Maranduba, 15 de Agosto de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano I - Edição 13
Destaque:
Festa de Nossa Senhora das Graças Comunidades aguardam ansiosas a 93º edição de festa tradicional Notícias:
2º Festival Nacional da Juventude Rural Festa do Senhor Bom Jesus da Ilha Anchieta Motoclubes realizam entrega de roupas e cobertores a entidades Milhares de fiéis participam do 3º Cenáculo do Litoral Norte Produtores visitam Feira da Agricultura Familiar Alunos da Nativa no Congresso Internacional Turismo:
Praia do Cedro, um paraíso acessível Descanso e lazer ao alcance de todos Gente da Nossa História:
Manoel Pedro dos Santos: o homem das sementes, frutos e flores Cultura:
Cinco décadas de colonização francesa na Região Sul Humor:
Crônica de uma perereca depilada
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Jornal MARANDUBA News
Editorial
Cartas à Redação
Nesta edição podemos perceber que a região sul já tem uma vocação própria. Não é só o turismo que alavanca a economia local. Temos também a agricultura familiar, as tradições religiosas e culturais, o artesanato, o comércio, a prestação de serviços e muito mais. Todos esses fatores colaboram para uma independência da administração municipal que devido a distância, não consegue atender a grande demanda que a região necessita. Diante disso, a criação de um distrito de forma séria e eficiente poderia suprir parte da necessidade que a região anseia. Mas isso não é tudo. Temos que pensar no futuro. Temos que nos dedicar voluntariamente ao progresso da região sem interesses pessoais. Se cada um fizer a sua parte para o desenvolvimento regional, todos irão ganhar. Por isso valorize o comércio e serviço local. Fazendo isso estaremos colaborando com o progresso da nossa região. Aos empresários também vai uma dica: melhore cada vez mais o atendimento aos moradores locais. São eles que irão manter a economia local aquecida. Não adianta ganhar só na temporada e ficar o resto do ano chupando o dedo. Emilio Campi
Nota de Pesar É com grande pesar que manifestamos nesta nota o falecimento de nosso grande amigo e companheiro Arimar Viera, que marcou sua passagem neste mundo com muito trabalho e dedicação ao próximo, deixando a todos nós um grande exemplo de honestidade, amizade e solidariedade. A toda família e amigos deixamos nossas sinceras condolências neste triste e delicado momento. Rogério Frediani Presidente do PSDB Ubatuba Agradecimento A Associação Long teh de Kung-fu de Ubatuba agradece a Prefeitura de Ubatuba pela doação do transporte para os atletas disputarem o 21º Campeonato Paulista de Kunf-fu no Ginásio do Guarani em Campinas nos dias 23,24,25 de julho no qual os mesmos conseguiram classificação para o Campeonato Brasileiro e ficando em 2º lugar no total geral de medalhas. Mestre Tsao A Pó Associação Long Teh de Kun-Fu Maranduba Comunidade da Lagoinha Iniciaremos no dia 20 de agosto de 2010 Atividade Físíca todas as 6ª feiras no salão da Igreja Católica às 16 horas. Convidamos todos os portadores de Hipertensão Arterial,
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
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Emilio Campi Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
Diabetes Melitus,Dores musculares crônicas, pessoas com sobrepeso e obesidade, para participarem conosco. Enfª Marcia e equipe PSF Comunidade da Lagoinha 1ª Noite Gospel A Igreja Bom Retiro da região apresentará no próximo dia 21 de agosto, a 1ª Noite Gospel, que será realizada na Cachoeira do Correia, no bairro do Sertão da Quina. A balada que terá inicio a partir das 22 horas e será animada pelo DJ Léo e MC Blaick, que têm boa experiência no assunto, tocando as melhores do Dance Gospel. O evento é apresentado pelos Jovens Fortes e Lideranças da Igreja Bom Retiro e organizado por MC Eventos. Os organizadores convidam a todos, independentemente da opção religiosa, para exaltar, dançar e louvar a Deus de uma forma diferente, animada e descontraída Organização do Evento
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Comunidades aguardam ansiosas a 93º edição de festa tradicional EZEQUIEL DOS SANTOS
Com o sucesso das edições anteriores, a comunidade da região sul de Ubatuba aguarda com expectativas a 93ª edição da Festa de Nossa Senhora das Graças, que acontecerá nos dias 4, 5 e seis de setembro próximo às 19 horas, no Morro do Emaús, Sertão da Quina. Tradicionalmente comemorada na primeira semana do mês de setembro, a festividade tem sentido religioso, sustentando os vínculos com a identidade histórica, cultural e religiosa de seus moradores, mantendo os laços fraternais unidos e as ações típicas da cultura desta porção de terra. A festa é parte de uma comemoração que reúne gerações de famílias no intuito de manter uma tradição antiga, mantendo assim a continuidade da história da identidade da comunidade. Por outro lado mantêm-se as homenagens a Nossa Senhora das Divinas Graças, padroeira da região, que apareceu no Sertão da Maranduba, Morro da Quina, Morro da Santa e depois Sertão da Quina no dia 8 de novembro de 1915 na casa do capelão Luiz Félix.
Na década de 50 uma das atividades da festa era a procissão. Acima foto dessa procissão saindo da Maranduba A imagem da Santa foi avistada por quatro meninas: Iria Rosa, Benedita Januária, Joana Félix e Maria Aparecida, que viu uma única vez, todas tinham entre cinco e sete anos. A festa também tem como objetivo lembrar o sofrimento que as meninas pas-
A partir da esquerda: Joana Félix, Iria Rosa e Benedita Januária na chegada da santa de Portugal. A imagem, em peroba rosa, foi pintada em São Paulo pelo artista italiano Marino Del Frueiro em 1925.
saram durante muito tempo, pois foram tidas como mentirosas por muitos que não acreditaram nos relatos contados por elas. O evento festivo teve seu inicio por conta do grande número de peregrinos que visitavam o local da aparição da Santa. Os moradores paravam suas atividades para atender os visitantes, oferecendo comida e bebida. Com o aumento de pessoas ao local, a comunidade foi obrigada a realizar festas para cobrir os gastos e assim poder atender melhor os peregrinos. Com isto, o pequeno encontro de pessoas transformou-se num grande evento. A festa hoje é parte integrante do calendário oficial de eventos do município e a média de visitantes gira em torno de mil pessoas por dia. Este ano o evento começa com novena do dia 31 de
agosto até o dia 8/09, que contará com tradicional procissão e grande queima de fogos. Com uma cartela de R$ 10,00, o visitante concorrerá a prêmios em dinheiro, microondas, fogão, TV LCD, câmera digital, parabólica, geladeira, computador, maquina de la-
var, moto e até um bezerro colocaram no bingo. Existem vários pontos de vendas de cartelas. Terá no bingo o DVD da história de Nossa Senhora das Graças que apareceu na localidade. Traga sua família e participe desta grande festa.
Moradores do Sertão da Quina em frente a primeira capela de pau a pique com a fachada caiada, novidade para a época
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Alunos da Nativa brilham no Congresso Festa do Senhor Bom Internacional de Educação 2010 Jesus da Ilha Anchieta Foto: Wagner José
FABIANA GIRAUD
No último dia 27, alunos da Escola Municipal Nativa Fernandes de Faria participaram da abertura do I Congresso Internacional de Educação-2010. A apresentação do Coral Municipal Ubaencanto é composta por 180 alunos da rede municipal de ensino, dos quais 35 alunos são componentes do Coral Em Cantar da Escola Nativa Fernandes de Faria. A apresentação foi elogiada pelos professores, pelo Secretario Municipal de Educação Professor Arnaldo Alves, também pelos meios de comunicação que lá estiveram. A apresentação foi composta por seis canções com temas regionalistas e uma canção em homenagem aos professores que aconteceu logo na abertura, abrilhantando ainda mais o evento. A equipe da Escola Nativa aproveita para congratular o monitor de música Rodrigo Aparecido de Oliveira. Congratulações estas pelo belíssimo trabalho realizado e pela demonstração de talento e dedicação ao trabalho. Agradece ainda aos pais, que confiou na
Monitor de música Rodrigo Oliveira e alunos do Coral Em Cantar
responsabilidade dos monitores e professores, autorizando os alunos a participarem dos ensaios e da apresentação. Parabeniza também os alunos que demonstraram espírito participativo, dedicação e principalmente pelo talento que resultou em orgulho para todos os envolvidos. Rodrigo foi voluntário de música na escola Esteves da Silva com o coral de natal, na escola Olga Gil em colaboração a feira pedagógica, na catequese e na equipe de liturgia da matriz em Ubatuba.
