JUNHO 2017
jovens como ela, onde o movimento Lean In, da COO do facebook Sheryl Sandberg moEva mulheres a assumirem riscos e se lançarem em busca de seus objeEvos sem medo e onde, possivelmente, a maior potência econômica mundial pode eleger sua primeira presidenta (Hillary Clinton), é impossível não observar uma mudança Todosnos oscmeses trabalhamos para aproduzir conteúdo aminhos pelos quais vemos s mulheres na nossa sinociedade. formativo, interessante e relevante para a comunidade brasileiNesse uase uZelândia m ano de ou Revista MBA ercebi qestudar ue é inegável ra que mora na qNova deseja virpvisitar, ou a parEcipação e envolvimento de algumas mulheres incríveis na morar nesse país maravilhoso. comunidade brasileira da Nova Zelândia. Nesses úlEmos meses Eve Ao escolher os assuntos que iremos abordar a cada edição, o privilégio de ter conhecido mulheres inteligentes, ambiciosas, corajosas, c heias d e p ersonalidade e c om m uita s ede de contribuir pensamos no impacto que esses artigos podem ter nos nossos em prol de uma sociedade mais justa. Por isso esse mês a revista é leitores e como eles receberão cada artigo. Para a capa desse dedicada a nós, mulheres. mês, “Eu trabalhei num Strip Club na Nova Zelândia”, aguarda mos um grande impacto. Um assunto que causao arEgo A matéria mais importante dessa polêmico edição, é, seem dúvidas, sobre Violência D omésEca. As qque uatro brasileiras tirar que suas generosamente curiosidade, as histórias de brasileiras decidiram comparElharam s uas h istórias c om a g ente e speram q ue seus roupas para ganhar dinheiro em outro país vai causar reações caminhos não se repitam e que outras mulheres saibam o que fazer, variadas mas sentimos que essa era uma história que tínhamos o quanto antes, para saírem de relações abusivas. que contar também. Leia sem julgamentos. Nossa brasileiros colunista Camila Nassif escreveu sobre a saúde Xsica e mental E aqueles que nem conseguem entrar no país? da m ulher e d a n ecessidade d e s e c olocar e m p rimeiro STEVE NORRIE , nosso consultor de imigração explica o que élugar, o e com um texto cheio de personalidade e empolgação, Isabelle Mesquita turnaround, quando por um motivo ou outro, a pessoa tem sua fala do poder de ser você mesma e não cair nos padrões impostos entrada barrada no país.SBrasileiros pela sociedade. eja livre! ocupam terceiro lugar nos mais barrados na Nova Zelândia. A contadora LUIZA VERAS Na n ossa capa, quatro dos cabeleireiros brasileiros que mais badalam detalha como as mudanças no orçamento neozelandês para as m adeixas d as m ulheres n a N ova Z elândia, A manda, C aroline, 2017 nos percentuais de imposto podem fazer você ganhar um Daniel e Gisele dividem com a gente a sua trajetória trabalhando dinheirinho extra a cada semana. aqui, suas dificuldades e o que é trend para o resto do ano. E a beleza na Nova Zelândia? Esse mês a gente foi conheAinda temos uma coluna nova, com Luiza muito Veras, E rando todas as cer um salão em Auckland que promete fazer sucesso, suas dúvidas sobre impostos e contabilidade na NZ, e Rosana Melo Amanda e Ritielhe do AMANDA’S HAIR STUDIO são duas braescreve um arEgo completo, bem-‐feito, claro e simples de entender sileiras muito talentosas e dinâmicas e definitivamente tra- curso sobre os Diplomas neozelandeses (mais ou menos seu o nosso balho superou nossas expectativas. técnico brasileiro) e como esse curso pode ser seu pontapé inicial no processo d e i migração à Nova Zelândia. De dentro d’água, o fotografo brasileiro recém chegado na NZ, MARCELO NALU mostra sua sensibilidade e talento num Duda Hawaii, um dos nossos fotógrafos colaboradores, escreveu um ensaio fotográfico feito de dentro Imperdível! texto empolgante sobre a sda ua água. travessia do Tongariro, uma das caminhadas m ais b onitas d o m undo ( com otos espetaculares) e Para os profissionais de TI, ROBERTA VIEIRAfconta o passo Peterson F abricio, n osso a gente d e i migração d e p lantão, f ala d o a passo para procurar seu primeiro emprego no país. visto de trabalho aberto dado aos que se formam por aqui. Tem informação para todos os gostos. Boa leitura! Se divirtam!
