Maranduba, 01 de Dezembro de 2010
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano I - Edição 19
Destaque:
No retorno à Câmara, Frediani dispara: “Vocês vão ter de me engolir”
Notícias:
CRAS começa atender famílias da região Bandeiras abóbora no encontro latino-americano do MST Alunas da Tiana Luiza ganham medalhas nos Jogos Municipais Show de talentos Gospel anima Maranduba Tecnologia genuinamente caiçara Um cérebro, três rodas e muita dedicação Quilombo lança CD de memória cantada Turismo:
Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugar Maranduba a um clique do mundo Gente da Nossa História:
Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contar Cultura:
Saudade como fonte de emprego e renda as comunidades
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Jornal MARANDUBA News
Editorial
Carta do leitor
A internet vem oferecendo a cada dia mais facilidades e interatividade para todos. Nunca a informação esteve tão disponível como agora. O problema é a quantidade de informação é tão grande que o difícil é encontrar o que deseja. A tendência mostra que os sites mais procurados são aqueles que se especializam em determinado nicho ou assunto. Seguindo esta tendência, estamos lançando no site www.maranduba.com.br que apresenta informações específicas da Região Sul de Ubatuba. Tudo concentrado num só lugar: turismo, hospedagem, cultura, história, mapas, fotos, vídeos e uma infinidade de informações que podem ser acessadas de qualquer lugar do planeta. Aproveitando a experiência do Litoral Virtual, desenvolvemos um site limpo, de fácil navegação, com sistema de busca interna com palavras-chave que utiliza a tecnologia do Google para que usuário encontre o que desejar em nosso site. Implantamos um sistema de mapas personalizados (também do Google) que mostra os principais pontos de interesse turístico com a possibilidade de encontrar endereços precisos, além de traçar uma rota a partir do endereço do usuário até o local apresentado.
Uma outra facilidade que estamos em fase final de produção serão as imagens em 360 graus, onde se tem uma experiência de imersão total no ambiente visitado. Com as belas paisagens que a nossa região oferece, este será um dos principais atrativos para atrairmos turistas e alavancar a sustentabilidade local, que basicamente vive do turismo. Além das informações institucionais, também inserimos os anunciantes do Jornal Maranduba News e do site Litoral Virtual, enriquecendo ainda mais o resultado de quem consulta o site. Com isso promovemos os produtos e serviços da região, colaborando assim com o progresso local. Afinal, são os nossos colaboradores, patrocinadores e anunciantes que proporcionam os recursos necessários para as pesquisas, desenvolvimento e produção deste importante meio de comunicação. E você, vai ficar fora dessa? Consulte o site e avalie o custo-benefício de ser nosso parceiro. Aproveite que ainda dá tempo de colher ótimos resultados ainda nessa temporada. Emilio Campi Editor
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970 Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563 Nextel ID: 55*96*28016 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
Estacionamento Segue abaixo ata escrita pessoalmente em reunião com o Sr. Geraldo (assessor do prefeito) em 27 de maio de 2010. 1 - Nós sugerimos que a Prefeitura coloque no estacionamento placas informando a proibição aos veículos ali estacionados de acionar equipamentos sonoros assim como das penalidades, que variam desde multa até apreenção do veículo. 2 - Colocação de correntes nos acessos ao estacionamento. Sugerimos à Prefeitura regulamentar a utilização deste espaço no tocante aos horários de ingresso e permanência dos veículos sendo que a noite tais acessos estariam fechados por correntes. Lembramos que tal procedimento já foi normal e adotado rotineiramente pela Prefeitura a poucos anos atrás. 3 - Na reunião foi elaborado um croqui esquemático de parte do estacionamento e o Sr. Geraldo se dispos a enviar à Arquitetura para solução da questão. 4 - O Sr. Geraldo irá interagir com a Secretaria de Segurança e outros Orgãos no sentido de efetuar ações conjuntas na Maranduba. 5 - O Sr. Geraldo entrará em contato com o Sr. Moralino para solucionar sobre o acúmulo de água, em especial no piso de bloquetes na Avenida Tenente Manoel Barbosa da Silva - altura do n. 150 - e uma canaleta que represa as águas pluviais. Conforme alertamos trata-se de um foco de Dengue e que infelizmente virou bebedouro de urubus.
Prezados leitores. O estacionamento em questão está sendo alvo de delinquentes e drogados e a Prefeitura está ciente disto a muitos meses. Após um ano de ida e vindas na Ouvidoria de Ubatuba e seis meses de conversa com o Assessor da Prefeitura eis o balanço O que foi feito até agora???? NADA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Muita incompetência e descaso com os cidadãos de Maranduba. O posto policial de Maranduba continua fechado a noite que é quando necessitamos dele. O alto volume dos sons dos carros também continua madrugada a fora. Os urubus também continuam na praia de Maranduba. Também não foram colocadas nem placas nem correntes no estacionamento da prefeitura. A mesma, foi informada de que lá (estacionamento zona azul - em frente posto BR - a 50 m posto policial) tornou-se ponto de uso de drogas, e o fato de não fazer nada a torna conivente com as drogas. A dengue está chegando... e a Prefeitura continua inoperante. Parece que se torna patente que o único instrumento que nos resta é uma ação junto a Procuradoria e Ministério Público. Ainda desejo uma prestação de contas no que se refere ao destino do dinheiro arrecadado na zona azul e cobrado no estacionamento em questão. Sem mais, Belinda Goldberg Via e-mail
Orquídeas Pessoal, precisamos ter aqui na região sul, na Enseada do Mar Virado, uma estrutura que possa reunir muita gente, para se organizar eventos e exposições como da apresentação a seguir, onde poderemos ter produtores locais de orquídeas, tudo a ver com atividades econômicas locais totalmente adequadas com o meio ambiente. Saudações Ambientais Luiz Carlos Lima via e-mail Agradecimento Quero agradecer vcs por nao deixarem de manter-me informada dos acontecimentos de nosso Municipio. Desdo falecimento de meu esposo NEY MARTINS sai muito pouco de casa, ate o falecimento da mãe dele fiquei em Sao jose dos Campos com ela, agora com seu falecimento estou aqui em Ubatuba direto, mas saio muito pouco, ainda me tras muitas lembrancas, mas quero agradecer de coracao o carinho e atencao por me manter informada das noticias e aproveito para parabenizalos pelo belo trabalho de vcs, um trabalho serio e de uma forma inteligente de informarmos, obrigado de coracao. Da leitora e admiradora Teresa Goes Lemes via e-mail
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No retorno à Câmara, Frediani dispara: “vocês vão ter de me engolir” SAULO GIL O vereador Rogério Frediani do PSDB era o único vereador que permanecia afastado da Câmara, em função do processo que apura irregularidades nas últimas eleições do Conselho Tutelar do município. Em julho, o juiz de Ubatuba chegou a afastar seis vereadores que estariam envolvidos no caso. No entanto, em outubro, o Tribunal de Justiça, que é instância superior, reverteu essa decisão e determinou o regresso de todos à Câmara. Porém, pouco depois do retorno, uma nova denúncia do Ministério Público local, relatou que Frediani teria ameaçado uma testemunha do caso. A promotoria impetrou novo pedido de afastamento, dessa vez, exclusivo ao tucano, e a solicitação foi acatada pelo Juiz da cidade. Rogério foi afastado pela segunda vez e teve de entrar com novo recurso na instância superior. Então, nesta segunda-feira, mais uma decisão foi revertida no Tribunal Justiça de São Paulo e o vereador teve garantido seu retorno à Casa de Leis. De volta, Frediani protagonizou a sessão ordinária desta terça-feira, no Legislativo ubatubense. Ele abriu o encontro negando as acusações de ameaças e reforçando a tese de perseguição contra seu mandato. “A testemunha que se disse ameaçada trabalha na prefeitura e me vê como opositor. Ou seja, tudo isso não passa de uma situação armada contra
minha pessoa e contra minha atuação como vereador”, disse Rogério. O vereador tucano continuou como destaque da sessão, desta vez, reforçando seu posicionamento de oposição ao prefeito Eduardo Cesar. Ele foi voto único contrário na aprovação de dois projetos de autoria do Executivo. A oposição ficou evidente quando Rogério rejeitou o texto que concede o título de “Cidades Irmãs”, aos municípios de Ubatuba e Benalmádena, da Espanha. O vereador do PSDB disse que na última viagem promovida por cidades irmãs da prefeitura nenhum resultado positivo foi apresentado à população. “Da outra vez, o pessoal só curtiu e ninguém prestou contas de nada. Nunca mais tivemos notícias de possíveis acordos. Agora, os espanhóis dizem que querem produzir azeite aqui, em um município que tem mais de 90% do seu território de área preservada. É brincadeira!”, ironizou Rogério Frediani, criticando a Prefeitura por tanta atenção dispensada na recente vista dos espanhóis ao município. Como não podia deixar de ser, o político regresso ao Legislativo ainda solicitou uma última palavra antes do encerramento da sessão. Com o espaço concedido, Frediani finalizou o encontro, parodiando uma frase do ex-técnico da seleção brasileira Mário Lobo Zagalo: “Vocês vão ter de me engolir”, concluiu o tucano, arrancando risos da platéia.
