Maranduba, Dezembro 2017
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DisponĂvel na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 8 - Edição 103 Foto: Adelina Fernandes
Maranduba entre os Top 5 melhores destinos para final de semana
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Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
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Maranduba entre os Top 5 melhores destinos para final de semana A Praia da Maranduba figura entre as 5 melhores praias do Litoral Norte de São Paulo para quem pretende curtir no final de semana. È o que aponta o Site Meon (http:// www.meon.com.br/mobile/ noticias/regiao/as-melhores-praias-do-litoral-norte-para-curtir-no-final-de-semana) na internet. O site trata de vários assuntos, desde noticias a variedades, passando por temas internacionais até regionais, rádios e vendas. O site é uma produção da agência de conteúdos Click Textos que nasceu em 2014, com o objetivo de produzir os melhores textos para sites, blogs, empresas, estratégias de posicionamento nos mecanismos de buscas e redes sociais. No tópico noticias da região assinado por Fernando Antunes encontra-se a classificação das melhores praias nesta ordem: Maresias e Boiçucanga (São Sebastião), Maranduba e Praia Grande em Ubatuba e Barra do Uma em São Sebastião. Maranduba está assim classificada “A Praia Maranduba
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está localizada em Ubatuba, a 28,2 km de distância do centro da cidade. Ela fica em uma importante área comercial e, por isso, garante acesso facilitado pela rodovia, diversos quiosques, restaurantes e muita diversão”. O autor do texto descreve ser “uma missão difícil selecionar apenas cinco praias incríveis do Litoral Norte de São Paulo, mas vamos levar em consideração alguns aspectos importantes para os turistas de final de semana, que precisam de praticidade e boa infraestrutura para curtir o bate-volta à praia. As opções listadas são praias que oferecem facilidade de estacionamento, bons restaurantes, quiosques nas proximidades e boa estrutura de banheiros e duchas, tudo para facilitar a vida do turista e fazer com que ele desfrute ao máximo as melhores praias do Litoral Norte de SP para curtir no final de semana”. O texto ainda fala de aproveitar o horário de verão e a Rodovia dos Tamoios que esta em boas condições para o trafego de veículos devido a duplicação.
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Atletas da Maranduba no pódio mais uma vez Nos últimos dias 25 e 26/11 a equipe de atletas corredores do Studio IBS da Maranduba conquistaram consecutivamente pódios no Litoral Norte e Vale do Paraíba. No dia 25, na corrida de 9 km “Cross Country Gamaia” realizada em São José dos Campos a equipe contou com 16 inscritos e deste total 6 integrantes conquistaram o pódio. A corrida aconteceu no Urbanova com largada as 8 da manhã. As colocações ficaram assim distribuídas: 5° lugar quarteto masculino (Ivan, Marcelo de Jesus, Wagner Pontes e Wagner B. Silva), 5°Lugar - solo feminino em suas categorias (Luciana, Vitória e Adriana), 3°lugar - quarteto misto (Alcione, Eliane, Marcelo E. Santos e Sandro), 2° Lugar - dupla mista (Priscila e Wanderley). Já no dia 26 em Caraguatatuba, a competição aconteceu na Praia da Mococa e fez parte da 2ª Etapa do Circuito Marés onde o atleta do Sertão da Quina Sandro Giraud conquistou o 1º lugar na corrida de 4,5 kms no percurso de areia. Projeto Social IBS Embora seus profissionais treinem equipes de competição, o estúdio também se preocupa com a formação de caráter, qualidade física, saúde e bem estar. O projeto social de Jiu-Jitsu conta com aulas gratuitas para adultos e crianças que não possam pagar e tem como parceiro a DKR bros (Equipe MGT). As aulas acontecem as terças e quintas em dois horários - das 9 hs as 10 hs e das 16 hs as 17 horas para crianças. Os adultos contam com aulas as terças e quintas das 21 hs as 23 horas. Os interessados podem ir diretamente ao Studio IBS que fica na Avenida Marginal, 610 ao lado da Central Tintas. Basta levar cópia simples do RG e certidão de nascimento. No caso das crianças é necessário o acompanhamento de um responsável maior de idade.
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Atletas mirins da região se destacam no 20º Circuito Ubatuba de Águas Abertas No último dia 03, aconteceu a 4ª e última etapa do 20º Circuito Ubatuba de Águas Abertas na Praia do Perequê-açu e dentre os atletas dois se destacaram, foram eles a nadadora Clarrissa Nativa Tanuri de Oliveira, 13, e Matheus Faria Teixeira Leite, 9 anos, ambos da região sul de Ubatuba. Matheus se destacou com a 3ª colocação individual no circuito de 250 metros da categoria entre 09 e 10 anos. Nesta etapa, Clarrisse conquistou o 2º lugar do pódio no circuito de mil metros entre atletas e 13 e 14 anos. Ela também conquistou o 2º lugar geral em sua categoria nas 4 etapas. Familiares, amigos, colegas de aula e professores estavam orgulhosos destes atletas. A família não escondeu a alegria e o contentamento pela conquista destes competidores.
