Baía de Guanabara

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© 2000 by M ANATI P RODUÇÕES E DITORIAIS LTDA Todos os direitos reservados Tel./fax (21) 2274-2942, 2512-48107 manati@uninet.com.br © das fotografias Bia Hetzel, Dilmar Cavalher, Fábio Vidigal, Luiz Claudio Marigo, Pepe Schettino, Zé de Boni © das ilustrações Filipe Jardim, Andra Resende Organização Silvia Negreiros Pesquisa e texto Bia Hetzel Projeto gráfico Silvia Negreiros Consultoria científica Liliane Lodi Revisão de originais Cesar Benjamin, Luzia Ferreira de Souza Revisão tipográfica Tereza da Rocha Reproduções das iconografias Pepe Schettino, Vicente de Mello (p. 14, 36, 60, 64, 74) Ilustrações Filipe Jardim, Andréia Resende (p. 22, 81) Produção gráfica Wilson Barbosa, Silvia Negreiros Produção editorial Imagem Design Ltda.

Agradecimentos Alberto Cohen, Alberto Taveira, Carlos Monte, César Benjamin, Christiano Londres, Clodoaldo da Silva Santos, Cristiana Sampaio de Almeida, David Hetzel, Eduardo Lopez, Eliana Fernandes, Francisco José Pinho de Matos, Graziela Hetzel, Ibsen de Gusmão Câmara, Inês Nicoloso de Castro, Jorge Czajkowski, José Arley Lima Costa, Julio Bozano, Kristina Michahelles, Marcelo Penteado, Marilda Aparecida Bastos, Maristela Colucci, Marta Lopez, Regina Werner, Ricardo Penteado, Roger Mello Arquivo Histórico Ultramarino, Lisboa, Arquivo Nacional, Biblioteca do Museu Nacional, Biblioteca do Museu Naval, Bibliotèque Nationale de France, Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Centro de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro, Comando Militar do Leste, Forte São João, Fortaleza Duque de Caxias, Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, Mapoteca do Itamaraty, Marina da Glória, Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Núcleo de Computação Eletrônica – NCE/UFRJ/ Threetek, Ponte S. A.

Agradecemos especialmente aos patrocinadores que uniram esforços para tornar possível a realização deste projeto

Fotolitos Studio Alfa Impressão Donneley-Cochrane Gráfica Editora do Brasil Foto da capa: Enseada de Botafogo, © Zé de Boni ———————————————————————————— H576b Hetzel, Bia, 1968 Baía de Guanabara / texto Bia Hetzel ; organização Silvia Negreiros ; fotografias Bia Hetzel... [et al.]. – Rio de Janeiro : Manati, 2000. 224p. : il. col. ; 27 × 28 cm. ISBN 85-86218-09-X Inclui bibliografia. 1. Guanabara, Baía de (RJ) – Obras ilustradas. 2. Guanabara, Baía de (RJ). I. Negreiros, Silvia. II. Título. CDD-918.153 ————————————————————————————

Este livro foi publicado também em inglês, sob o título Guanabara Bay




T

alvez não exista no mundo uma região como o

Rio de Janeiro, com paisagens e belezas tão variadas, tanto do ponto de vista da forma grandiosa das montanhas, como dos contornos das praias. Em virtude da multidão de enseadas e promontórios, há uma variedade infinita de panoramas, tanto

para o lado da baía e das suas ilhas como para o mar alto. Não são menores a riqueza e a variedade da vegetação. J OHANN M ORITZ RUGENDAS , 



B a í a

d e

G u a n a b a r a

TEXTO Bia Hetzel ORGANIZAÇÃO Silv ia Negreiros FOTOGRAFIAS Bia Hetzel Pepe Schettino Zé de Boni Dilmar Cavalher Luiz Claudio Marigo Fábio Vidigal



