Maranduba, Fevereiro 2018
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 9 - Edição 105 Foto: Ezequiel dos Santos
170ª Festa da cultura caiçara no Bonete
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Sertão da Quina recebe aplicação do BTI
Prefeitura culpa o Estado que havia suspenso o fornecimento do larvicida A prefeitura, através do setor de comunicação social, informou que no último dia 25 o bairro do Sertão da Quina e Taquaral recebeu a aplicação do larvicida Bacillum thuringiensis israelense – BTI, substância utilizada para combater a proliferação de mosquitos. Trabalho foi desenvolvido por doze funcionários da Vigilância em saúde da prefeitura. Em nota, “na primeira semana de fevereiro a secretaria de Saúde divulgará o novo de calendário de aplicação do BTI em outros bairros de Ubatuba. A cidade não recebe o BTI desde julho, quando o Estado suspendeu o fornecimento do larvicida”, explica a prefeitura.
Catifó no Bonete compra BTI Na Praia Grande do Bonete, a associação de moradores Catifó realizou uma campanha e arrecadou dinheiro para a compra do larvicida. Segundo membros da associação foram
gastos até agora R$ 1.200,00 em BTI e aguarda um técnico para sua aplicação. Até que se normalize a situação o jeito é gastar com repelentes industrializados ou os preparados em casa ou se coçar até deixar marcas na pele.
No último dia 21, o Sitio Recanto da Paz - Araribá recebeu um grupo de moradores da capital para visitação. O foco no lugar foi sobre o processo de produção do gengibre. O grupo também aproveitou a visita para conhecer de perto a Mata Atlântica com suas riquezas ambientais e históricas. Após a caminhada debaixo do mato um almoço com o que há de melhor e possível na culinária local e regional, depois a visita a linha de plantação do gengibre.
Após a visita de campo a visita a fábrica da produção dos agregados do produto. Para os visitantes tratou-se de
uma visita rica e interessante, principalmente sobre algo relacionado a realidade local e regional.
Turistas aproveitam o dia no Sítio Recanto da Paz no Araribá
Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
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Blocos locais já a todo vapor para animar famílias e turistas na região A região sul terá, nos próximos dias 11 e 12 de fevereiro, dois blocos de carnaval que farão a diferença neste feriado nacional. São blocos de amigos e moradores locais que dão as boas vindas ao grande público com festa. A equipe tem se reunido com o objetivo de divulgar a cultura nacional e a animação das marchinhas carnavalescas das décadas de ouro do carnaval. É uma festa para todos os gostos e pessoas. As edições anteriores impressionaram pelo numero de foliões que seguiram os blocos, as imagens “bombaram” nas redes sociais e a espera pra esta grande festa está chegando ao fim. Os blocos agradecem aos colaboradores, apoiadores e voluntários que se dispõem a abrilhantar esta grande festa popular. Fica só um recado: “se beber não dirija” BLOCO KAI&ÇARA Com o advento da Copa do
belezas naturais do bairro do Sertão da Quina. Formado por uma grande família, amigos e colaboradores o grupo também atraiu milhares de foliões na última versão.
mundo em 2018, o grupo Kai&Çara resolveu inserir em seus abadás as cores da bandeira do Brasil mesclando com as cores da bandeira de Ubatuba.
Junto ao logo do bloco figuram a mascote da próxima copa e a imagem da estatua do pescador que se encontra na entrada da cidade. O simpatizante, colaborar, fã, folião, incentivador e amigo do bloco Gaúcho do quiosque também
foi homenageado com um desenho nas costas do abadá. A partir das 21 horas do próximo dia 11 de fevereiro (domingo), o bloco vai sair do bairro do Sertão da Quina em frente a barbearia Shop Blood of Brothers, próximo ao campo de futebol do bairro. O bloco seguirá em direção a Praia da Maranduba e se instalará, até o horário permitido, próximo ao quiosque do gaúcho. Haverá carro de som, marchinhas e músicas voltadas ao carnaval de rua, além de muita alegria, descontração
e respeito. O bloco realiza a venda do abadá pra custear as despesas como carro de som, jogo de luz, equipamentos de som e equipe que estará trabalhando pra continuação da festa na praia. Informações: 9 9653-0201- Henrique ou 997268429- Valéria. CARNASERTÃO Este bloco tem sua saída prevista para o dia 12 de fevereiro (segunda-feira) em frente ao antigo Mercado Supimpa e tem como objetivo destacar as personalidades, histórias e
O itinerário é sua saída do Sertão da Quina até a praia da Maranduba a partir das 21 horas. A alegria é peça fundamental do grupo, porém o respeito é fundamental para que uma grande festa atraia centenas, senão milhares de pessoas a cada quilometro rodado. O grupo admite que só podem participar pessoas de zero a 120 anos de idade. Todos são bem - vindos. A festa continua...
