DOS SÚDITOS PARA O PRÍNCIPE

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HOMENAGENS DOS SÚDITOS PARA O PRÍNCIPE DOS POETAS PIRACICABANOS “LINO VITTI”

PIRACICABA – 2010


Esio Antonio Pezzato IMPROVISO (para os 90 anos do Lino Vitti, meu Eterno Príncipe) Um Príncipe completa noventa anos! É glória da Poesia brasileira! Glória maior dos piracicabanos! É glória desta Terra canavieira! Lino Vitti em seus dotes soberanos, É tão soberbo quanto o Mestre Vieira! Seus sonetos estão em outros planos, Louvando Deus e a Humanidade inteira! Mil parabéns, oh, Príncipe Poeta! Neste improviso vai a alma dileta Do aluno que te segue os passos! E que através de toda a Eternidade, Seja a Poesia raios de verdade A iluminar os siderais Espaços!


Elias Jorge LEMBRANÇAS ENVELHECIDAS Para Lino Vitti quando no tempo é o frio das horas tardias os meus primeiros poemas ... os meus primeiros poemas emoções adolescentes já são pétalas caídas neste vazio sem paredes nesta carência secreta nesta solidão cinzenta onde as emoções adormecem os meus primeiros poemas.... ah! Os meus primeiros poemas já são lembranças envelhecidas os meus primeiros poemas...


Shirley Brunelli Crestana

ANTES QUE AS ESTRELAS BRILHEM Ao poeta Lino Vitti

Vesti mil idéias clonadas dos seus pensamentos e deslizando na arquitetura de suas lembranças estampei a saudade em painéis eletrônicos espalhados em minha mente. Caro poeta divaguei demais. Agora volto à realidade antes que as estrelas brilhem.


Virginia Pratta Gregolin ANTES QUE AS ESTRELAS BRILHEM Ao Poeta Lino Vitti Ah! Que brilhem, sim eternamente... Na terra Lino Vitti continua Sendo o astro de beleza persistente, E sua musa inspiradora é sempre a lua. Príncipe dos poetas, reverente, Vestindo a Poesia seminua Da mais bela roupagem, atraente, Sem contar que aí a rima se insinua. No amanhecer de cada dia, enfim, A resplandecer o sol o convida Que pelo mundo os versos todos trilhem Com raios próprios no seu jardim; E o perfume exale em sua vida, Antes mesmo que as estrelas brilhem!


Miguel Gonzáles UM SONETO PARA O PRÍNCIPE

O bom tirolês – Lino Vitti, É o poeta mais bacana. Não nasceu em nenhuma “city”, Pois nasceu lá em Santana. Eu conheço o Bairro Santana, Terra de religiosos Tiroleses, Onde viceja um mar de cana. Estive por lá muitas vezes. Esse poeta é sensacional, Da poesia doce como o canavial, Que a sua moradia, ali, circunda. Seu inebriante verso nos acalma, Pois enleva até a nossa alma, E, de magia, o coração inunda!


Maria Iraci Pinto

No Reino da Poesia Agradecimento ao Prof Lino Vitti

Do reino da poesia Eis que me chega às mãos Com carinho de Monarquia Gentileza do Poeta-mor Como rosas em botão Elogiando meus versos, menor Nota de uma canção. O príncipe manda lembranças Desculpa-se pela ausência Em noite de tantas esperanças E sabe por experiência Que o Autógrafo de um livro É como registro de um filho Que acaba de vir ao mundo.


Eu, súdita das menores Saúdo o gesto soberano Do carinho em esplendores Nas palavras gentis, de incentivo Do Príncipe dos Poetas Piracicabanos: Lino Vitti, poeta de santos amores.


Francisco de Assis F de Mello Ave, Lino ! Para o amigo Lino Vitti Conheci um mocinho louro Lá pelos anos quarenta. Já compunha versos de ouro Com soberba vestimenta. Pois esse mocinho louro Hoje um artista completo, Possui o maior tesouro: o Que vem da alma e do intelecto. E eu, um humilde escravo Do seu reino sem limite Oferto este poema ignavo Ao Príncipe Lino Vitti.