Cristiane Diogo
JUNHO - EDIÇÃO 32 N° 05/2017
EDIÇÃO Cristiane Diogo
REDAÇÃO Gabriela Ferrão
DIAGRAMAÇÃO Tereza Manzi
COLUNAS Camila Nassif Luiza Veras Rosana Melo Roberta Vieira Steve Norrie
FOTOGRAFIA Marina Galiotto) Rafael Bonatto
COLABORADORES MAIO 2017
A Revista MBA é uma publicação independente com a finalidade de informar a comunidade brasileira da Nova Zelândia e divulgar produtos e serviços que sejam do interesse dessa comunidade. A versão online desta publicação é gratuita. É proibida qualquer reprodução impressa ou digital, cópia do conteúdo, matérias, anúncios ou elementos visuais, bem como do projeto gráfico apresentados na Revista MBA com base na LEI DE DIREITOS AUTORAIS Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, com respaldo internacional.
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Mani Santos, Anelita Casquel
AGRADECIMENTO MAIO 2017 Victor Hugo Baseggio, Veronica Prompt
PARA ANUNCIAR REVISTA.MBA.MARKETING@GMAIL.COM
ORGANIZAÇÃO
06
VISTOS E IMIGRAÇÃO: TURNAROUND PODERIA ACONTECER COM VOCÊ?
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DICAS DE CONTABILIDADE: BUDGET 2017 - REDUÇÃO DE IMPOSTOS COM O PACOTE DE RENDA FAMILIAR PARA CONTRATADOS/SELF EMPLOYED
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CUIDANDO DA SUA BELEZA EM AUCKLAND
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TRABALHAR COM TI NA NOVA ZELÂNDIA
20
32
APOIO
ENSAIO FOTOGRÁFICO: NZ EMBAIXO D'ÁGUA
POR TRÁS DA LUZ VERMELHA: A INDÚSTRIA DO SEXO NA NOVA ZELÂNDIA
vistos e imigração POR STEVE NORRIE
TURNAROUND PODERIA ACONTECER COM VOCÊ? Todos os anos várias milhares de pessoas viajam para a Nova Zelândia com a expectativa se divertirem muito no nosso país maravilhoso, somente para se acharem esperando para embarcar em um longo vôo de volta para casa. Este processo é chamado Turnaround e de junho de 2015 à junho/2016, 1.371 pessoas foram mandadas para casa, incluindo 99 brasileiros. Os brasileiros foram a terceira maior nacionalidade de turnaround depois da Malásia (125) e Hong Kong (119). Outras 2.930 pessoas foram recusadas a embarcar no vôo para a Nova Zelândia no ponto de partida (chamado de “offloading”). Para ser justo, isso não acontece tão freqüentemente. No mesmo período de tempo, 16.222 brasileiros passaram por nossos aeroportos com vistos de não-residentes, de modo que a porcentagem que foi barrada foi de apenas 0,6%. Mas para aquelas pessoas que tiveram o infortúnio de terem sido recusadas a embarcar ou terem sido mandadas de volta para o Brasil essas estatísticas são irrelevantes, a dor foi real.
Por que as pessoas não receberam permissão para embarcar ou foram mandadas de volta? A Imigração da Nova Zelândia tem uma abordagem de duas camadas para triagem de pessoas que querem vir para a Nova Zelândia: • As companhias aéreas que voam para a Nova Zelândia operam um sistema de Processamento Avançado de Passageiros, que junho 2017
foram identificadas por um cão que detecta drogas. Outras vezes, parece não haver razão lógica ou justa para que alguém tenha sido selecionado.