“Uma satisfação pessoal ver as crianças cantando com expressão, ver que o resultado trabalhado foi alcançado”, comenta Rodrigo, monitor de musica e professor de artes da escola Nativa. Para a direção da escola, a música tornou-se ferramenta importante no aprendizado e o resultado foi surpreendente. “Importante porque foi o retorno de um projeto que deu resultado em três meses, que começou em abril e o retorno foi expressivo”. Termina Tibinha, diretora da escola.
28/08 - Dia Nacional do Voluntário Ser voluntário exige comprometimento, mas oferece grandes alegrias, como a retribuição do carinho oferecido. É para homenagear as pessoas que fazem este serviço que 0 Programa Escola da Família destaca o Dia Nacional do Voluntariado, comemorado no dia 28 de agosto. Com o intuito de lembrar deste valoroso trabalho de solidariedade, que muitas vezes passa despercebido. Para estender nossos parabéns a todos aqueles que atuam como voluntários em nossa comunidade, destacando O Sr. Francisco Freire o famoso “FRANÇA” com seus 61 anos de idade se dedica com alegria e amor a comunidade escolar e do entorno. Festa de 7 anos – Dia 29 de Agosto na Praça de Eventos de Ubatuba, das 9:00 ás 15:00hs. Ações no Eixo Saúde: Teste de
glicemia, aferição de pressão, alongamento, avaliação física, higiêne bucal, além das orientações sobre a promoção e a valorização da Saúde; Esporte: Tênis de Mesa, Badminton, futebol e vôlei; Qualificação para o Trabalho: exposição de artesanatos: pintura em tecido, arte em jornal e caixa de leite, dobradura, meia de seda, biscuit, e.v.a, sabonetes e velas artesanais; Cultura: apresentações de Artes Marciais: Kung Fu, Karatê, Hapkido; Concerto Banda Lira, grupos musicais, dança do ventre, voz e violão, banda de forró, psycohard’s, hip hop e hap. Além das apresentações circenses do Grupo Magic Clown. Qualificação profissional O PEF oferece gratuitamente no sábado das 09:00 ás 12:00 o Curso de Eletricista Instalador Residencial. Para você que pro-
cura uma formação rápida e aumentar a renda familiar poderá se inscrever no curso oferecido pelo Profº Voluntário: Antônio Xisto Vilela Neto - morador do Bairro Sertão da Quina, desde 2007 voluntário há 2 anos no P.E.F , formado pela Escola Técnica Federal de P.E participou de diversos cursos no SENAI, Sr. Xisto é um exemplo de boa vontade e um fiel voluntário, acredita ele; que agindo em beneficio do próximo, além de ser um ato de amor acaba sendo um ato preventivo na sociedade, pessoas exclusas, á margem de um sistema capitalista, sem perspectiva, acabando em várias circunstâncias pondo em risco a população do bairro. Contamos com sua presença e agradecemos a todos os idealizadores, organizadores e colaboradores do evento.
Imagem do Senhor do Bom Jesus da Ilha Anchieta: a festa recebeu a visita de centenas de fiéis de toda a região ASCOM VEREADOR OSMAR
No último dia oito aconteceu na Ilha Anchieta a festa do Senhor Bom Jesus, que teve participação das comunidades Paróquia Nossa Senhora das Dores do Itaguá, Nossa Senhora das Graças da Maranduba, alunos da Escola Áurea Moreira Rachou do Sertão da Quina entre outros visitantes, turistas totalizando mais de trezentas pessoas. História Quando na ilha Anchieta a vida era ativa, nos tempos em que o presídio era de Segurança Máxima, o local abrigava mais de quatrocentos presos e já acontecia a tradicional Festa do Senhor Bom Jesus. A comunidade que participou da festa foi formada por moradores e familiares de funcionários e militares que, no período, formavam uma comunidade na ilha, que dentro de seus preceitos cristãos como catequese, primeira eu-
caristias missas, formavam a fé da época. O presídio que foi desativado após a rebelião da década de 50, perdeu parte da história e o tempo quase apagou da memória este acontecimento de grande repercussão, também considerada a maior rebelião da América. Resgate A Associação Pró-Resgate Histórico da Ilha Anchieta através de seu Presidente o Tenente Samuel e os Filhos da Ilha buscam na história trazer para presente o resgate dos fatos importantes para o município, o estado e o país. Lá houve a celebração da Santa Missa presidida pelo Padre Inocêncio Xavier Padre Carlos Alexandre e o Seminarista Diego Serena, esteve ainda o Vereador Osmar, que apóia os trabalhos de resgate histórico, cultural e religioso. A prefeitura, através da Fundart apoiou o evento.
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Nos bastidores do poder - Justiça Marcio Barbosa Gonçalves Há tempos não escrevo sobre os bastidores do meu convívio político em Ubatuba; não significa que esteja alheio ao que acontece, pelo contrário estou muito presente, seja como expectador ou atuando. Em determinadas situações muitas vezes não vejo coerência no que é relatado, o que é publicado na internet sai de uma forma, em um jornal de outra, e em outro mais uma versão diferente para o mesmo assunto. Ao invés de notícias o que temos são diferentes pontos de vista, ficamos presos as opiniões de pessoas e temos muito pouco de um real trabalho jornalístico, muitas das matérias publicadas sejam elas da “situação” ou da “oposição”, são escritas pelos mesmos, a falta de imparcialidade nos cega, e joga a vida política de Ubatuba nas trevas do poder. Mas quero deixar claro que não acho isso um erro em sua totalidade, pois eu mesmo estou escrevendo a minha opinião como cidadão, membro desta sociedade, fazendo parte de um lado da história, não sou o dono da verdade, e nem quero ser, já que o dia que eu acreditar saber tudo, não estarei aberto a aprender e irei acreditar que não erro e este é o pior tipo de erro que podemos cometer como seres humanos. Mas vou mudar o foco de meu desabafo, pois minha intenção não é falar da imprensa da cidade, seja ela escrita ou qualquer outra, já que este tema absolveria meu artigo por inteiro. O que me levou a escrever desta vez foram os últimos fatos ocorridos em nossa cidade, o afastamento de vereadores, os boatos de novos afastamentos, a nuvem negra que paira sobre o prédio da Câmara Municipal,
o ataque psicológico e mental feito não só aos afastados, mas a todos que os cercam. Quando afastaram os vereadores, parou o trabalho de seus assessores, colaboradores, munícipes que a procura de soluções para problemas de seus bairros ou de sua região os procuravam e hoje não sabem mais a quem recorrer.