Maria Cecília Machado Bonachella Lino Vitti, o Sonetista

Prefácio do livro "Antes que as Estrelas brilhem"

Não existe contrapeso no prato para um exato equilíbrio em que o fiel da balança demarque algum outro potencial poético e de especialização vocabular no nível de Lino Vitti. Piracicaba não pode prescindir – pois não teria sentido toda a poesia desta terra sem o nome do grande sonetista de altíssimo quilate - de legítimo e verossímil , tanto quanto trascendental e transtemporal , compositor- arquiteto da arte poética. Infinita liberdade casa-se com a rígida vocação para a estrutura perfeita , equilibrada e estética. Por toda essa gama de qualidades, que só se conquista através do fazer e mais fazer, ao longo das folhas do tempo... o universo poético de Lino Vitti se alarga a cada soneto de quartetos


melodiosos e tercetos bem fechados, Ninguém pode exigir deste vate , ou propor a esta sumidade, honra e glória piracicabana, que nos aponte o que de melhor possa nos apresentar, numa auto-crítica minuciosa, mesmo que ele indique sua preferência por esse ou aquele soneto. Sua poesia é carregada por um subjetivismo tal, que pode até deixar passar despercebida , ao leitor mais distraído, a grandiosidade iluminada, embora qual faceta ínfima de diamante lapidado , reflita intensamente, mesmo se achando por detrás do sentido exato do vocábulo , explodindo na conotação correta, na expressão magnífica , na apoteose esplendorosa. Jamais notei em todo o universo de sua poesia, um deslize, uma “semi-intenção” , uma escorregadela técnica . O estilo colhido por Lino Vitti – o soneto requer a preciosidade das rimas . Em momento algum o poeta as vulgariza, pelo contrário , a leitura de seus versos só nos


aperfeiçoa a busca da palavra figurada. Diz António Feliciano de Castilho , que “os bons versos soltos são muito bons, os versos bem rimados são muito melhores” . Assim os sonetos vittianos : inigualáveis, todos !


Felisbino de Almeida Leme

Lino Poeta Criança Lino poeta criança, Mensagem viva do amor. Bom sonho de esperança, No desabrochar da flor. Expoente da poesia, E forte na inspiração. Seu dom é sabedoria, Alegrando o coração. Bem humilde ao escrever, Sempre firme em suas metas. Orgulhamo - nos ao dizer : Ó Príncipe dos Poetas


António Lázaro de Almeida Prado (Membro da Academia Piracicabana de Letras e Professor Emérito da UNESP, Campus de Assis)

LINO VITTI, POETA O exímio poeta latino Ovídio (41 a C- 18 d C) confessava, talvez com modéstia, mas, certamente, com plena consciência de sua própria vocação e de sua maestria artesanal: “tudo quanto eu ensaiava dizer, resultava em verso”. Exatamente o mesmo pode dizer de si, com inteira razão, nosso mestre de poesia, o piracicabano emérito Lino Vitti. Muito difícil depararmos com uma vocação para a arte da Palavra, tão autenticamente comprovada, quanto a desse Poeta, que honra a Cultura Artística de Piracicaba. Move-se ele, com igual competência enunciativa, na prosa de suas Crônicas e na , para ele, conatural na Poesia. Se não me equívoco, porém, é nas mais humanas


das artes, a Poesia, que o vemos transitar com inteira à vontade. Se bem notarmos, seu lúcido amor pela natureza, decorrente talvez de vivência rural ( em cujo seio se criou), marcou-o , para sempre, qual um Vergílio piracicabano, para lances muito eloqüentes da poesia rural. Mas, poeta autêntico, por sua formação e pelas circunstâncias de sua vida, mostra-se, a um só tempo, “rurbano” ou urbano, com dimensão de universalidade . “Social pelos pés, pássaro universal pelo pensamento”, dizia de si próprio o poeta Cassiano Ricardo (l8951974) e o poeta alemão Goethe declarou (nisso antecipando o espanhol Ortega y Gasset) que toda poesia é circunstancial”, segundo pensou e fazia. Que a cidade, a nossa terra-mater Piracicaba, com tantos atributos da natureza, por decisão muito feliz da Providência, ofereça a Lino Vitti razões de muita alegria, mas, também , uma (por vezes) pungência no coração, de modo algum nos estranha de que toda a Beleza


em si é triste, não é triste em si, mas pelo que nela há de precariedade e incerteza” como asseverou Manoel Bandeira (l886 –1968) e como sentimos todos os poetas dos quadrantes do mundo. Justo é (e certíssimo) que Lino Vitti, no campo, louve a cidade : na cidade, celebre sua etiologia rural. Que assim, para nossa alegria, e a dele, Lino se aproxima do poeta mais santo e do mais santo dos poetas São Francisco d`Assis (1182 – 1226), louvando como o Poverello, toda as criaturas e o Criador, numa perfeita esferecidade do “Cântico di Fiesta Sole”, pois que o Bem Supremo é de, sua essência trinitária, expansivo. E, criado o mundo, “viu que tudo era bom”. A poesia de Lino Vitti, com o traço unificado de sua arte poética, tem traços nítidos de superior Ecologia, defensor que é, das excelências da natureza e do homem, provindos da Suprema Beleza do Criador. A par de sua inquestionável vocação (como um dom) o que torna ainda mais respeitável