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Prefeitura se compromete a não aplicar nova lei de aluguel por temporada aos proprietários que alugam sua própria casa ou uma segunda propriedade Paulo Eduardo Rocha Um grupo de proprietários de imóveis alugados por temporada (a maioria da região sul) procurou a Prefeitura Municipal de Ubatuba, preocupados com a publicação da lei que exige a constituição de pessoas jurídicas para a manutenção desta atividade, além de diversas outras exigências. Foram recebidos no dia 17 de janeiro em reunião com o Secretário Municipal de Turismo, o Chefe de Gabinete do Prefeito Sato e representante da área jurídica da prefeitura. Na reunião foi afirmado pelos representantes da municipalidade que a lei não visava o pequeno proprietário, que aluga sua própria casa (de moradia ou veraneio) ou uma segunda propriedade, como forma de reforço da renda familiar. O objetivo da Prefeitura é criar um marco legal que permita, com segurança jurídica, coibir a prática comercial de aluguel de imóveis, chalés e quartos de edifícios ditos residenciais sob o disfarce do aluguel residencial por temporada. Isto, porque esta atividade comercial disfarçada e sem regulamentação traz sérios prejuízos à população e ao meio ambiente de Ubatuba, e ocorre sem o recolhimento das taxas e impostos devidos que permita à administração municipal enfrentar os graves problemas ambientais causados pela atividade ilegal. Mas após um minucioso exame da lei pelos presentes ficou claro que o texto da lei, na forma como aprovado, não garantia não aplicação da lei para quem aluga sua própria casa ou uma segunda pro-
priedade como forma de reforço da renda familiar. Pelo contrário, a imprecisão do texto não distinguia as duas situações, causando imensa insegurança jurídica a esses proprietários, mesmo com a promessa da Prefeitura de que eles não seriam taxados. Diante da persistência dos cidadãos presentes, a administração concordou em alterar a Lei Municipal nº 4.050/2017. Nova reunião foi realizada em 19 de janeiro para a apresentação de uma proposta neste sentido pelos proprietários, desta vez com o Secretário de Governo do município, que acatou integralmente as ideias apresentadas. Após a reunião houve ainda um encontro com o Prefeito Sato, onde ele apresentou sua preocupação com o déficit do orçamento municipal e a atual escassez de recursos para promover ações de melhoria das condições de vida da população local e da mitigação do impacto ambiental causado pelo grande número de turistas que vem à Ubatuba para desfrutar de suas belezas naturais (praias, rios, cachoeiras, trilhas, etc.). Também falou que a lei em discussão, assim como a criação da taxa ambiental, está inserida num conjunto de iniciativas que visam a obtenção de recursos para a melhoria das condições de vida dos cidadãos de Ubatuba e a proteção do meio ambiente deste pequeno pedaço do paraíso. Agora é preciso acompanhar as alterações da lei, assim como a publicação do decreto municipal de regulamentação, para o qual a prefeitura confirmou a convocação de audiên-
cias públicas. É de suma importância que o compromisso assumido seja explicitado nas normas legais, e que os
cidadãos de bem continuem vigilantes e mobilizados. Paulo Eduardo N. de M. Rocha - Professor de Gestão
Pública do Instituto Federal de Brasília – IFB. Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília.
Propostas de alteração da Lei Municipal da instância Balneário de Ubatuba nº 4.050, de 20 de dezembro de 2017 Propõe-se a adição dos seguintes artigos: Art. 1º - A. Estão excluídos desta lei os imóveis residenciais para locação por temporada: a) unifamiliares, cujo proprietário ou proprietários possuam até dois imóveis devidamente inscritos no cadastro de imóveis da Prefeitura Municipal de Ubatuba; b) plurifamiliares, com até duas unidades construídas, cujo proprietário ou proprietários possuam um único imóvel devidamente inscrito no cadastro de imóveis da Prefeitura Municipal de Ubatuba. Art. 10 – A. Os recursos arrecadados pelas taxas previstas no Art. 7º deverão aplicados em ações de sustentabilidade ambiental da orla de Ubatuba.
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50 anos de espera e o fim do túnel ainda sem luz
Comunidades de tradicionais da região sul se reúnem e se manifestam indignados com a falta de energia elétrica nas comunidades No último dia 16, na Praia do Perez, região sul de Ubatuba, um grupo de moradores do quilombo da Caçandoca e da praia local se reuniu para discutir o andamento – ou a falta dele – da implantação de rede de energia elétrica em suas comunidades. Dentre os presentes familiares de moradores já falecidos que aguardaram uma vida inteira na esperança de possuir energia elétrica em suas casas antes de morrer. Estiveram também a advogada da Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares – RENAP, drª Sabrina Diniz e Lia Helena Demange, advogada do Observatório de Conflitos Rurais que colaboram na articulação jurídica do pedido. Em manifesto nas redes sociais a comunidade da Praia do Perez não esconde sua indignação quanto ao tema. Ao menos, diz o manifesto, a comunidade espera há meio
século a ligação de energia aos moradores e que o processo sempre esbarra no dito “impacto ambiental”. Moradores informam que, nestas décadas de espera, enquanto as comunidades tradicionais aguardavam autorização para a instalação da dignidade da pessoa humana em forma de energia elétrica, outros lugares como condomínios, por exemplo, em mesma ou piores situações ambientais, receberam energia, canalizaram rios, abriram acesso morro acima, impermeabilizaram áreas de APP, construíram sobre costão rochoso, tiveram cimentado o fundo de córregos, desviaram curso d’água, entre outros impactos ambientais. “A nossa indignação é olhar ao redor e ver a desigualdade e o abuso de poder. Praias vizinhas e de difícil acesso já estão com a energia elétrica em suas casas, mas claro que
nelas, há políticos, e pessoas com muita influência e alto poder aquisitivo. As comunidades caiçaras e também, citando aqui o Quilombo da Caçandoca e muitas outras,
No último dia 25, a associação de quilombolas da Praia da Caçandoca iniciou a cobrança de zona azul dos que pretendem utilizar o espaço da praia e entorno do quilombo local. A cobrança substitui a idéia inicial que seria a cobrança pela COMTUR como já é realizado em outras praias do município. A associação informa que só os moradores do quilombo não pagarão o estacionamento. Um acordo entre órgãos que assistem o território e o povo quilombola autorizou a cobrança a ser gerida e realizada pela Associação dos Remanescentes da Comunidade do Quilombo de Caçandoca - ARCQC. A arrecadação tem como destino o
uso exclusivo dentro do território quilombola como melhorias em infraestrutura a moradores e turistas, manutenção dos prédios dentro do espaço, projetos de geração de emprego e renda, se necessário a aquisição de material para o reparo e melhoria do acesso a praia do quilombo, por exemplo. Funciona assim, pela manhã existe a abertura de um livro caixa com a assinatura das pessoas que trabalham no estacionamento e membros da associação, o fechamento, após a conferencia dos tickets e da arrecadação, é realizado o fechamento do dia com a assinatura dos presentes. Serão dois grupos, um na cancela para realização da
orientação e cobrança e outra para organizar e vigiar os veículos no espaço. Os primeiros turistas do dia informaram não reclamar da cobrança desde que seja revertida em melhorias e a bem da comunidade, outros questionaram se era a prefeitura que fazia a cobrança ou era alguma empresa terceirizada. De posse das informações sobre os objetivos da arrecadação os visitantes efetuaram o pagamento sem reclamação. Em paralelo, outros moradores realizavam a colocação de material de reparo para cobrir os buracos no leito carroçável do acesso. Durante o dia não houve incidentes ou questionamentos sobre a cobrança.
que ainda se encontram sem energia não querem destruir a Natureza e sim poder ter o mínimo de dignidade que é um direito básico do ser humano. Caiçara quer gelar seu
pescado, quer poder lavar a sua roupa como muitos, querem ter acesso a informação e muito mais que a energia pode proporcionar”, desabafa a comunidade no manifesto.
