Jornal Maranduba News #12

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Maranduba, 01 de Agosto de 2010

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano I - Edição 12

Destaque:

IGC apresenta estudos para a criação do Distrito de Maranduba Notícias:

Araribá e Sertão da Quina recebem a IV Semana Missionária Jovens da região participam de programa nacional de TV Frediani recebe Agente Luz Para Todos na Maranduba Xiaulong garante vaga no brasileiro Turismo:

Praia do Bonete: misteriosa e agradável Destaque no caderno de turismo do Jornal Gazeta de 1957 Gente da Nossa História:

Maria Balio: a mulher que virou lenda Cultura:

Escola de caiçaras Comportamento:

Assassinato de mulheres: Caso Bruno é apenas mais um caso?


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Editorial

Cartas à Redação

Entramos em agosto e enfrentaremos mais uma época de baixa temporada, esperando que as coisas aconteçam. A minguada férias de julho pouco deixou para que os empresários possam aguentar até o verão, que como sempre, é a época de acumular gordura para enfrentar o resto do ano. Infelizmente essa gordura vem diminuindo a cada ano, e para muitos, nem chega a ser gordura, pois chegam no verão tão debilitados que o que entra, nem dá para repor as energias gastas ou devidas do ano anterior. Mal dá para sair do vermelho. Até quando viveremos nessa dieta sanfona? Depender da temporada para viver o resto do ano parece não ser uma dieta saudável. Muitos já “adoeceram” com essa dieta, outros, se não “morreram”, já se encontram em “fase terminal”. Até o canibalismo é praticado entre os “sobreviventes” que de tanto baixarem preços para continuar sobrevivendo, acabam por declinar a qualidade dos produtos e serviços. Com isso, o turismo de qualidade vai cada vez mais se esvaindo das nossas praias em busca de verdadeiros destinos turísticos de qualidade. Devemos rever nossa vocação para que nossas praias não se tornem um cemitério de cruzes de empresários falidos. Emilio Campi

Parabéns I Estou muito feliz pela atenção dispensada pela redação deste jornal, guerreiro, verdadeiro e imparcial. Parabéns aos Senhores Redatores do Jornal Maranduba News, brasileiros e patriotas na carne! João Batista P. Neto via e-mail Parabéns II Inicialmente parabéns por este belo jornal, adorei as matérias publicadas e a forma como foram expostas. Gostaria de receber, se possível, em minha casa para serem devidamente guardados. Dr Renato L. Paslar via e-mail Parabéns III Parabéns por mais essa obra prima e de primeiríssima necessidade para o nosso povo humilde, carente, necessitado de um órgão verdadeiro, que seja a expressão da verdade e tradutor das nossas palavras, das nossas necessidades, carências e, que acima de tudo; tenha a coragem e a dignidade de defender e lutar pela liberdade de expressão da sua cidade e do seu povo. Parabéns e conte comigo para continuar defendendo essa bandeira,”A BANDEIRA DA LIBERDADE E DO JORNALISMO VERDADEIRA E COM CREDIBILIDADE. Um abraço meu amigo. Lourival via e-mail

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Poste no meio da rua Novamente parabenizo a redação deste jornal, principal meio de comunicação da Maranduba. Mando esta mensagem para pedir a prefeitura que cuide das vias e para pedir para a Elektro a retirada de um poste que esta no meio da rua, em frente ao posto BR da Maranduba. Este poste atrapalha o trânsito devido estar bem na esquina da via marginal. Paulo Barbosa via e-mai l Lagoinha Gostaria de avisar a Comunidade do bairro Lagoinha, através deste precioso meio de comunicação da nossa região, que do dia 08 de Julho até 13 de agosto, não haverá atendimento na associação de bairro do SALAN ( Salão da Mia) e na Igreja Católica, devido férias de alguns funcionários do PSF Lagoinha. Entretanto, estaremos à disposição da comunidade no Posto Maranduba. Enfermeira Marcia e equipe Lagoinha

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IGC apresenta estudos para a criação do Distrito de Maranduba ASCOM RF Devido à enorme distancia dos bairros existentes nos extremos do município de Ubatuba, visando a busca de melhorias na infra-estrutura urbana, melhor atendimento à população da região sul do município para alavancar o desenvolvimento daquela região, o vereador Rogério Frediani – PSDB, solicitou ao Secretario de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo Francisco Vidal Luna (Ofício CMU RF n 226/09) que determinasse ao Instituto Geográfico e Cartográfico do Estado de São Paulo - IGC, a execução de estudos e levantamentos necessários à demarcação e delimitação de área com o objetivo de efetivar o Distrito da Região Sul do município. A solicitação atende a Lei Complementar nº 65, de 31 de julho de 1990, que trata sobre a criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios e a criação, organização e supressão de distritos. Depois de visitas e análises técnicas na região o IGC encaminhou todos os documentos referentes à solicitação. Nesses documentos constam o mapa cartográfico e o processo SEP 4.040/2009 sobre a delimitação da linha perimétrica do distrito. Já o Secretário-Geral Parlamentar da Assembléia Legislativo do Estado de São Paulo, Sérgio Souza Serpa, enviou a legislação específica sobre o tema e outros procedimentos necessários para a criação do distrito de Maranduba. O pedido de Frediani havia sido protocolado no governo do estado em novembro de 2009, só agora, finalizado os estudos de campo, foi entregue ao vereador. “Pretendemos dar continuidade aos tra-

balhos” comenta o vereador autor do pedido. Segundo o vereador a criação de distritos cria possibilidades à região Sul de receber mais investimentos por parte do Poder Público (municipal, estadual e federal) e também da iniciativa privada. “Existem cidades em que os distritos, muito menores, possuem agência de correios, casas lotéricas, agências bancárias, melhor estrutura ás

policias, cartório de registro civil, registro de imóveis e até de uma Subprefeitura, cujo prédio já temos e funciona a Regional Sul. Com a efetiva criação do Distrito, todos estas melhorias seriam mais facilmente implementadas e de forma mais rápida. Não é difícil, basta todos trabalharem juntos, mas temos que dar o primeiro passo”, finaliza Rogério.


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Araribá e Sertão da Quina recebem a IV Semana Missionária EZEQUIEL DOS SANTOS

Na última semana de julho (24-30), os bairros do Araribá e Sertão da Quina receberam a IV Semana Missionária do Litoral Norte. O evento que teve programação de sete dias envolveu missas, visitas às casas, atividades esportivas e encontro com as crianças. O trabalho com as crianças e jovens foi bem diferenciado, a catequese envolveu teatro, músicas, canto e esporte. O evento acontece simultaneamente em três pólos de missão: nos bairros do Araribá e Sertão da Quina, no Perequê-Açu em Ubatuba e na Paróquia São João Batista em Caraguatatuba. 15 seminaristas e os jovens das comunidades organizaram a programação.

O evento religioso é realizado todo mês de julho, sempre na última semana e encerra com uma confraternização. Os responsáveis pela Sema-

na Missionária são alunos do Seminário Beato José de Anchieta em Taubaté e tiveram a coordenação do seminarista Welder Inamorato Lopes de

Menezes, 28. “Todo dia tem uma atividade com a comunidade, principalmente com crianças e jovens. Aqui é diferente das outras comunidades, ela tem uma participação maior”, comenta Welder. O coordenador explica ainda que a preparação para Semana nas comunidades é realizada através de uma Pré-missão, que é um trabalho de motivação aos paroquianos das comunidades que colaborarão na recepção das missões. Depois é realizada uma Pós-missão, motivação para a continuidade das atividades realizadas nas missões. A Semana Missionária contou com cerca de 150 crianças e jovens, com a colaboração de 50 paroquianos e vários participantes. Na noite do dia

30 (sábado), a missa e a confraternização de encerramento foi marcada pela emoção da despedida, foi apresentado um vídeo dos trabalhos realizados durante a semana, lido a Ata dos Trabalhos. O morador Manoel Gaspar dos Santos, 75, emocionado, em nome da comunidade, parabenizou, agradeceu e desejou retorno dos seminaristas. A comunidade já se manifesta saudosa, onde no passado as missões foram muito importantes na formação religiosa e humana desta população. Vale lembrar que muito de nossa história é formada por documentos e principalmente fotos que foram tiradas por conta das atividades religiosas, missionárias e turísticas na região.

Jovens da região participam de programa nacional de TV Os jovens Lucas Antunes Oliveira, Sandra Vieira, Diego de Oliveira, Letícia de Amorim Santos, Fernanda Barbosa e Diego Alves do bairro do Sertão da Quina, participaram na manhã do último dia 20, do Programa Bem Vindo Romeiro da TV Aparecida. O programa apresentado pelo Padre Valdo, fez entrevistas com jovens do litoral norte na Catedral em Caraguatatuba. O tema da entrevista foi baseado em pesquisa realizada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) sobre “O Jovem e a Sexualidade”. Padre Alessandro, Vigário da Diocese também participou da entrevista. O bate-papo foi descontraído e bem didático. Os temas considerados tabus foram discutidos de uma forma espontânea e de livre consciência, tudo dentro de muita responsabilidade. Cada um expôs sua opinião so-

bre aborto, casamento, relação sexual, preconceito, namoro, casamento, conseqüências, responsabilidades, filhos, contradições da sociedade, sexo, amor. O assunto abrangeu diferentes aspectos e comportamentos. Foram debatidas experiências vividas entre os entrevistados sobre os temas. Para Padre Alessandro, a igreja pensa na educação e no processo educativo sobre a sexualidade dentro de um todo, para que sexo se transforme em amor e para que o casamento seja um ato livre, por espontânea vontade. “O caminho não são as soluções fáceis e rápidas para viver a vida”, diz o Pároco. Para os jovens, quem quer viver, precisa se relacionar, mas com respeito, o que não vem acontecendo. Atualmente os jovens ao falar de sexualidade associam a palavra apenas ao ato da relação sexual. “O jovem tem de se respeitar, curtir

com responsabilidade, amor e respeito, a juventude está no coração”, termina Diego Alves. A pesquisa também registrou questionamentos sobre estereótipos, tabus, preconceitos e a vontade de saber e construir relacionamentos mais ricos e afetuosos, atribuindo sentidos positivos para as relações e para a vida. Os estudos apontam que, para os jovens, se faz fundamental a religiosidade e a fé na construcão dos relaciomentos mais ricos. A fé ajuda ainda nos estudos, já que os dados apontam que o jovem que pratica alguma fé, possui maior concentracão e tem mais paciência para lidar com as adversidades cotidianas, consequentemente consegue notas mais altas e melhor ética na boa convivência das necessárias relações da cultura juvenil. Aponta ainda o desenvolvimento do jovem com maior clareza das suas habilidades pedagógicas.

