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Silvia Triboni 7 a
Fundadora do projeto Across Seven Seas, Repórter 60+ e Deputy Ambassador na Ageing2.0 Lisbon www.acrosssevenseas.com Linkedin: Silvia Triboni Instagram - @across_seven_seas tentando comer mais frutas e vegetais como faziam os velhos sardos. Podemos também tentar melhorar o nosso relacionamento com as outras pessoas e familiares. Em grandes cidades os parentes são negligenciados, não são cuidados, então isso deveria mudar se quisermos viver, não digo necessariamente até os 100 anos, mas, pelo menos, para envelhecermos sem doenças. O que é importante não é viver mais, mas sem doenças. Este é o esforço que devemos fazer.
Silvia Triboni - Parar de consumir o leite de vaca e reduzir o consumo da carne, como fazem os longevos da Sardenha, pode ser um bom começo?
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Professor Gianni Pes – Reduzir o consumo da carne é importante. Entre os anciãos da Sardenha a carne era consumida apenas uma ou duas vezes por mês. Eles comiam muito queijo mas não do leite de vacas, mas de ovelha ou cabra. A qualidade do queijo e do leite são completamente diferentes. Isso significa que são proteínas animais que podem ser consumidas especialmente após uma certa idade, porque você sabe que tendemos a perder músculos com a idade, e aumentar o consumo de proteínas de origem animal é bom, mas não de carne. Proteínas animais como leite, queijo ou ovos que não são tão perigosos.
Há preconceito etário na Sardenha?
Silvia Triboni – Atualmente há um grande debate sobre o preconceito etário. Gostaria de saber o seu ponto de vista sobre o etarismo, na Itália, e, especificamente na Sardenha. Há etarismo naquela Blue Zone?
Professor Gianni Pes - Não na Sardenha, mas sim em outras regiões da Itália. Este tipo de discriminação está aumentando porque a geração mais jovem as vezes não está disponível para cuidar de pessoas idosas. O preconceito de idade na Blue Zone é quase ausente pois os longevos ali são muito respeitados pelos jovens. A população tem orgulho de ter estes centenários. Eles representam o símbolo da força de toda a população. Mas eu não posso excluir isso no futuro, que esta atitude atual desapareça. Ninguém sabe. Temos que esperar para ver se algo vai realmente mudar.
Silvia Triboni - Suas palavras são muito importantes e vou compartilhá-las muito entre brasileiros e portugueses, pois precisamos saber que hoje, na Blue Zone Sardegna o etarismo não existe. Terminando a nossa conversa, peço-lhe as suas palavras finais para os meus amigos e leitores brasileiros e portugueses, os quais certamente terão muito orgulhoso de poder aprender com os seus conselhos.
Professor Gianni Pes: Eu diria que o melhor conselho é o seguinte: tente amar as pessoas que vivem ao seu lado. É o melhor conselho. Não para ter uma vida longa, mas para envelhecer graciosamente. Silvia Triboni: Muito obrigada Professor Gianni Pes! Imagens: Silvia Triboni Assista o vídeo da entrevista realizada em Cagliari, Sardenha, Itália, no dia 16.10.2021: https://youtu.be/v61_pmdBSOQ
Cultura Geral Propósito e Circunstância
Sergio Frug
Quero chamar a minha própria atenção para a importância que damos às circunstâncias e seus aspectos que rotulamos como positivos ou negativos, permitindo assim que interfiram de maneira fundamental nas nossas escolhas e na consecução dos nossos objetivos. Mudamos muito facilmente, mudamos com os ventos e quase nunca temos clareza do que queremos, deixando para decidir o que fazer a cada momento ao sabor dos desejos ou das necessidades prementes. Assim não mudamos efetivamente nunca, estamos sempre a mercê dos fatos e dos julgamentos e raramente a serviço dos propósitos que adotamos, se é que adotamos. A força do propósito é nossa, enquanto a força das circunstâncias pertence à acidentalidade e quem sabe aos desígnios superiores que nos guiam. A força do propósito é Arca de Noé, é nau segura, enquanto as circunstâncias são ondas, marolas e marolinhas.
Eventualmente dilúvios ou tsunamis, mas isto é caso extremo. No dia-a-dia precisamos vigiar a nossa mente como se vigia uma montaria, conduzindo-a sempre para onde efetivamente queremos e não para onde nos conduz a miríade de pensamentos. Aí acontece que seguimos sempre o mesmo tipo de idéia ou emoção negativa, criticando isso ou aquilo, temen-
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