ABRIL 2017
ganha o Nobel da paz pela sua luta a favor da educação de outras jovens como ela, onde o movimento Lean In, da COO do facebook Sheryl Sandberg moEva mulheres a assumirem riscos e se lançarem em busca de seus objeEvos sem medo e onde, possivelmente, a maior potência econômica mundial pode eleger sua primeira Escrevo o editorial desse mês num dia de muita chuva para toda presidenta (Hillary Clinton), é impossível não observar uma mudança a Nova Zelândia. O Ciclone Cook está nesse exato momento passando nos caminhos pelos quais vemos as mulheres na nossa sociedade. pelo país trazendo muita chuva e ventos de até 150km/h. A Defesa Civil nos orientaNesse a evitar viagens soltas quin- a quase um desnecessárias, ano de Revista tirar MBA coisas percebi que do é inegável parEcipação e envolvimento de algumas mulheres incríveis tal ou deck (elas podem voar e quebrar janelas ou machucar alguém) e na comunidade b rasileira d a N ova Z elândia. N esses ú lEmos meses Eve ter um suprimento de água, comida e velas sempre disponível. o privilégio de ter conhecido mulheres inteligentes, ambiciosas, Esse é um tema sempre atual, a Nova Zelândia está sujeita à tercorajosas, cheias de personalidade e com muita sede de contribuir remotos, tsunamis, e ciclones nãoPvemos Brasil em prol dincêndios e uma sociedade mcomo ais justa. or isso no esse mês e, a revista é coincidentemente, nesse mês dedicada trazemos a nós, mulheres. uma matéria sobre o assunto. Conversamos com o Àtila de Oliveira que trabalha para a Defesa A matéria mais importante essa explicou edição, éum , sem dúvidas, Civil neozelandesa (em Westport) que dnos pouco maiso arEgo sobre V iolência D omésEca. A s q uatro b rasileiras q ue generosamente sobre como o país trabalha com diminuição de riscos e recuperação suas heistórias com a gente que seus em caso decomparElharam catástrofes naturais qual é o papel dele e esperam como podecaminhos não se repitam e que outras mulheres saibam o que fazer, mos nos envolver. o quanto antes, para saírem de relações abusivas. Mas não se assustem. A Nova Zelândia é propensa à desastres naturais mas aNossa gentecsabe se virar muito bem.escreveu As oportunidades compenolunista Camila Nassif sobre a saúde Xsica e mental da de mulher e da Oportunidades necessidade de como se colocar primeiro lugar, e com sam o medo tremores. a queem a Carla Assem um tque exto mora cheio de personalidade empolgação, de Njis, gaúcha na Nova Zelândia háe quase 12 anosIsabelle e ilustraMesquita fala d o p oder d e s er v ocê m esma e n ão c air n os p adrões lindamente a capa desse mês, teve ao poder mudar sua vida e correrimpostos pela sociedade. Seja livre! atrás do seus sonhos. Os trabalhadores neozelandeses estão entre os que mais prezam o equilíbrio entredvida e profissional doqmunNa nossa capa, quatro os cpessoal abeleireiros brasileiros ue mais badalam do. Não seria brasileiros aqui. as diferente madeixas para das os mulheres na Nque ova decidiram Zelândia, morar Amanda, Caroline, Daniel e G isele d ividem c om a g ente a s ua t rajetória t rabalhando Para os que estão no Brasil pensando em vir para a NZ usando um aqui, (um suas visto dificuldades e o que trend para o resto do ano. visto de partner que beneficia oé marido/esposa/parceiro(a)), nosso conselheiro de imigração Steve Norrie da Visa Feliz explica o que Ainda temos uma coluna nova, com Luiza Veras, Erando todas as você tem que mostrar para provar uma relação estável. suas dúvidas sobre impostos e contabilidade na NZ, e Rosana Melo Já a nossa contadora Luiza Veras explica o que célaro o ACC escreve um arEgo completo, bem-‐feito, e s(Accident imples de entender Compensation Coorporation) como funciona(mais o sistema de dedução sobre os Diplomas eneozelandeses ou menos o nosso curso técnico b rasileiro) e c omo e sse c urso p ode s er s eu pontapé do pagamento do seu salário. E se você gosta de correr atrás da bola, inicial no processo e imigração à Nna ova Zelândia. Sérgio Toniello Filho, drecém chegado NZ, conta como foi a sua pri meira experiência indo assistir a um jogo de futebol no país e faz comDuda Hawaii, um dos nossos fotógrafos colaboradores, escreveu um parações interessantes sobre o esporte entre Brasil e Nova Zelândia. texto empolgante sobre a sua travessia do Tongariro, uma das E mais, um ensaiom espetacular Ilha Sul (do país aoeredor de caminhadas ais bonitas na do m undo com fotos spetaculares) e Peterson Fabricio, nosso Juliano agente Baby de imigração e plantão, Queenstown. O fotógrafo brasileiro mais umadvez mostra fala do visto dee talento trabalho aberto ado aos das que se formam or aqui. sua sensibilidade com fotosdde uma regiões mais p bonitas do mundo! Uma experiência realmente incrível. Tem informação para todos os gostos. Boa leitura e Be Safe! Se divirtam!
