Revista MBA Setembro 2016 Edição 025

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SETEMBRO 2016

Numa época onde uma menina adolescente afegã (Malala Yousafzai) ganha o Nobel da paz pela sua luta a favor da educação de outras jovens como ela, onde o movimento Lean In, da COO do facebook Sheryl Sandberg moEva mulheres a assumirem riscos e se lançarem em busca de seus objeEvos sem medo e onde, possivelmente, a E tão rapidamente chegamos nos maior potência econômica mmeses undial pdos ode “bros”, eleger setembro sua primeira já se foi e apresidenta contagem(Hillary regressiva paraéo impossível Natal e a chegada de mais Clinton), não observar uma mudança nos c aminhos p elos q uais v emos a s m ulheres n a n ossa sociedade. um ano começou. No dia 7 de setembro voamos para Wellington, capital do Nesse quase um ano de Revista MBA percebi que é inegável a país, para parEcipação acompanhareas celebraçõesdem comemoração 194º na envolvimento e algumas mulheres ao incríveis aniversáriocomunidade da Independência do Brasil organizada pela nossa brasileira da Nova Zelândia. Nesses úlEmos meses Eve Embaixada,o um evento um dos últimosinteligentes, do nosso Embaiprivilégio de que ter cserá onhecido mulheres ambiciosas, corajosas, cheias como de personalidade e com uita sna ede Nova de contribuir xador, Eduardo Gradilone representante dom Brasil em p rol d e u ma s ociedade m ais j usta. P or i sso e sse m ês a revista é Zelândia. Trazemos nessa edição, algumas fotos desse evento que dedicada a n ós, m ulheres. brindou as boas relações entre os dois países. E diretamente de Tauranga, fizemos uma matéria especial A matéria mais importante dessa edição, é, sem dúvidas, o arEgo com Rani sobre Silva Vdo WWW.ISALLABOUTLOVE.COM, foi qemocioiolência DomésEca. As quatro brasileiras ue generosamente nante conhecer esse chef brasileiro e seu trabalho em conectar comparElharam suas histórias com a gente esperam que seus caminhos ão se consomem, repitam e que outras mulheres saibam o que fazer, pessoas com o quenelas seu cuidado e paixão pela o q uanto a ntes, p ara s aírem d e r elações a busivas. comida e sua conexão com a terra são inspiradoras. Rani também é um fotógrafo amador e resolvemos fazer o ensaio fotográNossa colunista Camila Nassif escreveu sobre a saúde Xsica e mental fico desse mês com suas imagens de comida na Nova Zelândia. da mulher e da necessidade de se colocar em primeiro lugar, e com Simplesmente delicioso! A Dr. Camila Nassif aproveitou o tema e um texto cheio de personalidade e empolgação, Isabelle Mesquita fala sobre fala adaptação ed comida, como nos esentimos chedo poder e ser você mesma não cair nquando os padrões impostos gamos num país e não encontramos pela sociedade. Seja livre! as comidas com as quais estamos acostumados. Na nossa nós capa, quatro dos um cabeleireiros brasileiros que mais badalam Em Auckland, abordamos assunto que ainda levanta as madeixas das mulheres na Nova Zelândia, Amanda, Caroline, muitas dúvidas aos brasileiros que moram aqui, mesmo os que Daniel e Gisele dividem com a gente a sua trajetória trabalhando estão aqui há muitos anos. A clínica geral brasileira Stella Goulart aqui, suas dificuldades e o que é trend para o resto do ano. esclareceu o papel do GP (General Practitioner) e como funciona o sistema deAinda recomendações médicos especialistas. temos uma para coluna nova, com Luiza Veras, Erando todas as suas dúvidas obre impostos contabilidade escreveu na NZ, e Rsoosana Melo Luiza Veras, nossa sespecialista emecontabilidade, escreve u m a rEgo c ompleto, b em-­‐feito, c laro e s imples de entender bre os financiamentos para estudantes e como se manter livre de sobre os Diplomas neozelandeses (mais ou menos o nosso curso juros se você precisar se ausentar do país e Mani Santos, da banda técnico brasileiro) e como esse curso pode ser seu pontapé inicial no SOUL SATELLITES capítulo da sua turnê no processo compartilha de imigração oà último Nova Zelândia. Brasil e a sua volta à Nova Zelândia. Hawaii, um sonhando dos nossos com fotógrafos colaboradores, escreveu um E paraDuda aqueles ainda as terras kiwis, Rosana texto empolgante obre aa sNova ua travessia do Téongariro, ma das Melo dá dez motivos pelos squais Zelândia um dos u mecaminhadas m ais b onitas d o m undo ( com f otos e spetaculares) e lhores destinos do mundo para se fazer intercâmbio, você vai se Peterson Fabricio, nosso agente de imigração de plantão, fala do sentir tentado! visto de trabalho aberto dado aos que se formam por aqui. Tem informação para todos os gostos. Boa leitura!i Se divirtam!

Cristiane Diogo


SETEMBRO - EDIÇÃO 25 N° 08/2016

EDIÇÃO Cristiane Diogo

REDAÇÃO Gabriela Ferrão

DIAGRAMAÇÃO Tereza Manzi

COLUNAS Camila Nassif Luiza Veras

FOTOGRAFIA Rafael Bonatto Nahyara Lacerda Rani Silva

A Revista MBA é uma publicação independente com a finalidade de informar a comunidade brasileira da Nova Zelândia e divulgar produtos e serviços que sejam do interesse dessa comunidade. A versão online desta publicação é gratuita. É proibida qualquer reprodução impressa ou digital, cópia do conteúdo, matérias, anúncios ou elementos visuais, bem como do projeto gráfico apresentados na Revista MBA com base na LEI DE DIREITOS AUTORAIS Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, com respaldo internacional.

