passei boa parte da minha vida dentro da igreja e sempre gostei de ir aos cultos. Até meus 16 anos eu não tinha definido que faculdade cursaria. Um amigo muito próximo queria fazer teologia e começou a insistir para que eu tam-

bém fizesse. A princípio, minha resposta foi não, mas, com o passar do tempo, comecei a considerar a possibilidade. Ouvi conselhos de pastores, amigos e orei pedindo que Deus mostrasse a direção que eu deveria dar à minha vida. O desejo de ser pastor aumentou e eu já não me via fazendo mais nada na vida a não ser trabalhando no ministério pastoral.

Este ano você foi nomeado o novo diretor de comunicação da DSA. Ficou surpreso com a notícia? Fiquei feliz e ao mesmo tempo com um forte senso de dependência de Deus para desempenhar essa missão. O departamento de comunicação sempre será uma área muito estratégica para a pregação do evangelho. Através dos meios de comunicação em massa, conseguimos potencializar o alcance do evangelismo e chegamos mais rápido a lugares que demoraríamos muito tempo para atingir. Na DSA, trabalhamos com diferentes frentes: comunicação da igreja local, institucional, projetos dos departamentos da Divisão, Agência Sul-Americana de Notícias (ASN), estratégias digitais com as mídias sociais e gerenciamento de crises. No caso da ASN, por exemplo, publicamos no site adventistas.org as principais notícias da Igreja nos oito países que estão sob nossa responsabilidade, com o objetivo de informar e mobilizar os membros. Você se sentiu preparado para assumir esse departamento? Quando fui informado de que a Igreja estava entregando em minhas mãos o departamento de comunicação, decidi também entregar tudo nas mãos de Deus. Meu sogro, pastor Milton Souza, trabalhou muito tempo nesta área e foi uma grande influência no meu ministéIMAGENS: DIVULGAÇÃO





Entrevista

A comunicação deve funcionar como um suporte e um meio de divulgação de cada iniciativa da Igreja” Quais são os principais projetos de comunicação em andamento na DSA? Como esse departamento é dinâmico, temos diversos projetos em andamento. Um deles é a nova identidade visual da IASD na internet. Um novo site foi desenvolvido para facilitar o acesso às informações e materiais da Igreja como um todo. Cada um dos departamentos da DSA possui uma página contendo informações, vídeos, materiais para download e recursos para capacitar líderes. Outro projeto muito importante é o PAC.com (Programa Adventista de Capacitação em Comunicação), que tem o objetivo de ampliar o conhecimento sobre os fundamentos da comunicação social e mostra como aplicar esse conhecimento na vida de nossas igrejas.

O que mais te motiva em seu trabalho? Ser pastor é destinar 24 horas do seu dia para Deus e dedicar todas as suas forças ao cumprimento da missão. Isso é muito motivador para mim. Jesus, em seu sermão profético de Mateus 24, nos diz no verso 14 que o evangelho do reino será pregado a todo o mundo para testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Aqui está o ponto. Quando o evangelho for pregado a todo o mundo, Jesus vai voltar. Atuar no ministério é viver neste ideal de proclamação e esperança o tempo todo. É trabalhar para a solução definitiva dos problemas, que é Jesus Cristo e Sua volta a este mundo. rio. Por isso, atuar na comunicação é ainda mais significativo para mim. E com a mudança constante da comunicação, precisamos estudar as tendências, conhecer o comportamento das pessoas e desenvolver simpatia por elas, para que consigamos influenciá-las nas verdades bíblicas. Como é o seu dia a dia na DSA? Nosso trabalho é servir aos demais departamentos da Igreja. Nossa missão é fazer com que as informações de cada área da denominação cheguem ao seu público-alvo por meio de diferentes estratégias e meios. A comunicação deve funcionar como um suporte e um meio de divulgação de cada iniciativa da Igreja. Tenho uma agenda com os outros diretores de departamentos da DSA para traçarmos planos e metas de cada projeto. Esboçamos as estratégias e implementamos as ações. Também tenho uma agenda de viagens a cada União para participar de congressos, treinamentos e concílios com pastores e líderes de igrejas, tratando de temas ligados à comunicação e seu uso. 14

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Quais são suas expectativas, em termos de trabalho, para o próximo ano? Um dos grandes e importantes eventos que teremos em 2014 será a Semana Adventista de Comunicação, que ocorrerá na sede da DSA no mês de março. Reuniremos diversos profissionais que trabalham com a comunicação adventista na América do Sul, como diretores de comunicação, assessores de todas as Uniões e Associações e também o responsável de web e do Centro de Mídia de todas as Uniões da DSA, além de líderes de comunicação das instituições da Divisão e representantes das faculdades de comunicação que a Igreja mantém nos oito países da América do Sul. Esse encontro será muito importante para alinharmos nossa visão e discutirmos novas estratégias para a comunicação da Igreja. Deixe uma mensagem para os leitores da MD. Não existem limites para aquele que, colocando-se à disposição, permite que o Espírito Santo trabalhe em seu coração e decide viver uma vida completamente consagrada a Deus. Juntos, faremos mais e melhor para vermos Jesus Cristo voltar muito em breve. IMAGENS: DIVULGAÇÃO



Especial

de A igreja

er y e m ie N Oscar r clinado a faze in e m to in s eto Oscar imamente it lt u u s rq a a m o , e u u te q io “Continuo a Adventista”, fo . O templo planejado ja re Ig a m u istas igrejas. Agora m Niterói ltimas entrev e ú o s íd a u u s tr s m n e o c e r s se Niemeyer dis te começou a eyer n e lm a n fi s o an iem por ele há 15 o Caminho N itrago n , o d a g Por Artur Bu le u e es d e rt a p rá fa e

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IMAGENS: Valter Campanato/ABr


U

m templo da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) fará parte do Caminho Niemeyer, um conjunto de equipamentos culturais caracterizado como um dos mais valiosos legados do arquiteto Oscar Niemeyer. Foi projetado na cidade de Niterói, a partir de 1977, e hoje, além de ter reconhecimento internacional, constitui um dos mais importantes centros culturais do município, sendo um local de especial interesse urbanístico e turístico. O Caminho se estende por quatro quilômetros na orla da cidade, desde o aterro da Praia Grande até o bairro da Boa Viagem, onde fica o Museu de Arte Contemporânea (MAC), cartão postal da cidade. O templo que integra o projeto original foi desenhado pelo próprio Niemeyer, que manteve o tradicional traçado arredondado, mostrando toda a sua genialidade. O princípio de tudo

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho nasceu em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Considerado um dos brasileiros mais influentes de todos os tempos, alcançou fama internacional sendo respeitado como um dos melhores arquitetos do mundo. Faleceu em 5 de dezembro de 2012, dez dias antes de completar 105 anos. Tornou-se conhecido a partir de 1957, quando projetou o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e os principais prédios da cidade de Brasília, que se tornou capital brasileira em 1960. Destacou-se no grupo de arquitetos que projetou o prédio das Nações Unidas em Nova York, foi eleito o 9º maior gênio vivo e um dos nomes mais importantes da arquitetura moderna mundial. Em 1963 foi nomeado membro honorário do Instituto Americano de Arquitetura dos Estados Unidos e no mesmo ano ganhou o prêmio LENIN em favor da paz. Em 1987 recebeu o Pritzker de arquitetura, considerado o prêmio mais importante do mundo na categoria. Em 1991, aos 84 anos, Niemeyer projetou o que muitos consideram sua obra-prima: o MAC Niterói. Como uma flor de lótus brotando em cima de uma pedra na praia da Boa Viagem,

a construção oferece uma bela visão para a Baía de Guanabara e a cidade do Rio de Janeiro. O arquiteto sempre se destacou por usar formas abstratas. Sua paixão pelas curvas caracterizou a maioria de suas obras. “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível criada pelo homem. O que me atrai é a curva, livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios e nas ondas do mar. De curvas é feito todo o universo...”, disse certa vez. O Caminho Niemeyer

O MAC de Niterói foi inaugurado em 1996. O até então prefeito do município, Jorge Roberto Silveira, convidou Niemeyer para um novo projeto. Pensando na revitalização da zona central da cidade, propôs ao arquiteto a construção de um complexo arquitetônico voltado para a cultura no aterro da Praia Grande. A câmara dos vereadores aprovou, em 1997, a lei de criação do Caminho Niemeyer. As obras que o compõem são o MAC, Praça JK, Memorial Roberto Silveira, Teatro Popular, Estação Hidroviária de Charitas, Fundação Oscar Niemeyer e, futuramente, Terminal Integração Multimodal, Centro de Convenções, Torre Panorâmica, Catedral Católica e Igreja Adventista. Para a arquiteta Márcia Quitéria, a obra de Oscar Niemeyer, na verdade, é uma obra-prima, com suas curvas e contracurvas. “Podemos considerá-la como uma joia preciosa não só pelo custo dos projetos e execução, mas pela representatividade do autor e pelos indescritíveis resultados. Como ele mesmo dizia: ‘você pode não gostar, mas nunca viu nada igual’. O templo da Igreja Adventista no Caminho, pela sua repercussão internacional, será um marco referencial e dará a oportunidade para que todos os visitantes sintam a presença de Deus e conheçam a doutrina adventista”, afirma. O maior incentivador da IASD na área de comunicação é o empresário Milton Soldani Afonso. Ele já ajudou a implantar estações de rádio e TV no mundo inteiro e hoje contempla o crescimento da Igreja por intermédio dos meios de comunicação. “A TV Novo Tempo está trazendo muita gente nova, in-

“O templo será um marco referencial e dará a oportunidade para que todos os visitantes sintam a presença de Deus”

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Especial INHO...

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clusive um público de classe média alta, e nós ainda não temos muitas igrejas com grande representatividade na região do Rio de Janeiro”, comenta. Encantado pela genialidade de Oscar Niemeyer, Milton Afonso começou a sonhar com a possibilidade de um projeto assinado pelo arquiteto. O primeiro sonho se concretizou quando conheceu Peter Gasper, um dos pioneiros do lighting designer brasileiro que atua na arte de iluminar obras arquitetônicas, em especial as de Niemeyer. Gasper foi a ligação decisiva entre o arquiteto e o empresário. Desse encontro memorável nasceu um dos mais belos projetos do arquiteto: a igreja da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA), em Belém, Pará. “Quando disse que sou adventista do sétimo dia, Niemeyer perguntou o que nos difere dos judeus, que também guardam o sábado. Contei que acreditamos na primeira e segunda vinda de Jesus, o Messias Salvador. Ele pediu um tempo para pensar e logo diria se aceitaria meu convite para projetar um templo adventista. Aguardei a resposta em oração. Chegou o dia esperado. Niemeyer disse que atenderia ao meu pedido. Faria o projeto arquitetônico de uma Igreja Adventista”, conta Afonso. Para surpresa do empresário, disposto a pagar o preço que fosse pela realização do sonho, Niemeyer não cobrou pelo projeto. Nas últimas entrevistas que concedeu, o arquiteto sempre destacava essa obra. Dias depois de sua morte, o mesmo projeto estampou a primeira página de um dos maiores jornais do Brasil. Na época, ele declarou: “Continuo ateu, mas ultimamente sinto-me inclinado a fazer igrejas. Agora uma Igreja Adventista”. Em Niterói, Milton Afonso procurou a prefeitura para saber a possibilidade de implantar uma igreja no Caminho Niemeyer. Após uma série de estudos conclusivos, o então prefeito Jorge Roberto Silveira (governou por quatro mandatos, sendo dois deles entre 1997 e 2000 e entre 2009 e 2012), em seu último ato de governo, convocou a imprensa no dia 27 de dezembro do ano passado para assinar o termo de cessão do terreno junto aos representantes da Igreja Adventista, os pastores Gustavo Schumann, presidente da Associação Rio Fluminense (ARF); Volnei Porto, tesoureiro da União Sudeste Brasileira (USeB); e 18

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Leônidas Verneque, secretário da USeB. Em abril deste ano, o atual prefeito Rodrigo Neves reafirmou o compromisso. O projeto

Segundo Jair Valera, chefe do escritório de Niemeyer, a igreja projetada há quase 15 anos apresenta as principais características do arquiteto, como formas diferentes, simplicidade de materiais e espaços generosos. “Ele sempre buscou diminuir os apoios e aumentar os vãos livres para dar mais liberdade para a arquitetura. Dizia que isso é uma arte e a arte é sempre uma surpresa. Tem que agradar e surpreender quem está vendo”, diz. O projeto geral sempre previu duas igrejas, uma em cada extremidade da praça e o Teatro Popular no meio. O templo, que será implantado no início do Caminho, será formado por dois vãos livres de 35 metros. A fachada será toda envidraçada, o que permite grande aproveitamento da luz natural. No interior, haverá um palco para 120 pessoas e atrás, um prédio de apoio, sendo que a nave terá capacidade para 1254 pessoas. Na entrada principal, um painel em vitral e um arco caracterizarão a obra. Seu formato original compõe outros projetos de Niemeyer. As obras estão em andamento desde o mês de julho. O pastor Schumann afirma que o terreno já está sendo preparado e a construção deve durar cerca dois anos, isto é, até o final de 2014 e início de 2015, conforme acordo celebrado e oficializado no Diário Oficial. A obra de aproximadamente nove mil metros quadrados será financiada por Milton Afonso. Márcia Quitéria, arquiteta pessoal do empresário, afirma que as obras serão realizadas com o mínimo de gastos possíveis. “Milton é um doador solidário e com coragem inesgotável. Por isso, temos a obrigação de garantir que o seu sonho se torne realidade com gastos estritamente necessários, pois, além de Niterói, temos em andamento outro projeto de Niemeyer em Brasília”, conta. As doações que Afonso faz à IASD são uma forma de contribuir com o avanço do evangelho. “Sou apenas um lápis nas mãos de Deus para Ele escrever a história da minha vida.” IMAGENS: ESCRITÓRIO NIEMEYER


1 ano de projeto Anjinhos da Esperança! 1.500 crianças já estão participando e ajudando as pessoas a enxergarem a vida diferente. Envolva-se você também e ajude a levar esperança a mais pessoas!

