TRAGÉDIA FAMILIAR - LITERATURA DE CORDEL

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Literatura de cordel

TRAGÉDIA FAMILIAR Poema de Esio Antonio Pezzato 1994


Pequeno Comentário

Li muita poesia nordestina, a popularmente chamada “Cordel”. Sempre me fascinou muito o estilo, as histórias, os causos narrados, históricos, fantásticos, sobrenaturais mesmo. Pensei em compor algo do gênero, precisava de uma história, um enredo e então me lembrei dessa história, que minha mãe conta ainda hoje. Não sei se é verdade, se é mentira, se é imaginação, mas minha mãe a conta e diz que quem a contava, era a minha nonna Virgínia. Essa minha nonna segundo minha mãe, contava essa história e se conformava com tal desgraça, após ter perdido duas filhas. Claro que os nomes aqui citados são invenção, criação apenas de minha mente.

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O desejo mesmo era compor algo do estilo Cordel. Se consegui ou não, isso já é outro assunto.

Esio Antonio Pezzato

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TRAGÉDIA FAMILIAR

Esta história é bem antiga Difícil de acreditar. Pode parecer mentira Porém, posso até provar; Vou pedir à Musa ajuda, Pois quero que ela me acuda No que agora vou narrar. Quem contou a mim a história Bem merece toda a fé Pois minha mãe nunca mente E ela, sim, jura de pé, Que este fato é verdadeiro E abalou o mundo inteiro E a verdade – santa é! Minha mãe era criança Tinha ainda os pés no chão, Porém, guardou na lembrança. Dentro de seu coração Estes acontecimentos Que foram tristes, violentos, Pg4 de 34


De terrível comoção. Mas não posso, com certeza, Dizer onde isto ocorreu E se minha mãe não sabe, Bem menos então sei eu. Contudo sei que é verdade E se não sei da cidade Narro o fato que se deu. ... O patriarca da família Era um mestre lenhador, Trabalhava na floresta Com denodo e com vigor. Com seu robusto machado Cada tronco derrubado No chão fazia terror.

Cada braço parecia Um tronco de guarantã, Eram grossos, rudes, fortes, Trabalhando com afã. Quando então ele zunia Até faísca saía, Pg5 de 34


No baque do tan-tan-tan! Na sua velha casinha Feita de barro e sapé Havia muito carinho E na Virgem muita fé. Num oratório Maria E José... E ainda havia O Filho de Nazaré!

A mulher – cabocla simples – Cuidava com muito amor Dos filhos e do marido Que a tratavam com ardor. Modesta, sempre atuante, Não parecia sitiante Mais parecia uma flor! Tinham dois filhos rapazes De anos tinham dezesseis, Pois ambos nasceram gêmeos E viviam como reis Naqueles prados divinos; Eram soberbos meninos, Pg6 de 34


Libertos de rudes leis. Tinham também uma filha – Mimosa flor do sertão – E seu nome era Rosinha Pois parecia um botão A sua face mimosa, Que lembrava linda rosa Nas cores de um coração. No completar da alegria Tinham um lindo bebê Que vindo fora do tempo Punha na casinha um quê De sonho e muita alegria, Um beija-flor parecia Que a gente sonha e nem crê. Assim vivia a família Na mais perfeita união, Todos viviam felizes Neste mundo de ilusão... E o sonho é pura bobagem, Cidade grande é miragem Gostoso mesmo – é o sertão! Pg7 de 34


Todos os fins de semana Com roupas dominicais Os seis iam para a missa Em distantes arraiais: Tinham distantes parentes Que eram todos descendentes Das longas Minas Gerais.