Mateus, último a direita, quase some atras da bandeira do municipio, sua persistencia valeu a pena
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Clarisse não disfarça a alegria do 2º lugar ao pódio e sorri pra camera. Familiares amigos e professores orgulhos.
O evento aconteceu na manhã do dia 3 e a largada foi as 10 da manhã. No total foram oito categorias que disputaram percursos de 250 metros, 500 metros, 1.000 metros e 3.000 metros com atletas de 7 a 70 anos. Organizadores informam que o Circuito Ubatuba de Águas Abertas reúne os melhores nadadores da região e tem como objetivo a divulgação da modalidade, incentivando o aprimoramento técnico dos atletas. A média de participação por etapa é de 550 atletas. A prova, uma realização da secretaria municipal de Esportes e Lazer, reúne os melhores nadadores da região e, também, vem se expandindo com a participação de nadadores da capital, Grande São Paulo, região de Campinas, Bragança Paulista e Rio de Janeiro. As provas aconteceram nas praias do Lazaro, Maranduba, Enseada e Perequê-açu.
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A Pé a Aparecida – mantendo a tradição, a saúde física, mental e principalmente a espiritual Colaboração: Aguinaldo José Entre os últimos dias 27/11 a 03/12 aconteceu mais uma romaria a pé para Aparecida do Norte saindo de Ubatuba. Centenas de fiéis se prepararam por meses para esta caminhada de fé. Esta edição contou com o slogan “do mar pelas montanhas, louvaremos a Rainha” e embora muitos já tivessem percorrido este caminho se sentiam como se fosse à primeira vez. As equipes se reuniram no centro para a missa do envio e as zero horas do dia 28 deram inicio a tão esperada caminhada, tendo seu primeiro pouso em Catuçaba, após calos nos pés, muito suor e determinação realizaram o 2º pouso em Lagoinha, na sexta feira – 30/11 – a enfim chegada a Aparecida para o último pouso. No primeiro dia de dezembro as 7 da manhã a concentração para a entrega de medalhas aos romeiros que possuem 3, 5, 8 e dez anos de romaria. Após a saída dos romeiros a Basílica e por fim e o mais esperado a Celebração de Ação de Graças com os romeiros. Este ano os romeiros puderam ver de perto as melhorias realizadas pelo Santuário em comemoração aos 300 anos de da Padroeira do Brasil, pelas redes sociais os romeiros denunciaram a quase perfeição dos organizadores e principalmente a emoção dos caminhantes. Foram vários os elogios e agradecimentos nas telas digitais, lembranças daqueles que partiram e não mais compõe fisicamente a caminhada
e as graças alcançadas, que não são associadas a bens materiais ou prosperidade econômica. Foi comum verificar que o objetivo maior a romaria era em realização ao amor de Deus e a Nossa Senhora e também ao amor por cada um dos irmãos romeiros e suas famílias que buscam cultivar sua fé, em busca de um alento, de um conselho espiritual.
Também o espírito aventureiro numa das formas mais antigas de deslocamento e até de turismo se fez presente, porém com ares de sobriedade, respeito e dedicação exclusiva. Só quem pode realizar esta tarefa é que sabe quão belo foi cumprir o objetivo em meio a belas paisagens e pessoas que receberam os romeiros pelo caminho.
