Jornal Maranduba News #108

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Maranduba, Maio 2018

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano 9 - Edição 108 Foto: Antonio Antunes

Folia do Divino Espírito Santo em peregrinação


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Alegria e festa na celebração de primeira comunhão de crianças da região sul No último dia 8, pela manhã, na Matriz Cristo Rei aconteceu a celebração de primeira eucaristia as crianças das paróquias da região. Foram 42 crianças que receberam o tão esperado momento de receber o “Corpo de Cristo” pela primeira vez. Foram centenas de horas de preparação e contou com vários catequistas de toda a paróquia. Na celebração Pe. Daniel não escondeu alegria de estar conduzindo tão importante celebração a estas “criaturas de Deus”. Preocupado com os modismos, o abandono das crianças pelas famílias, o mau uso das tecnologias, o padre discorreu assuntos delicados e realísticos sobre a falta de amor e fé na condução da vida das crianças entre as famílias. Não escondeu sua preocupação com as drogas, o alcoolismo e a prostituição que batem a porta das casas em busca de novos soldados a este caos social contemporâneo. Também das famílias, que não oferecem a devida importância as crianças e jovens, e, que fazem de tudo para que elas caminhem de encontro a estas desilusões. Deixou claro que não “adianta apontar para o defeito dos outros e não olhar os que existem dentro da própria

Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3849.5784 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Editora de Variedades: Adelina Fernandes Rodrigues Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Consultor de Marketing - Luiz Henrique dos Santos - Publicitario Consultor Jurídico - Dr. Michel Amauri OAB/SP 324961 Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

casa”. A paróquia regional compareceu em peso como testemunha e não escondeu a alegria deste importante acontecimento, muitos foram vistos emocionados durante a celebração. Também agradeceu os catequistas e demais paroquianos que os preparam para este momento. No momento do recebimento da eucaristia

pela primeira vez, os pais não conseguiam esconder a alegria, satisfação e até lágrimas em ver de perto os filhos em tão importante sacramento. Ao final todos os catequistas e o padre foram envoltos com seus preparadores para uma foto. Como disseram muitos pais “este momento é uma recordação única e que será lembrada para a vida toda”.


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“Todos para o Melhor” vence eleição do grêmio no Áurea Processo transparente e democrático colabora com protagonismo estudantil

No segundo dia do mês de abril, o colégio Áurea Moreira Rachou, Sertão da Quina, abriu votação eletrônica que elegeu chapa vencedora do grêmio estudantil na unidade escolar. Num total de 496 votos venceu a Chapa “Todos para o Melhor” com 47,78 dos votos validos, seguidos pelo “Sátiro” com 209 votos (42,14%), sendo os votos brancos 39 (7,86%) e nulos 11 (2,22%). A iniciativa faz parte do cronograma da secretaria estadual da educação dentro do “Projeto Gestão Democrática da Educação”. Tem como objetivo ampliar a participação de alunos dos ensinos Fundamental e Médio nas decisões da comunidade escolar. É parte integrante da Lei nº 15.667/ 2015, que trata sobre a criação, organização e atuação dos grêmios estudantis nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio públicos e privados no estado de São Paulo”. O Grêmio Estudantil é uma organização que representa

os interesses dos estudantes na escola. Responsável pelo desenvolvimento de atividades culturais, esportivas, sociais e de cidadania, por exemplo. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. É uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de participar da sociedade. Com o Grêmio, os alunos têm voz na administração da escola, apresentando suas idéias, opiniões, sugestões e criticas. Calendário estadual A proposta seguiu o calendário para organização do processo de eleição de representantes dos Grêmios Estudantis das escolas Públicas Paulistas, que prevê, dentro do cronograma, o início do processo no começo do ano letivo. Paulo Sergio Moraes – professor mediador escolar e comunitário - abriu o longo processo que foi resolvido em várias etapas até sua finaliza-

Processo eleitoral para eleição do Gremio

Chapa vencedora discurssa na cerimonia de posse ção - 10 de abril - na data de cerimônia de posse. O que chamou atenção dos alunos foi o processo de eleição via voto eletrônico. Paulo conta que foi utilizado um programa digital que ao final contabilizou rapidamente os votos, sejam os válidos, brancos e nulos. O mais trabalhoso conta o professor foi o processo de criação do estatuto do grêmio com 56 artigos. Após a eleição o grêmio vencedor vem garantindo seu espaço na unidade escolar diante da gestão participativa escola-aluno-comunidade. Fonte: http://www.educacao.sp.gov.br, https://www. al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2015/lei-1566712.01.2015.htm

Professor Paulo fala da importancia do Gremio organizado no colégio


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Paróquia celebra intensa atividade da Semana Santa Movimento ajuda a fortalecer a identidade cultural regional e atrai público para um turismo religioso de qualidade

Ezequiel dos Santos Por cinco dias corridos paroquianos, colaboradores, religiosos, turistas e dirigentes aproveitaram a intensa programação religiosa deste feriado na paróquia local. As atividades começaram no último dia 25 de março e finalizaram no primeiro dia de abril. Os eventos contaram com o tradicional Domingo de Ramos, Celebração Penitencial, Missa Ceia do Senhor, Celebração da Paixão de Cristo, Vigília Pascal e Ressurreição de Cristo, dentre outras atividades referentes ao feriado religioso. As capelas lotadas indicaram o aumento de pessoas na busca do sentido original deste feriado que não apenas coelhos, bacalhau, chocolates, presentes e comentários depreciativos de quem não entende, desconhece e não costuma respeitar tão importante data da era cristã. O ponto alto foi a Via Sacra entre a Matriz Cristo Rei na Maranduba até a Capela Santa Cruz no Sapé. Foram centenas de pessoas que acompanharam o evento. No trajeto vários turistas se emocionaram com a encenação e se aproximaram dos fiéis. Carros, motos e até bicicletas foram utilizados para acompanhar a Via Sacra. Até mesmo os incrédulos pararam para observar esta tradição religiosa e cultural em sinal de respeito as atividades primeiras de um povo e também com o olhar de um viés turístico, algo destacável do comum, interessante de se vivenciar. São visitantes que ambicionam conhecer os contornos sociais, históricos e culturais subjacentes aos locais

