Pena de Morte

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ÊNCIA R E F N O C GERAL AI

ANO 11 | MAR/ABR | 15

www.maisdestaque.com.br

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REJA V EIA DA IG ASSEMBL ERES MUNDIAIS LÍD NTO NOMEAR 2015. EVE E D O H L EM JU erá nos acontec nidos U Estados

pena de

morte Execução sumária é a melhor maneira de punir criminosos? Veja a posição da Igreja e que lado a Bíblia defende no que diz respeito à pena capital

ATENÇÃO! Com a crise hídrica, pessoas buscam água de fontes desconhecidas. Conheça cinco formas de prevenir possíveis doenças






Índice

48 CAPA

Pena máxima

A morte é uma punição justa para criminosos? No Brasil, a pena capital só pode ser aplicada em casos de guerra, de acordo com a lei. Veja o que a Igreja Adventista do Sétimo Dia defende e o que diz a Bíblia em relação ao mandamento “Não matarás”

26 Comportamento

Saiba o que leva as pessoas a mentirem e as consequências dessa conduta

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Se você enfrenta dificuldades para ser liberado nas aulas de sextas-feiras à noite, leia o artigo do advogado Fabio Nascimento e certifique-se de seus direitos

Saiba mais sobre a Semana Santa e conheça a trajetória de 45 anos da tradição que relembra a morte e ressurreição de Cristo. Prepare-se para esse programa

Seu direito

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REVISTA MAIS DESTAQUE

Especial


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18 CONFERÊNCIA GERAL

Saiba mais sobre a assembleia da Igreja que nomeará líderes mundiais

Educação Confira dicas para enfrentar a dupla jornada de trabalho e estudo sem ficar louco

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Profissão

Conheça o trabalho de quem cuida do seu sorriso

10 Entrevista

Novo presidente da APL fala sobre os planos de crescimento da sede

32 Perfil

Advogada compartilha seu sucesso profissional e motiva estudantes

60 AMOR restaurador

Pastor Neumoel Stina discorre sobre as lições do livro do profeta Joel

Seções 08 EDITORIAL 20 SAÚDE 30 PÉ NA ESTRADA

38 BREVE VIRÁ 42 EMPRESARIAL 58 FIQUE POR DENTRO

92 CONTA CORRENTE 94 aCONTECEU COMIGO 98 reflexão

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Evangelismo

Use o Twitter para levar Jesus àqueles que ainda não O conhecem

A Revista Mais Destaque é uma publicação da Seven Editora. “Os textos e opiniões dos autores subscritores dos artigos publicados nesta edição não refletem necessariamente a opinião dos editores, sendo de integral responsabilidade dos autores eventuais violações de direito de terceiros.”

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Editorial

Segunda chance Há quem diga que se viver vale a pena, e a morte faz parte da vida, então morrer também vale a pena. Essa afirmação depende muito do ponto de vista de cada um de nós. Se for para morrer em nome de Deus e por Ele, a frase se aplica perfeitamente. Mas se a vida terminar precocemente por causa de um acidente, por exemplo, o “valer a pena” já não ganha simpatia. Um jovem verdadeiramente patriota, que morre em nome de seu país, pode encarar seu desfecho como resultado de uma ação heroica e corajosa. Nesse caso, é com orgulho que ele dá a vida. Casos assim acontecem principalmente em guerras, quando um soldado luta em nome de sua nação. O fato é que a morte nunca foi o plano de Deus para o ser humano. Mas ela entrou no mundo de forma sutil e disfarçada, quando Satanás, fingindo ser uma serpente, enganou Eva no Jardim do Éden e a incentivou a comer o fruto proibido. Naquele momento, a morte passou a ser consequência do pecado. Entretanto, para salvar o homem de tão grande cilada, Jesus veio e morreu na cruz para que nós “tenhamos vida, e a tenhamos em abundância” (João 10:10 – Itálico nosso). Nesse sentido, a vida ganha um valor imensurável diante de um mundo que barateia a morte. Caim, filho primogênito de Adão e Eva, foi o primeiro a tirar a vida de alguém. Nesse caso, seu próprio irmão, Abel. O motivo? Inveja. Desde então, matar passou a ser uma característica da sociedade, seja em guerras ou conflitos pessoais. Mas e quando a morte torna-se punição para quem comete crimes? Não existe um consenso entre a população mundial sobre ser correto ou não existir a pena capital. Alguns alegam ser justo, outros reprimem a ideia. A matéria de capa desta edição, à luz da Bíblia, desmistifica essa polêmica. Você vai descobrir o posicionamento da Igreja Adventista e o contexto social, legal e espiritual sobre o tema. Vai saber o que a Bíblia diz e como as mortes do Antigo Testamento eram tratadas em termos de punição. Entre tantas opiniões divergentes, algo é certo: Deus não tem prazer na morte do ímpio, “mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva” (Ezequiel 33:11). Que Deus abençoe sua preciosa vida!

ROGÉRIO VIOLA JR.

Marcelo Inácio

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Diretor Executivo marcelo@seveneditora.com.br

Destaque-se

ANO 10 | JAN/FEV | 15

Gostei do texto sobre promessas na seção Comportamento. É bem verdade que todos nós traçamos metas no início de cada ano e, ao final dele, ficamos frustrados se não as alcançamos. Se isso acontecer comigo, manterei a calma e não ficarei estressado. Gibran Félix, estudante de pedagogia

Eu não fazia ideia de que era possível viajar para outros países sem ter visto. O Pé na Estrada da edição passada foi muito interessante para mim porque me trouxe essa novidade. Já posso planejar umas férias no exterior! Jéssica Munhoz, recepcionista

A matéria de capa foi muito interessante. Conheço a Revista Adventista há anos, mas não sabia de seu legado e de suas mudanças ao longo de um século. Parabéns à Mais Destaque por abordar um assunto tão importante para nossa Igreja. Nicolau Magalhães, empresário

ERRAMOS Na edição 60 da revista Mais Destaque, na seção Entrevista, faltou complementar uma citação na fala do doutor Belisário Marques. “E quando a pessoa pede o perdão e não o recebe? ...Então, se você perdoa, não tem que reconciliar...” O final da resposta foi publicado como uma afirmação positiva, mas na verdade é negativa, como destacado agora. Participe da Revista Mais Destaque: Envie-nos seu comentário, sugestão ou crítica através do e-mail redacao@seveneditora.com.br ou facebook.com/maisdestaque



Entrevista “Tenho orado muito para que o Espírito Santo me use” nário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT) do IAENE, onde residiu durante quase dois anos para cursar o doutorado (Ph.D em Missão). Até novembro do ano passado, manteve o cargo como diretor de Missão Global e aderiu a cadeira de secretário da instituição. Em dezembro de 2014 assumiu a função de presidente da APL. Guimarães é casado com a educadora física Marziani Moura Mendes Guimarães, com quem tem dois filhos, Yuri, 20 anos, estudante de teologia, e Natasha, 16 anos, aluna do Ensino Médio.

Aguinaldo Guimarães

Trabalhar para vencer Atual presidente da Associação Paulista Leste (APL) compartilha plano de gestão para que a Igreja cresça nos próximos três anos no território Por Vanessa Moraes

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nfrentar desafios é algo comum para o pastor Aguinaldo Leônidas Guimarães, presidente da Associação Paulista Leste (APL). O carioca de 41 anos formou-se em teologia em 1998, pela Faculdade Adventista da Bahia (IAENE). É mestre e doutor na área teológica e Ph.D em Curso de Teologia Aplicada, com ênfase em Missão Urbana. A experiência profissional de Guimarães começou em 1999, como obreiro bíblico da Missão Global da Associação 10

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Norte Paranaense (ANP). No mesmo ano, tornou-se pastor distrital pela mesma sede administrativa, onde atuou até 2003. Nos dois anos seguintes, assumiu o cargo de evangelista da sede, até o momento em que foi chamado para ser professor de teologia e coordenador de prática pastoral e evangelismo, de 2007 a 2012, no IAENE. Entre agosto desse ano e novembro de 2013, foi evangelista e líder de Missão Global e Ministério Pessoal na APL. Em janeiro de 2011, ele foi enviado para as Filipinas pelo Semi-

Pastor, em dezembro do ano passado o senhor foi nomeado o novo presidente da APL. Como reagiu à notícia? Para mim foi uma grande surpresa. Pelo pouco tempo em que estou na APL, não esperava que isso acontecesse, mas fico muito feliz por ver o carinho e a confiança dos pastores, departamentais, servidores e líderes das igrejas. Tenho orado muito para que o Espírito Santo me use em favor de Sua Igreja na APL, pois o desafio é imenso e, humanamente, não me sinto capaz. Louvo ao Senhor, pois sei que “Deus tem guiado aqueles que não fogem das responsabilidades” (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 375). Quais eram os desafios que enfrentava na APL como secretário? E agora como presidente? Por ser um cargo administrativo, eu, como secretário, tinha um compromisso com todas as áreas da Igreja, mas este era mais enfático no tocante aos documentos, votos, registros e conservação de novos membros da APL. Agora, como presidente, o desafio é maior, pois a esfera de atuação é mais ampla e os compromissos e responsabilidades também. O presidente responde por todas as áreas da Igreja, como colportagem, educação, enfim. Creio que o foco é o mesmo, isto é, o cumprimento da Missão que nosso Senhor Jesus nos confiou. IMAGEM: DIVULGAÇÃO



Entrevista

Como povo e Igreja, existimos com um propósito único. Nossa conduta deve estar em harmonia com nossa fé” As experiências fora do Brasil me deram maior capacidade de conviver em meio à diversidade e me propiciaram compreender melhor a Igreja de forma mais ampla e não limitada a uma única cultura. Um grande centro urbano, como São Paulo, requer visão maior e diversificada no tocante ao cumprimento da Missão e, neste aspecto, pretendo usar o que a Igreja me proporcionou aprender ao me enviar para fora do país. Creio que isso pode nos tornar mais relevantes às diversas comunidades, camadas sociais e étnicas ao compartilharmos a mensagem de salvação de forma contextualizada, mas sem comprometermos nossa identidade única como adventistas do sétimo dia.

O atual período administrativo corresponde a quatro anos, mas o ex-presidente da APL, pastor Erlo Braun, que agora lidera a Associação Paulista Central (APaC), conduziu o primeiro ano de atividades na sede. Sendo assim, quais são os seus planos para os próximos três anos? Agradecemos muito ao pastor Braun por toda a dedicação em prol do avanço do reino de Cristo na APL. Meus planos, se é que posso chamá-los de meus, são de continuar motivando toda a Igreja no cumprimento da Missão. Jesus está às portas e cabe a nós o privilégio de participarmos de Sua Missão, apressando a Sua volta. Para tal, queremos investir na capacitação constante de nossos pastores, servidores e membros das igrejas. Queremos desafiá-los a ter uma vida diária de comunhão íntima com o Senhor Jesus. Vamos incentivar o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis e intencionais entre os membros da Igreja, mas, de forma especial, com a comunidade, para que realmente cumpramos nossa parte em fazer a diferença e revelar o amor de Cristo a todos os que nos rodeiam. Com muita ênfase, queremos capacitar e desafiar a Igreja no envolvimento direto com o cumprimento da Missão através dos diversos ministérios e dons que o Espírito Santo tem compartilhado. Continuaremos plantando novas igrejas contextualizadas com a realidade de cada comunidade, para alcançarmos toda a geografia e grupos sociais/étnicos da APL.

O senhor tem experiências fora do Brasil. Pretende aplicálas à Igreja durante sua gestão? Como elas agregarão valor ao seu trabalho?

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Quando o senhor morou nas Filipinas, qual experiência mais te marcou? As Filipinas são um país fascinante. Tive o privilégio de fazer muitas amizades e viver novas experiências. Muitas delas me marcaram, mas o primeiro Cultural Night (Noite Cultural ou poderíamos chamar de Festa das Nações) que participei foi impressionante. Ver dezenas de culturas sendo apresentadas com suas respectivas músicas, vestimentas, costumes, festas e atividades peculiares foi magnífico e me fez imaginar como será maravilhosa a vida no Céu.

Deixe uma mensagem aos leitores da Mais Destaque. Como cristãos, temos muitos privilégios, mas também responsabilidades. Como povo e Igreja, existimos com um propósito único. Nossa conduta deve estar em harmonia com nossa fé, assim, nossa pregação será poderosa, pois será um reflexo de nossa vida. Concluo com um texto de Ellen White e te desafio a ser um instrumento nas mãos de Deus, para que outros conheçam o Seu amor. “Nós, como povo, professamos possuir mais verdades do que qualquer outro na Terra. Neste caso, nossa conduta e caráter devem também corresponder à nossa profissão. Está próximo o dia em que os justos, qual semente preciosa, hão de ser ajuntados para os celeiros celestiais, enquanto os ímpios, à semelhança do joio, o serão para o fogo do grande dia. Mas o trigo e o joio deverão ‘crescer juntos até à ceifa’ (Mateus 13:30). No desempenho de seus deveres cotidianos, os justos hão de estar, até o fim, em contato com os ímpios. Os filhos da luz estão espalhados entre os das trevas para que o contraste salte aos olhos de todos. É assim que os filhos de Deus devem anunciar ‘as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz’” (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 100). IMAGEM: ARQUIVO PESSOAL



Especial

Morte e

ressurreição Neste ano, a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul celebra 45 anos do programa de Semana Santa. Conheça mais sobre essa tradição Por Mayra Silva

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Semana Santa é um período do ano em que o coração das pessoas fica mais compassivo. Ela acontece na semana que antecede o dia 3 de abril, Paixão de Cristo, e 5 de abril, Páscoa. É uma época em que vários religiosos lembram-se de um dos maiores fatos históricos ocorridos neste mundo: a morte e ressurreição de Jesus. A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) aproveita essa data para promover uma semana de evangelismo, realizada em celebração da Páscoa. O objetivo é, através dos cultos, mostrar Jesus a pessoas que ainda não conhecem a verdade e resgatar aqueles que, por motivos diversos, abandonaram a fé cristã. Essa semana de oração acabou se tornando a principal campanha de evangelismo unificada da Igreja no primeiro 14

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semestre do ano. O programa é organizado pelo Ministério Pessoal, responsável pelas principais ações missionárias da Igreja Adventista. No ano passado, o programa de Semana Santa aconteceu em duas etapas: a primeira ocorreu nos lares, através dos Pequenos Grupos, cuja ideia foi levar os amigos para um ambiente informal, onde pudessem se sentir à vontade para participar de um evangelismo de cunho relacional. A segunda etapa ocorreu na congregação, onde os amigos foram convidados a irem dos Pequenos Grupos e lares para a igreja. Programações especiais foram realizadas, de forma que os visitantes fossem bem-recebidos e conhecessem mais profundamente a Palavra de Deus por meio da Bíblia Sagrada. IMAGENS: ISTOCKPHOTO


A paixão de Cristo é você! Semana Santa tem objetivo de levar o evangelho a todas as pessoas Por pastor Everon Donato, líder do Ministério Pessoal da Divisão Sul-Americana (DSA)

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ecentemente, o International Business Times publicou uma lista com as dez maiores invenções que mudaram o mundo. São consideradas as mais importantes e revolucionárias ideias de todos os tempos e estão, assim, classificadas: bússola, motor de combustão interna, computador, internet, penicilina, roda, lâmpada elétrica, contraceptivos, avião e telefone. Você já imaginou como a vida seria mais difícil sem alguma dessas e outras invenções extraordinárias? As ideias são o combustível do mundo e se tornam influentes quando perduram no tempo. No âmbito espiritual não é diferente. Na carta de Tiago, encontramos Deus como a fonte de sabedoria. Ele a dá e bons frutos são produzidos (Tiago 1:5; 3:17). Ideias iluminadas pelo Espírito de Deus podem promover uma verdadeira revolução espiritual. Em 1970 surgiu uma grande ideia a serviço da IASD na América do Sul. Preocupado em mobilizar a Igreja para salvar

Ideias iluminadas pelo Espírito de Deus podem promover uma verdadeira revolução espiritual mais pessoas, o pastor Daniel Belvedere, secretário ministerial da então Associação Bonaerense, União Austral (que compreende a Argentina, Uruguai e Paraguai), estabeleceu um plano chamado “Evangelismo Unido”. O objetivo era concentrar as forças dos vários departamentos da Igreja em torno de um projeto comum de pregação do evangelho nos momentos em que a população está psicologicamente predisposta para ouvir a mensagem bíblica. Em ocasiões como a Páscoa e Finados, período em que as pessoas estariam mais receptivas à mensagem, fariam pregações em diversos bairros da cidade. Assim, na Páscoa de 1970, aconteceu o primeiro programa organizado de Evangelismo de Semana Santa na Divisão Sul-Americana (DSA), sede administrativa da IASD para a América do Sul. Foram definidos 147 pontos de pregação, com 262 pregadores leigos e 600 irmãos voluntários. De acordo REVISTA MAIS DESTAQUE

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Especial com o pastor Carlos Rando, um dos primeiros a acreditar no projeto, a Associação preparou folhetos, sermonários e um manual de instruções detalhadas para os coordenadores. Aproximadamente 4,3 mil pessoas não-adventistas assistiram às pregações sobre a vida, paixão e morte de Cristo. Na metade do segundo semestre desse mesmo ano, o número de batismos já havia dobrado em relação ao ano anterior. O bem-sucedido método de trabalho ganhou a simpatia de obreiros e membros em outras partes da América do Sul. No Brasil, ainda na década de 1970, centenas de igrejas se uniram ao mesmo projeto, criando um movimento que se tornaria parte integrante da cultura da igreja. E o que começou pequeno cresceu extraordinariamente. Atualmente são mais de 75 mil pontos de pregação no território atendido pela DSA, um grande número de obreiros voluntários e milhares de histórias e decisões pelo batismo todos os anos. Decisões como a de Simone Medrade, do Rio de Janeiro, que encontrou um folheto do programa de Semana Santa numa poça de água, procurou a Igreja Adventista e foi batizada juntamente com sua família. Histórias como a de Wilson, do Equador, que em parceria com os Pequenos Grupos de sua igreja plantou uma nova congregação durante a Semana Santa. Decisões como a de Izabel Matos, que era vizinha de uma Igreja Adventista e não havia ido a nenhuma programação, até que recebeu o convite especial de uma irmã da igreja para o programa “Amigos da Esperança” e participou da Semana Santa. Depois ela recebeu estudos bíblicos e se tornou uma seguidora de Jesus. Essas e outras tantas histórias nos lembram da importância desse projeto para a Igreja Adventista na América do Sul.

Mobilizemos nossas igrejas para fazer a diferença nesse movimento evangelístico Semana Santa em 2015 Neste ano, o Evangelismo de Semana Santa celebra 45 anos de existência do programa. Quase meio século de programações vibrantes, que emocionaram milhões de pessoas, de Norte a Sul do continente. A meta é ultrapassar 80 mil pontos de pregação, por meio da combinação da estratégia entre Pequenos Grupos e igrejas. Na semana da Páscoa, as cinco primeiras noites das reuniões acontecerão nos Pequenos Grupos e nas casas. Nas três últimas noites, o programa será realizado nas igrejas, reunindo, assim, todos os participantes. O tema desta Semana Santa comemorativa é “A paixão de Cristo é você”. A ideia consiste em apresentar as mensagens de maneira personalizada, a fim de que o ouvinte entenda que ele é a grande razão do sacrifício de Jesus na cruz do calvário. Toda igreja está envolvida e unida nessa proposta de evangelismo integrado. Todos os canais de comunicação e departamentos da Igreja na América do Sul estão falando uma só linguagem, pois unidos podemos fazer mais e melhor para Deus. Essa é uma grande oportunidade de envolvimento para cada membro e congregação do vasto território da DSA. Esperamos, pela graça de Deus, realizar a maior Semana Santa de todos os tempos, mobilizando o maior número de pessoas para o testemunho e exercício dos dons espirituais. Celebremos a atuação e cuidado de Deus e as vidas alcançadas e transformadas nesses 45 anos pelo poder do Evangelho. Mobilizemos nossas igrejas para fazer a diferença nesse movimento evangelístico. Oremos para que Deus use Seus filhos, e que Seu povo se deixe usar nessa nobre tarefa de salvar vidas e apressar a volta do Senhor Jesus Cristo!