No prédio da Câmara, o que se vê hoje são pessoas em seus corredores, pais e mães de família que não sabem quanto tempo vão levar para serem exonerados ou quanto tempo permanecerão em seus cargos, e neste meio tempo ainda sofrem um ataque psicológico de indivíduos que hoje vão lá somente para se divertir com a desgraça alheia, um ato que terá ainda grandes conseqüências para a cidade como um todo. A Câmara Municipal é hoje um grande vulcão pronto para entrar em erupção, e tudo isso causado em nome da “justiça”. Os vereadores perdem, todos a sua volta perdem, a povo perde, o nome da cidade perde, seus suplentes perdem, o
verdadeiro sentido da palavra justiça perde, enfim ninguém ganha, a não ser aqueles que almejam a discórdia, o atraso, o terror, “o quanto pior melhor”. “A justiça tarda, mas não falha”, sempre nos disse os mais velhos, mas que esta justiça não dependa dos homens que hoje seguram a caneta em nossa cidade, homens públicos que acusam outros por delitos contra a sociedade e esquecem seus próprios processos, seus próprios erros, sua própria prevaricação. Numa atitude onde ninguém ganha, atos como estes praticados só nos levam a uma certeza, qualquer um pode ser o próximo, culpado ou inocente, já que um outro ditado muito conhecido que diz “quem não deve, não teme”, dependendo de quem está segurando a caneta e alguns interesses pessoais não valem nos dias de hoje. Nesta guerra entre as cabeças pensantes de nossa cidade ainda acredito na vitória do certo contra o errado, mas com uma grande derrota para Ubatuba como um todo, a cidade já perdeu, todos nós já perdemos, pois somos a cidade, somos a parte mais frágil desta disputa desenfreada por poder e vaidade. Se estamos atrasados perante a maioria das cidades de nossa região, muito é culpa dessa mentalidade distorcida do que é política e de como se deve fazer justiça. Nosso atraso em educação, saúde, segurança, entre outros problemas que passamos, pode-se explicar por atitudes como as tomadas nestas últimas semanas. Ubatuba é uma cidade abençoada pela natureza, com um povo maravilhoso e trabalhador, nossa cidade é muito melhor que tudo isso...
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2º Festival Nacional da Juventude Rural Motoclubes realizam entrega de roupas e cobertores a entidades do município
EZEQUIEL DOS SANTOS
Entre os dias 27 a 30 de julho último, 45 jovens de Ubatuba, entre eles 26 da região sul de Ubatuba participaram do 2º Festival Nacional da Juventude Rural em Brasília-DF. O evento contou com três mil jovens de todo o Brasil e foi organizado pela Contag (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura) em parceria com as Fetags (federações) e STTRs (Sindicato de Trabalhadores Rurais), que no caso foi o de Ubatuba. A delegação de Ubatuba saiu com um ônibus e em comboio se juntaram ao de Itararé e Presidente Venceslau, que se encontraram no Parque Nacional Sarah Kubischek. As delegações foram recepcionadas no Pavilhão de exposições do Parque da Cidade pela diretoria da Contag e pelos membros da Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. O evento foi dividido em palestras, atividades esportivas e culturais, oficinas e mostras de artes e artesanatos. 27% dos jovens que participaram do evento foram da região sudeste. A delegação de Ubatuba participou com futsal, futebol de campo, voleibol, salto, natação e corrida. A natação conquistou medalha de ouro com a jovem Yara Lovisio de 19 anos. Foi ela quem pediu para competir. A entrega das medalhas aconteceu no Pavilhão de Exposições do Parque das Cidades. Muita música, poesia, shows, danças regionais, teatro agitaram as noites em Brasília. O evento apresentou ainda o tradicional desfile do Garoto e Garota Rural. Os vencedores deste ano o casal Luan Henrique, 20, e Jéssica Patrícia, 16, representantes do Mato Grosso do Sul. Após a abertura política do festival, os jovens participaram de duas mesas temáticas. O tema da primeira é Juventude, Refor-
ma Agrária e Política Nacional de Crédito Fundiário, que vai contar com a participação de representantes do Incra Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Fetaemg. O debate foi coordenado pelo secretário de Política Agrária da Contag, Willian Clementino. A segunda mesa temática vai tratar da relação entre a juventude rural e as políticas de desenvolvimento territorial e de fomento da agricultura familiar. A discussão reuniu representantes do Projeto Dom Helder Câmara, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Comissão Nacional de Jovens. Foi entregue ao ministro Luis Dulci, da Secretária Geral da Presidência da República, a Carta Proposta em Defesa da Sucessão Rural com Terra, Políticas Públicas, Meio Ambiente Sustentável, Trabalho e Renda. O representante do presidente Lula no Festival da Juventude garantiu que o documento será analisado pela Presidência da República. A Carta Proposta diagnóstica a realidade de brasileiros entre 15 e 29 anos que vivem no cam-
po e apresenta propostas para garantir o direito de a juventude permanecer no campo, o acesso a terra, sustentabilidade ambiental, condições de trabalho decente e políticas públicas diferenciadas. Os jovens participaram da Marcha da Juventude, que percorreu a zona central de Brasília e fez paradas nos ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Educação (MEC) e do Trabalho e Emprego (MTE). Os atos políticos realizados na frente desses órgãos focaram as principais reivindicações dos jovens. Quem participou do evento manifestou sua satisfação e diz que quer voltar. “O evento foi muito bom, conheci outras culturas e fizemos amigos, descobrimos outras realidades”, comenta Ícaro de Oliveira, 18 anos. Para Luciano Seiti Nyiama, Presidente do Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras de Ubatuba, “trata-se da oportunidade que pode mudar a vida destas pessoas, já que Ubatuba possui um grande diferencial para agricultura sustentável e agroecológica e ao turismo rural, que valoriza tanto as pessoas quanto o meio ambiente”, termina Luciano.
Os motoclubes Dose Letal, Barbados do Asfalto, Cardume e Cruz de Ferro realizaram no ultimo dia 14 a entrega de roupas e cobertores ao Lar Vicentino ao Asilo do Ipiranguinha e a Base de Segurança Comunitária da Policia Militar da Maranduba. Ação Social A ação social é parte integrante do projeto “não importa o tamanho da sua doação P, M ou G”. Foram entregues 500 quilos de material às entidades e a policia Militar que realiza campanha estadual de doação de agasalhos e cobertores. A arrecadação acontece o
ano todo e é direcionado no período de frio e quem estiver interessado em participar basta procurar a sede ou os responsáveis pelos motoclubes. Trabalho gratificante Para Josué Lourenço (D’Menor), 36, diretor do Dose Letal, trata-se de uma campanha que aquece os dois lados, quem precisa receber material e quem precisa de combustível para continuar as atividades sociais. “É muito importante este trabalho pra nós, a cada ação nos aproximamos mais de quem realmente precisa, temos uma maior noção da realidade, é um trabalho gratificante”, termina Josué.