Cristiane Diogo
ABRIL - EDIÇÃO 30 N° 03/2017
EDIÇÃO Cristiane Diogo
REDAÇÃO Gabriela Ferrão
DIAGRAMAÇÃO Tereza Manzi
COLUNAS Camila Nassif, Luiza Veras, Rosana Melo e Steve Norrie
FOTOGRAFIA CAPA Juliano Baby
COLABORADORES ABRIL 2017 Sérgio Toniello Filho
AGRADECIMENTO ABRIL 2017 Átilia de Oliveira, Carla Assem de Njis, Amanda Cabral, Ritielhe Machado
A Revista MBA é uma publicação independente com a finalidade de informar a comunidade brasileira da Nova Zelândia e divulgar produtos e serviços que sejam do interesse dessa comunidade. A versão online desta publicação é gratuita. É proibida qualquer reprodução impressa ou digital, cópia do conteúdo, matérias, anúncios ou elementos visuais, bem como do projeto gráfico apresentados na Revista MBA com base na LEI DE DIREITOS AUTORAIS Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, com respaldo internacional.
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ORGANIZAÇÃO
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APOIO
VISTOS E IMIGRAÇÃO VOCÊ ESTÁ EM UMA PARCERIA GENUÍNA E ESTÁVEL?
UM DIA DE FUTEBOL NA NOVA ZELÂNDIA
CARLA ASSEM DE NJIS TRANSFORMEI MINHA PAIXÃO EM CARREIRA NA NZ
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ENSAIO FOTOGRÁFICO: AROUND QUEENSTOWN
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ÁTILA DE OLIVEIRA E A DEFESA CIVIL NEOZELANDESA
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DICAS DE CONTABILIDADE: O ACC (ACCIDENT COMPENSATION CORPORATION)
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vistos e imigração POR STEVE NORRIE
VOCÊ ESTÁ EM UMA PARCERIA GENUÍNA E ESTÁVEL?
Nau Mai Haere Mai! Eu freqüentemente lido com casais onde um parceiro tem um Visto de Trabalho ou um visto de estudante para estudos de pós-graduação e o outro parceiro quer aplicar para um visto de trabalho baseado em parceria. Esta classe de visto pode ser muito complicada porque o casal deve ser capaz de apresentar provas com a sua aplicação que eles estão vivendo juntos em uma parceria legítima e estável. Isso às vezes pode causar problemas para casais do Brasil onde existe uma tradição de não viver juntos até o casamento. Outra complicação que às vezes ocorre para provar que moram juntos é onde um casal foi obrigado pelas circunstâncias abril 2017
a viver separados por algum tempo; por exemplo, quando um parceiro chegou à Nova Zelândia para encontrar trabalho enquanto o outro parceiro permanece no Brasil. Nestas situações, o casal terá de fornecer uma boa explicação sobre por que eles precisavam viver separados, a evidência de suas comunicações enquanto eles estavam separados e evidências de membros da família que corroboram sua história. Ser casado não prova que você está em uma parceria genuína e estável. O filme Green Card dos anos 90, estrelado por Gérard Depardieu e Andie MacDowell, é uma comédia clássica sobre o motivo pelo qual os casamentos nem sempre são celebrados pelas razões certas quando se trata de questões de imigração (os oficiais de imigração também viram este filme!) Surpreendentemente, nem mesmo ter filhos juntos é prova de uma parceria genuína e estável. Embora as certidões de nascimento das crianças sejam uma prova útil da sua parceria, não provam definitivamente que a sua parceria é atualmente genuína e estável. Então, que medidas você pode tomar agora para garantir que, quando chegar a hora, você pode provar que você está em uma parceria genuína e estável?