Mas se eu tiver uma Visa eu estarei ok, não? Não necessariamente. É um equívoco comum que um visto habilita o titular a entrar na Nova Zelândia. Todos os vistos que não os vistos de residência permanente só dão direito ao titular para viajar para a Nova Zelândia e solicitar a entrada na fronteira.
está vinculado à Imigração da Nova Zelândia. Isso permite que a Immigration New Zealand selecione as pessoas prestes a embarcar nos vôos e aconselhe a companhia aérea se eles deveriam ser negados a permissão para embarcar; • Os passageiros que chegam na Nova Zelândia são posteriormente selecionados na Alfândega e podem ter negada a permissão para entrar na Nova Zelândia. Essas pessoas são então “viradas” e enviadas de volta ao seu destino. Por razões de segurança, a imigração da Nova Zelândia não revela como eles selecionam as pessoas se são recusadas de entrar no país. Às vezes, há uma razão lógica para eles selecionarem alguém, por exemplo, se suas malas
O que acontece se tiver minha entrada negada? Você será entrevistado pelos funcionários da alfândega e imigração na área de desembarque do aeroporto. Sua entrevista será gravada. Você não poderá deixar a área de desembarque, exceto para embarcar em uma aeronave para sair da Nova Zelândia. Na entrevista, os funcionários podem pedir que você desbloqueie seu telefone e possa inspecionar suas mensagens de texto, postagens de mídia social e emails. Suas malas e roupas também podem ser testadas para traços de drogas. Você receberá uma declaração informando que você deve sair da Nova Zelândia e a companhia aérea em que você chegou receberá instruções escritas para removê-lo do país. Você não tem direito de apelo.
Preciso me preocupar com isso? Se você teve algum problema com a lei em seu país de origem ou em outro país, você deve conversar com um conselheiro de imigração antes de se comprometer a vir para a Nova Zelândia. Você também deve procurar ajuda se você teve problemas de imigração com qualquer país anteriormente, por exemplo: • Você teve um visto recusado; • Você foi recusado a embarcar ou recusado de entrar em um país; • Você ultrapassou ou violou os termos de qualquer visto; ou • Você foi deportado de qualquer país. Em caso de dúvida, solicite um visto!
Próximo mês No momento da publicação do próximo mês, espero que a Immigration New Zealand tenha nos fornecido os detalhes finais das mudanças de imigração que foram anunciadas em abril para as categorias de Habilidades Essenciais e Visa de Migrantes Especializados. Se assim for, vou atualizá-lo sobre essas mudanças.
junho 2017
Language Links Traduções certificadas pelo NZQA, Imigração e LTNZ
Portug u Franc ês Alemãês Espan o hol E to
Certidão de nascimento, casamento E antecedentes criminais. $45 cada (GST incluso) Carteira de Motorista $45 cada
Europ dos idioma eus e s a siático 3 carteiras de motorista s solicitadas ao mesmo tempo $40 cada
09 303-0590 Level 10, 48 Emily Place Auckland Central PO Box 661, Shortland St Auckland 1140 Fone: +64 9 303 0590 Fax: +64 9 303 0589 translations@languagelinks.co.nz De Segunda a Sexta das 9:30 às 17:00
dicas de contabilidade com Luiza Veras
BUDGET 2017 - REDUCAO DE IMPOSTOS COM O PACOTE DE RENDA FAMILIAR O Budget 2017 foi anunciado em Maio pelo o ministro das Financas Steven Joyce. No Budget ha varios topicos interesantes, mas existe um que afeta a maioria de todos em Nova Zelândia, O Pacote de Renda Familiar. O Pacote de Renda Familiar e uma reduçao de impostos para todos os contribuintes que ganham mais de $ 14.000 por ano. Nao houve mudanca na aliquota do imposto, a mudanca foi o aumento de dois tetos salariais que entrara em vigor a partir de 1 de abril de 2018.
