Maranduba, 27 de Setembro de 2012
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
A primavera chegou!
Época em que a natureza mostra seu lado mais bonito
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Ano 3 - Edição 41
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Jornal MARANDUBA News Espaço do Leitor:
Agenda:
Não venda seu voto
Cartas
Acontece na Região Sul
Esse ano é um ano de renovação. Teremos eleições municipais por todo Brasil, e nós cidadãos conscientes, devemos ficar atentos as condutas de algumas políticos desonestos, que querem chegar ao poder comprando voto. Qual é o preço do seu voto? Esta é uma questão a ser discutida por nós que queremos um País mais justo, igualitário e honesto, entretanto, estamos atordoados com tanta corrupção e favorecimentos ilícitos em nossa política. Não venda seu voto, se você vende seu voto estará contribuindo para colocar os corruptos no poder. Com a aproximação das eleições, será fácil ver os possíveis candidatos oferecendo uma parte suculenta agora e a outra, se eleito forem - cuidando com esta proposta, você poderá estar contribuindo para a proliferação dos corruptos no cenário político. Analisando conscientemente esta questão da venda do seu voto, quem paga pelo seu erro, é a sua cidade. Você deve estar agora se perguntando como minha cidade irá pagar por eu
Obra parada na Maranduba Se já não bastasse a ponte sobre o Rio Maranduba parada por falta de dinheiro, mal planejada pela secretaria e falta de fiscalização da mesma e legislativo, causando ao povo profundo temor pelo que poderá acontecer com a vinda das grandes chuvas de verão próximo, em 23.08.12 mais uma obra parou, com retirada de material pela empreiteira, por falta de pagamento há 3 meses , segundo comentários dos peões. É a segunda reforma meia boca em menos de dois anos que acontecia na Unidade de Saúde da Regional Sul, na Ala de atendimento do PSF Lagoinha e Maranduba, incluindo a parte Odontológica, que parou o atendimento, já com acúmulo para mais de dois anos em fila de espera. Os funcionários do PSF estão atendendo numa saleta, práticamente amontoados, ficando a sala de espera no saguão da ambulância. o Povo pergunta: onde foi parar o dinheiro? Será que sem enchente já rolou água abaixo? Maria Cruz Maranduba
Editorial:
ter vendido um simples voto? Muita calma nesta hora? Vamos saber agora os prejuízos que sua cidade terá se você vender seu voto: Avalie se o dinheiro público está sendo gasto com excesso de cargos de confiança, se existe investimentos durante toda gestão do candidato que comprou seu voto, na área da educação, saúde, esporte, laser, cultura, social, lembre-se avalie os quatro anos do candidato que você vendeu seu voto? É muito importante que você não venda seu voto, seja consciente, não se iluda por proposta de candidatos que querem chegara ao poder a todo custo, ou aqueles que estão a três, quatro ou cinco mandatos á frente de qualquer legislativo por esse Brasil a fora, comprando votos, e quando vence as eleições, vestem a farda da corrupção e se transformam em verdadeiros soldados, em defesa da corrupção. Esse ano seja um cidadão inteligente, dê uma lição de cidadania, não venda seu voto! Afinal voto não tem preço, tem conseqüência. Emilio Campi Editor
MINI FESTA DO GENGIBRE O Centro de Integração Rural irá promover nos próximos dias 20 e 21 de outubro a Mini Festa do Gengibre com bazar beneficente, pechincha e doação de produtos novos e seminovos. Grande variedade de produtos. Das 16 às 21h. Local: Sítio do Gengibre - Araribá. Compareçam e prestigiem mais esta iniciativa!
CONVOCAÇÃO A APASU - Associação Protetora dos Animais da Região Sul de Ubatuba realizará dia 27 de outubro de 2012 às (16:00 hs 1a. chamada, e 16:30 hs 2a. chamada) ASSEMBLÉIA PARA ELEIÇÃO DE NOVA DIRETORIA - BIÊNIO 2012/2014 Local: Quiosque Boemio Bar, Av. Marginal, 1749 - Bairro Maranduba Heide Negretti 1a. Tesoureira APASU EDITAL DE COMVOCAÇÃO A Associação Quilombola União dos Morros- Quilombo Caçandoquinha convoca a todos para participarem de reunião extraordinária para eleição de nova diretoria desta associação que acontecerá no dia 14 de outubro, domingo, com primeira chamada as 14 horas e segunda chamada as 14 e 30 horas em sua sede. Presidência Associação União dos Morros-Caçandoquinha, Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail jornal@maranduba.com.br
DIA 7 DE OUTUBRO VOTE CONSCIENTE - NÃO VENDA SEU VOTO
Editado por:
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Emilio Campi Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
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Festa no lançamento do livro do Grupo Saíras PROMATA No último dia 22 de setembro o Grupo Saíras do Bonete festejou finalmente o lançamento do Livro intitulado Saíras do Bonete. Após meses de espera e preparação o grupo de mulheres pode realizar seu antigo sonho. O evento que foi uma tarde de autógrafos que contou com quitutes e chás da gastronomia local. Muito bem organizado a mesa de autógrafos foi composta pelas guerreiras do Bonete, no tablado as falas de agradecimentos e de emoções sobre a conquista. Com temas caiçaras o local esteve devidamente enfeitado com uma canoa de frutas, flores e folhas da região. Na capela o resultado do trabalho da maos habilidosas de suas integrantes, peças exclusivas de artesanato que conta a trajetória histórica de cada integrante. Tudo chamava a atenção do público que pode presenciar o maior evento literario do municpio nas últimas
décadas. A beleza natural, o charme regional, a esponteneidade das pessoas, moradores, turistas e convidados deram o ar da graça naquela tarde de sabado. A festa também contou com a presença do Grupo Musical Ubacunhã (Uba-Canoa+Nhã-Menina Moça) que alegrou ainda mais a festividades com seus contos musicados e músicas regionais de primeira linha. Por conta da chuva na manhã do evento muitos deixaram de comparecer, mesmo assim cerca de 80 pessoas foram saciar a curiosidade e ser testemunhas do grande evento. O grupo Promata enviou representantes em apoio e reconhecimento do brilhante trabalho realizado. O livro que custa R$ 30,00 possui 132 paginas de muita história, belas fotos e de um verdadeiro sentido as mulheres daquela bela localidade. Ele vem ainda com o autógrafo e dedicatórias exclusivas das integrantes do Grupo em sua contra-capa.