COLABORADORES SETEMBRO 2016 Rosana Melo Cristina Shumacher Mani Fagundes

AGRADECIMENTO SETEMBRO 2016 Rani Silva Nahyara Lacerda

www.revistamba.co.nz PARA ANUNCIAR REVISTA.MBA.MARKETING@GMAIL.COM


ORGANIZAÇÃO

06

VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?

12 20 26 30

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APOIO

ENSAIO FOTOGRÁFICO: COMIDA NA NOVA ZELÂNDIA

10 MOTIVOS PARA FAZER INTERCÂMBIO NA NZ

NOSSO INGLÊS CHEIO DE ERROS OU O EFEITO “FEIJÃO NO DENTE”

EMBAIXADA EM WELLINGTON: FESTA DE INDEPENDÊNCIA

COMO FUNCIONA O SISTEMA DE SAÚDE NA NZ

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DICAS DE CONTABILIDADE: EMPRÉSTIMOS PARA ESTUDAR SEM JUROS

EXERCÍCIO, ESPORTE, DESEMPENHO E ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL: MUDANDO DE PAÍS E DE COMIDA!

SOUL SATELLITES E A NOSSA PRIMEIRA JORNADA CHEGA AO FIM!



Você tem fome de quê?

A história de Rani Silva na Nova Zelândia

COMIDA SEMPRE FEZ PARTE DA VIDA E DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE RANI SILVA - A MESA SEMPRE FARTA DE GOSTOSURAS, MISTURADAS AO AMBIENTE FAMILIAR BARULHENTO NOS ENCONTROS DE PARENTES E AMIGOS. E NÃO PODERIA SER DIFERENTE. VINDO DE UMA FAMÍLIA GRANDE DE MINAS GERAIS - IMAGINE 24 TIOS E TIAS, ALÉM DE TODOS OS PRIMOS? PARA ELE, COMIDA SEMPRE FOI ALGO ESPECIAL, MÁGICO... E VER A ALEGRIA DAS PESSOAS QUANDO ELAS COMEM ALGO QUE É NUTRITIVO E DELICIOSO AO MESMO TEMPO, É UM DOS GRANDES PRAZERES DA VIDA DELE.


O interesse pela comida se tornou profissão e a profissão se tornou uma filosofia de vida. Comida para Rani representa hoje, a saúde das filhas, família e dos amigos; o meio ambiente, a economia local e a própria independência, algo auto-sustentável. Em 2007, Rani chegou à Nova Zelândia. Depois de terminar a faculdade, ele decidiu conhecer um pouco do mundo, “queria melhorar o meu inglês e conhecer novas culturas e gente diferente. Sempre me passou pela cabeça como seria viver em um lugar onde tudo o que eu julgava normal fosse exótico e tudo que eu achava exótico fosse normal” conta o brasileiro. A maior surpresa no destino de Roni foi constatar que a Nova Zelândia seria a primeira e a última parada desta jornada. Aqui, ele encontrou a tranquilidade e qualidade de vida que vinha procurando. Na Nova Zelândia descobriu a caça, a pescaria e aprendeu a cultivar os próprios vegetais. Experiências que o fizeram se conectar ainda mais com o alimento. Além de matar a fome e ser o motivo de reuniões sociais, a comida também estreita o relacionamento do ser humano com o mundo em que vivemos. Aprendemos a nutrir o corpo com o que vem de melhor da natureza. Rani tem uma forte conexão com ingredientes selvagens e tem trabalhado em cozinhas de renome mundial fazendo pesquisas, cozinhando e promovendo técnicas culinárias. Uma de suas experiências marcantes, foi trabalhar num dos melhores e mais cobiçados spas e retiros do mundo, o Aro Ha, localizado em Queenstown, na Ilha Sul da Nova Zelândia. Aliado a beleza indescritível dos arredores, o spa Aro Ha, oferece uma alimentação completamente orgânica, sustentável e natural diretamente da fazenda para a mesa. Recém chegado de uma viagem pelo Brasil, Rani está lançando o Primal Seasons, uma série de workshops que visa empoderar pessoas interessadas a aprender como controlar e cultivar o próprio alimento. Além disso, o workshop também vai dar dicas de como desenvolver as técnicas necessárias para atingir este objetivo. Como fazer para nutrir a si mesmo e a própria família, com os melhores ingredientes que a natureza tem a oferecer.

RANI SILVA

A maior surpresa no destino de Rani foi constatar que a Nova Zelândia seria a primeira e a última parada desta jornada.


IMAGENS ARQUIVO PESSOAL RANI SILVA


O que você anda fazendo agora, porque a mudança de Auckland para Tauranga? MBA:

Neste ano, eu decidi mudar um pouco meu ângulo de trabalho. Parei de cozinhar profissionalmente e comecei a promover oficinas para reconectar as pessoas com a magia da comida caseira e tradicional. Tauranga é um ótimo lugar para esta transição, pela variedade de ingredientes produzidos na região.

MBA: Nos conte um pouco sobre o Primal Seasons workshop? Primal Seasons será uma série de workshops que seguirá as estações do ano e os ingredientes organicamente disponíveis em cada estação. A idéia é ajudar as pessoas que tem interesse em melhorar seus hábitos alimentares e restabelecer a conexão delas com o ciclo natural das estações e dos alimentos produzidos durante cada época. Os workshops terão formato de curso e a grande maioria das receitas do curso será produzida pelos próprios estudantes.

Quais são seus próximos projetos, planos para o futuro próximo. MBA:

Vou continuar envolvido com a cozinha por muitos e muitos anos, porém outras áreas como fotografia, carpintaria e filosofia também me interessam. Talvez meu envolvimento com uma destas áreas cresça com o passar dos anos. Mas para ser honesto, não sou do tipo que planeja o futuro, acho o presente muito importante. Afinal, é única coisa que realmente nos pertence. Meu maior plano é viver bem, cercado de bons amigos e família. Muita comida gostosa, aproveitando o fantástico estilo de vida e a tranquilidade da Nova Zelândia.

