Jornal Maranduba News #18

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Maranduba, 10 de Novembro de 2010

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano I - Edição 18

Destaque:

Módulo de Turismo Rural apresenta espetáculos no quilombo

Notícias:

Feira das Nações no Áurea tem recorde de público 4º Fest Fantasy movimenta moradores no Sertão da Quina Pedaço de baleia é enterrado em praia a região Pastoral da Juventude visita Lar Vicentino em Ubatuba Região é representada em evento da Pastoral da Criança Moradores participam de tarde de orientação de saúde PEF do Áurea agita festa do dia das crianças Morador do Sertão da Quina recebe Titulo de Ubatubano Ilustre

Turismo:

Lagos do Poço Verde: cenário belo e encantador Caminho foi rota do tráfico de escravos para o planalto Gente da Nossa História:

Orzília Maria de Jesus Um exemplo de luta e de fé Cultura:

O dia da “Lamparina elétrica” na minha casa


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Jornal MARANDUBA News

Editorial

Cartas à Redação

Dizem que santo de casa não faz milagres, mas eu discordo. Sou testemunha de um caso que há vários anos contradiz esse ditado. É o caso de uma pessoa nascida e criada na região sul de Ubatuba, que tenho orgulho de ser seu amigo. Essa pessoa é nosso “repórter, redator, fotógrafo, pesquisador e historiador” Ezequiel dos Santos. Conheci o Ezequiel por volta de 1992 quando lancei a primeira edição do jornal “Maranduba em Foco”. Na época o convidei para auxiliar no envio das assinaturas, que consistia em dobrar e etiquetar os exemplares para colocar no correio. Desde então, Ezequiel vem me surpreendendo a cada dia. Aprendeu a “mexer” em computador, teve noções de redação, diagramação e uma vontade incrível de aprender novos conhecimentos. Auxiliou-me na criação do “Maranduba On Line”, o primeiro site do Litoral Norte na internet. Atuou como apresentador de um programa em vídeo, o “Terra Caiçara”, no qual se saiu muito bem, explorando todas as oportunidades de apresentar os conhecimentos e as tradições caiçaras. Trabalhou como assessor parlamentar durante vários anos e aprendeu como funciona o sistema legislativo,

executivo, sindical, sempre se dedicando a comunidade. No último domingo (07/11), fui convidado para a apresentação do Módulo do curso Técnico de Turismo Rural no quilombo da praia da Caçandoca, do qual ele é um dos professores. Fiquei encantado com o resultado da organização e do empenho de todos. Uma apresentação cultural que poderia se tornar um produto turístico para a região, atraindo visitantes de todas as partes. E não é só esse trabalho que Ezequiel presta. Muitas outras ações ligadas a região e até ao município tem uma pontinha da dedicação e esforço do meu amigo Ezequiel. Mas a qualidade que mais se destaca nesse meu amigo é seu entusiasmo. Ele vibra com novas possibilidades de fazer coisas em prol da comunidade, e essa vibração é contagiosa, incentivando a todos a continuar, buscar os resultados almejados. Quando cogitei em (re) lançar o Maranduba News, Ezequiel logo disse: “Tô dentro!”. Confesso que sem sua participação, o jornal não seria o que é hoje. Tenho orgulho desse meu amigo, que é um exemplo vivo de que santo de casa pode fazer milagre sim. Parabéns Ezequiel! Emilio Campi

Editado por:

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

A saúde (de quem?) é prioridade Há trinta e quatro anos comecei a contribuir com o sistema brasileiro de previdência social (ainda tenho a antiga carteirinha do INPS). De acordo com a legislação atual, devo contribuir por mais dez anos (até alcançar a idade mínima). Desde o princípio fui obrigado a acreditar que, um dia, iria precisar disso. Assim continuo nesta sangria; está no meu demonstrativo de pagamento: 11% (onze por cento de desconto todo mês do meu salário). Porém, o foco deste texto é outro: trata-se de um fato que, dependendo do desespero da pessoa, pode gerar o maior “barraco” ou até mesmo coisa pior. O fato é o seguinte: no dia 23 de junho último fui ao Posto de Saúde do Ipiranguinha para um exame; de lá, o clínico geral me encaminhou para um cardiologista, no centro. Deste, em meados de agosto, recebi um novo encaminhamento: dois exames teriam de ser feitos em Caraguatatuba, no tão propagandeado AME. Completei o ciclo no setor de agendamento. Depois esperei... esperei... esperei... Fui algumas vezes atrás da data para os exames, mesmo ouvindo dos funcionários que receberia a notificação via telefone. O agente (do PSF) responsável pelo setor, pela rua onde moro, começou a ficar incomodado pela demora e pelas cobranças. Pessoa honesta na sua função, foi atrás do processo. Finalmente tinha uma resposta.

Assim se expressou: “Zé, infelizmente eu tenho uma má notícia para você. Toda a sua documentação foi perdida na Secretaria Municipal de Saúde. Agora vou precisar refazer tudo. Você pode providenciar cópias dos documentos... etc... etc...”. Perderam uma pasta!? Quantas pessoas passam por isso? Quem deve ser responsabilizado por isso? Quem pagará o tempo que eu desperdicei? Como ressarcir uma frustração, uma raiva contida? A resposta do agente é do dia 22 de outubro. Portanto, perdi tudo o que fiz desde junho. O trabalho de meses – via-sacra! - terá de ser refeito. E olhe que isso não se compara com os descasos impingidos aos mais pobres! Imagine se fosse uma urgência! Quando, uma pessoa, sofrendo seriamente, pode aceitar tais descasos passivamente, principalmente se for consciente de que tais funcionários (desde o atendente do posto até o presidente do país), em tais órgãos, só existem porque ela é uma das contribuintes, paga impostos sob todas as formas, inclusive sob a desculpa que é para a sua própria previdência? José Ronaldo dos Santos via e-mail Mau gosto Sou leitora assídua do jornal Maranduba News e quero parabeniza-lo pela materia sobre o Quilombo da Caçandoca, edição 17. Mas achei de muito mau gosto a piada de titulo

“PESADELO”, ela ridiculariza e incentiva a discriminação, pois os grupos de pessoas citadas na piada em questão lutam diariamente para vencer o preconceito, serem inseridas na sociedade e garantirem os seus direitos como cidadão. Marcilia Silva via e-mail “O Cantinho da Poesia” Tenho recebido na portaria de nosso loteamento (SALGA), os exemplares do Jornal da Maranduba News. Você não tem idéia do tamanho da minha felicidade! Não por ter no Cantinho da Poesia um poema meu, mas poder com minha idéia, que você acolheu, ter criado um espaço. “O Cantinho da Poesia”. Espaço que talvez outras pessoas não encontrassem se você não tivesse me dado sua aquiescência. Fiquei emocionado, não ao ler meu poema, mas sim o da Jéssica, menina de 15 anos. Maravilhoso, Emílio, o espaço que você está dando às pessoas. Sinto-me orgulhoso, junto com você, por ter conseguido esse espaço. Meus poemas são apenas letras que um dia coloquei num papel. Espero que você continue abrindo espaço para outros. O sol, meu caro amigo, nasceu para todos. Você é o sol que vai permitir nascer estrelas... Manoel Del Valle via e-mail