a Poesia, nas mãos e na voz (sagazes) de Lino Vitti é o perfeito domínio das palavras, que tornam humanamente excelentes os sons e os ruídos da fala humana na Poesia, supremo uso da Arte, que só admite calar-se e silenciar diante da “transumana” celebração da Mística, que silencia, não em virtude da carência da Infância, mas pela superabundância do destino humano, que para Dante Alighieri (1265 – 1321)- para mim o maior poeta que, até agora, o mundo pôde ouvir - consiste num “transumanare”, um ascender até “L`Amor che move il sole e le alte stelle”. Lino Vitti, com sua prática artística, conferiu à Poesia Piracicabana um inegável atestado de maioridade. Que os piracicabanos ( por nascimento ou por adoção) saibam agradecer-lhe o dom de uma vocação poética generosa e eficaz, que, como é da essência da Arte da palavra, e da transitividade conatural a ela, busque a perfeição do produzido, como sabe fazê-lo mestre Lino Vitti. O quanto aprendi, praticando a palavra


poética, e quase , provocação de crítico literário e por vocação Universitária, ensinando, humildemente, aos alunos quero pôr, neste singelo e autêntico reconhecimento, o valor da Poesia de meu conterrâneo Lino Vitti. E isso, independente da amizade que sempre nos uniu, mas com o rigor, objetivo de um crítico literário, quanto possível objetivo e lúcido. A Lino Vitti, os louvores devidos e o abraço amigo de “ un hombre humilde y errante”, que na prática comum que me permite conhecer de Poesia, se faz seu conterrâneo e seu confrade, António Lázaro de Almeida Prado, da Academia Piracicabana de Letras e Professor Emérito da UNEEP = CAMPUS DE Assis. (Assis, 6/VII/2006).


Alfredo Morais ACRÓSTICO

L iberdade é um sonho universal I uminando as nossas vidas N o tempo e no espaço O rientando nossos caminhos.

V ivência devemos ter I lusões alimentam nossos sonhos T udo enfim integra nossa vida, T udo enfim indica novos caminhos I luminando nossa existência.


Prof. Silvio de Aguiar Souza À GUISA DE PREFÁCIO UM POETA PIRACICABANO

Há bastante tempo que nos vem despertando a atenção um moço piracicabano de excelentes dotes de espírito, e que, como poeta, tem se revelado de uma sensibilidade rara para nossos tempos, manejando a bela arte da poesia, que imortalizou tantos homens. É que a cultura das musas, hoje em dia, tendo passado para esta "AGITAÇÃO SEM GLÓRIA DE TRAFICÂNCIAS E MESQUINHARIAS", como eloqüentemente disse o grande vate que foi Bilac, no seu maravilhoso soneto "Sonho", está relegada ao segundo plano, assim como a da língua portuguêsa, corrompida e abastardada por uma era em que a moralidade e a decência


se apagam do seio das multidões e dos indivíduos. Refiro-me a Lino Vitti, êsse moço nascido aí mesmo, no bairro de Santana, em 1.920, filho de José Vitti, de ascendentes austríacos. Tendo feito as primeiras letras no Grupo Escolar do mesmo bairro, prosseguiu seus estudos no Colégio Santa Cruz, da vizinha cidade de Rio Claro, onde, furtivamente, cultuava Erato, por lhe ser, ao certo, vedada essa expansão da alma em tal ambiente. Mas as tendências naturais e espontâneas de um coração não podem caber no silêncio das grades de seu tórax: e explodem, inflamam-se, rebentam, e, uma vez conquistada a liberdade, há um transbordamento de maravilhas, numa inundação de sensações que, muitas vêzes, pensamos tratar-se de forças que o Além nos envia para acoroçoar-nos à luta e desenvolver nossas virtudes latentes. E é sempre assim. O poeta é um iluminado, porque não existe, em linguagem falada ou