Semana Santa na

TV Novo Tempo Na semana da Páscoa, as cinco primeiras noites das reuniões acontecerão nos Pequenos Grupos e nas casas

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A TV Novo Tempo, um dos principais veículos de comunicação da Igreja Adventista, também exibe uma programação especial durante a época da Semana Santa. Além de fazer as pessoas conhecerem mais sobre Jesus e a Bíblia, os membros das igrejas têm a oportunidade de desenvolver novas amizades. Para saber em qual Canal será exibida a programação na sua cidade, acesse: novotempo.com/tv/onde-assistir

IMAGENS: IMAGENS: ISTOCKPHOTO ULB



Educação

trabalho x faculdade Segundo o IBGE, nos últimos dez anos aumentou em 3,5% o número de brasileiros que trabalham e estudam ao mesmo tempo Por Vanessa Moraes

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cordar cedo, enfrentar trânsito, trabalhar, estudar, chegar tarde em casa e dormir. No outro dia, tudo de novo. Essa é a rotina de milhares de brasileiros que precisam estudar para ter uma profissão e, ao mesmo tempo, trabalham para custear a faculdade. Mas afinal, esse tipo de jornada dupla é saudável? Como lidar com ela da melhor maneira possível? Muita gente não consegue pagar os es-

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tudos se não trabalhar. Por outro lado, os estudos requerem atenção especial porque são eles que formam o profissional. Nesse caso, o que deve ser priorizado, trabalho ou estudo? Leandro Gonçalves Martins, professor de graduação e MBA da Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC), em São Paulo, é administrador, especialista e pesquisador na área de educação. Ele explica

que os estudos sempre devem ser prioridade quando há jornada dupla. “Claro que todos nós precisamos de uma fonte de renda, contudo, o estudo e o conhecimento lhe abrirão portas para novas e melhores oportunidades. Muitas empresas exigem o diploma universitário, dessa forma, ficar fora da sala de aula pode lhe privar do desejado crescimento profissional. Hoje temos muitas opções de financiamento estudantil, o que pode ajudar aqueles com maiores dificuldades financeiras”, aponta. Mesmo que a formação acadêmica seja a mais importante, o indivíduo que apenas estuda deve pensar em se envolver no mercado de trabalho. “Mas sempre tenha em mente o equilíbrio. Para alunos que estão ainda no primeiro e IMAGENS: ISTOCKPHOTO/ ARTE SEVEN/ FRATICON


“O tempo é igual para todos, mas como o utilizamos é o que faz a diferença” segundo ano da faculdade, costumo recomendar que priorizem os estudos. Do terceiro ano em diante, realizar um bom programa de estágio pode trazer conhecimentos e experiências enriquecedoras, que nem sempre a sala de aula consegue dar”, aconselha Martins. Para o professor, a jornada dupla pode ser saudável, desde que haja equilíbrio. “Tudo na vida nos cobra isso. A questão está em como dividir as 24 horas do nosso dia em tantas atividades. Uma dica é saber priorizar o mais importante e evitar gastar tempo com atividades que não agregam valor”, recomenda. Quem passa pelo desafio da jornada dupla sabe que é difícil harmonizar trabalho e faculdade. É necessário ter uma agenda organizada e montar um cronograma diário ou semanal para que todas as tarefas sejam cumpridas no prazo e com qualidade. Para tanto, é necessário ter força de vontade, responsabilidade e dedicação. Segundo o professor da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Felício, a motivação deve vir dos objetivos de cada pessoa. Sem eles, as jornadas parecem mais difíceis do que são. “Afinal, quem de nós se sente bem ao fazer trabalhos desnecessários ou improdutivos? Isso significa que quanto mais o trabalho e os estudos estiverem alinhados com seus objetivos, melhor será seu desempenho e sua motivação para seguir se desenvolvendo diariamente”, assegura. Para o docente, isso serve também para quem trabalha em uma área, mas estuda em outra. “Profissionais altamente qualificados do mercado financeiro podem, nas horas vagas, estudar teatro ou filosofia. Por mais que isso pareça contraditório, a verdade é que essas pessoas estão em busca de algo para completá-las.Em outras palavras, elas podem ter interesses e objetivos diversos, desde que estejam claros.” O docente acrescenta que, neste caso, o maior objetivo é ser uma pessoa feliz pelas escolhas que faz, seja no trabalho, nos estudos ou em qualquer outro âmbito. Felício acredita que o mais importante é sempre lembrar os motivos que levam o indivíduo a assumir cada desafio. Saber com clareza o que se espera conquistar no trabalho e nos estudos tornará mais evidente o benefício a ser buscado. “Sem uma meta, todo esforço parece em vão”, diz. Raquel Donato está no terceiro ano de ciências contábeis. Além da sala de aula, a estudante precisa lidar com o trabalho de vendedora numa loja de roupas. “Fico, praticamente, o dia inteiro em pé, e quando chego na faculdade, estou cansada física e mentalmente. É difícil, mas se eu não fizer esse sacrifício, meu futuro pode ser comprometido”, desabafa Raquel. O que motiva a jovem é pensar que só falta mais um ano para

a formatura e a possibilidade de encontrar um trabalho na área em que estuda, a fim de colocar em prática tudo o que aprende com os professores. Para que Raquel e outros estudantes consigam enfrentar a rotina cansativa, o professor Leandro Martins dá uma dica: além de aprender a administrar o tempo, como mencionado anteriormente, é necessário aprender a abrir mão de certas coisas. “Algumas festas deverão ser perdidas. Algumas viagens adiadas. Mas enquanto estiver estudando e trabalhando, encare esse esforço como um investimento em si próprio. Acredito que nesta vida todo esforço é recompensado”. Em terceiro lugar, ninguém deve se esquecer de ser feliz. “Se essa rotina estiver estressante, vale a pena repensar a carreira e algumas escolhas. Não deposite todas as esperanças em um único emprego. Seja flexível e pense nas inúmeras possibilidades da vida”, conclui.

Organize-se

As dicas a seguir te ajudarão a conciliar trabalho e estudos da melhor forma possível. Confira:

Alie-se ao calendário Marque nele todos os trabalhos e projetos. Assim, você saberá o prazo exato para a entrega de cada atividade e evita atrasos e esquecimentos.

Última hora, nem pensar Se você costuma procrastinar, mude seu comportamento. Faça determinado trabalho o mais rápido possível e procure motivação, caso seja difícil.

Planejamento é tudo Estabeleça uma rotina de estudos para cada semana. Avalie seu dia a dia e encaixe os melhores horários para fazer as atividades acadêmicas.

Aproveite os intervalos Se você espera em filas de banco e pega trânsito, enquanto viaja no transporte público, invista nesses momentos e estude. Cada segundo vale ouro.

Inove no estudo Uma dica nesse quesito é gravar um áudio com sua própria voz lendo um texto que vai cair na prova e depois escutá-lo enquanto se dirige ao trabalho.

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Saúde

Hanseníase tem

cura

O tratamento da doença pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde Por Mayra Silva

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m janeiro deste ano, o Ministério da Saúde divulgou dados preliminares sobre a hanseníase no Brasil. Foram registrados pouco mais de 24,6 mil novos casos até o final de 2014. Nos últimos dez anos, a taxa de cura para a doença no país aumentou 21,2%. A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae (ou bacilo de Hansen). Ao penetrar no organismo, ela desencadeia uma guerra contra o sistema nervoso. Dependendo do resultado que a bactéria atingir, após um período de incubação, que pode variar, em média, de dois a cinco anos, o indivíduo pode desenvolver a doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2003, pouco mais de 69% das pessoas que fizeram tratamento para a hanseníase foram curadas. No ano passado, essa quantidade saltou para 84%. De 2013 para 2014, o número de casos de pessoas com hanseníase caiu de 31.044 para 24.612. Mas apesar dessa queda, aumentou a prevalência dos casos da doença a cada dez mil habitantes: de 1,42 (2013), foi para 1,56 (2014). De 2003 a 2013, a taxa de prevalência caiu

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68%. Em 2003, para cada dez mil habitantes, 4,52 casos foram apresentados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alega que a meta para o Brasil é chegar a menos de um caso para um grupo de dez mil habitantes. A maior prevalência da doença está na região Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Os estados do Pará, Mato Grosso, Maranhão, Bahia e Pernambuco respondem por mais de 80% do total de casos diagnosticados. Os sintomas da hanseníase são diversos, caracterizados principalmente por manchas no corpo. O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem algum serviço de saúde se aparecerem manchas de qualquer cor ou parte do corpo, principalmente se o local apresentar diminuição de sensibilidade ao calor, frio ou toque. Os afetados também sentem formigamento nas áreas atingidas, aparecem caroços nesses locais e têm a força muscular reduzida. A doença também é conhecida como lepra, mas as pessoas não precisam se afastar dos familiares, amigos e trabalho. A hanseníase tem cura, e quando esta é realizada, interrompe-se a cadeia de transmissão. O Sistema Único

Quanto antes o paciente tiver o diagnóstico, mais fácil será para ele alcançar a cura de Saúde (SUS) oferece o tratamento gratuitamente. Após iniciar os cuidados, a pessoa para de transmitir a doença quase que imediatamente. Quanto antes o paciente tiver o diagnóstico, mais fácil será para ele alcançar a cura. O Ministério da Saúde promove campanhas de prevenção. Entretanto, é necessário que a população se atente a qualquer informação sobre essa enfermidade, a fim de não contraí-la. Em caso de convivência com pessoas que apresentam a doença, é importante realizar o exame dermatoneurológico, que aponta o diagnóstico, e já ter tomado a vacina BCG. IMAGENS: ISTOCKPHOTO



Saúde

Transmissão Veja como acontece a transmissão da hanseníase e previna-se!

O período de transmissão ocorre enquanto a pessoa não for tratada A bactéria Mycobacterium leprae é expelida pelas vias respiratórias

Bactéria entrando em período de incubação no organismo (de 2 a 5 anos).

A hanseníase não é transmitida por: • Copos, pratos e talheres • Cadeiras e bancos • Contato físico e rápidos em transportes públicos coletivos ou serviços de saúde • Relação sexual • Picada de inseto • Amamentação • Doação de sangue • Genética ou gravidez Fonte : Secretaria da Saúde do Estado do Paraná

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IMAGENS: ISTOCKPHOTO



Saúde

Tradição Superbom Aos 90 anos, empresa estima já ter fabricado mais de nove milhões de quilos de substitutos da carne animal Por Comunicação Superbom

O

ano de 2015 é triplamente comemorativo para a Superbom. Em primeiro lugar está o fato de que, há nove décadas, a empresa tem a oportunidade de pregar o evangelho por meio da fabricação de alimentos saudáveis. Em segundo lugar, porque este ano também lembra o centenário da morte da escritora norteamericana Ellen White, cujos conselhos serviram e servem de base para o fundamento da Superbom. E por fim, por ser o ano escolhido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) para trabalhar com o tema da salvação relacionado à saúde, no livro missionário intitulado “Viva com Esperança”. Mais de nove milhões de quilos é o quanto a Superbom estima já ter fabricado de carnes, bifes, salsichas e demais itens substitutos da carne animal, o que representa que milhares de pessoas já melhoraram seus hábitos alimentares até o momento. E com a proposta de ir além, para reafirmar sua razão de existir, a Superbom iniciou este ano com a proposta de alcançar ainda mais pessoas através da fabricação de alimentos saudáveis. Para isso, a empresa apresenta quatro novos produtos que substituem o consumo da carne animal: Salsicha Defumada, Salsicha Defumada Aperitivo, Vegan Meat (carne desfiada ao molho sugo) e Hambúrguer com Chia, todos 100% vegetal, ricos em nutrientes e com sabor inigualável.

Tais novidades visam atender a crescente demanda de brasileiros que querem mudar os hábitos alimentares. Em 2007, o instituto de pesquisa IPSOS constatou que 28% da população está buscando reduzir o consumo de carne animal, o que representa aproximadamente 68 milhões de pessoas. Além desses lançamentos, a Superbom projeta introduzir no mercado, ainda em 2015, pelo menos mais seis produtos, entre eles, um que visa chacoalhar o mercado de alimentos saudáveis, em uma categoria completamente nova para a Superbom, mas de grande anseio do público vegetariano, vegano e simpatizantes da alimentação saudável. Novo Site

A Superbom investiu em um novo site. De acordo com Davi Oliveira, gerente de marketing da empresa, o que motivou essa mudança foi a busca do brasileiro por conteúdos voltados à vida saudável. “Assim, a atualização de nosso site institucional se mostrou necessária, além de representar a cultura de constante inovação da empresa, seja na produção ou na comunicação”, explica o executivo. Acesse www.superbom.com.br e conheça as novidades. Entre elas, as mais especiais são as novas sessões que explicam os motivos da IASD possuir indústrias de alimentos.

Novidades Para consolidar os 90 anos de tradição, a Superbom traz outras novidades: • Novo site institucional; • Programa disparo de e-mail marketing periódico para pastores de todo o Brasil; • Dez novos vídeos para serem veiculados na TV Novo Tempo; • Lançamento da franquia SuperVeg para a educação Adventista; • Participação nas principais feiras mercadológicas do setor; • Inauguração da unidade Superbom no Paraguai, em parceria com a União Paraguaia

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Comportamento

é mentira “Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade” (Aristóteles, filósofo grego) Por Mayra Silva

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erta vez, o pacifista indiano Mahatma Gandhi, principal personalidade da independência da Índia, disse: “Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a vida”. Uma frase simples, mas cheia de verdades. Quem nunca mentiu? Todo mundo está sujeito a essa ação, por menos intencional que seja. Todo ano, no dia 1° de abril, ou até mesmo horas antes desse dia começar, as pessoas começam a lançar mentiras para “pegar” seus amigos. Muita gente faz isso, inclusive grandes marcas, como o Google, por exemplo. Certa vez, a empresa anunciou que estava contratando pessoas para trabalharem em um centro de pesquisa na Lua, chamado de Copernicus Center. A justificativa era de que, com uma base na Lua, os engenheiros poderiam experimentar um conjunto diferente de parâmetros. Essa foi apenas uma das várias “mentirinhas” que a organização contou. E teve gente que caiu nessa. Há pouco mais de dez anos, Lawrence Edward Page, mais conhecido como Larry Page, diretor executivo e atual presidente do Google, anunciou no dia 1º de abril de 2004 que lançaria uma serviço de e-mail com 1 GByte de espaço para cada usuário. A notícia, a princípio, não foi levada a sério (os concorrentes do mercado, na época, eram o Yahoo! Mail e Hotmail, que ofereciam 4Mbytes e 2Mbytes, respectivamente). Mas era verdade. O filósofo Aristóteles também disse uma frase que você já deve ter pensado: “Que vantagem têm os mentirosos? A de não serem acreditados quando dizem a verdade”. A mentira mata a confiança.

Todos mentem, seja para agradar alguém ou escapar de uma bronca 26

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entira!

boa análise comportamental (psicoterapia) pode ajudar a entender e melhorar significativamente”, alerta Jaqueline. Com base em seus estudos, o psicólogo Fernando Silveira, especialista da área Cognitivo Comportamental, tem uma visão semelhante à da psicóloga Jaqueline. “A mentira pode ter um cenário patológico ou não. No que tange ao não patológico, o indivíduo é movido por uma tentativa consciente ou até mesmo inconsciente de aliviar possíveis conflitos cotidianos vivenciados por ele. Assim, a mentira (fantasiosa, por exemplo) pode emergir como resposta favorável perante uma situação de estresse, desviando esse indivíduo de prováveis responsabilidades ou deslocamento da realidade. Por outro lado, a mentira patológica pode pertencer a uma dimensão mais séria, com indícios psiquiátricos ou neurológicos (mitomania e transtornos de conduta, por exemplo), onde o sujeito acredita na própria confabulação”, explica Silveira. Detectando mentiras

É comum, em alguns países, o uso de detector de mentiras (polígrafos) em depoimentos policiais. Ouve-se falar que, quando as pessoas mentem, acabam demonstrando expressões faciais e comportamentais diferentes. Inclusive, existe um seriado americano chamado “Lie to me” (Minta para mim) que retrata bem essa realidade. “Honestamente, é complicado afirmarmos que um ou outro método seja realmente eficaz. Digamos que um bom mentiroso, ou até mesmo um psicopata, possui, de maneira geral, alto poder de persuasão, induzindo acreditar em seu relato verbal. Somente profissionais especialistas no assunto conseguem extrair a presença da mentira em um depoimento, por exemplo”, opina a psicóloga Jaqueline. A falta de verdade pode provocar um prazer para o indivíduo que mente ou aliviar a angústia da realidade. “Nas pessoas envolvidas com a mentira, as alterações remetem à perda de confiança ou promovem ações baseadas em falsos relatos. Em casos mais adversos, vale ressaltar que a mentira pode comprometer a tomada de decisões ou corroborar possíveis transtornos de conduta”, considera o psicólogo Silveira. O que a Bíblia diz?

Todos mentem, seja para agradar alguém, escapar de uma bronca, justificar um erro, levar vantagem, enfim. Todos têm um Pinóquio dentro de si. “Quando começamos a pensar dessa forma, se analisarmos friamente, mentir é uma questão quase que de sobrevivência”, comenta a psicóloga Jaqueline Naves, especialista em Análise do Comportamento. “Em alguns casos, a mentira é perigosa, danosa e, às vezes, até doentia. Algumas pessoas possuem vício em mentir. Mentem para obter vantagens, trapacear, enaltecer-se, valorizar-se, esquivar-se. Por fim, a mentira é tão parte da vida delas que elas mesmas acreditam na própria falácia. A causa disso tem explicações variadas. Cada um tem sua história de contingências. Uma

Não seria necessário ir à Bíblia para saber que não faz bem mentir. Os psicólogos Silveira e Jaqueline apresentaram uma visão sobre as consequências que essa ação traz ao comportamento das pessoas. A Bíblia também diz que quando mentimos prejudicamos a nós mesmos. “Por isso deixai a mentira e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Efésios 4:25). A mentira pode levar à destruição. Deus não se agrada dessa ação. O inimigo de Deus é um ser capaz de conduzir as pessoas à morte eterna. “... o diabo foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). REVISTA MAIS DESTAQUE

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Evangelismo

Evangelismo no twitter Rede social serve como ferramenta para pregadores

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s mídias sociais estão se tornando uma plataforma para o desenvolvimento do ministério e uma ferramenta eficaz para compartilhar o evangelho. Com, literalmente, centenas de milhões de pessoas se reunindo diariamente em sites como Facebook, Twitter, Instagram, Socialcam, Pinterest, Vine, entre outros, não há maneira mais fácil de se comunicar com as massas do que através deles. Um exemplo disso tem sido o projeto de leitura bíblica “Reavivados Por Sua Palavra” (RPSP), coordenado pela sede mundial da Igreja Adventista. A cada dia um capítulo da Bíblia é lido e através da hashtag RPSP, leitores compartilham reflexões.

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Achei no Twitter uma ferramenta eficaz para ajudar na minha pregação. Existem particularidades dessa mídia social que são partes fundamentais da divulgação do evangelho. Ele traz algumas lições para evangelistas que querem ser relevantes. Lá só há espaço para o que é conciso. Cada postagem tem um limite de 140 caracteres, portanto, um “tuiteiro” eficaz precisa dominar a arte de dizer muito com pouco. E não pense que isso é tão fácil. Os pregadores lutam com esse ideal de falar pouco e comunicar muito. Uma pessoa me escreveu recentemente falando de um incômodo que tinha ao questionar “como os pregadores demoram muito para dizer tão pouco.”