Mais detalhes sobre o trabalho desenvolvido por Rani Silva e sobre o workshop Primal Seasons pelo website

www.isallaboutlove.com



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Galinha caipira Banana da terra com ovos Ossobuko de bode Bolinho de arroz Sorvete de frutas vermelhas Torta crua de blueberries Pao paleo Aveia de chocolate Cafezinho brazuca



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Sorvete de frutas vermel has

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a ch vei

ocoal de ate


Cafezin h o brazu ca

ce i l s b r a b rhu d n a r e Raw ging


motivos

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para se fazer intercâmbio na Nova Zelândia

POR ROSANA MELO


1

Zelândia está entre os 10 países com a melhor educação do mundo. O governo investe e fiscaliza o sistema interno e com certeza uma qualificação adquirida no país será válida em qualquer lugar do mundo. Por aqui, você poderá estudar inglês, fazer High School, um curso de graduação, diplomas, pós-graduação, mestrado e muitos outros.

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POSSIBILIDADE DE ESTUDO E TRABALHO

0

Sabemos o quanto é importante ter a pos-

sibilidade de ganhar uma graninha enquanto

se estuda e que cada vez mais os países estão restringindo essa opção durante o intercâmbio. Aqui na Nova Zelândia qualquer estudante que estudar por no mínimo 14 semanas em uma escola de categoria 1 terá permissão de trabalho de 20 horas semanais. Assim é possível estudar e conseguir um trabalho legalmente, sem stress. Além de ajudar com o desenvolvimento do inglês, é super interessante voltar para o Brasil com uma experiência de trabalho no exterior.

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SEGURANÇA E BAIXO ÍNDICE DE CORRUPÇÃO

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Cada país tem seus atrativos e pontos a serem considerados, e cada pessoa tem seus desejos e expectativas que devem ser balanceados nessa equação de escolha.

QUALIDADE DE ENSINO

Apesar de não ser muito divulgado, a Nova

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Se tem uma coisa que todo mundo deveria fazer na vida é conhecer outros países. Ultrapassar fronteiras e sair da realidade que nos é familiar, e que muitas vezes parece ser única. O intercâmbio é uma das formas de se viver essa experiência e ainda adquirir aprendizado em áreas diversas. É possível aprender uma nova língua, uma nova qualificação, aperfeiçoar na área de atuação ou simplesmente naquele hobby que é uma paixão! Ao mesmo tempo, abrir a mente para o diferente, aceitar novos gostos e estilos, imergir em um modo de vida inusitado, coisas simples que nos ajudam a entender o outro e nos melhora como seres humanos. Tendo tudo isso em mente, o primeiro passo para embarcar em uma aventura de intercâmbio é, com certeza, escolher o país ideal, onde é possível combinar de tudo um pouco e viver as experiências ao máximo.

O país é considerado o mais seguro do mundo, e consta como o número 1 do mun-

do em termos de segurança. Além disso, está também na lista como o menos corrupto do mundo. Nada mal para quem considera enviar o filho para um intercâmbio ou para aproveitar sem medidas ou preocupações, não é?!

CUSTO BENEFICIO

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O dólar Neozelandês, moeda oficial do país,

0

A Nova Zelândia é considerada um excelente destino de intercâmbio, para todas as idades. Veja abaixo 10 razões para que o país esteja na sua lista:

é uma moeda forte, mas possui um valor inferior ao dólar americano e ao Australiano, o que

ajuda na hora das conversões. Além disso, o


valor dos cursos e o custo de vida são mais ba-

pra casa, além de muitas experiências, recor-

ratos quando comparados com destinos mais

daҫões de amigos do mundo inteiro.

populares como os EUA, a Inglaterra, o Canadá

fortíssimo para se escolher a Nova Zelândia.

Se você é um amante da natureza, nem pre-

Por aqui, não se tem apenas esportes radicais,

cisa pensar duas vezes: a NZ é o seu destino.

como muitos imaginam, mas também muitas

O país é chamado de “100% puro”, pois as be-

outras atividades que atendem desde crianças

lezas naturais estão por toda parte e são con-

até pessoas mais maduras. Nada como se

sideradas como um dos maiores patrimônios

matricular em cursos para maiores de 40, es-

por aqui. Seja qual for a cidade de sua escolha,

tudando de manhã e indo com a turma experi-

o verde, os parques, as praias e as cachoeiras

mentar vinhos a tarde por exemplo. Piquenique

estarão por perto e oferecem a todos a oportu-

no parque, hiking em montanhas, surf, esqui,

nidade de fazer muitas atividades outdoors, ter

museus, jardins, moutainbike, cavernas, bun-

contato com animais diversos e se encantar

geejump, restaurantes renomados, canoagem,

com a diversidade e as paisagens incríveis que

paraquedismo, velejar, relaxar, explorar, ver gol-

estão por toda parte.

finhos, ler e mergulhar. É só organizar a lista

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CONTATO COM A NATUREZA

A Nova Zelândia é extremamente cosmo-

de atividades preferidas que todos os gostos serão atendidos.