O jovem Diogo Alves, do Sertão da Quina, discute com os demais sobre o tema “O Jovem e a Sexualidade” para o programa Bem Vindo Romeiro, da TV Aparecida


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Eu Amo Ubatuba Surf Challenge ROBSON ENES VIRGILIO

Com patrocínio da Frediani & Frediani Ltda, a Boraposurf, em conjunto com a AMMA Associação de Moradores e Amigos de Maranduba, empresários e surfistas da Região Sul do Município de Ubatuba, realizarão a segunda edição do Eu Amo Ubatuba Surf Challenge, na Praia do Sapê, no dia 07 de Agosto de 2010, contemplando as categorias Estreante Local, Junior e Open. O primeiro colocado de cada categoria receberá uma prancha, troféu e kit. Serão também premiados com troféus e kits os atletas classificados até o quarto lugar. As pranchas são especialmente produzidas e fornecidas pela SuperKort Surfboards. O evento terá ampla abrangência, incluindo atletas dos municípios do Litoral Norte, Vale do Paraíba, São Paulo e Interior. É de caráter socioesportivo e não tem fins lucrativos, portanto, todos os valores

arrecadados com patrocinadores e colaboradores serão convertidos em premiação e utilizados na sua realização. As inscrições custam R$10,00 para a categoria Estreante Local, R$20,00 para as demais e incluem a doação de 1Kg de alimento por atleta em cada categoria. O montante arrecadado será doado às famílias carentes da região. O objetivo principal é fomentar o esporte como forma

de inclusão social e, por isso, pudemos contar com a colaboração de todos os setores da sociedade. Acreditamos que aliando entendimento e parceria podemos melhorar nossa sociedade. As inscrições devem ser feitas antecipadamente na Super Kort Board Shop 12 3843 3077, Back Side Surf Shop 12 3849 5436, ou com Kiko 12 9719 2261 e Robson 11 9858 2435. Vagas Limitadas!

Orçamento Quilombola 2008/2010 e a maquiagem na titulação MARIO GABRIEL DO PRADO

A Nota Técnica nº 168 de julho último, que se refere aos estudos de Política Socioambiental e Indígena, realizado pelo Inesc, aponta na análise do desempenho financeiro do Orçamento Quilombola em 2008-2010 que em 2009 cerca de R$ 6,8 milhões deixaram de ser aplicados no reconhecimento, demarcação e titulação de “áreas remanescentes de quilombo”; e dos R$ 28,3 milhões autorizados para indenização aos ocupantes das terras demarcadas e tituladas, foram utilizados somente 6,52%. Isso ocorre apesar de haver mais de oitocentos processos administrativos abertos em 21 estados da federação. Depoimentos obtidos de técnicos desses órgãos nos levam a concluir que o governo está maquiando o processo de titulação. Estão sendo tituladas preferencialmente as comunidades situadas em “terras devolutas”, “terras pú-

blicas estaduais” e “terras sem grandes dificuldades de aquisição”. Além de deixar de fora a grande maioria da população quilombola, em alguns casos isso tem implicado em áreas tituladas com extensão insuficiente para a reprodução social das famílias e comunidades. O Orçamento Quilombola compreende os Programas com Ações do Governo Federal destinadas especificamente às comunidades e organizações quilombolas. Com esse critério o Inesc identificou no período 2008 a 2010 seis programas e um número de ações que variou entre vinte e sete ações em 2008 e vinte e duas em 2010. O Instituto de Estudos Socioeconômicos – Inesc é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, não partidária e com finalidade pública. Tem por missão: “Contribuir para o aprimoramento da democracia representativa e participativa visando à garantia

dos direitos humanos, mediante a articulação e o fortalecimento da sociedade civil para influenciar os espaços de governança nacional e internacional”. Criado em 1979, o Inesc atua, em todos os seus projetos, com duas principais linhas de ação: o fortalecimento da sociedade civil e a ampliação da participação social em espaços de deliberação de políticas públicas. Em todas as suas publicações e intervenções sociais utiliza o instrumental orçamentário como eixo fundante do fortalecimento e da promoção da cidadania. Para ampliar o impacto de suas propostas e ações. O Inesc atua em parceria com outras organizações e coletivos sociais, e se posiciona politicamente entre as organizações no campo democrático da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais – Abong, da qual atualmente integra a executiva nacional.

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Frediani recebe Agente Luz Para Todos na Maranduba

No último dia 27, o vereador Rogério Frediani - PSDB recebeu na Maranduba o Agente Luz Para Todos, Shinji Yoshino e o engenheiro eletricista Francisco César Perez para discutir os projetos de inclusão social que o programa pretende implantar no município. A visita teve como pauta o andamento da do projeto de rede de energia elétrica, informações sobre o sistema fotovoltaico e sobre as propostas futuras de atividades a serem desenvolvidas pelo programa em parceria com a faculdade São Judas Tadeu. Shinji apresentou proposta de estudos a comunidade quilombola, que a principio vai atender a Fazenda da Caixa na região norte de Ubatuba e proposta de projeto de promoção de saúde e prevenção de doenças naquele quilombo. São projetos de fortalecimento de atividades econômicas nas comunidades atendidas pelo Luz Para Todos de forma a

promover o desenvolvimento social. “Não basta só atender com a energia elétrica, temos que prover estas comunidades com atividades que eles possam pagar a luz e se desenvolver”, comenta Yoshino. Para o vereador trata-se de um projeto de grande porte para a região norte, já que vem sendo desenvolvida diretamente dentro de suas aptidões naturais e culturais. Foi entregue ao vereador documentos e plantas de estudos projetuais sobre a proposta de projetos a serem implantados em Ubatuba. Frediani se colocou a disposição e disse que vai buscar colaborar nas propostas, já que segundo ele, vai realmente beneficiar as comunidades. “Um projeto deste tamanho, se fosse da minha competência, eu determinaria material humano e estrutura para colaborar no rápido andamento dos processos, estas pessoas seriam convidados oficiais do município”, termina Rogério.


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Chove chuva, chove sem parar! CAMILO DE LELLIS SANTOS

Se o mundo se preocupa com a futura falta de água em nosso planeta. Nós, ubatubenses, não podemos reclamar, pois esse elemento da natureza está em abundância em nossa terra. Alguns gostam, entretanto a maioria se incomoda por ter de ouvir sempre o jargão “ubachuva”. Mas será que sabemos explicar aos conterrâneos e turistas a razão de tanta chuva? Em entrevista, a adorável e atenciosa doutora Luci Hidalgo Nunes, coordenadora do Laboratório de Estudos Climáticos do Instituto de Geociências e professora da UNICAMP, especialista em mudanças climáticas, eventos atmosféricos extremos e desastres naturais ocasionados por condições climáticas, nos apresentam informações sobre o clima de nossa cidade. Para quem pensa que Ubatuba é a cidade mais chuvosa do litoral paulista está enganado. A primeirona é a cidade de Bertioga, ou para os engraçadinhos “bertiágua”. Sua média anual de precipitação de chuva é de 4500 mm, enquanto que Ubatuba apresenta aproximadamente 2600 mm o que significa que a cada ano chove o suficiente para encher 26 caixas d’água de 1000 litros em cada metro quadrado de nosso município. Sem dúvida, nossa cidade está entre as 10 cidades mais chuvosas do país. A impressão de que chove tanto é devido às precipitações de chuva ser mais constantes ao longo do ano. Enquanto que em outras cidades 72 % das chuvas se concentra no período primavera-verão.