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Saúde

Oito poderes Para ter uma saúde perfeita, conheça os remédios naturais que previnem e curam doenças Por Vanessa Moraes

Cresce número de remédios falsificados”, “Reações adversas a medicamentos”, “Os perigos da automedicação”, “Metade dos medicamentos são consumidos de forma errada” e a lista não para por aí. Esses títulos são manchetes de jornal que trazem exemplos sobre o consumo de remédios. Existem pessoas que não gostam nem de ir ao médico e por indicação de amigos tomam um comprimido para tapear qualquer dor que aparece no corpo. Como quase tudo na vida, o uso de medicamentos também tem seus benefícios e malefícios. Mas, se o que é ruim pode ser evitado, por que não escolher esse caminho? Até nisso Deus pensou quando criou a natureza e o homem. Existem oito remédios naturais que podem ser mais impactantes que os comprimidos vendidos na farmácia. Às vezes o efeito demora mais para ser notado, mas, acredite se quiser, traz benefícios maiores. Isso porque determinados medicamentos apenas disfarçam aquela dor física e não curam completamente. Por isso, a Mais Destaque recomenda o uso dos oito remédios naturais, que além de serem mais eficientes, pesam bem menos no bolso. Conheça-os:

Existem oito remédios naturais que podem ser mais impactantes que os comprimidos vendidos na farmácia 20

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INFOGRAFIA: ROGÉRIO VIOLA JUNIOR


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Saúde A voz de Deus A Bíblia Sagrada mostra claramente o quanto Deus se preocupa com a saúde de Seus filhos. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento existem versos que orientam o ser humano a respeito de seu bem estar físico, mental e espiritual. Em I Coríntios 10:31 diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. Sendo assim, é necessário haver conscientização sobre os cuidados que o corpo humano precisa receber para trabalhar de acordo com a vontade de Deus, e por isso existem os oito remédios naturais, como você pode ver nas páginas anteriores. Conhecer os remédios naturais não significa entender apenas a descrição de cada um e o que ele é capaz de fazer no corpo humano. É necessário também saber utilizá-los. No livro “A Ciência do Bom Viver”, página 127, a escritora Ellen White recomenda que “toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais, e da maneira de aplicá-los. É essencial tanto compreender os princípios envolvidos no tratamento do doente como ter um preparo prático que habilite a empregar devidamente esse conhecimento”. Ter acesso aos benefícios dos remédios naturais e saber aplicá-los ainda não são elementos suficientes para garantir a boa saúde. Isso porque é necessário colocar tudo em prática. Infelizmente, nem todos conseguem fazê-lo e Ellen White explica o motivo. “O uso dos remédios naturais requer certo cuidado e

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esforço que muitos não estão dispostos a exercer. O processo da natureza para curar e construir é gradual, e isso parece vagaroso ao impaciente. Demanda sacrifício e abandono das nocivas condescendências. Mas no fim se verificará que a natureza, não sendo estorvada, faz seu trabalho sabiamente e bem. Aqueles que perseveram na obediência a suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma” (A Ciência do Bom Viver, p. 127). Agora você já sabe que para ter boa saúde é preciso conhecer e saber aplicar os remédios naturais. Mas a jornada não termina por aqui. O seguidor de Cristo busca ser semelhante a Ele em todos os aspectos, inclusive no quesito “ajudar o próximo”. É necessário compartilhar o que se aprende de bom. Desta forma, Ellen White lembra da missão de todo o cristão: pregar as verdades bíblicas, inclusive as que envolvem os cuidados com a saúde. “Proclamai a mensagem agora. Não espereis, dando com isso oportunidade a que o inimigo se aposse do campo que está agora ao vosso alcance. Grupos pequenos devem ir fazer o trabalho de que Cristo incumbiu os Seus discípulos. Trabalhem como evangelistas, disseminando a nossa literatura, e falando da verdade às pessoas que encontrem. Orem pelos doentes, provendo-lhes as necessidades, não com drogas, mas com remédios naturais, ensinando-lhes a recuperar a saúde e evitar a doença”, (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 371). O esforço vale a pena. Usufrua dos oito remédios naturais e os espalhe para que outras pessoas também possam conhecêlos. Sua saúde agradece.



APS

INFORME PUBLICITÁRIO

A GRANDE CELEBRAÇÃO Programa religioso festeja centenas de decisões ao lado de Cristo Por Danúbia França e Priscilla Stehling

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ntre as diversas frentes de ação da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) está o voluntariado. O ato de doar tempo e conhecimento em favor do desenvolvimento da sociedade é um dos princípios cristãos. A liderança da Igreja e seus membros são constantemente incentivados a agir de tal forma. Esse princípio não se resume apenas ao serviço social, mas à tarefa de evangelizar pessoas. Na área missionária, por exemplo, o trabalho tem a participação de adultos, jovens e crianças. Todos são voluntários que dedicam tempo e estão em diversos lugares, seja em bairros luxuosos ou em comunidades desfavorecidas, a fim de estudar a Bíblia com amigos interessados em conhecer Jesus. O trabalho realizado na zona sul de São Paulo tem o envolvimento de milhares de adeptos. Como parte da campanha mundial de evangelismo nas grandes cidades, foi lançado no início de 2013 o programa “A Grande Celebração”. A proposta foi apresentar o evangelho ao maior número de pessoas para que, no segundo semestre, pudesse ser celebrada a transformação de vida dos novos membros através do batismo. Celebração e homenagens

Foi através de planejamento, preparo e mãos à obra, que líderes e servidores da Igreja Adventista concretizaram mais

um evento de adoração e louvor a Deus, a “Grande Celebração São Paulo”. Além dessas, outras pessoas estiveram envolvidas para que tudo acontecesse conforme o sonhado. O evento foi realizado no mês de agosto no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus São Paulo, e no mês de outubro em Registro, no Vale do Ribeira, também em São Paulo. O programa contou com a participação dos cantores Leonardo Gonçalves, Vagner Dida, Laura Morena e Cíntia Alves, além da Orquestra Sinfônica do Unasp e outros convidados especiais. Os pastores Erton Köhler, líder sul-americano da Igreja Adventista, Domingos Sousa, líder da Igreja para o estado de São Paulo e Luís Gonçalves, apresentador do programa “Arena do Futuro”, da TV Novo Tempo, também marcaram presença. “Essa festa não deve acontecer somente no Unasp, mas sim a cada semana e em cada igreja”, incentivou Köhler, durante mensagem espiritual. Com a missão de serem instrumentos de Deus no trabalho de levar centenas de pessoas à decisão do batismo, os missionários atuaram de diversas formas: individualmente, em duplas e em grupos. O resultado não poderia ser outro senão uma festa de celebração aos mais de 600 novos membros à família adventista. “Toda Igreja na região sul de São Paulo esteve muito envolvida em trabalhos missionários, isto é, empenhada em salvar vidas. Por isso, como resultado, preparamos esse Graças à campanha, 600 pessoas foram batizadas e agora fazem parte da Igreja Adventista

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IMAGENS: APS


“Toda Igreja na região sul de São Paulo esteve muito envolvida em trabalhos missionários. Por isso, como resultado, preparamos esse programa de celebração com o melhor que podíamos oferecer para Deus” programa de celebração com o melhor que podíamos oferecer para Deus”, explica o pastor Luiz Carlos Araújo, líder da Igreja na região e organizador do evento. Novos amigos

A Celebração foi um ponto de encontro entre missionários e novos conversos, frutos do trabalho realizado por esse grupo. O jovem Samuel dos Santos conheceu a Igreja Adventista através da irmã e do cunhado, e conta que decidiu ser batizado no programa “Grande Celebração” após entender os princípios de Deus, estabelecidos na Bíblia. “Conheci a verdade sobre Jesus e os fundamentos bíblicos que antes eu não conhecia”, admite. “Com fé em Deus, um dia toda a minha família vai tomar essa decisão também”, acredita. O casal Willian Brito e Valéria também decidiu confirmar o ato de fé. “A Bíblia diz que há festa no céu quando um pecador se arrepende. Então, há festa aqui, e no céu, eu tenho certeza de que é uma festa maior ainda”, afirma Brito. Surpresos com a programação, o casal fala de metas e planos. “Não esperávamos essa grande festa. Superou todas as nossas expectativas.

Distribuição de coroas homenageou o trabalho dos missionários

Eu pretendo continuar estudando a Bíblia e ensinar às pessoas o que aprendi”, diz Valéria. Para a missionária Jaqueline Santos, o programa a motivou a continuar com os trabalhos evangelísticos. “É muito motivador ver centenas de pessoas se entregando a Jesus em um único dia. É perfeito, é lindo e faz com que eu tenha também o desejo de continuar sendo uma missionária de Cristo e de continuar pregando o evangelho, continuar sendo motivada a cada dia a cumprir minha missão, que é mostrar Jesus às pessoas”, declara. Preparo da liderança

Prestes a participarem da cerimônia de batismo, Willian e Valéria confessaram estar nervosos, mas felizes com a nova decisão

O trabalho de mobilização e incentivo aos voluntários consiste em programas de orientação, palestras, atividades práticas, entre outros métodos didáticos. Um dos eventos promovidos para melhor preparar a liderança da Igreja ao trabalho de ensinar mensagens bíblicas à comunidade, com uma abordagem simples, mas eficaz, foi a “Feira Missionária da Associação Paulista Sul” (Femaps). Com mais de 15 opções de cursos, o evento disponibilizou aulas sobre técnicas de marcação da Bíblia, evangelismo através de redes sociais, direção de Pequenos Grupos, evangelismo através de publicações, além de diversos outros meios e formas de abordagens. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Educação

Formação especializada Investir em cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado agrega benefícios à vida e à carreira profissional Por Rener Fernandes

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á algum tempo, nas conversas de banco de colégio, ouvia-se dizer que o maior sonho de um estudante era fazer um cursinho pré-vestibular, prestar exame para a faculdade e se formar no curso escolhido. Esse processo representava a realização de um sonho e a chave para a iniciação na carreira profissional. Porém, os tempos mudaram. Atualmente, muitos profissionais que já tiveram a experiência da primeira graduação procuram ir além desse patamar. Esse planejamento não está reservado somente às pessoas que atuam no meio acadêmico, como os professores, mas também a quem procura crescimento profissional e aumento de renda, além de agregar ideias, conhecimento e maior visão de mundo. Mas afinal, por que é importante investir em cursos de pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado? Aumento de renda

Para muitos brasileiros que buscam crescimento financeiro e melhor qualidade de vida, a especialização em cursos de 26

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pós-graduação, mestrado e doutorado tem se tornado prioridade por proporcionar enriquecimento ao currículo profissional e melhores oportunidades no mercado de trabalho, o que gera ganhos extras para a renda familiar. Um estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que no Brasil a formação em um curso superior pode resultar em um aumento de renda de até 156%. É o índice mais alto entre os 30 países que fizeram parte da pesquisa. Um salário mínimo de 622 reais, por exemplo, apresentaria uma elevação para aproximadamente 1,6 mil. O levantamento aponta ainda que, nos países analisados, uma pessoa que concluiu a educação superior recebe, em média, pelo menos 50% a mais do que um indivíduo que concluiu apenas o ensino médio. Outro documento reforça essa relação. O estudo “Desigualdade de renda na década”, desenvolvido pelo pesquisador Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, aponta que a educação foi o fator que mais contribuiu para o aumento de renda dos brasileiros nos últimos dez anos. A pesquisa indica que entre 2001 e 2009, a renda dos brasileiros, proporcionada IMAGENS: CANSTOCKPHOTO


Especialização tem se tornado prioridade por proporcionar enriquecimento ao currículo profissional e melhores oportunidades no mercado de trabalho pela educação, cresceu 55,6% entre os mais pobres e 8,12% entre os mais favorecidos. Financiamento estudantil

Falta de recursos já não é mais desculpa para não estudar. O governo oferece bolsas de estudos para auxiliar na formação de profissionais mais qualificados. No ano passado, a presidente Dilma Rousseff viajou para os Estados Unidos e firmou parceria com universidades americanas, como Harvard, Stanford, Columbia, entre outras, que oferecerão aos estudantes brasileiros a oportunidade de cursarem doutorado. Serão 1,5 mil bolsas de estudos até 2015, financiadas pelo governo federal, por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF). Houve pouca procura durante o período inicial de inscrições. Este é apenas um exemplo que demonstra a falta de conhecimento por parte dos brasileiros sobre os programas especiais de financiamento para os estudos. Tanto no exterior quanto no Brasil, existem oportunidades para cursar pós-graduação, mestrado e doutorado, além de outras especializações. Aqui, pelo menos quatro grandes instituições fazem parte dessa lista: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa.

No âmbito geral, as bolsas oferecidas por essas instituições duram dois anos para o mestrado e quatro para o doutorado. Para mostrar a força deste quadro, segundo dados da CAPES (órgão do MEC que avalia e regulamenta os programas de pós-graduação em todo o território nacional), os cursos de Ciências Agrárias foram os que mais receberam bolsas de pós no Brasil em 2011. Entre mestrado, doutorado e pós-doutorado, os cursos receberam 5.916 bolsas. A estudante Sara Toledo cursa o mestrado e foi beneficiada por uma bolsa de estudos no valor de 1,5 mil reais, concedida pela CAPES. Para ela, esse tipo de financiamento é uma excelente oportunidade para quem deseja prosseguir nos estudos após a faculdade. “Graças a esse programa que abrange estudantes de algumas instituições, no meu caso a Universidade Estadual Paulista (UNESP), consegui a bolsa para o curso de mestrado do Programa San Tiago Dantas de Apoio ao Ensino de Relações Internacionais”, alegra-se. Brasil X Exterior

As especializações apresentam algumas diferenças na comparação entre Brasil e outros países, principalmente com relação à motivação dos estudantes pela procura dos cursos, ao auxílio oferecido ou não por seus respectivos governos e à metodologia e nível de ensino empregado. O professor Adriano Coelho, coordenador geral de pósgraduação do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, destaca que, em relação a essas diferenças, no Brasil, o “funil” ainda é muito grande para a seleção e a entrada de profissionais em programas de formação acadêmica, em especial, os strictos sensu, dado o restrito número de cursos e programas aprovados pela CAPES. Segundo Coelho, em países desenvolvidos e com programas de educação sólidos, concluir a graduação e partir imediatamente para a pós é uma sequência natural, considerando um percurso normal de profissionais que desejam estar aptos ao mercado de trabalho. “Talvez, aqui esteja um diferencial significativo entre o nosso país e os desenvolvidos: o investimento em um sistema de educação que assume, como sua responsabilidade, a formação do cidadão não somente até o ensino médio, mas até o mestrado, com a qualidade mínima desejável”, analisa o professor. Para complementar a visão de Coelho, o jornalista e professor Joaquim Piera, que mora há dez anos no Brasil, mas visita anualmente a Catalunha, sua terra natal na Espanha, ressalta que existem muitas diferenças entre esses dois países. Um deles é a motivação para a continuidade dos estudos. Piera percebeu que no Brasil, logo após a conclusão da faculdade, as

Em países desenvolvidos, concluir a graduação e partir para a pós é uma sequência natural REVISTA MAIS DESTAQUE

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Educação pessoas buscam a pós-graduação para obterem aumento em sua renda financeira. “Na Espanha, os estudantes só fazem pós ou MBA (Master in Business Administration ou, em português, Mestre em Administração de Negócios) depois de terem certa experiência profissional. Para eles não é só uma formação escolar de nível superior, é um aprimoramento de carreira.” O jornalista ainda acrescenta que pelo menos dois fatores desestimulam os estudantes brasileiros na busca pela pósgraduação. De acordo com Piera, as universidades públicas brasileiras privilegiam os estudantes mais favorecidos, que se formam em colégios privados, com melhor qualidade de ensino. “Falta uma democratização dessas instituições, pois, na Espanha, as universidades servem a todas as classes sociais, abrangendo toda a população”, compara. Além disso, muitas empresas brasileiras procuram apenas profissionais que se formaram em universidades renomadas, fato que não ocorre na Espanha. “Terminar a faculdade já coloca o estudante em condições para ingressar no mercado de trabalho em qualquer empresa, independentemente da universidade de formação”, afirma Piera.

Em uma realidade mais próxima dos estudantes brasileiros, é possível encontrar exemplos de como funcionam os programas de pós-graduação e mestrado no Peru. A Universidade Peruana Unión (UPeU), campus Lima, é um deles. A instituição educacional é privada e pertence à Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). Oferece cursos de mestrado em Administração em Negócios, Ciências da Família, Enfermagem, Engenharia de Sistemas, Saúde Pública e Teologia, além de cursos de doutorado para Educação, Administração e Teologia. Para Cristina Collachagua Tito, secretária da Unidade de Pós-Graduação e Mestrado em Educação da universidade, existem muitas vantagens para quem deseja ingressar nesses cursos. Ela cita os benefícios do programa de mestrado em Educação, de modalidade semipresencial (através de uma plataforma virtual), com opções de formação em Administração Educativa, Pesquisa e Docência Universitária e Psicologia Educativa. “O programa permite conciliar o desenvolvimento dos estudos e as atividades de trabalho profissionais, desenvolve o intercâmbio social e cultural com alunos e professores estrangeiros e incrementa as capacidades e habilidades profissionais”, finaliza.

Veja quais são os tipos de pós-graduação, mestrado e doutorado que existem no Brasil:

PÓS-GRADUAÇÃO Especialização – Lato Sensu (“em sentido lato, amplo”): São os cursos de especialização e MBA com duração mínima de 360 horas de estudos. São mais práticos, rápidos e direcionados para o aperfeiçoamento da vida profissional do aluno. Mestrado e Doutorado – Stricto Sensu (“senso estrito”): São cursos de média e longa duração e costumam ser escolhidos por quem busca formação acadêmica na área da pesquisa científica ou quer seguir carreira como docente.

