PEQUENA COLÊTANEA VIRTUAL DOS “CLIPOETAS” NATAL
CENTRO LITERÁRIO DE PIRACICABA – CLIP 2009
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I
A ENCARNAÇÃO DO VERBO Maria Cecilia Graner Fessel
Depois de brincar o dia inteiro, deslizando no arco-íris, pulando de nuvem em nuvem ou nos celestes canteiros, os anjinhos se cansaram. Então, para o imenso berçário da cor da neve brilhante, o bando alado e confiante de mil anjinhos, voou. Nos bercinhos alinhados nada de nomes marcados e mesmo assim nenhum anjo seu destino lá errou. É que os berços e os anjinhos, e as asas frágeis, etéreas, combinavam suas cores, claras, mescladas ou sérias.
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E foi-se o anjinho rosa de asinhas do mesmo tom deitar-se num berço rosa e dormiu um sono bom. Voando meio dormente o anjinho azul-celeste, com suas asas azuis, suspirando de contente, gordinho como um barril aconchegou-se quentinho num bercinho cor de anil. De verde em tons bem variados, com clorofila nas penas, entram anjinhos cansados, pois que atrás de beija-flores de ágeis asas pequenas rodopiaram todo o dia. Em seus berços matizados, cor de musgo ou de relvados, dormem eles sem temores. Com suas cores vibrantes, do rico amarelo ouro aos matizes menos quentes, em berços de caramelo, com asas da cor da gema, deitam-se anjinhos louros lindos como um poema. E chegam ainda, em bandos, em suas peles reluzentes, anjinhos negros roliços mostrando alvíssimos dentes, e também roxos, lilases,
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outros da cor do carmim, risonhos, alegres, vivazes, de todas as cores, enfim. De repente, no berçário de fofas nuvens-caminhas, com seus lençóis de mil cores, extingue-se a doce algazarra, desce uma paz de sacrário. Chega o arcanjo Gabriel que, com um dedo nos lábios, faz um furinho no céu e com gestos muito sábios, aponta Jesus Bambino dormindo, bem pequenino no seio da Virgem Mãe... E a imensidão do mistério que os fez assim presenciar encheu-lhes a alma de espanto e de tão grande alegria, que a mais linda melodia, o mais suave acalanto, ao som de harpa e saltério começaram a cantar. E assim gerou-se A Criança fonte de toda a esperança até que um dia, afinal, veio ao mundo, despojado, o Menininho abençoado inaugurando o Natal!
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II
A ESTRELA, O BOI, O BURRINHO... Maria Cecilia Graner Fessel
Perdeu-se um lindo cometa Correndo no negro espaço, Pois que recebera a ordem - No Céu traçada a compasso De iluminar certa greta Que ficava muito além: Meteoritos em desordem O afastaram de Belém. Indagou pelo caminho, Às estrelas e asteróides, E até a um mago adivinho Pelo palco de um evento, Um divino nascimento Que a História mudaria. Foi então que um planetóide Indicou a estrebaria. Eis que lá, findando a lida, Um velho boi e um jumento Na palha dessa guarida
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Conversavam um momento... Viu você, burrinho amigo, Essa luz dourada e estranha Que invadiu o nosso abrigo Com claridade tamanha? Parece que a própria lua Ficou empalidecida, Ou quem sabe pactua Com alguma força escondida... Indo ao redor espiar, De onde vinha tal brilho O burro viu, na campina, Envolto em alva neblina, Um casal se aproximar: Ela quase a ter um filho, Ao relento, no caminho, Sem ter quem a confortar! (Vaga-lumes aos milhares Voavam à sua volta Feito uma etérea escolta Em cintilantes colares!) No telhado empoleirada A velha coruja grita: Abriguem-se aqui, depressa, Pois estou ficando aflita, Que a esfriar logo começa, Escapem da ventania! A noite vai ser gelada E aqui há palha macia. Logo estavam bem juntinhos Burrinho, boi e casal
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E a coruja do beiral, Num aconchego de ninho. Nas paredes da caverna, Cintilando feito lumes, Piscavam verdes lanternas Do bando de vaga-lumes. Assim que o exausto casal Instalou-se num recanto Deitou-se a Mulher no manto E entregou-se à natureza Do ato de dar à luz. Logo um coro angelical Cantava com singeleza: Vinde ver, nasceu Jesus! A Mãe deitou o Menino Numa simples manjedoura, Envolto em fino merino, De rara elegância moura. A radiância da cena Atraiu boi e burrinho, Cujo hálito morninho Tinha cheiro de açucena. De olhos arregalados, Ovelhas e seu pastor, Viram surgir lá nos ares, Multidão de anjos alados Anunciando em seus cantares: Já nasceu o Salvador! Como também Deus as ama, Brotaram flores da lama!