Tribunal rejeita contas da Prefeitura de 2008 O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo divulgou, no Díário Oficial desta última quarta-feira, rejeição sobre a prestação de contas elaborada pela Prefeitura de Ubatuba, referente à gestão municipal de 2008. Apesar da publicação oficial, o relatório final do processo ainda não foi concluído. De acordo com a assessoria de comunicação do TC, como os documentos estão sendo digitalizados, os detalhes do caso, como o parecer do relator e os votos dos Conselheiros ainda não estão disponíveis ao público. No entanto, a assessoria de imprensa confirmou a rejeição das contas de 2008 da Prefeitura de Ubatuba e citou a publicação do Diário Oficial do último dia 24 de novembro. O documento traz a seguinte mensagem na página 46: “Pelo voto dos Conselheiros Cláudio Ferraz de Alvarenga, Presidente e Relator, Antonio
Roque Citadini e Eduardo Bittencourt Carvalho, a Câmara, diante do exposto no voto do Relator, juntado aos autos, decidiu emitir parecer desfavorável à aprovação das contas da Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Ubatuba, exercício de 2008”, diz um trecho da decisão publicada, acrescentando que os autos serão remetidos à Promotoria local, para as devidas providências. “Determinando o encaminhamento de cópia do parecer e das correspondentes notas taquigráficas à consideração do Ministério Público. Esta deliberação não alcança os atos pendentes de apreciação por este Tribunal”, conclui a mensagem contida no Diário Oficial nesta quarta-feira. Além da apreciação por parte da Promotoria local, a decisão do Tribunal de Contas também servirá de base para a aprovação das contas de Eduardo Ce-
sar na Câmara Municipal. Caso o Legislativo local acompanhe o posicionamento do TC e rejeite a prestação do Executivo sobre as arrecadações e despesas do ano retrasado, o prefeito Eduardo Cesar corre o risco de entrar na lista dos inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa. Segundo a assessoria de comunicação do Tribunal de Contas de São Paulo, os detalhes sobre a decisão dos Conselheiros devem ficar disponíveis nos próximos dias, no próprio site do TC-SP (http://www.tce. sp.gov.br). A reportagem entrou em contato com a prefeitura. A assessoria de imprensa informou que estaria difícil de conseguir alguma informação, uma vez que o setor jurídico estaria mudando de prédio ontem, além do representante da pasta. O setor de comunicação ficou de averiguar, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.
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CRAS começa atender famílias da região Alunas da escola Tiana Luiza EZEQUIEL DOS SANTOS O CRAS - Centro de Referencia de Assistência Social Maria Balio está atendendo ao lado da sede da Administração Regional Sul na Maranduba. O centro foi inaugurado no último dia 28, aniversário de Ubatuba e começou a funcionar efetivamente no último dia 16 em seu próprio espaço. Nos primeiros dias o atendimento foi realizado no espaço da regional sul. O espaço próprio do centro de referencia estava em fase de acabamento e adaptação dos pequenos detalhes ao atendimento da população. O atendimento funcionará das oito da manhã até as 18 horas. O Centro conta com uma assistente social, uma auxiliar administrativo e uma coordenadora. Em parceria com a saúde conta ainda com uma psicóloga que atenderá duas vezes por semana. O CRAS vai prestar apoio às famílias da região sul até alcançarem autonomia e não mais necessita-
ganham medalhas nos Jogos Escolares Municipais
rem do centro de referência. Os projetos sociais Renda Cidadã, Ação Jovem, palestras e outros cursos de capacitação serão concentrados no CRAS facilitando o acesso das famílias da região, sem precisar do deslocamento até o centro. Segundo os organizadores, as áreas de quilombos e aldeias serão atendidas no local de domicilio já que é de responsabilidade das equipes o deslocamento até es-
tas áreas. Maria Balio é considerada uma das personalidades feminina mais importantes do município e que para muitos foi considerada “Mãe dos Pobres”. Moradores aprovaram o nome de Maria Balio e esperam que o atendimento seja a altura do comprometimento, da responsabilidade, da garra e da competência de que Maria Balio trabalhou com a comunidade.
Bandeiras abóbora no encontro de lideranças latino-americanas do MST Nos últimos dias 14 e 15, 68 integrantes do movimento MST América Latina estiveram na praia da Caçandoca para aprender sobre a organização social e política do Brasil. Dos países integrantes do Cone Sul só o Uruguai não mandou representante. Segundo os integrantes visitantes o Brasil tem a maior e a melhor organização da América, principalmente no quesito propaganda. As visitas são partes de um curso cuja duração é de quatro meses, onde os integrantes visitam todos os paises latinos. O encerramento está previsto para o próximo
dia 29, onde mostrarão para as lideranças de seus países suas experiências. Todos se encantaram com Ubatuba, principalmente com a Praia da Caçandoca, já que costumam freqüentar as do pacífico, que tem águas mais frias e muitas pedras em suas praias. Emocionante foi o reencontro de amigos que há tempos não se viam, o que aconteceu com um integrante brasileiro de Pernambuco que achou seu amigo no grupo latino americano. Ficaram ainda encantados com a diversidade do artesanato quilombola brasileiro aqui representado pela artesã Neide Antunes de Sá.
“Nós “cambiamos” (trocamos) vários presentes e gentilezas, não deu para matar toda a nossa curiosidade sobre os países de origem”, comenta a artesã brasileira. O que ninguém esperava foi a discriminação realizada por alguns membros da comunidade na colocação de bandeiras cor de abóbora em pontos que serviam para delimitar aonde os convidados podiam ir e conversar. Muitos locais e comércios da praia foram excluídos. Moradores ouvidos pelo JMN não entenderam o porquê desta atitude que discriminou os próprios iguais no mesmo quilombo.
Alunos da escola municipal Sebastiana Luiza do bairro do Araribá se destacaram nos Jogos escolares. A melhor pontuação ficou por conta de Tainara Pereira Custódio, 10 anos, que conquistou prata na modalidade pulo-extensão e Milena Pereira dos Santos da mesma idade que conquistou ouro na corrida de 75 metros rasos. Não é a primeira vez que a jovem atleta conquista o pódio. Moradores e conhecidos de Milena e Tainara encontram-se desapontados com a falta continua de incentivo e investimento a conquista de outras medalhas e até mesmo ao profissionalismo.
A escola participou das atividades de atletismo, pulo-extensão e queimada num total de 30 alunos. A queimada não alcançou pontuação, mas animou a arquibancada. Tiraram até fotos como Secretario de Esportes do município. Os responsáveis pelo desempenho e acompanhamento dos pequenos atletas foi o professor de educação física Woldney Moreira da Silva e do monitor de artes João Donizete. As crianças se animaram com a participação e aguardam para o próximo ano o tão esperado jogos escolares. A direção da escola parabeniza os alunos.
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Pequenos atletas de futebol de salão animam torcedores
EZEQUIEL DOS SANTOS Na última tarde do dia 20, cerca de 100 pequenos atletas participaram da 1ª rodada de um torneio de futebol de salão realizado pelo professor de Educação Física Pérsio Jordano Monteiro. O evento contou como o apoio da Secretaria Municipal de Esportes. As disputas aconteceram na quadra da escola municipal Nativa Fernandes de Faria no Sertão da Quina. O torneio terá sua final no próximo dia 27 e conta com quatro equipes masculino sub-10 e oito equipes feminino sub-
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10/13/15. Sua torcida será muito importante na final que acontecerá no próximo dia 27. Pais das crianças agradecem a determinação do professor Pérsio e dos professores voluntários Joel e Ivan aos quais deram seu brilho para o sucesso do torneio. Agradecimentos também à direção da escola. Muitos torcedores ficaram roucos por conta da torcida e para a próxima rodada é esperado um aumento de torcedores. O evento acontecerá a partir da 13:30hs. do dia 27. Vale a pena conferir. Traga os amigos e a bandeira.