Acordo entre MPF, INCRA, Prefeitura e Associação Quilombola acerta cobrança de estacionamento na Praia da Caçandoca
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Moradores e turistas recebem vacinação fracionada contra febre amarela
No último dia 25, segundo a prefeitura municipal, pelo menos 25 postos de saúde em Ubatuba participaram da campanha de vacinação fracionada contra a febre amarela. Alguns postos poderão estendera ou alterar o horário de funcionamento durante o período da Campanha de Vacinação visando um melhor atendimento à população. Toda alteração realizada será amplamente divulgada, informa a prefeitura. Neste primeiro dia a procura foi grande e começou cedo. Na Maranduba foi possível observar vários veículos com placas de outras cidades e até estado, dentre eles muitos possuem segunda residência no município. Restrições A vacina fracionada é oferecida em municípios onde não há detecção de circulação do vírus, como é o caso de Ubatuba. Ela garante a imunização por, pelo menos, 8 anos. Já a dose integral é recomendada para quem vive ou viaja com frequência a regiões onde a doença é endêmica. “Nem todo mundo pode tomar a vacina. Há algumas restrições como alérgicos a ovos,
Aumento de lixo jogado pela janela dos veículos e deixado nas praias e na trilhas assusta moradores
Lata de cerveja vazia colocada propositalmente atras de uma arvore na trilha do Bonete. Esta imagem se repete em todas as trilhas, a diferença é o aumento do numero de lixo colocado.
gestantes, crianças menores de 9 meses, portadores de HIV e doenças imunossupressoras, entre outros. É importante que o munícipe compareça à unidade de saúde para saber se pode ou não tomar a vacina e qual delas – se fracionada ou integral”, explica Patrícia Machado Sanches, da Vigilância em Saúde. Foi orientado as pessoas que além da vacinação, eliminar criadouros de mosquitos e utilizar repelentes são medidas adicionais de prevenção à febre amarela. Outra orientação é a de entrar em contato com a Vigilância em Saúde caso
um macaco morto ou doente seja encontrado. Não se deve nem retirar o animal do local, nem enterrá-lo. O número da Vigilância é: (12) 3832-6810. Onde tomar a vacina na Região Sul De segunda a sexta-feira Araribá
08h00 às 13h30
Lagoinha
09h00 às 14h00
Maranduba
09h00 às 14h00
Praia Dura
09h00 às 15h00
Corcovado
09h00 às 15h00
Fortaleza
09h00 às 15h00
Rio Escuro
08h00 às 15h30
Sertão da Quina
08h00 às 15h00
Saco da ribeira
09h00 às 15h00
Panela de barro e fogão a lenha de verdade
Na alimentação o que destaca o sabor de uma boa comida é o carinho com que é preparado, outro fator importante são as ferramentas e os produtos aos quais os processos são submetidos, assim como alguns bons restaurantes da região o Panela de Barro faz questão de mostrar que utiliza fogão a lenha de verdade. Além de sustentável, que reutiliza material lenhoso
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de boa qualidade e apropriado ao cozimento e que teriam outros destinos, trabalha com matéria-prima de boa qualidade na preparação dos alimentos. Lá a cozinha fica aberta pra quem quiser observar. Pena que o sabor da comida, preparada no fogão a lenha, não dá pra reproduzir em jornais e revistas. Então bora lá experimentar!
Um considerável número de moradores, das comunidades tradicionais da região principalmente, tem se indignado com o aumento de pessoas que abandonam o lixo nas praias, nas trilhas e até mesmo atiram pela janela do veículo nas ruas, nos rios e até nas pessoas nesta temporada. Cercada por trilhas que fazem parte dos caminhos do processo civilizatório nacional, o local ainda abriga raras belezas e para chegar o visitante se depara com um grande numero de material “exótico” – que não nascem lá - atirado ao chão por todo caminho. Mesmo com placas, orientações pessoais e até lixeiras, muitas pessoas estão levando seu “kit praia” e abandonando-o no caminho ou nas praias. Já é comum, depois do uso, as pessoas esvaziarem o cooler na própria areia com a desculpa que boa parte do material será coletado pelos recicladores para comercialização – como é no caso das latas de alumínio. Na trilha do Bonete os moradores explicam que cansam de recolher ou orientar o visitante, no outro dia acontece a mesma coisa. Além do lixo
é encontrado frequentemente galhos de arvores cortados ou arrancados para os devidos fins, pedras reviradas para servir como base de barraca ou churrasqueira improvisada. Pior, o carvão que sobra, geralmente é colocado na base de alguma árvore para, que com seu calor, possa matar a árvore vagarosamente fazendo-a sofrer. Esta cada vez mais comum encontrar pessoas que dizem ter presenciado pessoas atirarem lixo pela janela dos carros como se o acesso fosse uma grande lixeira a céu aberto. Em todas as praias a história é a mesma e o prejuízo fica com os moradores locais e ao ecossistema a qual faz parte.