O fato de nossa cidade ter alta umidade e ser quente (o que significa ter constante energia) propicia o excesso de chuva. Mas devemos lembrar de um fator que contribui enormemente para esse clima, a Serra do Mar. Quem conhece o litoral paulista, observou que a cidade de Ubatuba está muito próxima da Serra do Mar, enquanto que cidades como Santos e São Vicente estão mais distantes. A Serra do

Mar é uma barreira, que favorece a grande quantidade de chuva por impedir a distribuição de umidade e frentes de chuva para o interior. Em São Luiz do Paraitinga que é nosso vizinho chove muito menos, pois está atrás da barreira. Entretanto para que chova não basta ter somente nuvens, é necessário à presença de núcleos de condensação (micropartículas, tais como pólen, microorganismos, sal marinho, etc). Imagine que com o calor do dia o vapor d’água vai se acumulando, o ar quente é mais leve e portanto sobe, o ar frio mais pesado desce. A Serra do Mar

impede que esse “sobe e desce do ar” se disperse para o interior, e a Mata Atlântica fornece pólen e microorganismos e o Oceano Atlântico o sal marinho. Essas micropartículas vão para o ar e as gotículas de água, que são levinhas e incapazes de cair, vão se juntando nessas partículas, até que quando várias gotículas se juntam nesses núcleos de condensação, ficam pesados e cai a chuvarada. Graças a isso é que possuímos a mais exuberante paisagem do litoral paulista. Nossa Mata tem sua biodiversidade tão importante por conta do clima. Aqui podemos observar por todos os cantos bromélias e orquídeas. Além disso, se não chovesse tanto para encher nossos reservatórios de água, a cidade viraria um caos incontrolável durante a temporada de verão, quando a população do município aumenta muito. Contudo, o excesso de chuva, tem ações negativas, pois favorece o escorregamento de encosta e facilita o surgimento de criadouros de mosquito da dengue. Resta lembrar que convivemos com a chuva e que ela permanecerá nas gerações futuras. Cabe a nós sabermos tirar proveito dela, enxergá-la como algo positivo que contribui para beleza de nosso paraíso, e impedir ações destruidoras do homem. Como diz a professora Luci, “A chuva é a deflagradora (dos fenômenos de escorregamento de encosta e do acúmulo de água), a culpa é do processo de ocupação.”. Camilo de Lellis Santos é biólogo

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“Preto não pode contá!” Conta à lenda de uma filha de um capitão chamado Manuel Fernandes Correia o qual era proprietário de uma fazenda na Praia Dura. Um dia sua filha Alice resolveu fazer um passeio e embrenhando-se na mata acabou perdendo-se. Como premio o pai de Alice prometeu ao escravo que a encontrasse, liberdade imediata. Pedro um escravo forte conseguiu encontrá-la após uma longa procura trazendo-a carregada de volta. Alice fora encontrada no alto do Corcovado. No dia seguinte o escravo foi açoitado por não poder trabalhar devido ao cansaço pelo esforço despendido na procura de Alice. Esta sabendo do acontecido pediu ao pai que cumprisse o prometido, ou seja, libertar o escravo que a encontrara. Pedro beijou a mão da moça e partiu sem destino, para os lados do Corcovado e lá instalou sua choça ao lado de uma cascata murmurante, próxima a escarpa misteriosa. Pedro vinha sempre a Ubatuba trocar canudos de Taquaruçu, cheios de grãos de ouro por fumo, cachaça, gêneros e etc. Esta noticia chegou também na fazenda do Capitão Correia, que, em uma noite acompanhado de um grupo armado foi a choça de Pedro, capturando seu ex-escravo levando-o para sua fazenda. Lá chegando, Pedro foi forçado a contar como e onde descobriu aquele fabuloso tesouro. O escravo suplicava para não forçá-lo a falar, pois não podia. Após novos sofrimentos, chico-

tadas, etc., Pedro resolveu falar: “Estava morando no Corcovado, numa choça perto da cascata, quando soube da morte de Alice. A note não conseguia dormir parecendo-lhe ouvir a voz cristalina da moça. Numa canção de amor. De repente a casa do casebre tremeu e escancarou-se, penetrando por ela um vulto de mulher! Era Alice! Ele a reconheceu. Como que agarrado por mãos invisíveis, não pode mover do lugar onde estava, mais ouviu perfeitamente a visão dizer: “Pedro tu foste um dia o meu salvador. Deite-te a liberdade, mas sei que tu sofres, neste exílio maldito, onde te arrojou a impiedade de meu pai. Não te assuste e ouve-me. Não muito longa daqui, nas entranhas destas montanhas, existe uma grande mina de ouro. Ela será tua, sob a única condição de nunca revelares a ninguém esse lugar cobiçado. Se isto tentares, a vingança do gênio protetor da mina cairá sobre a tua cabeça, ouviste? Cuidado, e segue os meus passos.” Negro maldito! Gritou o capitão - Não retardes a revelação! Onde está o tesouro? Sinhô... tá pra banda do... e o ruído do baque de um corpo encheu a sala da casa grande. Pedro caíra morto, fulminando, antes de revelar o sitio misterioso de tão cobiçado tesouro, que até jaz nas proximidades do Corcovado. Pedro bem dizia: “Preto num pode contá!”

Extraído do Livro “Ubatuba Lendas e Outras Estórias” de Washington de Oliveira, “Seo” Filinho


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Conversa entre apelidos: Mais comum do que se imagina AMILTON SOUZA

Certa vez, “Praxedes” com seu concunhado “Lalo” foram assistir a um jogo de futebol dentes-de-leite, que tinha como prêmio um fardo de “Mortadela” e uma bicicleta com “Catraca” e tudo. O time estava formado, desde o “Goleiro”, um ponta “Canhoto”, uma torcida “Poderosa”, tinha até o “Vanusa” pra cantar o Hino e todos queriam ganhar o “Caneco”, enfim, queriam fazer “Barba” e “Bigode”. Logo depois tinha o super clássico do time do Mercado contra o time do “Papa-léguas”, onde depois iriam fazer uma “Boquinha” com muito “Macarrão”, “Inhame”, bolo de “Fubá”, e pra criançada, balas “Juquinha”, uma verdadeira “Boca-larga”. Mas, o “Bruxa” estava por ali, e um “Piquitito” machucou sua tíbia, que de tão pequena, era uma “Tibinha”, deixando o “Lalo” furioso, então teve que chamar o “Talibã”, que antes de vir passou no “Shell”, abasteceu a ambulância, chamou o “Garapa” e veio com a “Lampinha” e o “Pisca-pisca” aceso. Devido à pressa, no meio do caminho quase atropelaram um “Cachorrinho”, que foi salvo graças ao tiro de uma “Espingarda” que assustou o cão, que quase perdeu os “Bagos”. Enquanto isso, em bom “Português”, o povo deitava o “Cabelo”, mas já estavam com o “Pescoço” doendo de tanta movimentação do jogo. Nesse instante, o “Encarregado” resolve chamar o “Tenente” pra tomar as rédeas do jogo, enquanto “Jango” ensinava sua técnica de aquecimento aos garotos. Carros passavam na rua e buzinavam: “Fon”, porque o jogo estava muito bom (até rimou). “Negão” ficou triste quando acabou a cerveja e pediu suco, mas “Lancha” bateu o “Martelo” dizendo: eu posso até fazer, mas com “Kijarra”? “Loro” respondeu: ah, “Kalé”, faz no caldeirão que se ficar bom eu danço o “Can-Can” e o “Tcha-Tcha” tcha. “Mané Preá” esbravejou: no caldeirão “Nhão!” E o povo re-

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trucou: qualquer lugar serve! E ele disse ainda mais furioso: não, “Nanzinho”, “Nhanhão!”. Apesar de ninguém querer pagar a conta, “Canfanhe” disse: eu “Kito”. Esse jogo foi, segundo o Pedro, “Belo”. Porém, esse foi o jogo de “Ida”, e depois de todos cumprimentarem o “Alemão”, ficaram só o “Pó” e resolveram ir até a “Vila do Sapo” fazer a carreata da vitória (apesar do jogo terminar empatado). Depois passaram pela “Varge”, “Rego-Roxo”, “Iraque”, “Grotam City”, “Inferninho” e “Morro Foge”, onde uma revoada de “Passarinho”, “Cachaca”, “Curruíra”, “Baitaca”, “Gavião”, “Pardal”, “Macuco” e “Os Patos” todos fazendo “Piu-Piu” alucinadamente por causa de um “Lobo”, que alguns diziam que era um “Lobão”, outros um “Lobisomem”, na verdade era um “Gato”, que de tão grande, assustou o ratinho, pois parecia um “Leão” ou “Pantera”, porque tinha “Cara-de-Onça”. Foi “Galo” atravessando a rua correndo atrás de “Lagartixa”, “Lagarto” entrando na casa do “Tatu”, tinha até um “Boi” e um “Burrão”. Tudo quanto é tipo de “Sapo” começou a coaxar, principalmente o “Nimbuia” e o “Perereco”. Não sobrou nem um “Mosquito” pra contar história. Resolveram todos eles que iriam pescar, e pegaram muito “Peixe-Gato”, “Camarão”, “Pampeco”, “Guaiá”, “Pindá”, e “Corondó” na praia da Lagoinha. Tanto peixe e frutos-do-mar não ca-”Beu” (coube em caiçarês) nos “Bicos” do “Pedro de Lara” e a história acabou porque estou com “Preguiça”. Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência, eu acho. Amilton Souza é caiçara, músico profissional, já tocou na “Lanchonete Styllus” e tem vários apelidos como qualquer um que mora na região. N.E.: As palavras entre “aspas” se referem a apelidos de moradores e lugares da região da Maranduba, Sertão da Quina e arredores.

Xiaulong garante vaga no brasileiro GLAUCIA CAVALCANTE O programa escola da família tem o prazer de proporcionar a comunidade momentos para a prática desta arte, com o voluntário Valdir Pereira “XIAULONG” que tem sua trajetória de 22 anos no bairro da Maranduba, período este de treino do Kung Fu SHAOLIN DO SUL representando a associação LONG TEH DE WU-SHU. Durante estes anos Xiaulong vem se aprimorando e incentivando alunos a conhecer e praticar, atualmente campeão Brasileiro na sua categoria participou na última semana em Campinas S.P do Campeonato Paulista de Kung Fu (Wu-Shu) conquistando assim 2 medalhas de bronze categorias sênior mãos livres e

eventos livres armas longas e outras. E medalha de ouro em armas curtas e médias, se classificando assim para o Campeonato Brasileiro que terá sua 1º etapa na cidade de São José dos Campos e a 2º

em Campinas, em setembro. Parabéns XIAULONG por ser um fiel seguidor da arte e por oferecer tanto carinho e empenho para com seus alunos e pelas pessoas que o cercam, certamente você é uma pessoa que faz a diferença em nossa comunidade. Conheça um pouco mais desta arte marcial na festa de aniversário de 7 anos do Programa Escola da Família no dia 29 de agosto de 2010 na praça de eventos de Ubatuba das 9:00 ás 15:00 horas, venha você e sua família participar de shows culturais, exposições de artesanatos, receber orientações sobre promoção e valorização da saúde, além de atividades esportivas , recreativas e sorteios de brindes.