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Festa do Fandango Caiçara acontecerá em Ubatuba
Evento reúne grupos culturais de diferentes cidades de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro e inclui debate, música, dança e ato pela salvaguarda da canoa caiçara
Entre os dias 8 e 10 de dezembro, Ubatuba sediará a Festa do Fandango Caiçara, que reunirá mais de 80 membros de grupos culturais caiçaras vindos das cidades de Cananéia e Iguape, em São Paulo, Guaraqueçaba e Paranaguá, no Paraná, e Paraty, no Rio de Janeiro, além de Ubatuba. O evento tem o apoio cultural da Prefeitura de Ubatuba, da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) e da Companhia Municipal de Turismo (Comtur). A realização é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura e do Grupo Fandango Caiçara de Ubatuba, por meio do projeto “Ô de Casa: Mobilização, Articulação e Salvaguarda do Fandango Caiçara”. Ela conta também com o apoio do Associação dos Amigos e Remadores da Canoa Caiçara (AARCCA), Fórum de Comunidades
Tradicionais (FCT), Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), Instituto Argonauta e Instituto Bacuri, entre outros (mandato do vereador Rochinha, VerdeBus e O Limoeiro). A programação da festa inclui exposições, dança, música, contação de causos, reuniões e debates que acontecerão no Sobradão do Porto de Ubatuba (praça Anchieta, 38 – Centro), além de um ato pela salvaguarda da canoa caiçara, a ser realizado na praia da Barra Seca. Confira a programação completa: 08/12 – Sexta-feira Sobradão do Porto 10h00 – Abertura das exposições 11h00 – Oficinas 15h00 – Roda de conversa 17h00 – Lançamento da Campanha do FCT+10 Fórum de Comunidades Tradicionais – Angra, Paraty e Ubatuba 19h30 – Abertura oficial com
a Folia do Divino de Ubatuba e Encontro de contadores de causos 20h00 – Apresentação dos grupos de dança 22h00 – Baile 09/12 – Sábado Praia da Barra Seca: 11h00 – Vivência da canoa caiçara – Ato pela salvaguarda da canoa caiçara Sobradão do Porto: 15h30 – Reunião do Comitê Provisório de Salvaguarda do Fandango Caiçara (Iphan) 17h00 – Instauração do Comitê Permanente de Salvaguarda do Fandango Caiçara 20h00 – Apresentação de grupos de dança 22h00 – Baile 10/12 – Domingo Sobradão do Porto 10h00 – Oficina de danças 12h00 – Almoço de encerramento com fandango Fonte: Secretaria de Comunicação Social / PMU
O retrocesso na reforma da previdência
No Brasil todos os dias há notícia de que milhões de reais foram desviados dos cofres públicos É desvio de dinheiro público da saúde, educação, saneamento básico e até da merenda das crianças. Recentemente o governo federal, com a suposta intenção de cortar gastos e evitar um maior déficit na previdência, quer ter a reforma na previdência. Por ser uma PEC ( Projeto de Emenda a Constituição), a reforma precisa de 308 votos dos 513 deputados, em dois turnos, depois analisado pelo senado. O governo quer que seja aprovada ainda este final
de ano ou começo de 2018. Caso entre em vigor terão que obedecer dois requisitos para a aposentadoria, quais sejam: idade mínima e período de contribuição. A idade mínima será de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres com 15 anos de contribuição para quem trabalha no setor privado e 25 anos para o setor público. No país da corrupção quem paga sempre é a população. No ano que vem tem eleição, verifique se o seu candidato te presenciou com a reforma da previdência. Consulte sempre um advogado(a).
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Meninos do AfroSurf da Caçandoca na Vanguarda
No último dia 24, a Vanguarda TV – afiliada da Rede Globo esteve na praia da Caçandoca para filmar o quadro Vanguarda Mix. Desta vez as filmagens mostraram a criançada do
quilombo na pratica do surf, ou ao menos na tentativa. O repórter se encantou com a garotada e mais um espaço de mídia regional de graça ao quilombo.
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Nova diretoria de associação Quilombola da Caçandoca realiza parcerias Tendo como lema o trabalho e busca da unificação dos quilombolas, a nova diretoria em menos de um mês de atividade esta mostrando a que veio. Foram vários os contatos e parcerias internas e externas que já mostram resultados do esforço conjunto. A preocupação vai desde as atividades corriqueiras até projetos que podem ser resgatados á bem da comunidade. Participaram de audiência pública de comunidades tradicionais, conversações com autoridades e empresas – como a Elektro, por exemplo. Caçandoca ocupa agora a vice-presidência do Conselho das comunidades quilombolas do município. Via deputado federal Vicentinho esta prevista para investimento no quilombo uma verba de R$ 150 mil reais a comunidade. Mutirão e qualificação de membros da comunidade também aconteceram, além de temas que geraram mídia gratuita através da TV e da internet. Mutirão de limpeza Também foram recuperados o brilho das placas e o orde-
namento do território através de roça e capina de alguns pontos, além de cercas para a temporada a fim de ordenar o avanço de veículos em locais sensíveis. Audiência Publica O presidente da associa-
ção do quilombo recém eleito assumiu a mesa da última audiência pública sobre as comunidades tradicionais do litoral norte e representações do Vale do Paraíba. Tratativas maduras, solicitações possíveis e dentro da legalidade.
Curso de Primeiros socorros comunitário com SAMU Considerado muito importante o curso de primeiros socorros é muito importante nesta região do município, principalmente em se tratando de uma praia que recebe um grande número de visitantes. Também importante no primeiro atendimento aos moradores, já que nem sempre a logística e o acesso ajuda ou facilita a remoção de pessoas até o médico.