O projeto foi realizado pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo-PROAC
do Governo do Estado e na capa está a foto do primeiro trabalho das meninas- a tão
Foto: Fábio de Souza/PROMATA
famosa colcha de retalhos ou de histórias de vida como dizem suas integrantes.
Padre Antonio Maria celebrará missa no Sertão da Quina Cumprindo uma promessa ao pároco local,o padre e cantor Antonio Maria partiocipará de uma celebração no bairro do Sertão da Quina no próximo dia 4 de outubro. O evento acontecerá as 19:30 horas na Capela de Nossa Senhora das Graças cujo interior foi reformada recentemente. Será a segunda apresentação do padre cantor em Ubatuba na região sul. A primeira vinda aconteceu no Morro do Emaús na tradicional missa do dia 8, naquela noite o padre, convidados foram jantar na casa do paroquiano e violeiro Manoel Miguel no mesmo bairro. As suas canções e sermões são
ouvidas em todo o país e fora dele. Famoso pela simplicidade e serenidade na condução dos fiéis, sua presença se deve a respeitabilidade do padre com a região e dos fiéis com os trabalhos dele mundo afora. Para Padre Carlos, é mais que uma benção a vinda de padre Antonio Maria a nossa paróquia. O padre cantor conduz um importante trabalho social no Vale do Paraíba e se manifestou favorável ao retorno já na primeira visita que fez a estas terras, o que vai acontecer no próximo dia 4. Moradores, visitantes, turistas e fiéis aguardam sua visita e preparam uma recepção calorosa de boas vindas a ele.
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Vereadores revogam taxa de iluminação pública Por unanimidade, os dez vereadores de Ubatuba revogaram, na sessão de terça feira, a lei 3.283 de 2009 que criou uma “contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública –CIP”. A taxa vinha cobrada na conta de luz. A arrecadação paga o consumo de energia elétrica pela iluminação de vias, logradouros, praças, jardins ou monumentos além das previsões com instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede. Segundo informações passada pela Elektro, a concessionária de energia que atende o Litoral Norte, Ubatuba gastou no ano passado R$ 1.860.000,00 com esse tipo de iluminação. Não há informações sobre investimentos em expansão da rede ou em reposição de luminárias. Pedido de desculpas A proposta de autoria do vereador Silvinho Brandão (PSB), da base governista, gerou discussões em plenário. Três vereadores que sempre se colocaram contra a criação da taxa em 2009 e 2010 pediram explicações sobre como os recursos desta arrecadação foram aplicados. Segundo cálculos de Rogério Frediani (PSDB), tomando-se por base 60 mil ligações cobrando-se a média de R$ 4,00
por casa, pode chegar a R$ 3 milhões/ano “sem que se veja investimentos em novas luminárias ou expansão da rede”. O vereador Mauro Barros (PSC) há duas semanas havia entrado com pedido de informação sobre a aplicação dos recursos em luminárias. O vereador Gérson Biguá (PSD) perguntou porque a revogação não veio antes, classificando a proposta de “eleitoreira”. O presidente da mesa, vereador Romerson de Oliveira (PSB), também da base do Governo, chegou a pedir desculpas à população explicando que votou favoravelmente à criação da taxa em 2009 acreditando que os recursos seriam aplicados em expansão de rede. Segundo ele, até que sua região foi contemplada mas não na escala esperada. Foram instaladas 17 luminárias na marginal do Perequê Mirim. Ubatuba utiliza lâmpadas a vapor de sódio (VS) que podem custar de R$ 480,00 até R$ 670,0 a unidade, dependendo da potência. Os recursos, conforme o artigo 7º da lei, iriam para um Fundo Municipal de Iluminação e as despesas com iluminação pública deveriam sair do dinheiro disponível no Fundo. No primeiro semestre
o departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias –Dade- liberou R$ 160 mil para iluminação pública na orla da praia do Itaguá. Quando vereador, o atual prefeito Eduardo César (sem partido) votou contra a taxa de iluminação pública e chegou a entrar com liminar na
Justiça para impedir que ela fosse cobrada. A ação teve causa ganha, mas o prefeito Paulo Ramos cassou a liminar. Árvore na calçada Além desta proposta foram votados, ainda projeto do vereador Rogério Frediani (PSDB) de incentivo ao plantio de árvore nas calçadas de
bairros, outro do vereador Mauro Barros (PSC) sobre a divulgação de avaliação do Ideb –Índice de Desenvolvimento da Educação Básicapelas escolas e um terceiro, do vereador Silvinho Brandão (PSB) incluindo no calendário de eventos do município uma Festa Nordestina.
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Moradores tradicionais fotografam baleia franca Foto: Fábio de Souza/PROMATA
Uma baleia franca que veio visitar o litoral brasileiro acabou ficando na costa do litoral norte paulista em frente a vários núcleos de moradores tradicionais, principalmente de Ubatuba. Desta vez ela veio com seu filhote e para al-
gumas pessoas se mostrando saudável e forte. Na tarde do dia 22/09, no período do almoço, ela apareceu com sua cria entre o Bonete e Ponta Grossa-Caçandoca. Noticiada em telejornais e revistas de todo país ela resolveu mos-
trar a uns poucos privilegiados as artes realizadas pelo mais novo membro da família. Segundo o fotografo e membro da Promata Fabio de Souza, 37, “um dado momento o filhote se afastou da mãe, então ela deu salto de um lado
para o outro, jogando água para cima e nas laterais num ritmo frenético, como se estivesse procurando sua cria”. Fabio lembra ainda de que por estar com o filhote, é importante manter-se a uma distancia segura para o mamífero
e os tripulantes da embarcação, dando ao mamífero a liberdade de que tanto precisa para “educar” seu filhote. A embarcação sob o comandado do morador Marcelo de Jesus-Bonete seguiu as orientações dos mais velhos e puderam com segurança realizar belos registros desta espécie. Puderam observar ainda que a baleia ao brincar com o filhote levanta lodo e areia do fundo do mar onde estava. Segundo os antigos era comum encontrar baleias por aqui das varias espécies e que se lembram de nunca haver um incidente entre homem e esta espécie de mamífero. Outros contam que nesta “épa” ninguém colocava “espinhé” (espinhel) no caminho delas. Contam ainda de que ela vinha sempre nas costas da Ilha do Pontal por ser um local com mais profundidade, lá amamentavam seus filhotes e davam as primeiras orientações sobre a vida no mar, talvez por isso, esteja no DNA de algumas a rota á Ubatuba.