O que é Kung-fu O termo “kung-fu” é aplicado as artes marciais Chinesas a séculos e significa “trabalho duro”. Essa descrição se encaixa nos rigores envolvidos no aprendizado e prática das Artes Marciais chinesas. De um estudante de Kung Fu se espera a prática diligente. Esta deve envolver fé, resistência, e muitas cansativas, e as vezes dolorosas horas de treinamento. Combinando isso a altos padrões de moral, caráter e disciplina mental, dão ao mesmo estudante um caminho muito árduo a seguir. Existem outros termos nas artes marciais chinesas: “ch’uan shu” (primeira arte), “wu shu” (arte marcial), e “kuo shu” (arte nacional). Porém, nenhum desses termos conseguiu ser tão popularizado e conhecido como o “kung-fu.” O Kung-fu não é simplesmente conhecido como uma forma saudável de exercícios físicos e sistema de defesa pessoal altamente eficientes mas, também mostra ser um benefício mental e espiritual ao praticante. O corpo de um indivíduo não pode agir sem a interferência da mente, e a mente deve ser orientada a acalmar o espírito. A prática do verdadeiro kung-fu exige que os ensinamentos influenciem no dia-a-dia (modo de vida integral), em cada as-

pecto da vida do praticante. O kung-fu une mente, espírito e corpo. Habilita ações harmoniosas entre os elementos da vida de um ser humano. A filosofia reside na importância entre a harmonia e a ordem natural das coisas. A filosofia talvez seja melhor simbolizada pelo antigo símbolo taoísta ‘yin e yang’. Nenhum lado do símbolo é maior em tamanho e muito menos em importância do que o outro. Os dois lados devem estar em perfeito equilíbrio ou o todo é afetado. Isto se reflete também no praticante de Kung Fu. Deve-se somente atingir o grau de ‘mestre’ no Kung Fu, quando todos os elementos da vida de uma pessoa estiverem em equilíbrio. A identidade do Kung Fu é complexa. Sua origem data de

aproximadamente 3500 anos, porém, alguns estudiosos afirmam que o Kung Fu data do séc. VI. Acima de 1000 Estilos são conhecidos e reconhecidos de onde mais de 300 são catalogados. Surgiram do Kung Fu, o Karatê, Tae Kwon Do, Esgrima, Aikidô e muitas outras. Estas novas formas de luta foram criadas a partir de uma vertente do Kung Fu ou de um determinado estilo ou técnica, de onde, buscou-se trabalhar, conservar e até mesmo adaptar características de um determinado conjunto de movimentos, estilos, ou até mesmo todo um conjunto de técnicas, formas de defesa ou ataque, dando origem a uma nova arte. O Jiu-Jitsu, por exemplo, se originou da técnica Shaolin C’hin Na. O Karatê, teve origem com mais ênfase, no estilo do Tigre. Esta arte requer de seu adepto um esforço extremo de disciplina no que se refere a comportamento físico e mental. Isto é apenas um item genérico de muitos outros em que se pode dissertar a respeito do Kung Fu que é muito mais do que uma luta. Para se tornar adepto, é importante que se entenda Tao, “o caminho”, e o Budsimo, a essência da filosofia e a vida dos que deram origem a estas artes.


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Praia do Bonete: misteriosa e agradável EZEQUIEL DOS SANTOS

Tendo como acesso o barco ou a trilha, a praia do Bonete é o que se pode dizer ainda de praia selvagem. Ladeada por montanhas em um braço de mata atlântica que toca o mar, o percurso revela surpresas e visões surpreendentes. A trilha reserva várias belezas. A caminhada de uma hora aproximadamente inicia-se ao lado esquerdo da praia da Lagoinha, passando pelas praias do Oeste, com areia monazítica; praia do Oeste ou Pérez e chegando-se à esperada praia do Bonete. Este roteiro reserva as particularidades da Mata Atlântica, porém com vistas também as belezas do Atlântico. Muitos se arriscam nas pedaladas pela trilha até o local, porém há que observar o movimento de pedestres durante os finais de semana, feriados e temporada. No caminho é possível degustar pratos típicos da localidade preparados com frutos do mar colhidos na fazenda marinha do local. A combinação de Mata Atlântica preservada com a exuberância do oceano nos rende visuais espetaculares e que em dias abertos tem a companhia de toda a Serra do Mar. No local existe apenas uma casa no canto direito e um ranchinho de pau-a-pique no canto esquerdo denuncia que ali o tempo parou há décadas. O local já possuiu roças e como é um lugar abrigado (protegido) foi palco de inúmeras historias de salvamento e pesca. O povo que lá viveu sobrevivia basicamente da agricultura, pesca e artesanato. De areias mais duras e firmes, nos períodos de maré baixa é possível praticar alguns esportes. Suas águas

cristalinas e transparentes nos convidam a um relaxante banho. Praia ideal para os primeiros mergulhos com mascara e snorkel. Debaixo dágua, o local reserva um paraíso, são pequenos seres que completam a beleza do lugar, seres que merecem todo nosso respeito. Peixes, crustáceos, tartarugas, aves, pequenos mamíferos e preguiças são fáceis de encontrar por lá, basta estar no período certo.

Tomar banho de mar em águas limpas e calmas, massageando-se em suas pequenas ondas, dão ao privilegiado, a sensação de liberdade e prazer que tanto o ser humano procura, ainda mais contemplando um visual incrível. Ideal para passar com a família, tem novidades, é selvagem e agrada a todos. O Bonete é assim, pequena no tamanho, mas grande nas possibilidades e no diverti-

mento. Só uma coisa ela não aceita, lixo. O lugar parece àquelas paisagens de filmes. Suas águas sempre límpidas é o refúgio de alguns famosos que se fazem anônimos. O local também é parada de mergulhadores de final de semana que desembarcam de escunas, banana-boats e lanchas particulares. Ela é igual a coração de mãe, cabe todos os gostos para todos os públicos. O visitante pode tirar

fotos de todo os jeitos e temas que lhe interessar: misteriosa, reservada, curiosa, surpreendente, selvagem, particular, histórica. Ela ainda nos reserva suas particularidades e seus encantos que merecem serem cuidados por todos. É o tipo da praia que nos remete a uma vivencia única, daquela que fica eternamente em nossas lembranças. Seguindo a trilha subimos ao topo do morro que dá acesso a Praia grande do Bonete, lá em cima podemos ter uma melhor dimensão da beleza deste lugar, principalmente da costeira, onde o azul turquesa interage com o negro das pedras que seguram a montanha debaixo do mar, esta imagem fascina! Difícil é não voltar. O local merece ser preservado, assim como foi deixado pelos antigos moradores, para isto é bom lembrar que o material que é levado precisa retornar. A mata não merece ser cortada, queimada e nem amassada. Ali vivem pequenos animais, que com os animais que moram nas pedras e no mar, nos dão este visual de rara beleza. É possível observar bromélias, pássaros, árvores frutíferas, sem contar a experiência do homem nativo que passa por nós pelo caminho e está pronto para ensinar ou palestrar histórias e estórias que seus tataravôs vivenciaram e que só eles podem contar. Ë a interatividade e real relação homem-natureza que foi passada de geração em geração. E por falar em geração mantenha o local como a encontrou e se por acaso encontrou suja, limpe-o como muitos fazem, pois temos a responsabilidade de deixar o local agradável as futuras gerações. Bom passeio.


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Jornal MARANDUBA News

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Destaque no caderno de turismo do Jornal Gazeta de SP de 1957 EZEQUIEL DOS SANTOS