MESTRADO Acadêmico: O aluno apresenta seu projeto para uma comissão de seleção, que analisa o interesse e a abordagem do tema proposto. Se aceito, o aluno começa o curso sob o acompanhamento de um professor doutor como orientador de sua pesquisa, que deve ser apresentada em formato de dissertação em banca pública. Se for aprovada diante dos examinadores, seu autor recebe o título de “mestre”. No Brasil, o mestrado é equivalente ao título Master of Science, dado pelas universidades americanas. Profissionalizante: É um mestrado mais curto e prático, que dura em média um ano e meio a dois anos e prepara seus alunos para o mercado de trabalho. Segue requisitos semelhantes ao mestrado acadêmico, mas oferece uma formação com ênfase na qualificação profissional.

DOUTORADO O aluno também tem sua entrada no programa a partir de um projeto de pesquisa, mas o que o diferencia dos programas de mestrado é a complexidade de seu projeto e o ineditismo esperado pela academia. Seus estudos e pesquisas duram, em geral, de quatro a cinco anos. O estudante cursa disciplinas e, com a ajuda de um professor orientador, escreve uma tese sobre o tema de sua escolha, que, posteriormente, será apresentada a uma banca de examinadores para sua validação em sessão pública. Aprovado, o autor recebe o título de “doutor” na área de pesquisa, a partir do programa de estudos a que está vinculado.

Fonte: Professor Adriano Coelho, coordenador geral de pós-graduação do Unasp campus Engenheiro Coelho

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IMAGENS: CANSTOCKPHOTO





Pé na estrada

Próxima parada: San Antonio L

ínguas, povos e nações. Todos reunidos em um só lugar e com um só propósito. Membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) de todo o mundo se encontrarão no maior evento mundial da denominação, a Conferência Geral, que será realizada entre os dias 2 e 11 de julho de 2015 no Centro de Convenções Henry B. Gonzalez, em San Antonio, Texas, nos Estados Unidos. Em sua 60ª edição, o evento terá como tema “Levanta-te! Brilhe! Jesus está voltando!”. Qualquer membro da IASD é bem-vindo para compartilhar desse momento histórico. Um planejamento antecipado garante uma viagem oportuna para conhecer novas culturas e participar das programações. A Conferência Geral ocorre a cada cinco anos, tem como idioma oficial a língua inglesa e recebe aproximadamente 80 mil pessoas por edição. É formada por uma grande comissão que elege oficiais mundiais e vota mudanças em estatutos da Igreja. A comissão é formada por delegados, ou seja, representantes das 13 Divisões da IASD em todo o mundo, presidentes de todas as Uniões e leigos, como líderes e membros de igrejas locais. Estes, por sua vez, são escolhidos pela sua respectiva União, e então, selecionados pela Divisão, que os envia para participar da Conferência Geral. As Divisões são os órgãos administrativos continentais da denominação, como a Divisão Transeuropeia, Divisão Centro-Leste Africana, entre outras. Já as Uniões são as sedes regionais da Igreja, como a União Central Brasileira (UCB) e União Chilena (UCH). Cada Divisão é composta por um número de Uniões. Na Divisão SulAmericana, por exemplo, existem 16 Uniões das quais oito fazem parte do Brasil (para saber mais sobre a estrutura da IASD, leia a matéria de capa da edição 52). Além dos delegados, outros membros leigos também podem participar de algumas programações. Esse público é bem-vindo durante as reuniões gerais, em que são apresentados relatórios e ocorrem exibições 32

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Cidade americana do Texas será visitada por milhares de adventistas do sétimo dia em 2015 Por Vanessa Moraes

Conferência Geral da Igreja Adventista ocorrerá no Centro de convenções Henry B. Gonzalez

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO/ARQUIVO PESSOAL



Pé na estrada musicais. Só há restrição durante a comissão de nomeações, momento em que acontecem as eleições. Enquanto isso, os membros podem conhecer os stands montados no local, que apresentam produtos da Igreja Adventista, e podem passear pela cidade e aproveitar a gastronomia, o lazer e as belezas que o lugar oferece. Escola integral

Wander Faria, diretor da Flytour Viagens, conta que, além de já ter participado do evento, também promove viagens para os membros leigos. Ele ressalta que passear de barco e caminhar pela orla do rio que banha o centro da cidade são momentos inesquecíveis para o turista. Para quem já está preparando as malas, Faria deixa uma dica. “No Texas, no mês de julho, a temperatura costuma ser quente e úmida. É bom estar preparado e tomar muita água para aproveitar bem as férias e as reuniões da Conferência Geral”, diz. Se você não fala inglês fluente, não se preocupe. Será capaz de entender tudo o que irá acontecer. Segundo Faria, existe uma tradução voluntária e simultânea feita por rádio. “Assim todos podem entender o que acontece em sua própria língua e com muita facilidade”, garante. Planejar a viagem com antecedência pode ser mais barato. O diretor da Flytour recomenda a compra de dólares, a moeda dos Estados Unidos, mês a mês e um pouco de cada vez. “Com a oscilação da taxa de câmbio, você pode ter investido em um preço médio da moeda estrangeira mais favorável, evitando correr riscos desnecessários por uma eventual forte oscilação da moeda em um momento único da sua compra”, afirma. Os principais documentos para essa viagem são o passaporte, o visto americano, autorização de viagem para menores de 18 anos de idade desacompanhados do responsável e Carteira Nacional de Habilitação (CNH), caso queira alugar ou dirigir algum carro. Se você planeja participar desse megaevento promovido pela Igreja Adventista, prepare-se para viver momentos inesquecíveis na Conferência Geral. Consulte os pacotes oferecidos pela Flytour e tenha uma boa viagem.

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Passear de barco em San Antonio é uma das atividades preferidas de Wander Faria, diretor da Flytour

Se você planeja participar desse megaevento, prepare-se para viver momentos inesquecíveis na Conferência Geral

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL



ARJ

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Jovens impactam fãs do Rock in Rio

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artaz, adesivos e distribuição de água. Esse foi o meio encontrado por 16 cariocas adventistas, com idade entre 12 e 15 anos, para se aproximarem das pessoas que saíam do festival Rock in Rio, na Barra da Tijuca, na madrugada do dia 22 de setembro. A frase “Saiba mais sobre o maior show de todos os tempos” e a garrafa com o rótulo “Um cara que deu a vida pelos seus fãs” atraíram a atenção de quem passou pelo projeto “God in Rio” (Deus no Rio). O idealizador da iniciativa foi o publicitário Agnes de Araújo, de 22 anos. Ele conta que a ideia surgiu após o grupo ter ido às manifestações do mês de julho. Enquanto a maioria pedia a diminuição do valor das tarifas de ônibus, os jovens adventistas entregavam o livro “A Grande Esperança” para quem estava no protesto. “Desde então, somamos a ideia e a força de vontade de outros jovens e fundamos este movimento em prol do evangelismo criativo”, explica o publicitário. A partir daí, Araújo sentiu que não poderia deixar o maior festival de música rock passar em branco. “Para nós é loucura ver as pessoas ficarem dias nas filas esperando para ver ídolos que nem as conhecem. Diante disso, concluímos que o amor é o sentimento que motiva esses fãs. Quem dirá nós, cristãos, que adoramos um Deus que conhece cada detalhe da nossa vida! Devemos fazer mais ‘loucuras’ ainda por Ele. Devemos ser mais que fãs, devemos ser discípulos”, reflete. Thayane Carvalho, de 23 anos, é diretora associada de jovens da Igreja Adventista de Freguesia e lembra a reação das pessoas ao receberem a garrafa de água. “Quando falávamos que a garrafa era presente e que não precisavam pagar, alguns não acreditaram, outros agradeceram muito, mas a maioria 36

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Adventistas aproveitaram oportunidade para desenvolver projeto evangelístico que explora linguagem do programa Por Dina Karla Miranda e Thaís Carvalho

recusou. Teve uma menina que falou para o amigo cheirar a garrafa porque, com certeza, ‘a água estava batizada’”, relata. O mais novo do grupo, Nathan Amaral, de 12 anos, arrancou risadas do grupo ao distribuir os adesivos. Ele os chamava de “folhetinho da vida eterna”. “Quando uma pessoa recusou pegar o folheto, o Nathan logo disse: ‘tenha cuidado’. A surpresa veio quando a pessoa voltou, pegou o adesivo e pediu desculpas pela atitude”, descreve Thayane. “Ser louco por Jesus é romper a barreira do comodismo cristão e viver intensamente o cristianismo vivo. Esse tipo de atitude é apenas um aperitivo do que ainda podemos fazer em nome dEle”, destaca Araújo, que já espera pela próxima oportunidade de evangelizar. “Ver jovens trabalhando assim, fora da ‘caixinha’ da igreja, é sempre muito bonito e inspirador. É um dos sinais da breve volta de Cristo e isso mexe com qualquer um, seja cristão ou não. De fato, esses jovens causaram impacto àquelas pessoas que receberam os presentes e se perguntaram o porquê de ter ali gente entregando água enquanto outros a vendiam. Gente indo enquanto todos voltavam, sorrindo animados enquanto todos só queriam dormir”, avalia o publicitário. Segundo Araújo, por mais que alguns estivessem bêbados ou cansados para refletir tais atitudes, permanece a certeza de que o Espírito Santo vai relembrá-los e, após uma releitura, terão mais uma chance de conhecer o ídolo que nunca vai desapontá-los. “Jesus quer usar cada um para fazer a diferença, seja em projetos assim ou individualmente. Mas cabe a cada um permitir ser usado por Ele. No início pode até parecer loucura, mas no céu você vai descobrir que foi a loucura mais sensata que já fez.”

“Ser louco por Jesus é romper a barreira do comodismo cristão e viver intensamente o cristianismo vivo”

IMAGENS: DIVULGAÇÃO



Evangelismo

A IGREJA MORTA

Deus está à frente de Sua igreja e é através dEle que teremos êxito na missão que nos confiou Rafael Rossi é pastor e diretor de Comunicação da DSA

A igreja foi estabelecida por Deus, funciona como um organismo vivo e, em sua essência, possui uma natureza divino-humana

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atureza divina e natureza humana são condições totalmente diferentes uma da outra. Aquilo que Deus faz é perfeito. Isso é natureza divina. Tudo o que é bom vem dEle, conforme lemos em Tiago 1:17. As iniciativas e ações para a salvação vêm todas de Deus. A segurança que se origina em Sua imutabilidade (Malaquias 3:6), a força que nasce de Sua Palavra (João 8:32) e do poder do Amor (Cantares 8:6), que é a maior tradução da pessoa de Deus (1 João 4:7-8), e mais dezenas de detalhes que sabemos sobre a bondade e a grandiosidade de Deus e outras centenas de milhares que ainda não conhecemos. Já a natureza humana é tudo aquilo que fazemos, ou seja, é imperfeita, limitada e finita. Às vezes, precisamos fazer algo para ter um mínimo sentido de ordem. Criamos estruturas e leis para não sucumbirmos ao caos, característica de lugares com muita gente reunida, e cada um tem os mesmos direitos. A igreja é um ser vivo. As mesmas leis que regem os seres animados também o fazem com a igreja. Esta, por sua vez, nasce, cresce, reproduz, estabiliza e pode até morrer. Portanto, a nossa ênfase na liderança ou mesmo como membros deve ser sempre zelar pela sua saúde. Alguns autores chegam a escrever sobre “doenças eclesiásticas”, tentando achar nomes para algumas dificuldades que qualquer igreja pode enfrentar.

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Não precisamos, no entanto, chegar à morte dela. Há esperança para toda igreja que quiser. Depois de alcançar certa idade, de subir e descer nos ciclos de sua história, ela pode ser reavivada e fortificada. Declínio?

É possível detectar se uma igreja está em declínio. Alguns sinais podem ser percebidos e, quando detectados a tempo, devem ser combatidos. Tenho algumas preocupações sobre isso e quero compartilhar com você, que ama e quer ver a igreja cada vez mais fortalecida em sua missão de pregar o evangelho ao mundo. É preocupante o fato de uma igreja se recusar a olhar para a comunidade em que está inserida como fator determinante para suas estratégias evangelísticas. Isso significa que é preciso conhecer a comunidade profundamente, entender a classe socioeconômica, as transições enfrentadas nos últimos anos e identificar as reais e profundas necessidades das pessoas. Um sinal de declínio aparece quando a igreja não estabelece ministérios centrados na comunidade. De fato, em muitas igrejas, não há nenhuma tentativa para alcançar esse público. Outro item preocupante é quando não há ênfases em camIMAGENS:CANSTOCKPHOTO



Evangelismo Dê o primeiro passo Cada comunidade tem suas particularidades. Conhecê-las é o primeiro passo para se ter uma igreja relevante. Veja alguns exemplos:

Ajudar idosos Fazer e/ou carregar compras, limpar a casa e se disponibilizar para atender emergências.

Grupos de apoio para famílias

grupo de apoio aos viciados

Separados, divorciados, solteiros, mães solteiras, educação de filhos, creche, entre outros.

Drogas, cigarro e álcool.

Alimentos e roupas

Auxílio escolar

Distribuir cestas básicas para famílias carentes, sopão para moradores de rua, auxiliar pessoas sem-teto ou perto da miséria, montar um bazar de roupas etc.

Atender a alunos fracos, no sentido educacional, com aulas de reforço e bolsa de estudo, ajudar na aquisição de material escolar no início das aulas, trabalhar com alfabetização de adultos etc.

Atender pessoas com dificuldades sexuais Prostitutas, garotos de programa etc.

Recuperação das finanças, ajudar no abandono de dívidas pessoais, planejamento de finanças familiares etc.

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Deficientes físicos, visuais, auditivos etc.

Empregos

Saúde

Bolsa de emprego, treinamento profissional, preparo para entrevistas profissionais, imagem pessoal, expressão verbal, memorização, entre outros.

Aulas de prevenção de doenças, cursos de culinária, orientação para gestantes etc.

panhas ou projetos evangelísticos na igreja. Quando ela perde sua paixão para alcançar os perdidos, a congregação começa a morrer, pouco a pouco. A igreja não existe para servir a si, mas para servir aos que ainda não conhecem a mensagem da salvação. Quando há muitas reuniões para tratar de assuntos internos e poucas ou nenhuma reunião para planejar a missão local, a igreja precisa reavaliar sua visão, missão e propósitos. Preocupa-me também a igreja que está negligenciando a prática da oração missionária. E não falo apenas da oração intercessora. Há igrejas que dedicam tempo para orações aos seus membros e familiares em suas necessidades pessoais, familiares e físicas, mas ela também precisa envolver-se em uma campanha de oração evangelística, pedindo o poder do alto para impactar sua comunidade. Visitei uma igreja que vivia dessa forma. O pastor pediu que eu o ajudasse com aquela congregação. A igreja mal sabia o motivo de sua existência. Não havia nenhuma visão, missão ou propósito. Os membros relembravam outra época e não olhavam para o futuro. As instalações deterioraram-se. A questão não era meramente financeira. A igreja foi perdendo sua luz e o interesse das pessoas em conhecê-la. Mas Deus está 40

Apoio para grupos especiais

Finanças do lar

à frente de Sua Igreja e é através dEle que teremos êxito na missão que nos confiou. Um texto escrito por Ellen White nos dá essa segurança. “Não é o poder que procede dos homens que torna a obra bem-sucedida, mas o que provém dos seres celestes, operando por intermédio do homem, este é o que leva a obra à perfeição. Um Paulo pode plantar, e um Apolo regar, mas é Deus quem dá o crescimento. O homem não pode fazer a parte da obra que pertence a Deus. Como agente humano que é, pode cooperar com os seres celestes e, singela e humildemente, fazer o melhor que lhe seja possível, compreendendo que Deus é o grande Obreiro-Mestre. Ainda que os obreiros humanos venham a falecer, a obra não há de cessar, mas será levada a cabo” (Serviço Cristão, p. 260). A igreja, como um todo, será vitoriosa e isso também envolve cada uma daquelas que estão espalhadas por todo o mundo, das que anunciam a mensagem da breve volta de Jesus. Igrejas mortas não estão cumprindo o Seu chamado e precisam de uma nova vida, que pode ser encontrada no discipulado que envolve comunhão com Deus, relacionamento entre os membros e o envolvimento de cada um com seus dons e talentos na missão de salvar do pecado e guiar no serviço. IMAGENS: CANSTOCKPHOTO