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Maracujá gigante no Sertão da Quina EZEQUIEL DOS SANTOS O aposentado Orlando dos Santos, 75, morador do Sertão da Quina ganhou uma muda de maracujá, ao plantar mal sabia ele que se tratava de uma espécie onde cada fruta daria pelo menos seis copos de batida. Segundo o morador a fruta anterior a da foto pesou 2,920 Kg e que no ano de 2011 colheu 10 unidades e em 2010 cerca de 8 unidades. Em seu quintal tem de tudo plantado. Orlando diz que esta fruta é melhor para fazer doces. Os degustadores de “mé” agora buscam mudas de uma cana gigante para fazer a cachaça, limão para a caipirinha, já que o maracujá já descobriram. Desta vez a festa vai bombar! Haja açúcar!
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Alunos do Projeto Guri de Ubatuba participaram de apresentação em Pinda No último sábado, 22, alunos do polo do Projeto Guri de Ubatuba participaram do Encontro de Dedilhadas da AAPG (Associação de Amigos do Projeto Guri), realizado na Anhanguera Educacional em Pindamonhangaba. Representaram Ubatuba no encontro12 alunos do curso de violão que foram acompanhados do educador Paulo Carvalhal e da coordenadora do polo, Joana Lemos. O evento teve como objetivo promover e integrar diferentes ritmos e estilos, bem como proporcionar aos alunos a troca de experiências artísticas e pedagógicas por meio da apresentação dos grupos de cordas dedilhadas. O Projeto Guri, uma iniciativa
do Governo do Estado, é um programa socioeducativo que oferece desde 1995 continuamente, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação e teoria musical, coral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão. Hoje são mais de 360 polos distribuídos pelo interior e litoral do Estado. Em Ubatuba, o polo Ubatuba/ Prefeitura está localizado no Sobradão do Porto, oferecendo cursos de canto-coral, violão e percussão. As aulas acontecem todas as terças e quintas-feiras no período da tarde. Mais informações sobre o funcionamento do polo Ubatuba com a coordenadora Joana pelo telefone (12) 3833-7237. (Fonte: ACS/PMU)
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A história da Primavera ADELINA FERNANDES Nestes dias em que se celebra o Equinócio da Primavera faz todo o sentido lembrar a história da primeira Primavera. E esta história passa-se numa época em que os campos estavam inundados de flores todos os dias do ano e os homens desfrutavam de um tempo sem tempo, onde a natureza tudo lhes dava. Não havia, por isso, estações do ano e os dias eram todos agradáveis como convinha à condição divina. A responsável por este feliz estado de coisas era Ceres, uma das esposas de Jupiter, filha de Crono e Reia e Senhora das colheitas, da terra cultivada e das estações do ano. Mas, até para os Deuses, nem sempre tudo corre de feição... Um dia, a sua filha, Proserpina, que brincava num campo cheio de belas e cheirosas flores, foi avistada por Plutão que, desde logo, se apaixonou pela sua beleza e, com um acordo secreto com Júpiter, se apressou a carregá-la no seu carro levando-a consigo para o seu reino. Desesperada, na sua dor de mãe, Ceres recusou-se a continuar a alimentar os campos e partiu em busca da sua amada filha. Entregues a esse abandono, os campos foram secando e nada voltou a crescer. Vendo os homens padecer de fome, Júpiter resolveu interceder junto do poderoso Plutão e ajudar Ceres a resgatar a bela refém. Acontece que Proserpina já tinha comido alguns grãos deuma certa romã e já não era possível voltar à sua condição anterior, pois mantinha-se ligada a Plutão... Procuraram assim uma solução de consenso, a solução
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Jornal MARANDUBA News A felicidade de Ceres ou a volta das flores!
Fotos: Adelina Fernandes
possível. Ela passaria 6 meses com a sua mãe na superfície e os restantes meses com o seu senhor no mundo das trevas. Mesmo não conseguindo resgatar inteiramente a sua filha, numa demonstração de alegria, Ceres voltou a cobrir a terra de flores. Como então, nesta época que vivemos celebramos esse momento de alegria em que a terra, paralisada pelo frio, renasce e floresce. Nesta época lembramos que os ciclos se sucedem, que após a dor e a paralisia vem de novo a vida numa manifestação cheia de aromas e texturas que inunda os nossos sentidos. Na nossa vida quan-
tas dores nos fazem gelar os campos e paralisar? Lembremos assim que está na nossas mãos fazer como Ceres e não desistir de procurar o alívio da nossa dor. E porque não fazer como Ceres que, mesmo perante uma vitória curta ou incompleta, dado que só podia abraçar a sua amada filha 6 meses em cada ano, usou o seu poder para a receber em alegria?... Desta forma, nós, pobres e comuns mortais, podemos todos os anos, ao menos nesta época, celebrar a vitória da vida que explode e vence as trevas. Palavras de Eduardo Leal.
Cena comum na Primavera: Ipê amarelo todo florido em pleno centro de Ubatuba. Abaixo, detalhe das flores.