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Módulo de Turismo Rural apresenta espetáculos no quilombo EZEQUIEL DOS SANTOS No último domingo, dia 7, alunos do curso de Técnico de Turismo Rural no quilombo da praia da Caçandoca tiveram a honra de contar com parceiros da dança, da música e do resgate histórico e cultural. O evento que é um convênio entre Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba com a Fetaesp e com o Senar. O módulo realizou o resgate gastronômico da culinária primeira dos povos que formaram este país, também resgatou a vestimenta e a fala entre os participantes. O cardápio foi peixe assado, banana verde com marisco, salada verde com pupunha e de sobremesa banana assada com sorvete de creme e doce de mamão espelhado. Os pratos foram feitos em fogão a lenha. Na realidade este resgate levou os participantes e os colaboradores a uma maior interação com a comunidade em que vivem através da cultura, o que para muitos foi a grata sensação de bem estar e uma oportunidade ímpar de aprender com o etnoconhecimento desta população. Os convidados puderam ter um contato físico, psíquico e espiritual com o meio que criou o patrimônio material e imaterial deste povo, o que faz parte da proposta do curso. Os destaques ficaram por conta das crianças que realizaram as cantigas de roda, foram onze apresentações. Muitos adultos lembraram com emoção do tempo de criança e cantaram as músicas junto com o grupo. Após o almoço o grupo de cantiga de reis da Maranduba executou uma folia de reis,

canto tradicional da cultural popular religiosa brasileira trazida pelos portugueses e adaptada no Brasil conforme a região. Por último o grupo Afro ketu que apresentou danças e cantos da cultura afro. O grupo não pode vir com toda a equipe, mas os profissionais que se apresentaram nesse módulo do curso deram a noção exata da grandeza do trabalho que o grupo vem realizando. O Afro Ketu já havia se apresentou neste quilombo e pelo trabalho de resgate da

cultura afro-brasileira apresentou-se novamente gratuitamente neste festival. O grupo é da cidade do Guarujá, litoral sul de São Paulo, que além das danças trabalha com comunidades carentes daquela cidade. Destaque ainda para os arranjos do espaço e dos pratos que foram servidos. O ambiente contou com músicas caipiras de raiz selecionadas pelo DJ Nenê. No caso da comida um fotógrafo famoso e assessor de imprensa de um

importante instituto de defesa das comunidades tradicionais fez fotos e colheu dados para a inserção deste material e um livro sobre comidas de quilombos que ainda será lançado em todo o Brasil por um famoso Chefe de cozinha francês. A grata surpresa foram os alunos já formados de outras turmas no festival, o que reforça a unidade entre os grupos. Outros parceiros foram muito importantes na realização do evento. Foram eles: Luciano

da Prainha do Perez, Capela Nossa Senhora das Graças, Sitio Araribá, Sítio Nossa Senhora da Alegria, Vereador Rogério Frediani, João Bosco, Emilio Campi, Grupo Afro Ketu (afroketu@bol.com.br), Zanini, Bar da Dona Maria, Tânia Ramalho, Cláudio Albuquerque, Nicolino Antunes de Sá, Quilombo Caçandoquinha, Federação dos Quilombos do Estado de São Paulo, Rosalia Luiza, Luiz, Balbina e Benedito Felix, Giovani, Gibi, Antunes e Vitória, Silas Fileto.


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Feira das Nações no Áurea tem recorde de público 4º Fest Fantasy movimenta EZEQUIEL DOS SANTOS moradores no Sertão da Quina No último dia 27, a escola Áurea Moreira Rachou realizou a 8ª Feira Cultural e a 1ª Feira das Nações. O evento trouxe para a escola aproximadamente dois mil visitantes. A feira ofereceu uma praça de alimentação com os quitutes dos paises participantes, desfiles de trajes típicos através de bonecas, os costumes, a linguagem, os biomas, as bandeiras, maquetes com as posições geográficas, encenações teatrais, coral e muito mais. Os países apresentados foram os da ultima copa do mundo de futebol. Na área da saúde foram apresentados temas como a hipertensão, DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), dengue e saúde bucal. O projeto foi desenvolvido desde abril e foi por conta da necessidade do melhor conhecimento dos países envolvidos. O objetivo da feira foi mostrar e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural de outros povos e nações, posicionar contra qualquer discriminação, conhecer o próprio corpo e dele cuidar,

valorizar e adotar hábitos saudáveis utilizar as diferentes linguagens — verbal, musical, matemática, gráfica, plástica e corporal, a mostra na utilização de diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos, formar cidadãos críticos e agentes transformadores da realidade e mundo em que vivem, melhorar as competências leitoras e escritora aumentando o índice Idesp/Saresp da escola.

A copa foi usada como isca para o desenvolvimento dos trabalhos. A diretoria de ensino da região de Caraguatatuba apoiou o evento. A direção da Áurea está satisfeita com a apresentação e o numero de visitantes no evento. Para os alunos foi um trabalho que valeu a pena, surtiu o resultado esperado. Houve um grande movimento da comunidade escolar o que favoreceu e beneficiou as ações que culminaram no sucesso da feira.

Pedaço de baleia é enterrado em praia a região Um pedaço de baleia foi enterrado na última semana nas areias da Praia da Caçandoquinha por uma retroescavadeira. Moradores haviam solicitado a regional Sul a retirada do pedaço que encalhou. A parte que encalhou parecia com um enorme colchão dobrado. Somente após telefonemas ao Aquário de Ubatuba e depois ao Instituto Argonauta é que o Poder Público Municipal resolveu agir. O mau cheiro incomodava os moradores e o pedaço não combinava com a paisagem. Incerto ainda é de onde veio

a baleia, o que aconteceu para sua morte, onde ela estava e qual foi a causa da morte deste mamífero. Alunos de escolas

visitaram a praia e lá ficaram satisfeito com o que viram principalmente em imaginar qual seria o tamanho da baleia.