escrita, arte que melhor e mais eloqüentemente possa refletir todas as subtilezas e maravilhas da alma humana. . Um simples soneto imortaliza um homem, como imortalizou Bocage, Camões, Bilac, Raimundo Corrêa, Cruz e Souza, e milhares de outros poetas cujos nomes gravamos em nossos corações. Bocage foi um perdulário, mas, se vivia isolado no lodo, quando à tona vinha, "cheias as mãos de pérolas trazia" conforme a vibrante expressão, ainda de nosso amado Bilac, no soneto que ao mestre dedicou: "Tu, que no pego impuro das orgias, Mergulhavas ansioso e descontente, Mas quando à tona vinhas de repente, Cheias, as mãos, de pérolas trazias!" Eu gosto dos poetas, especialmente quando são revelações como Lino Vitti. Silenciosamente, quase ocultamente, vem incensando a sua musa em uma série de sonetos à qual se poderia chamar de "Bucólicas". Estampou estes ensaios de Lino Vitti o "Jornal de S. Paulo", um dos melhores diários da imprensa paulistana,


na secção reservada ao interior. E fê-lo muito bem. Ambos estão de parabéns, porque o incipiente poeta piracicabano nada fica a dever ao "JORNAL" pelo magnífico trabalho que vem realizando, a bem das boas letras, da velha arte sadia e harmônica dos velhos e bons tempos idos e vividos! Hoje em dia, com raras exceções, a poesia sensaborona caminha com o atrito dos gasterópodes, rastejando no solo, na lama de sua própria baba. Tiremos Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo, dois gigantes capazes de todas as maravilhas, e o incentivo à mocidade se esbarra com a mais caótica anarquia, porque poucos conseguem empolgar e convencer nos novos moldes a que se apega a arte de Erato ou de Castália. Eu, ainda, prefiro as velhas formas surradas e usadas, quando minha imaginação, imperceptivelmente, se dirige para a velha estrada da arte. Só então é que descortino maravilhas e eu respigo, aqui e ali, as pérolas deixadas atrás por êsses semeadores idealistas e sonhadores que já


não mais existem e que faziam da boa poesia a gôndola de seus sonhos e amores. Lino Vitti publicou, há dias, um soneto, para o qual eu chamo a atenção dos mestres das belas letras. Este, por exemplo, poderia ser subscrito pelos mestres de outros tempos, sem favor nenhum. É' o “Veleiro do amor”.

VELEIRO DO AMOR

Coração - pobre barco aventureiro Pelo oceano do amor, toma cautela. Pode surgir o vendaval traiçoeiro Que te arrebate e te estraçalhe a vela. Perscruta o rumo. Sobre o mar inteiro Se prepare, talvez, árdua procela. Busca horizontes claros, meu veleiro, Onde o sol brilha e o mar não se encapela. Não te faças ao largo em demasia Que pode vir a noite e a névoa - zàz -


Pode roubar-te a luz que te alumia. E então sem rumo, sem farol, sem paz, Talvez não possas mais voltar, um dia, À calma praia que ficou atrás. Veja-se a seqüência, o encadeamento das idéias, a alegoria perfeita, integral, dêste decassílabo, e creio que, dentre os que entendem do assunto, não haverá uma só discrepância quanto à sua perfeição. Digo "dentre os que entendem do assunto" porque quem não entender, não meta a sua colher torta, fazendo personalismo e não crítica sincera, leal, de um trabalho que, em si, encerra tanta subtileza! Isto, quanto à idéia. E, quanto à forma, tem rimas boas, métrica perfeita, correção impecável, o que vem provar que Lino é conhecedor da língua, do seu mecanismo e sintaxe, sem os quais, a poesia pecará pela base. Outros trabalhos de Lino Vitti: Fazenda, Porteira Antiga, Sol a pino.


FAZENDA A casa grande. O cafezal sorrindo Engrinaldado de florinhas brancas. E as trepadeiras de São João florindo Pelas cercas ao longo das barrancas. Do pomar, sob os pés de tamarindo, Se erguem risadas infantis e francas E pelo pasto os alazões fugindo Tremem ao sol as luzidias ancas. É meio-dia. À porta da senzala O negro velho uma canção murmura Que, triste e doce, ao coração nos fala. Baforando fumaça para a altura O engenho, todo afã, suando, exala, Um gosto de garapa e rapadura.