ULB

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Agenda Solidária Voluntários dedicam tempo e recursos para transformar a vida de milhares de baianos por meio da solidariedade Por Alana Souza, Heron Santana, Ionara Wichinheski e Murilo Lélis

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om cerca de 180 mil membros, a Igreja Adventista da Bahia e de Sergipe tem o desafio de evangelizar mais de 16 milhões de habitantes nesses dois estados nordestinos. Uma das formas de cumprir essa missão é o exercício da solidariedade. Amar a Deus e ao semelhante formam a mais completa tradução do cristianismo. No segundo semestre deste ano, uma série de iniciativas levou milhares de voluntários à prática desse testemunho, desenvolvendo projetos que enfatizaram a generosidade. Uma das ações foi a campanha ”Dia de Fazer o Bem”, que mobilizou mais de 600 universitários para promover projetos

comunitários em Feira de Santana, Bahia, a 108 km de Salvador. Os voluntários vieram de vários lugares da região para participar do Congresso Universitário da Faculdade Adventista da Bahia (IAENE). No dia 1º de setembro, eles ofereceram serviços como atendimento na Expo Saúde, uma feira que reuniu diversas áreas coordenadas por médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e advogados, além de atendimento jurídico. Outra parte do grupo formou um mutirão solidário, que limpou, pintou e fez pequenas reformas em 70 residências de bairros pobres da cidade. Cerca de mil pessoas foram beneficiadas, segundo os orga-

”Chá de tortas” é uma ação do projeto ”Mãos Ajudadoras”, criado para auxiliar na obtenção de recursos por meio da venda de convites para o evento, que reúne interessados na causa

IMAGENS: Alcides Júnior / Josevaldo Matos

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nizadores. Entre elas, estava o pedreiro Lourival Brandão dos Santos, morador do bairro Santo Antônio, que aproveitou a oportunidade para participar da Expo Saúde. “Essa visita perto de casa foi um presente porque temos uma grande necessidade de atendimento médico em nossa comunidade. Pude verificar minha glicose, pressão arterial e ainda fazer outras avaliações. Felizmente está tudo bem”, conta. O pastor Geovani Queiroz, presidente da Igreja Adventista para Bahia e Sergipe, ressaltou a importância do envolvimento dos universitários na ação. “Todos colocaram a mão na massa e isso gerou um ganho extraordinário. Pudemos impactar centenas de famílias com o amor de Jesus, mas acredito que os maiores beneficiados são os voluntários que nunca mais serão os mesmos depois dessa demonstração de amor abnegado”, afirmou, após participar da reforma de uma das casas. Cidade Esperança

Em Salvador, no mesmo dia, mais de 20 mil pessoas participaram do projeto “Cidade Esperança”. Elas realizaram uma

Com a coordenação do ministério da mulher, as ações desenvolvidas nesses três anos resultaram em reforma, compra e construção de casas populares caminhada no Dique do Tororó, um dos cartões postais da capital baiana. Na sequência, em stands montados no local, os voluntários ofereceram orientações para a população. Dicas sobre saúde, educação ambiental, cuidados com o corpo e alimentação fizeram parte dos serviços que chamaram a atenção dos moradores. Uma outra ação, com o título “Pintando Salvador com as cores certas”, promovida pela Rede de Educação Adventista, deu voz a temas como reciclagem de lixo, educação no trânsito, inclusão social e combate a violência. O evento chamou a atenção da imprensa local e também atraiu o prefeito da cidade, Antônio Neto, que prestigiou o programa. Mãos Ajudadoras

Pastor Geovani Queiroz participa da reforma de uma casa na Bahia

Na cidade de Itabuna, região sul da Bahia, os voluntários da Igreja Adventista desenvolveram a campanha “Mãos Ajudadoras”. A proposta é minimizar a carência provocada pelo déficit habitacional e as condições inadequadas de moradia. A campanha tem o objetivo de reformar e construir casas para a população socialmente vulnerável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade tem incidência de pobreza superior a 40%, o que torna ainda mais relevante a iniciativa. A ideia do projeto nasceu em 2011, durante uma visita pastoral. Tânia Ferreira, esposa do pastor João Ferreira, ficou sensibilizada ao ver a situação precária do local em que vivia uma família humilde. Ela mobilizou primeiro as mulheres da Igreja Adventista central de Itabuna, onde seu esposo é líder espiritual, fazendo com que compreendessem a necessidade e a urgência de uma atitude transformadora. A partir de então, ações, como o “Chá de tortas”, foram criadas a fim de convidar pessoas para participarem da causa. Com a coordenação do Ministério da Mulher, as ações desenvolvidas nesses três anos resultaram em reforma, compra e construção de casas populares. “O projeto beneficia famílias, dando dignidade por meio de melhores condições de moradia. As ações que realizamos não são ideias nossas, elas vêm de Deus. Somos apenas instrumentos nas mãos dEle”, diz Tânia. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Fe

ENCONTRO BEM-SUCEDIDO Empreendedores adventistas definem projetos para 2014 Por Vanessa Moraes

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om o objetivo de promover integração entre os membros, compartilhar testemunhos dos ministérios de leigos e definir os projetos que receberão apoio em 2014, profissionais liberais, empresários e executivos participaram do 24º Encontro Nacional da Federação dos Empreendedores Adventistas do Brasil (FE). O evento foi realizado em Foz do Iguaçu, Paraná, no hotel Bourbon Cataratas Convention & SPA Resort. A FE é um movimento voluntário que nasceu com a proposta de utilizar talentos, vocações e recursos de empreendedores adventistas para levar a mensagem bíblica aos que ainda não a conhecem, missão estabelecida por Cristo e realizada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). As diversas iniciativas recebem atenção financeira para atingir metas voltadas ao crescimento do evangelismo e fortalecimento espiritual. Com 24 anos de existência, a Federação foi a responsável por trazer para o Brasil o Programa Está Escrito, que hoje é transmitido pela TV Novo Tempo. Para o ano de 2014, dez ministérios foram escolhidos para receber apoio financeiro. Entre eles está o projeto Luzeiro, cujas lanchas viajam com profissionais pelos 44

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rios do Amazonas para atender comunidades ribeirinhas. O plano é que também oito novas igrejas sejam construídas no nordeste com recursos doados pelos empreendedores adventistas, somando a um projeto que já acontece há 20 anos na região, responsável por ter inaugurado mais de 70 templos. “Esses empreendedores são líderes, homens e mulheres que foram abençoados financeiramente e querem agradecer a Deus aplicando recursos na estratégia de pregação do evangelho”, explica o pastor Rafael Rossi, líder de comunicação da Igreja Adventista para a América do Sul. Evangelho ampliado

Outra iniciativa que será contemplada é a que acontece no Mato Grosso do Sul e se vale do lixo reciclado para ensinar às pessoas um meio de subsistência. A Faculdade Adventista da Bahia (IAENE) também receberá uma contribuição que será importante para a abertura do curso de odontologia. O valor será utilizado para auxiliar na aquisição de cadeiras odontológicas, material necessário para a infraestrutura que atenderá os alunos da graduação.

O encontro ainda contou com a participação do diretor mundial de comunicação da IASD, pastor Williams Costa Júnior, orador do evento, e de sua esposa, Sonete Costa, que apresentou mensagens musicais. Para Costa Júnior, o mundo tenta separar as pessoas, mas um programa como esse faz o contrário: reúne e inspira. “É uma motivação, uma oportunidade para expandir a visão da missão e do serviço da nossa Igreja. O encontro da FE alcançou todos esses objetivos. Para mim, pessoalmente, foi uma grande bênção”, afirma. Em busca de resgatar pessoas que um dia já foram membros da Igreja, o projeto “Roupão da Fé” será um dos contemplados no próximo ano. Seu funcionamento se dá por meio de uma visita, um roupão de batismo e um convite para participar de um programa evangelístico. Lá, o participante é estimulado a retornar. Marcos Camilo, idealizador da iniciativa, acredita que o encontro com empresários trouxe a oportunidade de interagir e dividir experiências. “Estive entre irmãos de culturas diferentes, condições financeiras diferentes, mas voltados ao mesmo propósito: anunciar que Jesus vai voltar e viveremos para sempre com Ele no Céu”, almeja. IMAGENS: CLÓVIS COSTA



APLaC

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“Capital com Esperança” realiza ações em Brasília Cerca de 20 mil pessoas se uniram em ações de solidariedade, cidadania e evangelismo para levar esperança aos brasilienses Por Liana Feitosa | Colaboração: Ana Mejia, Liane Prestes e Rebeca Silvestrin

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m Brasília, Distrito Federal, o Estádio Nacional Mané Garrincha foi o local escolhido para a formação de uma gota humana gigante feita com a participação de dois mil doadores de sangue. A ação, realizada com doadores cadastrados no programa “Vida por Vidas”, que estimula a fidelização de voluntários, comemorou o recolhimento de mais de 1,5 mil bolsas de sangue doadas por adventistas da região, desde março deste ano. A mobilização abriu a semana de atividades do projeto “Brasília, Capital com Esperança”. Entre os dias 14 e 22 de setembro, cerca de 20 mil adventistas e amigos da Igreja dedicaram parte de seu tempo em ações solidárias e evangelísticas na capital do Brasil. “Tudo o que foi feito tem um propósito especial: ver pessoas sendo salvas. Se não tivermos esse foco, nada terá sentido. Portanto, presenciar pessoas que preferem abandonar o mundo para tomar uma decisão ao lado de Jesus,

desejando assumir um compromisso com Ele, é maravilhoso. É para isso que estamos aqui”, assegura o pastor Charlles Britis, presidente da Igreja Adventista para o Distrito Federal. O projeto “Capital com Esperança” também arrecadou e distribuiu 4,5 mil cestas básicas, além de promover ações contra a violência e o uso de drogas. Livros, rosas e abraços

O incentivo à leitura e à felicidade no lar também foram o foco do projeto “Capital com Esperança”. Espalhados pela região central de Brasília, cerca de mil voluntários distribuíram cem mil livros, 40 mil rosas e milhares de abraços. Apesar da chuva e do vento frio, jovens e adultos aproveitaram o horário de maior movimento da cidade e, antes das seis horas da manhã, já estavam prontos para presentear a população.

Mil voluntários distribuíram cem mil livros, 40 mil rosas e milhares de abraços

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO



APLaC

Em uma das ações, profissionais atendem a população com aferição de pressão arterial

Admirado com a iniciativa, o funcionário público Humberto de Oliveira viu na ação um ato de valorização familiar. “No Brasil, vemos que a família precisa de uma atenção especial, e, por isso, precisamos rever nosso posicionamento em relação ao assunto. A entrega dessa rosa simboliza tal importância.” Limpeza geral

tistas se destacam por oferecer benefícios à comunidade. “A Igreja Adventista brinda o parque com essa ação maravilhosa, que é absolutamente positiva”, comemora. “Não tenho como agradecer a essas pessoas maravilhosas. É um privilégio conviver com essa comunidade tão abençoada. Vocês são um presente de Deus para o Parque da Cidade”, emociona-se. Auxílio completo

A sustentabilidade e a solidariedade também marcaram presença. Cerca de 500 voluntários adventistas de todas as idades revitalizaram quatro passagens subterrâneas para pedestres do centro de Brasília. Eles limparam pichações e recolheram todo o lixo espalhado no local. O mesmo ocorreu no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, o maior parque urbano do mundo que supera, inclusive, o Central Park, em Nova York, nos Estados Unidos. No parque brasiliense, além da revitalização, a preocupação foi com a preservação do meio ambiente e o bem-estar espiritual das pessoas. De maneira criativa e simples, os voluntários distribuíram dez mil livros “A Única Esperança” em sacolinhas de lixo para automóveis. O Parque da Cidade também foi palco de uma feira gratuita. Cerca de 500 profissionais da saúde, entre nutricionistas, médicos, enfermeiros, massagistas e psicólogos, voluntariaram-se para atender as seis mil pessoas que passaram pelo local. Entre os serviços oferecidos, a aferição do nível de capacidade cardíaca, pulmonar e pressão arterial, medição do nível de glicose e teste de diabetes foram os que mais chamaram a atenção da população. Para o administrador do parque, Paulo Dubois, os adven-

O apoio espiritual também fez parte da programação do projeto. Nas noites dos dias 18, 19 e 20, o Distrito Federal transformou 14 locais em igrejas, como templos, ginásios e centros de convenções. Pessoas interessadas em conhecer mais sobre a Bíblia foram convidadas a participar e ouvir a palavra de Deus. Nos dias 21 e 22, sábado e domingo, a celebração final do projeto reuniu aproximadamente 20 mil pessoas no gramado da Esplanada dos Ministérios. Uma grande estrutura foi montada para que todos acompanhassem a programação, que foi aberta com um vídeo de retrospectiva narrado pelo locutor Cid Moreira. Na sequência, o quarteto Arautos do Rei e a cantora Laura Morena apresentaram mensagens musicais. O amor e a esperança foram temas compartilhados pelos pastores Luís Gonçalves e Ivan Saraiva, que apresentam os programas Arena do Futuro e Está Escrito, respectivamente, na TV Novo Tempo. Na ocasião, 110 pessoas foram batizadas, testemunhando publicamente a decisão de servir a Cristo. Saiba mais sobre o projeto e assista ao vídeo de retrospectiva. Acesse o site www.capitalesperanca.com.br.

Quarteto Arautos do Rei durante apresentação musical na Esplanada dos Ministérios

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IMAGENS: APLAC



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Notícias negativas arranham a imagem de qualquer organização. Para enfrentá-las, é preciso estar preparado e agir a tempo para evitar grandes danos Por Vanessa Moraes

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ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN/ CANSTOCKPHOTO


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exta-feira, 24 de fevereiro de 2012. Deveria ser apenas mais um dia de alegria para a adolescente Gabriela Nichimura, de 14 anos. Ela saiu de casa sem saber que aquele seria o último dia de sua vida. Ao passear com a família no parque de diversões Hopi Hari, em Vinhedo, São Paulo, Gabriela, os pais e a prima se assentaram nos bancos no brinquedo Torre Eiffel, um elevador com 69,5 metros de altura, que sobe a cinco metros por segundo. A trava de segurança da cadeira em que a adolescente estava se abriu. Sem segurança e com uma velocidade de descida do elevador de até 94 km/h, o corpo da menina foi arremessado ao chão, o que causou sua morte, praticamente, instantânea. O Hopi Hari lamentou o fato, divulgou notas para a imprensa, explicou seus procedimentos de segurança, deixou de responder a determinadas perguntas sobre o caso e acusou funcionários de negligência, afinal, a cadeira em que Gabriela

se assentou estava desativada há dez anos justamente por apresentar falhas de segurança. O parque não se deu conta, pelo menos no momento, de que estava lidando com uma crise gravíssima com a Opinião Pública. O Brasil inteiro tomou conhecimento do caso, que repercutiu na mídia durante semanas e foi assunto de discussão e análise nas salas de aula, nas disciplinas que envolviam o tema gestão de imagem. Especialistas expressaram fortes opiniões sobre os erros da assessoria e as respostas absurdas e sem sentido que a empresa divulgou. Um dos casos recentes mais conhecidos ocorreu no início de setembro deste ano. Foi a vez de a Coca-Cola enfrentar uma grave crise nacional. Um caso registrado no ano 2000 veio à tona quando a imprensa veiculou uma reportagem em que um consumidor alegou ter tido sérios problemas de saúde após tomar um gole do refrigerante. Ele também questionou a empresa por ter encontrado um rato dentro de uma das garrafas REVISTA MAIS DESTAQUE

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Capa que comprou. A Coca-Cola reagiu no dia 17 do mesmo mês, quando publicou em sua página no Facebook um comunicado oficial sobre o caso. A ação não foi suficiente para acabar com os comentários negativos, principalmente nas redes sociais. Em uma nova tentativa de amenizar o fato, a empresa divulgou, em seu canal oficial do YouTube, um vídeo sobre o processo de produção do refrigerante e convidou as pessoas para conhecerem uma de suas fábricas. E as crises de imagem não param por aí. Seja no âmbito nacional ou internacional, a verdade é que qualquer empresa ou organização está sujeita a passar por esse tipo de experiência. Algumas mais graves, como o caso do Hopi Hari, que resultou em morte, outras nem tanto. Vale considerar que uma crise não é caracterizada somente quando se torna conhecida nacionalmente. Se uma organização mundial passa por um problema em determinado bairro de uma cidade grande, deve gerenciá-lo ali mesmo, independente do país, fazendo com que o caso não se torne público a ponto de sair nos jornais. Para Felipe Lemos, gerente da assessoria de comunicação da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) para oito países sul-americanos, qualquer tipo de crise, seja originada por problemas internos ou ação externa, pode afetar a imagem de uma empresa. “Esse prejuízo compromete, de certa maneira, um pouco da reputação e da credibilidade dessa instituição junto a seus públicos”, afirma. Uma crise com a Opinião Pública é o resultado do mau gerenciamento da adversidade. As crises denominam um momento frágil da organização. Além de colocarem seus negócios em risco, podem impactar na saúde e no equilíbrio psicológico das pessoas envolvidas, seja na parte reclamante ou reclamada.