No último sábado, dia 23 aconteceu no bairro do Sertão da Quina o 4º Fest Fantasy que trouxe para este evento o Hallowen como tema. Cerca de 150 pessoas participaram da festa. Hallowen é uma típica festa norte americana do dia das bruxas e que vem atraindo adeptos no Brasil há tempos. O evento, sucesso de público e crítica, contou com o agito da Banda 48 Horas além de brincadeiras sobre o tema escolhido. As fantasias e os cenários foram um espetáculo a parte. Neste ano já houve temas como o Havaí e Namorados. A preocupação foi com a qualidade do evento muito mais do que a quantidade de participantes, por isso os participantes em sua maioria são convidados. A cada edição vem aumentando o numero de pessoas por conta do nível de organização

e sobriedade na elaboração dos temas das festas. Quem participou destes eventos comenta que os organizadores têm tudo para emplacar no sucesso e que cada tema é aguardado com ansiedade. “Não podemos comentar qual será o próximo tema, a surpresa faz parte da organização”, comenta Valéria Moraes, uma das organizadoras do evento. Dependendo do tema os eventos levam uma semana para organizar e um dia para a montagem, que no final é compensador para quem curte e para quem faz. Os organizadores primam pela segurança e conforto dos participantes. A organização fica por conta de Valéria Moraes, Aline Góes, Diana Ferreira, Kelly Rejane, Maria José e Vanessa. Quem participou aguarda ansioso a próxima festa. É esperar pra ver.


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Pastoral da Juventude visita Lar Vicentino em Ubatuba

Região é representada em evento da Pastoral da Criança em Ilhabela

MATHEUS ROFINO No último dia 18, a Pastoral da Juventude da paróquia Nossa Senhora das Graças realizou visita ao Lar Vicentino no centro de Ubatuba. A visita é parte integrante dos trabalhos referentes à preparação para o retiro que acontecerá no final deste mês. Com o tema “IDE – Jovens Evangelizando Jovens”, as tarefas são divididas em varias etapas até o dia do retiro. Segundo a organização são seis grupos que atuam com liberdade e autonomia sempre acompanhados de um adulto. O importante é cumprir as metas e os jovens é que decidirão à forma e data do cumprimento das provas. As visitas se fazem importantes para um maior aprendizado, já que a vivencia e convivência com estas pessoas reforçam a realidade, o respeito e a fé verdadeira. Os jovens tocaram e cantaram músicas de anima-

Membros da Pastoral da Criança da região sul de Ubatuba participaram do 17º Encontro Diocesano de Espiritualidade e Fortalecimento da Missão “Para o outro, o próximo é para você” da Pastoral da Criança no Litoral Norte. O encontro aconteceu no último dia 24 no Ginásio Municipal de Esportes de Ilha bela, no bairro Itaquanduba. Seu inicio foi as oito da manhã e teve como encerramento uma missa realizada pelo Padre Alessandro (Vigário da Diocese de Caraguatatuba) e do Padre Daniel daquele município. Os organizadores estimam 300 participantes, sendo 18 da região sul de Ubatuba num total de 46 de todo o município. Todas as cidades do litoral norte se fizeram representar. O evento trata-se de um encontro anual de líderes da pastoral da criança que teve como objetivo social o fortalecimento das lideranças e a troca de experiências entre seus membros. Houve palestras motivadoras e explicativas, gincana, além de apresentação de danças. Uma palestra sobre a pediatra Zilda Arns foi apresentada, já que ela é fundadora do movimento social levado por milhões de discípulos missionários a serviço da vida em todo o Brasil e fora dele. A pastoral da criança é um organismo

Foto: Matheus Rofino

ção, mas emoção maior ficou para o momento da conversa sobre as experiências de cada um. Participaram da visita dezenove jovens. Para os jovens foi uma experiência gratificante e muito valorosa a aqueles que um dia já foi o esteio de nossa nação. Alguns nunca haviam ido a um lar de idosos, por isso a emoção tomou conta de todos. Para os dois lados valeu a experiência. Participam da preparação para o retiro Jovens de São Sebastião e do Sertão da Quina, outras pessoas foram convidados a participar do movimento. Na semana seguinte o grupo realizou uma visita com os alunos da APAE que para os jovens da pastoral foi outra experiência emocionante e valorosa. Todos saíram com o sentimento de que vale a pena disponibilizar um tempo a estas pessoas, pois é um tempo ganho e nunca perdido.

Moradores participam de tarde de orientação de saúde Na tarde do último dia 3, moradores do Sertão da Quina participaram da tarde da saúde promovida pelos profissionais do posto de saúde do bairro. O evento aconteceu das duas as quatro horas da tarde e contou com cem participantes. O objetivo foi orientar os pacientes para que ele seja co-responsável no tratamento. Na realidade muitos pacientes abandonam o tratamento só buscando o profissional de saúde no último caso. Lá foram orientados a acompanhar corretamente todo o processo

de seu tratamento. Houve ainda a verificação de pressão, teste de diabetes e palestra sobre hipertensão. Desta vez houve novidades, a apresentação foi toda informatizada. Um data show foi utilizado para ilustrar a situação, o que ajudou muito na mostra do que foi proposto aos pacientes. Na ocasião a enfermeira Heidi Yamasaki aproveitou para informar da chegada da médica Dra. Mariana Perez, que atenderá as quintas e sextas-feiras. Procure o posto de saúde e agende sua consulta.

Foto: Guilherme Prado

Moradores fizeram a verificação de pressão e teste de diabetes

de ação social da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e tem realizado o atendimento e salvamento de milhares de vida desde sua implantação. Na Ilha, uma criança de 14 anos apresentou um balé como forma de agradecimento ao atendimento realizado pela pastoral e também por ser a primeira criança daquele município a ser atendida pela ação social. As lideranças destacaram a apresentação de dança intitulada “Balé Materno” no evento. O grupo vem através da dança e arte orientando mulheres gestantes e mães amamentando a acalmar as crianças, além de fazer aproximar do contato fí-

sico, humano e espiritual com a criança. Todos foram unânimes quanto a qualidade do espetáculo, membros da pastoral realizam esforços para que o grupo possa apresentar na região num próximo evento. Destaque ainda para a colaboração da prefeitura nos trabalhos da pastoral naquele município. O prefeito de Ilhabela, Toninho Culucci, esteve todo o tempo no evento e oferece total apoio ao projeto social. Por conta deste apoio foi criado um grupo de lideranças mirins. São crianças que acompanham os missionários adultos no acompanhamento e na colaboração das ações de que o trabalho necessita.

Curiosidades

Este ano outubro teve 5 sexta-feiras, 5 sábados e 5 domingos. Isto acontece uma vez a cada 823 anos. Estes anos são conhecidos como ‘money bags’.