IMPOSTO DE PESSOAS FISICAS Embora seja chamado de Pacote de renda das famílias, o pacote beneficia todos os contribuintes que ganham mais de $ 14.000, incluindo aqueles sem famílias para sustentar. Os aumentos das duas margens salariais sao $ 14.000 e $ 48.000 para $ 22.000 e $ 52.000, respectivamente. Atualmente: $0 - $14,000 | Tax rate - 10.50% $14,000 - $48,000 | Tax rate - 17.5% $48,0000 - $70,000 | Tax rate - 30% $70,000 - acima | Tax rate - 33%
A partir de 01 April 2018: $0 - $22,000 | Tax rate - 10.50% $22,000 - $52,000 | Tax rate - 17.5% $52,0000 - $70,000 | Tax rate - 30% $70,000 - acima | Tax rate - 33%
Em termos reais, a partir de 1 de abril de 2018, um contribuinte que ganhe $ 52.000 ou mais terá $ 1.060 mais na sua conta bancaria por ano, ou $ 20,38 por semana. Uma pessoa que ganhe $ 22.000 receberá $ 560 por ano ou $ 10.77 por semana. Não há alterações no limite da renda superior a $ 70.000 ou para as duas maiores taxas de imposto de 30 e 33 por cento. Os rendimentos auferidos entre $ 52.000 e $ 70.000 ainda serão tributados em 30 por cento e os rendimentos acima de $ 70.000 ainda serão tributados em 33 por cento.
IMPOSTO NAS EMPRESAS O Budget não indica qualquer mudança futura na taxa de imposto da empresa.
ASSISTENCIA SOCIAL • Working for family tax credit (Crédito Fiscal Familiar) Famílias se beneficiarão de mudanças no working for family Tax Credit (Crédito Fiscal Familiar). Para as famílias elegíveis, haverá uma taxa para a criança mais velha - $ 101,98 por sema-
na e uma taxa para todas as crianças subseqüentes de $ 91,25 por semana. No entanto, a taxa de redução dos créditos tributários do Working for Families aumentará e o limiar de redução diminuirá para que a assistência seja mais efetivamente direcionada às famílias de baixa renda. • Ajuda suplementar para acomodação Os aumentos do suplemento de acomodação deverão beneficiar famílias em média, $ 36 por semana. Além disso, estudantes se beneficiarão de aumentos em seus Benefícios de Alojamento. Nesse ano de eleicao e sempre bom entender o que esta acontencendo na politica do nosso pais, entender os tipos de partidos politicos que existem na Nova Zelândia. Analisar os objetivos e ideologia de cada partido e alinhar com as suas expectitivas de governanca. Para interessados em ler sobre os outros topicos do budget 2017 ou qualquer outros assuntos governamentais, existe um site do Tesouro Nacional da Nova Zelândia que ha varias assusntos interresantes. http://www.treasury.govt.nz/
Cuidando da sua beleza em Auckland Que a brasileira é uma mulher vaidosa todo mundo sabe. Nos grupos de mulheres da Nova Zelândia, das perguntas mais frequentes que aparecem, a maioria é sobre que produtos trazer, se podemos encontrar a marca de shampoo tal nas lojas e, claro, recomendações de profissionais de beleza talentosos e confiáveis. A gente acaba aprendendo a fazer muita coisa nós mesmas. O preço de uma manicure feita no salão muitas vezes impossibilita que tenhamos nossa unha perfeita todas as semanas, a gente aprende a fazer depilação, a gente se vira com a pedicure, faz uma massagem no cabelo em casa usando abacate e azeite mas quando chega na hora de fazer uma progressiva, cor ou um corte de verdade, não tem escapatória, tem que achar um profissional talentoso e sensível que entenda nossos desejos e medos. Esse mês a gente conheceu a Ritielhe Machado. A Riti (como ela é conhecida) chegou na Nova Zelândia há pouco tempo mas já entrou na equipe de um dos salões mais badalados de Auckland, o Amanda’s Hair Studio. Juntas, a Amanda Cabral e a Riti tem feito um trabalho espetacular com corte, cor e tratamento e a gente foi conhecer mais dessas mulheres enquanto entregamos nossas madeixas sem medo nas mãos das duas.
A Ritielhe tem 14 anos de salão de beleza na bagagem. Além de cabelo, ela é uma designer de sobrancelha espetacular e maquiadora profissional. Como dona de salão, ela aprendeu de tudo mas suas preferências são na área de design de sobrancelha, micropigmentação, cabelo e maquiagem (além dela ser um AMOR de pessoa!). A Amanda já é bem conhecida pela comunidade brasileira de Auckland, filha e neta de cabelereiras, a profissão já estava nos sangue. Amanda trabalhou no Servilles Ponsonby (um salão mega chique na área nobre da cidade) onde ela melhorou suas técnicas e inglês. Mas você só precisa de 5 minutinhos com ela para perceber o quão grande é o seu conhecimento sobre o seu negócio e os produtos e técnicas que usa. O Amanda’s Hair Studio fica em Remuera, pertinho do centro da cidade e usa as melhores marcas de produtos profissionais. Simplesmente amamos o atendimento, qualidade e claro, o resultado!!