Sob o título “Ruínas que Falam de uma Época: Riqueza e Desumanidade”, a região ganhou destaque em 23 de setembro de 1957 no caderno de turismo do jornal A Gazeta de São Paulo, matéria sabiamente escrita pela jovem jornalista Regina Helena de Paiva Neto que fala do patrimônio histórico, cultural e ambiental da Lagoinha dos anos 50. Com uma visão voltada à defesa do patrimônio material, imaterial e do desenvolvimento sustentável a jornalista até deu alternativas que, se hoje fosse aplicada, daria maior destaque a localidade, junto com uma supervalorização das propriedades. Sua visita se deu por conta das fortes chuvas que assolaram o litoral naquela época, já que sua intenção era descansar três dias no Repouso Califórnia na cidade de Caraguatatuba. Seu descanso foi de apenas alguns minutos, aqueles que não choviam. Insatisfeita por não conseguir desfrutar das belezas do litoral, procurou fazer amizades no repouso, foi quando, sabendo que era uma jornalista a convidaram para visitar um local, que além de bonito, nos remetiam a historia da formação do Brasil, comentou a jornalista. Aceito o convite, saíram em comitiva. Pela estrada de terra, enfrentaram uma chuva torrencial, ao chegar ao local se abrigaram numa casa a beira-mar, como a chuva não parava voltaram a Caraguatatuba. No dia seguinte, com o tempo ainda ruim e “ameaçado”, deixaram o carro na praia. A comitiva foi por uma pequena trilha até o local e lá se espantaram com a construção ao pé

da montanha, próximo ao rio que da o nome da praia: Era o Solar do velho engenho do Barão João Alves Silva Porto, uma das vinte fazendas de café que possuía. Depois de levantar os dados sobre a localidade, a jornalista publicou uma página inteira, atraindo assim vários curiosos e especuladores para a região. A matéria fala sobre os seguintes temas: Primeira indústria, Os escravos e a desumanidade do Barão, Mudança de dono e fim da escravidão, E um pouco de folclore, Etnologia, Tesouros enterrados, Comércio de negros na Praia da Lagoinha, Um pouco de historia da região. A mais importante da matéria foi sobre outro aspecto, o de preocupação com a sobrevivência financeira e cultural da localidade, onde a autora escreve sobre a possibilidade das ruínas transformarem-se em atrações turística, cujo tema foi: Um futuro museu. Sobre este aspecto, a jornalista teceu elogios sobre o que viu e preocupações com o futuro deste patrimônio, situação hoje conhecida por todos. Mal ela sabia que se trata das diretrizes do Turismo Rural, que valoriza não só a atividade, mas toda a cadeia de desenvolvimento sócio-sustentavel, aquele que se compromete a trabalhar todo o processo de desenvolvimento, valorizando a propriedade, defendendo o meio ambiente e protegendo os patrimônios. Na matéria autora relembra de uma visita que fez aos Estados Unidos em 1952, onde destaca o valor que os americanos dão aos seus patrimônios, referindo-se a qualquer “antiguidadezinha”, qualquer pequena obra na terra do Tio Sam.

Segundo ela, imaginem se os americanos tivessem um patrimônio como as Ruínas e a Praia da Lagoinha. Naquele ano, a jornalista foi visitar Epbrata, uma pequena cidade da Pensilvânia. Lá visitaram um pequeno convento, que foi transformado em um museu. Era só comprar um livreto que

tinha tudo sobre a casinha. A autora se refere a outros exemplos e reforça sua indignação sobre a falta de visão de futuro. “Enquanto isso se permite derrubar patrimônios, não damos a mínima para o litoral, cheia de preciosidades históricas, casarões coloniais e ruínas em meio à mata”, comentou a jornalista.

Ela termina a matéria toda empolgada imaginando que realmente alguém no futuro poderá transformar a fazenda, ou aos menos as ruínas em atração turística num pólo de desenvolvimento que valorizaria o patrimônio histórico e as propriedades em seu entorno. O tempo passou mais a preocupação continua. Todos querem uma melhor qualidade de vida e bem-estar, naquela época ninguém ouviu a jornalista. Hoje sabemos que o patrimônio histórico está desvalorizado, abandonado. Agora não sabemos sobre o futuro das propriedades, que se não adequarem às novas tendências ambientais e de responsabilidades sociais, até quando terão bom preço? Esperamos que por muitos anos.


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Halitose

Escola de caiçaras JOSÉ RONALDO DOS SANTOS

Eu, num dia desses, li no Maranduba News, uma matéria sobre a escola da Maranduba, nos idos tempos do governo de Getúlio Vargas ou da década de 1950. Está de parabéns quem registrou tal fato, publicando até mesmo fotos da época. Porém, com base nos causos que já ouvi, devo acrescentar algumas coisas a mais. A contribuição vem de ex-alunos daquele tempo, quando o professor Lauristano, um homem enérgico, muito bravo, talvez até um pouco descontrolado, marcou presença na vida simples dos caiçaras. Foi numa roda de jundu que eu ouvi o Chico Félix, o Gildo, o Otávio Conceição e outros que já não posso afirmar com tanta certeza. Devo acrescentar que quase todos os citados já morreram. Com esta narrativa presto-lhes uma homenagem pela contribuição ao ser caiçara que sou. O assunto faz parte de uma prosa no jundu; o ano era de 1965, quando os militares já tinham assumido o Brasil com toda a força. O assunto, depois do lance de gonguito na rede do João Zacarias, onde o pano da rede só ficou livre -e quase todo estragado!- depois de cinco horas de intenso trabalho, era sobre escola. Eles lembravam muitas coisas. Uma delas, ocorrida antes da abertura da estrada para Caraguatatuba (1952), tratava sobre a mudança da escola: da casa do Basílio do Prado, próximo do Chico Romão, no começo do morro do cemitério, foi transferida para a casa da Brandina, que ficava quase no meio da praia, no jundu da Maranduba. -”Lá tinha uma mangueira” - recordava um deles. -”Ainda tem!” - Os demais afirmavam. Dizia o Gildo: - “O dia da mudança foi em dia de maré baixa; tudo teve que ser carregado por nós. Num dia assim, assim como ainda é hoje, a

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THIAGO MASSAMI SOKABE

boca da barra fica rasa, se passava com água pela cintura”. - “É mesmo!” -Emendou o Otávio -”Aquelas carteiras de ferro eram pesadas, mas nós levamos todas! Até a talha de guardar água potável foi”. - “Agora tem duas escolas” -Disse o Chico. - “Não. A da tia Brandina foi desativada” - Informou o Gildo. E continuou: - “Acho que era demais também. Funcionava a escola masculina perto da praia e a escola mista no quintal da tia Balbina, perto do Andrelino. Para que tudo isso?”. Depois de eu me admirar disso (da existência de duas escolas ao mesmo tempo), o Gildo acrescentou: -”Em duas ocasiões os alunos das duas escolas se encontravam: no Dia da Pátria e no Dia da Bandeira. O professor comandava um desfile na praia. Tínhamos de marchar primeiro; depois podíamos brincar à vontade. Nesses dias especiais até coca-cola o professor dava “. Perguntei: - Já existia coca-cola? - “É claro que sim! Era uma garrafinha pequenininha! O barco trazia para vender no armazém do João Pimenta” Exclamou alguém.

Assim eu ia aprendendo: 1) Teve um tempo em que as meninas não estudavam; depois vieram as escolas mistas; 2) A escola era a sala da casa cedida por um morador, ou seja, não existia um prédio público para tal fim; 3) Educação Moral e Cívica já fazia parte do currículo escolar até mesmo nas condições escolares mais precárias; 4) As empresas multinacionais alcançavam lugares que até elas mesmas desconheciam; 5) As plantas eram referências importantes aos caiçaras. Por isso, todas as vezes que eu passo na estrada, outrora jundu da Maranduba, nunca deixo de olhar para a mangueira discreta que testemunhou tantas interesantes histórias. Lá está ela; parece dizer isso: - “Muitos dos que brincaram em meus galhos e desfrutaram de minha sombra já se foram. Eu ainda me conservo em relativo vigor”. Até acho que deveria constar uma placa naquele local. Termino este com uma sugestão de leitura: Ubatuba nos cantos das praias, de Kilza Setti. Boa leitura! José Ronaldo dos Santos

O qué é? A halitose, nome científico do mau-hálito, em que consiste nos odores desagradáveis oriundos da cavidade bucal ou por meio da respiração. Podendo ser de origem local, geral, sistêmica e/ ou emocional, ou seja, é um sinalizador de que algo não vai bem no organismo. Qual a causa? Dentre as causas gerais, destacam-se as de origem respiratória (exemplos: sinusite e amidalite), digestiva (exemplo: erupção gástrica, tumores e úlcera duodenal), metabólica (exemplo: diabetes, alterações hormonais) e emocional (estresse). Dentre as causas de origem local, podemos citar o acúmulo de placa bacteriana, a cárie e suas sequelas, alterações gengivais e periodontais, peças protéticas deterioradas ou mal adaptadas, alteração na composição e quantidade da saliva e principalmente a saburra lingual. A saburra é uma camada de restos alimentares, bactérias e células descamadas que se acumula sobre a língua dando-lhe um aspecto esbranquiçado. Aproximadamente 85% dos casos de halitose são de origem local, relacionados a alterações bucais. Por que a pessoa que tem halitose muitas vezes não sabe da sua condição? Isso ocorre porque o olfato, assim como a visão, é suscetível à grande adaptação. Na primeira exposição a um cheiro muito forte, a sensação pode ser muito intensa, mas dentro de alguns minutos, o odor quase não é mais sentido. Dessa forma, as pessoas são incapazes de avaliar sua própria halitose. Por que é comum as pessoas apresentarem mau hálito ao acordar? O mau hálito matinal é conhecido como halitose fisiológica. Ela ocorre porque durante o sono a produção de saliva cai para níveis mínimos, causando a putre-

fação de células descamadas da mucosa bucal que permanecem retidas na boca, causando odor desagradável. Soma-se a isso o longo período sem a ingestão de alimentos, diminuindo os níveis de glicose no sangue e deixando o hálito com odor cetônico. Outra forma de halitose fisiológica é o mau cheiro temporário causado por algum componente específico da dieta como álcool, cebola e alho. A halitose fisiológica é uma condição transitória, geralmente controlada com uma boa higiene bucal. O grande problema é a halitose patológica que é muito mais intensa e persistente. Como tratar a halitose patológica? O tratamento deve ser baseado na correta identificação da causa (ou causas) que determina a produção dos gases causadores do mau hálito e na sua eliminação ou atenuação. A higiene bucal também é fundamental para o sucesso do tratamento, com escovação, uso do fio dental e limpeza da língua após as refeições e antes de deitar, evitando o acúmulo de bactérias. Os enxágues bucais podem ser úteis para a limpeza de áreas de difícil acesso, como as amídalas linguais. Deve-se tomar cuidado com os enxágues que contêm alta concentração de álcool, pois podem agravar quadros de boca seca e ardor, e contendo clorexidina pois podem manchar os dentes e provocar alterações do paladar quando usados indiscriminadamente. Além dos enxágues bucais, das gomas de mascar sem açúcar e salivas artificiais podem ser úteis nos casos em que a pessoa apresentar produção deficiente de saliva. Uma forma simples de controlar o mau hálito é beber ao menos dois litros de água por dia e evitar o jejum prolongado. Por fim, ter mau hálito não é normal, portanto, em caso de suspeita procure um cirurgião-dentista. Um forte abraço. Dr. Thiago Massami Sokabe


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Jornal MARANDUBA News jornal@maranduba.com.br

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Aconteceu

Cantinho da Poesia Fêmea/Macho

Menino de rua

E assim naquela noite ela ficou, Encolhida no encosto do sofá. Ele, todo reticente não percebia, O calor voraz dos sons inaudíveis que...