EXPERIÊNCIAS ÚNICAS

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CONVIVÊNCIA COM OS KIWIS E MAIS 100 OUTRAS NACIONALIDADES

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0

Pode não parecer, mas esse é um motivo

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polita. É um país novo, formado por Maoris e

Não é porque a Nova Zelândia parece longe

colonizadores Ingleses predominantemente,

que seu intercâmbio será sem igual. Mas, por

porém atraiu e atrai imigrantes de todas as par-

outras muitas experiências que só são vistas

tes do mundo. A mistura de cultura pode ser

por aqui. Formações geográficas adicionadas

percebida nas ruas, nas festividades e nos di-

ao clima, somados à atividades vulcânicas e a

versificados restaurantes das cidades. Durante

natureza pura, proporcionaram ao país, fenô-

o intercâmbio, é possível aprender bem mais

menos naturais impressionates. Crateras de

que apenas a cultura Neozelandesa e levar

vulcões inativos, vulcões em atividades, pisci-

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0

DIVERSÃO PARA TODAS AS IDADES

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e a Austrália.


visto sem ter que sair do país. Além dessa fa-

linas, são alguns dos passeios imperdíveis do

cilidade, a Nova Zelândia é um dos poucos paí-

país. E ainda, visitar geleiras (glaciares) que

ses que oferece um ano de visto de trabalho

estão para desaparecer, gêiseres raríssimos, observar animais marinhos no seu habitat natural, e reservas naturais entre os Alpes, muitas vezes só é possível por aqui.

após a conclusão de cursos de nível 7 ou aci-

FACILIDADE DEVIAJAR PELO PAÍS

pontuação suficiente com a imigração para so-

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nas naturais de água e lagos de águas crista-

Com uma extensão territorial de aproxima-

ma. E ainda é um dos raros países do primeiro mundo com algumas profissões em demanda. Qualificando-se por aqui e conseguindo um trabalho após o curso é bem possível consiguir licitar residência no país.

damente 3000Km de Norte a Sul, é possível conhecer boa parte da Nova Zelândia e suas belezas durante o intercâmbio. Com um pouquinho mais de tempo livre, alugar uma van ou campervan e viajar pela ilha Norte ou Sul é uma

Por esses e outros 1000 motivos, fazer um intercâmbio na NZ valerá a pena!

ótima opção. Viajando por 1 mês é possível conhecer os principais pontos das 2 ilhas. É fácil também comprar passes de ônibus e ir parando onde sentir vontade. Alternativas para aproveitar ao máximo os finais de semana como viagens em grupos turísticos, alugar carros com amigos ou mesmo pegar um voo ou uma balsa, podem ser bastante viáveis e permitir

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que se conheça boa parte do país.

1

POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DO INTERCÂMBIO OU RESIDÊNCIA NO PAÍS

Caso tenha interesse em ficar um pouqui-

nho mais por aqui, é possível solicitar um novo

Rosana Melo é consultora de sonhos da YepNZ. É brasileira de Minas Gerais e mora na NZ desde 2009. Com graduação e MBA no Brasil na área financeira, teve diversos trabalhos até chegar ao cargo de Financial Controller em um grupo da NZ. Em 2012 iniciou seu primeiro negócio na NZ, um Café e em 2013 abriu a agência de intercâmbio YEPNZ com uma amiga, hoje com escritórios em Hamilton e Auckland. Contato: www.yepnz.com




Nosso inglês cheio de erros ou o efeito “feijão no dente” CRISTINA SHUMACHER

setembro 2016


Tem coisa mais embaraçosa do que

A palavra chave é consciência: do

feijão no dente? Estritamente, sim,

que fazem as palavras e de como se

muitas coisas, mas como alegoria,

organizam, dos tipos de sons, dos con-

assim, para ilustrar aquela sensação

trastes entre as línguas, do que, afinal

de inadequação, não, não existe. Até

faz diferença saber. Porque a consciên-

nos olharmos no espelho ou, como é

cia é requisito para a mudança. Mu-

pouco provável olhar-se no espelho

dança sem consciência é como colocar

sem motivo, até alguém nos avisar,

a lixeira cheia em outra parte da sala,

exibimos, inconscientes, aquele feijão.

sem esvaziar.

Mas aí é que está – ninguém avisa. A comparação é didática: com o inglês problemático é assim também. Nos escutam, tentam nos entender, mas não nos avisam quando percebem que nossa comunicação deixa a desejar. E sabemos: esse efeito feijão no dente ameaça nossa imagem profissional. Trabalho há pelo menos 20 anos com avaliação de conhecimentos de línguas estrangeiras, com foco principal no inglês. Nos últimos 15 anos conduzi avaliações online, entrevistas e correção de redações de candidatos a vagas com exposição internacional. Avaliei equipes, avaliei empresas inteiras. Meu sistema de testes tem mais de 4000 usuários. É duro de dizer, mas tem sido erros demais. Erros que, feijãonodentemente, estão representando nossa atuação profissional junto aos nossos interlocutores internacionais. Agrava-se a situação quando constatamos que as aulas tradicionais – aquelas das quais desistimos e que recomeçamos, de novo e de novo – abordam a comunicação, e não a consciência dos erros e sua correção.

Cristina Schumacher é especialista em ensino de idiomas. Publicou mais de 30 títulos na área, a maioria apresentando uma abordagem facilitada para o aprendiz brasileiro de inglês. O best-seller de Cristina intitulado “Inglês Urgente para Brasileiros” (1999) revolucionou as publicações de inglês no Brasil, criando a hoje extensa e variada lista de livros de autoensino de idiomas no país. No Grupo GEN, Cristina é autora e consultora para publicações de idiomas e materiais de português como língua estrangeira. Escreveu o livro “Uma Gramática Intuitiva – liberte-se das regras e tome posse da língua que você fala”, pela EPU (selo GEN). É também palestrante, coach, tradutora, avaliadora e consultora. O foco de seu trabalho é a consciência da língua. Além de português, língua materna, Cristina fala fluentemente inglês, francês, alemão e espanhol e tem conhecimentos acerca de diversos outros sistemas linguísticos. Desenvolveu e explora o conceito da Gestão da Palavra, trazendo a mensagem transformadora de que as palavras fazem muito mais do que comunicar. Atualmente, Cristina está cursando um Mestrado em Linguística Aplicada na renomada School of Linguistics and Applied Language Studies na Victoria University of Wellington, na Nova Zelândia. Contato: cristinaschumacher@gmail.com www.cristinaschumacher.com.br