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junho 2017
INTERCÂMBIO E VIAGEM
POR ROBERTA VIEIRA
Com as mudanças da imigração que estão previstas para Agosto deste ano, uma das áreas que não sofrerá muitas alterações provavelmente será a área de TI (Tecnologia da Informação) ou IT (Information Technology), como é conhecida aqui na Nova Zelândia. Embora nosso trabalho na Yep! (incluir link www.yepmundi.com) seja relacionado com educação, recebemos muitos contatos de pessoas que querem saber mais sobre a oportunidade de atuar na Nova Zelândia com tecnologia. Geralmente, existem vários caminhos. É necessário que, inicialmente, você entenda como o seu perfil está e quais são as possíveis trajetórias que você irá precisar percorrer até alcançar a vaga de trabalho por aqui.
Uma das perguntas iniciais que fazemos é sobre qual o nível de inglês atual da pessoa. Parece óbvio, mas é sempre bom reforçar que se estará vindo trabalhar e viver num país de língua inglesa, então dominar o idioma é muito importante. Existem oportunidades para quem ainda precisa melhorar o inglês, mas lembre-se que irá participar de um processo seletivo em inglês e durante o trabalho irá se comunicar com colegas e, até mesmo, clientes em inglês. Caso queira ter uma ideia do seu nível atual de inglês, recomendamos que faça um teste do idioma online. Disponibilizamos um teste através deste link. Assim, você poderá entender se precisa estudar mais ou se poderia aplicar para vagas de emprego sem muita demora. Se o inglês não é um obstáculo, poderá começar a aplicar para vagas de trabalho de onde estiver morando no momento. Se estiver na Nova Zelândia, nós notamos que o número de resposta é maior, mas existem pessoas que conseguem conquistar uma vaga de emprego ainda no Brasil. Note que é preciso entender qual visto deve ser aplicado e as limitações do mesmo. Sendo assim é importante que consulte um Immigration Adviser ou diretamente a imigração. É importante que adeque seu currículo e cover letter (carta de apresentação) de acordo com o modelo usado por aqui (algumas informações sobre como fazer um CV no estilo neozelandês aqui). Muitos dados que são importantes em uma aplicação no Brasil não fazem sentido algum na Nova Zelândia, como por exemplo quando compartilhamos dados de documentos e estado civil no CV.
Manter Linkdedin e contas nas redes sociais, como Twiter, ativos e atualizados também é uma dica interessante. Para encontrar modelos básicos de currículos acesse o site da Careers NZ. O próximo passo é entender onde procurar por estas oportunidades de trabalho, destacando que as formas mais comuns são online. Separamos alguns dos websites mais populares: Seek, Trademe, Work Here. Algumas pessoas também optam pelo caminho através dos estudos, seja um curso de inglês para melhorar ou aprender o idioma ou opções de diploma, pós-graduação e mestrado. Existem vários cursos interessantes voltados para área de TI, opções que oferecem um visto de estudante com permissão de trabalho durante o curso e até mesmo um visto aberto de trabalho (Post Study Work Visa – Open) após a conclusão do mesmo. Estas opções estão cada vez mais populares, principalmente para famílias, destacando que além de um estudo de qualidade, pontos para uma futura residência, o aluno e a família teriam acesso a diversos benefícios no país. Alguns destes benefícios são: • Visto de trabalho de estudante durante o estudo e aberto ao concluir o mesmo. • Visto de trabalho aberto para partner (esposo (a)). • Acesso á escola para filhos em idade escolar com valores de estudante doméstico junho 2017
• Pontos para o processo de residência (deve ser confirmado com Immigration Adviser ou a imigração mas pode ser entre 40-70 pontos para estudo no país) Outro detalhe bem interessante neste caso é a possibilidade de procurar um trabalho sem a necessidade de um patrocinador para o visto de trabalho, facilitando e aumentando as chances no mercado de trabalho sem grandes complicações. Para que entenda mais sobre curso de diploma ou pós-graduação na Nova Zelândia, veja o minicurso gratuito sobre este assunto. Em relação aos melhores locais para atuar nesta área, observamos que Wellington e Auckland continuam com o maior número de vagas e remunerações interessantes. Nenhuma mudança de país é simples ou perfeita, mas nós conseguimos observar que com uma oportunidade de trabalho em vista, tudo se torna mais tranquilo e possível. Então, se você sonha em ter um futuro na Nova Zelândia e atua nesta área, é só começar a se planejar, pois oportunidades não irão lhe faltar.