Show de talentos Gospel anima Maranduba No último sábado 27, a Igreja Assembléia de Deus Bom Retiro do Sertão da Quina apresentou o 1º Show de Talentos da Musica Gospel da região sul de Ubatuba. O evento que foi realizado na praia da Maranduba apresentou cantores, bandas e músicos evangélicos e de outras religiões, o que agradou muita gente. Foi possível observar famílias inteiras no evento. O local também teve barracas de alimentação. Segundo Pastor Marcos, organizador do evento, trata-se de mais uma oportunidade de exaltar o nome de Deus, além de revelar novos talentos para a música gospel. “É bom ver tanta família, as religiões participando, e que estes talentos estimulem outros jovens na busca do Divino”, comenta o Pastor Marcos. O evento conta ainda contou ainda com a Pastora Tatiana, Leila, Márcia Corrêa Eventos e Líderes da Igreja. Vale lembrar que a musicalidade e a religiosidade desta parte do município é muito forte, o evento deve aproveitar estes talentos
para estimular e reforçar os laços familiares e religiosos comenta a organização. Após o louvor foi apresentado coral, que em seguida foi anunciado o show de talentos. As crianças destacaram-se dando o ar da graça na apresentação e nos cantos. Percebeu-se o nervosismo nos competidores e na torcida dos familiares. Após a apresentação os jurados José Correa, Márcia e Carla deram suas notas. A premiação ficou o seguinte: 1º- Juliano (voz e violão), 2º - Bruno (play-back)
e 3º - Gabriel e Janine (voz e violão). O destaque mesmo ficou por conta do jovem Bruno que surpreendeu a todos com sua voz forte e doce. Nem o pequeno contratempo na qualidade do som tirou o brilho do evento. Pastor Marcos agradeceu os colaboradores e principalmente ao Damião da Secretaria de Assuntos Comunitários da prefeitura e a Regional Sul. Existe um sentimento de espera para o um segundo evento. É aguardar pra ver!
Em 1967 moradores são presos por defenderem a natureza Moradores revoltados com a aplicação do BHC em seus rios realizaram manifestação em frente ao armazém do Sertão da Quina. Na ocasião um policial tentou sacar um revolver para intimidar a manifestação quando foi contido por um morador de nome “Zé Jean”. Na confusão policiais solicitaram reforço. Com a chegada de mais policiais alguns moradores foram algemados e conduzidos a delegacia no centro da cidade. No camburão estavam os moradores Manoel Gaspar dos Santos, João Correia, José Jean, Benedito Félix e outros
moradores que não foram lembrados. No caminho outra viatura parou para dar apoio na condução dos “meliantes”. Quando anoiteceu foram liberados. O doutor De Lucca encaminhou um memorando condenando a aplicação, segundo o médico a continuidade do veneno nas águas causaria graves danos a saúde da população, além de matar todos os peixes, animais e aves que também se abastecem daquelas águas. Policiais também foram à casa de Antonio Gonçalo no Araribá reprimi-lo por apoiar a
manifestação. Na época o responsável pela distribuição de material e pessoal do governo era um homem chamado Juca de Caraguatatuba. A aplicação era parte de uma campanha estadual para erradicar os pernilongos no litoral. O que se sabe foi que os rios levaram dez anos para se recuperar, muitos moradores trouxeram peixes e aves de outros lugares para o repovoamento. Muitas aves e pequenos outros animais foram encontrados mortos a beira dos rios de toda a região. Alguns chegaram a ficar doente tamanha a tristeza em ver o rio mal-
cheiroso, cheio de limo verde e sem vida, as lágrimas corriam quando em um “praiado” viam piabas, jundiás e camarões mortos aos montes. O ciclo de uso foi quebrado, pois o lugar propiciava água e alimento de peixes a população e aos animais da época. Moradores subiam as montanhas, nas grandes roças, para buscar água limpa em novos “olhos dáguas” e nascentes. Para Manoel Gaspar, 75, foi a pior desgraça que eu já vi em toda a região. “São recordações que não gostamos de lembrar, no passado defendemos e fomos
presos, hoje não podemos usufruir o que cuidamos”, comenta Manoel Gaspar desapontado. O BHC é um inseticida e sua sigla advém do nome inglês - Benzene Hexachloride (hexacloro-ciclo-hexano)- é um produto que combate pragas na lavoura, seu uso está proibido no Brasil há mais de 20 anos. A equipe do governo depois reconheceu o mal que causou a natureza e a aquela população mudando a postura de tratamento ao povo dos lugares afetados e na aplicação produtos no combate ao pernilongo. Desta vez aplicadas só aos pernilongos.
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Tecnologia genuinamente caiçara Um cérebro, três rodas e muita dedicação
Tião Plácido é um daqueles caiçaras que representa bem o povo tradicional de Ubatuba. Assim como outros moradores tem varias qualidades e uma delas é a arte de transformar matéria prima em arte. Nos tempos vagos em sua peixaria ele vai aos poucos juntando flechas para produzir gaiola, meramente decorativas. Alguns de seu trabalho chegam quase a dois metros de altura e 1,5 m. de largura. Mas como pode? Como ele consegue? Muito simples, os moradores tradicionais tem uma capacidade e visualização em 3D (três dimensões). Ele visualiza a peça antes mesmo de estar pronta. Tudo isto em fração de segundos. Começa assim, quando verifica-se a
lua já esta pensando no tipo de material, quando esta com o material, já está pensando no seu tratamento e assim vai. Quando está montando ele vê o passo seguinte antes mesmo de fazê-lo, com isto tem tempo e material para realizar alguma mudança. Recentemente uma renomada arquiteta adquiriu um de seus trabalhos para construir uma casa em estilo de gaiola, ela quer utilizar o sistema de sustentação e espaços de que a peça proporciona. A profissional ficou impressionada com a técnica e a capacidade de visualização de Tião Plácido. Este é apenas um dos exemplos da tecnologia genuinamente caiçara. Parabéns!
EZEQUIEL DOS SANTOS Os extremos do município tem inovadores e “professores pardais” que se utilizam da tecnologia da escassez para realizar alguma obra. No Ubatumirim o morador Jorge Inocêncio criou através de pecas de caminhoneta, cambio de gol, pecas de maquina de lavar, chassi de rural, ferro elétrico, tabuas e outras peças sem valor comercial um trator
adaptado as roças da localidade. De tão potente e útil o trator tem o apelido de “Raçudo”. No sul o morador Ivanildo Schuks - Nildo há tempos vinha desenvolvendo outra maquina, uma de três rodas. A surpresa foi a qualidade da peça que não deixa nada a desejar das grandes montadoras. Muitos curiosos querem saber onde comprou, a surpresa é quando a pessoa
descobre que não foi comprada e sim produzida “em casa”. A informação é de que já esta em andamento o segundo protótipo da maquina esta em andamento. Além do talento, é necessária muita dedicação. O resultado é esta peça única e bela que desperta até um pouco de “inveja” nos curiosos e amantes de motores. Parabéns pela criatividade e pelo empreendedorismo!
Sentimento de despedida na missa no encerramento de retiro na região No ultimo dia 28 aconteceu à missa de encerramento do IDE: Jovem Evangelizando Jovem na igreja de Nossa Senhora das Graças no Sertão da Quina. O Ide trata-se de um retiro de aprofundamento que realiza experimentos da realidade da própria região. Foi um trabalho de quatro meses de preparação. 33 jovens realizaram visitas a APAE e ao Lar Vicentino, também a casas para a tradicional reza do terço. Uma família recebeu alimentos e houve uma entrevista com o Padre Carlos sobre sua vida sacerdotal. Segundo o seminarista Diego Serena, é um trabalho para que a palavra de Deus chegue as pessoas mais simples. Na missa de encerramento, reali-
zada pelo padre goiano Delton Filho, foi apresentado o pai do sacerdote recebido com muitas palmas pela comunidade. Foi apresentado ainda um vídeo de todo o trabalho dos jovens e seus organizadores além da musica campeã de um encontro em Caraguatatuba. Na pergunta do sacerdote aos jovens sobre a satisfação do encontro, houve um sonoro sim como resposta, que valeu a pena a experiência vivida. Por outro lado, a missa, por vezes animada e jovial arrancava suspiros e risos com as colocações sobre a vida real com e sem Deus do padre Delton. Percebeu-se um ar de tristeza e despedida do seminarista Diego, que ganhou uma grande família.