1. Morar juntos Não há como contornar isso. Se vocês não têm vivido juntos por algum tempo o seu pedido de um visto de trabalho
baseado em parceria não terá êxito. Não há regras fixas sobre quanto tempo viver juntos é tempo suficiente - mas as aplicações com fortes evidências de apoio normalmente podem ter sucesso depois de viverem juntos por 6 meses;
2. Ser financeiramente interdependente Ter uma conta bancária comum e cartões de crédito e usá-los para a maioria de seus requisitos bancários, incluindo receber seu salário e pagar suas contas mensais. Se você tiver um empréstimo para comprar um carro por exemplo ou qualquer outro tipo de empréstimo, certifique-se de que ambos tenham assinado o contrato. Para aqueles que estão esperando para viver juntos depois que se casaram, não há nada que os impeça de operar contas bancárias conjuntas imediatamente;
3. Pagar contas juntos As faturas combinadas de eletricidade, gás, água, telefone e seguro são uma excelentes provas de que vocês estão vivendo juntos e incorrendo em responsabilidades conjuntas. Isso ajuda a provar que você está em uma parceria genuína e estável;
4. Assinar juntos os documentos Fico sempre surpreso com a frequência com que os casais não assinam
curtidas de seus amigos mostram que eles reconhecem vocês como um casal.
documentos importantes, como contratos de arrendamento e acordos para comprar bens importantes, como casas. Estes documentos são uma representação vital do seu compromisso um com o outro como um casal.
5. Use o Facebook para publicar eventos juntos Posts do Facebook são excelentes para provar que você está em uma parceria real e estável. Em primeiro lugar, eles são um registro fotográfico de vocês vivendo a vida juntos. Em segundo lugar, eles são uma declaração pública de sua parceria e, em terceiro lugar, os posts e
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Quando chegar a hora de aplicar para o seu visto de trabalho baseado em parceria, existem muitas outras formas de evidência que você também pode apresentar para apoiar a sua aplicação. Mas se você já tomou os 5 passos descritos acima, você estará em uma posição muito mais forte para uma aplicação bem sucedida. Gostaria de recomendar que os candidatos a esta classe de visto procurem aconselhamento profissional. Ao contrário das classes mais simples de visto como o estudante ou o visitante, as instruções da imigração para esta classe são complexas e exigem que o oficial da imigração faça um julgamento altamente subjetivo. Nessa situação, você precisa de um conselheiro ou advogado de imigração para defender suas circunstâncias particulares de modo a persuadir o oficial de imigração a tomar uma decisão favorável. Hei Konā rā Steve
Language Links Traduções certificadas pelo NZQA, Imigração e LTNZ
Portug u Franc ês Alemãês Espan o hol E to
Certidão de nascimento, casamento E antecedentes criminais. $45 cada (GST incluso) Carteira de Motorista $45 cada
Europ dos idioma eus e s a siático 3 carteiras de motorista s solicitadas ao mesmo tempo $40 cada
09 303-0590 Level 10, 48 Emily Place Auckland Central PO Box 661, Shortland St Auckland 1140 Fone: +64 9 303 0590 Fax: +64 9 303 0589 translations@languagelinks.co.nz De Segunda a Sexta das 9:30 às 17:00
Por: Sergio Toniello Filho
Um dia de futebol na
Nova Zelândia
por Sergio Toniello Filho
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futebol está para o Brasil, assim como o rugbi está para Nova Zelândia. Esta máxima pode ser verídica em uma primeira análise, porém nos últimos anos a Nova Zelândia tem mudado um pouco este cenário. A evolução do esporte bretão em terras Maoris tem sido notória, apesar de ainda galgar a passos lentos por conta da popularidade de outros esportes como rugbi, criquete e netball. Acompanhei de perto uma partida de futebol em Auckland, o chamado derby (clássico) neozeolandês entre Auckland City FC x Wellington Phoenix (Sub-20) e pude perceber que muitos kiwis são mais fanáticos por futebol do que imaginava antes de vir para o país. Logo de cara um rapaz kiwi me abordou, entusiasmado, ao me ver adentrando ao estádio com uma camisa do Grêmio. “Oh, este time é do Brasil, certo? Eu conheço esta camisa pois acompanho muito o futebol brasileiro. Ronaldinho, Ronaldo, Kaka…eles foram lendários”, disse o garoto que vestia uma camisa do West Ham, time inglês. Exemplos como este têm sido comuns no país, principalmente entre os mais jovens que são fortemente influenciados pelo futebol da Inglaterra e acabam escolhendo um time inglês para torcer. No local, observei, também, a presença de muitas crianças, que em sua maioria vestiam camisas de times ingleses e até escoceses.