Language Links Traduções certificadas pelo NZQA, Imigração e LTNZ

Portug u Franc ês Alemãês Espan o hol E to

Certidão de nascimento, casamento E antecedentes criminais. $45 cada (GST incluso) Carteira de Motorista $45 cada

Europ dos idioma eus e s a siático 3 carteiras de motorista s solicitadas ao mesmo tempo $40 cada

09 303-0590 Level 3, 71 Symonds Street Auckland Central PO Box 8396, Symonds Street Fone: +64 9 303 0590 Fax: +64 9 303 0589 translations@languagelinks.co.nz De Segunda a Quinta das 9:30 às 17:00 Sexta-feira das 9:30 às 16h:30


EMBAIXADA DO BRASIL

em WELLINGTON Festa de Independência A Embaixada do Brasil em Wellington convidou autoridades, amigos e imprensa para a comemoração do 194˚ Aniversário da Independência do Brasil que aconteceu no dia 7 de Setembro de 2016. A comemoração aconteceu na Pipitea Marae em Wellington com muita música, comida e alegria brasileira. A Revista MBA foi conferir o evento. Imagens: Nahyara Lacerda

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Entenda mais sobre a função do clínico geral (GP) e esclareça suas dúvidas sobre o sistema de recomendações para médicos especialistas.


ma das coisas mais difíceis

para um especialista, gastamos muito mais

no processo de adaptação em

dinheiro e muitas vezes nos submetemos a

outro país é saber como lidar

testes absolutamente desnecessários, sem

com a mudanҫa de hábitos do

mencionar o tempo gasto por estes profissio-

dia-a-dia. Um dos mais arraigados no nosso

nais que poderiam estar se dedicando à ca-

inconsciente, mesmo sem percebermos, é a

sos mais relevantes.

forma como nos relacionamos com os médicos e o sistema de saúde. Mesmo morando

PROTOCOLOS E PROCEDIMENTOS

há muitos anos na Nova Zelândia, muitos brasileiros ainda não entendem como funciona e

Stella lembra que na Nova Zelândia existem

como tirar o melhor proveito do sistema públi-

protocolos e procedimentos importantes a se-

co de saúde.

rem seguidos, ‘fruto de intensa pesquisa médica e científica’ diz ela. “Aqui não tem ‘jeitinho’,

AS DIFERENҪAS ENTRE O BRASIL E A NZ

o médico não pode fazer testes com procedimentos e remédios sem seguir o protocolo”

Para esclarecer as dúvidas dos nossos lei-

esclarece Stella. “Se eu tentar encaminhar um

tores, nós tivemos uma longa conversa com

paciente para um especialista sem antes fazer

a médica brasileira Stella Goulart, que nos

todos os passos do protocolo, esse paciente

explicou sobre o funcionamento e os proce-

volta para mim. Como GP eu preciso tentar to-

dimentos do sistema de saúde e do sistema

das as possibilidades cabíveis ,antes de reco-

de refferals (recomendação para médicos es-

mendar que o paciente procure um especialis-

pecialistas) na Nova Zelândia. Stella trabalha

ta” justifica a médica.

atualmente como GP (general practitioner – o

“Portanto, quando o seu médico GP disser

nosso clínico geral lá no Brasil) em uma clínica

que não pode te dar um referral para um espe-

em Auckland.

cialista porque o seu filho tem eczema (uma

Stella diz que a maior diferença entre os

doença de pele muito comum entre as crian-

SPS neozelandês e o brasileiro está no nível de

ças) , não é por que o médico “não quer” ou

atenção à saúde. Aqui, o nível de atendimento

porque ele não é um bom profissional. Sim-

é primário, ou seja, quem primeiro atende o pa-

plesmente ele precisa seguir o protocolo an-

ciente é o GP. Já no Brasil, o nível de atenҫão

tes” acrescenta Stella Goulart.

ao paciente é secundário, e portanto, quem

A médica brasileira explica que GPs não po-

atende o paciente na sua primeira consulta é

dem pedir ressonância magnética ou uma to-

o especialista.

mografia, sem antes passar por um especialis-

Segundo a médica, o sistema neozelan-

ta, exceto em casos de emergência, como por

dês funciona com eficiência. Ela explica que

exemplo, ter batido a cabeça numa queda. Já

na maioria das vezes que você vai ao médico,

os exames de alergia ou de sangue podem ser

seja por condições passageiras (uma gripe,

solicitados pelos GPs sem problemas.

por exemplo) ou por uma condição crônica

Na opinião dela, “no Brasil o médico tenta

ou acidente, o GP está capacitado em lidar

por experiência ‘vou tentar isso ou aquilo’. Aqui

com seu problema. Stella esclarece que indo

na NZ, o protocolo é muito presente e o conse-


lho de medicina é muito exigente com os médicos, que devem estar sempre se atualizando com novas informacoes, pesquisas médicas e tratamentos” .