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PEF do Áurea agita festa do dia das crianças

Pais, filhos e o combate as drogas

EZEQUIEL DOS SANTOS O Programa Escola da Família - PEF do Áurea Moreira no Sertão da Quina realizou no último dia 24 a maior festa do dia das crianças numa escola da região. O evento contou com aproximadamente 850 participantes e ocorreu das 10 da manhã às 15 horas daquele domingo. A programação contou com várias atrações como danças, corridas de sacos, ovo na colher, concurso de talentos, de piadas, arremesso de cesto, bambolé, bola na lata, queimada, estátua, vivo ou morto, palhaços, pintura facial, escultura em bexiga, unhas artísticas, pipoca, suco, gelatina e muito algodão doce. Acompanharam as brincadeiras o pula-pula e a piscina de bexiga. Brindes não faltaram. Segundo os organizadores só a lista de assinaturas haviam 400 pessoas inscritas, a estas pessoas também foi distribuída cupom para o sorteio de uma bicicleta que foi sorteada antes do encerramento da festa. Organizadores agradecem a diretora do colégio Ana Maria de Faria e aos colaboradores Mini Mercado Supimpa, Cantina Lagoinha, Sitio Recanto da Paz (Annie Kamiyama),

1 - Explique aos seus filhos, desde a infância, que as drogas são altamente prejudiciais à saúde e causam dependência; 2 - Alerte para que nunca experimentem drogas, pois é assim que o vício começa; 3 - É importante que os pais, incentivem os seus filhos a terem uma vida saudável: praticando esportes, com uma boa alimentação, organização e higiene; 4 - Converse de maneira franca e aberta com seus filhos, sem constrangimentos ou preconceitos com o tema; 5 - Estabeleça com seu filho um vínculo de respeito e confiança; 6 - Observe os colegas que o seu filho está saindo. Procure conhecer hábitos, família e locais de freqüência; 7 - Proporcione orientação e apoio aos seus filhos para que possa resistir as pressões do grupo no uso de álcool e drogas. Esclareça de que ele tem o direito de dizer não ao grupo e que amigo é aquele que quer bem; 8 - Caso seu filho confirme que está usando drogas, Não tente encontrar culpados. Converse abertamente com ele. Mostre as conseqüências das drogas para sua vida. Se ele revelar interesse em se recuperar, encaminhe-o a um profissional especializado para este tratamento; 9 - Conquiste a confiança de seus filhos. Para isso dê atenção, participe de seus jogos e principais interesses, mostre que ele é importante. É imprescindível que eles tenham liberdade e confiança em você; 10 - Converse bastante com os professores, para saber de seu aproveitamento e comportamento escolar. Acostume-se a verificar a freqüência de seus filhos à escola, para saber se não têm “matado” aulas; 11 - Más companhias conduzem ao uso de drogas e ao crime. Se-

Boêmio Bar, Papelaria Marques, vereador Osmar e Rogério Frediani. Aos professores, funcionários e voluntários do Programa Escola da Família que brilharam no evento. Participou ainda do evento a professora Janete que é a coordenadora pedagógica exclusiva do programa. Os responsáveis pelo programa no colégio Áurea Moreira Rachou são a gestora Adriana Leal e a educadora profissional Gláucia Cavalcanti. Segundo a gestora do programa, professora Adriana Leal, o programa é muito importante para a comunidade já que tira os jovens da rua aos finais de semana.

“O evento foi muito bom e positivo para o objetivo do programa, é bom quando vemos a comunidade participar mais ativamente”, reitera a gestora do programa. Embora seja um evento trabalhoso e desgastante, muitos pais de alunos aprovaram a iniciativa tendo em vista as dificuldades para sua realização. O Programa escola da Família acontece todos os finais de semana das nove às 17 horas e você pode participar como educador universitário (bolsista). Para isto basta acessar o site www.escoladafamilia. sp.gov.br e participar. Vale a pena conferir.

lecione as companhias de seus filhos e os ambientes que eles freqüentam (clubes, “bailinhos” etc.); 12 - Oriente seus filhos a não aceitar NADA de estranhos ou de pessoas que tenham acabado de conhecer em festas ou bares; 13 - Oriente-os a comprarem bebidas que estejam lacradas; 14 - Conheça os diferentes tipos de drogas, efeitos e conseqüências para ter credibilidade em suas orientações; 15 - Lembre-se você é o maior exemplo de seu filho. Sintomas gerais do usuário A - Mudança brusca no comportamento. B - Queda do rendimento escolar ou abandono do estudo; C - Queda na qualidade do trabalho, inquietação, irritabilidade, insônia, depressão, entre outros; D – Uso de óculos escuros mesmo sem excesso de luz, camisa de manga longa mesmo no calor; E - Troca do dia pela noite; F - Síndrome emotiva. Filhos 1 - Não aceite bebida de pessoas que acabou de conhecer; 2 -Não guarde ou carregue malas, pacotes ou envelopes de pessoas estranhas nos aeroportos, rodoviárias, estações de trem ou portos; 3 - Não aceitar balas ou doces de pessoas estranhas em escolas, clubes, cinemas, praças, bailes e shows; 4 - Compartilhar agulhas transmite doenças graves inclusive AIDS; 5 - Denunciem os traficantes de drogas. Você não precisa identificar-se. Dicas do manual de Auto Proteção do Cidadão – Setor de Comunicação Social da Policia Militar do Estado de São Paulo – Base Comunitária de Segurança da Maranduba.


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O dia da “Lamparina elétrica” na minha casa CRISTINA AP. OLIVEIRA Lembro-me como se fosse hoje o dia em que finalmente chegou a luz elétrica em minha humilde casa no Araribá. As casas naquela época eram chamadas de “casas de roceiros”, típica casa de taipa, caiada de cal que ficava “arvinha, arvinha” com esta pintura. Por volta da década de 1980, o meu irmão mais velho puxou um bico de luz de sua casa até a de mamãe. Vale lembrar de que a luz elétrica não abastecia a totalidade das casas da região. Era um tal de parente e vizinho ir a casa de quem tinha energia em casa só para ver aquela coisa pequena e redonda ascender e apagar como um vaga-lume, só que quando nós queríamos. Estávamos então todos empolgados. Meu irmão dizia que a luz clareava como o sol, minha irmã queria logo ouvir a radionovela, que até então era a pilha, quatro pilhas enormes por sinal. O radio ficava todo pomposo na sala e foi puxado mais um bico para ligar o motoradio. Minha irmã achava que a luz elétrica só funcionava à noite. Ela estava desesperada para ouvir o programa do Zé Bétio da Radio Capital, é que naquela semana contava a inédita história do “Menino da Porteira”, sensação da época, todos choravam ouvindo os sons daquela história.

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Bom! Depois de puxados os bicos de luz, todos esperavam a noite para estrear a lamparina elétrica. Chegou o grande momento! Para ligar a lâmpada alguém tinha de subir e rosquear a peça, quem se habilitaria? Meu pai não teve duvida, pegou a cadeira e pediu para mamãe rosquear que ele segurava. E então deu-se a luz! Oh, quanta diferença! Deu para ver cada canto da sala, onde o fifó ou a lamparina não clareava. Estava tudo tão clarinho, mamãe dizia que estava mais claro que a luz da lamparina a querosene. Papai e mamãe ficaram com os olhos úmidos de emoção, não precisavam mais colocar a lamparina de um lado para o outro com aquela fumaça negra que deixava nosso nariz preto de fuligem. Agora não tinha mais perigo de queimar a casa. Ficamos por um bom tempo olhando para aquela bunda de vaga-lume acesa dentro de casa. Era uma coisinha tão linda que tínhamos medo de que ela acabasse e por um bom tempo a chamamos carinhosamente de “lamparina elétrica”. Senti um alívio em descobrir que em muitas outras casas acontecia o mesmo, a nossa inocência muitas vezes nos pregava muitas peças. Mas estas recordações nos trazem o sabor da verdadeira infância, e pra você não traz boas recordações?