Segundo Letícia Amorim, “todos os jovens tem de agradecer o esforço de Diego, ele é mais do que um amigo, um irmão”. Diego conduziu e animou o Evangelizashow que aconteceu na noite do sábado 27 junto com a Banda do Araribá. O seminarista informa ainda que no próximo dia 4 de dezembro será realizada uma Cristotéca no bairro da Lagoinha com entrada franca. Diego confirma sua partida em janeiro para a cidade de Taubaté no Vale do Paraíba. Com uma lista em mãos agradeceu cada um que colaborou no evento. Na igreja ficou um clima de despedida e que o jovem seminarista partirá com o dever cumprido, deixando muitas saudades.
Atividade espiritual antes do encerramento do retiro
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Ubatuba é alvo de pesquisas Quilombo lança CD de memória cantada na semana da Consciência Negra
CAMILO DE LELLIS SANTOS A famosa Ubatuba é internacionalmente conhecida pela beleza de suas praias e cachoeiras, por sua importância histórica, por seus campeonatos de surfe e nas últimas décadas por oferecer um vasto campo de estudo para pesquisadores. Por ser uma cidade litorânea e devido a sua proximidade com a Serra do Mar, nossa cidade tornou-se o laboratório permanente de muitos cientistas, que interessados na biodiversidade de nossa fauna e flora, submetem vários projetos a agências de fomento para que estas possam subsidiar seus respectivos trabalhos. O Projeto Biota-Fapesp, é o projeto mais integrador, pois reúne diversos pesquisadores e muitas universidades, com o propósito de fornecer dados científicos sobre a caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade do Estado de São Paulo. Como projeto integrante do Biota-Fapesp está o “Levantamento fisionômico das comunidades bentônicas de substrato consolidado do litoral”, coordenado pelo professor Dr. Flávio Berchez do Instituto de Biociências da USP. Em seu projeto, é proposta uma nova metodologia de estudo da ecologia de costões rochosos (conhecida aqui por costeira). Através da análise de imagens, já foram desvendados quatro quilômetros da costa brasileira. E grande parte do litoral do Parque Estadual da Ilha Anchieta já foi estudada
pela equipe. Além de fazer ciência, o grupo mantém na ilha o Projeto Trilha Subaquática, que oferece atividades de educação ambiental no próprio ambiente marinho. Outro caiçara por pesquisa é o professor Dr. Adilson Fransozo, coordenador do Núcleo de Estudos em Biologia, Ecologia e Cultivo de Crustáceos do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu, que publicou no ano passado um artigo científico sobre a composição e abundância dos caranguejos nas regiões de Ubatuba e Caraguatatuba. Segundo o estudo, na região de Ubatuba foi encontrado um total de 33 espécies e o estudo pode servir de base para futuros monitoramentos ambientais na região e para mecanismos de conservação e manutenção da biodiversidade do litoral norte paulista. Além desses projetos, muitos outros estão em andamento, e instituições de nossa cidade, como o Instituto de Pesca, Projeto Tamar, Aquário de Ubatuba, entre outras, também realizam atividades de pesquisa. No entanto, quando se faz uma busca pela Scielo (uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção de artigos científicos brasileiros) de trabalhos relacionados com Ubatuba, encontramos um total de 42 publicações, um número razoavelmente grande para a quantidade circulante de revistas científicas nacionais, porém minúsculo perante o potencial natural que nossa terra oferece. Camilo de Lellis Santos é biólogo
EZEQUIEL DOS SANTOS No último final de semana, 20 e 21, a Federação dos Quilombos do estado de São Paulo em parceria com a Associação do Quilombo da Caçandoquinha realizaram varias atividades para marcar o dia da Consciência Negra no litoral norte paulista. Participaram das atividades as comunidades quilombolas do Cafundó, Brotas, Jaó e Capão Redondo, além das centenas de amigos e simpatizantes da arte e cultura quilombola. A comunidade anfitriã recebeu os convidados com um café da manhã e organizou um almoço comunitário como de costume. Participou ainda o engenheiro florestal Clodoaldo Cajado do Instituto Luiz Gama. Dois dias foi pouco para as atividades de divulgação do movimento. Ocorreram palestras sobre saúde, teatro sobre o combate as drogas, danças de Jongo de Cafundó e Brotas. As crianças do quilombo da região mais uma vez destacaram-se na apresentação das danças de roda e ciranda. Desta vez as mães participaram das danças abrilhantando ainda mais o trabalho dos organizadores e das crianças. A apresentação mais esperada foi o lançamento do CD intitulado TURIVIMBA (Terra de Negro) que é o resultado de anos de pesquisa sobre a memória falada e cantada de
Crianças ensaiam com entusiásmo para a apresentação Kimbomdo, território do norte da África de onde vieram os antepassados do quilombo Cafundó. Trata-se de seis músicas na língua mãe da tribo. Vale lembra que o quilombo cafundó é o único do Brasil a manter o dialeto original e que segundo Regina Aparecida, uma das representantes da comunidade, pretende trabalhar a língua Banto dos originais do quilombo Caçandoca e outros. Foi apresentada ainda partes do alfabeto Banto, o que causou curiosidade e satisfação entre as comunidades. O CD contou com o apoio da Secretaria Estadual de Cultura do estado de São Paulo. Interessante mesmo é ouvir os membros do Cafundó con-
versando no dialeto apresentado o que causou emoção nos mais velhos e curiosidade nos mais novos. A noite houve ainda um bailão e um microfone esteve à disposição para uma tribuna livre. Todos puderam se manifestar. No centro da cidade a comunidade participou de uma missa afro como parte do encerramento das festividades sobre o tema, onde novamente as crianças se destacaram. Quem participou e entende de cultura, arte e musica sabe que não é todo o lugar em que se pode apreciar um evento desta envergadura, principalmente num lugar paradisíaco como a praia do quilombo. Parabéns aos organizadores, já que esta tarefa é muito difícil e cansativa.
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Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugar EZEQUIEL DOS SANTOS Cheiros, sabores, sons, temperaturas e texturas é o que de melhor a região pode oferecer. Numa esfera de região praiana que por um lado tem vestígios da formação do povo brasileiro, consegue se modernizar sem perder a leveza das flores e aves que a rodeiam. Por outro lado a roça mantém as tradições caboclas das rodas de viola, do feijão no fogão a lenha, das falas caiçaras e da vontade de liberdade com a natureza que deixa tudo aparente. A Maranduba está localizada a 25 quilômetros do centro e possui vida própria, com centro comercial, quiosques, hotéis, pousadas, restaurantes, lojas, postos de gasolina, bancas de jornais e sub-prefeitura. Sua orla disputa com a Praia Grande como point mais badalado da região. Tem vida noturna agitada, barzinhos e quiosques com música ao vivo. Ponto de partida para as praias do Perez, Bonete, Grande do Bonete ao quilombo Caçandoca, Caçandoquinha e do condomínio do Pulso. Ponto de partida para várias cachoeiras no Sertão da Quina como a do Corrêa e Água Branca. Para quem vem de Caraguatatuba, esta é a primeira praia de Ubatuba com acesso direto pela rodovia. Praia com 2 km de extensão, boa para banho, ela forma com a praia do Sapê e a praia da Lagoinha uma das maiores orlas contínuas de Ubatuba, com cerca de 7 Km de extensão e uma bela vista para ilhas da Maranduba e do Pontal. Maranduba e Lagoinha foram palco de espetáculos sobre o mar e seu povo. Ponto de encontro das comunidades locais foi elo da forma-
ção cultural que marcou todas as gerações. Todos têm o que falar desta praia. Nem só de vinho ela viveu, muitos pães amassou para mostrar-se como peça fundamental de desenvolvimento aliado a preservação histórica, cultural e ambiental da região sul de Ubatuba. Seus parentes mais próximos são as outras 29 praias, passando por quilombos, condomínios, comunidades de pescadores, desertas e escondidas. Sua estrutura é pequena, porém caminhando ao profissionalismo de que tanto é necessário para o desenvolvimento ideal. O mais importante é que as instituições privadas é que dão o ar da graça. Suas areias e marés têm diversidade em toda a sua orla.