Sumário Apresentação



A formação do paraíso



A delicada teia da vida



A expulsão do paraíso



Um oceano de gente



Lágrimas de redenção



Ensaio fotográfico



Referências bibliográficas 



A presentação EM OBRA DE ORIGINAL INSPIRAÇÃO, Bia Hetzel procura levar os leitores a imaginar os longínquos primórdios da formação geológica dessa área de privilegiada beleza, à qual se deu o nome de Guanabara, e as sucessivas alterações profundas por que passou nos últimos séculos para atender aos desígnios humanos, com lamentável frequência pouco sensatos e imprevidentes. Quem a vê nos dias presentes, poluída e deteriorada, cercada por aglomerados urbanos grandiosos ou miseráveis, instalações industriais antiestéticas, aterros incessantes e carcaças ferrugentas de velhos barcos desativados, dificilmente conseguirá visualizar as numerosas e esplêndidas paisagens perdidas, com suas águas claras abundantemente piscosas, inúmeras praias de límpidas areias, vastos manguezais, florestas pujantes entremeadas de pequenas lagoas e a abundância de diversificadas formas de vida que, em passado já muito distante, a tornaram um paraíso hoje quase totalmente perdido. A vida moderna, com seus acertos e desatinos, sempre exige um altíssimo preço à natureza e, se é inevitável pagá-lo, com sabedoria e bom senso torna-se possível pelo menos minorar as suas consequências mais nocivas, preservando-se parcelas razoavelmente íntegras dos ecossistemas e das paisagens notáveis. Lamentavelmente, tais preocupações ainda são privilégio de uns poucos e só começaram a vicejar quando a imprevidência e a cupidez já haviam produzido danos irreversíveis à portentosa baía e às áreas circunvizinhas. O texto do livro inicia-se com uma síntese quase poética dos fenômenos da natureza geológica e climática que, há incontáveis milênios, deram origem à baía de Guanabara e à acidentada topografia das terras circundantes, lembrando as profundas e surpreendentes mudanças geográficas havidas em toda a região em consequência de alterações ambientais de caráter global e, em especial, de variações acentuadas do nível do mar. Traça-nos em seguida um quadro da vida simples de seus primitivos habitantes humanos e seu profundo contraste com os hábitos dos europeus que cá aportaram motivados por cobiça e falsos sentimentos de valor. Prossegue com

menção às múltiplas dificuldades encontradas pelos colonizadores da terra estranha para suplantar os empecilhos com que se defrontavam em uma área geográfica de beleza sublime, mas fisicamente imprópria ao estabelecimento e à expansão de um núcleo urbano que, por força de condicionalidades políticas e econômicas, nunca cessou de crescer a despeito da impropriedade da localização. Paradoxalmente, esta é também a principal razão da sua singularidade no mundo. A autora manifesta inconformismo com a maneira impiedosa e inconsequente como se degradou paulatinamente uma região de excepcional riqueza paisagística e biológica, em busca de uma modalidade de progresso que, para parcela considerável da massa humana nela contida, foi incapaz de lhe propiciar condições de vida sequer aceitáveis. Erros acumulados durante séculos, a busca incessante de lucros imobiliários em total desrespeito à qualidade de vida, o enclausuramento de parcelas consideráveis da população em espaços exíguos, desmatamentos desnecessários desnudando encostas instáveis, e a ocupação desregrada e imprudente de morros, várzeas e margens de rios transmudaram cidades aprazíveis em megalópoles opressivas. Hoje, à custa de caros esforços de recuperação, nem sempre bem-sucedidos, visa-se a corrigir alguns dos mais graves equívocos longamente acumulados que, houvessem ocorrido no passado mais premonição, sensatez e cuidado com o futuro, poderiam sem dificuldade ter sido evitados. No tempo presente, embora algumas tendências indesejáveis de degradação ainda possam ser revertidas com inteligência, denodo e recursos financeiros vultosos, muitas das oportunidades perdidas não mais poderão ser resgatadas. Resta-nos a esperança de que de agora para o futuro demonstremos mais sabedoria e saibamos preservar o pouco que sobrou do antigo esplendor da Guanabara, ainda digno de admiração e de cuidados como o demonstra o ensaio fotográfico que encerra esta obra. IBSEN DE GUSMÃO CÂMARA Rio de Janeiro, setembro de 2000




PÁGINAS ANTERIORES Farol da ilha Rasa, na entrada da baía de Guanabara,  Ilhas Cagarras, ao fundo o Pão de Açúcar, - Ilha Comprida, ao fundo o Gigante Adormecido, - Ilha da Cotunduba vista da encosta do Pão de Açúcar, 


A

primeira entrada no porto do

Rio de Janeiro marca uma nova era na existência, hora que ficará como um marco na vida. P RÍNCIPE A DALBERTO DA P RÚSSIA , 


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