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A estação das flores ADELINA FERNANDES A primavera é uma das quatro estações do ano. Ela ocorre após o inverno e antes do verão. No hemisfério sul, onde está localizado o Brasil, a primavera tem início em 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro. É uma época em que ocorre o florescimento de várias espécies de plantas. Portanto, é um período em que a natureza fica bela, presenteando o ser humano com flores coloridas e perfumadas. A função deste florescimento é o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas. No tocante a astronomia, a primavera ocorre no equinó-
cio de setembro (momento do ano em que o dia e a noite possuem a mesma duração, 12 horas cada). Já com relação a mudanças climáticas, é um período em que as temperaturas vão, aos poucos, aumentando. O mesmo ocorre com as águas do mar. As temperaturas, em grande parte dos países do hemisfério sul, ficam amenas. Flores que se destacam na primavera: rosa, girassol, margaridinha, orquídea, jasmim, hortênsia, helicônia, alamanda, clívia, gérbera, hibisco, gazânia, jasmim-estrela, lágrima-de-cristo, boca-de-leão, crisântemo, frésia, estefânia, narciso, violeta, dedaleira, dama-da-noite.
Fotos: Adelina Fernandes
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Gente da Nossa História: Antonio EZEQUIEL DOS SANTOS Nascido num lugar chamado Volta Comprida, distrito de Bairro Alto, Município de Natividade da Serra no dia 14 de agosto de 1940, estreava para o mundo mais um guerreiro deste Brasil que Deus dá. Filho de João Alves de Santana e Paula Maria de Jesus, mal sabia ele que conheceria em sua vida o mar. Junto a seus irmãos Pedro, Maria, Virgílio, Benedito, Geralda, Sebastião, Izabel, João, Domingos e José aprendeu cedo as responsabilidades agora esquecidas. Cercado de florestas, de “mata virge”, aves e muita caça, Antônio sabia que antes de nascer o sol já era hora de ajudar os pais com a roça e criação. De vida simples, aprendeu de seus pais o real sentido da vida e a importância da honestidade. Onde morava não havia estrada e apenas uma trilha ligava este local ao resto do mundo. No caminho, muitos os pequenos riachos que tinham de atravessar, antes de existir a balsa a travessia do Rio Paraíba eram feita de canoa e no lugar do remo usavam o tal de “varejão”, que na realidade era uma vara de bambu. Antônio trabalhou como comerciante (mascate) de animais e venda de farinha de mandioca, já que o que produzia na roça era tão somente para sustentar a casa e o dinheiro extra vinha da venda de animais. A mercadoria era levada no lombo de burro ao litoral pela trilha da Cachoeira dos Macacos, senão por outras trilhas com as mercadorias nas costas. Seu Antônio fala que seu irmão Dito veio na frente fazer uma roça de bananas na antiga área de Miguel Generosa entre o Sito Santa Cruz e o Quebra Pé
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Alves de Santana: pá e areia como sustento da família
Grande, quando voltou falou das oportunidades que tinham por aqui. Antônio então tratou logo de casar. O casório foi em 1963 com Laurentina de Jesus Santana. Deste matrimonio nasceram José, Maria, Sebastiana, João, Geni, Roseli, Carlos, Sérgio, André e Júlio, os quatro últimos nasceram em Ubatuba. Antônio conta ainda com 14 netos e quatro bisnetos. Quando chegou aqui seu primeiro e último serviço foi retirar areia no leito dos rios. Depois do casório mudou-se definitivamente para o Sertão da Quina onde
região a explorar a retirada de areia por estas bandas. Ele, conta seus amigos que trabalhava de 1º de janeiro a 1º de janeiro, todos os dias, com chuva ou sol. Conta-nos que quem estimulou a atividade foi à necessidade, já que na época só havia pedreiras em Jambeiro e São Sebastião. O condomínio da praia Vermelha foi quem procurou material para uso, na realidade conta Seu Antônio que eles procuravam pedras para as obras, depois areia. Seu Antônio ainda se recorda dos grandes bananais, aonde seus mora-
nheiros, nunca tive um inimigo, não tenho o que falar dos antigos daqui, só me alembro de coisa boa deste povo”, comenta Seu Antônio. “Por um tempo eu assistia “futebór”, participei das procissões, ajudei com material pra capela, não gostava das confusões na beira do campo”, reitera sua fala. Lembra-se ainda dos primeiros caminhões a gasolina que eram de carroceria e que o primeiro caminhão com caçamba foi a do Galvão, isto sem contar os da Sudelpa. Da época do fio de bigode conta-nos que viu uma folha de
mora até hoje, ficou lá o terreno e o gado vendido depois. O caminho por onde desceu Seu Antônio existe até hoje e ainda é utilizado como forma de cortar caminho a “serra-acima” e recordação histórica das façanhas e dificuldades dos antigos moradores. Atencioso, educado e calmo Seu Antônio é figura respeitada na região, sinônimo de trabalhador foi a segunda pessoa na
dores carregavam 30 dúzias da fruta nas costas para ser embarcado no caminhão. Recorda que no caminho antigo da serra-acima tinha os bananais de Dito João, Luiz Celino, Mané Adolfo, João Ambrósio, tinha também cana, mandioca e muito mais coisa. De uma coisa ele se lembra muito bem foi quando chegou por aqui, “Fui muito bem recebido na região, tive muitos compa-
cheque pela primeira vez em 1965, como é que uma folha de papel valia dinheiro. Bom para receber tinha de pedir a sua sobrinha para assinar atrás da folha para receber no banco. Fala ainda de que os caminhões leiteiros que iam até as roças buscar leite tinham correntes nos pneus, parece até uma coisa normal, porém, usavam todos os dias. Trabalhou também na manu-
tenção do trecho da serra de Ubatuba. Era responsável por equipe de “camaradas” para arrumar, limpar e cortar o barranco para descer a tropa, era o trecho da serra até sua metade, segundo Seu Antônio o responsável pelo pagamento era o “tar” de Cipriano que foi o primeiro açougueiro de Ubatuba. Era uma empreitada de uma vez por ano, assim trabalhou quatro anos ainda no governo de Wilson Abirached. Muita história tem Seu Antônio para contar, tenho o maior respeito por este grande homem, sua esposa e seus filhos a qual tenho a honra de conhecê-los. Porém conto um pouco da vida e trajetória deste homem que começou como areeiro e terminou como areeiro, porém toda história não caberia nestas linhas, mas prometo contar ainda mais de um homem que trabalha como um relógio e que é exemplo de superação, honestidade, de grande pai, tio, avô e bisavô. Homem de um tempo em que trabalhar era orgulho, do tempo em que palavra dada era palavra cumprida. Para nossa sorte, Seu Antônio resiste ao tempo e a história. Lucido, sereno e muito simpático me deu nesta data a honra de um “dedinho” de prosa, mesmo sabendo que para contar tudo o que sabe e viu precisaria de uma “mão” gigante. Quero aqui agradecer a Deus por conhecer este homem e por sempre ser bem recebido em sua casa, sentar junto aos seus, bem próximo do fogão a lenha. Quero aqui, junto a outros que consultei manifestar minha alegria de dizer a todos que conheci Seu Antônio Alves de Santana- Um grande homem. Muito Obrigado Seu Antônio.