Quando aprendi a concentrar-me mais no que é o fundamental na minha mensagem, percebi que a igreja passou a aproveitar mais o que prego Rafael Rossi é pastor e diretor de Comunicação da DSA @rafaelrossi7

IMAGENS: FREEPIK


O Twitter me ensinou a ser mais criterioso com minhas palavras e mais conciso na minha pregação. Quando aprendi a concentrar-me mais no que é o fundamental na minha mensagem, percebi que a igreja passou a aproveitar mais o que prego. Outro ponto é o uso mais consciente das palavras. O Twitter tem me obrigado a ser mais cuidadoso e meticuloso na escolha das palavras e de como eu opto por usá-las. Recentemente escrevi um artigo sobre um tema polêmico para o portal da Igreja Adventista (adventistas.org) tratando sobre o uso medicinal da maconha e o evangelho. Algumas reações ao artigo tratavam de temas que eu não tinha defendido naquilo que escrevi. Cuidar com as brechas interpretativas é uma arte a ser desenvolvida para quem escreve ou prega. Esteja ciente de que um “tuíte” tem o potencial de chegar literalmente a milhões de pessoas em questão de segundos. Faça uma pausa e reflita sobre o que você está prestes a escrever. Ouvimos desde pequenos que em algumas situações temos que morder a língua para não falar por impulso, mas agora temos que morder os polegares! Estamos vivendo em uma sociedade global sem limites geográficos para o avanço das informações. Da mesma forma, em nossas congregações locais, tudo que precisamos é de uma citação ou algumas palavras usadas fora de contexto para provocar uma tempestade. Cuide com o que vai dizer no púlpito . Pense antes de fazê-lo. O Twitter me ensinou essa lição valiosa.

siga vocE TAMBÉM!

As informações no Twitter envelhecem rapidamente. Tudo tem que ser muito atual. Essa rede social se tornou a minha principal fonte de notícias. E isso está acontecendo ao redor do mundo, pois as principais agências de comunicação leem no Twitter as notícias veiculadas. Além disso, muitas informações que não ganham atenção nacional da mídia impressa ou televisiva são propagadas em sites de redes sociais como essa. Como pregador, o Twitter me permite saber o que está acontecendo no mundo para que eu possa comunicar à congregação que me ouvirá pregar. O velho ditado de que os pregadores devem preparar seus sermões com a Bíblia numa mão e o jornal na outra certamente precisa ser atualizado para incluir sua timeline do Twitter. É difícil ser relevante se você não ficar atualizado. É importante para as pessoas que nos ouvem pregar ver quem somos. Como pregador, lembre-se de que quando Deus lhe chamou, sabia da sua personalidade. Ele quer lhe usar como você é para apontar às pessoas a direção do Céu. Esse ponto poderia ser chamado de “congruência”. Quem somos no sábado deve ser congruente com o que somos de domingo a sexta-feira. Isso é algo que eu sempre procurei fazer, mas o Twitter me ajudou a assumir ainda mais minha personalidade e compartilhar mais de quem eu sou, sete dias por semana, com as pessoas que normalmente só me veem um dia por semana.

O doutor Leonard Sweet (@LenSweet) apresenta, em seu livro “Viral”, que o Twitter está prestes a acender o próximo grande avivamento do cristianismo. De fato, existem inúmeros exemplos do que alguns pastores e pregadores estão fazendo nessa rede social. Pensamentos, reflexões, links para artigos e conteúdos para o fortalecimento espiritual, frutos da reflexão de homens e mulheres de Deus, estão disponíveis a todos. Entre os líderes da Igreja Adventista na América do Sul, destaco alguns como sugestões para que você siga:

@prertonkohler Pastor Erton Köhler, líder da Igreja na América do Sul

@brunoraso

@AMMarroni

Pastor Bruno Raso, vice-presidente* da DSA

Pastor Almir Marroni, vice-presidente* da DSA

@mperezschulz

@ToninhoTostes

Pastor Magdiel Perez, secretário executivo da DSA

Pastor Antônio Tostes, diretor geral da Rede Novo Tempo

@prmarlonlopes

@wcostaj

Pastor Marlon Lopes, ecônomo da DSA

Pastor Williams Costa Jr, líder mundial de Comunicação

*A Divisão Sul-Americana (DSA) possui dois vice-presidentes que colaboram com a administração da Igreja para oito países sul-americanos e atuam como conselheiros dos líderes de departamentos.

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Pé na estrada

Bom negócio Câmbio: descubra a melhor forma de levar dinheiro em suas viagens internacionais Por Comunicação Advir Turismo

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om a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a compra de moeda estrangeira em cartões pré-pagos e pagamentos no exterior com cartões de débito, a compra de papel-moeda tor-

nou-se a opção mais barata para quem vai viajar. Os meios de pagamento plásticos continuam com uma série de vantagens, como segurança, praticidade e reposição (em caso de perda). O especialista Clóvis Costa, da Advir

Turismo, recomenda que os viajantes adotem mais de uma forma para fazer pagamentos no exterior, priorizando meios vantajosos. “O ideal é uma relação do tipo 30% em papel-moeda e 70% no cartão de débito ou crédito”, diz.

Bom para o bolso Confira os prós, contras e indicações de cada meio de pagamento na hora de definir como pagar as contas no exterior:

Papel-Moeda

DéBito

Cartão de débito internacional

Crédito

Cartão de crédito internacional

Vantagens • IOF baixo, de apenas 0,38%, saindo mais barato para o comprador; • Permite o planejamento financeiro da viagem, pois o viajante já sabe quanto vai gastar em reais antes de viajar. Ele compra a moeda estrangeira não estando sujeito às taxas de variação cambial.

• Há cartões disponíveis em algumas moedas do mundo (como dólar, euro etc); • Possibilita saques em moeda estrangeira (sempre em moeda local, ainda que carregado em outra moeda); • Permite o acompanhamento do extrato on-line.

• Caso haja desvalorização na moeda estrangeira entre o período da compra e do fechamento da fatura do cartão, poderá haver algum ganho; • Possibilita reservar hotéis e alugar carros, além de compras pela internet; • Pode ser cancelado em caso de perda, roubo ou furto.

deSVantagens • Se o dinheiro for perdido, roubado ou furtado não há como recuperá-lo. É inseguro se o viajante precisar carregar grandes quantidades para uma viagem longa, por exemplo; • Não possibilita compras pela internet.

• IOF é de 6,38%, sendo mais caro que a compra do papel-moeda; • Há cobrança de taxa para saques no exterior na moeda local.

• IOF é de 6,38%, sendo mais caro que a compra de dinheiro vivo; • A reposição em caso de perda, roubo ou furto pode ser demorada; • O limite para gastos internacionais pode ser baixo.

é mais indicado para • Quem quer economizar; • Quem vai fazer viagens curtas; • Fazer o planejamento financeiro da viagem.

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• Quem prioriza segurança; • Quem vai fazer viagens longas; • Quem vai financiar os gastos dos filhos no exterior; • Fazer o planejamento financeiro da viagem.

• Fazer reservas de hotéis e pousadas, reservar carros para locação ou emergências e imprevistos.

IMAGENS: Istokphoto



Perfil

Senso de justiça Advogada incentiva estudos e dá dicas de sucesso acadêmico e profissional Entrevista: Siloé Almeida | Texto: Vanessa Moraes

O cristianismo praticado por Juliana ajudou a desenvolver seu senso de justiça. Ela nunca suportou a desigualdade e o descaso com os mais fracos Siloé Almeida é consultor e jornalista www.consulsiloe.com

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uliana Abrusio, 36, sempre foi estudiosa, tanto na sala de aula quanto em casa. Nascida em São Paulo, teve a oportunidade de ver sua mãe, que era católica fervorosa, e seu pai, antes ateu, serem batizados na Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). “Tive o privilégio de crescer em um lar que me concedeu o exemplo do estudo incansável da Bíblia. Lembro de chegar em casa, em diversas ocasiões, e encontrar pessoas que nunca tinha visto antes, na sala estudando a Bíblia com o apoio de meus pais. Isso se repetiu dezenas de vezes”, conta Juliana. Dentro de casa, ela aprendeu a ter orgulho de ser cristã e a falar do evangelho com naturalidade. “Quando era criança, costumava bater na porta dos meus vizinhos de prédio, convidar-me para entrar e por lá ficar mais de uma hora falando sobre o cristianismo que eu aprendia dentro de casa e na igreja”, relata. O cristianismo praticado por Juliana ajudou a desenvolver seu senso de justiça. Ela nunca suportou a desigualdade e o descaso com os mais fracos. Quando criança, comprava brigas que não eram dela, apenas para defender seu próximo. Essa sensibilidade a levou a escolher o direito como faculdade e carreira profissional. “Acho que mesmo antes de entender o que era ser advogada eu já desejava me tornar uma. Considero a carreira do direito uma das mais completas e bonitas, especialmente a advocacia. O advogado é essencial para a manutenção de um Estado Democrático de Direito”, esclarece ela. Apegada aos livros, Juliana formou-se em direito em 2001, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. No ano seguinte, iniciou a pós-graduação na mesma instituição. A vontade de somar mais conhecimento e experiência levou Juliana para Itália, em 2004, onde cursou seu mestrado, como bolsista da União Europeia. O título, conferido pela Universidade de Roma Tor Vergata, foi revalidado pela Universidade de São Paulo (USP), em 2008. Atualmente, Juliana se concentra no doutorado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). A advogada também já passou por países como Canadá (1999) e Espanha (2000) para o estudo de idiomas. A dedicação aos estudos não excluiu outras responsabilidades atribuídas a uma mulher. No entanto, Juliana busca o equilíbrio para manter a boa saúde, a fim de ter forças para enfrentar os desafios diários. “As mulheres, por via de regra, acumulam mais tarefas do que os homens e, por isso, tendem a ter menos tempo para a profissão. Filhos, cuidados com a casa e pequenos detalhes, IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL



Perfil como cuidar das unhas e do cabelo, transformam qualquer mulher bem-sucedida em um ser frenético. É preciso ter cuidado para não adoecer”, declara. A advogada acrescenta que a mulher tem habilidades e virtudes que lhes são peculiares e as tornam valiosas e indispensáveis no mercado. “Isso reduz a questão que mencionei antes sobre a falta de tempo a um problema quase insignificante. Portanto, em minha opinião, o maior desafio da mulher está dentro de si mesma e não no ambiente externo. As cobranças internas são muito mais duras do que as outras inerentes ao cotidiano e às pessoas que lhes cercam. Nós, mulheres, nos cobramos muito. E isso, em excesso, gera culpa e insegurança, o que pode nos colocar em desvantagem no mundo profissional, se não tomarmos cuidado”, assume Juliana. Boas escolhas

A advogada dá duas dicas para que adolescentes e jovens consigam acertar na escolha de uma carreira profissional: oração, para Deus dirigir os caminhos, e muita leitura. “Não é possível tomar uma decisão sem ter elementos de ponderação. Recomendo também que o jovem adquira o hábito de ler jornal diariamente. Isso fará a diferença, apesar de alguns não conseguirem enxergar toda a razão contida no meu conselho.” Juliana refere-se ao fato de que estar atualizado diante dos acontecimentos reúne informações que auxiliam na geração de propriedade para desenvolver o espírito crítico, ajudam a pensar e colaboram na ampliação de visão sobre como o mundo funciona. Todo indivíduo que escolhe uma profissão e estuda para adquirir conhecimentos deve se preocupar também em desenvolver um perfil profissional para ter sucesso no mercado de trabalho. De acordo com a doutora, o primeiro passo é justamente a boa formação educacional. “Estudar nunca é demais. Saber inglês e, de preferência, outro idioma além do português é muito importante e pode fazer a diferença para uma boa colocação no mercado. Além disso, é preciso desenvolver o famoso ‘QE’ (coeficiente emocional). Cada vez mais o mercado privilegia pessoas com bom convívio e relacionamento com seus pares.” Juliana enfa-

“Estudar nunca é demais. Saber inglês e, de preferência, outro idioma, é muito importante e pode fazer a diferença para uma boa colocação no mercado”

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Juliana Abrusio ocupa os períodos de seu dia com atribuições que vão além da advocacia: ela também é professora e empresária

tiza que a paciência e a humildade também devem fazer parte do perfil individual. “Na minha opinião, a arrogância tira todo o brilho, por mais competente que a pessoa possa ser”, sugere. Além de ser advogada, Juliana é professora e empresária. Ao contrário do que pode parecer, a tripla jornada é motivo de orgulho e privilégio. “Consigo fazer tudo aquilo que gosto de verdade: advogar, lecionar e empreender. E tudo isso acontece porque trabalho com pessoas maravilhosas. Sem uma equipe sólida e integrada seria impossível conciliar tudo. Tenho ótimos sócios e, acima de tudo, um marido extraordinário, que me apoia e me torna uma pessoa melhor. Ele é meu presente de Deus.” Quanto à vida cristã no mundo profissional, Juliana declara que não deixa de ser um grande desafio e constante aprendizado. “Cada vitória conquistada na carreira tende a elevar o próprio eu, o que é antagônico à essência do cristianismo, cujo valor central está em Cristo e não no próprio indivíduo. Como qualquer outra luta, é preciso orar muito, pedir a direção divina, fazendo sempre o nosso melhor e lembrando que estamos de passagem por este mundo”, conclui.

IMAGENS: ARQUIVO PESSOAL



Profissão

Estética

dentária

Brasileiros responsáveis pela saúde bucal são destaques no mundo Por Mayra Silva

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e acordo com uma pesquisa feita pelo grupo de análises econômicas Euromonitor Internacional, o Brasil tem o maior número de dentistas do mundo, representando 15% dos mais de 240 mil. A maior parte desses profissionais está concentrada no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Nas regiões Norte e Nordeste do país, há carência desses profissionais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ideal é que haja um dentista para cada 1,2 mil habitantes. Os dentistas, conhecidos também como odontólogos, são os profissionais responsáveis pela saúde bucal das pessoas, bem como da estética da face. Eles tratam de problemas que envolvem os dentes, as gengivas, os ossos, as bochechas, os 36

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lábios e a língua. Além disso, extraem dentes, quando necessário; projetam e colocam próteses, pontes, dentaduras; corrigem eventuais defeitos na dentição; e contribuem para a higiene bucal e suas atribuições. Para desenvolver todas essas atividades, o dentista precisa ser portador de algumas características peculiares, como coordenação motora para manusear os materiais de trabalho; ter atenção concentrada; e ser cauteloso e habilidoso, uma vez que está lidando com a boca dos pacientes. “O odontólogo precisa ser inflexível com o assunto da biossegurança. A assepsia, os cuidados com a contaminação cruzada e o processo correto de esterilização, por exemplo, devem ser sempre observados, pois trabalhamos com saliva, sangue e outros IMAGENS: Istokphoto


agentes potencialmente contagiosos. Portanto, trabalhamos baseados na precaução universal”, complementa o dentista Misael Stehling, profissional dessa área há 15 anos. Mas não para por aí. Para trabalhar como dentista, é necessário ter capacidade para lidar com sangue e pessoas acidentadas. Assim como cirurgiões plásticos trabalham com a estética das pessoas, o dentista, às vezes, precisa reformular a boca de um paciente que tenha sofrido um acidente e destruído esse órgão. “O dentista é um educador. É uma carreira que absorve estresse do paciente, como aqueles que têm medo

Áreas de atuação A odontologia oferece especializações em várias áreas. Confira cinco delas:

Cirurgiões dentistas

1

Cuidam da saúde dos dentes, do funcionamento das articulações e da mastigação. Promovem ações de prevenção e fazem o diagnóstico e tratamento dos problemas dentários.

Cirurgiões bucais

2

Reabilitam o tecido ósseo ou mole, tratam de tumores, fraturas, cistos, gengivas e glândulas salivares.

Endodontistas

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Cuidam das complicações das estruturas internas do dente, como o tratamento de canais.

Odontopediatras

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Tratam da saúde bucal das crianças, especialmente durante a primeira dentição.

PATOLOGISTAS ORAIS

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Estudam a origem, natureza e os sintomas das doenças bucais através de exames de laboratório.

Para exercer a profissão, é necessário cursar, em média, cinco anos do curso de Odontologia para obter um diploma, além de praticar alguns estágios obrigatórios supervisionados por professores de ir ao dentista. Mas uma boa dose de bom humor faz tudo ficar mais tranquilo”, acrescenta Stehling. Para exercer a profissão, é necessário cursar, em média, cinco anos do curso de odontologia para obter um diploma, além de praticar alguns estágios obrigatórios supervisionados por professores. Entretanto, dependendo da área que o profissional desejar seguir, é necessário ir além, estudando em cursos de pós-graduação na área escolhida. A leitura de revistas especializadas e participação em congressos contribuem significativamente nesse quesito. “A odontologia é um curso difícil, mas estudando muito tudo fica fácil. É também uma faculdade cara, provavelmente uma das carreiras que mais investem em ‘material escolar’, entretanto, a disposição de pagar o alto preço pelos altos sonhos vale a pena. Se você sonha antes, os recursos aparecem”, assegura Stehling. Mercado de trabalho e carga horária

Cidades do interior oferecem boas oportunidades para dentistas, entretanto, nos grandes centros, a facilidade para exercer a profissão é maior. Para os profissionais que optarem por trabalhar no interior, a oferta de emprego é maior nas prefeituras, “que expandem seus serviços em hospitais municipais e escolas públicas”, aponta o portal Brasil Profissões. No setor privado, esses profissionais já encontram oportunidades melhores quando possuem seu próprio consultório. Porém existem outras opções, como consultoria na indústria odontológica e farmacêutica. O dentista usufrui da flexibilidade com os horários de trabalho em comparação a outros profissionais da saúde. Aos sábados, por exemplo, ele tem a oportunidade de ser isento de suas atividades. “Na odontologia, a maioria dos procedimentos podem ser agendados, e isso se faz de acordo com a conveniência do profissional e cliente. As exceções, como uma pulpite aguda (inflamação dolorosa na polpa dentária), vejo como uma oportunidade missionária. O próprio Jesus fez isso, quando aliviou a dor de pessoas no dia de sábado, sem cobrar honorários”, comenta o dentista Stehling. “Todavia, essas emergências são exceções, não a regra.” REVISTA MAIS DESTAQUE

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Breve virรก

O tempo aca

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tempo está acabando “Se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” Por Mayra Silva

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través dos conhecimentos científicos e tecnológicos que Deus concedeu ao homem, as pessoas têm a possibilidade de saber algumas predições meteorológicas, e estas estão se tornando cada vez mais exatas. Com esses meios, a mão de obra é reduzida, e isso é perceptível. Mas com toda tecnologia disponível aos seres humanos, estes querem predizer exatamente o início e término das coisas. Muita gente, por exemplo, fica preocupada e observando ansiosamente o resultado da profecia do fim do mundo, mas a Bíblia é clara ao dizer que ninguém sabe o dia nem a hora em que Jesus voltará, nem mesmo os anjos ou o próprio Filho de Deus sabem. “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mateus 24:42). Mesmo assim, pessoas perdem boa parte de seu tempo unindo datas, a fim de predizer o fim do mundo. O dia 22 de outubro de 1844, mais conhecido como o “Dia do Grande Desapontamento”, foi o tempo em que Guilherme Miller e inspirados em profecias bíblicas aguardavam o retorno de Jesus a este mundo. Mais de 170 anos se passaram e nada aconteceu. Algumas pessoas já desistiram de esperar o retorno do Mestre, conforme Ele prometeu. Outras vivem sob a perspectiva de que Jesus está “demorando” muito (apesar dos sinais proféticos concretos) e vão curtir as coisas que este mundo oferece, esquecendo-se de que o tempo está acabando. Deixam escapar um leve suspiro de alívio, retornando à rotina e hábitos

costumeiros. Mas o tempo pode acabar quando menos se imagina. O problema é que acreditam sempre que o fim do mundo (representado, neste contexto, pela morte) só chega para outras pessoas, nunca para elas mesmas. O fato é que, quando a pessoa morre, sua vida com Deus já está selada. “O tempo voa”

Jesus prometeu abreviar o tempo para que os cristãos não sofram tanto nos últimos dias, em que haverá amarguras e sofrimentos. “Ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mateus 24:19-22). Os dias continuam com a mesma quantidade de horas: 24. Mas esse tempo parece não ser mais suficiente, devido à quantidade de atividades que as pessoas têm para desenvolver diariamente. Você já pode ter ouvido alguém dizer: “Como vou praticar exercícios físicos, se trabalho 8h por dia, demoro 1h do trabalho para casa, tenho que dedicar tempo para a minha família e ainda dormir a quantidade de horas indicadas por dia, que são 8”. O tempo pode continuar o mesmo, mas a sensação de

“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mateus 24:42)

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Breve virá tempo não continua. Há alguns meses, o Natal foi comemorado. Quando menos imaginar, mais um 25 de dezembro estará às portas, e você estará mais velho. Mas o lado bom disso tudo é a promessa que Jesus deixou para aqueles que perseverarem até o fim: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra” (Apocalipse 22:12). Não deixe para amanhã

Mesmo com todos os acontecimentos mundiais de ontem e hoje, além das previsões meteorológicas, o homem está deixando de notar os sinais que Deus colocou ao longo do percurso da vida, e Ele sempre quis advertir das violações humanas a ataques da natureza, a fim de livrá- los dos acontecimentos que anunciam os dias finais. A Bíblia afirma que já estamos perto do fim, e os sinais confirmam esse fato. Jesus alerta que o tempo está expirando, mas as pessoas não estão se dando conta disso. Na época de Noé, aconteceu a mesma coisa. Ele deu o sinal de que choveria muito, mas ninguém acreditou. Todos continuaram vivendo como se a chuva não viesse. E o tempo para eles voltarem atrás da decisão expirou. A chuva veio. Todos morreram, exceto

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Noé e sua família. O mesmo acontece hoje. A Bíblia Sagrada nos mostra as promessas e sinais que Jesus deixou, a fim de nos alertar para os acontecimentos do mundo e aqueles que ainda ocorrerão. Mas o tempo está acabando. Se postergar sua decisão e deixar de ouvir a voz dAquele que te alerta hoje, pode ser que amanhã não dê mais tempo. Certa vez, o pensador William Reis disse que “a única certeza da vida é que a morte um dia vai chegar”. Esta também é a sua única certeza? Antes de responder a essa pergunta, lembre-se de algo que Jesus disse: “Eu asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida” (João 5:24).