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Nhandereko, o Turismo de Base Comunitária do Fórum de Comunidades Tradicionais
A Rede de Turismo de Base Comunitária avança e se consolida cada vez mais no território como uma ferramenta de luta dos povos e comunidades tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba Poder contar sua verdadeira história e realidade, criar redes, fortalecer, gerar renda, empoderar e promover cada vez mais um novo olhar para o turismo de uma das regiões mais bonitas do Brasil. Mostrar que além das paisagens exuberantes, há comunidades tradicionais, saberes ancestrais, povo lutando em busca de garantir seus direitos ao território, cultura, educação e, sobretudo, pelo direito de continuar seus modos de vidas em cada local. É nesse contexto que nasce, a Nhandereko, nome da rede de Turismo de Base Comunitária do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba. A Rede de comunidades envolvidas com o TBC é antiga, as primeiras iniciativas são de 2003. A partir de 2016 por meio da realização das “Partilhas em Turismo de Base Comunitária”, diversas ações foram colocadas em andamento nas comunidades articuladas pelo Fórum de Comunidades Tradicionais – FCT, que passaram a se encontrar e partilhar suas vivências dentro do turismo. Inicialmente com apoio da Fiocruz através do Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), 17 comunidades dos três municípios passaram a se articular com mais frequência. “O TBC é uma possibilidade de resistência no território, faz com que a comunidade possa se olhar”, pontua Maria Guadalupe da comunidade caiçara de Trindade (RJ). A iniciativa, reúne diversas comunidades,
empreendimentos coletivos, individuais e familiares e consolida de maneira intensa no território um turismo protagonizado pelos comunitários da região como uma ferramenta de luta em defesa de seus direitos. Em 2017, a ideia de criar uma central de comercialização de produtos e serviços em turismo de base comunitária da Rede, como estratégia para ampliar sua capacidade comercial e de comunicação, conquistou um prêmio do DESAFIO BIG. O apoio permitiu continuar o processo de discussão e aprofundamento dos conceitos, estabelecer acordos e princípios para o
funcionamento da Rede, bem como construir uma proposta coletiva de modelo de negócios para Central. Também faz parte dos objetivos do projeto: criar um site contendo portfólio online, dos produtos e serviços oferecidos por três comunidades (Trindade, São Gonçalo e Campinho) e realizar roteiros teste em parceria com agências de turismo. A partir dos resultados do processo, foi possível também, mobilizar o apoio da Prefeitura Municipal de Paraty e da APA Cairuçu para as oficinas de formação. Três oficinas foram propostas pelo projeto - em cada uma das comunidades citadas
acima - e dentre essas atividades, as de Trindade e São Gonçalo já foram realizadas. Confira na sequência, regis-
tros desses momentos de intercâmbio, fortalecimento e de construir os princípios que irão nortear a rede Nhandereko.
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Luta e formação na construção coletiva dos princípios e conceitos do TBC “O TBC pra gente hoje é auto-reconhecimento da cultura, das nossas tradições, coisas que estavam perdidas ao longo do tempo e o turismo de base comunitária vem resgatar isso dentro da comunidade”, destaca Vaguinho liderança da comunidade caiçara de São Gonçalo em Paraty (RJ). As oficinas para criação e consolidação da Rede Nhandereko tem como proposta criar empatia entre as lideranças e propiciar espaços para a partilha de conhecimentos, nos quais os princípios e conceitos são alinhados. Segundo ele, o TBC promove sobretudo o fortalecimento da luta dentro do território e a geração de renda. “Mas mais do que tudo representa a preservação da nossa tradicionalidade que ao longo dos anos vem sendo consumida pelo
turismo de massa no município de Paraty e nas comunidades tradicionais”, completa. As oficinas promovem o encontro de cerca de 25 comunitários de 12 comunidades envolvidas no processo e permite a construção coletiva de diretrizes, sonhos e planejamentos para a rede de TBC. Na Oficina em São Gonçalo além de vivenciar e levantar elementos para a roteirização do produto turístico, o grupo discutiu o modelo de negócios mais adequado à central de comercialização, considerando aspectos de governança local, como a democracia interna, a comunicação e a participação. As atividades do projeto buscam, sobretudo, fortalecer o protagonismo das associações locais como, por exemplo, da Associação de Moradores de São Gonçalo.
Turismo de Base Comunitária é nosso jeito de ser
“A identidade é o sentido de se reconhecer, é a nossa identificação como indígena. Esse é o modo de fazer as coisas, esse é o modo de ser indígena. Nas comunidades tradicionais todos tem sua cultura e seu modo de ser, é a identi-
dade cultural de todos”, pontua Júlio da aldeia Sapukai de Angra dos Reis. Nhandereko é uma palavra Guarani e seu significado explica com precisão o que queremos compartilhar com os visitantes: “ o nosso modo de ser”.