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Cinco décadas de colonização francesa na Região Sul A francesa Claude Perreau desbravou o Sertão da Quina e foi a pioneira a fazer uma pesquisa daquela região, na década de 1960 o prefeito ganhou um mamão de presente, fruta esta abundante na época. Como Matarazzo falava francês a missionária pode explicar com maiores detalhes as dificuldades daquele povo, no qual ainda o prefeito providenciou os equipamentos para a instalação da primeira torneira pública no bairro, já que todos iam ao rio para buscar água. Como ela caminhava muito, um fazendeiro de Vargem Grande ofereceu um meio de transporte para colaborar em suas andanças, era um cavalo, que de fato ajudou muito. Muitos medicamentos era trazido por Claude, o que ela dividiu as outras comunidades, trouxe ainda todo o equipamento para inalação, um Compressor Schuler 2,6/50 com motor, um filtro, 5 metros mangueira, 2 Fluxômetros de ar Comprimido e 7 conjuntos para inalação a ser usado no Posto do Sertão da Quina, a doação foi ajuda das enfermeiras da France Telecom de seu país. Será que ela não
EZEQUIEL DOS SANTOS
Claude Perreau ainda muito jovem descobriu a vocação em ajudar seu semelhante, segundo ela foi um chamado Divino que a incentivou a ser missionária, e, em 1965, surgiu a oportunidade de abandonar a estabilidade de um país de primeiro mundo para ajudar povos de outra região do planeta. Ainda na França poderia ter escolhido algum lugar da África, Ásia ou Oceania, mas em seu país, através de outros missionários, ouviu falar de um lugar chamado Sertão da Quina, em Ubatuba, na América do Sul. Seria a primeira vez que iria sair de seu país e não era a passeio, era para ajudar semelhantes que ainda nem conhecia. A viajem durou cerca de quinze dias, desembarcou no porto de Santos, lá encontrou uma pessoa que falava sua língua, onde a levou a São Paulo para conhecer um pouco da história do país, além de aulas de língua portuguesa. O dia chegou, ela viria a Ubatuba, aqui ela teve contatos com políticos e religiosos da época, identificou muito com as irmãs da ALA (Assistência Litoral Anchieta). Negou a opção de trabalhar na cidade, queria mesmo era enfrentar as caminhadas e conhecer mais de perto o sofrimento do povo da época. No caminho do centro até o Sertão da Quina ela observou a diferença de terrenos, de mata, as praias, tudo era novo e diferente, mas nada a assustou, estava determinada a cumprir sua missão. Perto da praia Dura, ela desceu do carro e foi a pé até o objetivo, lá chegando quase nada viu, pois já era noite. Lembra-se apenas de que uma senhora que a recebeu, entregou a ela uma esteira de palha e uma vela, levou-a até a casinha da Congregação Mariana e tentou explicar a ela o seguinte: A senhora tenha cuidado com a vela acesa perto da esteira, pois ela em contato com a palha pode pegar fogo. Era dona Catarina, que preocupada com
a visita dava toda atenção. Pela manhã, a missionária Claude, ao abrir a porta deparou-se com grande parte dos moradores que estavam do lado de fora para lhe dá as boas vindas e outros para matar a curiosidade de saber quem era a visitante. “Fui recebida por um povo muito acolhedor”, comenta Claude. Aos poucos foi ensinando coisas novas e diferentes, mas significativa a qualidade de vida daquelas pessoas, ações que não interferiam na cultura daquele povo e sim interagiam com seu etnoconhecimento. Segundo moradores ela não só fez obras físicas, mas também obras de muita fé e espiritualidade através de exemplos e dedicação aos amigos que fizera. Em suas visitas passava a maior parte do dia cuidando dos enfermos, transmitindo e ensinando seu conhecimento as jovens da época, desta luta nasceram à primeira enfermeira do bair-
ro, a amiga Izabel Félix dos Santos a qual compartilhou muito trabalho e colheu bons frutos. Para o morador Pedro Félix dos Santos, 75, que a recebeu na época ainda jovem “Só Deus para pagar o que ela tem feito por nós nestes anos, ela merece todo o carinho e respeito nosso e de nossas futuras gerações”. A missionária ainda trabalhou nas comunidades do Ipiranguinha, Sertão do Ubatumirim, Picinguaba e Vargem Grande no Vale do Paraíba. Um de seus maiores e mais importantes feitos foi à criação do Suposto de Saúde no bairro, onde no dia de sua inauguração personagens ilustres como o prefeito Ciccilio Matarazzo, José de Barros Morgado, do gabinete do prefeito e o Presidente da Câmara de Ubatuba Washington de Oliveira – Seu Filhinho, lembra ela que a comunidade arrumou e enfeitou o lugar para receber as autoridades, e que
se lembrou de algo que marcou bastantes nestes últimos anos, pois é, lembra ela aos amigos que um dia fazia um atendimento na casa de uma senhora muito doente, cuidou dela com o carinho que lhe é peculiar, quando voltou para seus aposentos recebeu uma criança que trazia em suas pequeninas mãos dois ovos de galinha caipira, era um presente que a mãe recém cuidada havia lhe mandado entregar, isso a emocionou. Aniversariante de janeiro tem boas lembranças dos anos de vida que festejou nestas terras. Foi grande a emoção já que estiveram presentes velhos amigos, seus filhos, netos e até bisnetos daqueles que, há mais de quatro décadas, conheceram essa tão importante pessoa e que agora além de fazer parte da família Sertão da Quina, já é parte de nossa história, principalmente quando a ela foi perguntado se faria tudo de novo, onde não houve surpresa na resposta: “Sim faria tudo de novo!”.
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Praia do Cedro, um paraíso acessível EZEQUIEL DOS SANTOS
Sabemos que cedro é uma árvore de grande porte, sem ramificações, dotada de casca grossa, considerada medicinal. Suas flores são grandes e alvas, com frutos em forma de cápsula lenhosa, com numerosas sementes. Sua madeira é boa para marcenaria, muito usada para escultura e até mesmo para pequenas embarcações. O local provavelmente tem seu nome por conta desta árvore frondosa. O ar pitoresco também fica por conta dos pescadores caiçaras que por vezes lá se encontram para suas atividades. É através deles que ficamos sabendo os segredos de uma boa colheita marinha. Através de um bom bate-papo, podemos descobrir como cultivam seus primitivos cercos e trazem orgulhosamente o peixe, para seu alimento e de toda família, o mesmo que vendem na praia e, às vezes, no comércio local. Com eles, também aprendemos algumas experiências de como sobreviver no mar, que algumas vezes mostra-se traiçoeiro. Descobrimos histórias e estórias, por muitas vezes engraçadas, e até alguns causos. Percebemos que estes pescadores estão ficando em extinção, alguns comentam ser por conta de pagarem o preço do homem urbano que suja, degrada, destrói e a legislação ambiental pune pescadores e agricultores do meio rural. Do Bonete até o Cedro é uma trilha íngreme, muito estreita e cheia de raízes, tem que tomar muito cuidado para andar na trilha, mas quando se chega ao topo você tem duas surpresas: a primeira é vista incrível do Cedro e a segunda é que tudo que você sobe de um lado tem que descer do outro. Mas vale
Imagem vista do alta da trilha que leva a praia do Cedro da ao visitante o tipo de paraíso lá existente a pena à subida e descida, pois surpresas agradáveis o aguardam e é só você e a natureza. O trecho para quem não fez é cheia de mistérios, histórias, encantos e detalhes. Localizada na Enseada do Mar Virado, ao lado da praia do Deserto, é praticamente uma praia deserta e pequena, mas é grande quando se trata de beleza e prazer. Para se chegar a este pedaço de paraíso temos as opções de trilha e mar. O caminho mais conhecido fica no sentido da Praia da Lagoinha
e passa por uma trilha bem conhecida que é a das Sete Praias: Praia do Oeste / Praia do Perez / Praia do Bonete / Praia Grande do Bonete / Praia do Cedro / Praia Deserta / Praia da Fortaleza. O caminho oferece diversidades de fauna e flora, além dos espetáculos visuais que a montanha oferece ao avistar o oceano. Vegetação cerrada da Mata Atlântica, aquela cuidada pelos moradores tradicionais, águas cristalinas e areias brancas compõem a paisagem
aconchegante que quase sempre nos surpreende! A praia com ares paradisíacos é tranqüila na baixa estação, quase deserta. Porém, o lugar que parece ser desconhecido pela civilização recebe um número maior de visitantes na temporada e feriados prolongados. Além dos humanos urbanos, o Cedro também é freqüentado por caxinguelês, pequenos esquilos; mas a atração é quando chegam às tartarugas marinhas, peixes, cavalos-marinhos, anêmonas, estre-
las do mar e tantos outros seres da vida subaquática. É tanta tranqüilidade no local que parece que estamos num sonho, sabe aquelas vezes que fechamos os olhos e imaginamos a tranqüilidade, pois é, lá quando abrir os olhos o visitante verá que é real e gostoso estar neste paraíso. A trilha é mais longa, mas não deixa de ser bonita, o visitante passa por várias comunidades e se não focar no objetivo fica pelo caminho tamanha beleza no trajeto.