Se postergar sua decisão e deixar de ouvir a voz dAquele que te alerta hoje, pode ser que amanhã não dê mais tempo

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Empresarial

O segredo Descruze os braços e corra atrás dos seus objetivos. Só assim você vencerá

Muitos vivem infelizes, almejando algo praticamente impossível de ser alcançado, e nunca estarão satisfeitos com aquilo que possuem. Douglas Perez Barros é contador da Perez Barros Contabilidade douglas@perezbarros.com.br

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o primeiro trimestre do ano, muitos têm a expectativa de realizar algo novo, inovador, diferente de tudo o que fizeram até agora. Mas a maioria não consegue. Mal passam os primeiros meses e as pessoas já esquecem as metas. A vida continua numa rotina insana. Analisando essa situação, que muitas vezes ocorreu em minha própria experiência, noto que um dos problemas é fazer as mesmas coisas esperando resultados diferentes. Existe uma frase muito conhecida de Albert Einstein, que diz: “não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar a cada vez um resultado diferente”. Muitos esperam que tudo possa mudar e ser diferente, mas não mudam as atitudes, não tomam decisões e querem que o resultado seja melhor do que têm alcançado até o momento. Segundo Einstein, quem age e pensa dessa forma é considerado louco.

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Somos tentados a pensar que em um passe de mágica tudo pode mudar e ser resolvido rapidamente. Veja, por exemplo, os jogadores da Mega Sena. Eles sonham com uma virada na vida sem mudar a realidade presente. Segundo os matemáticos, a chance disso acontecer é uma em mais de 50 milhões. A realidade está bem longe dos sonhos, por isso, muitos vivem infelizes, almejando algo praticamente impossível de ser alcançado, e nunca estarão satisfeitos com aquilo que possuem. A realidade pode ser outra. Podemos ter um resultado diferente se tomarmos algumas atitudes agora. Portanto, sugiro as seguintes dicas, que podem ser utilizadas em qualquer área da vida. Nesta edição da Mais Destaque, focaremos a parte profissional: a) Reflita sobre os últimos resultados: na contabilidade chamamos de análise de balanço, onde verificamos a saúde financeira/econômica da empresa nos últimos exercícios.

Avalie sua trajetória profissional até agora, os erros e acertos, principalmente os erros, para não cometê-los novamente; b) Trace metas realistas: monte o seu planejamento. É importantíssimo traçar metas tangíveis. Muitos planejam algo fora da realidade e acabam se frustrando por não alcançarem. Tão importante quanto planejar é acompanhar a execução do planejamento; c) Identifique pontos positivos: enumere os pontos fortes da sua empresa. Foque em um deles e trabalhe para que melhore ainda mais. Foco no negócio é fundamental. Termino esse artigo com a maior e melhor dica de todas: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” (Provérbios 16:1). Não adianta avaliar o passado, planejar, focar nos pontos fortes se não houver a direção de Deus. Busque em todas as áreas da vida, inclusive profissional, a orientação e direção dEle, e tudo dará certo. IMAGENS: Istokphoto


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Seu direito

crença religiosa Como proceder com as aulas aos sábados

Se o estudante e a instituição não chegarem a um acordo para solucionar a questão de forma consensual, é preciso ir à justiça

Fabio Nascimento é advogado em São Paulo fabio.nascimento@adv.oabsp.org.br

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no após ano, membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) enfrentam dificuldades para concretizar uma etapa importante da vida: a faculdade. Na era da informação, a qual vivemos hoje, atualização, estudo e conhecimento são ferramentas imprescindíveis. Por isso, as pessoas escolhem um curso entre tantos para se dedicar. Uma boa parcela deles é oferecida em período noturno e, por isso, possuem aulas às sextas-feiras à noite, o que gera dificuldades para os adventistas e outros guardadores do sábado, já que guardam o dia santo do pôr do sol de sexta-feira ao de sábado, como os judeus, por exemplo.

O que diz a lei

Para que o estudante consiga concluir o Ensino Superior, precisa alcançar a média de nota imposta pela instituição e ter pelo menos 75% de frequência em cada disciplina da grade curricular. Se as aulas de sexta-feira são ministradas nas horas sagradas, impedindo a frequência do estudante adventista por motivos de crença religiosa, como proceder? No caso de quem guarda o sábado, se não lhe for dada uma oportunidade de horário alternativo para a realização das provas e frequência às aulas em virtude da opção religiosa, está-lhe sendo tirado o direito de concluir o curso superior. Pensar em sentido contrário implica na ofensa ao direito de credo de forma

plena. Não basta apenas que a livre convicção religiosa se dê na forma teórica. É necessário que seja praticado. Se o estudante e a instituição não chegarem a um acordo para solucionar a questão de forma consensual, é preciso ir à justiça, a fim de buscar um horário alternativo das provas e aulas das disciplinas ministradas às sextas-feiras à noite. Deve haver compensações didáticas e curriculares de carga horária compatíveis com as matérias. Se você passou ou enfrenta essa situação (ou conhece alguém que passa por esse problema), corra atrás dos seus direitos. Em nenhuma hipótese você pode ser desrespeitado e ignorado.

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso VI e VIII, preceitua ser “inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. O Poder Judiciário tem se posicionado em garantir o direito à crença religiosa, algo fundamental e que deve ser preservado. Veja: “Apelação cível em ação de mandado de segurança. Universidade Estadual. Adventista do sétimo dia. Abono de faltas. Aulas aos sábados. Motivo de crença religiosa. Merece ser mantida a sentença que determina o abono de faltas de estudante adepto da religião Adventista do Sétimo Dia, quando estiver provado nos autos, não poder frequentar as aulas de sexta-feira à noite e sábado, por motivo de crença religiosa, valorizando os direitos fundamentais à educação, à liberdade de crença religiosa e à igualdade substancial, bem como o princípio da dignidade da pessoa humana. APELO IMPROVIDO.” (TJGO, 4ª Câm. Cível, Ac nº 46024-95, rel. Des. Carlos Escher, DJ 10/05/2011).

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IMAGENS: ISTOCKPHOTO/ ARTE SEVEN


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Quanto vale a vida? Pelo menos 22 países praticam a pena de morte. Essa medida para punir criminosos é saudável? Saiba o que a Bíblia diz a respeito Por Vanessa Moraes

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quele 17 de janeiro de 2015 foi apenas mais um dia para quase todo cidadão comum do planeta Terra, menos para Marco Archer Moreira, de 53 anos. Nessa data, sua vida deu adeus ao mundo. Sua morte, planejada e anunciada, foi a consequência da desobediência às leis da Indonésia, que condenam o tráfico de drogas com a pena capital. O carioca foi fuzilado às 15h30 (no horário de Brasília). Archer foi o primeiro brasileiro a ser executado por crime no exterior. Em 2003, ele entrou no país com 13,4 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. Uma das máquinas de raio-x do Aeroporto Internacional de Jacarta descobriu a droga. Archer fugiu, mas foi capturado duas semanas depois. Preso há 12 anos, teve a sentença decretada há 11. Quando a data de sua morte foi divulgada, o Brasil tentou interceder, mas o traficante teve negado os dois pedidos de clemência

a que tinha direito. Na ocasião, outras cinco pessoas foram fuziladas simultaneamente, três homens e duas mulheres. Um segundo brasileiro está no corredor da morte na Indonésia. O tráfico de drogas também fez com que o surfista Rodrigo Gularte, de 42 anos, fosse condenado à pena máxima em 2005, quando entrou no país com seis quilos de cocaína escondidos em oito pranchas de surf. No final de janeiro, o Brasil pediu clemência, mas ela foi negada. Até o momento da publicação desta reportagem, a família tenta a última chance: provar que o paranaense sofre de esquizofrenia. Pelas leis daquele país, nenhum preso pode morrer se for portador de doença mental, não importa se estava lúcido no momento em que cometeu o crime. A sentença só é aplicada após sua recuperação, pois ele precisa estar consciente dos motivos de sua punição. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Capa No Brasil, a pena máxima para qualquer crime são 30 anos de reclusão, segundo a legislação. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, existe pena de morte no país, mas apenas em casos de guerra. No artigo 5, inciso XLVII, a Constituição Federal aboliu a pena capital, “salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 84, XIX”. A punição pode ser aplicada a diversos crimes, como declara o Código Penal Militar (Decreto-lei nº1001 de 21/10/1969), tais quais traição, espionagem, abandono de posto, homicídio, genocídio, roubo, entre outros. Já a Anistia Internacional, organização não governamental que defende os direitos humanos, opõe-se à pena de morte em todos os casos, sem qualquer exceção, não importa a natureza do crime. “A pena de morte é a maior negação aos direitos humanos. É o assassinato premeditado, a sangue frio, de um ser humano pelo Estado. Essa cruel, desumana e degradante punição é feita em nome da justiça. Ela viola o direito à vida como proclamado pela Declaração Universal de Direitos Humanos”, protege a organização. Um relatório divulgado em 2013 pelo órgão apontou que 22 países praticam a pena de morte com a justificativa de suposto impedimento ao crime. No mesmo ano, ocorreram 778 execuções em todo o mundo. Os números não são exatos porque alguns países, como a China, não informam o número de executados anualmente.

Prós e contras A pesquisa Ibope “Retratos da Sociedade Brasileira”, divulgada em 2011 (dados mais recentes), aponta que 46% da população é a favor da pena de morte. Os argumentos para prós e contras são muitos. Veja alguns dos mais utilizados:

Prós

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A pena de morte pode ser cara, mas as consequências dos crimes que os bandidos cometem custam muito mais. Quanto vale uma vida? Quanto vale para a sociedade devolver à rua criminosos que oferecem perigo à vida de famílias e trabalhadores comuns?

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Os presídios estão cada vez mais lotados. A pena de morte ajudaria a deixar na cadeia apenas quem realmente pode ser recuperado. Hoje os presos comuns ocupam o mesmo espaço que criminosos perigosos, que lhes trazem más influências.

A pena de morte serviria como retribuição. O condenado pagaria com a própria pele as barbáries que fez a inocentes. Provaria a mesma dor que provocou em suas vítimas. Perceberia que não tinha o direito de tirar a vida de ninguém nem cometer atrocidades.

IMAGENS: Istokphoto/ fraticon


contras

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A pena de morte é desleal, pois tira a vida do criminoso sem antes dar a ele a chance de se arrepender e ressociabilizar. O condenado precisa ter pelo menos uma oportunidade para provar que sua vida pode ser regenerada pelo sistema prisional.

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Não há como corrigir esse tipo de sentença. Se depois que ela for dada e executada novas provas surgirem comprovando inocência, será tarde demais e não haverá maneira de voltar atrás nem pagar ao condenado a indenização pelo erro cometido.

A pena de morte não reduz a criminalidade. O acusado não mensura as consequências de seus atos na hora de cometer um crime, tanto que ele o comete achando que não será punido. Além disso, a morte não é suficiente para quem acabou com a vida de uma família.

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Capa “Pena capital para punição de crimes é uma realidade com viés de crescimento” As opiniões são muitas. Não é à toa que o tema é polêmico, pois dificilmente a sociedade será unânime sobre ele. Mas e o cristão, que lado deve defender? O que a Bíblia diz a respeito? A Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) apoia essa punição? O cristão e a pena capital

“O tema causa muita polêmica em várias áreas do conhecimento humano: direito, política, sociologia e religião. O uso da pena capital para punição de crimes é uma realidade com viés de crescimento”, afirma Felipe Lemos, assessor de comunicação da IASD para a América do Sul. De acordo com o jornalista, um estudo publicado pela revista científica Proceedings of the Nacional Academy of Sciences calcula que 4,1% dos condenados à morte nos Estados Unidos são inocentes, isto é, um em cada 25. “Não encontrei dados consistentes que atestam diminuição de violência ou criminalidade em países ou regiões em que se aplica a pena de morte. Pelo contrário, fala-se muito sobre lugares que aboliram a medida, a respeito de astronômicos gastos para o processo e até estados norte-americanos que ainda mantêm a pena e que registram o dobro de crimes ocorridos”, observa. As informações de Lemos ressaltam os argumentos listados nos Contras, citados anteriormente. Segundo o pastor Rafael Rossi, líder sul-americano de comunicação e liberdade religiosa da IASD, a denominação não possui nenhum documento votado sobre o tema. “Para a maioria dos evangélicos, somente Deus pode tirar a vida. Entretanto, tudo o que acontece ou deixa de acontecer depende exclusivamente da vontade dEle (Lucas 12:6, 7). Deus não é o causador, mas tolera o mal. E toda ação tem sua reação.” No Antigo Testamento, a Bíblia narra histórias de guerras e morte. Algumas mencionam que Deus mandou matar. O problema, como descreve Lemos, é que muitas pessoas interpretam essas narrações de forma equivocada e fora do contexto da época em que aconteceram. “Entre os dez mandamentos inclui-se a ordem. Entretanto, tal mandamento tinha o propósito de preservar a vida social, mas não impedia a aplicação da pena capital. A pena de morte era praticada entre o povo judeu, por ordem do próprio Deus, apesar da existência do mandamento proibindo matar”, aponta Rossi. “Não matarás”, é o que diz Êxodo 20:13. O líder de liberdade religiosa explica que a palavra hebraica usada nesse verso é “râsah”, que tem o sentido de “não assassinarás”. “Essa mesma palavra é usada em Números 35:27,30 e em 2 Reis 6:32. Ela indica morte violenta e nunca é usada para assassinato em defesa própria (Êxodo 22:2), morte acidental (Deuteronômio 19:5) e para execução de assassinos”, esclarece. Felipe Lemos acrescenta que a medida de pena de morte 54

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IMAGENS: Istokphoto


adotada por Deus em alguns casos específicos nunca foi uma regra ideal. “Trataram-se de medidas extremas com finalidades bem claras para povos que dependiam muito desse tipo de ação didática para aprender lições espirituais de obediência em diferentes aspectos (rebeliões, transgressões dos mandamentos como se lê em Números 15:32-36; Números 16, entre outros)”. O comunicador também defende que a medida tinha relação com a capacidade de Deus de perceber quando determinados povos ultrapassavam os limites da misericórdia e se tornavam evidentes opositores dos propósitos divinos. Exemplos assim são encontrados em Deuteronômio 20:16-18 e 1 Samuel 15:1-35. O mandamento “Não matarás”, de acordo com Rafael Rossi, servia como alerta para os transgressores da lei. Se o indivíduo acometesse contra a vida de alguém, ficaria sujeito à pena de igual valor (Êxodo 21:24). Para ser justa, a punição deveria ter a mesma intensidade que o crime cometido. Desta forma, tirar a vida de alguém só poderia ter punição adequada com a morte do infrator. “A pena de morte só deveria ser aplicada após a infração ser comprovada (Êxodo 23:7; Deuteronômio 35:30). Não havia pena de morte para quem cometesse morte por acidente (Deuteronômio 19:2-6; 35:15,22-25)”, analisa Rossi.

O verdadeiro cristão se posiciona de acordo com o que a Bíblia diz

Punição O pastor Rafael Rossi enumera a quantidade de vezes em que o assunto pena de morte aparece na Bíblia, como punição para diversos crimes, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Confira: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19.

Por homicídio e fratricídio (Gênesis 9:5,6; Levítico 24:17) Por homicídio culposo (Êxodo 21:12,29) Por homicídio doloso (Êxodo 21:14) Por parricídio: assassinato dos pais (Êxodo 21;15) Por sequestro ou rapto (Êxodo 21:16) Por amaldiçoar os pais (Êxodo 20:9; Levítico 20:9) Por crime hediondo (Êxodo 21:23) Por prática de feitiçaria (Êxodo 22:18; Levítico 20:6) Por sacrificar aos deuses pagãos (Êxodo 22:20; Levítico 20:2) Por praticar adultério (Levítico 20:10-12,20,21; Deuteronômio 22:22) Por homossexualismo (Levítico 20:13) Por incesto (Levítico 20:14,17,19) Por bestialidade; sexo com animais (Levítico 20:15,16) Por prostituição (Levítico 25:1,9) Por blasfêmia (Levítico 24:14) Por falsidade profética (Deuteronômio 13:1-10) Por fornicação e adultério feminino (Deuteronômio 22:13-21) Por estupro (Deuteronômio 22:23-27) Por furto (Deuteronômio 24:7)

A exemplo do brasileiro fuzilado na Indonésia, quando o indivíduo sabe que escolher agir de certa forma pode implicar em morte e, mesmo assim, arrisca-se, morrer é apenas consequência de suas decisões. “O ser humano será sempre escravo das suas escolhas. Quando assumimos um risco e aquilo dá errado, enfrentaremos o curso natural das coisas”, atesta Rossi. Felipe Lemos opina que a sociedade atual não é teocrática e, conforme a Bíblia, há uma forma diferenciada de Deus cumprir Seu plano de evangelização. O Deus de hoje é o mesmo de antigamente, mas Sua forma de agir mostra-se diferenciada devido aos adversos contextos. “Algo é certo: Deus nunca teve prazer na morte dos seres criados, mas usou métodos diferentes para distintas realidades e percepções. A pena capital aplicada pelos homens hoje é uma questão bastante complexa para a mente humana, mas não para a mente divina, que a tudo sabe julgar”, reflete. O verdadeiro cristão se posiciona de acordo com o que a Bíblia defende. Embora o lado humano possa vir à tona diante de um ato criminoso que tira vidas e injustiça inocentes, o lado espiritual precisa falar mais alto. Atrocidades e covardia trazem sentimentos de ódio, raiva e vingança. Mas nada disso provém de Deus. Nem os atos criminosos nem os sentimentos ruins. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Capa Contextos Veja o que especialistas opinam sobre a pena de morte em três contextos: social, legal e espiritual:

Social

Legal

Espiritual

A sociedade tende a confundir pena de morte com rigidez legislativa. No Brasil, é comum imaginar que a instituição da pena capital pode ser um modo eficiente de inibir a criminalidade. Mesmo nos Estados Unidos, onde a medida não apenas é adotada, mas também celebrada em alguns estados como demonstração de força, há inúmeras incoerências associadas ao processo. O site do Centro de Informação sobre a Pena de Morte, uma organização sem fins lucrativos com sede na capital dos Estados Unidos, revela que, quando um réu alega insanidade, suas chances de evitar a pena de morte dependem mais de sua localização geográfica do que dos méritos de suas alegações: 82% na Carolina do Norte, 57% no Mississipi, 11% na Geórgia e 0% na Flórida. Segundo o professor Frank Baumgartner, da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, é muito mais provável que a pena capital seja usada quando a vítima é branca do que negra. Do ponto de vista sociológico, a adoção da pena de morte pode contribuir para a radicalização do preconceito e se tornar mais uma forma de dominação social.