Morador do Sertão da Quina recebe o 1º Titulo de Ubatubano Ilustre da região

EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 28, nas festividades do aniversario de Ubatuba, a Câmara Municipal realizou sessão solene para a entrega dos títulos de Cidadão e dos ilustres da cidade. Neste evento, o morador do Sertão da Quina Sebastião Pedro de Oliveira, de 85 anos recebeu das mãos do vereador Osmar de Souza o Titulo de Ubatubano Ilustre. O Projeto de Decreto Legislativo foi aprovado por unanimidade pelos vereadores e foi entregue junto com outros ilustres do município e de fora dele. A entrega foi realizada no restaurante Areias na Praia Vermelha onde comparecerem cerca de trezentos convidados.

A família está orgulhosa com o reconhecimento do patriarca. Tião Pedro, como carinhosamente é conhecido na região possui uma trajetória de muitas lutas e conquistas, muitas delas beneficiou a comunidade em que vive. Casado com Maria Gaspar dos Santos, pai de dez filhos começou a trabalhar ainda criança na roça. Tião já trabalhou em engenhos de pinga da época, foi funcionário público, candidato a vereador, amigo de ilustres como Maria Balio, trabalhou na construção da rodovia, foi voluntário em ações sociais e esportivas, colaborou com a construção dos campos de futebol, antigo e atual, ca-

minhou a pé até o centro da cidade, e assim vai sua trajetória, que hoje com o recebimento deste titulo pode-se dizer que valeu a pena. Ele ainda é consultor histórico e cultural da região, já que lembra com detalhes coisas do passado. Em sendo o primeiro da região a receber a comenda Sebastião representa bem a luta e a vida e as tradições dos moradores da localidade. “Desde que cheguei aqui em Ubatuba acompanho a luta deste homem, que é muito respeitado e muito querido por todos”, comenta o vereador Osmar autor do projeto. “Foi realmente um titulo para um homem merecedor”, termina o vereador.


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Lagos do Poço Verde: cenário belo e encantador CLAUDIA FÉLIX Como toda aventura, o local precisou de atenção e verificação para desbravar mais esta parte deste paraíso. O local que fica no território vizinho trata-se de uma paisagem muito encantadora e bela. Imagina-se a beleza em que os nossos primeiros moradores (indígenas) não viam todos os dias, e não destruíam, apenas a utilizavam para sua sobrevivência. Para se chegar ao local há que passar por um por um condomínio residencial na praia da Mococa. Lá a entrada para visita é permitida, porém se faz necessário alguns procedimentos de segurança ao condomínio como a apresentação de documentos. Se for de carro, o veículo terá que ficar próximo a guarita do lado de fora. Existe um portão fechado com cadeado, com acesso para pedestre.

Nossa equipe foi de moto por isso adentramos ao local. Para quem não conhece a trilha é recomendável o uso de mapas e outros recursos tecnológicos, pois o visitante poderá sair no planalto, mais precisamente no bairro do Pouso Alto. No condomínio não existe placa indicando a entrada da trilha, então basta seguir a te a última rua do canto esquerdo do condomínio para avistar o começo da trilha. Deixamos a moto e fomos a pé o resto do caminho. A medida que se avança na floresta é possível passar por muitos rios pequenos de águas límpidas, algumas arvores como, também conhecidas como “fruteiras” de Bacubixaba e Guacá carregadas de frutos espalhadas pelo chão. No local é possível avistar ainda rastros de animais que vem para o banquete.

Nesta última visita foi possível achar entre as pedras e arvores um crânio de um porco do mato. O local tem um formato de uma ilha de tamanho considerável, que se der continuidade ao caminho pode alcançar o bairro do Araribá já em Ubatuba. Neste momento é bom salientar a importância de estar vestindo roupas adequadas para trilha. Foi encontrada uma árvore em decomposição no meio do caminho, e ao tentar tirá-la, levantou uma poeira e seus minúsculos moradores deixaram alguns guias com o corpo todo “empipocado”. Isto porque todos estavam só com o rosto e as mãos descobertos. O local ainda foi palco de desbravadores para a marcação oficial das divisas de municípios e estado.

Fotos: Silas Fileto e Claudia Félix


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Caminho foi rota do tráfico de escravos para o planalto Alguns mateiros que sobem ao planalto por ali, relatam a descoberta de ferramentas e material de trabalho desta equipe, que trabalhou no local por volta da década de 1950. O local ainda é continuidade de caminho a cachoeira do Poço Verde e lá são contadas histórias sobre tesouros escondidos no período do tráfico de negros da região, já que é um dos pontos de subida para a pratica na época. Moradores antigos lembram que ouviam histórias de um pedaço do caminho que havia dois canhões de ferro encravados na mata, que serviam para espantar as tropas do governo no combate ao tráfico de negros que iam para o planalto. O caminho que eles relatam também levava até a um “bairro” que servia de abrigo aos capangas que faziam o serviço. Esta trilha até o conjunto de poços tem aproximadamente cinco quilômetros e é considerava de leve para média complexidade. Vale lembrar que existem outras trilhas para se chegar ao local, alguns são mantidos em segredo pelos moradores da região. Bom salientar da importância de preservar o local, não deixar lixo e não cortar nada. O local está em ótimas condições de preservação e conservação e é bom que esteja sempre assim, como nossos antepassados que por lá passaram a deixaram bela e encantadora. Dica: sempre contratar um guia ou mateiro experiente para o passeio. Não entre na mata sózinho, pois voce pode se perder. Texto e fotos: Claudia Felix e Silas Fileto

Local ideal para observação de fauna e flora da Mata Atlantica. Isso só é possível pelo fato do local nunca ter sido utilizado como roça pelos moradores. Na foto ao lado, ossada de porco-do-mato

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Gente apaixonada por Ubatuba: JOSÉ RONALDO DOS SANTOS