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Descanso e lazer ao alcance de todos O Cedro tem águas tranqüilas e claras como o céu, suas areias brancas e limpas, nos dão um verdadeiro deleite quando rolamos por ela, a praia é pequena, mas tem em seu meio pedras que dividem este espetáculo da natureza. Vale lembra que em dias de ressaca ou de mar virado, o espetáculo muda, descobrimos a fúria da natureza, principalmente ela (Cedro) estar em frente à Ilha do Mar Virado, outro espetáculo da natureza. Sua costeira oferece uma diversidade de vida, o local não é um dos melhores para o mergulho livre, mas há quem contradiga, já que muitos mergulham em busca de sustento no local ao saborear suas belezas. Dependendo das condições físicas e do preparo de cada visitante o percurso poderá ser realizado em poucas horas, isto aproveitando todo o visual, o cheiro e os sabores do local. O banho de mar é mais que obrigatório, agora imagine ser obrigatório você ter que curtir sete banhos de praia, cada um mais maravilhoso do que o outro e quando chegar ao final dá vontade de fazer tudo de novo. O visual mais bonito é da comunidade da Praia Grande do Bonete, onde existem placas de alerta e organização do local, estes avisos servem para toda a extensão da trilha. O trajeto mais curto é pela Praia da Fortaleza, onde você pode ir de carro até esta praia e depois seguir a trilha começando pelo Pontão da Fortaleza / Praia Deserta e Praia do Cedro. O bom senso e as placas informam que é proibido acampar nestas praias. Se você realmente respeita as comunidades, a natureza
O local oferece literalmente sombra de água fresca e muita tranquilidade a seus visitantes obedecerá às placas que estão no trecho, todos que lá estão saberão que você é uma pessoa de respeito. Existem hotéis e pousadas e até mesmo casas de aluguel na Lagoinha, Fortaleza e em trechos da trilha como na Praia do Perez e na Grande do Bonete, que leva você a praia do Cedro. Você poderá contratar um guia local ou um pescador se no caso querer ir por mar. Da Praia da Lagoinha pescadores realizam o serviço de táxi-boat. O visitante poderá combinar com o
pescador de buscá-los depois de realizar a trilha, assim o visitante poderá usufruir melhor das belezas do local.
O local é excelente no combate ao estresse urbano, para quem foge da civilização é um prato cheio ao relaxamento e entretenimento.
Embora pareça longe, ela se põe muito perto das necessidades normais de descanso e prazer e longe das imensas enseadas movimentadas de Ubatuba. No trecho existem bares em estilo rústico que oferecem iguarias da região, sem falar nos petiscos de peixes, mexilhões, alguns oferecem ducha e bebidas maravilhosas. Todas estas aventuras o aguardam neste paraíso acessível, o que não é acessível é por vezes o lixo deixado por algum desavisado que ge-
ralmente é recolhido por moradores e alguns visitantes. No retorno é comum o silencio dos visitantes, pois é fácil descobri por que, o som do mar fica substituindo por vários dias o barulho turbulento das cidades, por isso, se você quiser esquecer o mundo turbulento em que vivemos… vá para a Praia do Cedro, mas lembre-se, traga tudo o que levar, deixe apenas pegadas , tire apenas fotos, leve apenas boas lembranças e bom passeio!
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A ilha de Joatão
Milhares de fiéis participam do 3º Cenáculo do Litoral Norte
JOSÉ RONALDO
“Ainda me alembro como se fosse hoje”. Com essas palavras comecei, numa bela manhã de domingo, escutando o velho Pedro Cabral, na praia do Perequê-mirim. O tema era a ilha Anchieta, um espaço tão corriqueiro dos pescadores caiçaras naquele tempo (início dos anos 70), um pouco antes de meu amigo Emílio Campi, o editor deste jornal, ter ido morar com seus pais e irmãs na chácara de seu tio Aldo. Bons tempos!!! O dia era 20 de junho; exatamente o dia em que estourou a rebelião no presídio da ilha, no ano de 1952. Naquele dia, da boca do citado praiano e de outros que formaram a roda, no jundu, eu escutava mais do que anotava. O interesse não era só porque eu gostava de escutar os causos do meu povo, mas também porque a professora nos deu a tarefa de pesquisar sobre a história do fato – o levante da ilha Anchieta. Disse que pretendia recolher o maior número possível de depoimentos, e, naquela praia, estavam vários ex-soldados e ex-funcionários que fizeram parte da história do presídio. Assim, um por um, nós montamos uma “colcha de retalhos”, um lindo painel que ficou bastante tempo na parede da nossa pequena escola para que todos lessem. Lá constavam os nomes de honrados homens: Chico Cruz, Rodolfo Cabral, Dito Góis, Xavier, Faria Lima, Newton Cirillo e tantos outros. A data da grande fuga: 20 de junho de 1952. No Instituto Correcional da magnífica ilha Anchieta, se encontrava cumprindo pena 453 presidiários. De 129 evadidos, 108 foram recapturados, 15 mortos e 6
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desaparecidos. Policiais mortos: 8; funcionários civis: 2; presidiários: 3 (na ilha). Total de mortos: 28; órfãos: 23; viúvas: 9. Tais números estão documentados. Assim como um ritual a cada ano, na mesma data deste pensei na data, mas as minhas obrigações com as escolas fizeram com que somente agora sobrasse um tempo para redigir o presente texto. A cidade certamente esqueceu. Porém, ainda há tempo de fazer, como nos idos da minha escola primária, uma bela “colcha” com os retalhos de nossa história. Cada cidadão deste município tem o direito de manter viva memória, porque, como disse alguém, sem isso ninguém propõe nada; só copia. Também os que adotaram a cidade como a sua terra precisam refletir sobre uma identidade a ser resgatada, refeita, mantida e valorizada. Já passa da hora, independente da região que veio, de cada morador de Ubatuba refazer, participar da identidade local tal como fi-
zeram os europeus, africanos e ameríndios: deixaram muito de si para se fundirem no ser brasileiro. Algo novo surge como síntese cultural, como nova cultura. É o que parece com o que estudamos em Filosofia, sob o título de dialética. E disso decorre a inspiração para o título deste: Joatão e a ilha, publicado em 1966, é um livro maravilhoso para ser lido por todos, principalmente aos interessados num desafio dialético. Seu autor, José Fonseca Fernandes, narra em forma de romance o grande levante. Por enquanto não vou escrever mais. Só deixo uma “isca”: “Quando Joatão e seus dois companheiros atingiram o Quiririm os demais já guardavam distância, ávidos de sumir do litoral. –Água boa esta – disse com satisfação o moço. - Não suportava mais a sede. Os outros dois já estavam de cara mergulhada no Quiririm. Joatão deitou-se na Praia do Puruba”. Boa leitura! José Ronaldo dos Santos
No último dia 15, foi realizada na escola Nativa Fernandes de Faria, no Sertão da Quina, o 3º Cenáculo do Litoral Norte, que foi realizado pelo Núcleo Diocesano da Renovação Carismática Católica-RCC, que teve como corrdenadora geral Carlas Alves de Lima, como assessor espiritual o Padre Marcos Vinicius Rosa e contou com o pregador Marcos Henrique da comunidade Javé Nice de Pouso Alegre-MG. O evento aconteceu da 7 as 17 horas do domingo e contou participaçao de fiéis das quatro cidades do litoral. 100 voluntários (servos) cuidaram desde a limpeza até a decoração. Os organizadores do evento contaram até o horário do almoço 1.300 pessoas, 12 ônibus e 70 veículos. O RCC possui 33 grupos no litoral e atende as 4 cidades, só Ubatuba possui 12 grupos de oração, informa Luiz Gustavo do Prado, 33, do núcleo dioce-
sano. Gustavo informa ainda em primeira mão que o próximo evento acontecerá em Ilhabela, com data ainda a ser definida. Quem compareceu no evento pode contar com os serviços de lanchonete, livraria, camisetaria e de produtos e artigos religiosos. Os organizadores preparam pessoal para cuidar das crianças que lá estiveram, oferecendo maior tranquilidade aos pais. A missa este ano foi realizada por Dom Altieri, Bispo Diocesano, Pe. Carlos e o Seminarista Diego Serena e contou com toda comunidade da regiao sul. O Cenáculo (do latim Cenaculum) é o termo usado para o sítio ou local onde ocorreu a Última Ceia e onde atualmente está um grande templo. A palavra é um derivado da palavra latina cena, que significa “jantar”. Este ano aconteceu sobre a temática do “reavivamento do batismo no Espirito Santo”.