Roberta Vieira é consultoria de sonhos na Nova Zelândia, mãe, esposa, ótima amiga e free range human. Está na NZ desde 2009 onde se apaixonou pela liberdade, segurança, qualidade de vida e a possibilidade de empreender sem muita burocracia. CONTATO: www.yepnz.com
junho 2017
NZ embaixo d'Água
POR MARCELO NALU
O olhar é o elemento que vai, prioritariamente, interferir e ser definitivo em toda a linguagem fotográfica. O clichê de que o fotografo “olha” o mundo diferente vendo coisas que outros ignoram nao é esvaziado de sentido: A expressão de uma fotografia gira em torno do olhar de quem a fez. Tudo no mundo é potencialmente fotografável, no entanto, o mundo com seus objetos, coisas, paisagens e gentes só ganha sentido como imagem quando cria uma experiência nova com o cotidiano em que estamos imerso. Marcelo Nalu nos amplia essa relação com o cotidiano e nos permite nadar em um universo de imagens que nos trazem uma nova experiência com o mundo. Ele nos faz o olhar o mar de um modo onde ja nao o olhamos por si mesmo pois estabelecemos com ele uma nova relação corporizada por uma forma de olhar que nos faz perceber luz, linhas, cores, texturas, movimento etc. que vão constituir a substancia básica do que vemos em suas fotografia. O grau de comunicação e expressão de uma fotografia gira em torno de como quem a fez olha, nessa perspectiva, Marcelo Nalu quando conjuga e trabalha os elementos formais da linguagem visual nos trasmite sua intensa paixão pelo mar que, de “quebra” nos inunda. Contato: marcelonalu@outlook.com Facebook: nalufineart
A INDÚSTRIA DO SEXO NA NOVA ZELÂNDIA
O depoimento franco de brasileiras envolvidas na indústria de entretenimento para adultos
junho 2017
Minha estadia foi curta e intensa. Não vou mentir, nos quase 7 meses que morei na Nova Zelândia e trabalhei no Strip Club, eu me preparava para ir a uma festa. Bebia champanhe e shots de tequila (não sabia, mas precisava deles para aguentar o tranco). Mas algumas noites eu me divertia de verdade. Mas a minha “brincadeira” foi cortada abruptamente quando um dia a Imigração bateu à porta do clube com uma lista de nomes (é, eles já sabiam quem estavam procurando, denúncia anônima talvez?). Eu tive meu passaporte apreendido e tive uma semana para sair do país. A declaraҫão faz parte de um dos depoimentos que a MBA ouviu ao entrevistar 6 mulheres envolvidas no mercado sexual na Nova Zelândia. Elas tem entre 30 e 40 anos. Algumas continuam no mercado, trabalhando em Strip Clubs em Auckland e Wellington. Outras voltaram para o Brasil ou residem em outro país. Os nomes foram omitidos para manter a privacidade das entrevistadas.
| A experiência | Para as mulheres que entrevistamos, a experiência de dançar num Strip Club causou impactos e impressões diferentes. Todas tinham pontos positivos e negativos para ressaltar e concordam que essa foi uma experiência que jamais teriam tido no Brasil. Nós, da Revista MBA, agradecemos profundamente a conversa sincera e aberta que tivemos com essas mulheres.