Tinham vindo até São Paulo – Progresso de Capital! – Para crescerem na vida Num trabalho sem igual. E com recursos minguados Os sítios foram comprados Com dom sobrenatural. Fazia já quatorze anos Que tinham chegado aqui, Tanto que a linda Rosinha Dizia:– eu aqui nasci. – Somos todos brasileiros, Mas meus irmãos são mineiros, Minas – sequer conheci. Pg8 de 34


Também meu irmão mais novo Aqui no sítio nasceu Em uma noite sem lua Tão escura como breu. Era negro o seu cabelo E dos meus irmãos a vê-lo A primeira então – fui eu. Era tão pequititico Que nem pude acreditar Que sendo assim tão pequeno Pudesse o mesmo vingar, Porém, era são e forte, Que – ai, meu Deus! eu tive a sorte: Ter alguém para brincar. Diversas vezes na roça Nas touceiras de bambus Os dois filhos, à tardinha, Iam caçar inhambus. E depois, quando voltavam, Na lagoa eles nadavam Despreocupados e nus.

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Nas tardinhas de dezembro Quando dorme tarde o sol, Com mais amigos reunidos Iam com vara e anzol Pescar algumas piavas Que eram dentuças e bravas E delas faziam rol. O sítio era bem gostoso E as almas eram cristãs, Gostosos escutar à noite No brejo o coaxar das rãs. E nesses sonhos festivos Era bonito ver vivos Roseiras, dálias, romãs... Como almas apaixonadas Ao som de um velho violão Cantavam lindas toadas Altas noites de verão E Catulo ressurgia Na suave melodia Do lindo Luar do Sertão... Todo este ridente sonho Pg10 de 34


Parecia não ter fim O mundo era amplo, risonho, E rescendia a jasmim. Rosinha, alegre, cantava, Seu irmãozinho abraçava Rindo um riso carmesim. Mas era muito bonito Ver tanta dedicação: O marido trabalhava Sempre com o machado à mão. A mulher – num alvoroço, Virava-se com o almoço: – Arroz, batata, feijão. Tinham também poedeiras Sempre livres no quintal E dúzias de ovos caipiras Sempre tinham, afinal, Junto de alguma fritura Um ovo – é boa mistura, É gostoso e não faz mal. Tinham também duas cabras Mansinhas como elas só, Pg11 de 34


Que davam litros de leite E um bom galo carijó, Que alto alarido fazia E tinha – até parecia – Despertador no gogó! Mas como a história vai longa, Não podemos esquecer Os nomes dos dois rapazes Pois isto se faz mister: E terminando com “inho” O Antoninho e o Zezinho Depois nome de mulher. Assim Antonio Maria Seria um nome de fé! E também José Maria Era o nome de José. Todos com nomes de santos Já que o pai desses encantos Tinha o nome de Tomé. O lenhador se chamava Além de Tomé, Luís... Sua mulher atendia Pg12 de 34


Pelo nome – Flor-de-Lis. Com o caçulinha Armando De Jesus, não tinha quando, Nem onde ser infeliz. Quando dezembro chegava Tudo explodia de luz, Porque o sentimento puro N’alma alegria produz. E eles num canto de terra, Armavam com pó-de-serra, O presépio de Jesus! Nestas noites natalinas Era enorme a multidão Que nas noites se juntava Para fazer oração. E com alegrias plenas Rezavam suas novenas Com a voz do coração. Rosinha, alegre e catita, Brincava como ela só Que no terreiro da casa Levantava imenso pó. Pg13 de 34


Ela com outras crianças Todas cheias de esperanças Faziam um quiprocó... E a Flor-de-Lis do casebre Pós a reza, na hora H, A todos oferecia Suco de maracujá E fatias saborosas, Portanto, muito gostosas, De um bom bolo de fubá. Com certeza até a riqueza Teria inveja dali. Outra alegria tão grande Em outras plagas não vi. Por não ter nenhum perigo Ali se sentia amigo Colorido colibri. E por se sentir de casa Seu ninho ali construiu Pois tinha flores de monte Como nunca antes se viu. Podia, pois, com fricotes, Pg14 de 34