Limpeza de Bueiro
A Regional Sul realizou limpeza do bueiro do final da Rua 23 atendendo pedido dos moradores solucionando problemas de enchentes
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Classificados
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Cantinho da Poesia Para a mãe de meus filhos
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Como foi, como está sendo, e como sempre será Tão bom estar vivendo feliz ao seu lado. Por todo o sempre, pode crer que jamais aparecerá Alguém que lhe dedique a vida como este seu amado. Mãe de meus filhos, esposa, amiga e confidente Tanto nas horas amargas como nas doces, minha amante, Que me deu a glória de produzirmos juntos a semente, Gerando um casal que levará nossa dinastia adiante. Juntos sempre estivemos, tanto na alegria como na tristeza. Transformamos pequenas crises em grandes entendimentos. Como sempre soubemos ver da vida toda a beleza, De pequenos gestos de amor, fizemos nossos grandes momentos. E então o amor se mistura com profunda amizade, Quando a gente se dá, sem em troca nada pedir, Mas com aquela mais doce pontinha de saudade, Do tempo em que entre olhares esse amor começou a fluir. Em poucas linhas é difícil dizer o que por você eu sinto, Mas quero registrar no papel o que lhe disse num inverno. E você já aprendeu nestes anos todos que jamais eu minto: Se houver outras vidas, você terá nelas meu amor eterno!
Única palavra... Vários sentimentos Fico perdida em pensamentos, imaginando ou tentando imaginar como existem tantas palavras belas. Mas dentre elas uma sempre me chama mais a atenção. Ë uma palavra que nos alegra sem ter motivos, que nos faz sorrir, mas ao mesmo tempo, chorar. É uma palavra tão delicada que nem mesmo as borboletas são tão incríveis como ela. Ela é como uma bailarina, que ao pronunciarmos, sai numa delicadeza contagiante e produz uma deliciosa dança em nosso coração, que só transmite paz, harmonia, alegria de viver. É uma, não menos importante, das mais belas palavras que o ser humano pode ter o prazer e a felicidade de pronunciar. Eu tenho uma imensa alegria por fazer parte da humanidade, poder pronunciar com delicadeza, mais de uma forma incrível, essa palavra que é MÃE. Simplesmente MÃE. Simples, mais incrivelmente incrível.
Manoel Del Valle Neto
Jéssica de Oliveira Nescimento 15 anos- Araribá
Endocardite Bacteriana THIAGO MASSAMI SOKABE
É uma doença grave, ocasionada pela disseminação de bactérias na corrente circulatória que se alojam no endocárdio, membrana que reveste internamente o coração. Pacientes com deficiência de higiene bucal, mesmo em ausência de manipulação pelo profissional pode predispor a bacteremia transitória e servir de foco de infecção para endocardite bacteriana. Uma vez confirmado o diagnóstico de endocardite, para o tratamento adequado é necessário manter o paciente internado por um longo período (pelo menos um mês), em uso de antibióticos endovenoso em altas doses. Em decorrência da alta mortalidade em torno de 25% devemos ficar atentos às complicações clínicas pos-
síveis, como agravamento da lesão valvar pré-existente, insuficiência cardíaca, embolias sépticas sistêmicas, insuficiência renal e em 35% dos casos há necessidade de cirurgia cardíaca. A bacteremia causada por microrganismos encontrados na cavidade bucal é potencialmente letal às pessoas com problemas cardíacos. Vários procedimentos odontológicos e médicos envolvendo sangramentos podem levar a uma endocardite, tais como: Procedimentos periodônticos, Procedimentos endodônticos, Extração, Cirurgia, Implante Dentário, Colocação de Aparelho Ortodôntico com Banda, Limpeza Profilática, Trato Respiratório: procedimentos cirúrgicos, Amigdalectomia, Adenoidectomia, Broncoscopia
com broncóspio rígido, Trato Gastrointestinal: escleroterapia para varizes esofágicas, Dilatação Esofágica, Colangiografia Endoscópica Retrógada, Trato Genitourinário: cirurgia próstata e Cistoscopia. Papel do dentista frente avaliação dentária em pacientes com alterações cardíacas, o profissional deve incluir perguntas sobre sopros cardíacos, cardiopatia reumática, infecções das válvulas cardíacas, cirurgias cardíacas e febre reumática. Assim, faz-se uma profilaxia antibiótica em indivíduos considerados de alto risco, isto é, cuja estória médica demonstra a existência de fatores predisponentes à endocardite. Atualmente, o antibiótico de eleição é a amoxicilina, ministrado 2 g em dose única, até uma hora antes do procedimento. Essa dose promove um adequado nível sangüíneo e causa menor efeito adverso gastrointestinal. Por isso o paciente tem que levar em consideração a orientação de seu profissional, pois o mesmo tem a responsabilidade e o cuidado com o paciente.
Página 12 Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS
No primeiro dia de julho de 1922, nascia Manoel Pedro dos Santos, o primogênito do casal Pedro Manoel dos Santos e Anativa Rosa de Oliveira, numa casa simples feita de pau-a-pique, nos fundos um pequeno riacho e a frente na várzea roças de milho, café, mandioca, cana, bananal, laranjas e hortaliças. Do outro lado o verde esmeralda da floresta que dava o sustento e o medicamento para a sobrevivência da época. Seu pai era mais conhecido por Pedro Gaspar e com os irmãos Hilário Gaspar, Messias Manoel, João Manoel (Rosa), Benedito Manoel e Maria Aparecida desbravaram o lugar. Mané Pedro, como carinhosamente era conhecido só foi registrado no dia 10 daquele mês, coisa normal para a época. Filho da segunda geração e mais velho de uma família de nove irmãos, dividiu o teto com a Maria, Vicente, Luzia, Benedito, Benedita, Tereza, José e João. Sua infância foi cercada por emoções fortes, a vida na época lhe dava oportunidades de conhecer melhor as plantas, os animais, os peixes, as raízes. Cresceu junto aos mutirões e as rezas de rosários frente ao altar simples sobre um chão forrado de esteira de taboa. Seu pai era proprietário de panos de rede feito à mão de cabo de imbira de Jequitibá. Quando jovem estudou com Tião Pedro e Emidio Luiz de Deus na primeira escola da região que ficava próxima a boca da barra da Maranduba, na estrada da Caçandoca. Foi convidado por João do Prado a trabalhar na Companhia dos Ingleses em Santo Antonio de Caraguatatuba. Lá dedicou - se a cuidar das grandes plantações. Seus tratos com as plantas o deram o cargo de feitor. Sua dedicação ao serviço e aos camaradas lhe deu popularidade. De corpo esguio e forte, uma vez foi convidado a substituir alguém no time de futebol da Companhia. O espanto foi geral, já que ninguém imaginaria que Manoel tinha tantas habilidades atléticas e futebolísticas. Era comum vê-lo descalço, mesmo de-
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Manoel Pedro dos Santos O homem das sementes, frutos e flores pois de certa idade, continuava a andar descalço, só colocava um calçado se fosse extremamente necessário, para um casamento, por exemplo. Mas para jogar futebol tinha de colocar uma chuteira, já que começava a participar dos campeonatos fora da companhia. O calçado era caro e só tinha uma forma de ganhar a chuteira, participar da maratona inglesa que existia na fazenda no mês de setembro, que como prëmio ganhava um par de chuteiras. Tratava-se de um percurso de 20 quilômetros. A largada era no escritório, passava pelo Queixo DAnta, Poiares e chegava novamente ao escritório. O jovem Manoel se arriscou, ganhando a corrida e a chuteira, ainda com uma larga vantagem sobre o segundo colocado. Segundo seu primo-irmão-compadre Benedito Manoel dos Santos (kito), 81, ele ganhou por seis anos seguidos a corrida, foi o tempo que ele trabalhou e morou na fazenda. Na companhia era um dos melhores jogadores de futebol. Lá ganhou o apelido de Sabú e jogava pelo Anglo Frigorífico no litoral norte, sul e Vale do Paraíba. Manoel foi um dos poucos feitores que trabalhara em todos os sítios da companhia: Lagoa, Ponto Chique, Empresa (escritório), Camburu, Sitio Velho, Gentil, Pirassununga (Petrobras), Queixo Danta, Poiares e Canivetal. Quando trabalhou na fazenda era o responsável pelas roupas dos irmãos, pelo querosene da casa. Uma coisa que é muito lembrado pelos irmãos é de quando ele trazia os pães portugueses, os pequenos não esperavam a hora do café para comer aqueles grandes pedaços de pães. Já não tomavam o café “intirume” (sem acompanhamento). Conhecido como homem corajoso, quem quisesse falar com ele raramente o encontrava em casa, pois saía cedo e só voltava à noite, sua paixão eram as hortas, as plantas, os frutos. Através de João do Prado, Manoel conheceu Rita Maria do Prado, depois de pedir ao Mané Pedreira (pai da Rita) enamo-