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Nova presidência da Comtur faz balanço positivo Processo seletivo, zeladoria, fiscalização e atrações culturais tiveram destaque com novo modelo de gestão
A nova gestão da Companhia Municipal de Turismo – Comtur, revela que de imediato visitou todos os pontos de cobrança da Zona Azul para conhecer de perto a realidade e suas necessidades. Reuniu-se com todos os funcionários para saber das principais reivindicações. Apresentou ao seu quadro de servidores o modelo de gestão que deverá ser seguido e que tem como objetivo o aprimoramento da Companhia. O novo presidente Jailton Santos assumiu o cargo no dia 20 de dezembro e precisou dar respostas imediatas à série de demandas importantes para o município. Réveillon, fiscalização nas praias, ônibus e vans, contratação de funcionários do processo seletivo, zona azul e agora o carnaval foram alguns dos principais desafios que o novo presidente enfrentou. Já para o início de fevereiro, a Comtur programou o Festival de Verão Esquenta, reunindo atrações musicais nacionais e ainda contemplando artistas locais. “Somente assim com total dedicação à Companhia é que foi possível entender o funcionamento da máquina e dar todas as soluções necessárias”, afirma Jailton. Processo seletivo Para atender a grande demanda turística nas praias, a Comtur concluiu a contratação de pessoal do processo seletivo em segunda chamada na primeira semana da nova gestão. 88 funcionários ingressaram nas funções de agente de zona azul, fiscalização de ônibus e vans nas três entradas da cidade, vigias e serviços gerais. Com isso, garantiu um melhor atendimento ao turista e uma maior cobertura
nas praias e ruas do centro da cidade, melhorando a performance na cobrança da Zona Azul. A fiscalização de ônibus e vans foi intensificada, combatendo a entrada com senhas falsas ou mesmo sem o devido pagamento das taxas municipais. Estes funcionários possuem contratos de três meses, encerrando final de março. Zeladoria por toda cidade Com uma equipe de oito pessoas, operações de zeladoria em locais de cobrança da Zona Azul tiveram início no primeiro dia da nova gestão. Até o dia 20 de janeiro foram realizadas benfeitorias nas praias do Tenório e Vermelha do Centro com pintura de faixas, sinalizações de trânsito com a instalação de novas placas de proibido estacionar e outras de Zona Azul. O objetivo desta iniciativa é melhorar o fluxo de carros e o congestionamento nestes trechos. Já no Calçadão foram realizadas poda e limpeza dos canteiros. A orla da praia do Perequê-Açu contou com manutenção da ciclovia e a colocação de novas placas do sistema Zona Azul. No condomínio da praia do Prumirim foram instaladas placas da Zona Azul e outras na praia das Toninhas. A praia Grande foi contemplada com a reforma da base fixa da Zona Azul, limpeza da orla em parceria com a Sanepav e instalação de novas placas de sinalização. Melhores condições de trabalho Para oferecer melhores condições de trabalho aos seus funcionários, a Comtur investiu na compra de 14 mesas, 16 cadeiras, 11 tendas, 14 coolers, cones, camisetas e bonés para os agentes da
zona azul. Para o pessoal de manutenção estão sendo adquiridos uniformes, contendo calçados, luvas, calças e camisetas. A Companhia aguarda a entrega destes materiais. Operação Praia Legal No dia 29 de dezembro a Comtur deflagrou a Operação Praia Legal nas principais praias de grande fluxo de turistas no município. Foram contratados 40 fiscais para combater o comércio ilegal nas orlas das praias do Tenório, Grande, Toninhas, Enseada, Perequê Mirim, Domingas Dias, Fortaleza, Lagoinha, Maranduba, entre outras. A operação encerra após o Carnaval. Réveillon em Ubatuba O réveillon de Ubatuba foi preparado em apenas 10 dias de trabalho. Durante os dias 30 e 31 de dezembro as praias do Centro e da Maranduba contaram com estrutura de palco, som, iluminação, efeitos de raio laser e a apresentação de artistas locais e Djs. Pela primeira vez foi realizada a queima de fogos silenciosos com duração de 10 minutos consecutivos, atendendo a lei municipal que regulamenta a atividade. Tudo isso para celebrar a chegada do ano novo de centenas de milhares de pessoas. Festival de Verão Esquenta A Comtur promoverá o primeiro Festival de Verão, denominado “Esquenta”, na praia do Perequê-Açu. Serão três dias consecutivos de música, 1, 2 e 3 de fevereiro, com artistas nacionais como Paulo Ricardo e Sambô, e ainda as participações de Djs, bandas locais e a revelação do Litoral Norte Guilherme Martinez. Com o final das férias escolares em janeiro, o objetivo é criar atrativos para o desen-
volvimento do turismo no mês de fevereiro e pré-carnaval. Carnaval 2018 O carnaval 2018 acontecerá em três pontos da cidade: Maranduba, Centro e Perequê-Açú. A Comtur participa oferecendo toda a estrutura, dois trios elétricos e apoio a Liga Carnavalesca incentivando o desfile de blocos, que neste ano vai acontecer na orla da praia do Perequê-Açú. Por orientação do Conselho Municipal de Segurança Pública que orienta a descentralização e também para desafogar o centro da cidade, deixando a Santa Casa e delegacia com acesso mais fácil, neste ano o desfile de blocos acontece no Perequê-Açú. Outro fator importante é a valorização do bairro com a transferência de atividades culturais e esportivas. A Maranduba também vai ter seu carnaval e no centro,
na praça da Matriz, permanece o Carnaval Histórico com o Festival de Marchinhas. Equipamentos turísticos A Comtur ainda é responsável pelas administrações do Teatro Municipal, Centro de Convenções, Pier do Itaguá e do Centro de Capacitação. Uma nova mentalidade A nova gestão vem discutindo com todos os setores o desenvolvimento do turismo em Ubatuba e tem locução permanente com o Executivo, Legislativo, Associação Comercial e Industrial de Ubatuba (ACIU), Convention Bureau e Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Ubatuba (Sinhores). O objetivo é traçar metas em total sintonia com todos os órgãos e assim apresentar resultados positivos para a economia da cidade. Fonte: Comtur
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170ª Festa de São Sebastião no Bonete
No último final de semana dos dias 19 e 20/01, a comunidade da Praia Grande do Bonete foi a protagonista de uma grande festa regional. Foi a 170ª edição da festividade de São Sebastião do Bonete, uma das mais antigas e tradicionais festas populares do litoral paulista. Basicamente organizada por caiçaras o evento reúne simpatia, cultura, acolhida, história em forma de música, dança, canto, contação de “causos, atividades tradicionais, gastronomia e muito mais. Nesta última edição da festa, embora esteja inserida no calendário de eventos municipal – Lei 3361 de 22 de março de 2011 – a comunidade e seus colaboradores alcançaram vôo solo. O sucesso se deve a vontade de um povo que não para e consegue andar com as próprias pernas conseguindo assim parceiros sérios para mais esta empreitada. Após meses de planejamento, o evento começou na sexta, 19, com o bingo e leilão no tablado às 20 horas. A alegria tomou conta e contagiou as pessoas nesta noite. O leiloeiro Jair Cruz, a moda caiçara, foi o anfitrião da vez. Como premio principal, um barco artesanal feito pelo artesão João batista dos Santos, 49, foi arrematado por R$ 500,00. A cada lance a torcida festejava e ria até a “prenda” ser arrematada. O barco arrematado possui o nome de “badio”, que no “caiçares” é alguém vadio, que não gosta de trabalhar. A festa, regada a concertada e alegria, varou a madrugada e pela manhã os preparativos para os eventos principais já estavam a todo vapor.