Nem só de praia vive a região. Em seu interior temos lindas cachoeiras, ruínas espetaculares, flores e frutos ao alcance da mão. As aves dão um espetáculo diferenciado de tudo que você já viu. A região foi o maior exportador de gengibre do Brasil. Tem em suas matas vestígios da única estrada de ferro de um século e meio atrás, tem matas com as maiores formações de bromélias e orquídeas já vistas. Tem canhões e muros de pedras que combatiam as tropas do governo no período do trafico negreiro. Tem artesanato de primeira. Tem opções de estadia, mercado, postos de combustíveis e serviços para todos os públicos. Tem ainda lugares que pararam no tempo: corridas de canoas, festas
religiosas, atividades esportivas, trilhas, mergulho, passeios de barcos, gastronomia. Muitos pequenos empresários se qualificam por isso se destacam como fazem os produtores rurais e artesãos desta parte do paraíso. A região tem fazenda debaixo dágua, as de mexilhões. Tem praias onde as areias emitem os “ics, ics” tamanha pureza de suas águas e areias. Tem praias que formam verdadeiras lagoas que de tão próximas ao mar dá para ir com um pulo. Águas calmas e por vezes silenciosas. É possível se aventurar na chuva, na fazenda. O lugar tem tantas qualidades que poderia ser um município. Ele é tão bom que muitos turistas vêm todo o ano do município vizinho para
apreciar nossas belezas. A serra possui uma rede de caminhos e trilhas que outrora foi utilizado pelos índios Tupinambás e reaproveitado pelos negros e depois pelas comunidades tradicionais, dá para ir ao planalto, ao Rio de Janeiro e a Santos. Até OVNIS foram recolhidos em nossas águas. A comunidade vai se adaptando as novas tendências, mesmo pagando pelos pecados das grandes metrópoles. Maranduba é assim, uma mulher bonita que vem sendo cuidada aos poucos e que quando estiver pronta surpreenderá muita gente. Gente que ajudou a cuidar deste lugar tão belo e tão importante para as pessoas, as plantas e os animais que aqui habitam e vem nos visitar.
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Maranduba a um clique do mundo De forma pratica, simples e produtiva o Litoral Virtual inova mais uma vez. O estúdio colocou no ar o www. maranduba.com.br que é uma versão atualizada dos dados e fotos da região sul de Ubatuba. A diferença esta na qualidade das informações e nos colaboradores, que sua grande maioria são descendentes das comunidades indígenas, quilombolas, pescadores, artesãos e produtores rurais que viram em sua cultura algo que pode se transformar em negócio, geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da população da região. Os temas são variados e sempre atualizados. Algumas fotos podem ser observadas em 360 graus, onde o visitante busca detalhes numa sensação de realmente estar naquele lugar. Temas sobre turismo, cultura, historia e meio ambiente dão a maior importância sobre o patrimônio material e imaterial deste paraíso. A navegabilidade é fácil. O visitante virtual pode seguir varias seqüências de visitas: pelo texto, pelas fotos, pelo menu ou por temas. A qualidade das fotos é outro atrativo que mostra as realidades e as belezas nuas e cruas deste paraíso. Quando se navega no site as fotos não se repetem. Existe um mapa de satélite do trecho a ser visitado, guia local, hospedagens e também humor. Todos os anunciantes do Jornal Maranduba e Litoral Virtual fazem parte do site. Existem outras surpresas a serem colocadas no site, principalmente sobre turismo diferenciado. Quem quiser anunciar e só entrar em contato via e-mail contato@maranduba.com.br
De fácil navegação, o novo site maranduba.com.br tem tudo que você quer saber sobre a região. Confira algumas telas do site
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Gente apaixonada por Ubatuba: Eis a última parte da Saga Patural. Foi com muita satisfação que dei uma revisada, parte por parte, conforme ia sendo publicada. Agradeço aos editores (Sidney e Emílio) e aos leitores pelo interesse na história de coragem de Jean-Pierre e Silvia. Creio ter alcançado o meu objetivo principal, ou seja, dar a conhecer um pouco dessa gente apaixonada por Ubatuba. Depois da conclusão da entrevistada, encerro com as últimas considerações que não posso omitir. ‘Infelizmente não tive sorte com a Sesmaria, pois o meu caseiro Melentino tentou uma ação de usucapião, mas sem nenhum êxito. Apesar disso declarou-se dono da Sesmaria e, há anos, vem vendendo pequenas áreas a compradores de Ubatuba que sabem perfeitamente que o mesmo não é proprietário. A Patrícia, minha primeira filha, assim que alcança os dezoito anos se volta para a questão. Nós temos os documentos, os registros dos funcionários. Até indenização o Melentino recebeu. Em 1992, Jean Pierre Júnior, sendo engenheiro civil, decide vir morar em Ubatuba, iniciando a construção de seu primeiro barco de pesca de camarão e dedicando-se exclusivamente a essa atividade. É casado; tem uma filhinha. Aqui nesta casa somos nós: eu e Patrícia. Eu decidi, após me aposentar
A saga Patural (parte VI)
pela Unitau, vir também para Ubatuba. Afinal o meu filho já estava morando aqui, além desta terra ter fascinado por tanto tempo a família Patural. Atualmente não pensamos mais em mexer na questão do Ubatumirim. Porém, toda a documentação está em nosso poder. Há alguns anos estivemos na propriedade; deu pena ver tudo aquilo sem nenhum investimento, as pessoas que se apoderaram estão vivendo numa situação de miséria e não têm nenhuma perspectiva de vida. Vocês acreditam que eles continuam usando as duas casas que ainda foram construídas por nós, sem fazerem nada de melhorias? Antes de concluir a minha fala, preciso dizer que até um estudo do potencial das águas das cachoeiras foi feito com muita dedicação pelo Jean Pierre; já tinha o projeto de energia gerada alí mesmo, tornando, certamente, uma fazenda-modelo. Para finalizar: assim que os meus pais souberam do acorrido, me escreveram pedindo que retornasse à França com as crianças. Eu pensei bem, refleti sobre a situação da Europa e sobre os sonhos em que eu e meu marido tanto apostamos, me alegrei da nossa ousadia e coragem que se baseava num grande amor. Além do mais, eu estava empregada, ganhando razoavel-
mente bem e, as crianças estavam estudando e se dando bem no Brasil. É lógico que eu pensei: se voltasse para lá teria que recomeçar tudo de novo. E eu amo este país!” Algumas considerações minhas: 1- o norte do município teria lucrado muito se os sonhos do francês fossem concluídos, pois sua fazenda demonstraria aos caiçaras as alternativas tecnológicas e as medidas mais racionais para acreditar no potencial produtivo que temos; 2- o povo caiçara teria uma outra perspectiva de vida e de resistência frente à especulação imobiliária que acompanhou um modelo de turismo predatório, ou seja, que condicionou melhoria de vida à renúncia das terras ancestrais; 3- a cultura, continuando enraizada e circundada pela realidade próxima, se fortaleceria mais e contribuiria para a preservação de todos os aspectos implícitos no binômio natureza-homem; 4-um povo vivendo bem com suas raízes também ama a cultura erudita e fermenta as bases para uma sociedade mais justa, solidária e com mais amor, ou dizendo de outra maneira, re-cria a Terra. Entrevistada: Sílvia Polacco Patural Relatório: José Ronaldo dos Santos
Moradores fazem peregrinação no socorro a criança perdida na praia da Maranduba No último dia 20, sábado, moradores da região realizam uma intensa peregrinação para socorrer um casal de turistas que perdeu a filha na praia da Maranduba. Populares se sentiram indignados com a informação dada pelo 193 no socorro ao casal. Do outro lado da linha foram informados que havia apenas três bombeiros para o atendimento em todo o município. No momento das
ações o posto de bombeiros da praia da Maranduba também estava fechado. Moradores, comerciantes e ambulantes informam que não é a primeira vez que o posto fica fechado, além do mais em períodos de férias e temporada, são poucos os dias em que se vê a unidade de resgate no local. Segundo a moradora A.M.S., 34, os pais estavam muito nervosos a ponto de entrarem em choque. Felizmente a criança foi encon-
trada na praia da Lagoinha. Os pais foram conduzidos até a criança no carro particular de um policial militar que estava em serviço. A praia da Maranduba e a Lagoinha formam a segunda maior faixa de areia do município, só perdendo para a do Ubatumirim. A comunidade da região espera que nesta temporada não falte bombeiros nem viaturas no atendimento a população e aos turistas.