Chegamos à parte mais dolorosa da história de Jean-Pierre Patural e familiares. Em 1961 aconteceu o desastre. “Numa véspera de embarque de bananas, Jean Pierre decolou para Ubatuba. Ao chegar ao Ubatumirim constatou que uma peça fundamental para que o trator funcionasse estava quebrada e, a urgência do serviço fez com que ele retornasse no mesmo dia para Taubaté. Estranhamos o seu retorno. Como sabíamos que ele tinha retornado? Era fácil, pois o hábito dele era, antes de aterrissar em Pindamonhangaba, dar um vôo rasante sobre a nossa casa. Assim, calculávamos que após uma hora já estaria conosco. Era o tempo suficiente para acomodar a aeronave no seu devido espaço e tomar um ônibus que circulasse entre as duas cidades. Assim fez ele: providenciou a peça e retornou para o Ubatumirim. Tinha pressa porque o barco passaria no dia marcado para fazer o embarque da grande carga bananeira prevista. Foi quando aconteceu o desastre. Estranhamos a sua não chegada no dia esperado; nem no outro, nem no outro. Quando recebemos o telegrama do capitão do barco bananeiro dizendo que Jean-Pierre não havia estado no Ubatumirim e que não tinha encontrado nenhuma carga de bananas na praia, desconfiamos que o pior já tinha acontecido. Imediatamente entrei em contato com a fábrica CTI (em Taubaté) que tinha uma linha telefônica direta com Ubatuba. Assim confirmei que o meu amado tinha desaparecido. Com o auxílio de amigos, funcionários da Mecânica Pesada, chamamos o Batalhão de Exército de Pindamonhangaba. Assim foram iniciadas as buscas pela Mata Atlântica. Após uma semana só o avião foi encontrado: estava totalmente destroçado. As buscas continuaram sem nenhum resultado. De-

A saga Patural (parte IV)

sesperada, chamei uma equipe de pára-quedistas de São Paulo especializada nesse tipo de busca. Em vinte e quatro horas encontraram o corpo de Jean Pierre na beira de um rio, cuja distância era, aproximadamente, quatro quilômetros dos destroços do avião. O avião, modelo “teco-teco”, provavelmente foi jogado na mata por uma dessas fortes rajadas de ventos, tão comum de ocorrer naquela época do ano. Foi essa a suposição de um comandante das buscas. É quase certo que tenha sido assim mesmo”. O avião caiu não muito longe da estrada, numa distância média de cinco quilômetros. Ele se feriu e, segundo o laudo pericial, ainda sobreviveu uns cinco dias. Isso se deduziu pela grande distância entre os destroços do avião e o corpo desfalecido.

É certo que teria se salvado se tivesse tomado a trilha certa: bastava seguir o lado da bifurcação que o conduziria à estrada em vez de se enganar e acabar por embrenhar-se ainda mais na mata fechada. Mas se é fácil de se enganar pelas veredas quando estamos sãos, imagine as grandes probabilidades para quem estava ferido e não estava ainda tão familiarizado com a Mata Atlântica. Talvez também tivesse sido socorrido pelos caçadores se fosse tempo de caçadas. Mas não era. Entre o momento em que eu recebi o telegrama de Santos (do comprador das bananas) e o desfecho final (encontro do corpo), passaram-se vinte e um dias. Era o ano de 1961; meu marido tinha trinta e dois anos. Depois disso tudo ficou muito difícil. Imaginem uma viúva, com dois filhos pequenos, se deslocar de Taubaté para o Ubatumirim num tempo de péssimos transportes, quando

nem se sonhava em estrada de rodagem para o lado norte do município. É bem lembrar que a BR-101 só vai se tornar realidade quinze anos depois da tragédia. No entanto, ainda estive alguns períodos de férias em nossas terras: uns dois ou três anos consecutivos. Depois tive que largar tudo, me dedicar ao trabalho e às crianças. Depois da morte de Jean Pierre tentei conservar as posses. Foi muito difícil, pois a eminência da abertura da rodovia provocou uma verdadeira loucura. Compradores de todas as partes surgiram com malas repletas de notas de pouco valor, mas que pareciam uma fortuna para os ingênuos caiçaras; assim adquiriram as posses. Não me sai da lembrança um caso, de 1965, que muito me chocou: foi a troca de uma belíssima posse entre a praia e o rio, no Ubatumirim, por uma casinha popular inacabada no bairro da Estufa II, num terreno sem qualquer documentação. Depois vieram os grandes grileiros, chegando a ocupar áreas com homens armados. Para uma mulher sozinha era impossível enfrentar esses jagunços. Assim, pensando nos meus filhos e já lecionando na Unitau, além de estar cansada de passar todas as minhas férias e alguns finais de semana nessa luta, deixei a casa da praia aos cuidados do Benedito Rolim. O Sertão da Sesmaria do Ubatumirim ficou sob os cuidados de outro empregado chamado Melentino. Quando o Dito Rolim se ausentou por questões particulares, a posse da praia foi invadida. Porém, graças à dedicação e competência do doutor Manoel Casal del Rey Aspera, após seis anos de processo, conseguimos reaver a área e, num acordo com o próprio advogado, a trocamos por uma casa no bairro do Tenório. Após reformas, nós a alugamos na temporada”.

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Cantinho da Poesia Insônia

Sou assim

Noites e noites vagando pelo meu quarto A espera daquele almejado sono que não vem Como nervoso marido esperando o parto Daquele sonhado filho, mas que já se tem

Sou uma garota normal. Porque insiste em me criticar?

Noites e noites de lembranças infindas Dos tempos saudosos de infância e juventude Quando todas as noites eram sempre bem vindas E eventual falta de sono não tinha essa amplitude Lembranças de madrugadas embalando uma criança Cansado e sonolento, mas tendo nos lábios um sorriso Perpetuando assim entre pai e filho uma aliança Ainda que trabalhar no dia seguinte fosse preciso Lembranças de acordado ver nascer um novo dia Depois de madrugadas vividas com toda a jovialidade Quando a vida era apenas uma grande festa sadia Festa que termina com os ombros sentindo o peso da idade Se para este problema não me foi dado direito de escolha Nada mais me resta que cumprir meu desígnio Resignado qual flor que no inverno se desfolha Mas que continua tendo pela beleza da vida o fascínio Manoel Del Valle Neto

Sou como você, você não é diferente de mim, posso provar para você quem sou e como sou. Me de espaço, não me sufoque com suas acusações. O problema não sou eu. você construiu o problema, agora resolva. Quero viver, viver da minha maneira, e não espere por mim posso demorar a te encontrar. Sou assim, não vou mudar, você pode se afastar de mim ou me acompanhar. Só me deixe ser eu. Jéssica Oliveira do Nascimento, 15 anos – Araribá


Página 12 Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS Exemplo de pessoa guerreira, trabalhadora e religiosa foi desta personagem. Ela pode ser o modelo ideal de mulher batalhadora que pode, sem sombra de duvida, representar o sofrimento e a vitória das mulheres de uma época, que cuidavam da roça, da casa, dos filhos e do marido com muita fé, mas naquela fé verdadeira, sem shows e negócios para a conquista. Nossa personagem nasceu no dia em que Ubatuba festeja seu aniversário. Ela apareceu para o mundo no dia 28 de outubro de 1939, filha de Moisés Ferreira dos Santos e Maria Nunes do Prado. Seu pai foi combatente da revolução de 1930. As lembranças da guerra deixaram marcas profundas neste homem, que ficou emocionalmente abalado com os horrores que presenciou. Seu trauma fez com que por muito tempo vivesse isolado do convívio social. A família é natural da Vargem Grande (Serra Acima) e sempre viveu em “taperas” abandonadas, ou naquelas construídas em local quase inacessível. O casal teve os filhos Olívia, Antonio, Orzília, Maria, Geralda e Lurdinha. Orzília sempre morou em casas simples daquelas que tinham camas de varetas de madeira do mato forrada com folhas de guaricanga e de bananeiras. Quando criança, para ajudar no sustento da família aprendeu a tecer balaios e a fazer esteiras. Fazia ainda travesseiros recheados com flor de marcelinha do mato, que eram levados para Ubatuba para vender. Com aos “Contos de Réis” que conseguia, comprava alguns mantimentos como o sal e a quero-