Leilão mais do que animado no tablado do bate- pé
Fandangando durante o dia em meio a comunidade
Musicalidade pra todos os gostos
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No dia 20, pela manhã e no começo da tarde, havia muita gente a observar os quintais caiçaras, outros paravam pra uma boa conversa, a viola e o pandeiro “comiam soltos” num fandango ou música nativa acompanhado de visitantes que dançavam graciosamente. Não faltou registro da musica, da dança e das atividades festivas. Desta vez dois drones registraram o movimento. Na praia, com musica ao vivo, ao menos 400 pessoas se deliciarem com os eventos do dia. No restante da vila outras centenas de pessoas espalhadas em visita aos atrativos do lugar. “Do meio-dia pra tarde”, primeiro foi realizado a soltura de tartarugas na praia, no entorno havia pessoas emocionadas que pela primeira vez presenciava um evento desta natureza. Em seguida a corrida “Kids” na areia, depois a tão esperada corrida de canoas, a noite a novena e por fim o grupo Fandango Caiçara. Algumas particularidades chamaram a atenção dos visitantes e moradores, uma foi a bananeira plantada na areia com duas jacas onde costuma sair o cacho de bananas, outra foram algumas frutas, animais e aves que tranquilamente ficavam a vista de quem queria observá-lo. A água quente do mar e a chuva da tarde fizeram parte da alegria do evento. Nada ou ninguém impediu que a comunidade de realizar esta grande festa da cultura caiçara. Os prêmios foram medalhas e obras de artesanato de canoas caiçaras produzidas por João Batista. Este evento homenageou os caiçaras fale-
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Festa da cultura caiçara
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cidos Jacá e Hilário do Bonete. Sucesso de público e crítica o evento deu o que falar nas mídias sociais e que ano que vem se for igual a este já é sucesso garantido. Embora houvesse cartazes de agradecimentos a todos que ajudaram, a Associação Catifó, colaboradores e voluntários fazem questão de agradecer a visita de todos e a reciprocidade festiva do povo no evento, também aos demais moradores, turistas, comerciantes e a todos que direta e indiretamente colaboraram com mais este grande evento.
Na chegada ao canto da praia uma bananeira com jaca
Agradecimentos a Bruno Amir Imagens (Drone) 12-98116-1518
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Momento de Orar
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Éric F. Scarabelin Caminhamos para grandes mudanças no âmbito mundial, que atuarão desde o clima, a civilização e a evolução. É chegado o momento de colher o que foi semeado ao longo de milênios, como Guerras, Extermínios, Preconceitos, Perseguições e demais maldades praticadas por nós homens, seres criados à imagem e semelhança de Deus. Deixamo-nos desvirtuar face ao poder que reluziu diante dos olhos, o desejo insaciável de querermos sempre mais, não importando qual fosse o preço. Agora nada mais nos resta além de rezar e esperar pelo que será de nosso merecimento, temos apenas uma certeza ao longo da nossa jornada, a morte, o resto será consequência do que foi semeado. O grande problema foi que semeamos espinhos demais e poucas flores, estes não se tronarão flores milagrosamente como os nossos terríveis pecados não serão perdoados simplesmente.
Tenhamos a Fé por escudo e a confiança por espada, assim estaremos preparados aos combates que se iniciam, terríveis batalhas sangrentas que farão do nosso corpo uma morada debilitada e suja. Mas devemos preservar a bondade que ainda nos resta, pois por menor que esta seja poderá crescer e trazer acalento e paz, não deixemos que o pouco que nos resta acabe. Assim como o dia que perdermos a esperança na humanidade, nada mais restará além de vidas sem sentido e razão que caminharão por sobre a Terra, ou o que restou dela. Oremos com toda a Fé e fervor, não somos santos e nem anjos, mas somos criaturas criadas à imagem e semelhança de Deus em busca do aprendizado e da evolução. Reflitamos em tudo que está acontecendo ao nosso redor, não só apenas em nossa família, mas no Planeta como um todo. Um grande abraço fraterno e fiquem com Deus.
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Um “dedo de prosa” com o caiçara Manoel Rozendo do Bonete EZEQUIEL DOS SANTOS Em meio ao paraíso da Praia Grande do Bonete, dentro de outro paraíso que facilmente poderia se chamar “Jardim do Éden”, entre as plantas de origem caiçara e aquelas plantadas no decorrer das décadas de vida o JMN encontrou Manoel Rozendo, 75. Caiçara da gema, bom moço, daqueles que não se deve “bulir a toa de barde” que o “home fala memo!”, daqueles que “pincha” na cara o que “ta matutando”, doa a quem doer. Esse era um dos caracteres desse povo – falar o que pensa sem rodeios e deixar a casa, o “terrero” e seu entorno em harmonia com a natureza. A curiosidade era de saber onde era o campo de futebol da época, pois bem “Mané Rozendo”, como carinhosamente é conhecido por aquelas bandas, desembucha logo. “Olha! O lugar só tinha capim e areia, os camaradas tiraram as pedras e as colocaram perto da “préia”, o lugar começava na trilha que era depois do último rancho por “detréis” do bar do Marcio. “Antigamente, bem antigamente o caminho era depois do jundu da préia. Olha! Era bem antigo esse caminho aquele-menino!”, explica o caiçara. Dando corpo a explicação e localização geográfica ao caminho Rozendo acrescenta que “o meio o caminho saía na casa do “Bito Piaco” (Benedito Davi), mas “adespois” que a sua mulher faleceu ele – Bito Piaco - “se casou-se” com a Benedita Amorim, filha do Pedro Tereza lá do Morro da Quina – lá pro “bósso” lado”, diz ao entrevistador. “Bem Antigamente o local era roça, foi plantação.