ATENDIMENTO E CONSULTAS Enquanto na Nova Zelândia um adulto paga entre $20 e $60 por consulta (de acordo com a

Segundo a médica, os GPs tem direto aces-

clínica que frequenta), crianças menores de 13

so aos especialistas e suas opiniões. “Essa

anos não pagam pela consulta na maioria das

comunicação entre os médicos dá suporte

clínicas - 98% das clínicas de GPs tem a políti-

quando o protocolo para determinada doença

ca de zero fee para menores de 6 anos, e 96%

ou condição, não funcionou como esperado. O

para crianças entre 6 e 12. FONTE.

tempo de espera para ver um especialista para

Para aquelas mães que tiveram bebês no

casos não urgentes, é de 3 a 4 meses. Esse é

Brasil e vem para a Nova Zelândia acostuma-

o tempo normal e não depende do GP. O en-

das com uma consulta mensal, só para checar

caminhamento dos pedidos vai para a central

o desenvolvimento do bebê, a mudança é

de refferals e eles decidem de acordo com a

radical. Aqui, as crianças veem enfermeiras do

urgência do caso”, explica.

PLUNKET, uma instituição não governamental

“Para pacientes que tem doenças crônicas

que dá suporte às mães e crianças de até 5

como diabetes e hipertensão, existem clíni-

anos). Cinco visitas no primeiro ano, e com o

cas que oferecem exames específicos onde a

passar dos anos as consultas ficam mais espa-

própria enfermeira pode fazer o agendamento

çadamente até a criança entrar na escola. Es-

pelo sistema público” diz Stella.

sas visitas são para checar o desenvolvimento

setembro 2016


geral da criança, físico e mental. Visitas ao médico GP só quando necessário. Muitas crianças entram na escola aos 5 anos (a grande maioria) sem nunca ter visto um pediatra. E adivinha? Elas estão muito bem de saúde. Stella lembra também que o tempo da consulta do GP é de 15 minutos. Se você precisa discutir vários problemas, reserve dois horários seguidos. GPs são pagos por hora, independente de terem atendido 2 ou 4 pacientes.

O GP – A FORMAҪÃO PROFISSIONAL Para ser GP na Nova Zelândia, todo o médico precisa fazer um curso específico. Além dos seis anos de faculdade, o clínico geral ainda tem cerca de 4 anos pela frente de cursos e testes, antes de poder trabalhar oficialmente como GP. O médico é treinado e analisado por um grupo de especialistas, e deve estar preparado para atender o paciente e seus problemas.

Com mais de 10 anos de experiência no Brasil e de dois anos trabalhando no Hospital de Auckland, Stella conta o quanto ficou impressionada com todo o sistema de saúde neozelandês. Não só com o aparato tecnológico, que é de primeiro mundo, mas também com o aparato de pessoal: médicos, enfermeiras e técnicos extremamente qualificados.

PRECISA DE UM MÉDICO? O melhor médico é aquele perto da sua casa, então, na hora de se cadastrar numa clínica médica, faça uma pesquisa no seu bairro ou região; Em caso de emergência, fora do horário regular de funcionamento do seu GP, procure as clínicas 24h como a WHITE CROSS em Auckland ou procure o hospital mais próximo; Não tem certeza se é um caso para internaҫão em um hospital? Ligue para um dos números de suporte a seguir.


HEALTHLINE – 0800 611 116

NOTA DE ESCLARECIMENTO:

Healtline funciona 24h por dia, 7 dias por se-

Para ter acesso ao SPS (Sistema Público de

mana para falar com enfermeiras registra-

Saúde) você precisa ser cidadão, residente ou

das que podem te aconselhar com seu pro-

ter um visto de trabalho (que somado ao tempo

blema de saúde e te encaminhar para um

da sua estadia na NZ seja superior ou igual a

medico ou hospital. Eles também podem te

dois anos).

ajudar a achar um medico ou farmácia se

Por exemplo, se você passou um ano na

você estiver de férias numa outra cidade

Nova Zelândia como estudante e depois conse-

(serviço dentro da NZ)

guiu um visto de trabalho de um ano, você tera direito em usar o sistema de saude publico. Se

PLUNKETLINE – 0800 933 922

você está aqui como turista ou estudante, não

Plunket line funciona 24h por dia, todos os

saia de casa sem um seguro de saúde. Exis-

dias e está disponível para qualquer pessoa

tem várias empresas de seguro no mercado e

na Nova Zelândia, eles estão disponíveis

o preҫo do seguro é razoável. Evite o sistema

para dar conselhos sobre a saúde da sua

particular porque é caro.

criança, física e mental (problemas de comportamento, cacinação, amamentação, dentes nascendo, o crescimento da criança…) No Brasil, Stella Goulart

SENIORLINE – 0800 725 463 Informações para pessoas mais velhas que precisam decidir se a melhor opção é ficar em casa, ir para uma casa de repouso, vila de idosos, home care, etc…

RECLAMAÇÕE SOBRE UM MÉDICO, CLÍNICA OU TRATAMENTO? Saiba o que fazer AQUI. Informação complementar: www.health.govt.nz

trabalhou 4 anos em pronto socorros e postos de saúde pelo SUS e fez 2 anos de residência médica em oftalmologia. Na NZ, trabalhou durante dois anos no Auckland City Hospital e no Starship. Atualmente, está terminando o curso de especialização (residência médica) do Royal College of General Practitioners. Como GP, Stella atende pacientes em uma clínica em Auckland - www.healthnewlynn.co.nz


dicas de contabilidade com Luiza Veras

EMPRÉSTIMOS PARA ESTUDAR SEM JUROS Muitos sabem que com o visto de residência você pode solicitar um financiamento para estudante sem juros para cursos integrais e só começar a pagar as parcelas do empréstimo sem juros quando começar a trabalhar. Mas algumas pessoas tem a surpresa quando recebem uma carta do IRD cobrando juros do seu empréstimo de estudante por que passou mais de 6 meses no Brasil de férias ou por outros motivos pessoais. Você somente tem a isenção dos juros se você estiver morando na Nova Zelândia, e não viajar para o exterior por mais de 6 meses. Por isso tenham cuidado se você tiver um empréstimo de estudante e passar mais do que 6 meses fora de NZ, pois a imigração envia informações para o IRD e você será cobrado os juros.