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História do Surf na Região Sul - Parte II As décadas de 80 e 90 foram notadamente marcadas pela profusão de campeonatos de surfe realizados na região, inclusive, como palco de praticamente a totalidade dos eventos promovidos pelos surfistas de Caraguatatuba que, aliás, até o surgimento do movimento local, reinavam quase que absolutos nas areias do Sapê, não fosse a presença, embora tímida, dos mais antigos já mencionados. Como resultado positivo, quase que imediato dessa aparente brincadeira, Kiko, entre todos, destacou-se e teve uma breve, mas, memorável e promissora carreira em eventos de níveis nacional, estadual e municipal, conquistando patrocinadores e obtendo importantes títulos e vitórias sobre atletas consagrados como Tadeu Pereira, Narciso de Oliveira, Mariano Tucat, Paulo Motta, Alfredinho Bischof, Alexandre Costinha, Richinha, Renan Rocha, Eric Miyacawa e outros mais. Nesse ritmo frenético e contagiante, novas safras de surfistas surgiram, trazendo para o cenário Ricardo Oliveira Costa – Cacau, os irmãos Cícero e Donizete dos Santos, Juan e João da Mata, Wellington e Ricardinho Oliveira, Marcio Luís do Prado, Henrique Enes Virgilio Junior, Wagner Martinez, Edson Obara, Daniel Santos e Rafael Amorim, da Maranduba, que foi outro grande destaque, mais recente e que obteve os títulos mais importantes para comunidade da região sul de Ubatuba, sagrando-se Vice-campeão Brasileiro Junior 93, em sua primeira participação no Circuito Brasileiro e Campeão Brasileiro Junior 94, Zequi-
nha, Totonho e o Lu, do Sertão da Quina, Glebson Nenê, de Santo André, Fernando Ramos – Chaca, Alexandre Pintado, Alexandre Capa, Marcelo Frigi e Baranov, de São José dos Campos, os irmãos Alexandre, Rodrigo e Guilherme Souto, carinhosamente conhecidos como “Os Neguinhos”, os irmãos Alexandre, Rodrigo e Marcelo Pitón, não menos carinhosamente chamados de “Os Pinto”, Giancarlo e Fabrício Ferro, os irmãos Alex e Digão, os irmãos Marcelo e Jonas, Marcus Vinicius de Camilo – Feijão, de São Paulo, o punk Bigal, de São José dos Campos, Alexandre Costinha, do centro, José Carlos Cação, do Promirim e tantos outros, não necessariamente nessa ordem, cuja lembrança requer maiores esforços. Garotos sonhadores, livres e felizes, entre 13 e 18 anos de idade cuja imaginação e poder de realização transcendiam quaisquer limites ou impossibilidades. Tudo no surfe era muito difícil, muito misterioso, muito inacessível, muito inspirador e mágico. Não havia sites de previsão de ondas, as notícias levavam meses, não havia sites de transmissão ao vivo de megacampeonatos em plenos arquipélagos perdidos no meio do Oceano Pacífico, não havia sequer telefone celular quanto mais Internet. A previsão era no olfato – cheiro do mar, cheiro da costeira, cheiro da terra, cheiro da mata. Era no tato – areia, água, sal, sol e vento na pele. Era na visão – enxergar, decifrar e entender o céu, o mar e o horizonte. Era na audição – sensibilidade para captar os sons mais sutis e delicados da terra, do mar, do ar e do coração.
Era na intuição – conversar com o sol, com a lua, com o vento, com a chuva, com as estações, com as marés e com os seres marinhos. Mas, era muito mais. Era com total resignação e humildade na incansável espera, mas, sobretudo, era no prazer da surpresa e na satisfação da certeza. Mera nostalgia, saudosismo talvez. Nada contra os avanços da tecnologia, desde que utilizados para fins pacíficos e humanitários. Tudo a favor do desenvolvimento sustentável. Mas, como não poderia deixar de ser, da semente plantada na areia da praia e regada com água do mar, efetivamente, brotaram vários campeonatos amadores e até uma associação de fato, com palanque fixo, equipamentos de som, material de escritório e diretoria eleita, durante as décadas de 80 e 90. Festivais de Inverno, Torneios de Primavera, Copas de Verão, circuitos locais e diversos surfe treinos foram promovidos, graças ao
apoio dos empresários e aficionados locais. Contudo, em certo momento, a vida nos exigiu decisões e escolhas que nos levaram por outros caminhos, não obstante graças a Deus, o surfe e a possibilidade de praticá-lo permanecessem. Hoje, a imaginária, sonhadora, imbatível e eterna Equipe Zulu é constituída por pais de família, engenheiros, arquitetos, dentistas, publicitários, fotógrafos, advogados, diretores de empresas, empresários, comerciantes, comerciários, bancários, funcionários públicos, construtores, prestadores de serviços, profissionais liberais e até promotor de justiça. Os mesmos meninos “corredores” de onda. Nenhum campeão mundial de surfe ainda, mas, com toda a certeza, todos dignos vencedores de suas baterias nas disputas da vida, detentores de inúmeros títulos em pioneirismo, amor pela natureza, consciência comunitária, fé, espírito de amizade,
simplicidade, convicção, solidariedade e gratidão a Deus pela benção de ser surfista. E com esse espírito renovado, quase trinta anos depois, surge a Boraposurf, equipe promotora de eventos sociais, desportivos e ambientais, idealizada e constituída pelos membros da comunidade Carlos Cesar Geisger e Robson Enes Virgilio, ligada à Promata Ubatuba – Associação de Moradores para a Recuperação e Preservação da Mata Atlântica e à AMMA – Associação de Moradores de Maranduba e Amigos, com o objetivo de promover a inclusão social dos jovens, crianças e adolescentes através da prática do surfe, fomentar o esporte local e o turismo de base comunitária, gerar trabalho e renda, estimular a indústria, o comércio e a economia, principalmente em períodos de baixa temporada, e inserir, definitivamente, a região sul de Ubatuba no cenário nacional das competições.