A primeira casa depois do campo foi a “venda” de João Zacarias, também roça do “Zé Teotônio” – irmão da Tia Maria do Tiago. Tinha também a roça do Adelino, da tia Rita e da Tia Firmina. Teodoro - irmão do Domingos Jervásio – que também tinha uma roça por “detréis” do jundu. O caiçara explica que o campo de futebol “no tempo de Dante” era onde hoje tem as últimas três casas na beira da praia, sentido bairro-Lagoinha. Tudo era mato e no caminho, algumas casas figuravam em frente seus acessos. Havia um campo de malha também bem no “carrero”. O time de futebol local era o “Unidos do Bonete”, mas lá já jogou o Navegantes, o Intermar, entre outros times de destaque da época. Seu João Lopes, da prainha, lembrou que o camarada dava meio chute na bola e meio chute num “punhado de areia, coitado de quem estava na frente” – ria seu Joãozinho. Mané Rozendo fala que João Zacarias trocou o uso do espaço do campo com cinco litros de querosene na época e que mais
tarde apareceu um advogado que dizia ter comprado a área do Virgilio, desta conversa a trave do campo foi tirada e no lugar do campo apenas a saudade e as casas que lá estão. O campo foi criado, ao que tudo indica, há mais de meio século em regime de “bitirão”. Seu Rozendo reitera que ainda era “sortero naquela épa”. O caiçara relembrou seus amigos de “lida”, principalmente os que já foram, falou de outras aventuras “solo” e acompanhado dos compadres e amigos. Da vida dura e honesta de seu povo embaixo de chuva e sol que Deus dava. Das “coisas” naturais que se alimentavam, da roça, da pesca, da troca, do trabalho comunitário. A prosa estava muito boa e o tempo passou infelizmente, mas vale a pena um dedo de conversa. O ideal seria ouvir uma mão inteira de prosa e aprender com a história do passado o que queremos pro futuro e como nos tratar no presente. Obrigado seu Manoel, é uma conversa gratificante e merecia junto aos seus uma roda de conversa daquelas bem “grende”.
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Redes sociais na defesa do Rio Maranduba
Ezequiel dos Santos No último dia 29, após repercussão sobre os problemas enfrentados pelo Rio Maranduba nas redes sociais, autoridades municipais, empresários, comerciantes e representantes de associações estiveram na área da desembocadura Rio Maranduba para iniciar uma ação de limpeza e recuperação da qualidade de suas águas. Uma visita prévia já havia acontecido onde as autoridades subiram de barco para ver o número de transgressões ao rio ao longo de suas margens. Foram encontrados inúmeros canos que despejam dejetos e água de pia sem tratamento diretamente no rio, além de lixo doméstico, de obras, construções irregulares, por exemplo. No dia 29, após o discurso do prefeito Sato, do Vereador Osmar e do empresário Marcio Lopes, cerca de 30 pessoas iniciaram a limpeza do local. Uma máquina carregadeira e dois caminhões, que prestam serviço da prefeitura, também ajudaram na limpeza. Um vídeo postado pelo empresário Marcio Lopes, da Lupamar Turismo, no começo deste mês repercutiu nas redes sociais gerando discussões sobre quais providencias e ações devem ser tomadas, além da pressão sobre quem cobrar. Bandeira vermelha Na primeira semana de janeiro a Praia da Maranduba recebeu bandeira vermelha da CETESB e isso repercutiu negativamente nas mídias, nas agencias, nos prestadores de serviço e fomentadores de turismo e lazer a se mobilizar. Marcio Lopes, 43, comenta que quando criança costumava nadar nestas águas e que se lembra da claridade e lim-
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peza do rio. Como empresário ele alerta para a realização de ações de educação ambiental, conscientização sobre o destino do lixo e da colaboração de todos no condicionamento correto do que não se usa mais. “Na minha empresa, nossa equipe é instruída a orientar o visitante quanto ao destino do lixo, nos locais que utilizamos para o turismo temos colocado placas de orientação e recipientes para lixo como exemplo, temos que fazer isso porque dependemos das belezas naturais para viver, as pessoas tem que se atentar pra isso, é
o ganha-pão de todo mundo!”, comenta Marcio da Lupamar Turismo. O JMN foi informado que a fiscalização da prefeitura já notificou os irregulares para que se adéqüem a legislação e trabalhem de forma sustentável como os muitos comerciantes que já o fazem. Como balanço, segundo os participantes, é o primeiro encontro e quem quiser participar dos de demais a Lupamar Turismo coloca-se a disposição para qualquer orientação. Ao final da ação os colaboradores e voluntários receberam um lanche reforçado.