Gerenciamento

Por comprometer a imagem e o trabalho de uma instituição, toda e qualquer crise precisa ser gerenciada. Para isso, o jornalista e consultor Siloé Almeida, especializado no assunto, recomenda a existência de um Comitê de Crise, que deve ser criado antes do acontecimento. Ele é formado pela equipe de comunicação (diretor e assessores), departamento jurídico, área financeira, RH e administração, entre outros profissionais. O consultor explica que toda organização precisa ter um comitê para criar estratégias e prever situações emergenciais. “Ele vai identificar o que está acontecendo e montar um gabinete no local do ocorrido para resolver o assunto. Assim, vai tratar do fator desencadeante do problema e não contaminará o restante da organização, isto é, não chegará a outros lugares”, comenta. O consultor ainda acrescenta que cada caso merece um tratamento diferente. Além de desenvolver contatos com o público interno e externo (no caso de um supermercado, seu público interno são os funcionários, e o externo, os clientes), Almeida também sugere o estabelecimento de canais de comunicação com a imprensa. “Em casos de crise, ela é parceira e não perseguidora. A imprensa tem o dever social de informar. Se o fato é desagradável, ela tem até que investigar, porque esse é o seu papel social. Se al54

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Por comprometer a imagem de uma instituição, toda e qualquer crise precisa ser gerenciada



Capa

O gerenciamento da crise deve ser feito sempre por um profissional experiente. Por isso, é importante que toda empresa tenha um núcleo de comunicação gum dia uma empresa passar por uma crise, os veículos saberão a quem procurar por meio desses canais criados.” Felipe Lemos concorda com a opinião de Almeida e complementa que os meios de comunicação, sejam convencionais ou mais modernos, como as redes sociais, são formadores de opinião. “É impensável desprezá-los, pois os mesmos amplificam um elogio ou uma crítica sobre determinado produto ou serviço, seja tangível ou mais ideológico. Relacionamento permanente, consistente e honesto com a imprensa funciona como prevenção, pois, no caso de uma crise abalar a imagem de determinada instituição, as consequências podem ser minimizadas, já que certos veículos formadores de opinião já sabem algo a respeito daquela marca”, assegura. Segundo Almeida, o gerenciamento da crise deve ser feito sempre por um profissional experiente, que esteja sintonizado com o comitê. Por isso, é importante que toda empresa tenha um núcleo de comunicação. Ele alimentará a imprensa com notícias da organização e crescerá no relacionamento com os

profissionais da área. “Então, quando uma crise surgir, os canais de comunicação já estarão estabelecidos”, garante o consultor. A estratégia de comunicação de uma empresa é a forma como ela se relaciona com seus diversos públicos. Algumas instituições chegam a oferecer a seus profissionais um treinamento para isso. O Media Training (treinamento de mídia) é uma ferramenta que prepara os porta-vozes para conversarem com a sociedade. Além de promover o relacionamento com a imprensa, esse treinamento minimiza as consequências de uma crise, melhora a imagem da organização e auxilia na construção de estratégias eficazes, entre outros aspectos. Crises perto de você

Se você é membro de uma comunidade ou igreja de qualquer denominação religiosa, também pode passar por adversidades. Onde existem pessoas, existem riscos. Se essas desventuras não forem bem administradas, podem se transformar em crises com ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN/ CANSTOCKPHOTO

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a Opinião Pública. Uma frase impensada e o compartilhamento de notícias sem credibilidade nas redes sociais são exemplos de ações que podem originar tais crises. Para Rafael Rossi, pastor e líder sul-americano de comunicação da IASD, não existe hora certa para enfrentar situações difíceis. “Não gostamos de nos preparar para circunstâncias complexas e que envolvem dor, sofrimento e perdas. Mas, infelizmente, precisamos estar preparados para isso. Diante de uma situação complicada é comum que, por impulso, pessoas bem intencionadas tomem decisões que não deveriam, e isso prejudica todo o processo.” Para não agir de forma errada, todas as pessoas participantes de uma comunidade ou organização devem saber a quem recorrer em casos de necessidade. Segundo Rossi, o líder deve comunicar o ocorrido à sua sede regional. Esta, por sua vez, deve recorrer a um órgão superior, dependendo da intensidade do fato. “O ideal é que cada Comitê de Gerenciamento de Crise atue no caso. Não é um indivíduo sozinho, mas todos os integrantes do Comitê que devem trabalhar juntos para evitar ou solucionar o problema”, esclarece. Rossi deixa algumas dicas para agir corretamente diante de situações adversas. “Não tentar resolver o problema sozinho, não atrapalhar o trabalho policial (em casos de crimes ou acidentes), sempre dizer a verdade, agir com estratégia ao se comunicar com os públicos interno e externo, manter o Comitê de Crises ativo e entender que essas situações passam e o que fica é a imagem da organização e a maneira como ela lida com a crise”, lista. Algumas organizações possuem um manual de gerenciamento de crises. Se você passar por um problema, o primeiro passo é procurar o seu líder para que ele consulte o material. Prevenção

É possível prever situações de emergência e evitá-las. Siloé Almeida afirma que, para isso, é necessário colocar em prática o bom desempenho da assessoria de imprensa e o Comitê de Crises. “A precaução passa até pela prevenção de acidentes e pelo controle de qualidade, mas vai muito além disso. Essas e outras ações são indispensáveis para prevenir e atender aos casos que podem se transformar em crises”, menciona. Preparar a empresa para evitar crises não indica que haverá despesas. Qualquer ferramenta que auxilie nas estratégias de comunicação deve ser vista como investimento. Através desses cuidados, a resposta a emergências pode ser mais rápida e certeira, fazendo com que o problema não ganhe repercussão e fique desconhecido pela maioria das pessoas. As crises bem administradas podem trazer um final feliz, mas isso não significa que nenhum dano ocorre à imagem da empresa. “Isso é impossível, já que, para não haver dano, é necessário não haver falhas. Mas, quando há problemas, um bom gerenciamento é aquele que evita maior exposição midiática ruim da marca, que dá a percepção de que a organização está fazendo algo para remediar, e em que se vê claramente que há o interesse em corrigir processos para não se repetir as mesmas falhas”, finaliza Felipe Lemos.

Preparar a empresa para evitar crises não indica que haverá despesas. Qualquer ferramenta que auxilie nas estratégias de comunicação deve ser vista como investimento !

Prepare-se

Lidar com crises não é nada fácil. No entanto, algumas dicas podem contribuir para uma boa administração do problema em sua organização. Veja:

Manter o Comitê de Gerenciamento de Crise ativo e atuante;

Manter um trabalho permanente de comunicação interna e externa (imprensa e redes sociais);

Ter uma política de ações transparentes sem o desejo de esconder erros, e sim, corrigi-los para que sejam pontos de vulnerabilidade;

Entender que todos passam por crises e que as mesmas podem e devem ser superadas. Fonte: Felipe Lemos

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APSo

INFORME PUBLICITÁRIO

Portas reabertas Após sete anos, colégio adventista de Indaiatuba é reativado Por Eber Pola

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omprar um terreno de oito mil metros quadrados na cidade de Indaiatuba e estabelecer uma unidade escolar na região foi, por muito tempo, o sonho dos administradores da Associação Paulista Sudoeste (APSo). A realidade foi além do esperado. O que ocorreu foi a compra das instalações do Instituto Deco20, no mês de setembro deste ano. Com uma infraestrutura moderna em funcionamento, após algumas adaptações, o colégio recebeu a autorização da secretaria de ensino do município e iniciou as matrículas para o ano que vem. O empreendimento conta com oito salas de aula, pátio coberto, cozinha industrial, moderno ginásio esportivo com academia, vestiários e anfiteatro equipado com multimídia e com capacidade para 300 pessoas. No local já funciona a Igreja Adventista de Vila Furlan. É uma oportunidade para os membros realizarem projetos evangelísticos diferenciados no bairro de classe média alta. Segundo o diretor de educação da APSo, José Prudêncio Júnior, a região com 200 mil habitantes é bem promissora, pois conta com as principais fábricas do setor automotivo. “Estou muito feliz por abrirmos novamente a escola de Indaiatuba. Nossa meta de matrículas com abertura do ensino infantil e fundamental é de 200 alunos para o ano que vem. Assim, vamos oferecer um ensino de qualidade para a comunidade e para os filhos dos membros de nossas igrejas”, diz. Em 1996 foi inaugurada a Escola Adventista de Educação Infantil Nosso Amiguinho de Indaiatuba, na região central da cidade. Em seu segundo ano de funcionamento, recebeu a autorização para implantar o ensino fundamental. No início de 2006, a unidade de ensino suspendeu as atividades. “A nova escola é resultado de um sonho: estabelecer a educação adventista em uma região nobre da cidade. Fizemos um investimento de seis milhões de reais e agradecemos a Deus por continuarmos usando os nossos recursos para a salvação de pessoas”, declarou o pastor Aurelino Ferreira, presidente da APSo. 58

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Momento prévio ao descerramento da faixa de inauguração

Novo local oferece conforto e tecnologia para atividades

IMAGENS: APSo



Empresarial

A chave

do negócio Zelar pela gestão financeira ajuda empresas a se manterem no mercado Não é difícil ver que os bancos apresentam resultados formidáveis de lucro enquanto as empresas não conseguem acompanhar esse ritmo Douglas Perez Barros é contador da Perez Barros Contabilidade douglas@perezbarros.com.br

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o mundo competitivo em que vivemos, dentro do cenário capitalista, onde os recursos andam cada vez mais escassos, as empresas precisam de estratégias para conseguir manter-se com lucratividade no mercado. Para que isso aconteça, é necessário possuir um modelo de gestão financeira. Ao longo dos anos, tenho visto muitos clientes que possuem experiência e conhecimentos profundos em seus negócios, conseguem até alcançar faturamentos expressivos, porém, em relação à parte administrativa financeira, são um verdadeiro desastre. Têm muita dificuldade de organizar um fluxo de caixa, planejar orçamentos, coordenar o fluxo de entradas e saídas e controlar os gastos da companhia – e principalmente não misturá-los com os gastos pessoais. Dessa forma, precisam, muitas vezes, buscar o capital de terceiros, em que o custo é alto e pode descapitalizar a companhia. Certa ocasião, um cliente reproduziu uma frase dita por seu saudoso pai: “Meu filho, não importa o quanto você recebe, o que importa é o quanto sai”. Nessa frase simples e óbvia, temos o verdadeiro princípio da Gestão Financeira. Precisamos estancar os gargalos do desperdício para que a empresa tenha uma gestão financeira saudável. A administração financeira partilha com outras áreas as funções básicas da administração: planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. Sua importância tende a crescer em uma época de crise econômica e escassez de recursos, em que seu adequado gerenciamento é fundamental, e também tem a responsabilidade de prover e gerenciar os recursos financeiros necessários à consecução das atividades da organização. A gestão financeira integra todo o trabalho ligado à obtenção, utilização e controle dos recursos financeiros. Ela está ligada à contabilidade, aproveitando os dados da mesma para a tomada de decisão. Para tanto, a contabilidade deve estar atu-

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alizada e sincronizada com o financeiro para que as decisões possam se fundamentar nas demonstrações contábeis. Por desconsiderar alguns pontos mencionados até aqui, é possível notar que algumas empresas têm sofrido por não terem fôlego financeiro para continuar atuando, sobretudo, em momentos de crise no cenário econômico do país. Quando avaliamos e estudamos o caso, vemos que a operação da empresa chega a ser rentável, possui até margem líquida positiva, mas que ao depararmos com o custo financeiro, o negócio deixa de ser vantajoso. Em outras palavras, o lucro que deveria estar dentro da empresa acaba nas instituições financeiras. Não é difícil ver que a cada trimestre os bancos apresentam resultados formidáveis de lucro enquanto as empresas não conseguem acompanhar esse ritmo. E, infelizmente, muitas delas acabam se tornando reféns desse sistema. Prezar por uma boa gestão financeira ajuda a garantir o sucesso da sua companhia. Avalie esse quesito em sua empresa. Essa é a chave do negócio.

Precisamos estancar os gargalos do desperdício para que a empresa tenha uma gestão financeira saudável IMAGENS: ARTE SEVEN



Conta corrente

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inanças. Esse assunto é tão importante que deveria ser lecionado nas escolas. No Brasil, infelizmente, a Educação Financeira não faz parte do universo familiar, nem mesmo escolar, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos. Somente em agosto de 2010 o Brasil desenvolveu o primeiro projeto oficial de educação financeira, promovido em 450 instituições de ensino público de nível médio. A iniciativa foi possibilitada pela parceria entre os órgãos reguladores do Sistema Financeiro Nacional, que são os seguintes: Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e recebeu o apoio da Bovespa e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA). Com o mínimo de conhecimento financeiro é possível saber que manter as contas em dia é uma questão básica e saudável. As dívidas, por sua vez, trazem consequências desagradáveis em todas as áreas da vida, como finanças, relacionamentos, saúde, produtividade no trabalho e até mesmo na comunhão com Deus. Não é somente a pessoa endividada que sofre as consequências, mas sua família toda.