de liturgia, origem e arraigo dos povos tradicionais com linhagens na formação do país. “Eu vim para servir e não para ser servido” Quem não conhece esta frase? A Semana Santa é uma tradição religiosa católica que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no domingo de Páscoa. Este período é chamado de tempo de Quaresma (40 dias) onde são celebrados os grandes mistérios da redenção humana. Mesmo para quem conhece todo enredo desta trajetória, as encenações dos atos são de suma importância a quem procura vivenciar um momento único da história humana como fiel, religioso, paroquiano, turista ou até mesmo um simples curioso. A celebração na Sexta-feira Santa é composta de três partes: liturgia da palavra, adoração da cruz – com o tradicional beijo em Cristo na cruz e distribuição da comunhão. Pouca gente sabe, mas é o único dia no calendário católico que não há celebração de missa. O corpo de Cristo na cruz a beira de sua morte física em troca da salvação da humanidade é a chave para o respeito à tradição de observarem o jejum com a abstinência da carne. Também nesse dia se guarda o silêncio numa atitude de oração e contemplação. Até que se chegue a Festa de Pentecostes são muitas recortes culturais e religiosos, principalmente muita história

Via Sacra, além de moradores turistas saíram da praia para acompanhar o evento da formação humana a serem vividos, observados ou acompanhados como simples paroquiano ou turista ávido por esse fenômeno pós-moderno crescente, tendo como pano de fundo os rituais e processos de interação social a serviço da fé. “Maomé vai a montanha, o turista também” O tempo que se conhece há

mais de dois mil anos demarcado como antes e depois de Cristo aliado a crescente demanda de visitantes para celebrar este marco histórico e religioso atrai, a cada dia, um número substancial de pessoas buscando lugares simples para renovar sua espiritualidade. Nesta demanda, parafraseando um dito popular, a montanha não vai até o tu-

rista, mas o turista vai até a montanha, seja lá onde for e quanto custar. O turismo pode ser um facilitador do desenvolvimento socioeconômico de uma localidade, mas a premissa básica para quem o procura este segmento é uma motivação espiritual, de alinhamento com as lentes limpas, claras e objetivas pregadas por um homem que morreu pela humanidade e que precisa de alguma estrutura para atender este visitante. Especialistas em turismo afirmam que em muitos lugares é um bom negócio do ponto de vista financeiro, mas por outro lado, melhor ainda do ponto de vista cultural, histórico, religioso, de ordenamento do uso e ocupação do solo, da proteção do meio ambiente, das boas praticas sociais, das comunidades tradicionais, da convivência pacifica, saudável e respeitosa, itens que o dinheiro ainda não pode comprar.


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Equipe IBS conquista pódio no Desafio 28 praias Costa Sul

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No último dia 14, no Desafio 28 praias, corrida – trail run - entre a praia Dura e Tabatinga, a equipe IBS da Maranduba conquistou a segunda colocação no pódio com o quarteto misto 42 quilômetros. Nesta modalidade as medalhas e troféus foram aos atletas José Donizete Cunha, Priscila de Oliveira, Marcelo Emanuel dos Santos e Sandro Marcolino Giraud. Segundo o site oficial do evento, o desafio 28 praias é “conhecida como a maior e mais bonita prova do litoral brasileiro”. Esta edição ofereceu duas opções de distâncias: 42 km Praia da Tabatinga com

chegada na Praia Dura, nas categorias solo e revezamento com até 5 participantes por equipe (masculino, feminino ou misto), em trechos com diferentes níveis de dificuldade, ou 21 km, largando da Praia de Maranduba e seguindo até a linha de chegada no mesmo local da maratona. Como compromisso ambiental foi recolhido mais de seis toneladas de resíduos destinados ao reaproveitamento, doações de sementes para replantio nas trilhas. Como compromisso social foram mais de 250 contratações locais, recuperação de trilhas, doação de alimentos e recursos a algumas comunidades.

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MPF defende participação de caiçaras em patrimônio genético de medicamento

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Laboratório teve acesso ao conhecimento tradicional mas não pagou qualquer quantia por isso

Projeto sobre cultura caiçara da escola municipal Virgínia Lefevre na Maranduba recebe ilustre visita

PRR da 1ª Região Em parecer enviado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), o Ministério Público Federal (MPF) defendeu recurso da União que pede a aplicação da Lei de Patrimônio Genético ao medicamento fitoterápico Acheflan, desenvolvido a partir de planta nativa da mata atlântica brasileira conhecida como erva baleeira. Segundo a União, a empresa Aché Laboratórios Farmacêuticos teve acesso ao conhecimento tradicional associado dos caiçaras do litoral paulista e não pagou qualquer quantia por isso. Para o MPF, a legislação é clara ao impor a repartição dos ganhos obtidos em colaboração. A manifestação ao TRF1 foi enviada no último dia 5. O laboratório somente se interessou pelo estudo da erva baleeira após o caseiro do sítio de propriedade do presidente da Aché, um caiçara de Monguagá, ter preparado um remédio à base da erva para curar lesão no joelho. De acordo com o MPF, isso mostra que, embora a comunidade caiçara do litoral paulista não tenha o conhecimento científico para a aplicação da erva baleeira na indústria que conduz à proteção intelectual clássica, a comunidade já a