Mapa de Bolso Turismo de Base Comunitária Ubatuba, Paraty e Angra
“O povo que planta e pesca, canta, dança, faz festa. No seu pedaço de chão, abastece sua mesa, agradece a natureza em qualquer religião. Seu ligar, seu oratório, tirar seu território, é calar a tradição”. Luiz Pereque. As comunidades dos territórios tradicionais contam com mais uma ferramenta de divulgação do desenvolvimento sustentável e solidário dos povos de Angra, Paraty e Ubatuba. O mapa foi idealizado pelo Fórum de Comunidades Tradicionais - FCT e esta pautado na diversidade étnico-cultural dos povos dentro destes territórios. Nas explicações do mapa de bolso o FCT informa que “incentiva a prática de um turismo fundamentado na qualidade ambiental, no envolvimento comunitário e na gestão participativa, cultivando a cultura autêntica quilombola, indígena e caiçara”. Diz ainda que o “contato e experiência dos costumes e valores destas comunidades podem ser vivenciados na gastronomia tradicional; nos costumes das danças, cantos e artesanatos;
nas vivências comunitárias com a pesca, canoa, religiosidade... E como cenário, a beleza da mata atlântica em cachoeiras, praias, ilhas e fauna exuberantes”. Embora simples o material representa o ineditismo das vivencias oriundas do processo civilizatório nacional dentro deste território. A experiência que o visitante fará não poderá ser descrita ou comparada a qualquer tipo de turismo vivencial no planeta. São cheiros, sabores, aromas, sentimentos, surpresas, vivencia para nunca mais serem esquecidas. Uma experiência única e que só pode ser experimentada nestes territórios. Ta esperando o que? O material pode ser visualizado através do sítio da internet: https://issuu.com/ forumdecomunidadestradicionais/docs/folheto_tbc_fct_ temporario_2015_liv
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Campanha impactante sensibiliza população e exige Saneamento Básico Emilio Campi “Ubatuba é linda! Pena que fede...” O título acima é impactante. É forte. Chama a atenção. Chega a indignar algumas pessoas... Pois essa é a intenção! De que adianta alertar “Não jogue lixo nas praias, rios e trilhas”; “Preserve a natureza”; “Não jogue esgoto nos rios”. A maioria não dá bola e ainda chama quem os alerta de chato. Essa temporada de verão mostrou uma triste realizade com relação a lixo, a esgoto e a poluição generalizada em nossas praias, trilhas, rios, ruas, etc. Houve uma visitação descontrolada nos locais como a Ilha das Couves, praias do Bonete, Cedro, Caçandoca e cachoeiras do município. Ubatuba possui uma natureza exuberante mas não irá resistir a uma invasão de pessoas que querem desfrutar das belezas naturais mas não se preocupam com a preservação e poluição desses locais. É necessário uma campanha de educação ambiental, uma fiscalização rigorosa, um cronograma de limpeza e logistica. Isso seria para os visitantes porque para os “locais”,o assunto é mais sério. Quantas construções existem no município que não possui um tratamento de esgoto adequado? Quantas fossas estão contaminando o lençol freático? Quanto esgoto está sendo jogado in natura nos rios e riachos do município? Rio Grande, Rio Acaraú, Rio Tavares, Rio Perequê Mirim, Rio Itamambuca, Rio
Maranduba e outros que desaguam no mar dixam praias como Itaguá, Cruzeiro, Itamambuca, Toninhas, Perequê Mirim, Santa Rita, Enseada e Maranduba com bandeira vermelha, sinalizando como impróprias para banho. Será que os proprietários desses imóveis que ainda poluem o meio ambiente não percebem que estão matando a galinha dos ovos de ouro? Que estão condenando o futuro de sua propriedade, de sua renda e de seus herdeiros? Então meus caros leitores, não adianta vir com papinho de “preserve a natureza - as futuras gerações agradecem”. Tem que meter o dedo na ferida! “Ubatuba é linda... pena que fede” - é a mais pura realida-
de que podemos vislumbrar com a atual situação e a falta de ações tomadas até agora. O assunto é sério e continua sendo varrido para debaixo do tapete. “Ah... Deixa que o próximo resolve isso.” ou “A coisa ainda não está tão feia...” Está feia sim! Está começando a feder. Basta dar uma passadinha na foz do rio Acaraú ou no rio Tavares num ensolarado e quente final de tarde para sentir o aroma do descaso. Sei que essa “campanha” receberá críticas contra e à favor, não importa. O que não queremos é a indiferença, o tanto faz. Tome uma posição. Seja contra ou seja a favor. Se não fizermos nada, o título acima será a nossa triste realidade em pouco tempo.
Saneamento Básico Saneamento Básico depende de vários órgãos, entre eles a SABESP, Governo do Estado, Prefeitura e outros. Portanto não é responsabilidade única desse ou daquele órgão, e sim de um conjunto de entidades trabalhando juntas em harmonia para o bem estar da população. São ações, planejamento e obras de médio e longo prazo que precisam ter um início e um cronograma específico a ser cumprido. A finalidade da campanha é agilizar o compromentimento de cada entidade para que o saneamento básico se torne realidade em 100% do município. Campanha do Povo Quero deixar claro que essa campanha não tem assinatu-
ra. Não é de oposição nem de situação. Não é de direita nem de esquerda. Não tem partido nem bandeira. Essa campanha é da população de Ubatuba comprometida com o bem estar futuro do município. Um dia todos nós trocaremos esse paraíso por outro e queremos ter a certeza de deixar para as futuras gerações uma Ubatuba melhor. * * *
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Quilombo da Caçandoca representada na 4º Conferência Estadual de Promoção de Igualdade Racial em SP
Nos últimos dias 12 e 13 /01, aconteceu na capital paulista a 4ª Conferência Estadual de Políticas de Promoção de Igualdade Racial do Estado de São Paulo, com o lema Reconhecimento, Desenvolvimento, Discriminação e Justiça. Neste evento o quilombo Caçandoca se fez representar. O evento se destacou pelos Grupos de Trabalho (GT) formatados em 4 temas: 1º- Reconhecimento dos afrodescendentes, 2º- Garantia de Justiça aos afrodescendentes, 3º- Desenvolvimento dos afrodescendentes, e 4º - Discriminação múltipla ou agravada dos afrodescendentes. Lá estiveram Nailto Antonio dos Santos e Neide Antunes de Sá da Caçandoca. No evento, Nailto era o representante do eixo “educação” e Neide do eixo “justiça”. Cada grupo poderia apresentar até cinco propostas. No quesito justiça, a representan-
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te da Caçandoca questionou a ausência das varias comunidades, onde ficaram de fora suas solicitações e demandas. Neide explica que embora seja um tema mais ligado as comunidades negras e quilombolas sugeriu na conferencia que as demais comunidades tradicionais ao menos sejam inseridas nos documentos, para que não sejam esquecidas. Brigou ainda pela unificação das solicitações, já que algumas eram segmentos de outras e poderiam ser aplicadas em conjunto. Nailton fala que nas cartilhas apresentadas foram várias as solicitações de acesso a infraestrutura e a educação aos quilombolas e que muitas delas felizmente condizem com a realidade de nossa região. Em defesa das comunidades tradicionais e contra a desinformação sobre algumas estruturas, como o pré-sal, por exemplo, Neide Antunes fala sobre os impactos negativos
e a triste realidade vivenciada pelas comunidades informando ser um “problema sério que os impactos acumulativos do pré-sal vai nos afetar intensamente. Mas quem mora fora disso acha que a vida dos comunitários irá melhorar pela criação de emprego. Nem só de pão vive o homem. Nossa qualidade de vida está sendo ameaçada, nossa cultura se perdendo. Um povo sem cultura é um povo sem identidade”, reitera a quilombola. O grande destaque do evento foi a multiplicidade, a diversidade de presenças e propostas, a Conferência já se iniciou vitoriosa pela capacidade de agregar um leque amplo de movimentos em prol da promoção da igualdade racial. Nailto, como delegado regional da conferencia, poderá ser eleito delegado para a etapa nacional e promover, junto com outros 94 delegados, a elaboração de políticas públicas em prol da igualdade racial.