Assim que os filhos passam a ter consciência sobre o valor do dinheiro que gastam, devem participar dos diálogos familiares sobre finanças Antonio Tostes é diretor geral da Rede Novo Tempo de Comunicação

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ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN/FREEPIK


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Perfil

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odos têm oportunidades na vida. Alguns sabem aproveitá-las, outros as deixam passar. São essas oportunidades que mudam a história de qualquer pessoa, como aconteceu na vida de Ricardo Pereira. Em 1979, ao se graduar na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Economia na Universidade Candido Mendes (UCAM), no mesmo ano, nem imaginava que uma década depois seria funcionário da maior emissora de TV do país. Após a formatura, Pereira deu aulas de jornalismo (1985 a 1992). Em 1991 viu um anúncio sobre um curso de telejornalismo na TV Globo e resolveu se inscrever. “Fiz as provas e passei. Durante três meses aprendi como se faz jornalismo e me apaixonei”, diz. Hoje ele é um dos principais editores do Jornal Nacional. No início da carreira, Pereira trabalhou na produção de chamadas do STB Rio, antiga TV Studios Silvio Santos (TVS), e logo foi para Sergipe atuar como repórter de uma afiliada da rede Globo. “Lá passei por outras funções e em 1994 entrei na emissora, onde estou até hoje. Comecei no RJTV. Fui editor-chefe e depois trabalhei no Globo Esporte. Em seguida, passei pelo Jornal Nacional (JN) e Fantástico, onde fiquei dez anos. Fui editor-chefe do Jornal da Globo, do Esporte Espetacular e passei pelo Globo Repórter. Fiz programas do Globo Mar e retornei ao Jornal Nacional, onde estou há cinco anos”, lista. Desafios e emoções

apaixonado por

televisão Editor do Jornal Nacional, Ricardo Pereira conta como iniciou sua carreira na rede Globo e dá dicas para iniciantes na profissão jornalística Entrevista: Siloé Almeida | Texto: Vanessa Moraes

As pessoas não precisam mais aguardar o início dos telejornais para saber o que acontece no Brasil e no mundo Siloé Almeida é consultor e jornalista www.consulsiloe.com

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Como todo profissional, Ricardo Pereira também enfrentou desafios. Um deles foi comandar o Esporte Espetacular. “Um programa gigante com eventos ao vivo em um horário difícil. Mas algo que me deu muita alegria foi o projeto que comemorou os 35 anos do tricampeonato do Brasil no México. Outro desafio foram as coberturas bacanas que fiz no Fantástico. Até recebi um prêmio Esso por uma reportagem realizada ao lado do jornalista Eduardo Faustini, sobre a corrupção em uma prefeitura do Rio de Janeiro”, comenta o editor. Ele acrescenta que existem muitas dificuldades ao longo da carreira, desde vencer o desafio da audiência no comando de um programa ao trabalho diário no JN, de transformar textos e ideias em reportagens que o público consiga compreender. “Isso é o melhor da profissão: desafios constantes”, empolga-se. Nos anos 80, a emoção fez o coração de Pereira bater mais forte. Nesta época, foi ao ar a primeira reportagem editada por ele para o JN. Ao receber um texto já estruturado sobre desvio de dinheiro em um estaleiro, o editor sugeriu algumas mudanças, como utilizar o depoimento de um operário. “Coloquei a frase no final da reportagem. Era forte. Ele dizia que houve um desvio, mas a grana não tinha ido para o seu bolso. E ria. Meus chefes concordaram e a reportagem foi ao ar. Dois dias depois, um tio me perguntou como era o meu trabalho. Expliquei-lhe e disse que, às veIMAGENS: ARQUIVO PESSOAL


zes, trabalhava para o JN. Citei o exemplo dessa reportagem e ele me perguntou se era a tal que tinha a fala do operário. Senti-me recompensado. Tinha atingido o objetivo.” Profissão estimulante

Ao mesmo tempo em que o avanço da tecnologia facilitou a comunicação, aumentou as possibilidades de erro devido às milhares de informações que circulam a cada segundo em diferentes plataformas. Além disso, as pessoas não precisam mais aguardar o início dos telejornais para saber o que acontece no Brasil e no mundo. Hoje as informações estão disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar. “Basta um clique no computador ou um toque no ce-

lular. É mais um desafio e quem quer ser jornalista precisa gostar disso”, alerta Pereira. Segundo o jornalista, o início da carreira profissional exige dedicação, esforço e investimento. Os iniciantes na área da comunicação devem se informar, ler bastante, ouvir os colegas, dominar o inglês e buscar estilo próprio para se tornar um profissional diferenciado por talentos e ideias. “Não é fácil, mas o caminho começa quando a pessoa se dedica com paixão ao trabalho. É uma profissão que exige muito, mas é maravilhosa. Temos um papel importante na sociedade e realizá-lo, apesar dos problemas, é sempre estimulante. Minha dica é: não desista no primeiro não, na primeira dificuldade. Eles serão sempre uma oportunidade para crescer e se tornar um bom profissional”, conclui.

O caminho começa quando a pessoa se dedica com paixão ao trabalho. É uma profissão que exige muito, mas é maravilhosa”

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Fique por dentro

160 anos

de existÊNCIA Reafirmando a importância da Escola Sabatina Por Equipe de Comunicação da DSA

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o escrever sobre Escola Sabatina, Ellen White declarou: “A obra da Escola Sabatina é importante, e todos os que se interessam na verdade devem esforçar-se por torná-la próspera. (...) A influência que provém da Escola Sabatina deve melhorar e engrandecer a igreja...” (Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 9). Em 2013, a Escola Sabatina comemora 160 anos de existência. O início dessa história aconteceu em Rochester e Buck’s Bridge, Nova York, nos Estados Unidos, em 1853. A partir de então, tem-se multiplicado em todo o mundo, e, atualmente, ultrapassa 21 milhões de alunos espalhados em 209 países. É por meio dessa grande escola que a maioria dos adventistas é discipulada, fortalece a fé na Bíblia, aprofunda a comunhão e prepara-se para o testemunho pessoal. Em maio deste ano, a Comissão Diretiva da Divisão Sul-Americana (DSA) da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) reafirmou a importância da Escola Sabatina através do seguinte documento:

“A obra da Escola Sabatina é importante, e todos os que se interessam na verdade devem esforçar-se por torná-la próspera” 68

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A relevÂncia da Escola Sabatina “Considerando que o compromisso da obra adventista em fazer discípulos foi historicamente organizado, a partir da Escola Sabatina, como um verdadeiro centro de formação e desenvolvimento de discípulos, e que o seu funcionamento acontece através das classes de Rol do Berço, Jardim da Infância, Primários, Juvenis, Adolescentes, Jovens e Adultos, proporcionando conhecimento bíblico constante, relevante e atualizado, de acordo com a faixa etária e resultando em amadurecimento espiritual e envolvimento com a missão, conforme os dons. Considerando que a Escola Sabatina tem sido o principal meio de educação religiosa da IASD, esta torna-se responsável por manter a unidade doutrinária mundial, fortalecer a identidade adventista e aprofundar a

experiência de comunhão, relacionamento e missão. Considerando que vivemos em um mundo globalizado, em constante mudança, a Escola Sabatina precisa se adequar a esta nova realidade. Portanto, deve tornar clara a razão da sua existência, dinamizar as metodologias, capacitar os professores em atividade, formando novos líderes, para que pastoreiem e coordenem o evangelismo em sua Unidade de Ação. Considerando a necessidade de concentrar esforços para fazer avançar a pregação do Evangelho Eterno com maior rapidez, e considerando o potencial das Unidades de Ação e dos Pequenos Grupos, ambas as estruturas devem ser integradas, para que potencializem a missão da Igreja.



Fique por dentro Compromisso Com base nas considerações expostas, a DSA reafirma seu compromisso com a Escola Sabatina. E, com o propósito de incentivar seus pastores e membros a crescerem na Palavra de Deus, a aprofundar a experiência do discipulado e a avançar no cumprimento da missão evangélica, faz as seguintes recomendações:

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COMUNHÃO • Chamar líderes e membros a um maior compromisso com o estudo diário da lição • Estabelecer o projeto “Maná” em todas as igrejas e grupos, como um incentivo ao estudo diário e aquisição da lição • Desenvolver ações locais para fomentar a aquisição, o estudo diário e a aplicação da lição

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RELACIONAMENTO • Ter um lugar de destaque para a Escola Sabatina em cada evento sabático, promovido em todos os níveis da igreja

• Fortalecer o compromisso e a participação dos pastores e líderes na programação da Escola Sabatina, evitando programações paralelas

• Conscientizar e capacitar os professores sobre sua função pastoral e

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MISSÃO

• Retomar a Escola Sabatina como o principal centro missionário de envio, através das Duplas Missionárias e das Escolas Sabatinas Filiais

• Estabelecer progressivamente o Ciclo do Discipulado (fases 1, 2 e 3) como estratégia de apoio e desenvolvimento, inicialmente, com os novos na fé

discipuladora

• Buscar meios didáticos modernos, a fim de que se realize o estudo da lição em grupos, nos grandes eventos

• Promover o ciclo do aprendizado como método de ensino • Integrar os Pequenos Grupos e as Unidades de Ação, a fim de resgatarmos o senso de comunidade, pastoreio e missão

• Utilizar a metodologia do protótipo, tendo em vista que os novos Pequenos Grupos nasçam integrados à Escola Sabatina

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IMAGENS: STOCK.XCHNG


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Fique por dentro

“I WILL GO 2.0”

abre suas portas ao mundo Congresso missionário reuniu mais de mil jovens na Argentina Por Oscar González

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Universidade Adventista del Plata (UAP), na Argentina, foi o palco do “I Will Go 2.0”, 2º Congresso Internacional de Universitários Missionários Adventistas, que reuniu cerca de mil jovens entre os dias 5 e 7 de setembro. Eles vieram de países como Espanha, Estados Unidos, Finlândia, Guatemala, Haiti, Honduras, Israel, México, Panamá, Paraguai, Peru, El Salvador, África do Sul, Coreia do Sul, Uruguai, Venezuela e Zâmbia. Em sua participação, o pastor Roberto Giordana, responsável pela vice-reitoria de Desenvolvimento Espiritual da instituição, compartilhou palavras de ânimo, destinadas a reforçar a confiança em Deus e em Seus desígnios. “Não há frustrações nos caminhos de Deus”, considerou. No programa das Reuniões Plenárias, o pastor Homer Trecartin, presidente da Igreja Adventista para o Oriente Médio e norte da África, abordou o tema “Marco para a missão adventista: princípios bíblicos e inspirados nos escritos de Ellen White”. Ele afirmou que Deus envia pessoas a todas as partes do mundo para pregar o evangelho, e não apenas a lugares seguros, visto que Sua mensagem é para todas as nações e para todas as pessoas. “Há sempre motivos para postergar a tarefa da pregação do evangelho. A colheita está pronta, mas faltam trabalhadores na terra. O problema está no objeto em que focamos”, pontuou o pastor Trecartin. Embora tenha relatado histórias bíblicas a respeito da manifestação de Deus por meio de sonhos ou visões, Trecartin mencionou que aqueles que ainda são céticos não recebem o evangelho por esses meios. É por isso que os seres humanos

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“Um dos aspectos importantes ao realizar a missão é que ela deve ser feita de acordo com o exemplo de Jesus” são necessários para trabalharem pela comunidade e para se envolverem com os problemas do lugar no qual tentam difundir a mensagem cristã. O encontro contou com a exposição apresentada por Ronald Kuhn, diretor associado do Instituto de Missão Mundial da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). O enfoque de seu tema foi “Integrando Missiologia e Teologia no Século 21”. O palestrante dividiu sua experiência no Sudão e como Deus dirigiu sua vida naquele lugar. “Um dos aspectos importantes ao realizar a missão é que ela deve ser feita de acordo com o exemplo de Jesus”, enfatizou. Kuhn também ressaltou a importância da cooperação com Cristo para o cumprimento do evangelho. “A missão só é alcançada seguindo o exemplo de Jesus. Ele se encarnou em nossa cultura, aprendeu tudo o que fazíamos para então nos apresentar o Reino de Deus”, lembrou. IMAGENS: DIVULGAÇÃO



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COMPETÊNCIA EDUCACIONAL UnACh completa 107 anos de atividades e comemora conquistas Por Vivian Ruiz

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urante o mês de outubro, a Universidade Adventista do Chile (UnACh) comemorou 107 anos de existência. A instituição é reconhecida tanto no âmbito nacional quanto internacional, graças ao destaque de sua trajetória acadêmica. A Comissão Nacional de Acreditação é uma agência estatal encarregada de avaliar as universidades e institutos profissionais para assegurar a qualidade da educação e a boa administração dos recursos dispostos pelo Estado por parte das organizações que devem cumprir com todos os requisitos de qualidade exigidos. No final de 2011, a UnACh foi acreditada por quatro anos, isto é, recebeu a aprovação do Governo, indicando que cumpre com todas as exigências de qualidade acadêmica. Isso demonstra muito mais qualidade nos serviços prestados. Essa conquista foi destaque na imprensa nacional e também nos centros educacionais, especialmente porque o Ministério da Educação do Chile é rigoroso nessa área. A qualidade da instituição também foi reconhecida por outra agência. Trata-se da Associação Adventista de Acreditação, entidade que, no outono de 2012, fez um cuidadoso exame na UnACh e confirmou os avanços registrados nos últimos anos. Por isso, foi acreditada por cinco anos, feito que a coloca em lugar de destaque no Sistema Adventista de Educação Superior em nível mundial. Projeto acadêmico

O campus universitário é embelezado pela natureza e por um parque onde se localizam os edifícios das diferentes faculdades. A infraestrutura física não é seu patrimônio mais importante. É o projeto acadêmico o principal protagonista da instituição, pois é a única universidade protestante existente no território chileno. A alta exigência acadêmica anda de mãos dadas com a for74

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A UnACh foi acreditada por quatro anos, recebeu a aprovação do Governo, indicando que cumpre com todas as exigências de qualidade acadêmica mação em valores, o que tem feito a diferença na vida de seus milhares de graduados. Tal aspecto é reconhecido por empregadores do setor público e privado do Chile, além de outros lugares do mundo. A UnACh está ao sul do Chile, lugar dominado por belas paisagens e clima privilegiado. Nesse ambiente se desenvolve a vida de uma comunidade universitária que coloca o Criador do universo em primeiro lugar em todas as suas atividades diárias. Os resultados têm sido constantemente reconhecidos pela qualidade oferecida nos estudos. Com essa segurança, centenas de futuros profissionais se preparam para continuar servindo a Deus e trabalhar em prol da sociedade. IMAGENS: DIVULGAÇÃO



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PARCERIA ESTUDANTIL Universidades das Américas do Sul e Central firmam convênios Por Rosmery Sánchez

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o dia 6 de setembro, mais de 20 reitores das universidades da América do Sul e América Central assinaram um acordo de cooperação interinstitucional no auditório da universidade adventista do Peru, a Universidad Peruana Unión (UPeU), localizado no km 19,5 da Rodovia Central, em Lima. O evento destinou-se a formar uma rede de universidades caracterizada na formação de profissionais íntegros e dotada de valores cristãos. O convênio tem prazo de cinco anos e marca o início de novos acordos específicos para o intercâmbio de estudantes, pesquisa e projetos. A assinatura do acordo foi realizada como parte da programação do Conselho de Educação “Identidade e Missão da Educação Adventista”, ocorrido nos dias 5 e 6 de setembro, reunindo universidades adventistas do Chile, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai, Argentina, Peru, Colômbia, Cuba, República Dominicana, México, Haiti, Venezuela, Tailândia e Estados Unidos. Os reitores também trocaram experiências sobre progresso acadêmico, gestão financeira e crescimento de infraestrutura das universidades, a fim de unificar critérios para que o ensino superior na América do Sul forme profissionais íntegros, idôneos, empreendedores e inovadores. Eventos como esse são promovidos por diretores da Educação Adventista em nível mundial, que cumprem a missão de desenvolver as áreas físicas, mentais, sociais e espirituais do estudante.

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Instalações da Universidad Peruana Unión ( UPeU )

IMAGENS: DIVULGAÇÃO



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Patrocinado pela Petrobras Seleção pública de projetos aprova e financia proposta da ADRA Por Gislaine Westphal

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Núcleo de Crianças Vinde a Mim, de Hortolândia, interior paulista, foi contemplado na Seleção Pública de Projetos 2012 do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania com o projeto “Juntos Crescemos Fortes”, que faz parte da Agência de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). A seleção pública foi aberta para instituições e ONGs de todo o Brasil e teve quatro etapas: triagem administrativa, triagem técnica, comissão de seleção e conselho deliberativo. Ao todo, foram inscritos 3.439 projetos e apenas 130 ganharam aprovação, sendo o “Juntos Crescemos Fortes” um dos 21 do estado de São Paulo. O projeto prevê a realização de atividades como capacitação de funcionários, coral, artes plásticas, artesanato, esporte coletivo e individual, nutrição, informática, cidadania e combate ao abuso sexual infantojuvenil e ao uso de drogas. Divididos em três categorias, 220 crianças e adolescentes serão beneficiados. Cinquenta por cento são os que estão em situação de vulnerabilidade social, 40% são filhos de presidiários e egressos do sistema penitenciário de São Paulo e 10% portadores de necessidades especiais. “Esse patrocínio viabilizará algumas atividades sonhadas pela instituição, com o objetivo de ampliar a visão de mundo dos participantes para fazer valer o lema da ADRA: ‘Transformando o mundo, uma vida de cada vez’. Somos gratos a Deus porque temos a certeza de que Sua mão poderosa se estendeu sobre nós ao prepararmos esse projeto”, afirma Liliane Rigoli, coordenadora do Núcleo.