E foi com a massiva participação das crianças, som de batuques e até gritos de hooligans que o time da casa conseguiu vencer o time da capital Wellington (que estava com a equipe sub-20, pois, os jogadores principais disputam a Liga Australiana, a A-League), por 2x0, e assumiu de vez a liderança do campeonato semi-profissional chamado Stirling Sports Premiership, para a alegria do público presente. No modesto estádio do Auckland City, chamado Kiwitea St, que segundo a Wikipedia possui capacidade para 3.500 pessoas ( o que não é verdade pois o local estava quase cheio e não tinha nem mil torcedores), pude desfrutar de um domingo de futebol (e tomando uma cerveja, é claro!), assim como fazia no Brasil. Acabei me sentindo em casa. CLIMA FUTEBOLÍSTICO Para falar a verdade, não chega a ser um estádio com arquibancadas grandes, lembra mais os campos de pequenas cidades do interior que vemos pelo Brasil, onde o campo fica perto dos torcedores, mas tudo muito organizado e até com transmissão ao vivo para o canal de esportes da Nova Zelândia. O maior estádio em Auckland e também da Nova Zelândia é o Eden Park Stadium, onde são realizados os jogos de rugbi, a verdadeira paixãoo nacional, mas que também abriga partidas de futebol de grande porte, no caso de uma final ou até mesmo amistosos do All Whites (Selecão Nacional de Futebol).
fonte: http://fijione.tv/wp-content/uploads/2015/10/Roy-Krishna..jpg
Existe também o QBE Stadium, situado em Auckland, que recebe jogos do time principal do Wellington Phoenix, único clube profissional do país. De qualquer forma, mesmo com a modéstia do Kiwitea St, é possível sentir o futebol raiz em uma mistura de nacionalidades tanto na torcida, como em campo com jogadores de diferentes países, como espanhóis, portugueses, argentinos e japoneses. O clima de jogo tomou conta também da parte interna do estádio, que é um camarote/bar onde vende-se bebidas e comidas e possui o visual de um legítimo sport bar com várias flâmulas de times de outros países. Turistas que visitam o local tradicionalmente deixam algo que represente seu clube do coração, como flâmulas, cachecol ou bandeiras. Tinha até uma bandeira do Brasil e uma flâmula do São Paulo Futebol Clube.
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fonte: https://pbs.twimg.com/media/C6nbQeWVoAE-Rif.jpg
PROFISSIONALIZAÇÃO DO FUTEBOL Saindo do ostracismo do amadorismo, o futebol da Nova Zelândia tem um futuro em vista: a profissionalizacão. É notável a evolução do futebol neozeolandês em relação há 20 anos, por exemplo. Os resultados exibidos em competições internacionais têm surpreendido, a exemplo da seleção neozelandesa que disputou a Copa do Mundo de 2010 na África e conseguiu terminar o torneio de forma digna, sendo a única invicta da competicão. Além disso, em 2014, o Auckland City FC, um time que tem apenas 13 anos e ainda é semi-profissional, por pouco não conseguiu um feito inédito no Mundial de Clubes contra o campeão da Libertadores daquele ano, San Lorenzo da Argentina. Os kiwis mostraram um futebol digno mesmo sendo
derrotados por 2x1 pelos argentinos, entretanto quase protagonizaram o que seria uma final surreal contra o poderoso Real Madrid. E, mesmo com a derrota, a campanha do time no Mundial de Clubes, fez o futebol ganhar uma dimensão rara na Nova Zelândia. Prova disso é que o minuto a minuto deste jogo no site do New Zealand Herald, principal jornal do país, atingiu em poucas horas mais de 100 mil visualizações, uma das cinco maiores audiências esportivas da página no ano, superando até mesmo a matéria mais lida sobre os All Blacks.
Esta é uma demonstração de que mesmo com a popularidade do rugbi, o futebol está buscando seu lugar ao sol e cada vez mais com uma postura tática madura e bom toque de bola.
Sergio é formado em Jornalismo pela Universidade de Caxias do Sul, Gremista de coração, já viveu em Toronto no Canadá e este mês completa 5 meses de Nova Zelândia.
Fotos: Juliano Baby
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EM CARREIRA NA NZ ......