A ilegalidade da taxa municipal de locação para temporada
Michel Amauri Viver em uma cidade litorânea e turística não é fácil o custo é muito elevado e o emprego é escasso as pessoas se viram como pode para pagar o elevado IPTU. Aliás aqui na nossa maravilhosa cidade não é diferente temos o mais caro IPTU de São Paulo, porém não vemos o dinheiro arrecadado voltar em melhorias para a população. Agora em Ubatuba entrou em vigor a lei municipal 112/2017 que taxa a locação de temporada criando uma série de regras e barreiras para aqueles que veem na temporada uma forma de ganhar um dinheirinho extra com a locação de seu imóvel. Para poucos a taxa de locação visa coibir o turismo desenfreado e destruidor, porém para a maioria a nova taxa visa agradar o setor hoteleiro e de pousadas. Com a nova regra os proprietários dos imóveis terão
que constitui empresa, obter cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, licença de saneamento, cadastro no Ministério Turismo e etc. Vale destacar que a taxação de temporada pelo município afronta o direito a propriedade previsto na Constituição Federal, que confere ao proprietário o direito de usar, dispor e gozar de seu bem, respeitado a função social da propriedade. Outra questão a ser mencionado que não pode uma lei municipal estabelece e regrar o que já é regrado por uma lei federal, no caso em testilha a lei federal do inquilinato que traz os dizeres da locação de temporada para prazos inferiores a 90 dias. Como já mencionando no artigo da ilegalidade da taxa ambiental, a lei de locação é apenas mais uma lei arrecadatoria de uma administração ineficiente. Consulte sempre um advogado.
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Chuvas intensas causam atenção as comunidades
Coluna da Adelina Fernandes
O Carnaval da minha lembrança
Eu não sei exatamente se isso aconteceu ou não, se foi apenas um sonho que tive quando ainda era criança, se foi uma cena de novela ou filme ao qual assisti ou se foi somente um dejá vu. O fato é que, quando penso em carnaval, sempre me lembro de estar tentando subir num muro para ver um desfile na rua. Sei que a casa onde estou é a da Tia Socorro e que tanto ela quanto a minha mãe estão ao meu lado, prontas para me socorrer caso eu caia do bendito muro. Mas não estou ligando muito para a possibilidade de me estatelar no chão. Tudo o que quero é ver as pessoas fantasiadas nas ruas, dançando ao som das marchinhas. E isso me faz pensar no significado que o carnaval tem hoje. Quando converso com as pessoas sobre a festa, a maioria a remete a pegação, curtição, noites viradas e muita bebedeira. Alguns se incluem neste cenário, até certo ponto, animalesco. Ninguém é de ninguém. É a festa da carne, o período em que os pecados podem ser cometidos antes da resignação da quaresma. Ainda assim, isso não me parece muito atrativo ou sedutor. Penso que o carnaval da minha cabeça é o mais bonito, com todos os detalhes complexos das fantasias, com as suas cores, com a música animada e com a felicidade dos que estão desfilando pela rua. Há sorrisos e não há a entrega à insanidade e à libertinagem.
O divertimento é saudável. Claro, cada um comemora a festa da maneira que bem entende. Quem sou eu, em minha reclusão típica, para ditar as formas de se divertir? Só que, para mim, o carnaval perdeu um pouco da sua tradicional beleza. Ainda que haja desfiles feitos com todo o primor, na minha realidade isso não é valorizado. Como falei anteriormente, as pessoas com quem converso falam mais sobre a pegação típica das festas do que do trabalho artístico da coisa. As músicas são outras e geralmente remetem a sexo do que ao convite à diversão, comum às marchinhas antigas. Não há fantasias ou máscaras bem elaboradas, os trajes são simples e sem qualquer requinte. E, quando não há o interesse em ir às festas mais liberais, em que ninguém é dono de si, a comemoração da data advém do fato de que serão quatro dias
de folga e a possibilidade de dormir até um pouco mais tarde não faz parte de um sonho distante. Não serei hipócrita e dizer que não me incluo neste último cenário e que não vibro com a minha chance de ficar em casa e pôr as tarefas em dia. Porém, preciso admitir que não deixo de pensar nas comemorações mais à moda antiga que eu gostaria de participar ou dos desfiles os quais gostaria de assistir. Assim sendo, volto para a minha lembrança, a mesma que mencionei no primeiro parágrafo, e me imagino conseguindo subir ao muro. E então, eu fico feliz com a explosão de cores que se abre à minha frente. Bem mais do que estando dentro de casa e fugindo da loucura que o carnaval se tornou. Kamile Girão http://kamilegirao. com/2013/02/cronica-carnaval-da-minha-lembranca/
No último dia 26, uma chuva relâmpago, no período da tarde, atingiu a região sul de Ubatuba com grande intensidade. Com poucas horas de precipitação foi visível o estrago por conta do excesso de águas em tão pouco tempo. O que preocupa os tradicionais são as cabeceiras dos rios e cachoeiras que são abundantes na região. No dia 25 e 26 últimos a Defesa Civil estadual, através de seu aplicativo de alerta as redes sociais, informou sobre o período de atenção com as fortes chuvas em Ubatuba, alertou também para que a população não enfrente as áreas alagadas, fiquem atentos a trincas e rachaduras em imóveis e que não se aproximem de locais com potencial para alagamentos ou deslizamentos. Tendo em vista a sujeira jogada em rios e córregos,
o avanço urbano até as suas margens, a alteração do leito e colocação de estruturas sem critérios técnicos e ambientais, falta de políticas públicas corretivas e preventivas quanto ao caso potencializam o desastre. Algumas ruas ficaram encobertas rapidamente, a coloração dos rios mudou, a velocidade das águas bem como seu volume aumentaram consideravelmente, tudo isso não passe de um forte indício de como esta as cabeceiras dos rios. Até mesmo os pequenos cursos d’águas em trilhas, caminhos podem causar um grave acidente. Atenção maior é com os visitantes que transitam nas cachoeiras e rios da região tendo em vista a possibilidade de uma tromba d’água, já que o volume de chuvas e o tempo em que acontece nas cabeceiras geralmente não são percebidos pela população comum.