O roteiro e os saberes de Trindade
Na comunidade caiçara de Trindade durante os dias 3 e 4 de outubro aconteceu a primeira oficina com objetivo de impulsionar a criação de princípios, conceitos e diretrizes da rede. Os comunitários do FCT experimentaram durante os dois dias de evento o roteiro de turismo de base comunitária disponibilizado pelos trindadeiros que receberam caiçaras, indígenas e quilombolas de diversas comunidades dos três municípios. A oficina teve início na Sede da Associação dos Moradores de Trindade (AMOT) e logo em seguida, os participantes seguiram até o Rancho da Associação de Barqueiros de Trindade (ABAT), na Praia do Meio. De lá tomaram o barco para visitar e conhecer o cerco flutuante, podendo aprender mais sobre a lida dos pescadores locais que mantêm a tradição da pesca artesanal. A visita foi finalizada com um passeio pela piscina natural da Praia do Caixadaço seguida
de um almoço com a culinária tradicional local. Na parte da tarde, o roteiro foi concluído com uma roda de conversa com os trindadeiros Dário, Robson e senhor Vitor, considerado o último mestre canoeiro da comunidade. O mestre e os mais jovens iniciaram uma roda de conversa, trazendo contos e causos da comunidade. Relatos do período em que o local era habitado pelos povos indígenas, a história do nome desse lugar, a luta dos trindadeiros para manter seu território e muitos outros mo-
mentos históricos e marcantes de Trindade foram compartilhados com os presentes. Eu notei a semelhança com o nosso Quilombo, pois foram algumas famílias que não abandonaram o local, a força da resistência”, comenta Marilda, liderança do Quilombo Santa Rita do Bracuí, de Angra dos Reis sobre a permanência e luta dos trindadeiros na comunidade. “A organização comunitária, a união, a visita ao cerco, o feitio do remo, a vivência toda”. Fonte: #RedeNhanderekoTBC
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Caridade e Obrigação
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Éric F. Scarabelin Não sou santo, cometi alguns erros ao longo da minha jornada até a data atual. Caí e me levantei inúmeras vezes, aprendi com os erros e continuo aprendendo, somos seres imperfeitos em busca da evolução espiritual. Nunca tive o dinheiro por objetivo, mas sim como consequência do trabalho e das boas ações num mundo onde infelizmente fazem do dinheiro um deus, como urubus na carniça sempre surgem um bando de aproveitadores que fazem o que for necessário para pegar uma fatia do bolo. Estas atitudes me entristecem profundamente e aí entraremos no tema Caridade ou Obrigação. Vindo de onde menos se espera. Caridade é quando você doa algo de coração com o intuito de amenizar o sofrimento/dificuldade do teu semelhante, como quando você doa uma esmola na porta da igreja ou àquele rapaz com dificuldades sinceras e reais, além do uso das drogas. Caridade é trabalhar em benefício do teu próximo, sem esperar um retorno, algo em troca é simplesmente agir por prazer, sendo tocado fundo no teu coração e relembrando uma frase de um grande
amigo “Que a mão esquerda não saiba o que a direita faz”. Quem faz caridade não espera reconhecimento público por isso, a faz por prazer e satisfação pessoal. Obrigação é quando você se sente em dívida com alguém e tem o dever de agir no que seja possível para auxiliar a pessoa, mas a obrigação é portadora de ingratidão e um desejo insaciável de querer sempre mais e mais. Como um furo no casco de um barco que o vai levando até repousar completamente no fundo do mar. Leva a pessoa à ruína enquanto os urubus satisfazem-se com a carniça, os escombros do que restou, pela maldade da humanidade em desejar sempre estar acima do teu igual, ser o superior numa sociedade onde a maioria é quem padece pelas mãos da suja corrupção. Não só dos políticos, mas da mania que temos de sempre querer levar vantagem de alguma forma. Não nos esqueçamos, se estamos levando vantagem estamos prejudicando a outra parte e que a maior justiça que há é a de Deus, esta é implacável e certa. Um grande abraço fraterno. * * *
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Banda de Ubatuba promete “kauzar” neste verão
A banda Kauze, que recentemente comemorou 1 ano de formação, vem se destacando e chamando atenção por onde passa, tanto em shows na cidade de Ubatuba, quanto fora do município. Seus integrantes, Paulo Paiva no vocal, Marcio Big no baixo, Luiz Paulo na guitarra, Gabriel Martins na bateria e Chris Vasconcellos também na guitarra, fazem um som divertido e en-
volvente. Com um repertório que mistura vários sucessos do reggae e rock, nacionais e internacionais, a banda por onde passa, levanta o público de maneira muito natural. Além do repertório cover, os garotos vêm trabalhando com muito empenho em suas músicas autorais, que já estão caindo no gosto do público que acompanha o trabalho. O primeiro single, “Tô de