ram-se, desse romance saiu o casório, do matrimônio nasceu Maria, Cleuza, Tibinha e Jairo. Tudo que se imagina de construção e benfeitoria da época ele participou: capela, estrada, ponte, barreadas, derrubadas, roçadas, pescaria, corte de canoas, viamento, Folia de Reis, festas, fogueiras, caçadas, pescarias. Dono de uma voz rouca e conhecedor do tempo era um hábil caçador. Ainda jovem, junto com outros, sempre acompanhava seus tios e pais nos mutirões. Era comum cada
mutirão ter pelo menos 50 pessoas, ninguém recebia e nem fazia questão de qualquer ordenado. De tudo ele plantava. Por certo período foi responsável pelos bananais da região. Ele é quem recebia o dinheiro e depois repassava aos compadres. Eram cerca de 300 cachos por quinzena, que eram levados no caminhão Ford de Antenor Flávio, que depois eram vendidos aos depósitos em São Jose dos Campos. Manoel trabalhou para abrir a estrada que hoje conhecemos por Benedito Antonio Eloi, com ele trabalharam o Tibitilói (Benedito Elói), Dito Gomes, Dito Correa, Mane Adolfo, Miguel Generoso e Luiz Cilino. Já
o caminho até a “préia” (praia), trabalhou Ditinho Messias, João Rosa, André Pereira, Salustiano Felix, Anastácio Felix, Aristides Isaias. O trecho do Morro do Foge ficaram como responsáveis o jovem Dito Felix, Kito, Dito Noé, Thomaz e Mané Pedro, no lugar havia um toco estranho e muitas lendas de assombrações. Depois foi administrador da Fazenda Bom Descanso. Trabalhou ainda na Sucen, onde viu sua saúde comprometer-se. Na época, por orientação do estado, os trabalhadores manipulavam o BHC sem nenhuma proteção e os que sobreviveram sofrem com os efeitos deste veneno. Chegou a trabalhar no corte de caixeta até na Picinguaba, onde fez vários amigos com o Pedro Baitaca. Para esta atividade, eles faziam uma vala na lateral do caixetal, cortavam as peças, empurravam pela vala até chegar ao rio, depois empurravam pelo rio até chegar à barra da Maranduba, que eram embarcados para Santos pelos barcos São Manoel e São Paulo. Homem de fé verdadeira que vivia ajudando os outros, tirava sua camisa para oferecer a quem não tinha e adorava fazer hortas, que não vendia, dava aos outros. Mas nem só de trabalho viveu este homem, vindo de família que dominava a musicalidade, Mané Pedro não fugiu a regra, tocava viola e cavaquinho. Acompanhava sempre as Folias de Reis e sempre participou como festeiro na festa de São Pedro na casa do tio Messias Manoel, festa de São João na casa do tio João Rosa e de Santo Antonio na casa de Anastácio Felix. Também vivia com a “agenda” lotada para os “bate-pé, função” que eram na casa do Mané Correia (cachoeira), João do Prado (posto de saúde), João Antunes (Dito Gil) e Onofre Barra Seca (Botujuru). Mané Pedro foi sócio proprietário do Santa Cruz (antes do atual sitio), apaixonado por plantas cultivou de tudo, até uma espécie de laranja que
havia trazido da companhia, a laranja Valencia, que nascia igual a um maracujá, em tralha ele plantou. Dono de um etnoconhecimento invejável foi passando o que sabia a quem lhe perguntava sobre a floresta, as plantas, os bichos. Com idade avançada vivia ainda cuidando das plantas que ficavam ao redor de sua casa, gostava de hortas, tudo que tivesse cheiro de terra e raiz o aproximava. Tinha duas paixões na vida, a família e as plantas. Sua paixão por plantas era tanta que parecia que as plantas que eram tocadas por ele sentiam uma grande satisfação, além de gostar, ele sabia o que estava fazendo. Pode-se dizer que se trata do primeiro Técnico em Olericultura Orgânica Tupiniquim da região. Ele vivia levando como presente aos amigos e familiares sementes e frutas das suas plantações. Manoel foi bom neto, filho, pai, avô. Amigo e companheiro nunca deixou os camaradas na mão, homem que gostava de andar descalço, por que era forma que via de sentir a natureza, esse Dom de Deus, dizia ele. Existem várias fotos em que ele está tocando em alguma folha ou esta com um ramo de planta na mão. Fotos ainda da sua participação nos eventos religiosos, com a cruz nos ombros subindo o morro do São Cruzeiro. Nestas fotos tentamos imaginar o que os seus olhos viram, o que ele ainda quer passar as futuras gerações. Ele fazia questão de mostrar suas obras e seu conhecimento. Era adepto das coisas naturais, das coisas simples. Quem o via andar pelas ruas mal podia imaginar que por detrás daquele corpo havia um sábio sobre natureza, sobre a vida, que desde cedo suou muito para conquistar seu espaço no tempo e na história. Mané Pedro foi fazer uma horta no jardim de Deus no dia 02 de agosto de 2009, resta agora tocar naquilo que ele deixou, as plantas que ficaram em sua casa para continuar sua história, principalmente o pé de jabuticaba que tanto estimava. Obrigado por seus ensinamentos tio, a sua benção...
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Produtores visitam Feira da Agricultura Familiar em Agudos EZEQUIEL DOS SANTOS
No último dia 14, dois ônibus levaram trabalhadores ligados à agricultura familiar e turismo rural da Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho Rural-Agrifam 2010 na cidade de Agudos - SP. A caravana foi organizada pelo Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba - STTR. Um ônibus saiu do Centro e outro foi com trabalhadores do Sertão da Quina, Maranduba, Araribá e Vila Santana. Alunos de alfabetização rural do Sertão da Quina e produtores de Caraguatatuba também participaram da caravana. O evento de dois dias (14 e 15) neste ano recebeu 35 mil visitantes, 200 expositores e movimentou R$ 18 milhões. O evento impressionou os visitantes pela diversidade de temas e matéria. Lá eles participaram de palestras como a situação do pequeno produtor frente ao novo código florestal e sobre o turismo rural, visitaram estandes, conheceram novas tecnologias e pesquisas, leilão, demonstração de máquinas e equipamentos agrícolas, leilões, ações de cidadania, aproveitamento dos alimentos, segmentos da cadeia produtiva, sítios modelos, produção de energia alternativa, mundo orgânico, entre tantas outras atrações. O que mais chamou a aten-
ção da caravana foi o estande do inventor rural, o estande de agroindústria e artesanato, as novas tecnologias de reaproveitamento de água e material orgânico. O festival de música sertaneja também foi muito apreciado pelo grupo. Com o apoio da Cati, Itesp e Associação Pólo Produtivo, as artesãs Maria Rosa do centro e Neide Antunes de Sá da Caçandoquinha expuseram seus trabalhos. O maior objetivo da Agrifam é integrar o agricultor ao mundo da tecnologia e informação para melhorar o desempenho do seu trabalho. A feira, considerada a maior da América Latina para o setor, é realizada no Itetresp (Instituto Educacional para Trabalhadores Rurais no Estado de São Paulo) dentro de uma área de 70 mil metros quadrados. Jose Pedro do Ingá expressou sua satisfação da visita a feira imaginando a visita no próximo ano, já Maria das Neves do Araribá ficou encantada com a diversidade de opções ao pequeno agricultor, “Muito bom evento, gostei muito e aprendi muitas coisas em um dia”, comenta a produtora. Para o Sindicato de Trabalhadores trata-se de uma satisfação quando pode-se ver o brilho nos olhos dos produtores e que a visita foi produtiva.