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220 crianças e adolescentes serão beneficiados com o projeto patrocinado pela Petrobras

IMAGENS: CANSTOCKPHOTO/ DIVULGAÇÃO


60ª CONFERÊNCIA GERAL

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Um filme que salva vidas Renda obtida com a venda de DVDs do filme “Escolhas” será revertida para auxiliar trabalho evangelístico da Igreja Adventista Por Rener Fernandes

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ma iniciativa de um grupo de jovens da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, promete levar esperança para muitas pessoas por meio do evangelismo. Tudo começou quando um grupo de jovens teve a ideia de elaborar e produzir um longametragem para participar do Festival de Filmes Jovens Adventistas (JA) 2012. A ação resultou na produção do filme “Escolhas – Uma escolha pode mudar sua vida!”, baseado em fatos reais. O projeto contou com a direção de Getúlio Rocha. O filme aborda um fato comum, presente na história dos principais personagens, e que muda para sempre suas vidas: colocar Deus à frente de suas escolhas. Porém, antes que a transformação espiritual aconteça, outras decisões mudam essa realidade. Edu, um dos personagens, prefere agradar os amigos e abandona sua relação com Cristo. Vitor passa a não ouvir mais os pais e alega que eles são “caretas”. Alex, após sofrer bullying na infância e na adolescência, entra no mundo do crime. Túlio resolve escrever um livro após perder seu filho, e quer ajudar os jovens da comunidade onde vive a se libertarem dos maus cami80

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nhos. Cada história mostra a importância de fazer sempre a escolha correta ao lado de Jesus Cristo. Prêmios no festival

O Festival de Filmes JA é uma oportunidade que os jovens adventistas têm para utilizar um novo modelo de evangelização a partir da criação de filmes de curtametragem. Essa oportunidade apareceu e o esforço dos jovens da IASD Freguesia do Ó foi recompensado. O filme “Escolhas” foi o vencedor de três prêmios no festival de 2012, nas categorias Melhor Música, Melhor Edição e Melhor Roteiro. A conquista dos prêmios não encerrou o trabalho desses jovens. Foi aí que eles tiveram uma grande inspiração que poderá transformar a vida de muitas pessoas. O grupo resolveu disponibilizar o filme para o mercado comercial, com a finalidade de mudar a vida dos espectadores que o assistirem. O mais importante é que toda a renda obtida com a venda dos DVDs será revertida para o evangelismo. A iniciativa tem o intuito de salvar vidas, como acontece nas histórias contadas no filme. Se você também deseja adquirir o DVD “Escolhas”, ligue para (11) 3991-8571 ou (11) 3931-7244.

Grupo comemora as três premiações recebidas no festival de filmes de 2012

Durante culto especial de lançamento do filme, jovens agradecem a Deus pelo projeto

IMAGENS: DIVULGAÇÃO



Infantil

Uma boneca para Rute Autor: Desconhecido | Adaptação: Bárbara Kopitar

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pequena Rute morava com o papai, a mamãe e seus irmãos mais velhos em uma região fria dos Estados Unidos. O pai era pastor e sempre animava as pessoas quando elas se sentiam tristes. Apesar do trabalho maravilhoso do pai de Rute, a família não tinha muito dinheiro. O salário não era regular e às vezes eles passavam necessidades. Ninguém da família tinha roupas quentes e por isso, também passavam frio. O casaco do papai não esquentava e o vestido de Rute era fino e velho. O Natal estava próximo. Todas as noites, antes de dormir, a pequena Rute fazia a seguinte oração: - Querido Jesus, abençoe nossa família. Envie-nos roupas quentes e alimentos. E por favor, querido Jesus, eu gostaria muito de ter uma boneca e os meus irmãos querem ganhar patins. Obrigada, amém. Há muito tempo Rute desejava ter uma boneca de verdade. Ela pediu esse presente para sua mãe enquanto os irmãos pediram os patins. A mamãe ficou muito triste porque não tinha condições para comprar os brinquedos. Então Rute teve a ideia de pedir os presentes para Jesus, afinal, todas as bonecas e patins do mundo pertenciam a Ele, certo? Por isso, todas as noites, Rute terminava sua oração com esses pedidos. Chegou a véspera de Natal. Havia pouca comida em casa. O papai havia viajado para visitar um homem doente. A mamãe aconchegou os filhos na cama. Rute se ajoelhou e orou. Quando terminou, viu que havia lágrimas nos olhos de sua mãe. - Essas coisas estarão aqui amanhã, mamãe - disse a menina confiante. Era tarde da noite quando o pai chegou. Ele estava com frio, faminto e cansado. Assim como a esposa, também estava desanimado. Não havia provas de que Deus ouvia suas orações. Então, de repente, alguém tocou a campainha. Era um diácono da igreja. Ele disse:

- Hoje chegou uma caixa para vocês, pelo trem. Resolvi trazê-la logo, pois pensei que poderia ser algo para o natal. Além disso, há um saco de batatas e outro de farinha para vocês. E minha esposa pediu para entregar-lhes esta cesta de natal. O bondoso homem foi embora e o pai começou a abrir a caixa imediatamente. Viu primeiro um cobertor vermelho. Embaixo havia roupas. O pai sentou-se e cobriu o rosto com as mãos. Ele e a esposa se ajoelharam e pediram perdão por não terem confiado em Deus. Em seguida, com paz no coração, esvaziaram a caixa, que estava cheia de surpresas. Havia um terno e um sobretudo para o papai, um vestido e um casaco para a mamãe, um terno para cada um dos meninos e um lindo vestido vermelho para Rute. Também havia meias, luvas, toucas e cachecóis. Bem no meio das roupas estava a boneca e os patins que Rute havia pedido. Era quase impossível de acreditar! O pai chorou de alegria ao ver a resposta das orações de sua pequena filha. Como as crianças pularam de alegria naquela manhã de Natal! Rute pegou a boneca, deu-lhe um forte abraço e não disse nada. Foi para o seu quarto e se ajoelhou ao lado da cama. Ao voltar, sussurrou ao ouvido da mãe: - Eu tinha certeza de que os presentes chegariam, mamãe! Eu sabia que eles estariam aqui! Sim, Jesus ouve as nossas orações e Ele sempre, sempre cuida de nós. Essa e outras histórias você encontra no site: www.tiahelenita.com.br

Ilustração: Paulo Godoy

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Seu direito

Carro vendido, cuidado dobrado Proprietários devem ficar atentos à transferência de veículos comercializados para não terem surpresas negativas

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ma situação bem comum e que traz grandes prejuízos para proprietários de veículos é venderem o automóvel e não controlar se o comprador tomou a iniciativa de transferir, junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a titularidade do registro do Certificado de Propriedade do Veículo. Normalmente, o vendedor acompanha o comprador ao cartório e procede com o reconhecimento da assinatura por autenticidade no Documento Único de Transferência (DUT). Ele recebe o valor combinado pelo veículo e depois nunca mais vê ou sabe do paradeiro do comprador. Outro caso semelhante é quando o proprietário negocia seu veículo em uma agência de automóveis. Ele pode entregar o seu carro como entrada e adquirir um novo, deixando em branco a data em que assina o DUT. Mas, que tipos de problemas essas situações podem gerar? Na verdade, muitos, inclusive prejuízos financeiros. Se um veículo não pertence mais ao antigo dono e não possui o certificado de transferência, o ex-proprietário irá responder perante as autoridades de trânsito. Será responsável pelo pagamento de multas, IPVA, acidentes de trânsito, entre outros aspectos. Em muitos casos, o antigo dono só descobre que o veículo ainda está em seu nome quando é notificado de algum problema que envolve o automóvel vendido. Isso pode acontecer anos após a negociação. Em relação ao assunto, no Detran de São Paulo, segundo a Defensoria Pública do estado, são registradas cerca de 300 reclamações por mês. Veja o que fazer para não ser uma vítima:

Em muitos casos, o antigo dono só descobre que o veículo ainda está em seu nome quando é notificado de algum problema

Ricardo Abrusio é advogado Tributário e Empresarial ricardo@abrusio.com.br

ARTE: ROGÉRIO VIOLA JUNIOR | IMAGENS: CANSTOCKPHOTO

84 REVISTA REVISTA MAIS MAIS DESTAQUE DESTAQUE


O que diz a lei? Conforme o artigo 123 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o comprador de um veículo tem o prazo legal de 30 dias para transferi-lo ao seu nome. Caso não prossiga desta forma, está sujeito a pagar multa de R$127,69 e perde cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), de acordo com o artigo 233 do CTB. Muitos novos compradores perdem esse prazo. Para não pagar a multa e perder os pontos na carteira, nunca transferem o veículo para seus nomes.

Como proceder? Para que o ex-proprietário do veículo não seja envolvido em inquéritos policiais, responsabilidade civil, cobrança de multas e impostos que não lhe pertencem, deve seguir as seguintes recomendações:

Nunca assine o DUT com data em branco

Ao assinar o DUT do veículo em questão, solicite no cartório uma cópia autenticada do documento

Elabore um Termo de Responsabilidade para que o comprador assine. A partir daquela data, o mesmo assume a posse do veículo e desta forma passa a ser responsável direto por todos os eventos ocorridos com o mesmo Após 30 dias de venda, consulte no site do Detran se o veículo foi devidamente transferido para o comprador

Caso a transferência não tenha sido realizada, comunique, através do site do Detran, a venda de veículo. Desta forma você ficará isento de qualquer situação que envolva o veículo vendido

Vendi meu veículo! Por que comunicar a venda? Se você não comunicar a venda do seu veículo ao Detran logo após assinar o documento de compra e venda, poderá ser responsabilizado por multas e outros débitos, como o IPVA. Além disso, você poderá responder civil e criminalmente caso o veículo se envolva em um acidente, por exemplo.

Facilidade virtual

Como realizar o serviço na internet: Entre no portal detran.sp.gov.br (ou digite o nome do seu estado em sites de busca da internet. O site do Ceará, por exemplo, é o detran.ce.gov.br). Cadastre-se ou faça login no menu “Serviços Eletrônicos”. Escolha a opção “Solicitação de Comunicação de Venda”, digite o número do seu Renavam, placa do veículo e letras e números do sistema de confirmação. Clique em “Avançar”. Preencha os campos dos “Dados do Comprador”, escolhendo a opção “Pessoa Física ou Pessoa Jurídica”. Em seguida, digite CPF/ CNPJ, CEP, endereço completo, data da venda, data do reconhecimento de firma em cartório e número do espelho do Certificado de Registro do Veículo (CRV). Clique em “Avançar”. Confira todos os dados. Caso haja alguma divergência, clique em “Voltar”. Se todas as informações estiverem corretas, clique em “Confirmar” para encaminhar a solicitação.

Após este procedimento você terá 15 dias para encaminhar os documentos ao Detran. Caso contrário, a solicitação será cancelada. Os documentos são:

Cópia simples do RG ou da CNH, com foto, além do CPF do vendedor

Cópia frente e verso, autenticada, do CRV, devidamente preenchido e assinado, com firma reconhecida por autenticidade do vendedor

Caso opte pelo serviço presencial, leve também o requerimento de Comunicação de Venda do Veículo (disponível no portal), impresso e assinado pelo vendedor

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Evidências

A vida nos dias de Cristo Com uma base primária de ensino, o jovem decidia se queria avançar nos estudos. Para se tornar um doutor da lei, deveria ser discípulo de um mestre ou rabino Parte 2

Os judeus do primeiro século estudavam o antigo testamento. Para eles, aquilo era tudo o que podia se aprender, aliás, tudo o que se aprendia partia das escrituras Rodrigo Silva é doutor em Teologia Bíblica

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IMAGENS: CANSTOCKPHOTO


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a edição anterior de Evidências, você conheceu um pouco sobre a vida diária nos tempos de Jesus. Conheceu o processo de nascimento das crianças e como se davam seus primeiros anos de vida. Nesta edição, você vai saber como eram as escolas, os momentos de lazer e a prática do discipulado. Quando a criança tinha a oportunidade de, além do ofício do lar, aprender na escola dos rabinos, sua rotina não era fácil. Ela passava a manhã inteira na sinagoga, em uma sala com cerca de 25 alunos. A parte da tarde era dedicada ao trabalho que estava aprendendo com o pai, no caso dos meninos. Com uma rotina intensa, é difícil imaginar se havia tempo para brincar e praticar esportes. A verdade é que as crianças se divertiam muito. Uma típica criança judia participava de muitas brincadeiras, sendo a maioria delas coletiva. Nos livros de Mateus 11:16-17 e Lucas 7:32, Jesus menciona uma brincadeira de rua comum, em que as crianças tocam instrumentos e dançam, aparentemente, imitando as cerimônias dos adultos. Ou seja, o tempo para brincar existia, mas era separado dos momentos dedicados ao estudo e ao trabalho. Hoje, as crianças quase não brincam. Ficam estagnadas em seus computadores e celulares. Mas, antes dessa febre tecnológica, muitas brincavam sozinhas com seus carrinhos e bonecas. No tempo de Jesus era bem diferente. Meninos e meninas participavam de brincadeiras coletivas, que ensinavam a socialização. Ao imitar a cerimônia dos mais velhos, como os textos bíblicos mencionam, evidencia-se uma forma de preparo para a vida adulta. Para aqueles judeus, especialmente daquela época, brincar era algo sério. “Casas” do conhecimento

tudo o que podia se aprender, aliás, tudo o que se aprendia partia das escrituras. O cálculo matemático, por exemplo, era ensinado a partir do tempo de duração da vida dos patriarcas ou das profecias que incluem cronologia. A geografia era ilustrada nas guerras de Israel. Já a medicina, através das prescrições mosaicas, e assim por diante. Para os judeus, as escrituras eram um livro completo, que permitia integrar todo o conhecimento e encontrar o princípio de toda a sabedoria disponível aos seres humanos. O estudo delas era tão importante que, mesmo quem não frequentasse a escola, precisava pelo menos saber ler para ter acesso ao conteúdo da Torá. Nesse caso, a pessoa era ensinada em casa, pelos pais. As mulheres também tinham que conhecer a Torá, embora de maneira simples, devido ao espírito patriarcal daqueles dias. O período da escola primária ia dos cinco aos 12 ou 13 anos de idade. Depois, o aluno passava por um estágio mais avançado na Beit Midrash, ou “Casa da Interpretação”, que ficava em um lugar separado da sinagoga. Ali, o aluno poderia receber uma espécie de educação superior acompanhado por algum mestre da lei ou rabino. De fato, estudar em uma Beit Midrash era um privilégio para poucos. Assim, se um jovem quisesse avançar em seus estudos, deveria iniciar-se no mundo rabínico, no qual se tornaria um escriba ou doutor da lei. Para isso, ele deveria escolher como tutor um mestre ou rabino de renome e segui-lo, na condição de que o rabino aceitasse o aluno. Paulo, por exemplo, foi aceito pelo grande sábio Gamaliel. De acordo com o livro de Atos 22:3, foi aos pés dele que Paulo praticamente aprendeu tudo o que sabia, possivelmente, até muitos dos idiomas que falava.