No último dia 6, a escola municipal Virginia Melle da Silva Lefevre na Maranduba, recebeu, para abrilhantar ao projeto pedagógico sobre a cultura caiçara, o ilustre folclorista, professor e “caiçara da gema” Júlio César Mendes (Julinho Mendes). O projeto, intitulado “Eu Conheço Ubatuba”, será trabalhado na escola nos meses de abril, maio e junho com previsão de encerramento no próximo dia 28 de junho com a produção de uma festa típica caiçara. O projeto aborda vários temas e assuntos, cada professor será responsável por um tema como, ervas medicinais, lendas, praias e danças, por exemplo. Em junho, no encerramento do projeto, serão apresentados os trabalhos produzidos até então. Também existe a previsão da construção de uma réplica de casa de pau-a-pique para apreciação dos visitantes e moradores no projeto cultural na escola. Café depois da prosa Na ocasião Julinho contou sobre a saga do caiçara, suas virtudes e suas desilusões, também o porquê desta cultura rica do país estar acabando aos poucos. Outro tema bastante discutido foi sobre os motivos em que a juventude não mais se interessa por cultura, história e costumes caiçaras. Relembrou os tempos em que participava dos progra-

utilizava como medicamento. “O Conhecimento Tradicional Associado nada mais é que a informação ou prática, individual ou coletiva, de povo indígena ou comunidade tradicional, com valor real ou potencial, associada ao patrimônio genético. Tal conhecimento está relacionado à natureza, aos seres vivos e ao meio ambiente, e faz parte da prática cotidiana de povos e comunidades, integrando patrimônio cultural brasileiro e pertence aos povos indígenas e comunidades tradicionais, grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tal”, diz o procurador regional da República Felício Pontes Jr. A empresa alega que as pesquisas sobre a erva baleeira tiveram início na década de 1980, donde a impossibilidade de se lhe aplicarem as imposições da Medida Provisória 2.186-16/2001, conhecida como Lei do Patrimônio Genético. Mas, segundo documentos juntados no processo, mesmo depois da vigência da MP foram realizadas novas pesquisas com o desenvolvimento tecnológico do produto, prosseguindo até 2004, quando finalizado o acesso ao patrimônio genético, com o registro do produto na Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (Anvisa) e efetivo lançamento no mercado. A MP 2.186-16/2001 regula a pesquisa e o uso fabril dos acessos ao patrimônio genético, sempre que ocorrerem em sua vigência, ainda que o início da pesquisa da substância química e o primeiro de seus acessos anteceder o ato normativo. O MPF defende a aplicação da lei no caso, pois o laboratório realizava acesso ao patrimônio genético da erva baleeira quando já vigorava a medida provisória. “Tendo sido estabelecidas limitações à exploração do patrimônio genético brasileiro, devem elas, a partir de então, ser respeitadas para que sua exploração se considere lícita”, explica. Entenda o caso – Em primeira instância, a Justiça julgou procedente o pedido do laboratório para declarar a inaplicabilidade da Lei de Patrimônio Genético ao medicamento Acheflan. Também foi determinado à União que deixasse de aplicar ao laboratório quaisquer penalidades previstas com base na Lei de Patrimônio Genético. A sentença tornou sem efeito, por arrastamento, uma penalidade aplicada à empresa. Por isso, a União apresentou recurso de apelação ao TRF1.

mas de radio contando os contos e causos caiçaras. Falou de como foi criado a história do “Boi de Conchas”, alegrou a escola e sua equipe cantando algumas de suas canções, que descrevem a vida, o cotidiano, o sofrimento, as alegrias e a saudade do ser caiçara. O encontro foi encerrado com um bom café caiçara: café de cana, farofa de banana, inhame cozido, abacate com farinha, batata doce cozida e banana da terra cozida com farinha. Pelo jeito não sobrou nada deste café. Trajetória Professor de matemática, Julinho Mendes é um entusiasta da cultura caiçara. Muito dos trabalhos sobre cultura no município tem o “dedo” dele, quer seja na literatura, na música, nos contos, na arte, no carnaval. Possui diversas publicações e milhares de horas de palestras, livros e CDs interessantíssimos como Caiçarando, Boi de Conchas, Bonde Marchinha, Cantamar e Folia de Reis. Sua primeira publicação é o livro “Escrafunchando o Lagamá”, que reúne contos e crônicas onde o leitor viajará no passado do autor falando do povo caiçara, rico em brincadeiras e com natureza exuberante e farta. A ilustre visita mostrou as multifaces de um artista completo e que para quem esteve com Julinho, mais do que um prazer foi uma honra.


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Sábado de mutirão no Colégio Áurea Moreira Rachou

No último sábado, 21, pelo menos 50 pessoas – entre equipes da prefeitura, do vereador Osmar de Souza e da comunidade escolar realizaram um mutirão de limpeza, zeladoria, pintura, podas, corte de grama, marcenaria e carpintaria no Colégio Áurea Moreira rachou no Sertão da Quina. O novo diretor agradeceu a disponibilidade e boa vontade dos voluntários, gravou até um vídeo de agradecimento. Com o mutirão algumas novas idéias surgiram à direção do colégio que só se tornarão efetivas com a participação e parceria dos pais e responsáveis. O Novo diretor informa que o colégio é da comunidade e que todos os pais são bem-vindos. Direção do colégio Formado em filosofia, natural de Itapevi, região metropolitana de São Paulo, Renato Jorge Felismino, 32, é o novo diretor que assume o colégio Áurea. Há um mês na região, ele já visitou vários lugares,

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conversou com moradores, com alunos, com professores, acompanha a saída dos alunos e a movimentação de pais que levam e buscam seus filhos a escola, fez uma visita ao quilombo da Caçandoca, assistiu a peregrinação da Folia do Divino, interagiu com a equipe do PSF e do CRAS, por exemplo, e ainda busca mais informações sobre a história e formação deste território. Com ele, na direção do colégio, trabalha a vice diretora Marisa de Castro Gaudino, 62, ceramista, pedagoga pós graduada, também formada em artes plásticas interessada no resgate cultural local. A expectativa da direção é construir uma família na localidade, que com a vice a idéia é “resgatar a importância que a escola tem no bairro, esclarecer que as decisões serão coletivas daqui pra frente e que a direção não manda sozinha”, comentam vice e diretor. Falta agora uma maior participação dos pais nos assuntos da escola.