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CARLA ASSEM DE NJIS
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indo do Brasil com um mercado instável, quem tem um emprego que o segure. Morando na Nova Zelândia outros conceitos começam a fazer mais sentido na nossa cabeça, trabalho não serve somente para pagar as contas mas precisa também trazer uma certa satisfação pessoal além de profissional. A situação econômica da Nova Zelândia nos permite mais liberdade. São comuns os “mum hours jobs”, trabalho de 20h, em horário meio-período onde as mães podem deixar e buscar os filhos na escola ou “mature workers” que se refere à pessoas mais velhas, na sua maioria acima de 60 anos que não estão preparados para se aposentar completamente e voltam à força de trabalho mais pelo lado social do que pelo dinheiro. O ponto é que neozelandeses tem um mercado preocupado com importância do balanço entre vida pessoal e profissional e estão entre as nações que mudam de trabalho mais frequentemente (dados do www.stats.govt.nz). Obviamente empregados procuram receber um salário justo mas eles estão de olho num leque bem maior de benefícios do seu empregador. De acordo com uma pesquisa realizada pela CEB com 18000 pessoas ao redor do mundo sobre satisfação no trabalho, os neozelandeses colocam o balanço entre a vida pessoal e profissional acima do salário na hora de escolher onde vão trabalhar. Respeito no local de trabalho e localizaw w w. s t a t s . govt.nz
ção (quem quer dirigir uma hora para ir para o trabalho todos os dias?) também aparecem no topo da lista. A compensação financeira aparece em quinto lugar (diferentemente de vários países onde o salário aparece no segundo lugar). Aí a gente chega na Nova Zelândia. A Carla, assim como tantos outros imigrantes passou pelas fases clássicas do imigrante para chegar onde chegou, até chegar ao trabalho que dá satisfação pessoal e profissional, até ter a coragem de largar tudo e seguir o seu sonho. Carla Assem de Njis chegou na Nova Zelândia em novembro de 2005. A gaúcha de Porto Alegre diz que na verdade nem sabia onde ficava o país até um namorado cogitar a ideia. Apesar de ter um trabalho legal e estar feliz no Brasil, Carla decidiu acompanhar o namorado por três meses e aproveitar o país. No Brasil, ela estudou em uma Escola Técnica e fez um curso de Estradas para aprender a desenhar e desenvolver ruas, avenidas etc. Fez o curso por que o pai insistiu que seria uma boa escolha mas ela nunca gostou. Terminou o curso mas nunca exerceu a profissão. Na Nova Zelândia, já que não falava inglês, teve que começar do zero e fazer os trabalhos que os kiwis (neozelandeses) normalmente não gostam de fazer. 4 anos limpando casas, bares e escritórios, depois mais 4 anos trabalhando como assistente do gerente num Holiday Park e finalmente como agente de imigração no aeroporto de Queenstown onde ela fazia os vistos para pessoas
Como surgiu o interesse no mundo fitness? Como você fez a transição da sua antiga profissão para a que faz hoje? Eu sempre fui de “ir” na academia, sempre gostei de esportes etc. Mas o amor pelo mundo fitness surgiu mesmo quando eu comecei a namorar o meu atual marido há dez anos. Me inscrevi abril 2017
em uma academia daqui e comecei a me interessar de verdade. Malhava porque gostava e porque fazia eu me sentir bem além de me dar energia, mas nunca pensei que essa seria minha profissão. Da academia começou a surgir o interesse pela parte da Nutrição, e daí foi quando comecei a estudar.
O que você faz hoje e qual é a sua motivação? Hoje em dia sou personal trainer e nutricionista certificada e simplesmente AMO o que eu faço. Minha maior motivação sem dúvida são as minhas clientes e vê-las alcançando seus objetivos é o que realmente me faz feliz.
MBA
MBA
que assim como ela, eram imigrantes. Mas não foi até março de 2016 que ela largou tudo para seguir a profissão que ama e a motiva de verdade. Carla é exemplo, assim como tantos neozelandeses que buscam pelo equilíbrio entre o lado pessoal e profissional, que é possível.
MBA
Você fez algum tipo de curso na área? Quais?
MBA
Fiz cursos para as duas profissões. Estudei para ser personal trainer e decidi juntar também um curso de Nutrição pois na verdade um não funciona sem o outro.
O que você aconselharia a quem quer mudar de área completamente? E para aqueles que querem entrar na área de fitness?