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Cantinho da Poesia Aos amigos Rui e Marilda Caminhos um dia se cruzam, A gente nem sabe os porquês. Talvez idéias perdidas que ainda vivam E que acabam convergindo para vocês. Gente, pessoas, corpos ou talvez apenas almas. Pedaços de alguma coisa que ficou no passado. Talvez ontem vidas intensas, hoje vidas mais calmas. Amor perdido que voltou a ser pensado. Sabor de saudade num universo, Confissão de amor perdida no espaço. Sonhos escondidos num momento disperso Dirigindo meu ser por tudo que faço. Sei que não sou o dono de meu destino Mas me permito escolher aqueles a quem amo. De detalhe escondido, e com certeza o mais fino, Meu coração me diz que quase nunca me engano! Manoel Del Valle Neto
Aquela foto... Antes de sair de casa Olho para ti, pendurada na parede do meu quarto, Passos lentos, dou, para trás, contemplando as paredes. Daquele sonho, ainda tenho nossos olhares, Mas, sobrou, apenas, a imensidão dos sete mares, E, quando fecham-se as portas, sorrisos falsos aos pares. Quero que saibas disto: Nunca rasguei aquela foto Que você não me deu, eu a roubei do vento... lembra?? Pois naquele simples olhar, ainda de menina, Me reencontro, sem saber bem onde.... Por mais distante que você esteja, te encontro, Talvez, porque não saiba, eu, viver sem você, Mas, essa foto, roubada, te devolverei, Não bem como ela era, pois no verso, escrevi meus amores por ti, Deixarei onde a encontrei, voando com o vento.... Pedirei ao tempo para que lhe entregue, para que você possa ler... Os versos de um sonho e gostaria que viesse com a resposta... Edgar Izarelli de Oliveira
Criança na escola e no lazer *Encoraje seus filhos a andar e brincar sempre acompanhados; * Diga-lhes para evitarem locais perigosos como prédios vazios, vielas, quadras, parques isolados, terrenos baldios, etc; *Ensine as crianças a resolver problemas com palavras; * Tenha certeza de que seu filho esta fazendo os percursos mais seguros de seus caminhos rotineiros (escola, casa dos amigos, lojas, etc). Faça os percursos e identifique pontos arriscados e pontos de apoio; *Encoraje seus filhos a ficar sempre alerta e a avisar um adulto – professor, vizinho, policial, sobre alguma coisa que aparentar estar errado;
*Evitar ficar parado em “rodinhas” na porta da escola, entre assim que possível no colégio; *Não aceite carona de estranhos ou convites para, entrar em casas, passear em carros, brincar em terrenos ou garagens, mesmo que atraídas pela promessa de doces, refrigerantes ou presentes; *Não aceite doces, balas, suco, refrigerantes, etc de estranhos e desconhecidos; *Conduza seus filhos à escola ou entregue-as a pessoas de sua confiança. Uma boa medida é que vizinhos ou parentes se revezem na tarefa, semanalmente; *Oriente-as para irem e voltarem das aulas sempre em grupo;
*Oriente-os a não pararem em casas de jogos eletrônicos, parques de diversão, campos ou parques, especialmente sozinhos; Manual de Auto Proteção do Cidadão da Polícia Militar do Estado de São Paulo Setor de Comunicação Social - Base de Segurança Comunitária da Maranduba
DISK DENÚNCIA
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VOCÊ NÃO PRECISA SE IDENTIFICAR AJUDE A POLÍCIA A AJUDAR VOCÊ
Microempreendedor individual O microempreendedor individual (MEI) foi criado pela Lei Complementar 128/2008 e entrou em vigor no dia 1º de julho de 2009. Manicure, artesão, feirante, ambulante, sapateiro, mecânico, encanador, cabeleireiro, pedreiro, pintor, até adestrador de animais, entre outros, podem se formalizar e virar um microempreendedor individual. O objetivo da lei é legalizar a atividade informal e dar proteção previdenciária a esses microempresários. Além da relação de ocupações que podem aderir ao MEI, é importante informar-se sobre as leis da sua cidade. O ambulante ou quem trabalha em lugar fixo deverá ter autorização da Prefeitura com relação ao tipo de atividade e ao local onde irá trabalhar. A obtenção do CNPJ e a inscrição da Junta Comercial não substituem as normas de ocupação dos municípios que
devem ser observadas e obedecidas. Quem virar um microempreendedor individual terá direito a oito benefícios da Previdência. Entre eles, licença-maternidade, auxílio-doença e aposentadoria. A lei garante ainda vantagens como ter a tranquilidade de atuar regularmente no mercado, ter a possibilidade de comprovar a renda e de participar de licitações, principalmente junto às prefeituras, maior facilidade no acesso a crédito e divulgação da empresa como microempreendedora. A formalização de pequenos negócios é feita pela internet no site www.portaldoempreendedor.gov.br. O processo de legalização e a primeira declaração anual poderão ser feitas de forma gratuita, pelos contadores. O CNPJ provisório sairá na hora, o que segundo o Sebrae, muda a vida do trabalhador.
“A partir do momento em que você está formalizado, você pode vender para outras empresas, porque você pode, por exemplo, emitir notas fiscais. E você também pode comprar diretamente dos fornecedores e com isso ter vantagens porque você vai ter produtos mais baratos”, diz Paulo Okamoto, presidente do Sebrae. O microempreendedor terá 6 meses para adquirir o alvará definitivo junto à Prefeitura. Atenção: No dia 09 de dezembro, quinta-feira, às 9h30, na Associação Comercial de Ubatuba (Rua Dr. Esteves da Silva, 51- Centro), será realizada uma palestra gratuita sobre o tema. Inscrições: Posto Sebrae de Atendimento ao Empreendedor de Ubatuba (PAE): 3834 1445. A entidade oferece cartilha do MEI gratuitamente. (Fonte: Assessoria de Comunicação ACIU e Sebrae)
Página 12 Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS “Amar pra ser amado” foi assim, baseando-se nesta frase que foram criados junto com os familiares e amigos. Único casal vivo que guarda os reais segredos da aparição da santa Nossa Senhora das Graças no Morro do São Cruzeiro no Sertão da Quina, seu Fidencio e tia Maria possuem juntos 202 anos de vida e muita história pra contar. Ele nasceu Fidencio Manoel de Oliveira em 16 de novembro de 1907 na Praia da Fortaleza. Ela Maria Gaspar dos Santos nascida em 29 de junho de 1912 no Sertão da Maranduba (S. da Quina), filha de Messias Manoel Gaspar dos Santos e Antonia de Amorim, neta de Manoel Gaspar dos Santos e Rosa Félix Gaspar de Jesus, um dos casais que fundaram a região. Ele, filho do segundo casamento de Manoel Zacarias e Maria Bernardina de Santana, seus irmãos são: João Zacarias, Valdevino, Sebastiana, Benedita e Maria Conceição. O casal teve os filhos: José, Zacarias, Braz, Fidencio, Pedro, Sebastião, Maria Conceição, Maria de Oliveira e Manoel Fidencio. Todos criados com muito sacrifício mais com muito amor para dar e distribuir. Maria foi até “ama” de leite de vários meninos, hoje alguns são avós. Casaram no dia de todas as almas e todos os santos- 31 de novembro de 1928, isso mesmo possuem 82 anos de casamento. Seu Fidencio relata que ganhou de presente de casamento 1.500 pés de café, 1.000 pés de laranja e dois alqueires de mandioca “pra ca-
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Maria e Fidencio somam 2 séculos de história pra contar piná”. Os noivos e convidados foram um dia antes a cidade para o casório, levaram quatro horas e meia a pé. Lá fizeram um pouso para casar na parte da manha para dar tempo de chegar em casa casado e fazer a primeira refeição como marido e mulher literalmente a luz de velas (fifó-lamparina). Na chegada tiveram de atravessar o Rio Grande (Maranduba) sobre um tronco talhado que servia de ponte. Os homens carregavam as mulheres no colo para não se molharem. Fidencio cavalheiro como era