“Rompendo o nível do mar, passando pelas montanhas até chegar aos pés da Mãe Aparecida” No último dia 21 de março (quarta-feira) um grupo de amigos resolveu empreender uma longa caminhada até a cidade de Aparecida do Norte fora do circuito tradicional. A idéia partiu de dois amigos, José Cesar e Ivan Barbosa, que haviam participado de outra caminhada no ano anterior a esta iniciativa. Esta é a terceira edição da caminhada, que começou tímida com seis pessoas caminhando, quatro no apoio e dois veículos. É intitulada “Do nível do mar cruzando as montanhas aos pés da Mãe”. Neste dia, após a missa de envio realizado às 18 horas pelo padre Daniel na Matriz Cristo Rei, Maranduba, trinta pessoas enfrentaram as fortes chuvas daquela noite em direção ao Vale do Paraíba. Quando chegaram ao caminho do Monte Valério para pegar a rodovia Oswaldo Cruz passaram com água pelos joelhos. Firmes e fortes na caminhada os participantes enfrentaram o tempo com muita tranquilidade, embora, no trecho até o Núcleo Santa Virgínia, alguns foram atendidos provisoriamente pelo carro de apoio. Cesar conta que no caminho, já no trecho final do planalto, um senhor, com sua moto, seguiu o grupo oferecendo café e suco, ninguém ficou sem o atendimento do morador. O objetivo deste grupo é participar da celebração do Domingo de Ramos na Basílica Nacional. Lá chegaram no dia 24, um sábado à tarde. Após descansarem voltaram para a celebração do domingo por volta das 10 horas. Foram vinte e dois romeiros da equipe

Na partida, foto oficial com a presença do Padre Daniel

No caminho um morador preparou suco para matar a sede dos peregrinos. Todos agradeceram.

Satisfação do dever e objetivo alcançado. Valeu a pena.

que participaram do altar nesta celebração. Contam os organizadores que foi farta a solidariedade dos moradores, apoiadores e até de desconhecidos durante o trajeto. A acolhida, por onde paravam, também recebeu

nota máxima do grupo. O evento conta com ajuda de amigos, simpatizantes e comerciantes locais. Tem apoio total do padre Daniel que fez questão de realizar a missa de envio das duas últimas edições desta caminhada.


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Folia do Divino Espírito Santo em peregrinação

“Quero café com farinha de milho!!! Quero com pão! Quero com pão!” Era, no imaginário local, a letra inventada para ilustrar um som natural associado a rabeca e a batida do tambor da Folia que vinha ao longe. Era uma forma melodiosa de se reproduzir, de forma cantada, o que se ouvia do som dos principais instrumentos da folia. Pronto! A folia estava chegando, estava então armada a festa! Toda comunidade parava para saudar o Divino Espírito Santo. Não era por algo externo a comunidade, como uma curiosidade, tentativa de entender o que estava se passando, mas sim sobre algo interno, intimo de cada cidadão, algo que os ligava a divindade, a fé, a espiritualidade, ao respeito a vida e ao meio ambiente, aos ofícios comuns, a vida em comunidade.

Alguns especialistas dizem que a Folia era o jornal da época, pois era uma equipe de pessoas que vinham de outros lugares e depois partiam levando as boas novas. Havia lugares onde comunidades inteiras ajudavam no pouso e na alimentação dos foliões. Eram épocas de fartura de solidariedade, de respeito, de fé. As comadres limpavam as caças e a criação, os homens na lida com farinha de mandioca, “consertando peixe”, lascando lenha para a fogueira, limpeza do quintal entre as varias atividades. A noite, por exemplo, não havia lanterna, no máximo alguém com um “faxilaite” (flashlight - lanterna) alimentado com a pilha do gato, ambos comprados em “Santo” (cidade de Santos) para iluminar o caminho. Mas havia os “fifós” acesos até a casa escolhida para atender o evento.

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Na região sul vai de abril a setembro

Com peregrinação prevista entre abril a setembro deste ano, a equipe da FUNDART da Folia do Divino Espírito Santo tem “arrancado” emoções e boas recordações do auge da cultura nacional em terras caiçaras por onde passam. Com as visitas realizadas aos finais de semana, por aqui iniciadas no último dia sete na Caçandoca, as imagens, sons e vídeos correram as redes sociais e foram bastante apreciadas pela população. A equipe composta por Mario Ricardo de Oliveira – Mario Gato, Laureana Lucia de Oliveira Santos – Laura, Manoel Moisés- Néco, Pedro Victor dos Santos Armindo Barbosa dos Santos – Tié, Benedito dos Santos – Dito, visitaram até o encerramento desta edição por volta de 60 residências. Mesmo em dias chuvosos a equipe cumpriu seu objetivo – divulgar uma cultura - que quase foi extinta em terras Tupinambás.

A peregrinação alcançou os bairros da Caçandoca, Sertão da Quina, Sertão do Ingá, Maranduba e no próximo mês fará sua caminhada na Praia Grande do Bonete. Na região norte passou também pelo bairro da Almada. Para quem não acompanhou a peregrinação, basta atentar-se ao calendário e acompanhar a Folia. Origem Diz a lenda que a origem é portuguesa, que, segundo o professor Agostinho da Silva, há referencias históricas que data de 1.321, inicialmente instruída pelo convento franciscano de Alenquer, sob a proteção da Rainha Santa Izabel de Portugal e Aragão. A dita rainha fez uma promessa ao Divino de que se o rei D. Dinis fizesse as pazes com seu filho legítimo D. Afonso, que estava em briga com outro filho – bastardo Afonso Sanches por conta da herança do trono, ela iria levar