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Você acha o Brasil e Nova Zelândia diferentes no que diz respeito à atividade física? Vê diferenças entre trabalhar com brasileiros e kiwis? Eu acho que o Brasil ainda é um pouco mais ligado na aparência na estética (claro que não estou generalizando), enquanto aqui na Nova Zelândia as pessoas se preocupam em fazer esportes mais pela saúde e bem estar mesmo, mas não vejo a aparência em primeiro lugar na lista. Como atendo só mulheres nas aulas de Personal Training não vejo muita diferença não, todas querem normalmente perder uns quilinhos e tonificar bumbum e barriga, mas quem não quer ne? FALE COM A CARLA: Facebook: My Online Fitness Coach Instragam: carlafitlife Website. www.carlafitlife.com Quem quiser um desconto nos programas de exercício e nutrição da Carla, pode usar o código MBA no seu website.
MBA
Como eu sempre digo, a gente tem que fazer o que nos deixa feliz, então se você não está feliz na sua área procure algo que lhe dê satisfação. No meu caso eu amo poder ter a oportunidade de proporcionar as pessoas um estilo de vida melhor e mais saudável e vê-las sentir a diferença no corpo, mente, alma e energia, isso me faz feliz! Como eu tinha um emprego permanente na Imigração eu comecei nesta área durante meio período, fazia as coisas à noite (faço programas de reeducação alimentar e treinos online) depois do trabalho e assim fui indo, até ter certeza de que era o que eu realmente gostava. Quanto às pessoas que querem entrar na área fitness, pesquisem na região que vocês moram, quais as áreas que estão precisando de atenção, academias existem em todos os lugares, mas não é todo mundo que gosta de frequentar academias. Estudem e se dediquem a isso. Eu comecei dando aulas ao ar livre só para mulheres, pois às vezes nós (mulheres) não nos sentimos bem indo
a academia pois achamos que esta todo mundo olhando, julgando, ainda mais quando achamos que estamos acima do peso etc. Então comecei assim, grupos pequenos, e hoje em dia tenho uma academia particular em casa onde atendo só mulheres. Dou aulas de personal training e também continuo com grupos pequenos, normalmente grupo de amigas que querem malhar juntas mas não querem frequentar uma academia grande.
Around Queenstown por JULIANO BABY
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Cape Farrell
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Kinloch
Cecil Peak
Queenstown
Cardrona Sky
Remarkables
Glenornhy to Queenstown
Rivers on the way to Milford Sound
Roys Peak
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Juliano Baby Amorim é brasileiro de Florianópolis e criado no mundo. Com base na bela Queenstown, na ilha Sul da Nova Zelândia, Juliano é um fotógrafo sensível e apaixonado pelas possibilidades que a luz pode lhe dar. Com sua câmera em mãos, se sente um super herói que, com uso da técnica, criatividade e experimentação pode criar infinitas possibilidades de registros. Sua meta é criar e olhar com novos olhos, para que através de sua arte, ele possa compartilhar esse universo de formas que há na Terra. Contato: www.julianobaby.com | https://www.facebook.com/julianobaby/
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ÁTILA DE OLIVEIRA E A DEFESA CIVIL NEOZELANDESA Vindo do Brasil para a Nova Zelândia, é impossível não perceber a mudança de ritmo. De um modo geral, morar aqui é uma experiência muito tranquila, a não ser quando você é chacoalhado por um terremoto, recebe um bip no seu telefone te avisando da possibilidade de tsunami ou espera ansiosamente a chegada de um furacão. A gente aprende que a atitude não é a de ter medo, mas a de ser precavido e de estar preparados. Na Nova Zelândia, as criancinhas de creche fazem simulações de saídas emergenciais em caso de incêndio e todas sabem o “drop, cover, hold” (pare o que tiver fazendo e se abaixe, vá para debaixo de alguma coisa e espere) em caso de terremoto. O Ministério da Defesa Civil lidera o caminho para tornar a Nova Zelândia e suas comunidades resistentes a perigos e desastres. A estratégia é através de uma abordagem de gestão de risco dos quatro “Rs”: • •
Reduction (Redução) Readniness (Prontidão) abril 2017
• •
Reponse (Resposta) Recovery (Recuperação)