Sequer há consenso quanto à pena de morte ser ou não uma pena justa. Os Estados Unidos, por exemplo, são um país em que a pena máxima é aplicada em alguns estados e em outros não. O site yougov.com divulgou uma pesquisa realizada no país americano sobre o tema. A maioria de seus habitantes é cristã. “Você é contrário ou favorável à pena de morte para assassinos convictos?” O resultado: 36% foram fortemente a favor, 29% a favor, 12% contra, 15% fortemente contra e 8% não têm certeza. A pesquisa traz ainda outra pergunta que leva a uma reflexão maior: “O que é pior: pena de morte ou prisão perpétua?” Dos entrevistados, 33% responderam que é pior ser executado e 49% optaram a prisão perpétua. O restante disse não ter certeza. No Brasil, as duas perguntas são apenas especulações, pois as leis daqui não permitem nem uma das duas punições. Do ponto de vista jurídico, os tipos de pena pouco influenciam sobre o aumento ou a diminuição da prática de crimes. Portanto, como cristãos, devemos refletir, e muito, sobre essa convicção de alguns em aplicar a morte como pena.

O código de Hamurabi, datado do século 17 a.C, é o precursor da lei de talião ou lei de retaliação, cujo princípio é infringir ao transgressor sofrimento e consequência semelhante ao ato por ele cometido. Daí vem a expressão “olho por olho, dente por dente”. O princípio fundamental bíblico é que a vida é dom de Deus e apenas Ele tem o direito de pedi-la. Cristo deixou claro ao homem que o pecado gera morte e que, como condenados, somente encontraríamos perdão ao vir o filho de Deus receber a pena em nosso lugar. Como adventistas, devemos apoiar ou rejeitar a ideia da pena de morte? A Igreja Adventista não tem uma declaração oficial a favor nem contra esse assunto. Advogamos a vida e vemos que mesmo em países onde a pena de morte existe não se elimina a maldade do homem e nos assustamos com o índice alto de decisões imprecisas que condenam justos à pena capital. Somos a favor da paz, da não violência e cremos no perdão como um caminho mais excelente que a vingança para transformar a sociedade. Porém, admitimos que nesse mundo decadente as leis civis devem proteger a sociedade e os crimes precisam ser punidos.

Tania Torres, socióloga e professora do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho

Luigi Braga, diretor jurídico da Igreja Adventista na América do Sul

Pastor Almir Marroni, vice-presidente da Igreja Adventista na América do Sul

IMAGENS: arquivo pessoal

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Fique por dentro/ APS

Livro para surdos Iniciativa em favor de uma sociedade melhor vai beneficiar crianças e pais da comunidade a aprenderem mais sobre a Bíblia de forma lúdica Por Danúbia França

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m algum momento da vida você precisou se comunicar com uma pessoa surda? Se a resposta for sim, como foi sua reação e troca de informações? Pois é, apesar de não representar um número expressivo se comparado ao de habitantes no país, os surdos – pessoas que já nasceram sem ou perderam 100% da audição – correspondem a 0,2% da população brasileira, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Chega a ser curioso e impressiona a forma como as informações são transmitidas, por meio de gestos e sinais acompanhados ou não de som. Um dos meios de comunicação mais eficazes utilizado pelos surdos é a Língua Brasileira de Sinais (Libras). No entanto, para estabelecer uma conversa e expressar sentimentos e ideias, é imprescindível o uso da linguagem corporal e expressões faciais. Mesmo sendo cidadãos comuns, muitos surdos enfrentam a discriminação. Contudo, na luta contra o preconceito, iniciativas altruístas e conscientes em favor de uma sociedade melhor estão sendo colocadas em prática. Grupos de pessoas interessadas e dispostas em ajudar têm dedicado tempo e desenvolvido projetos de inclusão e responsabilidade social. Inclusão

A fim de integrar os surdos na sociedade, surgiu, na zona sul de São Paulo, o Ministério dos Surdos que, há mais de 15 anos, realiza um trabalho de inclusão, socialização e educação cristã. “A gente tem um projeto de integração. O objetivo é que os surdos sintam-se acolhidos e atuantes no meio em que vivem, inclusive junto aos ouvintes”, declara Jackeline Mennon Fernandes, assessora do ministério dos surdos no estado de São Paulo. Os encontros evangelísticos são realizados regularmente aos sábados, na igreja do Centro Universitário Adventista de

Um dos meios de comunicação mais eficazes utilizado pelos surdos é a Língua Brasileira de Sinais 58

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Com a contribuição de dezenas de pessoas, livro para surdos foi escrito em Libras, linguagem que os surdos e mudos usam para comunicar-se

São Paulo (Unasp), campus São Paulo. Além da programação religiosa, existe uma classe exclusiva, em que os surdos estudam e explanam de maneira informal assuntos e valores ligados à Bíblia e, com a participação de adeptos, compartilham experiências. O lugar recebe surdos de diversos lugares de São Paulo e regiões do país. Thiago dos Santos, por exemplo, mora na cidade de Barueri, na capital paulista. Após ser acometido pela meningite, perdeu a audição. No entanto, a limitação não o fez desistir de apresentar a mensagem de esperança a outras pessoas. Há 14 anos, Santos realiza um trabalho com os surdos na Igreja Adventista de Barueri. “Tenho como missão ajudar outras pessoas que se encontram na mesma situação que eu. Fico feliz em acompanhar o crescimento, desenvolvimento e interesse da Igreja em apoiar os surdos”, afirma. Hoje, ele trabalha em um restaurante. “Antes, a nossa comunicação não era tão fácil, mas, aos poucos, ensinei libras ao meu supervisor e hoje nos entendemos”, declara. IMAGENS: Nelton Silveira/ Danúbia frança


“Um dos maiores desafios no universo surdo, além da falta de intérpretes, é a escassez de materiais educativos” Projeto educativo Para Marco Arriens, pastor e intérprete internacional, “um dos maiores desafios no universo surdo, além da falta de intérpretes, é a escassez de materiais educativos no segmento.” Foi em meio a essa realidade que o intérprete Elias Fernandes pensou em produzir um livro com conteúdo cristão que contribuísse para o aprendizado dos surdos e incentivasse a população ouvinte a ter acesso às libras de forma lúdica. “Em uma oficina de interpretação percebemos que não havia literatura para surdos e, principalmente, para crianças. Então surgiu a ideia”, afirma Jackeline, esposa de Fernandes. “A iniciativa foi bárbara, porque esse material é como se fosse uma base para trazer um discurso bem maior, além do que a figura mostra. Ainda mais porque, até onde vai meu conhecimento, não tínhamos nada no Brasil de cunho cristão ou

Elias Fernandes e Jackeline são casados e coordenam o ministério dos surdos há mais de dez anos

evangélico para crianças surdas, apenas histórias de bruxas, fadas e contos que não são cristãos e que não levam a criança a lugar algum”, assegura Arriens. Passo a passo

Diversas pessoas colaboraram na produção do material que passou por várias etapas. Após estruturar e redigir o conteúdo, o próximo passo foi reescrevê-lo em Libras. Foi necessário seguir minuciosamente a estrutura gramatical e linguística dos sinais. Esse trabalho teve o apoio de um surdo, Eduardo Rocha, amigo do casal (Elias e Jackeline) que ficou responsável pela revisão em Libras. A elaboração do projeto gráfico teve a participação de Sidney Santos, desenhista. “Foi bem trabalhoso”, reconhece. “Cada sinal foi fotografado, e em seguida tive que desenhar tudo em detalhes”, explica. “Mas a proposta de aliar a imagem da criação com a Libras foi o que mais me entusiasmou, porque me fez pensar como criança e como surdo. Isso foi um grande desafio para desenvolver todo o projeto”, conclui. A contribuição financeira de voluntários foi fundamental para que todo o projeto pudesse ser concretizado. “Em princípio tínhamos um sonho, mas financeiramente ficaria inviável conseguirmos realizá-lo sozinhos. Com o patrocínio de pessoas especiais e instituições isso foi possível”, confirma a assessora do ministério. Um sonho realizado

Elias Júnior, intérprete e colaborador do ministério dos surdos (à esquerda) e Thiago dos Santos (à direita)

Com o apoio da família e dos amigos, Fernandes lançou para a comunidade surda e escolas que trabalham com inclusão um livro religioso que conta a história da criação do mundo. “Há muito tempo pensamos em fazer algo assim. Hoje estamos vivendo a realização de um sonho. A proposta não foi somente produzir, e sim, deixar à disposição essa literatura para que todos tivessem acesso”, comenta o intérprete. Hoje, o ministério dos surdos conta com sete intérpretes na região sul de São Paulo, sendo dois deles aspirantes. Para mais informações sobre esse trabalho, solicitação do livro e orientações sobre acessibilidade de emprego, basta acessar o site www.surdosadventistas.com.br ou entrar em contato com Jackeline pelo telefone (11) 99658-4021. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Fique por dentro

AMOR

restaurador As crises existem para nos provar que Deus é maior que todas as coisas deste mundo A falta de água em nosso país não é quase nada, se comparada com tudo o que está acontecendo no planeta Terra

Neumoel Stina é pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) do Unasp campus São Paulo

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a edição anterior da revista Mais Destaque iniciamos um estudo sobre os profetas menores, expressão aplicada aos 12 últimos livros proféticos do Antigo Testamento. Pudemos estudar um pouco a respeito do profeta Oséias e sobre o pedido de Deus para que se casasse com uma prostituta, que o traiu várias vezes, mesmo após ter lhe dado três filhos. A intenção de Deus era mostrar a Oséias e a Seu povo uma parcela do amor divino. Nesta edição, vamos estudar sobre o segundo livro dos profetas menores, Joel. O Senhor é Deus. Esse é o significado do nome Joel. Na Bíblia, esse livro, escrito provavelmente entre 835 e 800 a.C, trata sobre o amor restaurador ofertado pelo Espírito Santo. Também fala sobre graça e misericórdia, recursos que Deus nos outorga para que vivamos e sejamos salvos. São bênçãos para a nossa preparação para a vida eterna, além de manifestações do amor de Deus por nós. Sem esses dois atributos de Cristo, estaríamos na desgraça. A misericórdia dEle é inesgotável e completamente renovável (Lamentações 3:22-23). 60

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Nos 73 versos do livro de Joel, divididos em três capítulos, o autor relata que a nação de Judá é destruída por uma enxurrada de gafanhotos. Tudo se perde: as plantações de trigo, vinhas, árvores e jardins. Na história, gafanhotos referem-se aos seres humanos. Joel enxerga tudo isso como julgamento sobre o povo por causa de seus pecados. O livro relata dois grandes eventos, o primeiro, os gafanhotos, como já citamos, e o segundo, o derramamento do Espírito Santo. O fato é que o Brasil e o mundo estão em crise. Deus não suporta mais tanta maldade, mas Ele permite que as crises aconteçam para que Seu povo sinta dependência dEle e a necessidade de reavivamento e reforma. As crises acontecem por fatores externos, mas precisamos ter cuidado para que elas não sejam causadas por nós mesmos. Por isso, é hora de abandonar o pecado e voltar-se para Deus. No final do primeiro capítulo de Joel (versos 19 e 20) há um clamor ao Senhor. O capítulo 2 fala da misericórdia de Deus sendo vista como resultado do jejum e da oração. No final desse texto,

há a promessa do derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne. Filhos e filhas profetizam. Velhos sonham e jovens têm visões. É o final do mundo se aproximando. O Espírito Santo é também um dom concedido aos que O recebem para que façam uma obra específica para Deus. A chuva temporã foi representada no dia de Pentecostes. A chuva serôdia será uma manifestação muito maior por ocasião da obra final da pregação do evangelho. O Espírito de Deus é o sinal de redenção, proteção e restauração. O verso 32 declara que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Esse ato pode significar servir ao Senhor com temor, mas também transmite a ideia de proclamar o nome dEle. O capítulo 3 fala da guerra santa, especificamente no verso 9, mas Deus é o dono dela. Há um apelo para quem ainda não se decidiu. E Deus pode recrutar alguns de nós para levar pessoas à decisão. Joel comenta que Deus é refúgio para o Seu povo e fortaleza para os filhos de Israel. Também diz sobre a certeza das necessidades supridas e da existência de abundância de bens. O livro de Joel não poderia terminar de maneira melhor. A terra pode ser devastada ou até mesmo ficar desolada, mas Deus é fortaleza, refúgio e socorro, como diz o Salmo 46:1. A visão final é de um mundo transformado. Faz-nos até imaginar um rio que flui do meio da Nova Jerusalém, além, claro, de nos fazer sonhar com a presença do Deus eterno (3:18-21). Felizmente estamos neste mundo só de passagem. Precisamos viver no amor de Deus, que nos alcança com Sua misericórdia infinita. Devemos deixar o Espírito falar ao nosso coração para mostrar que precisamos decidir o mais rápido possível ao lado de Cristo, pois o tempo de decisão é agora. O momento para praticarmos o reavivamento e a reforma é hoje. Só assim estaremos preparados para um final feliz. Não demore para fazer a escolha certa. E para continuar lhe mostrando quão imenso e sagrado é o amor de Deus por Seus filhos, vamos falar sobre Amós na próxima edição. Até lá! IMAGENS: ISTOCKPHOTO


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Encontro on-line de comunicadores GAiN 2015 é realizado on-line e atinge a América, Europa, Ásia e Oceania Por Mayra Silva

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ntre os dias 11 e 15 de fevereiro deste ano, aconteceu o primeiro Global Adventist Internet Networking (GAiN), ou Rede Adventista Global de Internet, online e gratuito. Sob o lema “conectar, colaborar e mudar”, cada apresentação e tema de discussão foi repetida três vezes em horários variados, a fim de facilitar a participação dos comunicadores que estavam em lugares distintos. O GAiN é uma comunidade de especialistas em tecnologia e comunicadores sociais da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), que se conectam para discutir sobre formas criativas e inovadoras de utilizar as tecnologias dentro do seu trabalho e na vida daqueles que servem. Desde que foi organizado pela Conferência Geral, em 2004, a comunidade se reúne em um fórum anual, que é gerenciado pelo Departamento de Comunicação da denominação em cooperação com as divisões mundiais da Igreja. Neste ano, muitas pessoas estão se preparando financeiramente para participar da Conferência Geral da Igreja Adventista, que vai acontecer em julho, em San Antônio, Texas, “por isso a opção pelo GAiN 2015 on-line neste ano”, explica Rogério Ferraz, gerente de estratégicas digitais da Divisão Sul-Americana (DSA), sede administrativa da IASD para a América do Sul. Ferraz é um dos principais responsáveis pelo GAiN. Por ter sido on-line, o GAiN 2015 foi diferenciado. “O evento obteve alcance maior. Muitas pessoas que normalmen62

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te não teriam condições de estar em uma reunião presencial do GAiN mundial puderam participar da edição on-line. Os GAiNs presenciais alcançam em torno de 150 a 200 participantes. O evento deste ano chegou a mais de 3,9 mil pessoas, que representaram mais de cem países diferentes”, revela Ferraz. “São profissionais e entusiastas que, agora, vão multiplicar as ideias e motivação do GAiN em seus próprios países.” Outro diferencial do GAiN 2015 foi a tradução. “Normalmente, o evento presencial é traduzido somente em inglês. O programa on-line foi disponibilizado, além do inglês, também com tradução simultânea para português, espanhol e francês”, conta Ferraz. O cuidado com os horários também foi tomado. “O GAiN on-line foi adaptado para três horários diferentes, de forma a permitir que pessoas da América, Europa, Ásia e Oceania pudessem participar das discussões”, justifica. O trabalho foi intenso para isso, porém, compensador, por permitir que mais pessoas ao redor do mundo pudessem participar. “Foi um formato inovador e adaptado para atender a uma audiência mundial”, complementa o gerente. Interação

A participação dos comunicadores no GAiN 2015 atingiu as expectativas dos organizadores. Após cada palestra, os participantes enviavam perguntas para discussão. De acordo IMAGENS: Ansel Oliver



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com Ferraz, foram alcançadas quase duas mil interações, além de aproximadamente 1,5 mil tuítes relacionados aos temas da palestra no decorrer do evento. “Comparado com um grande evento de evangelismo, pode parecer pouco, mas pensando em um evento em que se discute tecnologia para pregação do evangelho, com assuntos bastante específicos, técnicos e em nível mundial, isso é muito”, afirma Ferraz. “Afinal, qual foi a última vez que você viu um encontro da Igreja com participação de 3,9 mil pessoas de mais de cem países diferentes?” Há planos de o GAiN on-line acontecer a cada cinco anos, ou seja, quando houver reuniões da Conferência Geral. Entretanto, é uma questão que ainda precisa ser avaliada. A organização do evento ressalta que os eventos presenciais não irão acabar, justificando que o contato pessoal é ainda muito importante, e os eventos on-line vieram apenas como uma iniciativa para ampliar as opções de discussão e contato, mas não para substituir totalmente os encontros presenciais. Resultados do GAiN para a Igreja

Ferraz participa do GAiN desde 2011, tanto em nível mundial quanto naqueles organizados pela DSA e outros desenvolvidos por Uniões no último ano. Segundo ele, em um momento de rápidas transformações no mundo, na mídia e no comportamento das pessoas com relação ao envolvimento com os meios de comunicação, o GAiN tem sido um espaço onde profissionais e entusiastas de diferentes áreas correlatas à comunicação e tecnologia têm se encontrado para discutir como a Igreja pode usar da melhor maneira possível essas novas ferramentas, além de como se adaptar e transformar seus programas para continuar cumprindo o papel de anunciar a volta de Jesus usando os melhores meios possíveis de comunicação. “Em cinco anos, o que posso testificar é que muitos dos melhores e mais inovadores proje64

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tos relacionados à comunicação na Igreja nasceram em alguma roda de conversa em um dos eventos do GAiN. Este tem sido um grande fomentador de ideias e motivação na área de comunicação para todo o mundo”, relata Ferraz. Os encontros do GAiN não servem somente para distribuir informação e boas experiências, mas acima de tudo, eventos como esse são desenvolvidos para motivar ainda mais as pessoas a usarem as ferramentas de tecnologia e comunicação para a pregação do evangelho e mostrar para as pessoas que esses meios são poderosos e podem ser úteis também para a glória de Deus. “Normalmente, em um primeiro momento, por sermos uma Igreja tradicional, podemos enxergar a tecnologia e inovações como perigosas e com temor. Encontros como o GAiN nos ajudam a avaliar e entender melhor essa ferramenta e dão a segurança que a Igreja precisa para entender e usar essas tecnologias à serviço da obra de pregação do evangelho”, frisa Ferraz. Outro aspecto é a questão de unidade. “Eventos como o GAiN promovem a unidade de ação. Sem união não conseguimos ir muito longe quando se trata de internet. Só conseguimos sobreviver em grupo e de forma organizada. Grandes portais e projetos com mais pessoas têm mais chance de sobrevivência. O GAiN permite as pessoas se encontrarem, fazerem planos juntas, conhecerem as ideias da Igreja e se juntarem a elas”, acredita. Com esse pensamento, Ferraz deixa um conselho para os comunicadores de todos os Campos da Igreja. “Para quem participou do GAiN, a mensagem que deixo é que seja um multiplicador. Organize um evento similar em sua União, Associação ou igreja local. Discutir tecnologia e comunicação é importante neste momento. Todos temos que conversar e debater o assunto. Não podemos ficar inertes, pois temos uma grande oportunidade de usarmos essas ferramentas que Deus tem colocado à nossa disposição”, aconselha. IMAGENS: Ansel Oliver



Fique por dentro/ ULB Nos dois estados nordestinos, 650 equipes missionárias pregaram sobre o amor de Deus neste ano

Nova geração de missionários Mais de dez mil jovens experimentaram o milagre da transformação de vidas durante a Missão Calebe na Bahia e em Sergipe Por Heron Santana