Existem exceções onde você pode ir para o exterior por mais de 6 meses e continuar a pagar o seu empréstimo sem juros, por exemplo: 1. ESTUDANDO NO EXTERIOR COM UMA PROVEDORA DO EXTERIOR Comprovando: • O curso equivalente ao nível 7,8,9 ou 10 • Estudar integralmente • A data de inicio e término do curso. 2. ESTUDANDO NO EXTERIOR COM UMA PROVEDORA DA NOVA ZELÂNDIA Comprovando: • Curso equivalente a nível 8 ou mais. • Estudar integralmente • O curso não pode ser completado em Nova Zelândia. • A data de início e término do curso. 3. FAZENDO UM STUDENT EXCHANGE Comprovando: • Curso equivalente nível 7 ou mais. • Curso exchange aprovado pela NZ com contrato entre os dois países. • Estudando integralmente 4. TRABALHANDO NO EXTERIOR PARA O GOVERNO DA NOVA ZEALANDIA Comprovando: • Carta do trabalho para o IRD provando que você trabalha para o Governo da NZ. • O tempo trabalhando no exterior para o Governo da NZ • Seu numero do IRD . 5. TRABALHANDO NO EXTERIOR PARA UMA EMPRESA DA NOVA ZELÂNDIA Comprovando: • Carta do trabalho provando que você irá trabalhar no exterior para uma NZ empresa e o motivo para ser no exterior. setembro 2016


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O valor estimado do salário pelo trabalho que você irá fazer no exterior. Completar o formulário IR886 se trabalhar no exterior mais de 10 meses (325 dias) O tempo trabalhando no exterior Informar como você manterá sua casa em Nova Zelândia enquanto trabalha no exterior.

6. FAZENDO TRABALHO VOLUNTÁRIO PARA ORGANIZAÇÕES DE CARIDADE E HUMANITÁRIAS NO EXTERIOR Comprovando: • Carta da organização de caridade informando quanto será pago pelo serviço voluntário. • O tempo fazendo o trabalho voluntário • Informar qual o tipo de trabalho que você fará na organização. • A organização deve estar na lista de charitable organizations durante o seu tempo de trabalho voluntário.

Máximo de 24 meses sem juros no seu financiamento estudantil durante o trabalho voluntário no exterior.

7. ACOMPANHANDO SEU MARIDO QUE TRABALHA NO EXTERIOR • Você pode solicitar a isenção dos juros se você for acompanhar seu marido que está indo trabalhar no exterior. • Comprovando: • Certificado de casamento • Conta bancaria conjunta ou documentos de financiamento da casa • Completar o formulário IR 886

Ao retornar para Nova Zelândia antes de 6 meses o seu financiamento estudantil não terá nenhum acréscimo de juros. Não esqueça de avisar para o IRD que você retornou para Nova Zelândia para não ocorrer erro de cobrança de juros no seu financiamento.


Por Camila Nassif

ExercĂ­cio, Esporte, Desempenho e Estilo de Vida SaudĂĄvel


Mudando de país e de comida! Quando decidimos mudar para um outro país, seja para estudar temporariamente, para trabalhar ou pra imigrar definitivamente, uma enxurrada de preocupações toma conta do nosso ser. Uma ansiedade em relação a como são as coisas no novo país, como são as pessoas, como vou me comunicar com o nível da língua que tenho hoje... O que vou comer? Será que lá tem arroz com feijão? E um pãozinho francês pela manhã? Coisas que no Brasil temos em qualquer esquina, a qualquer hora do dia. Mas a decepção pode ser avassaladora porque a diferença é real. Mas mesmo com toda essa ansiedade, existe também uma fase incrível de descobrimento e experimentação interessante, presentes na cultura e hábitos alimentares diferentes! Para se conhecer um país como ele realmente é, você tem que estar aberto a novas experiências. A entender a cultura, a experimentar o que os locais comem no dia a dia. É uma fase de descoberta incrível! Não só da alimentação, mas como o país todo funciona, como as lojas, o transporte público, os supermercados e todas aquelas coisas que fazem parte do dia a dia, que nem imaginamos que podem ser diferentes em outro lugar. O início do processo de adaptação à uma nova cultura e uma nova forma de se alimentar pode ser desafiador pra alguns. No início, muitos procuram se alimentar da mesma forma que fazem no país de origem, o que é o caminho natural das coisas, o que quer dizer que você fará suas refeições você mesmo, pois não existem muitos restaurantes de comidas típicas brasileiras em todos os lugares. Em cidades

maiores, como Auckland por exemplo, você encontrará alguns locais que fazem comidas brasileiras e muitos profissionais que tem empresas de salgados e comidas para eventos e sob encomenda. Mas em cidades menores, essas opções muitas vezes não existem e você tem que virar um mestre na cozinha e meter a mão na massa! Quando chegamos estranhamos um pouco alguns dos hábitos, depois nos acostumamos a eles. Por exemplo, o hábito do kiwi (neozelandês) de tomar café com almoço é um deles. Aqui, existe o que eles chamam de brunch, que é um café-almoҫo, pode ser feito entre às 10:30 da manhã e 2 da tarde. Neste horário,


os restaurantes servem pratos de café da manhã e comida de almoço. Tomar café com um ovo mexido, pão, tomate, bacon seria de certa forma “normal” na nossa cultura, mas tomar café com bife e salada? Café com pizza? Café com macarrão? Porque não? As primeiras visitas ao supermercados são cheias de novidades e podem ser mais demoradas. Leva-se algum tempo para se acostumar com os novos produtos e as marcas. Na maioria das vezes, precisamos arriscar e experimentar diferentes marcas até gostarmos de uma. Com o decorrer do tempo, você começa a adaptar a dieta alimentar e começa até a gostar de alguns dos pratos locais, que passam a ser parte da sua alimentação. Muitas vezes essa mudança faz também com que você procure uma

setembro 2016

alimentação mais saudável, e naturalmente, você não sinta tanta necessidade de comer certas comidas brasileiras – às vezes não tão saudáveis como: doces, salgadinhos e frituras. Mas quem pode resistir aquele desejo de comer um delicioso pudim de leite condensado... e aí, tem que matar a saudade!