Pai e mãe, já nem sei se um dia os tive. Na frígida noite debaixo desta ponte, Vejo pelos outros que não é assim que se vive. Mas tento ver esse problema defronte.

Seu corpo emitia. Naquele silêncio que ele, quase insano, Só percebia naquele encolhimento, Medo que por ele,achava, a fêmea sentia.

Talvez seja verdade que exista Deus! Mas, se existe, por que se esqueceu de mim? Por que não se preocupou com os problemas meus? Olhando ao redor, me sinto uma praga num jardim.

Aquela almofada rajada, Já desbotada... Escondia traiçoeira... A fêmea voraz dos sons inaudíveis.

Que vontade de um doce, uma bala, um chocolate! Tudo que eu como são do lixo algumas sobras. Lixo dos luxos de outros, mas nada que me mate. Na hipócrita sociedade, sou um ratinho entre cobras!

Ficaram assim por segundos... Na sala nem badalos havia. Queria a fêmea medrosa... Querente do macho, Afagos por entre as almofadas.

Imagino como deve ser bom no inverno um banho quente. E coisas normais para todos, para mim um sonho distante. Um lar, TV, uma pipoca, coisas que não me saem da mente. Ter com quem dividir um carinho mesmo por um instante!

O macho perdido no seu destrato, Olhos vazios da solidão de macho, Incestuoso de sua vontade, Virtuoso sem necessidades...

Sonho chorar com alguém os mesmos choros, E assim compartilhar minha tristeza. Sonho cantar com alguém os mesmos coros, Em conjunto, cantando da vida a beleza.

Fez-a levantar-se, deixar sons amoitados, Almofadas estragadas... Partiu assim... Sozinha, Como passarinho. Escondendo-se de seus sons e do macho...

Simples sonhos que talvez jamais se tornem realidade. Ainda assim, penso não estar vivendo em vão. Se o destino determinou que seja esta a minha verdade, Resta-me a alegria de ter no peito um sonhador coração! Manoel Del Valle Neto

Lourdes Moreira Foto: James Ricardo

Foto: Altair Gonçalves

A Administração Regional Sul fez a capina e limpeza da estrada da Folha Seca, na região da Praia Dura.

A falta de sinalização e proteção (guard-rail) vem ocasionando acidentes no Morro do Foge. Precisa alguém morrer para vir a solução?

Fofoca O jacaré apareceu!

VENDO INSTALAÇÃO de padaria marca Superfecta: masseira, cilindro, modeladora, forno, balcão seco, geladeira alto serviço, frizer, balança, registradora etc. Ótimo Preço! Troco por veículo. Tratar c/ João 3849-9181/97755063/9171-1838 ------------------------------------

Moradores da Maranduba estão encontrando escorpiões pelas ruas e quintais. Só na Rua 6 foram encontrandos 4 espécies.

Foi capturado pelo comandante Pedro Fofoca o jacaré da Salete, que havia desaparecido há vários meses. Depois de examinado pelo IBAMA, um exame de DNA comprovou a identidade do bichinho, que foi levado pelo Marques e entregue aos cuidados do Ari do Afundados Bar. O bichinho passa bem.


Página 12 Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS Na região norte de Ubatuba, na praia da Justa (ao lado da Praia do Ubatumirim) a menina Maria das Dores Balio Fava “estreava” para o mundo. Filha de Antonio Silva Balio e Estefania Balio, ela nasceu no dia nove de junho de 1914 e seu destino, ou melhor, o do município, teria boas surpresas. Cedo perdeu a mãe, ficando aos cuidados de um tio. Seu pai mudou-se para a cidade e aos 10 anos ela é matriculada no grupo escolar Dr. Esteves (única escola da época). Foi lá que ela completou o quarto ano de grupo, como chamavam naquela época. Já com o diploma na mão, lecionava para 1ª e 2ª séries, só que um outro professor é quem assinava o ponto, já que não tinha idade para receber o salário. Com toda a família, seu pai mudou em 1930, para a Maranduba. Moça bonita e “prendada” como era, enamorou-se e casou com Hilário do Prado em 1936, desta união, nasceram o Sebastião, a Cida, o Zezinho, a Ceci, o Toninho, o João, a Dita e a Terezinha. Carinhosamente chamada por Mariazinha ela, em 1937, costurou e confeccionou inúmeras roupas de cama para o Hotel Idalina Graça, que ficava ali na Praça Exaltação à Santa Cruz e que recebeu quase todas as autoridades na comemoração do III Centenário de Ubatuba. Em lembranças de suas falas, ela recordava-se dos detalhes daquele acontecimento. Após as comemorações, seu marido recebeu a nomeação de vigilante da Ilha Anchieta, onde morou com ele e tiveram sua segunda filha. Depois foi carcereiro. Passado esta experiência, mudou-se para o Sertão da Quina e seu esposo veio trabalhar com seu pai, João do Prado, no engenho de pinga (onde hoje é o posto de saúde Izabel Félix dos Santos). Neste período seu esposo faleceu. Com a situação difícil, não viu alternativa senão vender o engenho. Seu pai, vendo a luta de Maria, convidou-a para morar na cidade, mas ela não aceitou, pois tinha muitos filhos e na região poderia criá-los da forma que Deus permitia. Lavando roupas, fazendo doces e costurando ela ia sustentando os filhos à beira da praia, onde havia conseguido autorização da Capitania dos Portos para construir uma casa (ao lado do Cruzeiro). Na década de 50, com o inicio da construção da rodovia, aumentou o serviço de lavar roupas, já que o numero de trabalhadores havia aumentado. O telegrafo que tinha só duas

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Maria Balio: a mulher que virou lenda linhas, uma na Praia da Justa e outra na Maranduba, era o único meio de comunicação de Paraty a Santos. Maria Balio casou-se novamente, desta vez com Mario Fava e tiveram as filhas Julia e Otilia. Ela sempre foi o elo entre as necessidades dos moradores e os que tinham por obrigação atendê-los. Com a ajuda do poder público ou não, ela era quem resolvia as coisas. Era adepta dos mutirões, fortalecendo a estrutura local e a manutenção dos vínculos fraternais entre as pessoas. Muitos se recordam do mutirão para a reconstrução da igreja que havia sido derrubada por um comerciante. Seu envolvimento fez com que conhecesse muitas pessoas e foi numa destas andanças a colaboração de algum morador que conheceu. Virgínia Lefreve, que sabendo de suas habilidades convidou-a para lecionar na Caçandoca como professora leiga, era 1956. Ela participou do Programa de Educação Pró e Saúde de Virginia, que levava material às escolas como leite, material escolar e remédios. Era da época do leite em pedra, que tinha de bater, esquentar água e só depois servir às crianças. Aos amigos e parentes, ela dizia que no primeiro dia de aula chegou atrasada, pois o cavalo que a levava havia caído com ela de uma “pinguela”. De qualquer forma, chegou à sala de aula molhada e a pé. “Todos acham que é mentira minha principalmente por conta da data”, recordava. Os meios de transporte de Maria Balio foram: sandálias, canoa, cavalo e a bicicleta. O ponto de encontro da região era sua casa, todas as autoridades vinham a ela, que era um excelente cabo eleitoral. Por conta destas visitas, Maria Balio recebeu do ex-prefeito José Fernandes o convite para ela organizar uma escola no bairro do Sertão da Quina. Na realidade não foi construída, o prédio foi

o resultado do aproveitamento de uma antiga casa, que hoje é a escola que leva o nome de sua amiga Tereza dos Santos. Uma vez ela solicitou ao prefeito a troca do telhado da escola, já que estava em péssimas condições, ele (prefeito) dizia que não dava para atender. Inconformada com a decisão, Maria reuniu alguns moradores e pediu que eles tirassem todo o telhado e amontoassem ali próximo para depois levarem as suas casas. Então Maria foi à cidade e lá informou ao

prefeito que um vendaval havia destelhado a escola, e que, mais do que depressa teriam de trocar o telhado. O telhado foi tirado, a telha e as madeiras foram amontoadas. Detalhe: só esqueceram de levar do local. O prefeito em visita a escola, olhou aquela situação virou para ela e disse: “Que vento estranho! Ele amontoa as telhas e o madeiramento direitinho!”. A situação foi cômica e Maria contou que ela é quem tinha mandado tirar o telhado. O prefeito depois de rir muito, mandou construir um telhado novo. O local era cercado de roças e os documentos da época vinham até com o seu nome datilografado: INCRA de fulano de tal, “Aos cuidados de Dona Maria Balio”. Podia ser o lugar mais longe da