Divino Espírito Santo peregrinar o mundo com uma cópia da coroa e uma pomba no alto da coroa, que é o símbolo do Divino Espírito Santo, arrecadando donativos em benefício da população pobre. A interferência da rainha e intervenção do Divino evitou um conflito armado, denominado a Peleja de Alvalade e a peregrinação então se deu, inicialmente, em todos os territórios comandados pela coroa portuguesa e, vencendo todas as resistências culturais e religiosas vieram parar aqui nesta região neste século. Para se ter uma idéia do prestígio da Festa do Divino no século 19, o folclorista Câmara Cascudo lembra que o título de “imperador do Brasil” foi escolhido em 1822, pelo ministro José Bonifácio, porque o povo estava mais habituado com o título de imperador (do Divino) do que com o nome de rei. Fonte: Uol educação

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Campanha de vacinação contra a febre amarela continua em Ubatuba Meta é chegar a 95% de cobertura; confira novos horários de vacinação

COMUNICAÇÃO PMU A Vigilância em Saúde da Prefeitura de Ubatuba informa que a vacinação fracionada contra a febre amarela continua nas 28 unidades de saúde da cidade, mesmo a campanha nacional tendo sido encerrada, conforme anúncio feito na semana passada pelo Ministério da Saúde. Porém, as unidades em Ubatuba passam agora a oferecer a vacina apenas em um dia da semana. “Não é necessário agendamento prévio”, explica Patricia Machado Sanches, supervisora da Vigilância em Saúde. “Basta comparecer à unidade no horário da oferta da vacina e ser imunizado”, acrescenta. A concentração em poucos dias da semana tem o objetivo de evitar o desperdício de doses já que, após aberto o frasco, elas devem ser utili-

zadas em até seis horas. A vacinação continuará até que seja atingida a meta de 95% da população de Ubatuba. “Não há previsão de acabar. Continuaremos a vacinação nas unidades e nas escolas e também em eventos onde houver muito público”, informa Patricia. Somente no concerto da Bachiana Filarmônica SESI-SP, regida pelo maestro João Carlos Martins, realizado na sexta-feira, 16, foram vacinadas 53 pessoas. Até o sábado, 17, um total de 30.965 doses foram aplicadas, correspondendo a 41% da cobertura vacinal. Confira na página da Prefeitura de Ubatuba os horários atualizados da oferta da vacinação contra a febre amarela nos postos e também nas escolas da rede municipal, estadual e privada.


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Aves da nossa Mata Atlântica – Trovoada Foto: Antonio de Oliveira ”Tio” /PROMATA

Seu nome científico Drymophila rubricollis significa do (grego) drumos = floresta, madeira; e philos = aquele que gosta, afeiçoado a; e do (latim) rubri = avermelhado, vermelho; e collis = pescoço, garganta. (Ave) com garganta vermelha que gosta de floresta. Embora com apenas 13 centímetros esta ave possui uma beleza ímpar, além de seu canto se destacar dentre as aves de pequeno porte sua tonalidade ferruginosa o camufla por onde passa. Vive em brenhas fechadas em taquarais, cipós e clareiras na Mata Atlântica litorânea e de altitude. Quando encontradas geralmente estão acima de 900 metros chegando até a 2.200

metros de altitude. Possui uma cauda longa em tons cinzentos e pode ser observado em casais locomovendo-se em galhos, geralmente saltando e pulando como se estivesse brincando. A ciência pouco fala sobre esta ave e é mais comum localizar informações e gravação de seu canto com observadores de aves amadores ou profissionais. A comunidade no entorno das florestas tem papel importante na proteção desta espécie, porque se a proteger estará protegendo outras espécies que tem ligação direta com o Trovoada. Esta ave é endêmica do Brasil, isto é só pode ser encontrada em nossas florestas. Devido a seu canto ela também é po-

pularmente conhecida como “Pituí”, “Dituí”, também como formigueiro-trovoada ou simplesmente trovoada. Embora esteja considerada não ameaçada de extinção, que embora esta espécie tenha um grande alcance de ocorrência no território nacional e considerada fora dos limites de vulnerabilidade é considerada preocupante no quesito decrescente de seu habitat. Isto é seu espaço está sob fragmentação severa, isto inclui o espaço de outras espécies que vivem juntos com o Trovoada. Então basta saber que mesmo a menor das aves tem papel importantíssimo no equilíbrio do meio natural, até mesmo um Pituí.

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A vitória naufragada em lágrimas. A vida gerou a libertação!

Vicente Malta Pagliuso A vida nos conduz em nossa caminhada. Neste movimento contínuo vivemos as paisagens e circunstâncias se alternando. Em um momento desta caminhada conheci a irmãzinha de fé, sempre auxiliadora e cheia de espírito humanitário. Muitas vezes há vi dando testemunho de que estava forte diante de um mal que começara a lhe perseguir. A vida me conduziu para outras paradas e a perdi de vista. Muito tempo se passou e um determinado dia alguém me trouxe notícias dela. O mesmo espírito, mas o corpo já não queria mais continuar nesta caminhada. Humilde, com dificuldades financeiras, já dependente dos amigos, conservava consigo apenas a lucidez. Ela estava em fase terminal e não suportava o consumo de medicamentos e insumos necessários. O município recusou-se a contribuir com tais insumos. Fiquei muito triste com a minha irmãzinha de fé despedindo-se da vida naquelas condições, oprimindo-me a total falta de escopo social na coisa pública. Tentei resolver administrativamente, mas foi inútil. Sem alternativa, mergulhamos novamente na judicialização da Saúde. As “fraudas” eram de extrema importância para a irmãzinha. Não só uma questão higiênica, de saúde; mas de dignidade também. Mas às vezes a vida tem os seus próprios sentidos que não compreendemos. Um problema de distribuição na Justiça acabou retardando muito a apreciação do solicitado e que era profundamente justo.