Camila Nassif é mineira e mora na NZ desde 2009. Doutoura em Ciência do Exercício pela Charles Sturt University, Austrália, presta consultoria científica na área de Alimentação, Exercício, Esporte e Estilo de vida saudável. CONTATO scienceas.health@gmail.com


E a nossa primeira jornada chega ao fim! SOUL SATELLITES DE VOLTA À NZ

É com muita confiança que digo primeira, pois a promessa de que outras virão é muito promissora. Após do sucesso da estreia da nossa turnê abrindo para a banda Tianastácia tive a oportunidade de levar os kiwis (neozelandeses) da banda para uma verdadeira experiência brasileira, um churrasco de reunião familiar com tudo que se tem direito; muita comida boa, bebida, criançada brincando e a seleção brasileira de futebol conquistando a medalha de ouro pela primeira vez numa Olimpíada. Um momento histórico, além da oportunidade de apresentar grande parte da minha família para a banda que mesmo com a dificuldade da língua, se entenderam muito bem. O show seguinte da nossa turnê foi no Kia Ora Pub, um típico bar Neozelandês bem em São Paulo que há mais de 10 anos agita as noites da capital paulista com uma ótima seleção de cervejas, ótima comida e muito Rock and Roll. Um ambiente perfeito para reencontrarmos muitos amigos que já moraram aqui


na Nova Zelândia e que agora estão em São Paulo. Tivemos a presença de Hobs Santos (DJ El Gato Negro), Camila Ruiz e Chef Shaun Dowling, Caroline Leone. Até o grande amigo DJ. Bobby Brazuca compareceu para comemorar o seu aniversário conosco. A próxima parada foi em Florianópolis, onde tínhamos mais 3 shows para fazer. O primeiro foi no Restaurante Mamasita, um empreendimento de Thiago Vieira, um amigo que conheci aqui em Auckland, quando ele gerenciava alguns bares e restaurantes. Um restaurante Mexicano muito acolhedor, com serviço extraordinário que complementa o maravilhoso cardápio de comida mexicana e extensa lista de coquetéis. O show foi muito bom e tivemos até a participação de André Pacheco dando uma canja num Ragga frestyle e Junior Pointmar (ex- Circuladô de fulô) na percussão. Em seguida tocamos num novo point no Noroeste da Ilha chamado Pub Burger em Santo Antônio de Lisboa. Um distrito histórico com uma grande influência Açoriana. Foi lá que tivemos a honra e o privilégio de dividir o palco com Gazu, um carismático e talentoso cantor que por mais de três décadas agita o cenário musical Catarinense. Ele fundou a banda de reggae Dazaranha, uma das mais famosas de todo o estado. Mais uma vez nós conquistamos a plateia com o nosso som e de bandeja fizemos amizade com uma referência local. Gazu inclusive disse: “ Da próxima vez passem mais tempo aqui que vamos


arrumar uma turnê juntos”. Convite que prontamente aceitamos. O último Show foi no Doctor Júlio, um bar de Rock da tribo de motoqueiros com um tema de Faroeste americano. Parecíamos que estávamos tocando no “Saloon” de um cenário de filme. Apesar do bar ser exclusivamente de Rock, a plateia adorou a nossa mistura de Rock, Reggae e Soul, mesmo com o temporal que caiu aquela noite. Não poderíamos deixar o estado sem levar o nosso baixista Matt Short para visitar uma cervejaria em Blumenau. Matt é o cervejeiro do Shakespeare pub há mais de 5 anos e foi muito legal proporcionar essa chance dele provar umas das melhores cervejas artesanais no país, além de algumas cachaças de alambique também. Foi uma ótima despedida de Santa Catarina. Assim nossa turnê chegou à sua última etapa com uma reunião marcada durante a nossa breve passagem pero Rio de Janeiro. Nós nos encontramos com Décio Cruz, da Warner Chappel Music Publishing que muito cordialmente nos recebeu e tivemos a oportunidade de apresentar o nosso trabalho e explicar nossos planos. Ele foi muito atencioso e mostrou um grande interesse em ajudar na próxima fase do nosso projeto em terras brasileiras. Ele também nos colocou a par do que está acontecendo no mercado fonográfico no Brasil, e essa informação com certeza será muito proveitosa para o planejamento da nossa próxima turnê e a melhor maneira

de alcançar os nossos objetivos. Agora é continuar fazendo nossa lição de casa; terminar o nosso álbum, continuar tocando e divulgando o nosso trabalho nessa temporada de verão que se aproxima na Nova Zelândia. Na nossa despedida final do Brasil tive que por obrigação levar a banda para uma das melhores churrascarias do Rio (Palace em Copacabana) e fomos a um bar de Samba na Lapa e os kiwis piraram ao som de Puro Acaso uma excelente banda de samba de roda no Bar da Boa. Fechamos com chave de ouro. O Balanço da turnê foi superpositiva graças à tantas amizades que nos ajudaram por acreditarem no nosso projeto, na nossa garra e determinação. É com um enorme sentimento de gratidão que nos despedimos dessa série de artigos sobre essa aventura kiwi em terras brasileiras. Valeu Revista MBA e comunidade brasileira em Auckland.

INFORMAÇÕES: Soul Satellites no FACEBOOK www.soulsatellites.com Mani Santos: 021 166 9174



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