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Orzília Maria de Jesus Um exemplo de luta e de fé sene. Recordava com emoção de sua avó, que aos domingos a acordava de madrugada para socar alguns gomos de cana para adoçar a água do café, que era “fraquinho”, tipo água de batata como dizem. O café era para família quebrar o jejum, que muitas vezes era “intirume” (puro, sem acompanhamento). O café servia para escorar o estomago (matar a fome). Depois enfrentavam uma longa caminhada da Vargem Grande até o centro de Ubatuba para enfim assistir a uma missa. A caminhada era difícil já que vinham descalço e muitas vezes chegavam molhados do orvalho da madrugada que estava na trilha. A fé que era marca registrada deste povo. Todo esse ritual era motivo de orgulho e satisfação, as crianças então, mesmo cansadas, era quem mais se divertiam. Na época a missa era em latim e de costume o padre a conduzia de costas para os fiéis. Mesmo não entendendo muita coisa Orzília aproveitava para rezar o terço, isto com apenas nove anos de idade. Em 1960, frei Vitório Fantini sabendo que Orzília era devota de Nossa senhora Aparecida indicou e entregou o diploma de admissão à Pia. União das Filhas de Maria, orgulho para as famílias, principalmente a

esta mulher de fé que foi atuante até sua morte. Como verdadeira devota que era chegou a ir a pé ao Santuário Nacional. Em 1965 muda-se para a Pedra Preta no Sertão da Quina e lá fez muitos amigos, já que eram conhecidos dos moradores da região por conta das trilhas entre o planalto e o lito-

ral. No ano seguinte conhece um senhor viúvo do Araribá. Era Sebastião Jesuíno de Oliveira, que junto do seu irmão Salvador também pediu a mão da irmã da Orzília a Geralda. Os dois casais casaram-se na mesma data e os primeiros filhos nasceram no mesmo dia, uma a meia noite e outra ao meio dia. As duas tem o primeiro nome igual: Maria, em homenagem a mãe de Deus. Na época antes do casório, foi uma sobrinha de oito anos

de Sebastião que levou uma carta sobre a possibilidade de romance até Moisés pai de Orzília. Deu resultado. Com o casamento a família de Orzília muda-se para o Araribá. Da união nasceram Maria, Gilberto e Cristina. Ela também considerou seus filhos Benedito e Luiz que foi fruto do primeiro casamento de Sebastião. Embora sofrida, ela foi mãe presente, mulher generosa, parceira fiel, esposa exemplo e cidadã dedicada. Seu sorriso mostrava uma avó de coração grande. Tinha como marca registrada os abraços calorosos e cheios de ternura. Adorava cantar musicas de igreja, contar histórias e estórias e ria quando estes tinham desfecho engraçado. Parecia que o mundo a rodeava. Sábia no quesito chás e remédios caseiros. Era aconchegante sua casa de taipa, de chão de barro batido, do fogão a lenha e da lamparina acesa. Após o jantar era comum todos sentarem na soleira da casa para a reza do terço, depois em um momento de descontração ela contava os “causos”, que por vezes era de arrepiar. Quem via aquela mulher, por vezes sentia ter uma vida de pura tristeza, mas quando ria o mundo se transformava, aquele semblante de vida sofrida era substituído por um de criança. Sua voz, que rezava e passava os ensinamentos, que cantava a Deus e Nos-

sa Senhora foi calada no dia 13 de julho de 1998. Ela sofreu um grave problema. Um tumor na tireóide levou sua voz. Ela passou por uma cirurgia complicada e começou a se alimentar por uma sonda. Embora sofrida Orzília não se desesperou, manteve sua fé inabalável, sua crença firme e sua religiosidade forte. Mais não foi só isso um câncer deixou seu corpo mais debilitado, mas sua fé permaneceu dura como uma rocha. Podia não ter certeza do resto, mais de sua fé e da sua religião tinha certeza do que fazia. Ela sabia que Deus não leva qualquer um, não é para quem quer, é para quem merece e só leva quem é bom. E foi assim no dia 17 de abril de 1999 seus pequenos olhos se fecharam para abrir em outro lugar. A nós a saudade, a tristeza dela não estar mais conosco. Ela nos deixa aos 57 anos. Mesmo quando aos poucos a doença lhe roubava a vida, sua fé reluzia nos seus olhos, nos seus atos, nos seus exemplos, nos seus ensinamentos, na sua dedicação, nas marcas do capiá em seus dedos quando tecia o rozário. Nunca se queixou do sofrimento. O que dizer agora? Dizer apenas da saudade que deixa, das mãos que tocavam as netas ao passear, do colo gostoso, do beijo puro, da proteção que pedia a Deus. A ela a vida pregou muitas peças, mas com a fé que tinha conseguiu sobreviver, talvez por isso tenha ganhado um espaço no céu que talvez nunca consigamos. A sua benção tia Orzília. Parece que a vejo sacudir a cabeça em sinal de positivo dizendo “Deus te abençoe e te guarde meu filho”.


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Ação sobre desvio no IPTU não será julgada nesse ano, prevê promotoria SAULO GIL A Ação Civil Pública, que apura responsabilidades sobre o desvio de verbas de pagamentos do IPTU em Ubatuba, não será julgada nesse ano. A previsão é da própria Promotoria que atua no caso. Segundo o Ministério Público, por se tratar de um processo de improbidade administrativa, legalmente, os trâmites jurídicos são estendidos a duas fases. Ainda na década de 90, logo após a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Governo também aprovou medida que criou uma etapa preliminar, nos casos envolvendo improbidade de gestores públicos. Sendo assim, a promotoria de Ubatuba tem a convicção de que os ritos previstos na Ação só serão concluídos após 2010. Apesar de confirmar a impossibilidade do julgamento nesse ano, a promotoria preferiu não se pronunciar sobre uma previsão mais exata sobre o futuro. Nesse momento, a Ação que segue na comarca ubatubense encontra-se justamente na fase anterior ao recebimento da inicial pela Justiça, recomendada apenas para casos de improbidade administrativa De acordo com o Ministério Público local, o processo está na etapa de “defesa preliminar”, onde as autoridades citadas, como o Prefeito Eduardo Cesar e o vereador Gerson Biguá, terão a oportunidade de apresentar suas versões, antes mesmo do recebimento da ação por parte do Juízo. Ainda segundo a promotoria, já foram recebidas a

Autoridades citadas, como o Prefeito Eduardo Cesar e o vereador Gerson Biguá, fazem parte da política municipal há quase duas décadas, terão a oportunidade de apresentar suas versões

documentação de mais da metade dos agentes citados. Após colhida toda a defesa preliminar, o Ministério Público ainda terá direito de resposta sobre as argumentações apresentadas. Todo material segue então para o juízo local, que decidirá somente então, sobre o recebimento da inicial. Se recebida, a Ação continua o trâmite com a citação dos envolvidos no caso. Os acusados terão então novamente uma fase de defesa, com a contestação. Os argumentos retornarão para o MP que também terá nova chance de réplica. Terminado os ritos documentais, o caso então entra na etapa de produção de provas e, em seguida, a ação estará preparada para Julgamento. Em função de todo esse rito, o MP confirma que não existe possibilidade do caso ser julgado nesse ano.