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(E os grilos, antes calados, Vendo o esplendor desse quadro Trinaram quais rouxinóis Que estivessem encantados! Estrela, boi e burrinho, Pedras, palha e o carinho De um Deus que se humanizou, Carne e sangue suportou, Para ensinar a lição: Só há no mundo Esperança Se a gente virar criança E escolher semear o Amor
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III
A VISITA DOS REIS MAGOS Maria Cecilia Graner Fessel
Do mais remoto Oriente Três sábios foram chamados Por uma estrela guiados A encontrar um deus nascente Não tinham bem consciência Do que iam encontrar: “Como pode a Onipotência Em carne humana ficar?!” Palmilharam muito chão Escaparam de ameaças Partilharam muito pão, Nem eram da mesma raça. Baltasar, Gaspar, Belchior, Buscando O Conhecimento, Foram então premiados Com o Anúncio Maior. Que grande rei era Aquele,
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Tão pobremente nascido?! Estavam ao lado Dele Um burrinho muito manso, E um boi que, já no descanso, O mantinham aquecido... Naquele recinto havia Uma jovem mãe radiante Um velho pai confiante E um menino que dormia. Que rei poderia ser, Tão frágil, tão sem poder? De súbito, grande luz Fulgurou na manjedoura! José, Maria e Jesus, Transfigurados por ela, - Feito uma divina umbela Tinham anjos ao redor! E nos olhos da Criança - O próprio Deus encarnado Vislumbraram os três sábios Da Criação a pujança Que nenhum dos alfarrábios Jamais tinha lhes mostrado. Viram galáxias nascentes Milhões de flores se abrindo O nascimento dos sóis O mar azul mais infindo Chuvas de estrelas cadentes E os primeiros arrebóis!
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Emanava da Criança A mais completa ternura A mais profunda esperança E uma espécie de loucura Que no entanto era sublime Como febre que redime. Ajoelhados, então, Tudo os Magos compreenderam E naquele humilde chão Seus presentes estenderam: Ouro e mirra, mais incenso, Para aquele Deus imenso! Sobre o destino dos três Nada mais nos diz a história... Talvez, entregues de vez A compreender o que encerra Um Deus que quis vir à Terra Despido da própria Glória.
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NATAL
João Baptista de Souza Negreiros Athayde
Era a estrela enorme, que anunciava aos pastores errantes, que nascera a esperança sublime para os povos pr’á toda crença, enfim, que se perdera Era um coro de anjos exaltando O “natus est” de Deus humanizado E o céu, e o mar, o Universo inteiro Aos pés do leito Seu prostrou-se ajoelhado Era o Natal! Raio de luz na treva escura Fio de esperança, p’rá sustentar os povos Nascera o Salvador na manjedoura P’rá nos trazer tantos exemplos novos Foi Deus, meu Deus, que se fez homem! (Sublime alternativa outorgada) P’rá que O recebêssemos de toda a alma, E ter por prêmio a culpa perdoada
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Era Deus aquele infante adormecido A quem os sábios reis vieram louvar Eram sábios, de inspiração divina plenos, Que a Estrela de Davi pode guiar. Ali estava a cena majestosa à frouxa luz do frágil castiçal: Os Reis, a palha, o Pai, a Mãe e os Anjos a adorarem a Deus...Era o Natal.
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NATAL Leda Coletti
Natal é viver, o alvorecer das manhãs ensolaradas, o aconchego das alegrias puras, o brilho das noites de lua com ou sem estrelas. Natal é testemunhar a sábia lição do Deus- Menino: “partir, repartir o pão.” É não ter medo de ser gente que acerta, que erra muito, mas, se equilibra no tripé: Amor, perdão e Fé.