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história da Missão Calebe é o triunfo de uma geração de jovens que teve a ousadia de iniciar um movimento revolucionário de evangelização. Do interior da Bahia, quase dez anos atrás, um grupo entendeu que podia fazer mais, bastando, para isso, ter coragem e dedicar submissão ao poder de Deus. O resultado foi o começo de um movimento que, só neste ano, envolveu mais de dez mil jovens da Bahia e de Sergipe na campanha que estimula a troca das férias pelo esforço incomum de evangelização. As experiências vividas pelos jovens comovem e inspiram. E a expectativa é de que, em 2016, quando a Missão Calebe completará dez anos, uma celebração histórica consolidará o movimento como 66

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uma das maiores campanhas de mobilização missionária da história da Igreja Adventista no Brasil. Para fazer valer a meta de salvar do pecado e guiar no serviço, os calebes se submetem ao extremo. No dia 15 de novembro de 2007, o agricultor Messias dos Santos, morador de Maniçoba, povoado de Juazeiro, recebeu, como presente de casamento, uma edição especial da Bíblia com o logotipo da Missão Calebe. A jovem missionária que lhe deu o presente o desafiou a participar da campanha. Não durou muito tempo para o agricultor se envolver com os missionários e passar a liderar equipes de calebes. “A emoção que senti quando vi as pessoas aceitando experimentar uma nova vida com Jesus é IMAGENS: EQUIPE DE COMUNICAÇÃO ULB


Ponto de pregação construído com palha de coqueiros na Vila São Francisco, zona rural de Juazeiro

algo que não dá para descrever”, disse. No município de Juazeiro, a motivação dos calebes espalha os jovens pelas ruas e áreas rurais de uma cidade que soube usar o Rio São Francisco para fortalecer a agricultura de irrigação, base da economia local e sustento de muitas famílias cujos filhos, no período das férias, saem das áreas de cultivo para visitar casas e falar sobre Deus. “Até hoje sonho com a volta de Jesus. Eu sou Calebe e vou até o fim”, afirma Messias. A atuação evangelizadora dos calebes gerou situações improváveis. Em Vila São Francisco, zona rural de Juazeiro, os calebes improvisaram um salão feito com palha de coqueiros para servir como ponto de pregação. “As palhoças são uma alternativa para a evangelização. Acabam sendo bem confortáveis, considerando o clima quente daqui”, disse o produtor rural Raimundo Ivan, de 28 anos, que liderou 15 jovens missionários na localidade. A cada ano, o salão é montado da mesma forma, no mesmo local. Os calebes saíram pregando de casa em casa nessa comunidade rural, onde vivem cerca de 500 famílias. Com o tempo, assistiram a uma transformação radical que só o evangelho pode proporcionar. Um grupo de jovens que vendia drogas na comunidade se dispersou. O único bar que havia fechou, na medida em que os antigos clientes se convertiam à mensagem de Jesus. Passeando pelas casas, o que se observa são famílias ocupadas com afazeres domésticos, enquanto canções de temática cristã ecoam pela casa. Compaixão

As histórias se multiplicam entre as 650 equipes missionárias que saíram para a campanha neste ano, nos dois estados do Nordeste. Na região sul da Bahia, os calebes sentiram o

poder da compaixão ao levar a mensagem do evangelho a uma comunidade entre as cidades de Buerarema, onde vivem, e Itabuna, sede pastoral da Igreja Adventista para os municípios do sul baiano. Em Itabaiana, Sergipe, os calebes atravessaram uma situação de medo, com uma inesperada troca de tiros em frente ao ponto de pregação, que se estendeu durante horas. Os calebes chegaram a deitar no chão do salão onde ocorria o evangelismo para se proteger. O medo provocado pelo tiroteio não esfriou o desejo de continuar evangelizando. Como resultado, 84 pessoas decidiram ser batizadas. “Deus tem levantado uma nova geração de jovens disposta a evangelizar com coragem e compaixão, sentimentos necessários para gerar transformação na vida de muitas pessoas”, disse o pastor Herbert Cleber, líder do Ministério Jovem para Bahia e Sergipe e coordenador da campanha. O pastor Geovani Queiroz, líder da Igreja Adventista para esses dois estados nordestinos, visitou equipes de calebes em várias cidades da região e ficou emocionado com a disposição da juventude. “Sinto que Deus está formando garotos e garotas com disposição para pregar o evangelho e amar a cada dia a volta de Jesus”, disse, durante uma cerimônia de batismo realizada pelos calebes no sul da Bahia.

“Deus tem levantado uma nova geração de jovens disposta a evangelizar com coragem e compaixão” REVISTA MAIS DESTAQUE

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TV Novo Tempo Nova grade de programação estreia em abril com dez novas atrações Por Redação MD

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Novo Tempo é hoje uma das maiores redes de TV cristã do Brasil. A história pioneira, no entanto, começou efetivamente a partir de 1996, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), com o apoio de alguns empresários, resolveu transmitir para o Brasil, via satélite, uma série evangelística feita nos Estados Unidos. Assim nasceu a Novo Tempo, que leva a mensagem do amor de Deus a lugares onde a Igreja não alcança. A iniciativa, que no começo era dirigida apenas para 200 congregações que possuíam antenas, hoje é uma grande rede de comunicação. Através de TV aberta, satélites com disponibilidade gratuita e os canais fechados das operadoras SKY (14), NET (184) e OI (214), a Novo Tempo pode alcançar um número superior a 100 milhões de brasileiros. Por meio de dois satélites (SES-6 e IS-10), a programação do Canal da Esperança também está disponível para as três Américas e parte da Europa e da África, cobrindo países como Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Da mesma base instalada em Jacareí, São Paulo, parte também o sinal da TV Nuevo Tiempo, que distribui programação em espanhol para Chile, Peru, Equador, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e 68

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outros países. Pela internet, os dois canais transmitem esperança para o mundo todo, 24h por dia, sete dias por semana. A TV Novo Tempo é uma emissora que não comercializa seus intervalos e se propõe a contribuir com a sociedade, transformando vidas por meio dos princípios cristãos. Seus programas abrangem a educação em variadas vertentes (familiar, estilo de vida, financeira e espiritual). O telespectador também se mantém informado através do jornalismo sério e que sempre vai além da notícia para mostrar a verdade. Os programas espirituais, fundamentados somente na Bíblia, são pensados para ensinar, orientar e alertar. Desta forma, a Novo Tempo quer alcançar tanto quem entra em contato com a Bíblia pela primeira vez quanto as pessoas que têm dúvidas, as que sofrem e não têm esperança e aquelas que precisam fortalecer a fé. Hoje, com pouco mais de 400 colaboradores, a Rede Novo Tempo é mantida pela IASD e por milhares de doadores, conhecidos como Anjos da Esperança. Com os recursos que recebe, a Novo Tempo investe em tecnologia, mão de obra e novidades, como as que vêm pela frente na nova grade de programação que estreia em abril. IMAGENS: RODRIGO FERNANDES/ ARQUIVO PESSOAL


Da esquerda para a direita: Dérick Souza (TV Novo Tempo), Géssica Souza (TV Novo Tempo), Meire Mezei (Controle de Qualidade), Lúcia Cardoso, em pé (Coordenadora de Programação), Carola Smith, em pé (Coordinadora Centros de Producción), Ana Carolina Santos (TV Nuevo Tiempo), Carola Cayrus (Control de Calidad) e Fábio Fernandes (TV Novo Tempo)

Programação A seguir, confira uma síntese dos novos programas e principais alterações: CONEXÃO JOVEM (ao vivo) – Será apresentado por Bianca Oliveira e Tiago Ramos, segundas e quartas-feiras, às 20h. CONSULTÓRIO DE FAMÍLIA (ao vivo) – Apresentado por Darleide Alves em novo dia: terça-feira, às 21h. ESTÁ ESCRITO (ao vivo) – Apresentado pelo pastor Ivan Saraiva, segundas e quartas-feiras, às 22h. O último programa da semana terá a participação do quarteto Arautos do Rei. FÉ PARA HOJE – Terça-feira, às 23h30, com a apresentação dos pastores Ronaldo de Oliveira e Edson Rosa. O primeiro programa evangélico da TV Brasileira retorna ao ar! HIPERLINKADOS – Sábado, às 23h30. Um papo teológico expositivo que apresenta um novo olhar sobre os temas bíblicos.

Entrevista

IDENTIDADE GERAL – Domingo, às 22h, apresentado pelo jornalista Wagner Cantori.

A Mais Destaque conversou com Lúcia Helena Cardoso, coordenadora de programação da TV Novo Tempo. A entrevista traz um pouco do que essa rede de comunicação faz e ainda fará para o telespectador.

JORNAL DA NOVO TEMPO (ao vivo) – De segunda a quinta-feira, às 19h, apresentado por Élio Moura.

Quais os desafios na coordenação de uma programação brasileira e uma de língua hispana? As produções nos países hispanos precisam atender a diversas culturas, pois falamos para vários países de mesma língua, mas costumes diferentes. Temos também a questão do fuso horário, que normalmente altera duas vezes ao ano. Por exemplo, enquanto na Argentina, Chile e Uruguai são 22h, na Bolívia e Paraguai são 21h, e no Equador e Peru são 20h. Precisamos fazer uma adequação na programação para que todos sejam beneficiados. Como é idealizada a mudança de grade na programação da TV Novo Tempo? Ela tem como base vários critérios, como a audiência medida pelo Ibope, necessidade de se falar com públicos diversificados em idade, classe social e cultura, sugestões do telespectador, estrutura dos estúdios e viabilidade das produções. Quais as novidades em termos de novos programas? O núcleo espiritual foi mais fortalecido, tanto na parte matutina como no horário nobre, à noite. Teremos dez novos programas. Alguns deles, que permanecem na grade, terão seus horários alterados.

MARANATHA – Sexta-feira, às 17h30. As ações voluntárias que ajudam a levar o evangelho a lugares onde o alcance não seria possível de outra forma. MISSÃO 360 – Sexta-feira, às 18h30. Um panorama global da missão adventista com histórias de pessoas que dedicam a vida para servir ao próximo. ORIGENS – Sexta-feira, às 19h30, apresentado e produzido por Mariana Venturi. Documentário especial sobre o mundo natural exibido pela visão criacionista. PAC – Domingo, às 8h30. Programa prático e educativo sobre a Comunicação. PALAVRAS DE ESPERANÇA – Sexta-feira, às 18h. A relação da fé com as principais questões da atualidade. REDAÇÃO NT – Sábado, às 21h. A equipe de jornalismo discute com convidados e jornalistas os assuntos em destaque de cada semana. ALÉM DOS FATOS – Terças e quintas-feiras, às 22h. Será apresentado por Ana Lima, com análise, à luz da Bíblia, do pastor Gilson Brito, sobre fatos e notícias relevantes. CONCERTO DE IDEIAS – Domingo, às 13h30. Apresentado pela jornalista Betina Pinto. A grade completa da programação da TV Novo Tempo pode ser acessada no site novotempo.com/tv e nuevotiempo.org

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mulheres com cristão não de

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14) Por Mayra Silva

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ocê deve conhecer amigas solteiras que estão loucas para casar. Entretanto, existem homens, bem como as mulheres, que também estão nessa fase. Isso é normal, não antiquado, como alguns pregam. A propósito, o próprio Deus afirmou, desde o princípio, que “não é bom que o homem esteja só...” (Gênesis 2:18). Paulo, na primeira carta aos Coríntios, disse o seguinte: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14). Como homem cristão, você não deve andar por onde não encontra Deus e onde o nome dEle não é glorificado, e sim discernir o bem e o mal e ter sabedoria de escolher bem. Isso vale para a pessoa que você escolhe para passar o resto da sua vida. Opte por alguém que compartilhe da sua fé.

Porém não confunda isso com o que Paulo diz às pessoas casadas que se converteram depois do casamento, pois estes podem, através do auxílio de Deus e suas atitudes cristãs, levar sua companheira à salvação. “... Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe (...) a mulher descrente é santificada pelo marido...” (1 Coríntios 7:12-14). Se você é um homem cristão, preste atenção a quem você quer escolher como esposa e, se necessário for, por mais difícil que seja, espere mais um pouco. Se você quiser ler mais assuntos específicos para o público masculino, acesse o site do Homem Cristão, criado especialmente para te ajudar na caminhada diária com Deus: www. homemcristao.com.br. Acompanhe também a página no facebook/homemcristão. Os assuntos discorridos nesses meios são baseados na Bíblia.

Mulheres erradas Você já deve ter ouvido o famoso ditado: “É melhor estar só (ou solteiro) do que mal acompanhado”. É uma frase simples, porém, cheia de verdade. Não deixe que te empurrem para um casamento infeliz. Confira cinco características de mulheres que você deveria evitar ao procurar por uma esposa:

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A incrédula “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14). Perceba! É a Bíblia que diz isso. Beleza não põe mesa, mas abre apetite. Porém, você sabe o que é certo. Priorize a beleza que vem de dentro para fora. Não risque a mulher bonita da sua lista. Risque aquela que não é uma cristã regenerada. Você não é bobo e entendeu o recado.

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IMAGENS: ISTOCKPHOTO


m quem o homem eve se casar 2

A caloteira Alguns casais dizem que as mulheres gastam mais do que os homens. Pode ser que em determinados relacionamentos seja o oposto. Tome cuidado. Às vezes as pessoas gastam mais do que ganham. É bom pedir sabedoria divina. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos” (Salmos 32:8). Um dos problemas inseridos nessa questão é o de comprar e não pagar. Quem age assim pode não cumprir os compromissos com o cônjuge no relacionamento.

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A mentirosa Escolha uma mulher verdadeira, que conte sempre a verdade. “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite” (Provérbios 12:22). Dizem que quem mente muito, um dia acaba acreditando na própria falácia. Um relacionamento baseado em mentiras, aos poucos, será destruído. E muito melhor a tristeza de uma verdade do que a felicidade de uma mentira. E a verdade deve sempre prevalecer, não importa a situação ou as consequências.

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A encrenqueira A mulher que gosta de encrenca automaticamente gosta de “armar um barraco”, termo mais conhecido como barraqueira. Deus não se agrada de contendas. Tenho certeza de que você, como um homem cristão, não gostaria de ser envergonhado pela sua namorada/esposa. Então, fuja dessas. “A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que o envergonha é como podridão nos seus ossos” (Provérbios 12:4).

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A preguiçosa Se a mulher não gosta de trabalhar, provavelmente não fará as atividades do lar quando se casar. Existem mulheres que ficam em casa, cuidando do lar e dos filhos enquanto o homem trabalha. Isso não é errado, mas existem aquelas que, além de os maridos trabalharem, ficam em casa o dia inteiro sem fazer nada útil. Se a mulher não trabalha fora, deve ter o hábito de manter o lar organizado. Isso também vale para as que estão no mercado de trabalho, quando não têm uma empregada doméstica.

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Fique por dentro/ APlaC

Concílio Ministerial Evento evidencia crescimento saudável da Igreja Adventista em Brasília Por Liane Prestes

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grupo de pastores da Associação Planalto Central (APlaC) participou do primeiro Concílio Ministerial de 2015, realizado no Centro de Treinamento e Recreação (Catre), Distrito Federal, entre os dias 27 e 31 janeiro. Líderes de departamento, distritais, auxiliares e capelães dedicaram alguns dias à oração e ao estudo da Bíblia e de temas relacionados ao crescimento da Igreja. Para essa ocasião foi convidado o pastor Joseph Kidder, professor do Seminário Teológico Adventista na Universidade Andrews. Há dez anos ele leciona nas áreas de Crescimento Espiritual, Crescimento da Igreja, Evangelismo e Liderança na instituição. O grupo foi inspirado não só pelo conhecimento teológico ou leitura dos livros publicados por Kidder. A experiência de vida do pastor e como ele conheceu a Igreja Adventista no Iraque, região onde ser cristão é um risco de vida, inspirou e renovou o envolvimento na Missão de todo o grupo ministerial.

Líderes de departamento, distritais, auxiliares e capelães dedicaram alguns dias ao estudo da Bíblia

Pastor Joseph Kidder é autor do livro “Adoração Autêntica”, impresso pela Casa Publicadora Brasileira (CPB)

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Família Ministerial: APlaC possui hoje 26,8 mil membros, 250 igrejas, 48 distritos e 70 pastores

De acordo com o secretário ministerial da APlaC, pastor Osni Sales, o Concílio permitiu oferecer aos pastores um momento de integração entre toda a equipe, além de preparo e direcionamento. Foram trabalhadas as três ênfases da Igreja Adventista (Comunhão, Relacionamento e Missão), bem como o projeto “Ser Igreja é ser Amigo”. “Esse momento foi muito importante para unificar ideias, planos e partir para a ação. Estamos muito felizes e confiantes para um novo ano de atividades”, compartilha Sales. Neste ano, os líderes do departamento de educação e as famílias dos pastores se uniram ao grupo durante o sábado para um dia de atividades. Para Kleber Castro, pastor do distrito de Planaltina Sul, esse momento com a família despertou o sentimento de valorização e união. “Estar um dia em família faz com que sintamos a valorização do nosso lar. Foi levado em conta um momento com aqueles que compartilham as vitórias e desafios do nosso ministério”, diz Castro. Outro encontro será realizado no início do segundo semestre.

O Concílio permitiu oferecer aos pastores um momento de integração entre toda a equipe, além de preparo e direcionamento IMAGENS: COMUNICAÇÃO APLAC


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Fique por dentro/ UCOB

Perspectiva da biblioteca do IABC feita pelo arquiteto André Veneziano

IABC, sempre crescendo Construção da biblioteca e capela feminina são novidades para 2015 Por Deborah Lessa

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no após ano, o Instituto Adventista Brasil Central (IABC) se destaca pelo seu crescimento em diversos aspectos. O colégio, localizado em Abadiânia, Goiás, tem, a cada ano, superado o número de matrículas, um reflexo do compromisso da instituição com a educação e o desenvolvimento dos adolescentes e jovens que ali vivem. Alguns alunos que ainda não estudam no IABC expressam, por meio de mensagens no site do colégio, a vontade de que esse dia chegue. “Não vejo a hora de estudar aí“, escreve Marcos Vinícius. “Já está decidido, meu Ensino Médio será no IABC”, afirma Abigail. Em 2015, a primeira semana de aulas contou com 631 alunos no total. Reformas e construções também têm deixado o ambiente ainda mais bonito e adequado para se viver. Nos últimos anos, o colégio investiu em estrutura física, planejamento pedagógico, atividades e eventos para proporcionar aos seus alunos um desenvolvimento em todos os aspectos. O primeiro projeto foi a reforma das salas de aula, depois veio a reforma do auditório e do refeitório. Em seguida, foram construídas a igreja, a praça com anfiteatro, administração, portaria e outros locais. 74

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Construções inspiradas As construções do IABC seguem uma linha moderna e contemporânea. As duas principais construções a serem desenvolvidas neste ano são a biblioteca e a capela feminina. O arquiteto André Veneziano, responsável pelos trabalhos arquitetônicos do colégio, explica que, apesar de o projeto da biblioteca não ser tão grande, ele parece enorme porque é impactante. Ela será construída em um bosque entre o prédio escolar e o refeitório. Do lado de fora, a biblioteca terá varandas com espreguiçadeiras, que proporcionarão um ambiente muito agradável para leitura. “Essas varandas serão espaços de leitura próximas ao espelho d’água. Este, por sua vez, deixará mais fresca e úmida a região, que é um pouco seca”, explica Veneziano. O arquiteto conta que a inspiração para o projeto da biblioteca veio em um sábado à noite. “Em um momento eu tive a imagem do projeto na cabeça e, então, fiz uma perspectiva. Foi muito impactante”, lembra. Maravilhado com o que havia acontecido, ele não teve dúvidas de que Deus havia conduzido aquele momento. “Foi inspiração divina mesmo“, assegura. IMAGENS: ANDRÉ VENEZIANO


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Fique por dentro/ UCOB

Capela feminina é um dos projetos do IABC para este ano

O desenvolvimento espiritual dos alunos é uma das preocupações do IABC. E, por isso, diversos investimentos são feitos nessa área. Por enquanto, as meninas se reúnem na antiga capela, mas o espaço já está pequeno para a quantidade de alunas. O novo local terá espaço para 280 pessoas. “É uma arquitetura que segue a linha moderna que o colégio possui. Ela tem um segmento parecido com o da igreja do IABC porque a gente gosta de trabalhar com o auditório perfeito, que é o formato em cunha. Esse tipo é muito melhor para dissipar o som, para visualizar o centro e para a reverência”, explica Veneziano. Ao falar sobre todos os projetos realizados na instituição, o arquiteto sorri e demonstra carinho em suas palavras. “O IABC é uma grande alegria”, diz. “Eu chego no colégio hoje e é um dos trabalhos que tenho mais orgulho de ter participado. Foi uma honra ter feito parte da revitalização dele. Não ter-

minamos ainda, mas cada projeto agora vai sair de todo esse caminho que trilhamos, de cuidado, carinho. Realmente, sei o que projetei e o que a gente imaginou, mas quando chego ao IABC, meu queixo cai”, revela o arquiteto. 30 anos de IABC

Neste ano, o colégio completa 30 anos de existência. E a data da grande comemoração já está marcada: 24 de outubro. O orador convidado é o pastor Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) para oito países da América do Sul. A programação terá vários momentos especiais, inclusive o lançamento do DVD do Coral Jovem do IABC e a inauguração da nova biblioteca. Certamente, 2015 será marcante. “Este vai ser o melhor ano da história”, anseia o diretor Wesley Zukowski.