“Nem só de trabalho exaustivo deve viver o produtor, além do passeio, ele deve buscar outros conhecimentos, visitar outras tecnologias e a Agrifam vem mostrar tudo que ele necessita”
Luciano Nuyama Presidente do STTR Ubatuba
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Crônica de uma perereca depilada “Tenta sim. Vai ficar lindo.” Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética. Tudo bem! Peguei o telefone e ligue para o salão: - Oi, queria marcar depilação com a Penélope. - Vai depilar o quê? - Virilha. - Normal ou cavada? Engasguei. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito. - Cavada mesmo. - Amanhã, às... Deixa eu ver...13h? - Ok. Marcado. Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia gemidos, gritos, conversas. Uma mistura de “Calígula” com “O Albergue”. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas. - Querida, pode deitar. Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada de calcinha na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era “O Albergue” mesmo. De repente ela vem com um
barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte. - Quer bem cavada? - .é... é, isso. Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso de meu órgão, esqueci de apresentar antes. - Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda. - Ah, sim, claro. Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei. De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça). - Pode abrir as pernas. - Assim? - Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado. - Arreganhada, né? Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cêra quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar. Foi rápido e fatal. Tive a estranha sensação que o meu clitóris tinha saído embrulhado nos pentelhos. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Resgate. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural. Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais. - Tudo ótimo. E você? Ela riu de novo como quem pensa “que garota estranha”. Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes. O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma gran-
de sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas. - Quer que tire dos lábios? - Não, eu quero só virilha, bigode não. - Não, querida, os lábios dela aqui ó. Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se ferrar mesmo. - Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor. Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o “centro cirúrgico” de Penélope e dá uma conferida na Abigail. - Olha, tá ficando linda essa depilação. - Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto. Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. “Me leva daqui, Deus, me teletransporta”. Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça. - Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram uns pelinhos, tá? - Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada. Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da puta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir. - Vamos ficar de lado agora? - Hein? - Deitar de lado pra fazer a parte cavada. Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens. - Segura sua bunda aqui? - Hein? - Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda. Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar e até peidar na cara dela, para envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria: - Tudo bem, Pê?
Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? - Sim... sonhei de novo com o ânus de uma cliente peidando na minha cara. Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver dezenas de ânus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: “peraí, mas tem cabelo lá?” Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia sobrado nem uma preguinha pra contar a história. Mordia o travesseiro e gemia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto. - Vira agora do outro lado. Ai meu Deus! Porque essa filha da puta não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha da bunda. Nisso a broaca da salinha do lado novamente abre a cortina. - Penélope, empresta um chumaço de algodão? Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope.
E agora a vizinha inconveniente. - Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha. - Máquina de quê?! - Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol. - Dói? - Dói nada. - Tá, passa essa merda... - Baixa a calcinha, por favor. Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável. - Prontinha. Posso passar um talco? - Pode, vai lá, deixa a bichinha grisalha. - Tá linda! Pode namorar muito agora. Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada. Bem, esta foi a minha primeira depilação e, a partir daí, fiquei acostumada. Agora faço até bigodinho estilo Hitler. * * * Extraído da Internet
15 Agosto 2010
Página 15
Jornal MARANDUBA News
Túnel do Tempo
Coluna da Por Adelina Campi
Diga adeus ao amor do passado Quem nunca se lembrou com um suspiro de alguém que fez parte de seu passado? Quem nunca teve vontade de reencontrar, de saber como anda aquela pessoa e até mesmo reviver aquele antigo amor? Parece normal ter um pé no passado e outro no futuro. Mas será que assim vivemos bem o que nos acontece no presente? Muitas vezes achamos que temos em nosso coração espaço suficiente para o amor atual e também para aquele amor do qual não queremos nos despedir. Mas por que fazemos isso conosco? E aquelas pessoas que sequer abrem espaço para um novo amor porque ficam presas num relacionamento do passado? Você já pensou nisso? Há pessoas que vivem com alguém do passado na cabeça porque de fato têm uma expectativa, um sonho sobre a relação que ficou lá atrás. Não abrem mão desse alguém e, assim, vivem alimentando um sonho de reatar o relacionamento no futuro. Quem vive essa situação não apenas deixa de curtir o agora, como acaba não se entregando para valer a um novo relacionamento. Afinal, viver entre o passado e o presente favorece comparações entre o que foi vivido e o que está acontecendo no momento. Além disso, ocorre uma espécie de negação, que não permite que a pessoa enxergue que o amor terminou, que a pessoa que era tão especial já não nutre os mesmos sentimentos por ela. Novos objetivos e perspectivas a alcançar Superar o término de relacionamentos é importante e necessário para seguir com nossas vidas adiante. O pro-
cesso de desapego da relação passada pode ser fácil para uns e doloroso para outros. Mas, nos dois casos, voltar a viver no presente, dizer adeus a essa relação por mais maravilhosa que ela tenha sido é muito importante. Se você sente que está preso a um amor antigo, reflita: • Será que você não consegue encontrar alguém que lhe satisfaça porque permanece fazendo comparações com esse amor do passado? • Será que não está na hora de construir um novo relacionamento, valorizando quem deseja realmente estar ao seu lado? Se você sente que é preciso se despedir de um amor do passado para que sua vida flua bem no presente ao lado de um novo amor, pense: • O que está realmente lhe prendendo a esse amor do passado? Uma vontade de ter tomado outras atitudes? Uma dor muito forte por ter sido traído ou por não ter sido correspondido com a mesma intensidade de amor? • Há culpa em você por não ter demonstrado todo amor que sentia pela pessoa ou por não ter se entregado de verdade durante a relação? • Você tem clareza de que o que passou não pode ser reatado da mesma maneira? Então, por que se punir e ficar se prendendo e se machucando pelo que não deu certo ao invés de vivenciar o novo e o que tem de melhor a acontecer no seu presente? Liberte-se do que já passou para viver feliz no presente. Aceitar e entender que tanto você quanto a outra pessoa fizeram o melhor que puderam no passado é importante para você soltar essas correntes que lhe puxam para trás.
1977
1979
A casa de Emaús viva movimentada na década de 70, exemplo eram os cursílhos para homens e mulheres
1943
1971 Casamento a moda antiga no Morro da Quina. Cadê o bolo?
1996 “Tio” Beto, grande professor e músico
Pe. João Bail na casa de João Rosa
1995 1ª sede da CEFOM (Central de Fofocas da Maranduba) e seu fundador
1993 Grande Wilson “Boi” nunca foi superado e termos de tamanho de barriga. Muitos tentaram, mas até hoje, ninguém conseguiu.
2008 Criançada da catequese do Sertão da Quina se prepara para a coroação de N. Sra. das Graças, que acontece tradicionalmente todos os anos
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