foi atravessar com a Ana Correia e como o tronco estava molhado os dois caíram na água e o agora marido molhou o terno branco que vestia. Ele trabalhou na prefeitura com o prefeito Cel. Ernesto de Oliveira, sua função era ascender e apagar o pavio das lamparinas da rede publica de iluminação no centro da cidade. Trabalhou ainda na Santa Casa e na fazenda Jundiaquara. Depois trabalhou na Fazenda dos Ingleses na Vila de Santo Antonio
(Caraguatatuba). Lá jogou futebol na posição de ponta esquerda, aprendeu Kung Fu e Box, era 1925. Ela quando menina participou de todas as visitas da Imaculada a este território. Foi peça fundamental na montagem do único documentário em vídeo sobre a historia da aparição. Muitos outros depoimentos não foram publicados por solicitação de Maria. Ela é dona de uma musica que aprendeu em sonho, foi por indicação da Virgem, também de uma oração para rosário que só existe aqui em todo o planeta. Quando fala sobre o tema, lagrimas correm em seu lindo rosto, percebe-se que é pela descrença e perda do respeito sobre o tema e também pela felicidade que a aguarda. Suas orações e cantos saem de sua boca como se não fosse ela que esta dizendo. Sai como doce e como canto de pássaro. Ela ainda recorda das grandes roças na Pedra Preta, de mandioca brava para farinha, café, banana, dos feijões de corda como a fava, rama doce para acompanhar o café e da Mulaé, segundo moradores a rama de mandioca mais antiga do Brasil, espécie que foi trazida pelos negros escravos. Maria é da Irmandade Sagrado Coração de Jesus e da Legião de Maria, devoção deixada a pedido da Imaculada em 1915-17, a qual não participa por conta das condições físicas, mas todos sa-
bem que participa na fé, que é inabalável. “É tanta pouca-vergonha hoje em dia, que se soubessem o que os aguarda pediriam perdão a Virgem”, desabafa Maria. Perguntado o que eles aguardam a resposta foi curta: “DEUS”. Quando casaram as únicas coisas que compravam era a querosene, sal, “fórfi” (fósforo), sapato e fazendas de panos. Fidencio trabalhava com as tamancas (calçado) de madeira, algumas eram produzidas em Ubatuba na antiga Fazenda
Usina Velha. As mais chiques eram trazidas de Portugal, umas abertas e outras fechadas. A fazenda Usina Velha tinha trazido do Porto de São Sebastião do Rio de Janeiro um automóvel que era a fascinação de todos. Um dia um pneu furou e o estepe tinha de esperar chegar de Portugal, mais um carpinteiro muito bom de Ubatuba providenciou uma roda completa de madeira, a fama do carpinteiro cresceu ainda mais. Muita gente passava pelo carreiro
desta fazenda para ouvir o ronco do motor do “automóver”. Ele ainda tem a replica de legítima Henrique Laporte, cartucheira de 1925 com peças de vidro calibre 40. Sempre simples o casal é hoje Patrimônio da região. Quando Fidencio nasceu o Sertão da Quina tinha pouco mais de setenta anos de vida. Chegou a ver muitos escravos bisavós dos remanescentes quilombolas da Ubatuba atual. Seus detalhes impressionam. Ao conhecer a vida deles e de tantos outros descobrimos que mesmo com a vida dura a região era linda e as pessoas não eram tão gananciosas como hoje, que a nossa vida é cheia de frescura, com o dizia minha avó. Tratavam-se pessoas puras, mesmo com o inicio da especulação imobiliária e a tomada das terras, como bem relata o livro Ubatuba Terra e População da Mestra Maria Luiza Marcilia. Ao ver a paz que buscam neste tempo e o silencio mostram a sabedoria que cabe a nós tirar o chapéu e agradecer a Deus pelo privilégio e a honra de të-los como testemunhas oculares da história e da formação de nosso país. Principalmente a mim que ouviu, sentiu, abraçou, falou com Fidencio e Maria. Ao pedir a benção a este casal parece-me que pedi a todos que um dia conheci e partiram, num coro imagino ouvir o “Deus Te Abençoe, Te Guarde e Te Proteja Meu Filho”. Confesso que não tem dinheiro que pague esta sensação, uma das prazerosas que vivenciei.
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Saudade como fonte de emprego e renda as comunidades CRISTINA OLIVEIRA Mesmo com a simplicidade de nossas vidas, havia sempre alguma que nos marcavam. Muita delas era sobre coisas simples que não envolviam dinheiro e nem status. Em algumas situações, dinheiro nenhum neste mundo pagaria por este prazer ou privilégio. Lembro-me da comoção que era a visita da Folia de Reis e do Divino a nossa região. A folia era como o jornal da época. Através de seus membros sabíamos o que acontecia em todos os cantos da cidade. Todos paravam para acompanhar os Reis. Eram servidas boas bebidas, café com bolo, “escardado de galinha”. Tudo debaixo de muita alegria. Seus membros tinham casas marcadas para pouso. Outra festa boa foi a da Nossa Senhora das Graças, daquela que tinha o leilão, bate-pé, Moçambique trazido da Serra Acima, tinha ainda seus moradores que faziam peças teatrais animadas. Era história, cultura e entretenimento tudo junto. Era bom porque todos participavam de todas as etapas. Para a festa os rapazes vestiam suas melhores roupas, aquelas de domingo, tudo passado a fero de brasa, pesadões, de difícil manuseio. As moças com suas roupas de festa e com brilhantina no cabelo, estilo “cashimere bouquet” no rosto (pó de arroz). Programação boa mesmo era fazer rodinha pra
contar e ouvir causos, os mais assanhados se chegavam aos pais das moçoilas e ficavam papeando (o tal do xavéco). Se a menina desse um sorriso, a noite ia ser boa. Naquela época era um escândalo ver a canela de uma moça. As modas de viola e rodadas de truco atraiam mais gente do que o campeonato brasileiro. Aos domingos as missas e depois o campo de futebol era o ponto de encontro do pessoal, ali você sabia de tudo, era um ponto de referencia para tudo, principalmente para os mutirões. Tinha ainda o jogo de malha que era na venda do seu Moisés, que tinha um uniforme padrão, sunga azul, camisa de botão e chapéu de palha, que utiliza até hoje. Família bacana deste homem. Os primeiros doces comprei no bar do “Zé Leal”. Lá tinha de quase tudo. Outro armazém que meu pai fala muito foi o do “Mané Gaspá”, onde é parte do prédio da escola Tereza dos Santos. Uma ou duas vezes por ano aparecia o barbeiro e o dentista. Era um acontecimento ”tirar” o dente. As romarias para Aparecida eram por vezes realizadas a pé, outras no pau de arara. As vias sacras eram representadas por atos, queria eu saber quem era aquela mulher que subia no banquinho e cantava “Por aqui passou um homem...”, e os soldados que batiam as lanças umas nas outras quando cruzavam a procissão. Fé a parte, tratava-se de um espetáculo ao ar livre, assim como a missa
afro realizada no quilombo da Caçandoca. As missas comemorativas eram aguardadas o ano todo. Era uma beleza, turistas vinham aos montes ver a tradição e a preparação de um povo leigo, que se fosse profissional não faria tão bem. Isso era em todas as comunidades da região. O presépio, as luzes natalinas, as canções, os violeiros. As festas particulares também eram rodeadas de charme, beleza e fartura, mesmo que a família fosse desprovida, algo acontecia e nada faltava. Moradores da região costumavam se consultar com Dona Quininha (Joaquina), mãe do João Américo, que fazia remédios caseiros a base de ervas da localidade. Outros iam a cidade consultar com o Seu Juquinha, antecessor do Seu Filhinho. Juquinha tinha uma Botica no centro, vendia remédios por doses, tinha também o “suador”, método usado para expulsar a doença do corpo. O paciente tomava chá quente e um comprimido, depois se enrolava num cobertor ou numa esteira de palha, ficava quietinho por horas deitado até o suador passar. Pronto resolvido! O que mais me dói é saber que não trata de saudosismo e sim de formulas antigas que com roupagens novas podem muito bem substituir este marasmo que está nossa cidade por algo que, além de animar o povo e o visitante, poderá proporcionar a geração de emprego e renda a muita gente. Quem se habilita?