região, ela fazia questão de entregar. Ela ainda como professora ia à casa dos pais saber o que havia acontecido com o aluno que não compareceu a aula no dia anterior. O rio Maranduba, ou Água Branca vivia inundando a parte baixa do bairro, era comum, na hora de ir embora ela enfrentar enchentes com água pela cintura depois das aulas. Maria colaborava nas realizações das grandes festas e procissões dos bairros, ela foi retratada em muitas fotos. Em 1956, ela foi convidada pelo Dr. Alberto Santos para ser vereadora. Naquela época, vereador não recebia salário. Ela enfrentou injustamente um processo de cassação, que não teve êxito. Sua atuação política falava por si e com isto almejava sucesso em suas empreitadas. Suas ações fizeram que fosse eleita por 13 anos consecutivos, nos governos do Dr. Alberto Santos, Wilson Abirached e Ciccilio Matarazzo. Ela havia ganhado as eleições com uma votação expressiva na época, eleita com mais de 200 votos, isso na primeira disputa, onde se deslocavam para votar de canoa, a pé ou com os poucos cavalos. Pode-se dizer que ela tinha duas grandes paixões em sua vida: os filhos e a vida pública, que é traduzida como ajudar realmente aos outros. Muitos moradores são frutos dos ensinamentos e ações de Maria Balio. Ela é responsável por construções de escolas no Sertão da Quina, Tabatinga, Lagoinha e da Maranduba. Na Lagoinha travou uma briga com o prefeito, que não queria atendê-la. Insistente que era conseguiu que o prefeito mandasse o material para a construção da escola, que era na realidade um galpão aberto, escola esta que duraram três dias, o vento de “fora” soprou forte demais que entrou no galpão e ao subir arrancou o telhado. Mesmo assim, ela levou os alunos até a Fazenda Bom Descanso para

estudarem. A da Maranduba recebeu o nome de Virgínia Lefreve, que através de um deputado estadual conhecido, solicitou que fosse dado o nome de sua grande amiga e pessoa que havia oferecido a ela a oportunidade de ensinar na região. Ela trabalhou muitos anos na área da saúde, nesta área ela foi considerada a “Mãe da Pobreza”, ela ajudava muita gente, desde roupas até comida. “Quando faltava médico, dependendo da situação ela atendia os pacientes, quando o médico vinha, ela passava o ocorrido ao médico e este lhe dava os parabéns”, diz emocionado Sebastião Jesuíno de Oliveira, 73, que tratava Maria Balio como sua segunda mãe. Na época da catástrofe em Caraguatatuba ela ficou vários dias no bairro do Getuba sem vir para casa, sua missão era vacinar todos que iam e voltavam do trabalho de resgate e apoio as vítimas. Na saúde ela se aposentou. Sua casa sempre recebeu médicos, políticos, jornalistas e autoridades, foi até sede da casa paroquial. Muitos têm orgulho de tê-la conhecido, imaginem os filhos? No dia 23 de julho de 2003, ela teve uma grata surpresa. A Câmara Municipal de Ubatuba teve a honra de realizar uma Sessão Solene em sua homenagem. Lá compareceu família, amigos, ex-alunos, autoridades, conhecidos, ex-prefeito, imprensa. Feliz, no microfone ela desabafou: “Eu pensei que ia embora sem ser reconhecida”. Maria Balio faleceu no dia 13 de abril de 2005, sua partida causou comoção no município. Mais uma enciclopédia de nossa história havia partido, mesmo quem não a conhecia chorou lágrimas sinceras. Mulher guerreira, empreendedora, dotada de uma memória invejável, a frente de seu tempo, lutadora, de visão ampla e que virou referencia em Ubatuba de político, pessoa, mulher, filha, esposa e mãe. Para o ex-vereador e ex-presidente da Camara de Ubatuba, Eduardo de Souza Neto, ela é considerada a personalidade feminina mais importante do município. Seus esforços, deste os mais simples aos grandiosos lhe deram dignidade e muito respeito. Quem a conheceu se sente iluminado, privilegiado. Quem ouviu sua voz, tocou em sua mão, caminhou ao seu lado fala de uma personagem que não faz mais parte de nossa história, mas sim diz, em letras maiúsculas, que MARIA BALIO É A MULHER QUE VIROU LENDA em Ubatuba.


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Assassinato de mulheres no Brasil: Caso Bruno é apenas mais um caso? LOURDES MOREIRA

O mês de junho remete sempre às festas juninas onde se dança quadrilha e come-se guloseimas deliciosas! Pena de este ano ter sido marcado pela brutalidade do assassinato de Eliza Samudio. Uma jovem que, segundo a imprensa, queria fazer o teste de DNA para poder provar que o filho que tivera era de Bruno, goleiro do Flamengo; um dos times mais populares do Brasil. Assassinatos brutais são como chiclete grudado embaixo da carteira quando fomos jovens afoitos por esconder o crime por mascá-lo: ninguém o tira de lá se não o tirarmos. Durante estes longos anos, vários chicletes ficaram grudados em minha memória, mas os que mais grudaram e grudam são os envolvendo violência, principalmente a sofrida pela mulher cujo réu é o homem. Fato doloroso envolvendo Bruno e Eliza leva-me à lembrança do primeiro caso que me deixou claro que homens matam sim suas mulheres: o caso da família Proença. Era o ano de 1.970. O procurador de justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo assassinou, em Campinas, sua esposa Margot Proença Gallo. Foi absolvido em dois julgamentos. O caso, à época, veio a público meio que na surdina; as pessoas liam pouco os

jornais e televisão ainda era artigo de luxo para poucos. O tempo passou e muitos… muitos crimes contra a mulher foram cometidos. Abaixo me reporto a alguns que foram marcantes nestes anos: -Doca Street assassinou Ângela Diniz, no ano de 1.976, em Búzios e, julgado, foi condenado a 15 anos de prisão; - O cantor Lindomar Castilho assassinou Eliana de Grammont em 1.981, em São Paulo e foi condenado a 12 anos e 2 meses; - O ator Guilherme de Pádua assassinou a atriz Daniella Perez no final do ano de l.993 e ficou preso por apenas 7 anos; - O promotor de justiça Igor Ferreira da Silva assassinou Patrícia Aggio Longo em 1.998, em Atibaia. Foi condenado a 16 anos e 4 meses ficando foragido durante 8 anos; - O jornalista Pimenta Neves assassinou Sandra Gomide, no ano 2.000, em Ibiúna e permanece em liberdade mesmo após ser réu confesso; - No ano de 2.008 vimos estarrecidos a jovem Eloá de apenas 15 anos ser assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves. Neste ano de 2.010 Mércia Nakashima desapareceu engolida pelas águas de uma represa e o corpo de Eliza ainda não foi encontrado. Relaciono casos marcantes porque foram e, na maioria

deles, noticiados constantemente pela imprensa. Exploração que chega a desgastar os tímpanos de expectadores levando-os à exaustão. Mas, e os casos que não foram noticiados porque não dariam IBOPE? Seriam apenas mais um caso de violência contra a mulher e os meios de comunicação não teriam “lucro” com os mesmos? Seriam muitos… muitos casos e prejuízo certo. É importante que a imprensa noticie estes fatos conclamando os poderes constituídos para o grave e vergonhoso número de vítimas que temos tido diariamente e não apenas como se o caso fosse circo contínuo de detalhes nem sempre verossímeis. É primordial que sejam noticiadas pesquisas fidedignas como o estudo “Mapa da Violência no Brasil 2.010”, realizada pelo Instituto Zangari com base no banco de dados do SUS onde aponta que 10 mulheres são assassinadas por dia em nosso país. Nossas mulheres estão sendo mortas ou por seus companheiros ou por seriais killers que ficam na moita e às suas espreitas. Na maioria das vezes por homens próximos a elas e, principalmente, morando junto a elas. A Lei Maria da Penha aí está e deve ser cumprida na íntegra. Todo caso de violência contra a mulher deve ser in-

vestigado ato contínuo após um boletim de ocorrência. Não podemos mais protelar as investigações e as denúncias. Todo vizinho ou amigo deve denunciar mesmo que anonimamente casos de violência contra a mulher. Mulheres morrem após temerem denunciar seus companheiros, mas outras morreram e morrem após denunciá-los como Eliza Samudio que registrou boletim de ocorrência em outubro de 2.009 contra o goleiro Bruno e morreu em junho de 2.010. Tanto tempo depois! Sandra Gomide e Mércia Nakashima também haviam feito o registro antes da morte, para elas quase certeiro, mas não para os poderes responsáveis pela vida destas mulheres. Temos que tirar o chiclete da incompetência ao respeito e à dignidade das mulheres que correm risco de vida a cada minuto em qualquer canto de nosso país. Temos que reestruturar uma sociedade machista onde a rejeição, a independência feminina ou o não querer assumir filhos sejam motivo para assassinatos torpes que deixam filhos e famílias em completa orfandade. Que o caso Bruno não seja apenas mais um caso. É urgente… urgentíssimo!!! Lourdes Moreira é Profª da Rede Municipal e Estadual