| A razão | Eu cheguei na Nova Zelândia sem saber de muita coisa. Ao encontrar um apartamento para morar no centro da cidade, as outras meninas com quem eu dividia moradia trabalhavam num Strip Club e me convidaram a tentar. Este seria o motivo mais comum pelo qual muitas brasileiras decidem optar por este mercado. Elas conhecem alguém que trabalha na área e são convidadas a participar. A princípio, segundo elas, a ideia parace ser interesssante: as horas são flexíveis e você pode escolher os dias em que quer trabalhar. No entanto, elas contam que os dias mais movimentados são sexta e sábado, e portanto, a competiҫão entre as outras profissionais também é maior nos fins de semana. Além disso, o clube pode exigir que você também trabalhe em noites mais calmas. O retorno financeiro, segundo as entrevistadas, é o maior chamativo para o trabalho. Elas contam que um dia de trabalho considerado “bom”, elas pode ganhar até NZ$1000. Mas para muitas meninas, o dinheiro fácil que ganham vai embora com a mesma facilidade.
Eu vi um anúncio no jornal e fui dar uma checada. Na minha primeijunho 2017
ra noite fiz $300 e decidi voltar. O dinheiro era tentador demais, fazia numa noite o que meus amigos brasileiros faziam numa semana trabalhando mais de 40 horas. Acabei trabalhando durante dois anos, em dois clubes diferentes em Auckland. Ainda bem que as drogas e as coisas caras (muitas meninas começavam a comprar bolsas Louis Vuitton e coisas assim) não me atraiam e eu guardava cada centavo, incluindo as moedinhas que fazia. Eu pagava minhas contas, separava o dinheiro para comer e transporte, pagava tudo em cash e o resto eu depositava no banco quase que diariamente. Eu viajei, paguei minha universidade e fiz muito bom uso do dinheiro que fiz e não me arrependo nem um pouco do tempo que passei dançando
| O visto e as condições de trabalho | Apesar de ser uma profissão legalizada, trabalhar num strip club ou bordel, exige que você tenha um visto válido de trabalho. Apesar de não haver um salário mínimo determinado por lei, as dançarinas são contratadas como trabalhadoras independentes e precisam ter um visto válido e pagar impostos. O trabalho muitas vezes é temporário e flexível, mas o dinheiro é definitivamente integral. As meninas
fazem dinheiro através das gorjetas que recebem enquanto estão dançando e depois tentando marcar danças privadas com os clientes. As danças podem durar entre 10 minutos até várias horas - se o cliente tiver vontade (e dinheiro) para reservar. O estabelecimento tira uma comissão dessas danças privadas. Os clientes podem pagar para tocar a dançarina ou não. Segundo as entrevistadas, cada uma tem a sua própria regra. Algumas deixam os clientes tocar os seios ou nádegas, mas não as partes íntimas. E outras, não permitem que a toquem de forma alguma.
É errada a ideia de que homens pagam danças privadas somente para tentar pegar em você. Obviamente muitos querem isso, mas muitas vezes eu fui paga para ficar conversando com o cara. Eles te reservam por horas, pagam algumas garrafas de champanhe e a gente fica jogando sinuca e conversando. Às vezes, eu até os convencia a pagar para outras amigas, para que a noite não fosse tão longa e a gente já garantisse o rendimento da noite. As regras existem para manter as dançarinas, clientes e os donos dos estabelecimentos seguros. Qualquer homem desrespeitando uma das meninas pode ser expulso do bar
imediatamente. Se o cliente estiver bêbado demais, pode ter a venda de álcool recusada. A chave do carro pode ser apreendida e um taxi é chamado para levar o cliente para casa. Existem câmeras em todos os lugares do Strip Club.
| A beleza e os atributos físicos | Não existia um nível de fitness como guia, para falar a verdade. Tem espaço para todo tipo de mulher. Alguns homens até preferem as mais gordinhas, mais velhas, mais altas... No final das contas, a única coisa que importava era o quão confortável cada uma dessas mulheres se sentia no palco. Acho até que alguns homens acham mulheres muito perfeitas muito longe da suas realidades. Nem saber dançar era um pré-requisito (apesar de algumas meninas serem dançarinas fantásticas e definitivamente isso reflete no dinheiro que ganhavam.