Ontem recebi a publicação da decisão. Perfeita e atendeu de maneira plena as necessidades da irmãzinha. Entretanto ela já tinha partido e hoje vive em outras moradas. Que ela descanse eternamente em paz, na mais perfeita harmonia com o universo e seu criador. Mas eu acredito que muitas outras famílias devem estar vivendo esta realidade. Então resolvi transcrever a decisão, neste espaço, para, quem sabe, alguém possa encontrar um caminho para a solução de um problema familiar. Conhecendo esta possibilidade e encontrando dificuldades na contratação de um profissional, acredito que se a pessoa interessada se dirigir ao Ministério Público local, também vai conseguir obter êxito na solução do problema. Um feliz Sábado a todos! “UBATUBA Juizado Especial Cível - Processo ..........- Procedimento do Juizado Especial Cível - Fornecimento de Medicamentos - XXXXX. - P.M.U. - VISTOS. A medida liminar, porquanto presentes os requisitos legais, comporta deferimento. Os documentos carreados demonstram, de forma suficiente, a existência da patologia afirmada (fls. 23), bem como a necessidade de uso contínuo de fraldas geriátricas. A recusa no fornecimento dos insumos necessários, ou mesmo de internação hospitalar, mormente diante da gravidade do estado de saúde em que se encontra a requerente, contraria o ordenamento jurídico. A vida (art. 5º, caput, CF) e a saúde (art. 6º, caput, CF) enquadram-se dentre os direitos fundamentais expressos e assegurados

na Constituição Federal. Por conseqüência, como corolário lógico, o fornecimento de medicamentos e demais serviços de saúde, e inclusive diante de expresso comando legal (art. 196, CF), constituem incumbência do Estado, em todas as suas esferas, o qual deve propiciar atendimento integral (art. 198, II, CF), de forma a velar pelos direitos mais salutares ao ser humano. Nesse diapasão, inclusive, é o disposto na Lei nº 8.080/90: “Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): I a execução de ações: (...) d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;”. Nesse sentido, é a jurisprudência do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO:REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO MANDADO DE SEGURANÇA CONSTITUCIONAL - DIABETES MELLITUS - DIREITO À SAÚDE - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS E INSUMOS - GARANTIA DE RESPEITO AO DIREITO FUNDAMENTAL À VIDA. PERTINÊNCIA SUBJETIVA ATIVA DA UNIÃO, DO ESTADO OU DO MUNICÍPIO. 1. O art. 196 da Constituição Federal é norma de eficácia imediata, independendo de qualquer normatização infraconstitucional para legitimar o respeito ao direito subjetivo material à saúde, nele compreendido o fornecimento de medicamentos ou insumos. 2. A pretensão ao fornecimento de remédio ou de insumos, bem como à realização de determinado exame necessários ao tratamento da saúde pode ser dirigida à União, ao Estado ou Município, porque a indisponibilidade do direito à

saúde já foi reconhecida pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça (REsp 662.033/RS). 3. Prevalece nesta Câmara o entendimento de que a negativa ao fornecimento de medicamentos fere o direito subjetivo material à saúde, direito individual do direito fundamental à vida. RECURSOS DESPROVIDOS. (TJSP, 3ª Câmara de Direito Público, Apelação 103247508.2015.8.26.0053, Rel. Des. Amorim Cantuária, data do julgamento: 12/04/2016; data de registro: 14/04/2016) Ademais, “... sabido que por muitas vezes os pedidos de medicamentos são feitos verbalmente à administração e também verbais as respostas, o que dificulta bastante a comprovação da recusa, não se podendo exigir tivesse a impetrante, após negativas, realizado pedido escrito tão somente para o fim de constituir prova, ficando no aguardo do desenlace burocrático, tendo em vista o caráter emergencial que envolve a necessidade de medicamento. De qualquer forma, a própria contrariedade trazida pela apelante demonstra o seu desinteresse no fornecimento dos medicamentos” (TJSP, Ap. 555.845-5/7-00, 2ª Câm. de Direito Público, Rel. Des. Nelson Calandra, v.u., j. 27.11.2007). Com tais fundamentos, DEFIRO o pedido liminar, e, assim, DETERMINO ao requerido o fornecimento do insumo necessário, qual seja, fralda geriátrica, na quantidade requerida na inicial, de 15 fraldas por dia, a ser fornecido dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados da intimação, sob pena de multa, em caso de descumprimento, no

valor de R$ 1.000,00 (mil reais) por cada mês que deixar de ser entregue o insumo, bem como proceder à internação hospitalar sempre que necessário, em conformidade com a necessidade da paciente, sob pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por cada negativa de internação. Intime-se o requerido, com urgência, por meio de Oficial de Justiça, para cumprimento da medida liminar. Em que pese o rito definido da Lei dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, inexiste, ao menos por ora, possibilidade de conciliação, ante a ausência de Lei que permita a transação em juízo. Assim, com vistas a não praticar atos desprovidos de utilidade, cite-se e intime-se o requerido, na pessoa de seu representante legal ou procurador, para que apresente defesa, em querendo, no prazo de trinta dias. Oportunamente, se o caso, será designada audiência de instrução e julgamento. Consigne-se, por oportuno, que o feito tramita sob o regime dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, tendo esta unidade judiciária sido designada para processamento e julgamento de tais feitos, nos moldes do Provimento nº 1.768/2010, do CSM.”

Vicente Malta Pagliuso é advogado atuante em Ubatuba


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Jovens do Quilombo Caçandoca em Ubatuba lançam curta metragem Patrícia Rosseto Jornal do Litoral No último 5, os jovens representantes de Caçandoca lançaram em redes sociais o curta “Grafê”, onde contam sobre a beleza e cultura mista deste quilombola e a caiçara. Pelas mãos, mentes, corações e equipamentos, além de muita dedicação e pesquisa, Junior Machado, Tharsio Jb e Ramon Soares criam uma das mais belas imagens da cultura e beleza quilombola, um Curta especial sobre o Quilombo Caçandoca, em Ubatuba, o Curta Metragem Grafê. “É uma produção inédita, vindo de berços quilombolas, onde três primos decidem se juntar em prol da fotografia, para escrever seus próprios traços com luz, dando vida à grande idéia do “Grafê” (desenhar com luz & contraste) Um curta metragem, qual irá demonstrar outras faces do aclamado Quilombo da Caçandoca!”, explicam os jovens quilombolas. Como não foi possível reunir os três primos, a reportagem do Jornal do Litoral conversou com Júnior, o Decco, que é formado em fotografia e artes visuais, ganhador de alguns importantes prêmios na área e os outros dois primos estudantes de jornalismo, que de coração aberto disseram que Decco poderia falar sobre o Curta para o JDL. Segundo relatou Junior, o primo Ramon, dá aulas de surfe para a comunidade, já Tharsio está envolvido em música, com destaque para o Rap, atuando no Quilombo também. Junior trabalha com artes visuais e fotografia. “Todos nós temos projetos pessoais. Por sermos jovens, somos parte da referência da comunidade, depois de nós, têm as