boa”, está em processo de gravação na capital, e deve estar pronto para a temporada de verão de 2018, juntamente com o primeiro clipe da banda. Além dessa, outras músicas vêm sendo produzidas pela equipe, que corre atrás do sonho de vê-las sendo cantadas pelo maior número de pessoas possível. Acompanhe o trabalho da Kauze através do facebook. com/kauzeoficial
O código de ética que rege a união e irmandade entre Motoclubes Os Motoclubes são formados por cidadãos de bem,profissionais , pais de família , e rodam de motocicletas para se divertir e aliviar o stress , principalmente nos fins de semana ; ao viajar se confraternizam em encontros , eventos e festas , onde a união dessas equipes , recebe se a vizita de dezenas , centenas de motoclubes muitos vem de longe muitos de outros estados e até mesmo de outros países . De acordo com a ética existente entre essas escuderias , o motoclube que organizou o evento (festa) esta comprometido a retribuir a visita no evento do outro e a partir daí ocorre a união , que resulta no sucesso desses eventos , nessas visitas retribuindo com alimentos , para a filantropia , consome também comidas , bebidas e acessórios , permitindo assim
que o evento tenha receita financeira , pois vale lembrar que no evento é contratado bandas , além do churrasco e guarnições e café da manhã , que são servidos para os motociclistas também o custo do local e equipamentos de som e seguranças extras , como na maioria das vezes não tem
apoio do poder publico . Para encerrar, que essa movimentação de evento e evento oferece a realização da filantropia cada um fazendo sua parte que somando grandes quantidades de gêneros para a ajuda do próximo . José Roberto Segantini “Pipou” Falcões MC Raça Liberta
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Trechos de relevante interesse cultural e ambiental são verificados por morador para verificação do volume das águas Na segunda quinzena de novembro até a 1ª semana de dezembro, o morador Afonso Rosário, 70, refez alguns caminhos do processo civilizatório da região em busca de anormalidades no volume de água de alguns rios e cachoeiras conhecidas. Foram varias horas de caminhada e registros importantes para estudos futuros. Mesmo se dizendo “com pouca leitura”, o morador tradicional se preocupa com a proteção das águas e a manutenção das belezas naturais locais para que não se descaracterizem com foi a última obra de grande porte em uma das cachoeiras da região. Segundo o morador “o volume das águas aumentou um pouco em relação a setembro deste mesmo ano”, comenta Afonso. Conhecedor das redondezas, principalmente onde viveu e trabalhou desde criança, ele relata estar satisfeito com o que viu, mas conta que vive preocupado de as novas gerações não usufruírem destes locais no futuro, principalmente com água o suficiente para servir a todos. Além de lindas quedas d’água e paisagem espetaculares, o morador também flagrou frutíferas antigas de antes da criação da Unidade de Conservação sobre as terras dos tradicionais, numa delas uma jabuticabeira produzindo que serve de alimentos proncipalemnte as aves. Afonso se prepara para ir a outros lugares fazer o registro de que tanto gosta. A mochila já esta no jeito!
Poços e quedas abastecidas. Muita vida ainda é emananda em nossas florestas
Cachoeira do Chafariz, perto e preocupante das pessoas deixarem suas marcas e prncipalmente lixo
Véu de noiva, muitos moraadores já viram esta agua minguar. Por enquanto esta tudo em ordem. Por enquanto!
Morador não falou onde encontrou a frutifera. É alimento para os animais, mas ainda tem bastante deixado pelos nossos antepassados
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Considerado um exímio mergulhador, esta ave não se contenta apenas com os peixes da superfície. Mergulha mar abaixo e em meio a ziguezagues e viravoltas, consegue capturar sua presa. Em seu cardápio também estão girinos, sapos, rãs e insetos aquáticos. Torpedo de penas O Biguá (Nannopterum brasilianus). Quase como um torpedo, é considerado um predador de alta eficácia. Embaixo d’água ele pode alcançar uma velocidade de 3,8 m/s. Ele não possui a glândula que impermeabiliza suas penas, isto é, suas penas molhadas tornam-se mais pesadas, mas nem por isso deixa de mergulhar com extrema eficiência. Sabendo disso estas aves se adaptaram para mergulhar mais rápido que os demais pássaros, é que por ajudá-lo a livrar-se do ar durante o mergulho e liberar a água ao vir à tona, faz que o pássaro não gaste energia desnecessariamente batendo as patas. Penas molhadas e o melhor jeito de mante-las secas e se esticando ao sol, é comum vê-las pousadas de asas abertas para se secarem ao veto em vários lugares. Quase sempre são vistos em grandes bandos voando próximo d’água, em formação em “V”. Quando voa se assemelha a patos, sendo às vezes considerado como tal, equivocadamente. Também é conhecido pelos nomes de biguá-una, imbiuá, mergulhão, cormorão, miuá e pata-d’água. Por ser inteiramente negro, recebe o nome comum, também, de corvo-marinho. Trabalho de grupo Outra característica importante é o trabalho em grupo, assim eles conseguem encurralar cardumes e se fartarem