Neste ano, o colégio completa 30 anos de existência. E a data da grande comemoração já está marcada: 24 de outubro

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IMAGENS: ANDRÉ VENEZIANO


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Fique por dentro

Preste

atenção! Cuidados devem ser tomados antes da ingestão de água Por Mayra Silva

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eservatórios de água continuam em estado de alerta. A crise hídrica assola várias localidades de um grande centro comercial: o estado de São Paulo. Com a falta de chuva, as reservas de água estão secando, e a população se desespera. Algumas pessoas se preocupam com

a falta de água, contribuindo com a economia dela. Outras nem tanto. Escolas, organizações, veículos de comunicação e outros meios tentam incentivar a população sobre o assunto, inclusive para que os consumidores criem seus próprios reservatórios de água, a fim de não “passarem aperto” com a escassez.

Algumas pessoas ainda se preocupam com a falta de água, contribuindo com a economia dela

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IMAGENS: ISTOCKPHOTO


CUIDADOS COM A ÁGUA A crise pode levar os consumidores a utilizarem água de origem desconhecida, poços desativados ou recipientes improvisados sem limpeza adequada. Portanto, uma atenção especial deve ser prestada. Confira cinco formas de prevenir doenças provenientes da água:

Vede completamente qualquer reservatório utilizado para armazenar água

Lave os alimentos com água potável

PROBLEMAS DE SAÚDE Confira cinco problemas de saúde que os consumidores podem adquirir se a água não estiver limpa: Leptospirose Doença que afeta o ser humano e os animais, transmitida pela água e alimentos contaminados pela urina de animais, principalmente o rato. Os sintomas podem ser vários, mas algumas pessoas não apresentam nenhum. Entre eles estão: febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor muscular, vômito, olhos e pele amarelados e diarreia. O não tratamento pode gerar danos nos rins, problemas respiratórios e meningite.

Observe a coloração da água. Se apresentar diferenças, evite o consumo

Não ingira água de fontes duvidosas (rios, bicas, poços)

Consuma a água de uma garrafa de mão, já aberta, em até duas semanas

Dengue O Aedes Aegypti é o mosquito transmissor dessa doença. Ele gosta de água limpa e parada. Portanto, não deixe água acumular, pois a dengue é uma doença que pode matar. Seus principais sintomas são febre alta, dor de cabeça e atrás dos olhos. Como você deve saber, a melhor forma de evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, como latas, embalagens, tampinhas de refrigerante, pneus, tambores, caixa d’água etc. Cólera É transmitida, também, pela água contaminada. Todas as pessoas são aptas à cólera, mas os sintomas nem sempre são perceptíveis. Quando o caso da doença é sintomático, há manifestação de diarreia, náuseas e vômitos. Nas crianças, os sintomas são iguais aos dos adultos, mas elas são mais suscetíveis à hipoglicemia (falta de açúcar no sangue), devido à perda de líquidos pelo corpo.

Hepatite A Diarreia infecciosa Inflamação no fígado causada por vários tipos de vírus. A doença pode ser transmitida por água e alimentos contaminados por fezes. Os sintomas são semelhantes ao da gripe, como mal-estar, vômitos e náuseas. Pode haver coloração amarelada da pele, causada pelo depósito de uma substância produzida pelo fígado. Por isso a pessoa contaminada deve ficar em repouso e seguir orientações médicas.

Pode ser provocada por micróbios de água contaminada. O infectado vai muitas vezes ao banheiro e as fezes saem líquidas ou muito moles. Geralmente a diarreia leve acaba sozinha, mas é preciso beber bastante líquido para evitar a desidratação. Esta, por sua vez, acomete mais crianças e idosos. Sais de reidratação oral ou soro caseiro servem como reagentes contra a desidratação.

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Fique por dentro Assembleia ocorrida em 2010 na cidade de Atlanta, Estados Unidos, chegou a reunir mais de 60 mil pessoas em alguns cultos

Conferência Geral Assembleia adventista vai nomear líderes mundiais em julho Por Felipe Lemos

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60ª sessão da Conferência Geral da Igreja Adventista, marcada para o início de julho deste ano, será uma grande celebração mundial da organização com os quase 18 milhões de membros no mundo. Em 2015, as reuniões e cultos acontecerão na cidade de San Antonio, Texas, nos Estados Unidos. Será o momento para diferentes debates, com o objetivo de definir aspectos administrativos, apresentar relatórios das atividades dos últimos cinco anos das 13 Divisões e dois territórios (União do Oriente Médio e Norte da África e o Campo de Israel, que estão ligados diretamente à sede mundial adventista e não a uma Divisão) que compõem a Associação Geral da Igreja, entre outras atividades. Mas será momento, também, da nomeação da liderança mundial adventista. O encontro ocorre a cada cinco anos. O pastor Magdiel Perez, secretário executivo da sede sulamericana da Igreja Adventista, informa que quem escolhe os líderes mundiais e os sul-americanos (no caso local) são os delegados oficialmente votados. A Divisão Sul-Americana (DSA), com pouco mais de 2,2 milhões membros, terá neste ano 259 delegados divididos da seguinte forma: 25% deles são membros leigos, ou seja, que não são pastores e nem obreiros assalariados, 25% são administradores (presidentes, tesoureiros e secretários) das associações e missões adventistas 80

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(conhecidas como Campos) e o restante (50%) são pastores distritais, professores e administradores de uniões, instituições ligadas à Divisão e da própria DSA. Juntamente com os delegados das outras divisões, eles devem somar em torno de 2,6 mil pessoas com direito a voto na aprovação ou rejeição de planos quinquenais da denominação, alterações no Manual da Igreja, entre outras atividades estratégicas. Nomeações

Desses mais de dois mil delegados do mundo, aproximadamente 200 formarão a chamada Comissão de Nomeações (em que não entram os detentores dos cargos elegíveis) que efetivamente escolherá os administradores adventistas mundiais e das divisões, inclusive os da América do Sul. Os delegados de cada divisão são responsáveis por escolher o grupo de departamentais ou diretores de departamentos. Na prática, um departamental é um auxiliar direto da administração para determinadas áreas. Perez diz que a cada cinco anos são escolhidos diferentes grupos de delegados com direito a voto e intenção. Nesse grupo deve haver representatividade de jovens, mulheres, idosos e pessoas de diferentes áreas de atuação e regiões. IMAGENS: COMUNICAÇÃO DSA



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Dia do amigo Ter menos de quatro amigos aumenta chance de obter problemas cardíacos Por Mayra Silva

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quase impossível viver sem amigos. Dizem que quanto mais você tem, mais é feliz. Se está pensando que não tem nenhum, tenha certeza de que pelo menos um amigo compõe sua lista de amizade, o parceiro mais fantástico que alguém pode ter: Deus, Aquele que é seu amigo mesmo quando você é inimigo dEle. “O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão” (Provérbios 18:24). Você sabia que o calor da verdadeira amizade contribui na redução de sérios riscos à saúde (doenças físicas e psíquicas)? Aliás, nesta vida, é extremamente importante que as pessoas tenham relacionamentos, algo que não deve ser deixado de lado, mesmo diante de todo entretenimento, consumismo e capitalismo que nos rodeiam e, principalmente, a tantas redes sociais as quais estamos inscritos, em que as pessoas estão curtindo mais as amizades virtuais em vez de compartilharem momentos pessoais com os amigos. Há algum tempo, cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, realizaram um estudo sobre saúde humana e concluíram que o fator que mais influencia na saúde das pessoas são as amizades. Outros pesquisadores da Universidade de Duke, também dos Estados Unidos, concluíram que é necessário ter, ao menos, quatro amigos. Menos que isso, a possibilidade de obter algum problema cardíaco é maior. Os 82

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relacionamentos virtuais não são suficientes para reduzir esse risco. A amizade faz mais sentido quando desenvolvida por contatos pessoais. Dia do amigo

Neste ano, o Dia do Amigo será comemorado em 18 de abril. Esta data cairá num sábado. Que tal aproveitar a data para festejar o santo dia do Senhor entre amigos? Ou então, por que não convidar alguns amigos, adventistas ou não, para iniciar o sábado com você, logo no pôr do sol da sexta-feira? A propósito, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) está promovendo, de forma cada vez mais intensa, o envolvimento de amigos nos Pequenos Grupos, que são reuniões semanais realizadas na casa de membros adventistas, onde as pessoas têm a oportunidade de estudar a Bíblia, discutir temas distintos, contar testemunhos, fazer pedidos de oração e agradecimentos, além de interagir com os outros membros. É também um meio para fazer mais amizades. No ano passado, um dos focos da IASD foi o relacionamento entre os membros, especialmente nos Pequenos Grupos. Portanto, fique por dentro dessas reuniões e aproveite para fazer mais amigos, interagindo com aqueles que já fazem parte desses grupos e motivando os que ainda não participam. IMAGENS: ISTOCKPHOTO



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Leucemia

infantojuvenil Câncer atinge crianças por falta de informações e medo de diagnósticos Por Mayra Silva

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fim de alertar os pais sobre o câncer infantil, no dia 31 de maio acontece a maior campanha de conscientização de câncer infantil da América do Sul, através de Desbravadores e Aventureiros, que distribuirão panfletos informativos sobre essa doença. As entregas serão feitas, especialmente, nos lares onde moram crianças e adolescentes. O tipo de câncer mais comum para essa faixa etária é a leucemia. Segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a taxa de sobrevida em cinco anos para a Leucemia Linfóide Aguda tem aumentado muito ao longo do tempo e, atualmente, está em patamares de mais de 80% dos pacientes. Ainda segundo a Abrale, “estatísticas de sobrevida podem ser úteis como um guia geral, mas elas não representam com precisão o prognóstico da criança. Somente o médico poderá explicar se esses números se aplicam, já que está familiarizado com os aspectos da doença e respostas ao tratamento”. A assessoria de comunicação da Abrale disponibilizou dados de uma pesquisa à revista Mais Destaque sobre leucemia em crianças. Segundo informações do Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (Graac), a leucemia é o tipo de câncer mais comum em crianças, atingindo 33% dos casos. A maioria das vítimas chega ao hospital para verificar os sintomas quando a doença já está em estado avançado. Sendo assim, as chances de cura são bem menores. Os três principais motivos que impedem as pessoas de procurar um centro especializado são: desinformação dos pais, medo do diagnóstico e, até mesmo, desinformação dos médicos. Para um diagnóstico seguro e rápido, é extremamente importante ter conhecimento acerca do câncer. Caso a criança seja diagnosticada com a doença, precisa recorrer rapidamente aos tratamentos, sem postergações. Existe cura

Quando tinha 10 anos de idade, Fábio Varricchio estava passando suas férias escolares na casa de um tio, dias em que começou a sentir dores no tornozelo. Ele teve que engessar praticamente todas as juntas do corpo, uma vez que as dores apareciam em locais diferentes. “Fiquei com os pés, joelho e braço engessados. Com o passar do tempo, fiquei cada vez mais fraco”, lamenta. Após três meses de sofrimento, a avó de Varricchio conseguiu agendar uma consulta no posto de saúde da cidade.

A leucemia é o tipo de câncer mais comum em crianças, atingindo 33% dos casos Até então, ele já havia feito vários exames, mas nenhum diagnóstico foi levantado. O menino foi encaminhado para outro hospital, onde realizou novos exames e, após várias suspeitas, foi diagnosticado com leucemia. “Naquele momento parecia que tudo tinha acabado e que minha vida seria encurtada. Enxerguei nos olhos dos meus pais um sentimento de dor que nunca saiu da minha cabeça”, recorda. Após o diagnóstico, Varricchio foi encaminhado com urgência para um instituto de tratamento de câncer infantil. Lá, ele fez tratamento durante três anos, realizando seções de quimioterapia e radioterapia, além de tomar outros remédios durante esse período. “O tratamento era intenso no início, com várias internações e retornos diários ao hospital. Com o passar do tempo, os medicamentos e consultas tiveram um espaço maior entre eles, até obter alta definitiva”, complementa Varricchio. Apesar dos desafios e complicações geradas pela leucemia, a doença tem cura. “Fui curado, graças a Deus, e hoje posso dizer que sou um milagre. Faço acompanhamento anual para avaliação. Por procedimento, isso ocorre por 20 anos”, conta Varricchio. “Deus deu forças a mim e à minha família para suportar tudo, pois não foi fácil. Vi várias pessoas morrendo ao meu lado, mas Deus sempre nos honrou”, agradece o rapaz, que hoje tem 33 anos de idade, é casado e tem um filho.

A maioria das vítimas chega ao hospital para verificar os sintomas quando a doença já está em estado avançado

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Fique por dentro 9 Tipos de câncer infantil A criança, juvenil ou adolescente pode ser vítima de alguns tipos principais de câncer. Conheça um pouco sobre cada um deles. As informações a seguir foram fornecidas pelo Hospital de Câncer Infantojuvenil de Barretos, São Paulo.

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Leucemias

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Tumores do sistema nervoso central Eles representam próximo de 20% dos cânceres infantis. Podem causar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva ou dupla, tontura e dificuldade para caminhar ou manipular objetos. Os diagnósticos desses tumores são realizados durante a cirurgia, e as imagens com Ressonância Magnética podem sugerir os diferentes tipos de tumores que atingem o Sistema Nervoso Central.

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Linfoma não Hodgkin

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Neuroblastoma

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É o câncer mais comum na infância, caracterizado pela produção excessiva de células brancas anormais, aglomerando a medula óssea e impedindo que as células normais sejam produzidas. Isso provoca infecções, palidez, sangramentos, dor nos ossos e articulações, fadiga, fraqueza, febre e perda de peso. O índice de cura das leucemias é de até 90%.

Ele pode estar presente em qualquer parte do corpo, principalmente no tórax e abdome. Quando atinge a barriga, pode causar parada de evacuações e dores no local. Quando o linfoma é no tórax, pode causar tosse ou falta de ar. Os índices de cura são de 80%, desde que diagnosticados precocemente.

Na maioria dos casos, ocorre em crianças menores de 10 anos ou que ainda mamam. Esse tumor pode iniciar em qualquer parte do corpo, mas é geralmente na barriga (abdômen), tórax e pescoço, perto da coluna vertebral. O local atingido pode inchar, com possibilidades de dores ósseas e febre. Se a barriga da criança aumentar e não melhorar, procure um médico para avaliação. Os tumores que crescem próximos da coluna vertebral podem causar fraqueza nas pernas, dor e perda do controle da eliminação de fezes e urina.

Tumor de wilms Inicia em um, ou raramente, ambos os rins, manifestando-se como uma massa no abdômen, geralmente palpado pelas mães na hora do banho. Mais frequentemente encontrado em crianças de 3 e 4 anos de idade. Pode mostrar-se como um inchaço ou caroço na barriga (abdômen). A criança pode apresentar sangue na urina, dores abdominais e pressão alta. O exame mais indicado para o diagnóstico é o ultrassom. A cura está estimada em torno de 90% dos casos.

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Sarcomas de partes moles

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Tumores ósseos

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São tumores que podem ocorrer em músculos, gorduras e articulações. Afetam crianças, adolescentes e adultos. Há aumento progressivo e inchaço no local do tumor, dores e a pele pode ficar vermelha. Os sarcomas podem ocorrer na cabeça, pescoço, área genital, braços e pernas. Em adolescentes, pode aparecer na região dos testículos. O tratamento é feito, em geral, com cirurgia e quimioterapia.

Mais frequentes em adolescentes. Quase sempre a criança diz que teve uma batida, responsável por uma dor que não vai embora. O local mais comum é acima ou abaixo do joelho. A pele pode ficar vermelha e quente. Quando o tumor cresce, há inchaço no local. Podem ser confundidos com infecções ou dores de crescimento. Deve-se consultar um ortopedista com experiência em câncer para fazer Raio X do local. Retinoblastoma É diagnosticado através do chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Acontece em crianças antes dos 3 anos de idade. O diagnóstico pode ser feito desde recém-nascido. Alguns retinoblastomas são hereditários, por isso, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde que nascem, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível. Linfoma de Hodgkin É um tumor nos gânglios e baço, mais frequente em adolescentes. A maioria dos casos começa com ínguas, que vão crescendo. A criança pode apresentar febre prolongada e perda de peso. O diagnóstico é feito através da biópsia de um gânglio que aumentou de tamanho. O tratamento é feito com quimioterapia e radioterapia. Atualmente, em cada 100 crianças tratadas, 85 ficam completamente curadas.

curiosidade As leucemias que atingem crianças são diferentes das que vitimam adultos. Apesar de serem mais frágeis, os pequenos respondem melhor ao tratamento de quimioterapia. Entretanto, as crianças que se submetem a esses tratamentos podem ter efeitos colaterais a longo prazo, por isso, precisam fazer um acompanhamento médico pelo resto de suas vidas, tomando os devidos cuidados.