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Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 11
ENFARADO - ( adj. ) - enjoado; enfastiado. ENFARO - ( s.m. ) - enjôo; repugnância; fastio. ENFERRUSCADO – ( adj. ) – enfezado; irritadiço; aborrecido, amolado, irritado. ENFURNADO - (adj.) - escondido; afastado do convívio social; isolado; retraído. ENGASGA-GATO- ( s.m. ) - cachaça ou farofa de carne seca em pedaços graúdos. ENGOLE-ELE - (adj./ s.m. ) roupa folgada em excesso. ENJOAÇãO - ( s.m. ) - enjôo; náuseas. ENJOAMENTO - (s.m. - enjôo; enjoação; náuseas. ENLEIá - ( v.t. ) - enlear , enroscar. “ o pexe tá tudo inleado na rede “ ENLEIADO – (adj.) enleado, pessoa embaraçada, confusa,complicada. “ Do jeito que ela é inleiada pra se arrumá, tão cedo nós não saímo de casa hoje “ ENSACADOR - ( s.m.) - saco de algumas redes de pesca de arrasto, para onde vão os camarões e os peixes capturados. ENTERTIDO - ( adj.) - entretido; atraído; concentrado. “ a paca fica boba, fica entertida cá luz do fraxilaite; daí é só atirá ‘‘ ENTOJO - ( s.m./adj. ) - nojo;
repugnância; pessoa chata; nojenta. ENTRALHá - (v.i ) - colocar as malhas da rede na tralha da cortiça ou do chumbeiro; trabalhar no conserto das malhas quebradas da rede. ENTRALHAMENTO - ( s.m. ) - operação que consiste em acondicionar nos cordames laterais e terminais das redes a tralha da cortiça e a tralha do chumbeiro. ENTRALHO - ( s.m. ) - fio ou cabo fino, com que prende o tralho á rede de pesca. ENTRE PRA DENTRO - (loc.v. ) - forma de se convidar a entrar em casa. ENTUPIMENTO - ( s.m. ) - intestino preso. “ comê goiaba verde quira da entupimento “ ENXERGãO - ( s.m. ) - estrado de arame, colocado nas camas tipo patente. ENXUGá A MASSA - (loc. v. ) prensar o tipiti cheio de massa verde, entre a coroa e a mesa, na arataca ou no fuso para espremer o caldo da massa da mandioca sevada e enxugá- la para o peneiramento e o forneamento, no fabrico da farinha de mandioca. “Arataca prá que serve ? “ Prá enxugá a massa...”. ENXUGA-PóÇA - ( adj.) - apelido dado à alpercata, tipo antigo de calçado. ERMá MULHER - ( s.f. ) - irmã. ERMãO HOME - ( s.m.) - irmão. ESBANDALHADO - (adj.) - espedaçado; destruído ; estragado. ESBODEGADO - ( adj. )- cansado; exausto ; esbaforido; esbandalhado ; escangalhado. ESCADEIRA - ( s.f.) - anca. ESCALá - ( v.t.) - cortar o peixe em fatias horizontais; operação de limpar e cortar o peixe para cozê-lo ou salgá-lo; salgar o peixe para levar
ao sol. “ escalava ele, né , abria ele no meio anssim, escalava, colocava sár e botava no sór pra secá “ ESCALABRADO - ( adj.) - com a pele escoriada. ESCALER - ( s.m. ) - pequeno embarcação; bote salva-vidas. ESCAMá - ( v.t.) - tirar as escamas do peixe. ESCAMOSO - ( adj.) - indivíduo metido, desagradável, intolerável, intragável. ESCANGALHADO - ( adj. ) estragado; arruinado. ESCARAFUNCHá - ( v.t.) - remexer; procurar. ESCARCéU - ( s.m. ) - gritaria ; alarido; alvoroço. ESCARDA-Pé - ( s.m. ) - escalda-pés; banho nos pés com água muito quente ; pedilúvio ESCARDAMENTO - ( s.m. ) escarda-pé; tratamento da medicina caiçara que consiste no banho dos pés com água bem quente, a propósito de curar alguma nevralgia, distensão muscular ou resfriado. A aplicação faz-se antes de deitar, e exige resguardo de friagem no dia seguinte. ESCARRADO - ( adj. ) - igual ; idêntico. “ é a cara do pai , iscrito e escarrado “ ESCARRANCHADO - ( adj. ) - sentado ou deitado com as pernas abertas. ESCONSO - ( s.m. ) - inclinado; torto; meio caído; pendido para um lado. ESCORA - ( s.f.) - pau roliço e resistente que se usa para sustentar alguma coisa . ESCORá - ( v.t. ) - durar; aguentar; resistir. “ Dermevau não vai escorá essa vida “ ESCOTA - ( s.f.) - cabo para governar a vela na embarcação. ESCRACHO - ( s.m. ) - escula-
cho; esculhambação. ESCRAMENTADO - (adj. ) - o mesmo que escarmentado; experiente; provado. ESCULHAMBá - ( v.t.) - desmoralizar ; avacalhar ; esculachar. ESCUMA - ( s.f.) - mesmo que espuma. ESCURO DA LUA - ( s.m.) fase minguante da lua, quando ela não aparece a noite. ESCUSADO - ( s.m. ) - inútil ; desnecessário. ESCUSOU - (v.t.) - negou; recusou. ESFARFADO - ( adj.) - esfalfado ; cansado; extenuado; estafado. ESFOGUETEADO - ( adj.) - estabanado; estouvado ; travesso ; irrequieto. ESFREGA - ( s.f.) - levar uma esfrega ; levar um surra; repreensão ; ( estar numa) ; trabalho duro e cansativo. ESFREGãO - ( s.m. ) - pano ou vassoura de esfregar o chão. ESGAÇá - (v.t.) - desfiar o tecido. ESGANADO - (adj. ) - morto de fome; indivíduo faminto. ESGAZEADO - ( adj. ) - diz-se do céu límpido e claro, nos dias frios. ESGOTá - ( v.t. ) - tirar a água; escoar a água da canoa. ESGUELHA - ( s.f.) - olhar de esguelha; olhar de través; de soslaio ; de viés ESMOLA DO DIVINO- ( s.f.) esmola que se dá para os fes-
tejos da Bandeira do Divino. ESMOLá - ( v.t.) - parte do ritual das festas do Divino, em que a Bandeira vai de casa em casa pedindo dinheiro ou alguma prenda para os festejos ESPARRAME - ( s.m. ) - espalhafato; barulho; briga ;rolo. ESPARRELA - (s.f.) - armadilha para caçar pássaros, através de uma laçada de cipó ou corda, que está ligada ao içador envergando-o e prendendo-o aos pauzinhos, de tal forma que, no momento que a ave tocam esse dispositivo, são laçados pelo içador; logro; cilada. Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .
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Antes que elas cresçam AFFONSO R. SANT’ANNA Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente. Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal? Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente,
a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração. Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros. Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de
trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela. Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas. Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto. No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, pis-
cinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes. O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.
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Sólo do píer do Saco da Ribeira não tem contaminação, afirma CETESB Ubatuba, Estado de São Paulo, Brasil possui um presente Divino que se chama Saco da Ribeira. Sua beleza natural, sua localização geográfica, lhe confere sem sombra de dúvidas, o destaque de um dos melhores senão o melhor porto natural do Brasil. Sendo assim aconteceu o que era natural e atendendo a essa vocação aqui se instalarem atividades voltadas à náutica. Esse crescimento se deu de forma desordenada pela ausência à época de uma política ambientalista global. No ano de 1976 o então governador Paulo Egydio construiu o Píer do Saco da Ribeira, que passou a ser administrada pela SUDELPA, SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO LITORAL PAULISTA, recém criada através do decreto nº 7.639 de 27 de fevereiro do mesmo ano. A atividade pesqueira se desenvolve e paralelamente a atividade náutica voltada ao turismo e laser. A partir daí uma fonte de renda e mercado de trabalho surge e faz com que em tempo bastante curto o Saco da Ribeira se torne o segundo pólo gerador de renda e empregos do município. Em 28 de Setembro de 1993 o então governador Antonio Fleury Filho, através do decreto nº 37546/93 torna extinta a SUDELPA. Sem definição à quem caberia a administração do Píer, a administração passou a ser provisória por indicação do próprio governo. No transcorrer do ano de 1996 pelo fato da indefinição de quem assumiria a Fundação para Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo solicitou ao governo a administração do Píer usando como exposição de motivos apoio ao Parque Estadual da Ilha Anchieta. Em 20 de Setembro de 1996 o então governador Mario Covas, através do decreto nº 41.166, passando o píer à referida Fundação. Começa aí um oceano de absurdos que resultou naquilo que estamos presenciando agora. Porque e como justificar uma área de aproximadamente
10.000 m2 para dar apoio ao Parque Estadual da Ilha Anchieta. É bom lembrar que o escritório central da referida Fundação ocupa uma área de 273 m2 no centro da cidade. Ao assumir o Píer a área já era ocupada por embarcações ( lanchas ) na condição de mensalistas, assim como oficinas de caldeiraria, marcenaria, tornearia, pintura, mecânica e toda a estrutura necessária voltada para a atividades náuticas tanto profissional como amadora. Todos pagavam mensalidades para terem esses direitos e apesar disso nenhuma melhoria foi feita. Como era de se esperar o que se viu foi total incompetência dos administradores do Píer inclusive para questões ambientais. A degradação do bem público foi total. Equipamentos importantes com hidrantes de incêndio deixaram de ter mangueiras e ferramentas para engate de emergência. Isso seria o suficiente para o Corpo de Bombeiros interditasse a área. O serviço de rádio que se presta a salvaguarda à quem navega pela nossa costa deixou de existir. Luz de navegação ainda se encontra desativada. As melhorias que ali aconteceram ficaram por conta dos usuários através de sua Associação AUMAR. Há alguns anos atrás começa a se sentir um certo interesse da Fundação em extinguir a utilização do Píer por embarcações de esporte recreio. As que estavam poderiam permanecer e embora houvesse espaço não aceitavam novas
embarcações. Isso tinha com conseqüência um atraso para o turismo náutico e esporte recreio. Em 25 de Março de 2008 a resolução SMA 21 estabelece procedimentos para licenciamento ambiental de todas as marinas. Essa resolução fez com que a maioria das marinas do litoral norte do estado se adequassem. O espaço público que é gerido pelo governo estadual, não teve capacidade para cumprir o que determinava a referida resolução. Ou por falta de capacidade administrativa ou interesses outros que nós da comunidade, usuários e prestadores de serviços ainda não sabemos quais. No ano de 2010 a Fundação foi autuada pelo Ibama e ministério Público pelo não cumprimento da resolução. A Fundação nada fez e em maio de 2011 receberam documento assinado pelo Ibama e Ministério Público determinando a suspensão de todas as atividades. Em 01 de Novembro de 2011, o Jornal 0 VALE, em entrevista à Sra. Simone Siqueira, a então diretora Administrativa Financeira da Fundação Florestal Sra. Ivonete Alves declara ter recebido verba de R$ 379 mil para recuperação da área do Píer. Em determinando momento da entrevista essa senhora se diz preocupada porque está prevista a retirada de 30 caminhões de resíduos e não sabem o destino que darão . Ainda, segunda ela pediram orientação da Cetesb e o próximo passo seria discussão