Alimentar seus filhotes Sem se espantar co’um psiu! Mas um dia, ao fim da tarde, Após duro trabalhar, Retornando para casa Tomé ouviu um guisar. Com cuidado e bem atento Mediu cada movimento Cuidava em não se assustar. Espantado olhou por tudo E oh! triste cena cruel: Num canto jazia morta Uma cabra cor de mel. E ao analisar direito Viu que ela tinha no peito Mordida de cascavel. Entrou no velho celeiro E entre palhas procurou A sibilante nefasta Que sua cabra matou. E na busca sem medida Foi encontrá-la escondida Pg15 de 34


E com um pau a matou. Mas onde existe uma cobra Outras existem também E Tomé Luís matando-a Não procurou outras, nem Ponderou que houvesse um ninho Escondido no caminho E cobras bem mais de cem. E não querendo por susto Nos filhos e na mulher Foi enterrar sua cabra Num distante belveder... Disse apenas que a coitada Morrera à tarde, afogada, Quando foi água beber. Noutro dia, logo cedo, Levantou – foi trabalhar, Com seu machado afiado Muita lenha foi cortar. O céu estava ainda escuro, Porém, com passo seguro, Ele se pôs a marchar. Pg16 de 34


Logo que o dia clareava A uma clareira chegou, À sombra pôs o corote Sua marmita guardou. O sol aos poucos ardia, Enorme calor fazia, Tomé Luís almoçou. Mas voltemos ao casebre: Flor-de-Lis já de manhã Foi ao quarto de Rosinha E acordou-a com afã, Foi ao quarto dos meninos E com seus modos traquinos Chamou-os num rataplã!... Rosinha toda contente Levantou, tomou café, E nos cabelos da mãe Tentou fazer cafuné. Mas estridente, o caçula, Demonstrava imensa gula E armou tremendo banzé!

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Porém, que coisa engraçada, Zezinho e Antoninho não Caíram hoje da cama... Flor-de-Lis com atenção Então falou à Rosinha Que fosse fazer cosquinha Pois assim acordarão... Porém, chegando no quarto, Rosinha um grito soltou, Uma cascavel imensa Sobre ela um bote tentou. Do quarto saiu chorando À sua mãe foi chamando E logo após desmaiou... Flor-de-Lis bastante aflita Pôs o pequeno no chão, Deu água e açúcar à filha E esta lhe falou então Com sua voz assustada Que uma cascavel danada Tinha feito danação. Tomando um grande porrete Pg18 de 34


Pra encarar a cascavel Que dentro do quarto estava Causando o maior revel – E com uma tocha de fogo As duas armaram jogo Contra a serpente cruel. Foi uma luta gigante... A cobra pra não morrer Dava botes lancinantes E tentava se esconder... Sacudia alto o seu guizo Dando um tenebroso aviso Que poderia vencer!... Mas Flor-de-Lis e Rosinha Com coragem sem igual Conseguiram dar à morte Ao peçonhento animal Que ficou na hora exangue Pela boca pondo sangue Após luta triunfal! Porém, Zezinho e Antoninho Após luta tão cruel Pg19 de 34


Continuaram inertes... É que a horrenda cascavel – Filha da dor do pecado! – À noite os tinha matado Com seu veneno de fel. Aos prantos, desesperada, Chorou demais Flor-de-Lis... Via os dois mortos na cama E o coração da infeliz Ficava desesperado E a Deus lançava o seu brado; Oh! Deus, o que foi que fiz?... Para ter em minha vida Este momento de dor? Sempre fui uma devota Sempre cri em Teu amor. Mas agora, Deus, nest’hora, A minh’alma sangue chora E nela trago o rancor. Rosinha a um canto chorava Tamanha desilusão Ao ver os seus irmãos mortos Pg20 de 34


Partia seu coração. E a sós em sua agonia, Brigou com a Virgem Maria E lhe passou um sermão. – Oh, minha santa querida, Mãezinha que quero bem, Por que não levaste a morte Pelas estradas do além? Mas trouxeste nesta casa A dor que é pior que brasa E tanta angústia contém. – Veja só quanta desgraça Nesta casinha reluz. Parece que estão pregando A minha mãe numa cruz. Nest’hora de sofrimento Também eu muito lamento Pelo teu filho, Jesus! – Mas minha mãe, coitadinha, Veja só como ela vai Tropeçando pelos cantos Chorando e dizendo um ai ... Pg21 de 34