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É SEMPRE NATAL Leda Coletti
Natal, bater de asas sem medo da imensidão, desapego do que é terreno, ter o olhar fixo numa só direção, e como os reis magos seguir sempre em direção à luminosa estrela. Não importam os empecilhos na caminhada, locais, pessoas desconhecidas, labirintos que obrigam a retroceder. O caminho é longo, mas ter certeza da chegada é um renovar de forças cíclicas, fazendo-nos crer que o Natal acontece a cada dia!
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ECOS NATALINOS Aracy Duarte Ferrari
Deixei o planeta Terra Adentrei nuvens arquitetônicas Invadi o espaço sideral Transcendi... Na velocidade do vento Pensamento enriquecido Sensibilidade exposta Divaguei... Do centro do Universo Compus poemas dourados Salpicados de raios convergentes Com pontículos de cristal Irradiando ecos natalinos Amor-Fraternidade-Paz.
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NATAL
Vilma Lara Ducatti
Nos templos ao bailar o sino frente à humilde manjedoura olhos repletos de fé contemplam o Deus menino filho da Virgem Maria filho do homem José Nos lares os pequeninos dormem olhos tranqüilos, felizes com direito de sonhar Nas ruas brilham luzes coloridas pisca-pisca na vitrine... dança alegre ao luar Na face de meninos sem raízes olhos escondem gemidos e se agarram ao vitral.
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Triste cena... que sonhos esses vencidos podem ainda sonhar? É Natal!
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SONETO DE NATAL
André Bueno de Oliveira
Raríssimo perfume do sudeste: alecrim debandando o matagal. Cigarras em corais. Que canto é este? - Cantiga mais antiga de Natal. Campina a se enfeitar de flor agreste, nascida sem pecado original. Que céu é este céu azul-celeste? - É céu de Sol-Verão! Céu de Natal! Vitrines luzes coloridas, barzinhos agitando as avenidas fulgentes, a brilhar num mar de luz. Brindemos o Natal todas as raças! Ergamos efusivos nossas taças, saudando o nascimento de Jesus.
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ESPÍRITO DE NATAL
Antonia Martins L Segatto
Nascido em Belém da Judéia, Terra distante, no Oriente, O Deus-Menino, nosso guia Filho da Virgem Maria Com um jovem de nome José, Foi pelo mundo todo conhecido por seus feitos, Pregando o amor, a Justiça, A Paz, a vida e a Fé É por isso que o Natal Festa de grande alegria De tanta solidariedade Faz-nos pensar nos fracos Humildes e desprezados Deixa os corações magoados Se a paz não se faz verdade! Que uma luz celestial Se acenda e diminue A pobreza, a injustiça. Que se valorize a vida Nas casas haja respeito
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Que as mesas fartas, nos lares NĂŁo tire do pobre o direito De tambĂŠm saber que ĂŠ Natal!
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NATAL DE ESPERANÇA
Antonia Martins L Segatto
Natal! Data em que se comemora O nascimento de um Deus Um Deus-Menino: Jesus! O ser mais humilde do mundo Mas que traz a ele, a Luz! Sedento de paz, de justiça, O homem, um ser mesquinho, Tem sua vida ilusória. Se ele procura a glória Às vezes, muda a história, Mas se perde no caminho. Quando chega o sofrimento Quando a morte chega perto, Ele, em Deus procura Voltar ao caminho certo. Que este Natal nos traga Qual presente a uma criança O mundo repleto de paz, De perdão, de fé e esperança!
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SONHOS DE NATAL
Ivana Maria França de Negri
Os olhinhos ansiosos perscrutam o vasto céu no ensejo de vislumbrar alguns sinais luminosos do trenó de Papai Noel Faz parte do mundo infantil a fantasia e o sonho e a inocência pueril de afastar para bem longe tudo de ruim e medonho O ancião de olhos baços ombros vergados pelo cansaço há muito não sonha mais. Mas guarda ainda tênue esperança de um dia o mundo ter Paz...
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SONHOS DE NATAL II
Ivana Maria França de Negri
Que saudade dos sonhos recheados, fartos de creme ou goiabada, cobertos de fina película de açúcar, que deixavam nossos dedos melados. Sonhos dourados, quentinhos, crocantes, que minha mãe fazia no Natal e davam água na boca. Eram tantas alegrias nesta data e mais doces ficaram meus natais, plenos de carinho e mel de mãe, certamente, a lembrança mais grata...