crianças”, explica. Ele acrescenta que por terem ao longo do tempo, assistido o fazer de outros conteúdos na comunidade e, que geralmente, são produções que envolvem luta, guerra e questões sociais pelas quais a comunidade enfrentou e enfrenta, são sempre de impacto, de confronto. “Super valorizamos estes conteúdos, mas creio que tem sempre outro lado belo que envolve todas as comunidades, não só a Caçandoca. Conteúdo que não é muito visto, alguns não tem contato com esta riqueza pelo pouco tempo que ficam para produzir seus materiais. Já nós, crescemos na Caçandoca, queríamos produzir algo que contasse outro lado, mais bonito, sensível, poético”, conta. Para entender um pouco, a ideia, o projeto Grafê, é um termo da fotografia, que é a junção de desenhar com a luz e contraste. “A ideia surgiu, após duas ideias anteriores. O Curta, foi produzido na Comunidade Caçandoca, o interessante é que o projeto é

totalmente nosso, sustentável. Os equipamentos são nossos, as ideias são nossas. Nós nos envolvemos, não tem terceiros participando. Para a comunidade de Ubatuba acredito que seja uma mídia inédita. Não se tem isso, geralmente são coletivos de outras cidades, que falam sobre ou até mídias que produzem outros temas, não existe uma coisa interna. Esta ideia surgiu de um trabalhado da faculdade que meus primos realizaram, “Os olhos de quem vê”, ainda com visão interna da Comunidade Quilombola Caçandoca”, analisa Júnior. “Na sequência tive ideia de fazer um Grafê, que seria muito produtivo para nós, até mesmo para agregar uma nova visão para as pessoas que estão vendo de fora e também para senhores, os idosos, que já estão mais habituados com o contexto histórico mais pesado que existe, vivenciaram e é geralmente retratado. Queremos dar poder de enxergar a comunidade de uma percepção e perspectiva diferente. Acredito que será importante para eles,

relembrar, ver a vida de outra forma, como é bela a cultura e o lugar”, prevê ele. Os primos cresceram juntos, jogando bola, surfando, agora atuam com comunicação. “Temos ciclo familiar. As pessoas agem naturalmente na nossa presença, estão acostumados a nos ver captando imagens. Não precisou de autorizações, estas formalidades. Isso, tornou prático e fácil para nós”, conta. O objetivo do Grafê era para demonstrar quanto há de beleza e a diversidade dentro da Comunidade. “Outro ponto, importante, é lembrar que não somos Quilombo de Fuga, somos o primeiro Quilombo reconhecidos na área da Marinha do Brasil. Temos traços da cultura Quilombola e Caiçara do Norte. É um encontro, teremos pesca e a vertentes da cultura quilombola. Queremos demonstrar que além do nosso peso cultural, da luta, somos normais, que belezas e nuances da vida nos acompanham também”, analisa Junior. Não houve patrocínio, dinhei-

ro de nenhuma empresa. “O dinheiro foi nosso, os equipamentos nossos, um coletivo mesmo. Um prêmio de um concurso nacional de fotografia de um banco de imagens em 2017 me ajudou a conquistar equipamentos, como um drone, por exemplo”, explica ele. “Foram usados dois computadores, duas câmeras e um drone. É um trabalho nosso, não queríamos envolver ninguém”. O Curta de início seria algo em torno de oito minutos, porém, buscaram informações e descobriram que a maioria dos editais pedem Curtas de dez a 14 minutos; “Então vamos ficar neste termo de 12 minutos, para conseguir também concorrer aos editais entre outros”. Sobre os apontamentos negativos, a falta de reconhecimento da Comunidade Quilombola, inclusive, recentemente houve comentários negativos nas redes sociais. Os produtores afirmam sem melindres que o Curta é uma maneira de mostrar que existem. “Estamos criando, somos os mais jovens da comunidade e produzindo. Isto é incrível. Não reconhecer comunidades quilombolas é de certa forma analfabetismo da história do Brasil. Estamos aí, para ensinar e aprender também, levar ao pessoal que confronta estas questões de nossas vertentes culturais. Somos nova geração, saímos da comunidade, colemos o que é nosso e voltamos para ela, criamos frutos. Afinal de contas, nosso trampo, mesmo sem fomento sem nada, está vindo numa postura equivalente a um trabalho super profissional. Não tem dinheiro envolvido nisso, porém atende de uma forma técnica muito profissional”, finalizou ele.