Mas de forças eu preciso Para mandar um aviso Ao meu adorado pai. – Mamãezinha, fique calma, Ai, não chores tanto assim, Ao te ver sofrendo tanto, A tua dor dói em mim. Mas nesta angústia indigesta, Eu preciso ir à floresta Avisar papai, enfim... – – Vai logo, filha adorada, Vai dizer tudo ao papai Que tragédia tão imensa Em nossa vida hoje cai. Vai logo, parte ligeiro, Que o coração prisioneiro Soluça um patético ai... – Rosinha rapidamente Partiu qual vento veloz, Levava os olhos em pranto – Embargada a sua voz. E o vento disse à menina: Pg22 de 34


– Onde vais assim traquina Com essa expressão atroz? – Por que choras tão sentida, Quem te fez sofrer assim? Quem te magoa na vida Há de ter um triste fim... Mas Rosinha ia ligeira Cortando a estrada, fagueira, Com os olhos carmesim. Rapidamente deixava Quilômetros para traz... Não corria – e sim voava Igual a uma águia voraz. E levava em seu desgosto Profundas mágoas no rosto No desespero sem paz. Mas o seu pai concentrado Com o machado lenhador Em golpes duros, certeiros, E de profundo vigor, Feria a golpes de vândalo Tronco que exalava a sândalo Pg23 de 34


Pondo no ar cheiro de flor. Era uma árvore imensa Pronta já para cair Ferida em hora de morte E começou a ruir... Rosinha, precipitada, Não percebia a cilada Que sobre ela iria agir. Quando o pai gritou “madeira!” E a árvore tocou o chão, Espremeu entre ela e a terra A casta flor do sertão, E sem um ai de agonia Neste instante ali morria Em seu desespero vão. Ao pressentir a tragédia Da árvore imensa a cair, O lenhador com loucura Começou gritar, zunir... Ao perceber sua filha Presa em ingrata armadilha, Louco, começou a rir... Pg24 de 34


O pranto num desespero A sua face tomou, Invadiu sua garganta Sua garganta engasgou. Num desespero de morte Praguejou a crua sorte E contra Deus blasfemou. E vendo Rosinha morta Disse na sua aflição: – Preciso tirar o tronco Que a espreme contra o chão. Está morta a coitadinha, Matei a minha Rosinha, Numa falta de atenção. – Mas o que será que a trouxe Aqui pra me visitar, Será que era importante O que ela vinha falar? Com ela está seu segredo, Oh, meu Deus, eu sinto o medo, As minhas veias gelar!

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E por mais de duas horas O sofrido lenhador Machadeou o enorme tronco Com o coração em dor. Para libertar Rosinha Que estava morta e sozinha E não tinha mais vigor. Ao final de tanto empenho De desespero e aflição O lenhador tinha aos braços A sua flor do sertão, Mas ela já não sorria Tinha as cores da agonia A pintar seu coração. Enquanto isso no casebre Ao perceber Flor-de-Lis Que Rosinha não voltava, Ela em prantos, ao céu diz, Que precisa, sem demora, Calar su’alma que chora E que está tão infeliz... Evitar maior tragédia Pg26 de 34


Que sobre eles se abateu... Talvez Rosinha na estrada Noutro rumo se perdeu. Se eu ficar aqui parada Minh’alma desesperada Não sabe o que aconteceu. Foi ao quarto onde os dois filhos Não podiam mais sorrir E beijando-os com desvelos Falou que iria partir, Que eles ficassem quietos Pois eram filhos diletos E podiam se ferir... Falou assim desta forma Mas eles, na solidão, Já não tinham sofrimentos, Nem sentiam nada, não... Pôs nos pés velhos chinelos, No coração dois cutelos – Partiu com disposição... E deixou no chão da sala O Armandinho de Jesus, Pg27 de 34