A escola fundamental que as crianças frequentavam na sinagoga era conhecida pelo nome de Beitha Sêfer, isto é, “A Casa do Livro”. Ali aprendia-se a ler, escrever, fazer contas e falar em público. Memorização, repetição e resolução de problemas eram os métodos pedagógicos mais usados na ocasião. As escrituras, especialmente a Torá, formavam a base do ensino. O mestre e os alunos a repetiam todos os dias, até que os textos ficassem bem memorizados. Os judeus do primeiro século estudavam o antigo testamento. Para eles, aquilo era

O jovem aprendiz, ou seja, que era aceito pelo mestre, deveria ser submisso da mesma forma como seria a seu pai, e também deveria estar pronto para servi-lo enquanto estivesse em sua companhia. Com aquele sábio homem, o jovem aprenderia muitas lições, mas, especialmente, a difícil arte de interpretar a lei e colocá-la em prática nas mais diversas situações. Pela falta de documentos da época, que poderiam fornecer mais informações, não sabemos ao certo quanto tempo durava o curso. Entretanto, parece que não havia um prazo determi-

As escrituras, especialmente a Torá, formavam a base do ensino. O mestre e os alunos a repetiam todos os dias

Discipulado

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Evidências nado. Documentos rabínicos do segundo século dizem simplesmente o seguinte: “É frequentemente recomendável como altamente meritório para alguém ser um dos primeiros a vir para uma Beit Midrash e o último a deixá-la.” Em alguns casos, ao invés de o jovem se oferecer para o curso, o próprio mestre ou rabino, reconhecendo seu potencial, o convidava para ser seu discípulo. Sendo assim, entendemos dois episódios bíblicos: quando dois discípulos de João pedem para seguir a Jesus, e Ele os aceita; e quando Jesus é quem dá a iniciativa e convida pescadores para segui-Lo. Mesmo antes da época de Cristo, cada sábio ou rabino preocupava-se em formar discípulos e futuros escribas que pudessem exercer o ofício em tribunais ou sinagogas. O famoso rabino Hilel, que viveu nos dias de Herodes, o Grande, chegou a ter, de uma só vez, cerca de 80 seguidores imediatos. Jesus foi bem mais simples. Escolheu apenas 12, ou melhor, 11 discípulos, se entendermos que Judas foi apenas aceito, mas não escolhido pelo Mestre. Se nos atentarmos aos fatos, veremos que há na Bíblia, em Lucas 10:1, uma única menção de 70 discípulos que o Mestre preparou e enviou para pregar o evangelho. Embora não tenhamos informações adicionais desse grupo, o fato é que os discípulos de Cristo, em sua maioria, eram homens incultos ou rejeitados, que não possuíam dotes especiais básicos de alguém que poderia ser um aluno do grande Mestre. Mas Jesus os amou como ama a cada um de nós. E também os preparou para pregar as boas novas do reino de Deus entre os homens. Havia também algumas diferenças básicas entre os mestres do tempo de Cristo. Dentro do movimento dos escribas, por exemplo, de afinidade mais farisaica, existiam duas correntes básicas. Uma era a escola fundada pelo rabino Hilel, citado anteriormente. Ali, um jovem, antes de ser aceito oficialmente por um mestre, deveria se submeter a um estágio de 30 dias para realizar e conhecer as prescrições rituais de purificação. Em outra escola, a de Shamai, esse período se estendia por pelo menos um ano. Embora não tenhamos muita documentação direta do tempo de Jesus, temos informações valiosas no segundo século de nossa época e que podem nos servir de chave interpretativa daqueles tempos. Segundo essas antigas fontes, a partir do século dois, quando um jovem estava estudando no colégio superior da Beit Midrash, deveria caminhar o dia inteiro e se abster de outros trabalhos, já que o estudo começava no alvorecer e terminava apenas ao pôr do sol. A rotina era bem puxada. Para aprender novas culturas e adquirir novos conhecimentos, o grupo caminhava de um lugar para o outro, como nômades. Sendo assim, a família do jovem deveria ter uma boa quantia de dinheiro para sustentá-lo durante o período de estudos, afinal, ele não podia trabalhar de maneira braçal. Se não tivesse dinheiro, o estudante deveria ter fé e paciência, pois dependeria totalmente da ajuda voluntária de cidadãos e de aldeias por onde passasse, ou quem sabe das ofertas doadas por famílias mantenedoras daquela escola rabínica em especial, a qual ele pertencia. Com base nesse processo, podemos entender que não foi estranho, segundo a Bíblia, os apóstolos pararem de trabalhar 90

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Jesus escolheu apenas 11 discípulos, se entendermos que Judas foi somente aceito, mas não escolhido para seguir a Jesus por três anos e meio. Também podemos compreender que o grupo foi sustentado por pessoas simpatizantes do movimento, sendo muitas delas, cidadãs das cidades por onde Cristo e Seus discípulos passaram. Com essas informações, fica clara a recomendação que Cristo deu aos 70 discípulos, relatada em Lucas 10:4-12. Ele disse o seguinte: “(...) Qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa’. Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele, senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa: comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós’”. Muito interessante, não?! Essas informações nos ajudam a colocar as histórias da Bíblia dentro de uma espécie de moldura contextual, que torna as cenas mais vivas. Os ensinos dos evangelhos passam a ter outro formato, ser quase tridimensionais. Que Deus abençoe sua vida para que a Bíblia fique cada vez mais clara e compreensível diante das novas descobertas. Até a próxima! IMAGENS: CANSTOCKPHOTO



Aconteceu comigo

“Deus esteve comigo” Luiz Cardoso viu a morte de perto em várias ocasiões, mas sempre sentiu a mão de Deus e a companhia protetora de seu anjo Por Mayra Silva

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uando criança, Luiz Cardoso, mais conhecido como Picó, era muito sapeca. Uma de suas atividades preferidas era empinar pipa. O bairro em que Picó morava, em São Paulo, era formado por ruas com diversos morros. Por isso, ele preferia subir nas lajes das casas para brincar. Certo dia, enquanto Picó andava de costas em cima da laje, na tentativa de colocar a pipa nos ares, distraiu-se e caiu de cima da casa. “Mas Deus esteve comigo”, diz ele. Depois da queda, levantou-se e percebeu que não havia se machucado. E esse tipo de acidente se procedeu mais três vezes, entre seus 11 e 13 anos. “Graças a Deus, eu nunca tive um arranhãozinho e nenhuma gota de sangue proveniente dessas quedas”, menciona. Mas os acidentes não pararam por aí.

Após alguns anos, Picó ficou jovem e saiu de casa para estudar no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, onde se graduou em pedagogia. Depois de formado, tornou-se diretor de um colégio em Anápolis, no estado de Goiás. Todavia, ele sempre viajava de lá para São Paulo e vice-versa. Certo dia, em uma de suas viagens para Anápolis, Picó começou a falar com Deus. “Comecei a conversar com Ele porque estava me sentindo sozinho. Eu não estava sentindo a presença do anjo protetor ao meu lado”, confessa. Sozinho, ele orou, chorou e continuou conversando com Deus. E a viagem era longa. Mas Picó ficou o tempo todo indagando Deus pelo sentimento solitário que possuía naquele momento. “Onde está o meu anjo?”, questionou. IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL

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Aconteceu comigo “Por isso eu sempre oro a Deus pedindo Sua proteção. Ele foi muito misericordioso naquela noite, pois não deixou que o pior acontecesse. Ele me livrou da morte mais uma vez” Quando o pedagogo chegou a Anápolis, ouviu um barulho estranho no escapamento do carro que dirigia. Então, decidiu levar o veículo à oficina mais próxima. “Chegando lá, o mecânico ergueu meu carro e disse que eu não teria condições de continuar conduzindo o veículo, pois ele apresentava más condições de uso”, comenta. Naquele momento, Picó se assustou. “O escapamento do carro tinha rompido e havia uma tampa de borracha para esgotar a gasolina embaixo do tanque. O cano com o vapor do carro derreteu. A gasolina começou a vazar”, explica Picó. Analisando, ainda, as condições do motor, o mecânico disse que o carro podia explodir a qualquer momento. “Foi naquele instante que eu descobri onde meu anjo estava. Ele estava debaixo do carro, segurando-o para que não explodisse”, emociona-se Picó. Ele já havia percorrido mais de mil quilômetros com o carro em más condições de uso. O pior dos acidentes

Atualmente, Picó é preceptor dos alunos que estudam no Unasp campus Engenheiro Coelho, local onde fez sua faculdade. O centro universitário possui regime de internato, no qual os alunos não apenas estudam, mas também moram em alojamentos que o campus disponibiliza. Lá residem tanto rapazes quanto moças. Picó é responsável por cuidar dos rapazes e manter a ordem do prédio onde moram. Certa vez, o Unasp promoveu uma festa para receber os alunos calouros, como faz todos os anos. Naquela noite, Picó não estava trabalhando. Mas, a pedido de seu chefe, aceitou auxiliar outros preceptores na organização da festa, para a qual foram armados vários brinquedos. Entre eles, havia uma tirolesa, erguida com madeira e cabos de aço. Tudo normal para uma festa de internato. Picó estava ansioso para aproveitar um pouco daquela noite. Aliás, era seu dia de folga. Ele queria jogar futsal no ginásio poliesportivo do internato. Então, pediu autorização para seu chefe, e este lhe pediu apenas para verificar se havia outro preceptor no ginásio que pudesse tomar conta dos alunos ali presentes. Com medo de não dar tempo de ir ao ginásio, voltar para casa a fim de pegar as chuteiras e retornar ao local para jogar bola, Picó decidiu poupar esforços. Ele fez todo o percurso de moto. Depois, chegou ao ginásio, checou a presença de outro preceptor e, em seguida, foi embora. Ao fazer o retorno, Picó pegou um atalho pela grama, onde os brinquedos da festa estavam montados, inclusive a tirolesa. Mas algo aconteceu. Picó foi surpreendido naquela noite. O preceptor notou a presença de alguns alunos se dirigindo a locais de restrito acesso. Então, como de costume, foi até eles para chamar a atenção. “Mas eu me esqueci de que próximo àquele local estava montada a tirolesa. E eu ainda estava pilotando a moto quando fui chamar a atenção dos alunos, mas,

como o local estava escuro, nem me dei conta de que poderia estar próximo aos cabos de aço”, observa. No momento em que Picó percebeu os cabos, eles já estavam se deslizando sobre sua cabeça. “O cabo rachou a queixeira do capacete e cortou meu pescoço, causando um estrangulamento. Com isso, fui impedido de falar e gritar por ajuda. Aqueles alunos que fui socorrer é que acabaram me socorrendo”, lembra. Picó começou a perder muito sangue, afinal, o corte era bem profundo. As pessoas que estavam à sua volta começaram a gritar por socorro. Entretanto, o preceptor foi colocado em cima da moto e um aluno conseguiu levá-lo à portaria do colégio. De lá, ele foi imediatamente encaminhado ao hospital. “No caminho, a morte passou pela minha cabeça mais uma vez. Minha mão estava gelada e eu sentia muita tontura. Naquele momento eu só conseguia imaginar meu velório, com as pessoas que eu mais amo na vida chorando ao redor do caixão.” Ao chegar ao hospital, Picó logo foi atendido. O médico disse que a situação era grave, pois o cabo de aço foi capaz de cortar a pele, gordura e os músculos do pescoço. “Mas, para o meu alívio, o médico disse que eu ainda poderia sobreviver”, alegra-se o pedagogo. Após o médico dar-lhe essa esperança, Picó ficou inconsciente e, em seguida, foi encaminhado para a sala de cirurgia, onde levou aproximadamente 40 pontos no pescoço. “Um cabo de aço esticado na diagonal poderia ter pegado em qualquer lugar: na moto, no farol, no meu peito ou de raspão no capacete”, analisa Picó. “Por isso eu sempre oro a Deus pedindo Sua proteção. Ele foi muito misericordioso naquela noite, pois não deixou que o pior acontecesse. Ele me livrou da morte mais uma vez”, frisa. Picó empina pipa com seu filho, uma de suas atividades favoritas

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Aconteceu comigo

Sonho realizado Picó sempre sonhou em construir uma família. Desde a juventude, ele pedia a Deus que seu sonho se tornasse realidade. “Teve uma época em que eu estava muito agoniado porque queria uma namorada para dar procedimento aos meus planos. Mas eu não tinha, e sempre dizia que se Deus não atendesse minhas orações eu iria muito triste para o céu, porque eu queria viver essa experiência aqui na Terra”, revela. Mas Deus ouviu as orações de Picó ainda no período de graduação. Hoje ele é casado com Edilaine Bartarim e tem um filho de 3 anos, o pequeno Luiz Miguel. Picó acredita que sua família é um dos motivos pelos quais Deus não permitiu que, em nenhuma das vezes, ele perdesse a vida. “Inclusive no meu último acidente, quando eu estava a caminho do hospital, minha família foi a primeira coisa que me veio à mente”, comenta o preceptor. “Mas meu sonho poderia ter terminado ali mesmo, em poucos minutos.” Durante os acidentes que lhe sobrevieram, Picó sentiu fragilidade e reconheceu que ele não é nada ao ser comparado a Deus. “São nesses momentos que você percebe que não é capaz de fazer nada por si só e reconhece sua pequenez ao analisar as desgraças que podem acontecer com você no dia a dia”, reflete. Agora, Picó acorda e, antes de tudo, ora e agradece a Deus por mais um dia de vida e pela oportunidade que tem de, simplesmente, orar. “Antes, quando meu filho me acordava de madrugada me pedindo alguma coisa, eu ficava bravo. Hoje, fico feliz por ter alguém para me acordar, pois assim, percebo que ainda estou vivo”, exulta.

“Antes, quando meu filho me acordava de madrugada, eu ficava bravo. Hoje, fico feliz por ter alguém para me acordar, pois percebo que ainda estou vivo” Picó acredita que sua família é um presente de Deus

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Reflexão As pessoas estão clamando por atenção, companheirismo, serviço voluntário, amor gratuito, aproximação natural e fé pura Alex Palmeira é pastor e líder do Ministério Pessoal da União Sul Brasileira (USB)

Viva em Comunhão, Relacionamento e Missão O mundo precisa de cristãos dispostos a seguir os passos do Mestre

Q

uando Jesus veio ao mundo, ampliou a dimensão de muitos aspectos que baseavam a religião de sua época. O templo, o sacerdócio e o sacrifício são exemplos disso. Se pararmos para observar, praticamente todo o sistema estava fundamentado nessas três estruturas. Ainda hoje, muitos mantêm tais alicerces de maneira contextualizada. Mas Jesus expandiu a visão da comunidade para além de um lugar específico de adoração e o trouxe para o seio da sociedade: a casa, a família. Ele ampliou o sacerdócio restrito a uma tribo, a um clero religioso, para o sacerdócio de todos os crentes. E por fim, substituiu o sacrifício de animais pelo sacrifício perfeito de Si mesmo na cruz. A partir desse novo paradigma, a casa, as pessoas e o sacrifício de Jesus mostraram uma nova forma de aplicação da fé. O evangelho transcendeu as paredes da igreja para chegar à intimidade das pessoas. O pastoreio se tornou mais próximo e o sacrifício mais real. Nesse processo, o discipulado em comunidade tem um importante peso de influência e o termo-chave para fortalecer tal mudança é a palavra relacionamento. Sob essa base Jesus incorpora um novo estilo de liderança, capaz de subverter qualquer força. Esse modo de vida caracteriza a maneira como nos relacionamos com Deus, com as pessoas e com o mundo. Jesus sabia disso, por isso saiu da periferia e foi em direção às cidades, conforme registram os evangelhos. Sua migração teve como objetivo a comunidade em transformação por meio de relacionamentos autênticos de discipulado. Ele derrubou as barreiras da tradição exclusivista e manteve um comportamento de valorização das pessoas. Alcançou as massas e as conduziu ao reino sob a estratégia simples de compartilhar as experiências do dia a dia. Isso fez a diferença no tempo de Jesus e faz para nós hoje. O mundo moderno tem aparentemente tudo, menos relacionamentos autênticos. As pessoas estão clamando por atenção, companheirismo, serviço voluntário, amor gratuito, aproximação natural e fé pura.

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A cada ano, mais pessoas apostatam da fé. Se metade das pessoas que ganhamos para Cristo abandonam a Igreja, há algo errado com a maneira que temos aplicado o termo discipulado em comunidade. Um dos fatores de maior peso para a apostasia, segundo pesquisas, é o relacionamento. Infelizmente, corremos o risco de ver a grande comissão sendo transformada numa grande omissão, com milhões de pseudocristãos limitados à sua religião de fim de semana, como se a frequência à igreja, por duas ou três horas semanais, esgotasse o compromisso de discipulado. Não estamos imunes a tal patologia. Precisamos imaginar – de novo – a Igreja sob a perspectiva do nosso Senhor Jesus. Deus nos convida para ter um relacionamento com Ele e com o mundo. Podemos fazer isso por meio do discipulado, sustentado pela Igreja Adventista pela sigla CRM: Comunhão com Deus; Relacionamento com os outros e Missão com o mundo. Que Deus te use para viver esse ideal. IMAGEM: CANSTOCKPHOTO


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