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ORAÇÃO DE NATAL
Lídia Sendin
Uma estrela cadente cortava os céus, aos pastores, o alegre evento anuncia: o nascer do menino que é Filho de Deus, e cumpre no Mundo Real profecia. Manso e suave, enquanto dormia em rústica gruta, na noite em Belém, velava Seu sono a meiga Maria e um anjo do céu vigiava também. Repousa serena, ó doce criança, alheia às dores do mundo ao redor, um dia Teu sangue será a esperança pr’a homens que esperam uma vida melhor. Dorme menino, no berço, entre palhas, vieste remir desta vida o pecado. Perdoa, Senhor, esta lista de falhas, dos homens que querem a paz ao Teu lado.
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Recebe os presentes que os reis Te ofertam, ouve agora o galo que na noite canta. Acolhe as preces que os homens Te entregam, estende Tua mão que com dó nos levanta. Foge, Jesus, Herodes só quer o Teu mal. Vá embora pro Egito e deixe Belém. Mas fica conosco em mais este Natal, e abençoa e perdoa este mundo. Amém!
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NATAL
Elda Nympha Cobra Silveira
A luz, como cristal lapidado, faísca na negritude da noite parecendo pingos raiados pendentes em árvores natalinas, que, como falsas neves, trazem o amor, a alegria do irreal momentâneo do falso brilhante. Todos querem perdurar naquele instante a emoção da fraternidade, que, como uma estrela cadente, passa veloz, coriscando o céu, levando desejos sinceros, mas, etéreos, tão voláteis, que se dispersam até o ano vindouro, numa nova esperança.
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NATAL NO ORIENTE
Elda Nympha Cobra Silveira
Olho para o céu, Que tristeza! Papai Noel não vem aqui Ele não dá mais presentes? Ele não ouve meus pedidos? Implorei o ano inteiro Apenas um pai e uma mãe Que me ame, Água e comida. De brinquedos não preciso! Brinco de pular minas escondidas Anseio apenas poder viver, Sem levar um tiro entre as ruínas.
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RECICLAGEM DE NATAL
Carmen M.S.F.Pilotto
Amigos criam artesanatos no carinho de lares perfeitos afagam com especiais lembranças os quatro cantos da cidade: bordados em cores vibrantes biscoitos elaborados em afeto poemas-calendário inspirados cartões multicores de vida. Nas vitrines do consumo os presentes perdem o efeito diante da humanidade revitalizada na fraternidade cristã do advento.
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SONETO DE NATAL I
Ésio Antonio Pezzato
Natal! Na terra há um hino de alegria Anunciando a chegada de Jesus. Em Belém, uma pobre estrebaria, Envolve-se no brilho que seduz. Tudo vibra de encanto e de harmonia, A salvação do mundo jorra a flux. Humilde serva – a celestial Maria! – Sabe que a um Deus Divino deu a luz. Num instante o Menino aflito chora, E, Maria nos braços, sem demora, Acolhe-O com carinho divinal. Dá-Lhe o peito e, nos braços ela O aquece. Logo após em silêncio Ele adormece Inocente no colo maternal.
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É NATAL
Irineu Volpato
É Natal. Gozado esse mundo da gente todo ano, trás ano a cadência dos dias, das datas, das luas não destoa sequer variar. É Natal tal outro que foi só a gente é rendido mudar. Nós perdemos do riso sorrir nossos olhos caíram no chão a sombra se alongou contra o sol e a graça dos gestos criança... proibiram da gente sonhar! É Natal como um eco que dói e a gente não ter como estar - porque foi de ir, de passar. Se encova o real de se ser, se calça o sorriso nos olhos se revoga capricho do tempo e se veste o alvoroço da vida pra se ter a ilusão de ficar. Mas nas dobras que atamos o eu, quando a festa deixar-se acabar, mais de dor será o silêncio mais de oco será nossa está!
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AS DUAS VISÕES
Francisco de A. Ferraz de Mello
Lá vai cansado o burrinho Para onde o burrinho vai? Ele vai para Belém. Leva a menina Maria Para brincar de casinha Com o Menino Jesus. Um pouco atrás o escudeiro Enviado pelo Senhor: “ – Vai direitinho, José, - Cuidado com as crianças”. Caminham pelo deserto Em passadas sonolentas O burrinho camarada Levando Nossa Senhora Para o parto de Jesus. E, atrás deles, São José, O Santo humilde e obediente - Escudeiro do Senhor.
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CRIAÇÃO M@RA BOMBO QUADROS 2009
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