Que brincava sorridente Com os ígneos raios de luz Que perfuravam o teto E o cobriam com afeto Num carinho que seduz. Ele em sua fantasia Ficou brincando com o sol Que faiscava em seu corpo Como sublime farol, Sem perceber que o perigo Entrara pelo postigo Daquele infando paiol. Porém, a porta entreaberta, Também não pôde antever Que a desgraça ainda teria Mais motivos a fazer. Terrível porco-do-mato Vindo das bandas do mato Ali acha o que comer. Um choro agudo, sentido, Pedia socorro em vão, Mas Flor-de-Lis ia longe Pg28 de 34


Se embrenhando no sertão. E a fera, toda maldade, Despedaçou sem piedade A criancinha no chão. Mas Flor-de-Lis pela estrada Num desespero sem fim Desencontrou o marido E não pôde achá-lo enfim. Mas na mata seresteira Um sabiá laranjeira Cantava alegre festim. Porém, foi seguindo em frente, E sua angústia aumentou Ao ver a mancha vermelha Do sangue que o sol secou. O corote abandonado O machado estava ao lado Da marmita que rolou... Um grito rude, agressivo, Povoou a imensidão, Flor-de-Lis deu meia volta E partiu com decisão. Pg29 de 34


E cada passo que dava Su’alma se via escrava Da amargura e da aflição. Tomé Luís bem cansado Enfim chegou ao seu lar, Porém, a voz do destino, Mandou ir mais devagar. Nos braços – morta a Rosinha, Mas ao entrar na cozinha Impossível não gritar. Seu filhinho caçulinha Estava morto no chão E o esperto porco-do-mato Debandou com precisão À porta que estava aberta Tomé com a vista alerta Sentiu pior sensação. Deitou Rosinha num canto Foi o filhinho acudir, Também ele estava morto Não podia mais sorrir... O desespero paterno Pg30 de 34


Que se viu foi tão eterno Que ribombou o porvir. Chamou em vão os mais velhos Mas que tragédia cruel! Eles não mais respondiam... E neste instante de fel Ao entrar no quarto rude Achou morta a juventude Achou morta a cascavel. Neste infausto desespero Pediu respostas ao céu, Mas o céu calmo e silente Nada, nada respondeu. Ao perceber a tragédia Sem pensar perdeu a rédea E mais morte aconteceu. Foi à gaveta da cômoda E seu revólver pegou Nele colocou três balas E num instante atirou Mas dando o primeiro tiro Deu seu último suspiro Pg31 de 34


Depois não mais disparou. Cinco corpos ali mortos, – Quatro filhos mais o pai... Oh! meu Deus, que desespero Dos meus olhos pranto cai. E Flor-de-Lis, coitadinha, Vinha ligeira, sozinha, Nos lábios soltando um ai. Porém, em seu desespero, Não podia imaginar Que a tragédia era mais forte E não ia suportar. Ao chegar à sua casa Com o coração em brasa Começou gritar... gritar... Ao entrar pela cozinha Viu Rosinha posta ao chão E viu seu filhinho morto Sem piedade ou compaixão. Travando um grito na boca Sentiu n’alma a ânsia louca E uma enorme convulsão. Pg32 de 34


Porém, entrando no quarto, Foi maior o seu pavor... Além dos dois filhos mortos Era morto o seu amor. Então só, neste momento, Um grito no firmamento Ecoou arrasador. Passados então três dias Desta tragédia cruel É que os amigos vizinhos Descobriram tanto fel. No terreiro como louca Uma mulher de voz rouca Fazia infando revel... .......................................

Pois isto tudo é verdade E eu termino por aqui Zangado desta tragédia Zangado do que escrevi. Assim digo que é verdade Toda esta fatalidade Onde outra igual – nunca vi! Pg33 de 34


F

I

M

Esio Antonio Pezzato

Piracicaba, 22.08.1994

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