Esta abordagem começa com o reconhecimento dos perigos que enfrentamos e da vulnerabilidade das nossas comunidades e infraestruturas a esses perigos. Ao entender o que esses riscos podem nos fazer, o foco pode passar para medidas para reduzir os riscos e para gerenciar os impactos quando eles ocorrem. Na nossa história mais recente, em fevereiro de 2017, dois incêndios separados por vários quilômetros de distância começaram em Port Hills, Christchurch, na Ilha Sul da Nova Zelândia. Dois dias depois, os incêndios se combinaram em uma grande área. Um helicóptero caiu ajudando a combater os incêndios, causando a morte do piloto. Nove casas foram destruídas e outras duas foram significativamente danificadas pelos incêndios, e centenas de residentes foram evacuados. Em situações como essa a Defesa Civil começa a agir rapidamente
e um brasileiro estava lá presente coordenando parte dessas atividades. Átila de Oliveira, um gaúcho que mora na Nova Zelândia desde 2005 era professor estadual, foi militar do V Comando Aéreo da Aeronáutica por 5 anos na parte de logística e infantaria. Ele mora em Westport, no norte da Ilha Sul da Nova Zelândia depois de ter passado por Alexandra e Christchurch. Na West Coast ele iniciou sua carreira como o supervisor de segurança da mina de carvão Stockton e Pike River, também iniciou sua participação com a Mine Rescue, grupo especializado em resgate em minas. Em 2009 esteve envolvido com o acidente da Pike e em 2010 assumiu o cargo de Emergency & Compliance Team Leader junto ao Buller District Council onde tem alguns departamentos para administrar. Nós conversamos com ele depois do grande incêndio de Port Hills sobre a sua participação e como funciona a Defesa Civil aqui na Nova Zelândia.
MBA: Como você foi parar na Defesa Civil? O que você faz? Quando comecei no Council (prefeitura) iniciei fazendo o CIMS (Coordinated Incident Management System) que é usado nos USA/ Canada /Australia nível 1 que e o básico e depois em 2011 o nível 2 que e especifico para funções de Manager. No meu dia a dia cuido da parte administrativa, relatórios , reuniões com os
meus funcionários e atuo também na parte de Enforcement and Compliance que é a pessoa autorizada pelo Council a exercer a lei (by-laws, RMA, Etc). Participo de Conferências na NZ, reuniões representando nosso council na área de Defesa Civil e sou membro da West Coast Rural Fire Authority que é o comando dos Bombeiros Rurais/ Florestais.
MBA: Qual a importância da Defesa Civil neozelandesa (preparação para catástrofes, rápida respostas à acidentes naturais etc)? A defesa civil aqui na NZ é uma organização bem diferente da do Brasil. Existe uma legislação específica, cabe a cada distrito ter seus planos, seu EOC (Emergency Operation Centre) e ter
um grupo treinado para atuar em caso de emergência. Nossa região abrange os Distritos da Westland, Grey e Buller. Como a falha geológica mais famosa da NZ (Alpine Fault) divide essa região estamos sempre em alerta.
MBA: Qual a maior diferença entre a Defesa Civil neozelandesa e brasileira? E uma pergunta bem dificil, pois dois países tem uma enorme diferença de população e os riscos também são diferentes. No Brasil os maiores desastres naturais são enchentes, secas,vendavais, incêndios em áreas densamente populadas. Existe uma legislação específica, porém não há um trabalho de prevenção ou de educação com as comunidades. Normalmente só se houve falar da Defesa Civil após um desastre.
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Aqui já por sermos totalmente isolados num enorme oceano, sob algumas falhas geológicas nossa situação é bem vulnerável com centenas de terremotos todos os anos. Existe um trabalho de prevenção, prepararação e de ação rápida com as comunidades. Temos também uma legislação específica para a Defesa civil (Civil Defence Act 2002) que tem como função específica de identificar, avaliar e gerenciar os riscos no país. Nossos municípios (District Council) tem o dever de planejar, preparar e atuar em para situações de Emergência baseados nos riscos que possam afetar aquela região especificamente. Aqui na West Coast nossos maiores riscos são a Alpine Fault que divide basicamente a ilha sul ao meio (causando terremotos) e as enchentes, porém também treinamos nosso time para atuar em epidemias, tsunamis, incêndios florestais.
Essa é uma das minhas funções aqui, manter um time de funcionários treinados e capacitados para responder em caso de emergência, ter os equipamentos disponíveis para atuar em caso de desastre como por exemplo geradores, rádios, satellite-phones etc.