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Aves da nossa Mata Atlântica – Biguá Foto: “Pituí” /PROMATA
na captura. Estas aves são adeptas das pescarias coletivas e estratégicas bloqueando canais e enseadas fluviais para alcançarem seu objetivo. Lembrar que ainda são comuns na Ásia, principalmente na China e no Japão, os Biguás pescarem em parceria com os pescadores artesanais, no sistema chamado ukai, ao qual cada pescador o conduz através de uma corda dentro d’água e este mergulha para
pescar trazendo o peixe ao barco. Ao final da pescaria os peixes são divididos entre o pescador e as aves. Seu suco gástrico desagrega as espinhas de pequenos peixes, por isso dificilmente precisará de algum antiácido. Fezes na manutenção do meio ambiente? Esta ave, que pode chegar a 75 centímetros, pesar até 1,5 kg e envergadura até 102 centímetros quando faz cocô
de certa forma esta ajudando na manutenção da população de peixes. È que quando esta ave mergulha, ele defeca, e de suas fezes sai uma enzima que realiza este controle. Porém fora da água, quando ele defeca, quem sai perdendo são as pedras e as folhas das árvores porque suas fezes são ácidas, dizem que afeta até o solo. Ninguém me quer O Biguá é normalmente confundido com patos devida a
aparência de suas patas com membranas e desprezados por serem tão comuns, daí a serem conhecidos também como pardais do rio. Sua plumagem escura também não chama atenção como as penas coloridas de outros pássaros, esta ave também não possuem muita carne. Matas alagadas e matas ciliares são os habitats preferidos para nidificar sobre as árvores. A incubação de seus pequenos ovos, cobertos por uma crosta calcária branco-azulada, dura em torno de 24 dias. Sou assim, e daí? Sua plumagem é totalmente preta com saco gular (bolsa de pele inflável presente na região cervical) amarelo. Possui pescoço longo, cabeça pequena, bico cinzento amarelado longo e fino, sendo que a ponta da maxila termina em forma de gancho. É possível observar uma discreta sobrancelha esbranquiçada. Íris azuis, pernas e pés palmados pretos. Na época da reprodução apresenta penas brancas beirando a garganta nua e com tufos brancos atrás das regiões auriculares. No período nupcial, as cores ficam mais vivas na plumagem de ambos os sexos. É monogâmico. Na época do acasalamento, o ritual de corte envolve uma ampla gama de movimentos e sons, com as aves agitando as asas e movimentando o pescoço de maneira peculiar. Os membros do casal roncam como um porco, empoleirados lado a lado, e executam curiosos meneios laterais com a cabeça, por repetidas vezes, copulando a seguir. Fonte: Promata, infoescola. com, Ubatubabirds, WikiAves, passarinhando.com.br, avescatarinenses.com.br, coave.org.br,
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Dezembro 2017
Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha “Parte 39”
Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história
Ezequiel dos Santos “Diário da Noite”, com os repórteres Evaldo Dantas Ferreira e Alcides Leonel, enviados especiais a época noticiavam na 2ª edição do jornal de 22/06/1952. Elpidio Reali, secretario de Segurança Publica da época concede uma entrevista coletiva à imprensa, a respeito dos acontecimentos ocorridos na Ilha Anchieta. Inicialmente disse da impressão que havia colhido da visita que realizo pela manhã do dia 22, entre algumas localidades de Ubatuba, Parati e Ilha Anchieta: “A ordem no presídio encontra-se completamente restabelecida e funcionando quase normalmente aquele estabelecimento penal. No presídio encontravam-se recolhidos, antes da sublevação, 452 presos. Presentemente, acham-se ali 315 sentenciados, sendo dois hospitalizados. Nos trabalhos de limpeza feitos pela polícia, entre Caraguatatuba e Ubatuba, foram capturados 30 evadidos, sendo que um foi morto e outro ferido. Em Parati encontram-se recolhidos na cadeia publica sete foragidos sendo que um foi morto. Do que se conclui que faltam apenas 94 dos foragidos”. O secretario prossegue com a entrevista: “Apurei que depois da sublevação ocorrida na sexta-feira última, em que eram praticados inomináveis atentados, tão revoltantes que provocaram indignação dos próprios companheiros de prisão, grande parte dos foragidos desembarcou na praia das Toninhas, e outra parte, servindo-se da lancha “Carneiro da Fonte”, foi bater na praia de Ubatumirim,