Caso Praxedes Outra Ação Civil Pública (ACP) que ficou conhecida na cidade como “Caso Praxedes”, foi iniciada em 2005 e pode ter seu desfecho só nesse ano. A ACP que tramita na segunda vara judicial, número 749/2005, está prestes a ter um julgamento na Comarca local. Há um único detalhe impedindo que o feito esteja apto a ser julgado, o vereador Gerson de Oliveira arrolou uma testemunha que reside em Fortaleza-CE. Os autos estão aguardando o retorno da precatória. O último despacho do juízo determinou a intimação do vereador para que comprove ter distribuído a carta precatória retirada. No caso, diversos vereadores que compunham a Câmara, entre 98 e 99, foram citados e acusados, em função de suposto recebimento

Davi Praxedes chegou a ficar 41 dias preso acusado de recebimento de propina de propina, para a provação de leis que beneficiariam construtoras instaladas na cidade. Fonte: Imprensa Livre


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Desopilando o mau humor Revanche da mulherada! Depois de tantos e-mails machistas pela net, eis a revanche das mulheres: * * * Coração de mulher é igual circo: Sempre tem lugar para mais um palhaço... * * * O que se deve dar a um homem que pensa que tem tudo? Uma mulher para ensiná-lo como funciona! * * * Por que as mulheres casadas são mais gordas do que as solteiras? A solteira chega em casa, vê o que tem na geladeira e vai pra cama. A casada vê o que tem na cama e vai pra geladeira. * * * Como se chama uma mulher que sabe onde seu marido está todas as noites? Viúva. * * * Por que as aranhas viúvas-negras matam o macho depois da cópula? Para acabar com o ronco antes que ele comece. * * * Qual a diferença entre homens e porcos? Porcos não viram homens quando bebem. * * * O que aconteceu à mulher que conseguiu entender os homens? Ela morreu de tanto rir e não teve tempo de contar a ninguém. * * * Por que Deus criou primeiro o homem, e depois a mulher? Porque as experiências são feitas primeiro com animais e depois com humanos!!! * * * Por que os homens gostam de mulheres inteligentes? Porque os opostos se atraem!

Qual a diferença entre os homens e as frutas? Um dia, as frutas amadurecem... * * * Por que um homem não pode ter um bom caráter e ser inteligente ao mesmo tempo? Porque assim seria mulher!!! * * * Por que são necessários milhões de espermatozóides para fertilizar um único óvulo? Porque os espermatozóides são masculinos e se negam a perguntar o caminho!!! * * * Quando é que um homem perde 90% de sua inteligência? Quando fica viúvo! E os outros 10% quando o cachorro morre!!!!!! NOTÍCIAS DE LISBOA “Gêmeo tenta se suicidar e mata o irmão por engano” * * * CURVA PERIGOSA O português estava dirigindo em uma estrada, quando viu uma placa que dizia: ‘Curva Perigosa à Esquerda’. Ele não teve dúvidas: virou à direita! * * * NO SEXO - Manuel, você gosta de mulher com muito seio? - Não, pra mim dois já tá bom. MANOEL JOAQUIM Manoel Joaquim dos Santos, nascido em Trás-dos-Montes, no extremo bem extremo Leste de Portugal, ganhou seu primeiro lápis de colocar na orelha, quando tinha 2 anos. Aos 15 anos, já no primário, ganhou sua primeira caneta-tinteiro de orelha. Aos 32 anos, descobriu que caneta também servia para escrever. Hoje, já informatizado, está com orelha de abano, por causa do peso do mouse...

SOCIEDADE Vocês sabem porque sociedade entre portugueses sempre dá certo? Porque um rouba do outro e deposita na conta conjunta! DOIS BASTAM - Você sabe quantos portugueses são necessários para afundar um submarino? - Dois. Um bate na porta, o outro abre! SELF-SERVICE - Como é restaurante por quilo de português? - O cliente é pesado, na entrada e na saída. AINDA MARIA Maria vai ao ginecologista reclamando que não consegue engravidar. - Por favor, tire a roupa e deitese naquela maca - diz o médico, preparando-se para examiná-la. E ela indecisa: - Mas, doutor! Eu queria tanto que o filho fosse do meu Manuel! ÓCULOS MÁGICO O Português foi pro Japão e comprou um par de óculos cheio de tecnologia que mostrava todas as mulheres peladas. Manuel coloca os óculos e começa a ver todas as mulheres peladas, ele se encanta.. Põe os óculos, peladas! Tira os óculos, vestidas! Que maravilha! Ai Jesus! E assim foi Manoel para Portugal, louco para mostrar a novidade para a mulher (Maria). No avião, se sente o máximo vendo as aeromoças todas peladas. Quando chega em casa, já coloca os óculos para pegar Maria pelada. Abre a porta e vê Maria e o Compadre no sofá pelados. Tira o óculos, pelados! Poe os óculos, pelados! Tira, pelados! Põe, pelados! E Manuel diz: - “Puta que pariu! essa merda já quebrou!”

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Túnel do Tempo

Coluna da Adelina Campi

O frio que vem de dentro Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam. Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira: era a única maneira de poderem sobreviver. O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: “Aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro”. E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais. O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: “Eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso? Nem pensar”. O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: “É bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem”. E guardou suas lenhas com cuidado. O quarto homem era um po-

bre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou: “Esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.” O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil. O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. “Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos”. Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou. No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: “O frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro”.

1994 Maranduba já teve a sua fase áurea com as “Três Mosqueteiras”...

1993 Filha da região sul, hoje PM reconhecida pela Câmara de Ubatuba

1995 Dupla dinâmica da BLOFOR, hoje seguem carreira solo, e com sucesso!

1996 Comentarista esportivo fazia nas temporadas “bico” no Bar do Pedro

1993 Pena que na época o Barcelona ainda não estava contratando jogadores

Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as brasas da esperança se apaguem, nem que a fogueira do otimismo vire cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida onde quer que você esteja.

1994 Houve época em que a Maranduba era ponto de parada de jangadas vindas do nordeste. Hoje estamos a ver navios...

1992 Corcoran pouco mudou: na foto com mais cabelo e menos barriga.



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