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Jornal MARANDUBA News

01 Agosto 2010

Aprenda direito em 1 minuto, mano... Loja de Maridos

Vendedor Sacana

Você lê uma sentença no Diário da Justiça e fica completamente perdido? Acha a linguagem forense de outro planeta? ENTÃO, MANO, SEUS POBREMAS ACABARO: VAI AI UMA TRADUÇÃO DOS IMPORTANTE DIALETOS JURíDICO PARA A LíNGUA DOS MANO... 1- Princípio da iniciativa das partes - ‘faz a sua que eu faço a minha’ 2 - Princípio da fungibilidade - ‘só tem tu, vai tu mesmo’ (parte da doutrina e da jurisprudência entende como sendo ‘quem não tem cão caça com gato’). 3 - Sucumbência - ‘a casa caiu !!!’, ‘o tambor girou pro seu lado’ 4 - Legítima defesa - ‘tomou, levou’. 5 - Legítima defesa de terceiro - ‘deu no mano, leva na oreia’. 6 - Legítima defesa putativa - ‘foi mal’. 7 - Oposição - ‘sai batido que o barato é meu’. 8 - Nomeação à autoria - ‘vou cagoetar todo mundo’. 9 - Chamamento ao processo - ‘o maluco ali também deve’. 10 - Assistência - ‘então brother, é nóis.’ 11 - Direito de apelar em liberdade - ‘fui!’ (parte da doutrina entende como ‘só se for agora’). 12 - Princípio do contraditório - ‘agora é eu’. 13 - Revelia, preclusão, perempção, prescrição e decadência - ‘camarão que dorme a onda leva’. 14 - Honorários advocatícios - ‘cada um com seus pobremas’. 15 - Co-autoria, e litisconsórcio passivo - ‘passarinho que acompanha morcego dá de cara com muro’, 16 - Reconvenção - ‘tá louco, mermão. A culpa é sua’. 17 - Comoriência - ‘um pipoco pra dois’ ou ‘dois coelhos com uma paulada só’. 18 - Preparo - ‘então..., deixa uma merrequinha aí.’ 19 - Deserção - ‘deixa quieto’. 20 - Recurso adesivo - ‘vou no vácuo’. 21 - Sigilo profissional - ‘na miúda, só entre a gente’. 22 - Estelionato - ‘malandro é malandro, e mané é mané’.. 23 - Falso testemunho - ‘X nove...’. 24 - Reincidência - ‘porra mermão, de novo?’. 25 - Investigação de paternidade - ‘toma que o filho é teu’. 26 - Execução de alimentos - ‘quem não chora não mama’. 27 - Res nullius - ‘achado não é roubado’. 28 - De cujus - ‘presunto’. 29 - Despejo coercitivo - ‘sai batido’. 30 - Usucapião - ‘tá dominado, tá tudo dominado’.

Numa cidadezinha do interior, um vendedor precisa pousar lá e vai para o único hotel da cidade, mas que, infelizmente, não tem mais vaga. - Dá um jeito, por favor, eu preciso dormir, nem que seja uma cama apenas. O recepcionista responde: - Olha, tenho um quarto com duas camas, onde está hospedado um sujeito que me disse que gostaria de rachar as despesas com alguém. Mas tenho que avisá-lo, ele ronca até não mais poder. Tanto é que os vizinhos me telefonam se queixando de que não conseguem dormir. - Sem problema, fico com o quarto, preciso dormir! O recepcionista apresenta os hóspedes um ao outro e diz que o jantar está servido, para quem quiser. No dia seguinte, o vendedor desce ao restaurante para tomar café e, contrariando as expectativas, está bem disposto.. O recepcionista pergunta: - O senhor conseguiu dormir? - Sem problemas! - Mas os roncos não atrapalharam? - Nada! Ele não roncou nem por um minuto. - Como assim? - Bom, foi simples, o sujeito já estava dormindo quando entrei no quarto, então me aproximei da cama dele e beijei a bunda dele, dizendo: - ‘Boa noite, coisinha linda’. E o sujeito passou a noite toda sentado na cama me olhando, assustado com medo de dormir.

A luva e a calcinha Um jovem estudante, ao passar em uma loja em São Paulo resolveu comprar um belo par de luvas para enviar a sua jovem namorada, ainda virgem, de família tradicional mineira, a quem muito respeitava. Na pressa de embrulhar, a moça da loja cometeu um ‘pequeno’ engano, trocando as luvas por uma CALCINHA! O jovem, não notando a troca, enviou o presente via SEDEX junto com a seguinte carta: São Paulo, 23 de maio de 2009. Querida: Sabendo que dia 12 próximos é o Dia dos Namorados, resolvi te mandar este presentinho.. Embora eu saiba que você não costuma usar (pelo menos eu nunca te vi usando uma), acho que vai gostar da cor e do modelo, pois a moça da loja experimentou e, pelo que vi, ficou ótima. Apesar de um pouco larga na frente, ela disse que é melhor assim do que muito apertada, pois a mão entra com mais facilidade e os dedos podem se movimentar à vontade. Depois de usá-la, é bom virar do avesso e colocar um pouco de talco para evitar aquele odor desagradável. Espero que goste, pois vai cobrir aquilo que breve irei pedir ao teu pai, além de proteger o local em que colocarei aquilo que você tanto sonha.

Foi inaugurada em New York a The Husband Store, uma nova e incrível loja, onde as damas vão escolher um marido. Na entrada, as clientes recebem instruções de como a loja funciona: Você pode visitar a loja APENAS UMA VEZ! São seis andares e os atributos dos maridos à venda melhoram à medida que você sobe os andares. Mas há uma restrição: pode comprar o marido de sua escolha em um andar ou subir mais um. MAS NÃO PODE DESCER, a não ser para sair da loja, diretamente para a rua. Assim, uma dama foi até a loja para escolher um marido. No primeiro andar, um cartaz na porta: Andar 1 - Aqui todos os homens têm bons empregos. Não se contentando, subiu mais um andar... No segundo andar, o cartaz dizia: Andar 2 - Aqui os homens têm bons empregos e adoram crianças. No terceiro andar, o aviso dizia: Andar 3 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças são todos bonitões. “Uau!”, ela disse, mas foi tentada e subiu mais um andar. No andar seguinte, o aviso: Andar 4 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitos e adoram ajudar nos trabalhos domésticos. “Ai, meu Deus”, disse a mulher, mas continuou subindo. No andar seguinte, o aviso: Andar 5 - Aqui os homens têm ótimos empregos, adoram crianças, são bonitões, adoram ajudar nos trabalhos domésticos, e ainda são extremamente românticos. Ela insistiu, subiu até o 6º andar e encontrou o seguinte aviso: Andar 6 - Você é a visitante número 31.456.012 neste andar. Não existem homens à venda aqui. Este andar existe apenas para provar que as mulheres são impossíveis de agradar. Obrigado por visitar a Loja de Maridos.

Loja de Esposas Posteriormente, abriu uma loja do outro lado da rua, a Loja de Esposas, também com seis andares e idêntico regulamento para os compradores masculinos. No 1º andar, mulheres que adoram fazer sexo. No 2º andar, mulheres que adoram fazer sexo e são muito bonitas. Os andares 3, 4, 5 e 6 nunca foram visitados.

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Jornal MARANDUBA News

Túnel do Tempo

Coluna da Por Adelina Campi

Duas Histórias, Dois Destinos

“Julgamos a nós mesmos pelo que nós somos capazes de fazer, enquanto os outros nos julgam pelo que já fizemos...” 1ª História Certa vez um garoto entrou na sala de emergência de um hospital depois de ter sido atropelado. O motorista que o socorreu, ao ser interpelado para efetuar o depósito necessário ao atendimento, informou que não possuía, naquele momento, dinheiro ou cheque que pudesse oferecer em garantia, mas certamente, se o hospital aceitasse, poderia efetuar o depósito na primeira oportunidade. O atendente, na impossibilidade de liberar o atendimento, mas, com a vantagem de ter um dos diretores do hospital, que também era médico, de plantão naquele momento, resolveu consultá-lo.Todavia, por não ter dinheiro nem garantias para o tratamento, não liberou o atendimento, fato que levou a criança atropelada a falecer. O diretor, novamente chamado para assinar o atestado de óbito do garoto, ao chegar para o exame cadavérico, descobre que o garoto atropelado era seu filho, que poderia ter sido salvo, se tivesse recebido atendimento.

cisava atravessar para a outra pista. Naquela hora, à vontade de Antonio foi de xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou: - Coitado! Se ele está tão nervoso e apressado assim... Vai ver que está com um problema sério e precisando chegar logo ao seu destino, pensando assim, foi diminuindo a marcha e deixou-o passar. Chegando em casa, Antonio recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital pela sua esposa. Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua esposa veio ao seu encontro e o tranqüilizou dizendo: - Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho. Ele já está fora de perigo. Antonio, aliviado, pediu que sua esposa o levasse até o médico para agradecer-lhe. Qual não foi sua surpresa quando percebeu que o médico era aquele senhor apressado para o qual ele havia dado passagem!

2ª História Antônio, um pai de família, um certo dia, quando voltava do trabalho, dirigindo num trânsito bastante pesado, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente. Vinha cortando todo o mundo e, quando se aproximou do carro de Antônio, deu-lhe uma tremenda fechada, já que pre-

Duas histórias, dois destinos “Esteja sempre alerta para ajudar o próximo, independentemente de sua aparência ou condição financeira”. “Procure ver as pessoas além das aparências”. Imagine que por trás de uma atitude, existe uma história, um motivo que leva a pessoa a agir de determinada forma.”

1992 Saudade das festinhas na quadra da escola...

1994 Saudade das “Damas” Olga Sisla e Mia Mafalda

1982 Cuidado Zé! Tá pegando o troféu errado...

1995

1994

Qualquer semelhança é mera coincidência...

1993

1993

“Chupa-Cabra” gostaria de ter o sorriso do “Prego”

1996

Se chovesse, não dava pra ir ao Boteco do Povo...

1991

1995

1996

Quando a bicicleta do Tião Pedro sumia, a gente já sabia...

Zequinha Giraud bem que tentava, mas o Bruxa era especialista no passinho do requebra. Passito pra frente... Passito pra tráz...

1996

1991

Vanusa arrepiava nas nights

E tinha marinheiro que gostava de atracar bem pertinho da praia...



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