MBA: O que você sugeriria a quem está interessado em trabalhar nessa área. Que tipos de cursos, habilidades? Há várias maneiras de iniciar uma carreira aqui, começando como voluntário na área de Defesa Civil (informações aqui) ou até mesmo como bombeiro. Os interessados precisam de muita dedicação e estudo, pois todas as atividades de risco exigem muito treinamento. Os cursos são administrados por agências do governo mas também existem os cursos privados.
MBA: O que te motiva? O que faz você se sentir interessado e motivado em trabalhar na defesa civil? Na casa da minha avó existe um quadro com a seguinte frase: “Quem não vive para servir, não serve para viver” sempre tive isso como um lema, e desde cedo aprendi a estender a mão e ajudar ao próximo. Nossa tarefa muitas vezes é árdua e corremos riscos, porém muito gratificante no final da missão! Esse país me recebeu muito bem, me tornei cidadão em 2015 e tenho um orgulho enorme de fazer parte de um grupo tão especial com pessoas de todos os lugares do mundo.
QUER FALAR COM O ÁTILA? 027 246 0952 atila@bdc.govt.nz
dicas de contabilidade com Luiza Veras
O ACC (ACCIDENT COMPENSATION CORPORATION) Empresas e profissionais liberais são obrigados a pagar ACC caso aconteça um acidente no local de trabalho. Pois caso o empregado ou o professional liberal sofra um acidente no trabalho que o inabilite de retornar às suas funções, o trabalhador receberá um seguro de acidente pelo período de inabilitação. Donos de empresas com funcionários são responsáveis pela segurança do local de trabalho e em manter o local livre de acidentes. O empregador também é responsável pelo pagamento do ACC.
Muitas donos de empresas não entendem porque recebem duas notas fiscais para pagar o ACC. Primeiramente gostaria de explicar alguns conceitos; employees, shareholder employees e self employed: • Donos de ações da empresa e que trabalham diretamente na empresa são chamadas shareholder-employees. • As pessoas que trabalham para uma empresa como empregados (que não são acionistas) que estão incluídas na folha de pagamento (impostos deduzidos no PAYE) são chamados employees. • Pessoas que trabalham por conta própria, que não tem contrato de trabalho, ou trabalham como contratados (contractor) que tem deduzido 20% de imposto como RWT são considerados self-employed. EXISTEM 3 TIPOS DE NOTAS FISCAIS ENVIADAS PELO ACC: • ACC Employer Invoice (ACC do empregador) • ACC Shareholder-employee Invoice (ACC do acionista/empregado) • ACC Self-employed (ACC do trabalhador liberal) NOTA FISCAL ACC EMPLOYER Esse invoice é paga pela empresa que possui empregados. O valor pago
é calculado sobre uma porcentagem do valor total do salário pago aos empregados pelo PAYE Return enviado para o IRD durante o ano financeiro. NOTA FISCAL ACC SHAREHOLDER-EMPLOYEE Esse invoice é paga pela empresa na qual o acionista recebe shareholder salary no final do ano financeiro. O valor pago é uma porcentagem do valor do salário do acionista que foi indicado no imposto de renda da empresa e no imposto de renda do acionista. NOTA FISCAL ACC SELF-EMPLOYED Esse invoice é paga pelo self employed o qual twrabalhou por conta própria ou pessoas que trabalharam como ‘’contractors’’ em trabalhos casuais e teve seu imposto de renda deduzido 20% como RWT pelo schedular payments ao invés de ter o imposto deduzido como PAYE. As empresas não tem responsabilidade de pagar o ACC para self employed/contractors. Resumindo, o calculo do ACC não é feito pelo contador ou pelo IRD. O contador envia as informações do imposto de renda para o IRD e este envia a informação do imposto de renda para o ACC. Consequentemente o ACC calcula uma porcentagem em cima do valor da renda. Essa porcentagem varia de
acordo com o tipo de trabalho. Empresas que trabalham em construção tem umas das porcentagens mais altas pois a probabilidade de ocorrência de acidentes é maior do que em empresas de contabilidade. Por exemplo, enquanto o empregado da empresa de construção tem o risco de cair da escada e quebrar a perna o empregado do escritório de contabilidade tem o risco de ter problemas de tendinite na mão pelo uso no computador. Sempre é bom verificar na sua nota fiscal se sua empresa está usando corretamente o tipo de profissão/serviço que você está providenciando caso você esteja sendo cobrado incorretamente e pagando mais do que deveria. No website do ACC tem a lista das porcentagens de cada tipo de serviço ou podem ligar diretamente para o ACC e pedir informações da porcentagem para a sua profissão.
abril 2017