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Unasp em festa Líderes da Educação Adventista Mundial celebram centenário da instituição Por Rosemeire Braga

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omo parte das comemorações dos 100 anos do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus São Paulo, o departamento mundial da Educação da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD) esteve presente na instituição entre os dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro. A líder mundial da Educação Adventista, Lisa Beardsley-Hardy, foi a oradora do culto, na sexta-feira, 30, na Igreja do Unasp. Ao relembrar a história da fundação da instituição, Lisa destacou a maneira como Deus tem guiado o Unasp durante esses 100 anos de história. “Das 113 instituições adventistas de ensino superior ao redor do mundo, esta universidade se tornou a maior do sistema da denominação. Esta instituição é vibrante. Seus egressos estão servindo e testemunhando a pessoas em todo o mundo”, disse. Durante a programação, houve uma reflexão sobre o texto bíblico de 1 Samuel 7:12. Ao recordar a maneira como Deus guiou o povo de Israel e como guia seu povo hoje, Lisa enfatizou que o momento foi apropriado para meditar e dizer: “até aqui nos ajudou o Senhor”. Para a líder de Educação, o 88

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centenário é o momento para pensar no propósito e na missão para a qual o Unasp foi criado. “É a ocasião para dedicarmos nossa vida para a grande comissão, de diferentes maneiras, através do ensino, pregação, cura e comunicação do evangelho amoroso de um Deus redentor”, destacou. No sábado de manhã, Ella Simmons, vice-presidente mundial da Igreja Adventista, falou sobre a importância da comemoração. “Todos nós temos razões para comemorar um aniversário e estamos celebrando os 100 anos desta instituição com grande alegria. O aniversário é de vocês, mas viemos aqui celebrar a Cristo”, frisou Ella. A líder reforçou que a festa seria mais linda se estivesse sendo comemorada no céu, mas acrescentou que o centenário do Unasp é uma prova de que Deus é fiel com o Unasp. “Temos muitas batalhas neste mundo, mas a nossa instituição não está cambaleando. Está crescendo e florescendo devido às bênçãos de Deus”, considerou. Ao deixar uma mensagem aos unaspenses, como são chamados os estudantes da instituição, ela diz: “Lembrem-se de quem vocês são e a quem pertencem. Sejam fiéis a Deus em IMAGENS: Wilson Azevedo


Não importa se estamos ensinando história ou biologia, Deus é o nosso professor tudo, em cada bênção e em cada desafio. E lembrem-se de que tudo vem de Deus. É Ele quem outorga cada uma de nossas bênçãos. Cristo pode e vai fazer muito em nós e através de nós para o mundo”, conclui. Ex-alunos fizeram parte do público que assistiu ao programa comemorativo. São pessoas que um dia passaram pela instituição como estudantes e hoje estão de volta no papel de funcionários, como a professora Eliete Carvalho. Ela foi aluna do Unasp entre 1998 e 2000 e se alegra por comemorar a festa centenária. Ao refletir sobre o impacto que o ensino oferecido no Unasp causa na vida das pessoas, ela lembra de muitos que tiveram suas vidas transformadas. “A escola é uma fonte de pessoas renovadas e de sonhos realizados. Um lugar de gente convertida que está indo para a eternidade por causa da escola. Estou feliz e me sinto muito privilegiada por estar aqui e participar da comemoração de 100 anos dessa experiência”, afirma. O diretor associado mundial de Educação da IASD, John Wesley Taylor, também participou das celebrações. Ao falar sobre o destaque da Educação Adventista, ele diz que o diferencial está baseado na citação bíblica de Isaías 54:3 “E todos os filhos serão ensinados por Jeová e grande será a paz de teus filhos”. “Esse verso diz que será ensinado por Jeová e não somente acerca de Jeová, o que mostra que Deus é o mestre. Esse é o fundamento da Educação Adventista. Não importa se estamos ensinando história, biologia, matemática ou tecnologia, Deus é o nosso professor”. Segundo Taylor, a Educação Adventista preza pelo desenvolvimento completo do ser humano, e o servir faz parte disso. “Toda carreira, escola e matéria devem estar em harmonia com elementos de serviço, porque se não envolvermos isso como parte do que é ser educativo, teremos formado pessoas que saem com conhecimento, mas não têm coração nem compromisso com o serviço”, frisa. Luiz Schultz, que também é diretor associado da Educação Adventista para o mundo, concorda com Taylor e afirma que o papel de uma instituição centenária, como o Unasp, é servir, assim como Jesus Cristo, que veio ao mundo e serviu ao próximo. “Esse papel tem maior responsabilidade. Pelos anos de experiência acumulada, toda instituição centenária deve mostrar Cristo Jesus através de cada um dos membros da comunidade educativa”. Quanto ao significado do slogan do Unasp, “Muito Além do Ensino”, Schultz declara que esse é um resumo da filosofia do Ensino Adventista, uma educação que transcende a sala de aula. “Integral e completa. É assim que a Educação Adventista quer brindar a cada um dos seus alunos”, finaliza.

Lisa Beardsley-Hardy e seu marido Frank W. Hardy

Lisa é líder mundial da Educação Adventista e foi a oradora do evento comemorativo

Ella Simmons, vice-presidente mundial da Igreja Adventista, é traduzida pelo professor Milton Torres durante oração

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Fique por dentro/ Empreendedores

Não T

O desânimo às vezes vem à tona, mas você pode superá-lo Por Mayra Silva

desanime!

odo trabalhador tem seu dia de desmotivação. Pode ser que o empreendedor passe por mais momentos assim do que quem trabalha como funcionário. Como foi mencionado na matéria da edição passada, empreendedor não tem chefe, e sim clientes. Estes, por sua vez, às vezes desanimam o dono do negócio através das críticas que fazem. Elas são válidas, pois contribuem para o crescimento e aprimoramento das atividades da empresa. Entretanto, é um requisito fatal para gerar desânimo no empreendedor. Não desanime, pois isso é nocivo para o fechamento do seu negócio. Estar motivado é algo que todos lutam, e quando essa ação está em baixa na sua vida, é preciso tomar uma dose de ânimo e revigorar-se. É necessário ficar animado com a tarefa que está desenvolvendo, principalmente quando elas são

3 verdades

complexas. Não seja preguiçoso para isso. Seja como as formigas, que mesmo sendo fracas, preparam a sua comida no verão para que não falte mantimento no inverno. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio” (Provérbios 6:6). Uma vez que você não atinge o objetivo proposto para a empresa, automaticamente o desânimo e a preguiça baterão nas portas do seu empreendimento. Daniel Pink, mais conhecido como Dan Pink, é autor de cinco livros, incluindo três best-sellers de longa duração do The New York Times. Suas obras foram traduzidas para mais de 30 idiomas e já venderam mais de dois milhões de cópias em todo o mundo. Pink escreveu um livro sobre motivação, o best-seller “Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us”, que aborda verdades surpreendentes sobre o que motiva as pessoas.

Em uma de suas pesquisas, Dan Pink encontrou três elementos que ajudam as pessoas a se manterem motivadas. Veja: 1. Autonomia Significa que as pessoas não gostam daquilo que são impostas a fazer, pois quando se sentem pressionadas, podem fugir. Segundo Pink, a falta de autonomia não produz engajamento no trabalho.

2. Maestria Alguns games geram ranking, níveis e pontos para mostrar seu crescimento no jogo. No trabalho deve ser diferente. Pode haver cansaço em vez de qualidade. É como se estressar para atingir um nível.

Pode ser que você tenha criado metas grandes para sua empresa. Mas quando elas são pequenas, porém prioritárias e realmente significativas, as chances de atingi-las são maiores e com mais sucesso. As metas são outras razões pelas quais os empreendedores podem frustrar-se ou desanimarem com o andamento 90

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3. Propósito Ser religioso, patriota ou leal, para alguns, parece ser apenas obrigações. Dan Pink assegura que não, pois isso dá propósito à vida. Tais características fazem diferença no local de trabalho e em ambientes externos.

de sua empresa. Metas sólidas e simples ajudam o empreendedor a alcançá-las com mais facilidade e menos desgaste. Consequentemente, o ânimo aflora e a vontade de continuar desempenhando os trabalhos é maior. As pequenas conquistas resultam em grandes vitórias. Portanto, tenha ânimo para alcançá-las! IMAGENS: ISTOCKPHOTO



Conta corrente

Faça a escolha certa Antes de fazer alguma compra, questione-se: “Eu preciso mesmo disso?”

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o falar em finanças pessoais, podemos separar as pessoas em grupos: devedores e poupadores, imediatistas e previdentes, consumistas e não consumistas, entre outros. Infelizmente, a maioria das pessoas pesa no lado negativo dessas balanças. Diante dessa diversidade de gestores, um fator que consideramos um grande problema tem sido observado como prática na vida das pessoas. Referimos ao fato de que no início deste século, as pessoas perderam o grande álibi para sua desorganização financeira, que era a inflação alta. Essa era uma desculpa para dizer que não dava para planejar, fazer orçamento ou controlar gastos. Para piorar, isso ocorre paralelamente a uma revolução tecnológica impressionante. Diante de tanta informação, acesso fácil a computadores, celulares com acesso à internet e aplicativos, podemos dizer que nunca foi tão fácil organizar-se financeiramente. Por outro lado, podemos afirmar que nunca foi tão fácil enlouquecer com tantas novidades. É nesse momento que precisamos ter a consciência diante dessa economia agitada, de tantas ofertas.

Nunca foi tão fácil enlouquecer com tantas novidades

É preciso agir de forma equilibrada. A ausência desse equilíbrio traz algumas perguntas. Por que tomamos tantas decisões erradas? Por que sentimos culpa pelo que fizemos e/ou deixamos de fazer? Por que agimos com emoção quando deveríamos agir com a razão? Temos que conhecer alguns fatores que influenciarão grandemente nossas decisões e escolhas. Como estamos decidindo a todo o momento, dominar esses fatores, que vamos chamar de interiores e exteriores, é fundamental para que nossas decisões sejam corretas, ou que a gente erre o menos possível. Veja a seguinte situação: a pessoa quer comprar um celular novo, cheio de funcionalidades, mas que por outro lado custa quase o salário do mês. Ela não para de pensar em como seria bom ter câmera, acesso à internet e memória enorme. Assim, entra na loja para pesquisar e vê que não vai dar para comprálo. É caro para o seu orçamento. Mesmo assim, no impulso, ela compra o aparelho, esquecendo-se do saldo bancário e dos compromissos que já assumiu. Quem nunca passou por uma situação dessa? Não me refiro a ter uma conta estourada ou entrar no cheque especial, mas em decidir fazer algo simplesmente por impulso. É possível adquirir domínio, disciplina e tomar decisões corretas, seguindo para o caminho da estabilidade e prosperidade. Para tanto, precisamos conhecer nossas limitações racionais e irracionais e saber que estamos sujeitos a ciladas.

Antonio Tostes é diretor geral da Rede Novo Tempo de Comunicação

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decisões Financeiras Vamos expor uma sequência de cuidados que devem ser observados e passos que precisamos dar para realmente tomarmos a decisão certa:

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Não devemos recorrer às chamadas regras de bolso Não devemos criar um atalho mental, senão, limitaremos nossa capacidade de conhecer todos os aspectos que estão envolvidos, ou seja, não devemos impor limitações a nós mesmos. Tenha a mente aberta para conhecer e estudar o assunto e, então, fazer a sua escolha.

Lembre-se de cuidar das suas percepções mentais Quem trabalha para agitar nossas emoções são as propagandas, imagens, sons, cores, entre outros elementos que chamam a atenção. Tudo isso vai direto à nossa mente. Por isso, temos que ter um filtro bem apurado, para saber o que é construtivo, útil e viável.

Ouvir conselhos e buscar opiniões Mas não se esqueça de que as pessoas reagem de forma diferente para as mesmas situações. Ouça pessoas confiáveis.

Em resumo, que caminho devemos traçar para fazer a escolha certa? A palavra-chave é “pensar”. Pense, avalie, veja todos os ângulos. Quando for gastar, pare e pergunte a si mesmo: “Eu preciso disso?”; “É uma necessidade?”; “Está na hora?”; ou “Se eu não comprar, vai me fazer falta?”. Tudo isso independente se você tem dinheiro no banco ou não. Por fim, não deixe de buscar a fonte da sabedoria: Deus. A palavra

dEle diz que nós devemos ser prudentes. Temos uma parte a fazer nesse processo de tomar decisões, de fazer escolhas, que é conhecer nossas limitações, tendências carnais, buscar ajuda e seguir no caminho daquilo que é construtivo e útil para nós. E lembre-se da promessa de Deus para nós: “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos” (Salmos 32:8).

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Aconteceu comigo

“Deus nunca nos deu as costas” Após ser vítima de uma convulsão, artesão descobre doença na cabeça Por Mayra Silva

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os dias próximos ao Natal de 2011, o artesão Ângelo Comunian e sua esposa, Andreza Comunian, combinaram de que, naquele ano, passariam o Natal separados, porque ele estaria com seus pais e Andreza com os dela. Ambos não viram problema nisso e assim fizeram. A mãe de Comunian lutava contra um câncer no intestino, por isso ele preferiu dar as devidas atenções a ela naquele momento. 94

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Depois da comemoração, o artesão foi buscar sua esposa na casa dos familiares, pois naquele dia ainda iriam à igreja. “Andei aproximadamente 7 km de moto para buscar Andreza. Ao chegar lá, percebi que havia esquecido o capacete dela na nossa casa. Então, andei mais uns 4 km de moto. Cheguei, peguei o capacete e, pronto para voltar, já no portão, decidi ir ao banheiro”, comenta Comunian, sem imaginar o que aconteceria poucos minutos depois. “Sozinho, dentro do banheiro da IMAGENS: arquivo pessoal



Aconteceu comigo

“No exame de ressonância magnética, encontraram um tumor de 4,8 por 4,5 cm no cérebro que comanda o lado direito do corpo” minha casa, tive convulsão”, lembra. Mas ele não se recorda muito bem do que aconteceu, apenas que seu braço direito começou a torcer, sem sua vontade. Naquela ocasião, a esposa de Comunian disse que ele havia ligado para ela falando que tinha passado mal, mas nem disso ele se lembra. Ao chegar em casa, ela se deparou com o esposo caído na cama. O banheiro estava todo sujo, e Comunian também. Ao ver aquela cena, Andreza e sua cunhada levaram o artesão para o hospital. “No exame de ressonância magnética encontraram um tumor de 4,8 por 4,5 cm no cérebro que comanda o lado direito do corpo”, entristece-se o rapaz. Ali ele sentiu a graça de Deus sobre sua vida, porque se a convulsão tivesse ocorrido no momento em que estava pilotando a moto, poderia ter acontecido algo muito pior. Um calafrio na espinha e um silêncio que incomodava tomaram conta de Comunian. Ele sentiu como se estivesse condenado a ter sequelas por toda a sua vida, conforme o médico lhe disse. A partir da primeira ressonância magnética, um dos métodos de imagem mais sofisticados e completos disponíveis na atualidade, foram feitas mais duas para encontrar o melhor caminho para realizar a cirurgia. “Desde 24 de dezembro de 2011 tomo medicação para não ter crises convulsivas. Fui operado em 10 de abril de 2012”, conta. A cirurgia

Comunian não estava preparado financeiramente para fazer a cirurgia. Só o pino que o médico precisava colocar na cabeça do rapaz para segurar o osso que é retirado e voltar novamente no crânio custava cerca de R$ 1,6 mil cada - “e tem quatro na minha cabeça”, revela o artesão. A cirurgia foi gratuita, pois, na época, o rapaz trabalhava em uma empresa que dava o melhor plano de saúde para seus funcionários. Mas depois, em conversa com o neurologista que estava cuidando do tumor, Comunian descobriu que, contando os dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no quarto do hospital, todos os medicamentos, instrumentos e trabalho dos médicos, o custo chegaria próximo dos cem mil reais. O médico deixou claro que a chance de sequelas era grande, principalmente onde o tumor estava localizado. Foram quase 9h de cirurgia. “Medo? Não sei, pois 15 dias antes minha mãe havia falecido, ou seja, já estava sofrendo por uma grande perda na minha vida” lamenta Comunian. “Mas lembro-me de que falei para minha esposa, e ela é testemunha viva, que do IMAGENS: arquivo pessoal

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Em recuperação no hospital, Ângelo Comunian sentia-se amparado por Deus


jeito que estava entrando na sala de cirurgia, eu sairia, andando e sem a ajuda de ninguém. E foi exatamente isso o que aconteceu”, alegra-se. “Hoje você é uma criança de 1 ano de idade. Terá que aprender novamente a andar e pegar alguma coisa com a mão direita”, disse o médico de Comunian, quando o dispensou do hospital. Mas olhando para um monte, muito distante, da janela do quarto onde estava, o artesão sentiu-se carregado por Deus. Atualmente, o rapaz não tem dúvidas de que foi curado. Agora ele só faz acompanhamento médico. Em cada ressonância, percebe o quanto Deus trabalhou na vida dele durante a cirurgia. “Quando soube do tumor, não acreditava que seria curado. Mas Deus me levou ao capítulo 3 de Atos, onde fala da cura de um homem enfermo. Ele me mostrou que faria em mim a cura por completo.” Entretanto, em uma das ressonâncias, o neurologista viu uma “bola branca” na entrada da faringe de Comunian, “por isso encontro dificuldade de respirar pelo nariz”. Depois de fazer todos os exames com um otorrinolaringologista, o artesão foi constatado com outro tumor, e a cirurgia também é um pouco delicada, devido ao local do corpo. “Mas Deus está no comando”, acredita. Vida espiritual

O artesão costuma dizer que é adventista do sétimo dia desde que estava no hospital. Um tio da sua esposa o visitava todos os dias, e no leito, oravam juntos, liam a Bíblia, sem contar que ele até levou uma antena para que Comunian e sua esposa pudessem assistir à TV Novo Tempo. “Logo que

Há dois anos, Comunian e sua esposa entregaram a vida a Jesus

“O milagre que recebi não foi somente do tumor no cérebro, mas também da alma. Até brinco que foi necessário abrir minha cabeça para entrar a verdade” saí daquele quarto, minha esposa e eu percebemos que precisávamos nos aproximar mais de Deus. Saí do hospital num domingo e, logo na segunda-feira, tomamos a decisão de fazer estudo bíblico”, conta o rapaz. “O milagre que recebi não foi somente do tumor no cérebro, mas também da alma. Até brinco que foi necessário abrir minha cabeça para entrar a verdade.” Comunian e Andreza foram batizados na Igreja Adventista em março de 2013. “Aqui não está nem 10% de tudo o que minha esposa e eu vivemos. Foram muitas lágrimas derramadas e noites sem dormir. Mas Deus nunca nos deu as costas. Pelo contrário, ensinou a nos aproximar mais dEle. Quando aprendemos mais de Deus, entendemos que tudo é possível para aquele que crê”, finaliza. REVISTA MAIS DESTAQUE

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Reflexão

Aquele que foi salvo por Jesus sente o desejo de orar por mais pessoas e dar maior abrangência à sua oração Itaniel Silva é pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia Central de Brasília

Cristão Global Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um (João 17:20 e 21) uando uma pessoa ora e clama a Deus em favor de alguém, está intercedendo. Esse ato representa amor e é considerado por muitos como uma das formas mais nobres de oração. Jesus foi um intercessor. Em suas últimas horas na Terra, quando foi levado preso e crucificado, Ele intercedeu por Seus discípulos e por aqueles que viriam depois deles, ou seja, por nós, os cristãos de hoje. Ele orou: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (João 17:20). Jesus veio ao mundo para falar de Deus aos homens, mas, enquanto esteve aqui, falou a Deus sobre os homens. E agora, no céu, continua orando, intercedendo por nós. Todos possuímos a capacidade de interceder. A intercessão deveria ser um processo natural na vida do cristão. Quem é casado, provavelmente ora por seu cônjuge. Quem tem filhos, certamente ora por eles – o tempo todo – pedindo a Deus que os proteja e os ajude a crescer no caminho da salvação. Mas aquele que foi salvo por Jesus sente o desejo de orar por mais pessoas e dar mais abrangência à sua oração. Aliás, este é o chamado de Jesus para cada um de nós: “Vigiem comigo” (Mateus 26:38). “Por meio de você todos os povos da terra serão abençoados”, disse o Senhor a Abraão (Gênesis 12:3). Como não temos a bênção em nós, precisamos buscá-la de Deus para dar. Nada se compara à capacidade que Deus deu à sua Igreja para mudar o mundo através da intercessão. Que impacto maravilhoso podemos causar na vida das pessoas se, de fato, orarmos mais. Você já pensou no potencial de nossa Igreja no Brasil e no mundo? Quantas vidas seriam transformadas? Quantos perdidos viriam a Cristo se nos levantássemos como intercessores? O teólogo Paul Tillich disse o seguinte: “A igreja é um corpo poderoso que tem à sua disposição o arsenal necessário para mudar o caráter do mundo. Seu potencial está sendo desperdiçado. Não produzimos tudo que nos é possível, porque, embora espalhemos a dinamite do evangelho, a igreja não faz uso do seu detonador”. O detonador que falta à igreja é a oração. 98

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Ela tem o poder de acender a dinamite do evangelho e abalar as estruturas do mal. Ajoelhado, você pode abençoar mais vidas do que de qualquer outra forma. Jesus contou o tempo que Seus discípulos passaram orando por Ele: “Vocês não puderam vigiar comigo nem por uma hora?” (Mateus 26:40). Jesus continua contando hoje o tempo que passamos intercedendo em oração pelos perdidos. Ele mede a qualidade do nosso amor pela capacidade de nossa intercessão. Sentindo grande responsabilidade espiritual pela nação, Davi orou: “Torrentes de água nascem dos meus olhos, porque os homens não guardam a tua lei” (Salmos 119:136). Você ama os perdidos a ponto de colocar os seus nomes diante do Senhor em oração a cada dia? Quantas pessoas se levantarão no céu para agradecer pela influência santa de sua vida de oração? Muitos não podem dar um estudo bíblico, pregar ou fazer uma visita, mas todos nós podemos incluir os perdidos em nossas orações. O Senhor nos convida para sermos vigias espirituais de outras pessoas, e pede que nossas preces se expandam e atinjam o mundo. Deus quer que você seja um cristão global. Sua vida não é mais útil a Deus nem mais poderosa do que a sua oração. Você pode tornar-se uma pessoa de bênção, basta se tornar um intercessor. IMAGEM: ISTOCKPHOTO




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