PORTEIRA ANTIGA Era ali, na saída do terreiro, Ignoto Prometeu, preso aos mourões, Que a porteira abre e fecha o dia inteiro, Jeremiava cruéis lamentações. Uma tropa, um estranho caminheiro. O coche, o altivo coche dos patrões. Um carro gemebundo, um cavaleiro, Escravos, e, do vento, os safanões, Ao "nhééé" chorado respondia um "bàà" Num baque dolorido de canseira. No mourão grosso de jequitibá. Porém, jamais como ela houve porteira E, como ela, jamais outra haverá, Assim bondosa e franca e hospitaleira.


SOL A PINO Profuso o sol caustica a natureza. E no ar treme irisada ofuscação Qual se a paisagem se encontrasse presa Dentro de gigantesca bolha de sabão. Pesadamente cai sobre a devesa O torpor formidando da estação, E, ao longe, a areia branca põe, acesa, Revérberos de luz pelo estradão. O silêncio acolheu debaixo d'asa As dependências todas da vivenda Donde nenhuma fala se extravasa. Verão. . . Mas, de repente, em algazarras Acodem os meninos à merenda E o pomar rompe um coro de cigarras. É com prazer, pois, que registro o caso extraordinário de aparecer mais um poeta no cenário artístico de Piracicaba. Ao lado dêste, Fábio Rodrigues Mendes é, também, uma boa, grande promessa. Revivamos,


pois, um pouco de idealismo sadio nos corações dêstes dois rapazes, e êsse movimento deve ser amparado pela imprensa piracicabana em secção adequada. Penso, aliás, a iniciativa produzirá bons frutos, de vez que haverá incentivo, sem a necessidade de os moços irem buscar, por fora, o que aqui mesmo possuímos, isto é, um lugar ao sol, num ambiente próprio para estenderem as asas de seu estro e galgarem as culminâncias a que fazem jus. Vejamos se Piracicaba algum dia, deixará de ser madrasta detestável, pois não precisamos ter olhos de mãe amorosa para vermos em Lino Vitti uma grande promessa para as letras piracicabanas, isto é, numa época de tamanha decadência moral e intelectual, em que a boa música se acha transformada no "snobismo" intolerável do "jazz", irradiado aos quatro cantos do universo; a poesia, reduzida à expressão mais simples nos versejadores improvisados e a literatura (ai, meu Deus!) abastardada por um falso delírio de


brasilidade preconizado por uns homens que aconselham a língua "brasileira" e escrevem português castiço! "Língua brasileira? Só para os trouxas", pensam lá, eles, rindo furtivamente. Mesmo porque, não existe! Apertamos a mão a Lino Vitti, animando-o a que prossiga serenamente na bela arte que rebenta de sua alma; com expontaneidade natural que se observa. E aqui estou às suas ordens!

NOTA DE LINO VITTI: Este Prefácio do querido Prof. Silvio de Aguiar Sousa foi publicado no Jornal de Piracicaba, por mim aproveitado, com autorização do prefaciante para apresentação do livro. Conserva a grafia original.


Elda Nympha Cobra Silveira

NONAGENÁRIO LINO VITTI

Majestade, sua ALMA DESNUDA quando escreve seus SONETOS MAIS AMADOS. É toda uma SINFONIA POÉTICA, mesmo quando espera ANTES QUE AS ESTRELAS BRILHEM, porque sempre vai PLANTANDO CONTOS E COLHENDO RIMAS como se um portal esperasse sua voz dizer: - ABRE-TE SÉSAMO. É preciso mesmo SER POETA calcando CICATRIZES sem ser preciso CHORAR nem deixar o FIM DE SEMANA passar, inspirado em S.Francisco de Assis, esboça NADA ALÉM DE UM SORRISO.


Ivana Maria França de Negri (poesia publicada por ocasião da homenagem pela distinção - Medalha de Mérito Cultural Olênio de Arruda Veiga)

Príncipe dos Poetas No reino da Poesia vejo um príncipe a cavalgar seu níveo corcel alado, rompendo nuvens, singrando mares. Nesse mundo virtual tempo não existe. Nada é real, só o sonho persiste. De quimeras vive o poeta, é rei, guru e profeta. Mercador de ilusões, mensageiro da beleza, puro esteta da natureza.


Quando a voz de um poeta se cala, seu poema adquire vida, cria asas e por si fala.


Agradecimento A todos os Poetas e escritores, por terem me dado à oportunidade de "coletar" belos textos e poemas e reuní-los nessa pequena Coletânea Virtual, que ofereço com todo o meu carinho ao Sr. Lino Vitti - Príncipe dos Poetas Piracicabanos. Mara Bombo Quadros

Piracicaba, abril de 2010


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