“Juquinha tinha uma Botica no centro, vendia remédios por doses, tinha também o “suador”, método usado para expulsar a doença do corpo”
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Cinco vidas em uma só: experiências e desventuras de uma jornalista em livro Izabela Vasconcelos, de São Paulo A vida reservou para ela momentos inéditos, um conjunto de situações que pouca gente viveu em 34 anos de vida. De jornalista a imigrante ilegal na Europa e técnica de enfermagem em clínica psiquiatra no Brasil. É assim a vida nada comum de Cláudia Canto, que, de cada aventura e aprendizado, fez um livro. Empregada doméstica, enfermeira, freelancer e escritora Chegar à Europa com 500 euros do bolso, viver como imigrante ilegal, trabalhar como empregada doméstica em cárcere privado são algumas das lembranças que a jornalista tem para contar. “Cheguei a fazer frilas na Europa, escrever para jornais, e a vender anúncios também, mas não podia mostrar minha cara, porque eu estava como ilegal”, conta Claudia, que encontrou na função de empregada doméstica um caminho para o sustento. De um ano que ficou na Europa, oito meses foram em cárcere privado em um Palácio em Lisboa, onde trabalhou cuidando da mansão. Entre as experiências vividas, essa foi a mais difícil. “Trabalhava e cuidava de dois idosos na casa, não tinha praticamente folga, nem podia sair pra nada, nem pra telefonar”. Não voltar de “mãos abanando” foi o que motivou Claudia a continuar na “prisão”. A jornalista, que só tinha algumas horas para sair no domingo, recebeu propostas para se prostituir, conheceu algumas pessoas da noite, mas se negou a entrar nessa vida. “Tive sim a opção de ter me tornado uma prostituta, mas descobri que, para tal, o talento é primordial, e me falta este recurso, felizmente, ou infelizmente”, revela. Foi dessa “aventura” que nasceu
o “Morte às vassouras – Diário de uma jornalista que se tornou empregada doméstica em Portugal”, publicado em 2002 pela editora Edicon, que, de acordo com ela, “retrata a mediocridade humana”. O livro foi lançado em Portugal e está sendo traduzido para o espanhol. Apesar dessas vitórias, Claudia critica a imprensa, por não dar espaço aos projetos alternativos. “Não saiu nada sobre o meu livro na grande imprensa européia. Houve uma certa censura. Foi publicado só nos jornais alternativos”, desabafa. Transtornado e escritor: todo mundo tem um pouco Depois dessa obra, Claudia mal imaginava que estava prestes a passar por outra experiência que lhe renderia mais um livro, a de técnica de enfermagem, uma de suas formações, em uma clínica psiquiatra. No primeiro dia em seu novo emprego, foi recepcionada por um homem que apresentava todos pelas suas respectivas doenças mentais. “Agora você deve estar querendo saber o que eu tenho, né?! Eu sou o genro do George Bush e só não saí com a Madonna porque eu não quis”, apresentou-se o homem com transtorno bipolar. “Isso é para eu escrever de novo, pensei. Eu creio nas oportunidades. E esse foi até um livro didático, de acordo com os conhecimentos que tenho desses casos”, diz a jornalista, que publicou seu segundo livro, o “Bem-vindo ao mundo dos raros – Contos e crônicas de uma psiquiatra”. Depois da passagem pela clínica, Claudia também participou de palestras sobre o tema, onde, vestida como paciente, interpretava os casos que presenciou. “Mulher Moderna Tem Cúmplice”, uma provocação aos machistas, de palntão. No livro, a jornalista aborda o drama dos
relacionamentos atuais e violência contra as mulheres. A cidade dormitório virou mulher Nascida e criada em Cidade Tiradentes, periferia da zona leste de São Paulo, a jornalista faz do bairro, conhecido como “cidade dormitório”, sua nova obra. “Cidade Tiradentes, de menina a mulher”, a região é tratada como uma personagem que cresce entre desafios e conquistas. “Faz tempo que eu queria fazer um livro sobre o meu bairro. Fui então convidada pelo Instituto Polis para montar um site sobre Cidade Tiradentes e reunir material sobre o bairro para o site. Essa foi a oportunidade”, explica Cláudia, que sempre atuou e ainda trabalha em projetos e veículos alternativos, palestras, saraus, e com tudo isso, divide também espaço entre a enfermagem e o jornalismo, em veículos da zona leste da cidade. Arrependimento por alguma das experiências? Nunca. “Não me arrependi com nada. Pelo contrário, estou caçando outros assuntos polêmicos. Essas experiências me trouxeram maturidade e humildade”, diz a jornalista, imigrante ilegal, empregada doméstica, enfermeira e escritora, com suas “cinco vidas”.
Claudia CANTO Jornalista MTB 32.809 F 9881 1451
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Túnel do Tempo
Coluna da Adelina Campi
Qual o segredo do amor? No dia de hoje trago uma mensagem que nos emociona pela grandeza de uma pequena criança com seu gesto. Reflitam!! Foi num dia desses. Eram dois irmãos vindos da favela. Um deles deveria ter cinco anos e o outro dez. Pés descalços, braços nus. Batiam de porta em porta, pedindo comida. Estavam famintos. Mas as portas não se abriam. A indiferença lhes atirava ao rosto expressões rudes, em que palavras como moleque, trabalho e filhos de ninguém se misturavam. Finalmente, em uma casa singela, uma senhora atenta lhes disse: Vou ver se tenho alguma coisa para lhes dar. Coitadinhos. E voltou com uma caixinha de leite. Que alegria! Os garotos se sentaram na calçada. O menor disse para o irmão: Você é mais velho, tome primeiro... Estendeu a caixa e ficou olhando-o, com a boca semiaberta, mexendo a ponta da língua, parecendo sentir o gosto do líquido entre seus dentes brancos. O menino de dez anos levou a caixa à boca, no gesto de beber. Mas, apertou fortemente os lábios para que nenhuma gota do leite penetrasse. Depois, devolveu a caixinha ao irmãozinho: Agora é a sua vez. Só um pouco, recomendou. O pequeno deu um grande gole e exclamou: Como está gostoso. Agora eu, disse o mais velho. Tornou a levar a caixinha, já meio vazia, à boca e repetiu o gesto de beber, sem beber nada. Agora você. Agora eu. Agora você... Depois de quatro ou cinco goles, talvez seis, o menorzinho, de cabelo encaracolado, barrigudinho, esgotou o leite todo. Sozinho.
Foi nesse momento que o extraordinário aconteceu. O menino maior começou a cantar e a jogar futebol com a caixinha. Estava radiante, todo felicidade. De estômago vazio. De coração transbordando de alegria. Pulava com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas grandiosas sem dar importância. Observando aqueles dois irmãos e o Agora você, Agora eu, nossos olhos se encheram de lágrimas. Que lição de felicidade! Que demonstração de altruísmo! O maior, em verdade, demonstrou, pelo seu gesto, que é sempre mais feliz aquele que dá do que aquele que recebe. Este é o segredo do amor. Sacrificar-se a criatura com tal naturalidade, de forma tão discreta, que o amado nem possa agradecer pelo que está recebendo. Enquanto os dois irmãos desciam a rua, cantarolando, abraçados, em nossa mente vários ensinos de Jesus foram sendo recordados. Fazer ao outro o que gostaria que lhe fosse feito. O óbolo da viúva. Amai-vos uns aos outros... ***
2000
2002
No começo todos remavam na mesma direção...
1993
1973 Naquele tempo, bolo de 3 andares, só com mutirão
2001 Nós continuamos os mesmos, mas os nosso cabelos... cairam!
Já exportamos Folia de Reis para o Vale do Paraíba
Passeio de caiaque nas enchentes da Maranduba...
1985 Esse não buzinava para sair na foto com a família na moto
1995 SPA caiçara incluia sauna seca, biju, café e banana assada
1990 Já tivemos bom candidato...
Coloca, nas janelas da tua alma, o amor, a bondade, a compaixão, a ternura para que alcances a felicidade. ***
1999 Capela antes do incêndio criminoso. Será que os autores dormem sossegado?
1988
Amando, ampliarás o círculo dos teus afetos e serás, para os teus amigos, uma bênção.
Daqui saiu namoros e casamentos
*** Faze o bem, sempre que possas. E, se a ocasião não aparecer, cria a oportunidade de servir. Deste modo, a felicidade estará esperando por ti.
2000 Famlia de colaboradores deste jornal e reunião secreta
1996
1986
Se alguns não tivessam casado, hoje estariam jogando na Eurocopa
Capitão Nascimento começou assim, bem cedo já era orgulho da mãe