mais tarde recapturados pela Policia Marítima. Assim, fiquei sabendo que, dos 94 sentenciados que ainda faltam, 57 encontram-se sitiados pela policia entre Ubatumirim e Parati. Falta, portanto, a polícia descobrir o paradeiro de 37, que devem estar nas matas existentes entre Ubatuba e Caraguatatuba, e que espaçadamente estão se entregando, levados pela fome e frio. Convém frisar que desse número muitos foragidos, possivelmente, tenham perecidos afogados na tentativa de atingir o continente”. Já sobre a Ilha o secretario segue declarando que “verifiquei que foram incendiados parte do prédio da administração, a seção do expediente, o almoxarifado, a contabilidade, sendo que o cofre forte foi arrombado, com arma automática. Os pavilhões do presídio encontram-se intactos, com excessão de um, que foi destruído. No levante foram assassinados 7 soldados, 1 sargento, 2 funcionários e 2 presidiários, perfazendo um total de 12 pessoas. As mulheres e as crianças nada sofreram, tendo verificado que todas elas se encontram perfeitamente sãs e já tranquilizadas. Os feridos em estado grave foram todos removidos em ambulâncias para a capital e ali hospitalizados. Os presos recapturados e que encontravam na cadeia publica de Ubatuba foram transferidos para São Paulo afim de serem recolhidos à Penitenciária”. Antes de terminar sua entrevista, o secretario ainda declarou que “Quanto à turma de presidiários chefiados por Pereira Lima e que desembarcou
na praia de Ubatumirim, utilizando-se da lancha “Carneiro da Fonte”, verifiquei, sobrevoando a linha dos telégrafos que liga Picinguaba a Parati, que os mesmos se encontram nas vizinhanças de Parati, completamente sitiados pela policia”. Neste dia também os repórteres apuram que o presidiário José da Silva, que usava também o nome de Augusto Cordeiro Rosa, foi denunciado como um dos que se “destacaram” na matança dos funcionários do presídio. Recapturado na zona de Parati e levado para a Ilha Anchieta, relatam que, com medo do inquérito ao qual seria incluído como homicida, além do crime de insurreição, José da Silva resolveu tirar sua própria vida, enforcando-se hoje, ao fim da tarde, nas instalações sanitárias do pavilhão onde fora recolhido.
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Dezembro 2017
Jornal MARANDUBA News
Coluna da Adelina Fernandes
A história da Mamãe Noel
Sabe por que Papai Noel não existe? Porque é homem. Dá para acreditar que um homem vai se preocupar em escolher o presente de cada pessoa da família, ele que nem compra as próprias meias? Que vai carregar nas costas um saco pesadíssimo, ele que reclama até para colocar o lixo no corredor? Que toparia usar vermelho dos pés à cabeça, ele que só abandonou o marrom depois que conheceu o azul-marinho? Que andaria num trenó puxado por renas, sem ar-condicionado, direção hidráulica e air-bag? Que pagaria o mico de descer por uma chaminé para receber em troca o sorriso das criancinhas? Ele não faria isso nem pelo sorriso da Luana Piovani! Mamãe Noel, sim, existe. Quem é a melhor amiga do Molocoton, quem sabe a diferença entre a Mulan e a Esmeralda, quem conhece o nome de todas as Chiquititas, quem merecia ser sócia-majoritária da Superfestas? Não é o bom velhinho. Quem coloca guirlandas nas portas, velas perfumadas nos castiçais, arranjos e flores vermelhas pela casa? Quem monta a árvore de Natal, harmonizando bolas, anjos, fitas e luzinhas, e deixando tudo combinando com o sofá e os tapetes? E quem desmonta essa para-
fernália toda no dia 6 de janeiro? Papai Noel ainda está de ressaca no Dia de Reis. Quem enche a geladeira de cerveja, coca-cola e champanhe? Quem providencia o peru, o arroz à grega, o sarrabulho, as castanhas, o musse de atum, as lentilhas, os guardanapinhos decorados, os cálices lavadinhos, a toalha bem passada e ainda lembra de deixar algum disco meloso à mão? Quem lembra de dar uma lembrancinha para o zelador, o porteiro, o carteiro, o entregador de jornal, o cabeleireiro, a diarista? Quem compra o presente do amigo-secreto do escritório do Papai Noel? Deveria ser o próprio, tão
magnânimo, mas ele não tem tempo para essas coisas. Anda muito requisitado como garoto-propaganda. Enquanto Papai Noel distribui beijos e pirulitos, bem acomodado em seu trono no shopping, quem entra em todas as lojas, pesquisa todos os preços, carrega sacolas, confere listas, lembra da sogra, do sogro, dos cunhados, dos irmãos, entra no cheque especial, deixa o carro no sol e chega em casa sofrendo porque comprou os mesmos presentes do ano passado? Por trás do protagonista desse megaevento chamado Natal existe alguém em quem todos deveriam acreditar mais. * * * Texto de Martha Medeiros
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