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Maio 2018

Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha “Parte 40”

Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história. Ezequiel dos Santos “Diário da Noite”, com os repórteres Evaldo Dantas Ferreira e Alcides Leonel, enviados especiais a época noticiavam na 2ª edição do jornal de 22/06/1952. A reportagem agora aborda, ou especula, a história sinistras dos chefes da rebelião. A matéria diz que Francisco Ribeiro Faria Junior, o chefe dos presidiários revoltosos, é o típico elemento tarado, um dos facínoras mais perigosos que já caiu em poder da polícia paulista na época. No bar dos Vinte e Um Estados, à rua da Conceição na capital, ele matou dois soldados do Exército. Preso e condenado instigou os presos da Cadeia Pública de SP a planejarem uma fuga, com isso conseguiu evadir-se. Já em liberdade em Santos engraçou-se com uma amante, Maria Pagioli, com quem regressou a cidade grande. Não durou muito, pois o facínora a matou e jogou o cadáver num despenhadeiro do caminho da Serra do Mar, isto porque sendo perseguido pela polícia a mulher o atrapalhava na fuga e outras suas façanhas, contam os repórteres. Depois, no Largo de São Francisco, travou um tiroteio com agentes de policia da Delegacia de Roubos e refugiou-se em seguida em uma casa suspeita, onde foi detido depois de oferecer resistência a bala por mais de quatro horas. Recolhido novamente à cadeia promoveu novo motim, ateando fogo, com seus companheiros, aos colchões. Resistiram a ação policial durante toda a noite trocando tiros “trepados” nos telhados do presídio. Pelo andar da carruagem Fa-

ria Júnior foi considerado um dos elementos mais perigosos e inadaptáveis ao regime do presídio, foi, por isso, transferido para a Colônia de Correção da Ilha de Anchieta, assumindo, agora, o comando dos revoltosos. Pelos crimes de morte cometidos este foi sentenciado a 90 anos de prisão. Faria Junior estava entre os “cabeças” da rebelião e fuga da ilha. Para relembrar revolta dos presidiários da ilha Anchieta começou entre os cortadores de lenha, e que seus instigadores foram China Pau, João Pereira Lima e Faria Junior. Este último, no levantamento dos repórteres, é o que dirige as barbáries que os amotinados praticam enquanto fogem. Entre os amotinados Faria Junior desfila tranquilamente vestido com um uniforme de oficial da Força Pública. Age o “bando” como se estivesse comandando uma operação de guerra. O movimento visava o transporte de todos os detentos para o litoral, entretanto em virtude da falta de embarcação, apenas uma terça parte deles conseguiu escapar da ilha Anchieta. A batalha se estende entre Ubatuba e Parati. Na cidade fluminense, há relatos de saques de toda ordem. A população aterrorizada aguarda desfecho de bandidos e da força policial que se enfrentam em gargantas e morros ocupados. Os repórteres Calazans Fernandes e Ari Cespe Barbosa naquela manhã recolheram as ultimas informações ao Jornal Diário da Noite, no município de Parati, sobre a guerra sangrenta estabelecida entre rebeldes de Anchieta e tropas da policia

militar fluminense e fuzileiros navais. Parati está em pânico. As famílias amedrontadas, e os lavradores, reúnem-se de frente à sede da delegacia de policia local em busca de proteção. A informação chega a central do jornal de que bandidos possuíam metralhadoras e até bombas de gás lacrimogêneo, também que os cadáveres abatidos foram colocados dentro da capela onde o Vigário de Parati adoeceu de tanto trabalhar (?). O medo era que, segundo contagem da policia, alta capturar ainda faltava capturar bandidos que estavam armados, alguns com fuzis e metralhadoras. O cerco a estes fugitivos estava firme e organizado no campo inimigo, mas os evadidos eram bem espertos e rápidos o que colocava em pé de igualdade o combate.


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Livre

Coluna da Adelina Fernandes

No dia em que Deus criou as Mães

No dia em que Deus criou as mães, um anjo apareceu-lhe e disse: – Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto senhor? E o Senhor Deus respondeu-lhe: – Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos. O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe: – Seis pares de mãos Senhor? Parece impossível?! – Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus – e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter? O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe: – E tem isso no modelo pa-

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drão? O Senhor Deus assentiu: – Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: “Eu te compreendo e te amo!” – sem dizer uma palavra. E o anjo mais uma vez comenta: – Senhor… já é hora de dormir. Amanhã é outro dia. Mas o Senhor Deus explicou-lhe: – Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho… O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou admirado… – É muito delicada, Senhor!

Mas o Senhor Deus disse entusiasmado: – Mas é muito resistente! Você não imagina o que ela poderá fazer ou suportar! O anjo, analisando melhor a criação, observa: Mas espere Senhor… Espere…. – Há um vazamento ali, Senhor! – Não é um simples vazamento anjo, é uma lágrima! – E o que é uma lágrima Senhor! Ah… Esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos. – Vós… sois um gênio, Senhor! – Disse o anjo entusiasmado com a criação. Mas disse o Senhor: – As lágrimas, e são exclusivamente, para usá-las quando precisar. Ao derramá-las, a mulher verte em cada lágrima um pouquinho de amor. Essas gotas de amor desvanecem no ar e salvam a humanidade! Mas Anjo, Isso não fui eu que coloquei. Apareceu assim…

Liberdade do pensamento. Idéias vão ao vento. Constrói um complemento pra ter um caráter completo, porque coisas acontecem no dia, mas a rotina, nós nos permitimos mexer no que amamos ser. Um, dois, três, idéias livres, pensamentos livres, acordar cedo com vontade de novas coisas construir. Reciclar, reparar, resistir. O cheiro do mato dependendo das horas varia, canto de pássaros acompanham meu dia. Toco a terra com minhas mãos, sinto o sol na minha cara, esquenta o chão. Vizinhos passam por minha casa o cheiro desconhecido, cachorros latem. Sento pra tomar café os gatos buscam meu colo pra se esquentar de tanta preguiça. Hoje começa o dia livre. Livre pra amar, pra compartilhar, livre pra sentir, livre pra sonhar. Eu esfrego minhas mãos tempo todo, esquentando os dedos da sensação de fogo. Fogo é o que tenho, é poder entre minhas mãos, poder de criação. Quando escrevo me sinto livre. Livre como o vento. Simboliza o pensamento. Gaiolas com as portas abertas, liberdade. Canetas sem suas tampas, liberdade Lápis apontados, liberdade Janelas abertas dão a sensação de liberdade. Liberdade do pensamento Doar-se e dar. Isso é amar livre. Celeste Aguilera

ANUNCIE (12) 99714-5678 / 3849.5784



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