| Drogas e o uso de outras substâncias ilegais | Drogas são proibidas no clube. Não só a venda mas também o consumo. Nosso gerente e o dono ficavam
no nosso pé, mas não tinha jeito, a maioria das meninas estava completamente ‘high’ a noite inteira. Eu nunca bebi nada no Brasil. Ia numa festa ou barzinho e tomava coca-cola ou suco de laranja. Quando eu trabalhei no clube, eu cheguei a tomar dez doses de tequila numa noite! E aí vinha o problema ... ficávamos todas ‘high’, consumíamos drogas para nos manter acordadas e felizes, e quando saíamos do clube, já quase de manhã, não conseguíamos dormir e íamos para os cassinos da cidade. Perdi muito dinheiro nas máquinas de pôquer. O dinheiro que entrava mal pagava as contas e os hábitos com droga e jogos. Entrei numa espiral de destruição, fiz amizades com gente muito errada e num momento de lucidez, depois de um ano trabalhando no clube, comprei uma passagem com o dinheiro que restou e fui para a Europa, onde minha mãe estava morando. Eu precisava da minha família.
| Os Clientes | Em todas as nossas entrevistas, elas concordam que os homens sabem claramente o que estão pagando. “Eles sabem que pagam para ver uma mulher seminua na frente deles, fazendo com que eles se sintam no centro do Universo”. Muitas tinham clientes regulares que vinham para conversar, fumar um cigarro, tomar um drink e se sentir bem.
Para falar a verdade, os piores eram os clientes mais jovens. Aqueles que chegavam em grupos grandes fazendo barulho e já bêbados. São os mais jovens que chegam achando junho 2017
que somos piranhas e querem passar a mão em você. Eu tinha o maior prazer em chamar o segurança para tirar esses caras de perto. O Strip Club é um daqueles lugares que nem sempre o cliente tem razão. Trabalhar no clube me ensinou muita coisa que vou levar para o resto da minha vida. Eram os brasileiros que tratavam a gente esquisito. Ninguém queria fazer uma dança privada com brasileiros. Eles achavam que iam transar com a gente, e depois ainda saiam falando mal
| A vida pessoal | Muitas mantiveram seus empregos em segredo, diziam aos amigos que trabalhavam num bar, restaurante ou fábrica que tinha turno noturno. Outras preferiram falar abertamente sobre a profissão com namorados, amigos e a família.
Eu era noiva na época que trabalhei no Strip Club. Para falar a verdade, às vezes meu noivo ia até me buscar no final do trabalho. Eu nunca bebi no trabalho e não permitia que ninguém me tocasse, esse era o nosso acordo. Fiz um bom dinheiro que nos permitiu viajar muito, depois que saí do clube nós casamos, eu acabei a universidade na NZ, comecei a trabalhar num escritório, tivemos filhos... Vida normal.
| As leis na NZ | A Nova Zelândia tem uma das leis mais liberais dedicadas aos trabalhadores da indústria do sexo. Em 2003, o país aprovou a lei que tornou a prostituição legal no país. Desde então, as pessoas que trabalham neste mercado tem direitos e deveres protegidos por lei. Ficou estabelecido também que a exploraҫão sexual e/ou escravidão sexual e sexo com menores de 18 é considerado ILEGAL. A lei também influenciou positivamente no relacionamento entre os profissionais do sexo e a Polícia. Anteriormente, as casas de massagem e Strip Clubs eram vistos como negócios vinculados ao crime a as drogas. E com a aprovaҫão da lei, esta dinâmica mudou. Atualmente, a maior preocupaҫão da Policia está voltada para a seguranҫa e bem estar destes profissionais. A discrimiҫão também diminuiu. Hoje, podem ser encontrados nas principais ruas de Auckland e Wellington, vários estabelecimentos voltados para este setor. A legalização também fez com que algumas pessoas decidissem trabalhar como profissionais autônomos, ao invés de trabalharem para um estabelecimento. Muitas mulheres e homens decidiram colocar seus próprios anúncios em jornais ou na internet, e assim cortar a comissão que essas casas cobrariam deles.
Para aqueles que querem ler na íntegra a lei que legaliza a prostituição na Nova Zelândia, leia mais aqui.
junho 2017