Uma alegria selvagem

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Uma alegria A VIDA DE SANTOS-DUMONT

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Bia Hetzel

Uma alegria A V I D A D E S A N T O S - D U M O N T

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ILUSTRAÇÕES

GRAÇA LIMA

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© do texto, 2002 by Bia Hetzel © das ilustrações, 2002 by Graça Lima Direitos de edição adquiridos por MANATI PRODUÇÕES EDITORIAIS LTDA.

Av. Rio Branco 114, sala 702 parte 20040-001, Centro, Rio de Janeiro, RJ Telefax: (21) 2274-2942, 2512-4810 manati@uninet.com.br • www.manati.com.br Revisão de originais: Ângela Ramalho Vianna e Luzia Ferreira de Souza Revisão tipográfica: Tereza da Rocha Roteiro de imagens e projeto gráfico: Imagem Design • Silvia Negreiros É terminantemente proibida a reprodução do texto e/ou das ilustrações desta obra, em parte ou no todo, para qualquer fim, sem autorização expressa e por escrito da editora. Todos os esforços foram envidados no sentido de obter as autorizações para a utilização das imagens, obras fotográficas e ilustrações constantes desta obra. Se porventura ocorrer alguma omissão quanto a créditos ou titularidade, os direitos encontram-se reservados aos seus titulares. A 1ª edição desta obra foi patrocinada pelas empresas Embraer e Infraero com recursos da Lei Rouanet em 2002.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

B591A 3. ed.

Hetzel, Bia, 1968Uma alegria selvagem: a vida de Santos-Dumont / Bia Hetzel ; ilustrações Graça Lima ; [projeto gráfico Silvia Negreiros]. – 3. ed. – Rio de Janeiro: Manati, 2006 il.; 168p.; 15 × 22,5cm Inclui bibliografia ISBN: 85-86218-15-4

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1. Santos-Dumont, Alberto, 1873-1932 – Literatura infanto-juvenil. 2. Inventores – Brasil – Biografia. 3. Aeronáutica – História. I. Título. cdd 926 cdu 926:6 SANTOS-DUMONT


Para meu avô Albert George Hetzel, in memoriam Agradecimentos A Marcos Villares Filho, pelas informações gentilmente cedidas e pela leitura crítica dos originais. À Fundação Casa Natal de Santos=Dumont, especialmente a Mônica Castelo Branco, pelas consultas e autorizações concedidas. A Regina Werner e Marilda Bastos, pelo profissionalismo, pela amizade e pelo apoio renovados. E, finalmente, aos patrocinadores da primeira edição deste livro, Embraer e Infraero, empresas brasileiras que dão asas aos sonhos e às conquistas de Alberto Santos-Dumont.

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Sumário A princesa e o aeronauta • 11 Asas de papel • 17 Voando baixo • 25 Uma alegria selvagem • 33 O Brasil dentro da maleta • 43 Gênio ou louco? • 47 O dirigível e o papagaio • 53 Por mares nunca dantes navegados • 59 O dia do fim do mundo • 65 A garagem dos sonhos flutuantes • 69 Pedalando nos céus • 73 O bandeirante dos ares • 81 Que horas são? • 87 O presente do presidente e o convite do príncipe • 93 Depois de 7 vêm 9 e 10 • 101 Dormindo com um olho só • 109 O jegue genial • 117 O salto para o futuro • 125 Linda libélula • 131 A catapulta que tentou mudar a História • 137 O último aceno • 141 A guerra de nervos • 147 O encanto da solidão • 153 Larguem tudo! • 159 Referências bibliográficas • 166

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A princesa e o aeronauta

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13 de julho de 1901 6:51 Verão em Paris Nº 5 Comprimento: 33m Volume: 550m3 Motor: 4 cilindros, 16hp

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pós meia hora de luta contra o vento, o motor do dirigível entrou em pane e parou. Segundos de silêncio e ausência de força propulsora foram suficientes para fazer o enorme charuto de seda amarela inclinar-se e voar para baixo, atirando a aeronave e seu solitário piloto contra o mais alto dos castanheiros do parque do senhor Rothschild. A vizinhança entrou em pânico. O povo de Paris — melhor dizendo, toda a cidade de Paris, desde motoristas de carruagens até intelectuais, nobres e autoridades — tinha aprendido a adorar aquele jovem de pouco mais de 20 anos, meio brasileiro, meio francês, que, com elegância e arrojo nunca vistos, desafiava as leis da física, inventando incríveis máquinas voadoras para navegar pelo ar. Mas a sorte era mesmo companheira inseparável da audácia e do gênio de Alberto Santos-Dumont. A minúscula barquinha em que viajava — suspensa por uma fina e resistente teia de cordas de piano feita pelas próprias

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mãos do piloto-inventor — pousou como que por milagre no topo da árvore, enquanto a hélice do balão tocava o solo. De pé, equilibrado dentro da barquinha, Alberto ficou aguardando serenamente por socorro. Acudiram os hóspedes e o pessoal da casa dos Rothschild. Bem perto do local do acidente, outra brasileira ilustre, a princesa Isabel, condessa d’Eu, foi avisada do acontecido em seu palácio. Depois de assinar a Lei Áurea e libertar os negros da escravidão no Brasil, em 1888, Isabel vira seu pai, o imperador D. Pedro II, ser deposto pela República no ano seguinte. Desterrada, a família imperial mudou-se para a Europa. Dona Isabel vivia em Paris, quando a cidade fazia jus ao título de “Capital do Mundo”, servindo de cenário para inovações e descobertas que começavam a modificar o modo de vida dos homens e a própria face do planeta. Alberto Santos-Dumont, todos então já sabiam, era um dos gênios que se estabeleceram na Cidade Luz para testar e aprimorar suas invenções. Aliás, um dos gênios mais empenhados e bem-sucedidos na tarefa de modificar para melhor a vida dos homens. E agora tudo isso pendia perigosamente do alto da árvore dos Rothschild! Preocupada com a demora necessária para resgatar sãos e salvos piloto e balão do embaraço do castanheiro, curiosa certamente por ser a primeira a conhecer os detalhes do evento que sacudia os ânimos da cidade, a princesa enviou ao aeronauta, ainda suspenso, uma cesta que

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