com a Petrobras quanto a esse descarte. Em Dezembro de 2011 ou seja um mês depois a Cetesb em reposta a solicitação tanto da Fundação como dos usuários do píer passou a Fundação a INFORMAÇÃO TÉCNICA Nº 007/CAAA/11, onde demonstra que nos pontos de amostragem analisados não apresentam níveis condenáveis de poluição. Além disso, o texto é claro ao afirmar que “ a investigação detectou contaminação em área de pouca abrangência e significância. Para finalizar o resultado do laudo não recomenda a continuidade da investigação. E agora, como justificar tanta truculência a nossa comunidade. Qual será a próxima farsa da Fundação para tentar jogar embaixo do tapete toda sua incompetência, incompetência essa que gerou o desespero do desemprego, da falta de expectativa de futuro não só para a nossa comunidade como para a cidade pois, é aqui que está o grande potencial, pesqueiro e turístico de Ubatuba. Enquanto esses fatos lamentáveis ocorriam aqui no Saco da Ribeira, o ilustre Secretário do Meio Ambiente Sr. Bruno Covas passeava pela cidade em campanha política. Nesse frenesi de decisões absurdas, sem apoio a náutica uma grande quantidade de freqüentadores proprietários principalmente de veleiros se vêem obrigados a migrarem para outras cidades. Aqueles que potencialmente poluem aqui, ao invés de serem orientados para que aqui permanecessem respeitando regras ambientais, acabam poluindo em outros locais e o meio ambiente que deve ser encarado de forma global e não local continuará sofrendo. Finalizando, ao longo de meus 70 anos de idade, de ter vivido e resistido toda a truculência de mais de 20 anos de regime militar, fico estarrecido com o que vejo. Tentaremos resistir mais esse golpe. Carlos Alberto Barreto Saco da Ribeira
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Coluna da
Cantinho da Poesia
“Oração de um Piloto” Adelina Campi
Essências diferentes
O pássaro e o homem tem essências diferentes. O homem vive à sombra de leis e tradições por ele inventadas; o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos. Acreditar é uma coisa; viver conforme o que se acredita é outra. Muitos falam como o mar, mas vivem como os pântanos. Muitos levantam a cabeça acima dos montes; mas sua alma jaz nas trevas das cavernas. A civilização é uma arvore idosa e carcomida, cujas flores são a cobiça e o engano e cujas frutas são a infelicidade e o desassossego. Deus criou os corpos para serem os templos das almas. Devemos cuidar desses templos para que sejam dignos da divindade que neles mora. Procurei a solidão para fugir
dos homens, de suas leis, de suas tradições e de seu barulho. Os endinheirados pensam que o sol e a lua e as estrelas se levantam dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos. Os políticos enchem os olhos dos povos com poeira dourada e seus ouvidos com falsas promessas. Os sacerdotes aconselham os outros, mas não aconselham a si mesmos, e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos. Vã é a civilização. E tudo o que está nela é vão. As descobertas e invenções nada são senão brinquedos com a mente se diverte no seu tédio. Cortar as distâncias, nivelar as montanhas, vencer os mares, tudo isso não passa de aparências enganadoras, que não alimentam o coração e
nem elevam a alma. Quanto a esses quebra-cabeças, chamados ciências e artes, nada são senão cadeias douradas com os quais o homem se acorrenta, deslumbrados com seu brilho e tilintar. São os fios da tela que o homem tece desde o inicio do tempo sem saber que, quando terminar sua obra, terá construído a prisão dentro da qual ficará preso. Uma coisa só merece nosso amor e nossa dedicação, uma coisa só... É o despertar de algo no fundo dos fundos da alma. Quem o sente não o pode expressar em palavras. E quem não o sente, não poderá nunca conhecê-lo através de palavras. Faço votos para que aprendas a amar as tempestades em vez de fugir delas. Autor: Khalil Gibran
Deus! Se for verdade que você existe e se realmente houver vida após a morte, quero lhe pedir um favor. Numa próxima encarnação, me dê asas, me deixe voar. Mesmo que isso represente uma involução espiritual, quero estar lá no alto, um pouco mais perto de você. Não faço escolhas, deixo ao seu inteiro critério. Mas me dê asas! Posso ser uma gaivota, mesmo tendo que roubar sobras dos barcos pesqueiros para me alimentar. Não me importo em ser um urubu, me alimentando de carniça, enojando a todos, mas tendo apenas um enorme privilégio, que o mais bem sucedido dos homens não tem: O privilégio de voar! Com imenso prazer eu seria uma andorinha, voando mais alto ou mais baixo, de acordo com a pressão atmosférica, mas estaria sempre voando. Se você preferir, meu Deus, deixe-me ser um falcão! Se você me der essa sorte, eu lhe prometo que serei o primeiro falcão vegetariano neste mundo. Não vou matar ninguém. Mas me deixe voar! Se eu puder ser uma águia, com aqueles olhos que podem ver todo o universo, reportarei para você todas as maldades que os homens fazem e tentarei fazer deste mundo um mundo melhor. Talvez me deixe ser uma garça, estampando em minhas penas toda a brancura da paz que existe em você. Se eu for uma fragata, vou navegar contra os ventos, vou olhar sempre o horizonte e agradecer a você o sublime dom que me deu: Voar! Talvez você queira fazer de mim um fraco. Dê-me a fragilidade e a leveza de uma borboleta com seus dois pares de asas. Eu lhe prometo levar o pólen para todas as flores que estiverem ao meu alcance, mas me deixe voar! Se todos esses meus desejos merecerem algum castigo, pode transformar-me num inseto, mas, ainda assim, me deixe voar! Como inseto não vou voar tão alto como eu gostaria, mas vou respeitar a sua vontade. Talvez eu acabe servindo de alimento para aquela andorinha que você não me deixou ser. Mas mesmo assim terei um grande prazer, meu Deus! Você terá me permitido voar... Manoel Del Valle Neto