Jornal Maranduba News #22

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Maranduba, 18 de Fevereiro de 2011

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano I - Edição 22 Foto: Claudia Félix

Canto da Fortaleza

Onde o homem e a natureza vivem em perfeita harmonia


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Cartas a Redação Parabéns Quero parabenizar o Ezequiel pelas matérias c/o Tião Plácido, o tio Zacarias e a da primeira cosntrução da Lagoinha, que menciona o meu pai(Bráz Mariano) que foi o pioneiro na construção civil da Lagoinha. Fiquei feliz ao ler o jornal. Helio Mariano via e-mail Fiscalização Solicito a este jornal que proclame mais uma vez o descaso das autoridades competentes para fiscalizar os nossos rios que estão cada vez mais

Promotor de Ubatuba é afastado cautelarmente

poluídos o que acarretou na bandeira vermelha em pleno final de janeiro em nossa praia. O que podemos fazer? o único entretenimento é a praia, e agora? Quem está poluindo nossas prais? condomínios? lixo? chalés? casas? embarcações? turistas? Vamos tomar alguma providencia. Tatsumi via e-mail JORNAL

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MARCOS GUERRA No dia 22 de janeiro de 2011 foi publicada, no Diário Oficial, a decisão de afastamento, por 60 dias, do 3º Promotor de Justiça de Ubatuba, Percy José Cléve Küster. A decisão foi tomada pelo Procurador-Geral de Justiça, com base no artigo 253, Lei Complementar Estadual número 734/1993. Pelo teor da decisão publicada é de se entender que houve unanimidade na decisão e que a referida decisão foi tomada no intuito de assegurar a normalidade dos serviços ou a tranqüilidade pública. Abaixo a íntegra do artigo 253, da Lei Orgânica do Ministério Público do Estado de São Paulo, que serviu de embasamento para a medida. “Art 253 - Ressalvada a hipótese do parágrafo único, do artigo 244, desta lei complementar, durante a sindicância ou o processo administrativo, o Procurador-Geral de Justiça, por solicitação do Corregedor-

-Geral do Ministério Público e ouvido o Conselho Superior do Ministério Público, poderá afastar o sindicado ou o indiciado do exercício do cargo, sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens. Parágrafo único - O afastamento dar-se-á por decisão fundamentada na conveniência do serviço, para apuração dos fatos, para assegurar a normalidade dos serviços ou a tranqüilidade pública, e não excederá a 60 (sessenta) dias, podendo, excepcionalmente, ser prorrogado por igual período.” Íntegra da publicação do Diário Oficial do dia 22 de janeiro de 2011: Despacho do Procurador-Geral de Justiça de 21/01/2011 Decisão Protocolado n. 161.769/10 Interessado: Doutor Percy José Cléve Küster, 3º Promotor de Justiça de Ubatuba Assunto: afastamento cautelar de membro do Ministério

Público (art. 253, Lei Complementar Estadual n. 734/93) Considerando as razões expostas na representação do eminente Corregedor-Geral do Ministério Público, bem como a manifestação favorável do egrégio Conselho Superior doo Ministério Público, e reportando integralmente à fundamentação da decisão que prolatei nos autos do protocolado acima indicado, determino o afastamento cautelar do Doutor Percy José Cléve Küster do exercício do cargo de 3º Promotor de Justiça de Ubatuba, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, a partir desta publicação, nos termos do art. 253, caput, e parágrafo único, da Lei Complementar Estadual n. 734, de 26 de novembro de 1993. Comunique-se à Diretoria-Geral e à Corregedoria-Geral do Ministério Público. São Paulo, 21/01/2011 Fernando Grella Vieira Procurador-Geral de Justiça

Site Maranduba disponibiliza vídeo com previsão do tempo para 24 horas O site Maranduba.com.br em parceria com o Climatempo disponibiliza as 24 horas do dia vídeo e previsão do tempo a seus visitantes. A novidade vem para facilitar o dia-a-dia de moradores, visitantes, comerciantes e principalmente

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

turistas. Nele você pode acessar o vídeo, um apresentador irá informar a previsão daquele dia. Com uma aparência agradável e fácil visualização, o ícone fica do lado direito na cor azul. Lá o visitante terá acesso ainda a média de tem-

peratura, umidade do ar e os períodos de chuvas, nuvens e sol e as possibilidades de pancadas de chuvas. Esta é mais uma ferramenta do site Maranduba que vem para facilitar a vida de todos. Fique por dentro do tempo.


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Instituto de defesa e federação de quilombolas recebe reconhecimento EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia oito, a Federação Quilombola do Estado de São Paulo e o Instituto Luiz Gama receberam da Câmara Municipal de Ubatuba o reconhecimento oficial pelos importantes trabalhos realizados em defesa da nação quilombola. A Moção retrata bem o duro caminho dos homenageados na defesa dos remanescentes quilombolas em todo o estado. O vereador Rogério Frediani, autor do reconhecimento, destacou a importância dos trabalhos que vem sendo realizadas tanto pela federação quanto pelo instituto, para ele os dois fizeram história em Ubatuba, em São Paulo e no Brasil, já que ajudaram a criar a primeira federação de quilombolas de que se tem notícia. A federação foi criada no dia 22 de setembro de 2010 e é considerada um dos mais importantes órgãos representativos dos quilombolas no estado. Seu papel fundamental é a garantia da luta pela efetivação dos direitos constitucionais, da

defesa do patrimônio material e imaterial dos quilombos e a expressão da autodeterminação das comunidades quilombolas do estado de São Paulo, além da defesa deste povo das injustiças ocorridas a estas comunidades nas últimas décadas. O Instituto Luiza Gama, que tem como patrono o negro e símbolo de luta o ilustre negro advogado Luiz Gonzaga Pinto da Gama, na qual seu histórico de lutas e conquistas espelham-se ao tratamento e profissionalismo realizado pelos membros do instituto. O ILG é uma é uma instituição sem fins lucrativos formada por um grupo de juristas, acadêmicos e militantes dos movimentos sociais, que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre os negros, as minorias e os direitos humanos. O instituto foi colaborador direto da criação da federação e mantém os laços de lutas e conquistas estreitos com esta comunidade. “Para estas minorias é muito importante o trabalho do Instituto Luiz Gama, ele

é peça fundamental na manutenção do direito e da luta dos quilombolas”, comenta Rogério Frediani. O vereador foi o autor de um projeto de Lei que cria o conselho da comunidade negra no município, aprovado por unanimidade pela Câmara e rejeitado pelo prefeito. Isto

SAULO GIL O Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) publicou na semana passada o reconhecimento oficial do quilombo da Caçandoquinha, localizado na região Sul de Ubatuba. De acordo com o documento, o órgão do governo Paulista confirmou a existência de duas comunidades, com lideranças distintas, ocupando a macro-região da Caçandoca. Com a constatação oficial, os quilombolas da Caçandoquinha comemoram o fim de uma antiga luta pelo reconhecimento total

da comunidade. De acordo com Mário do Prado, um dos líderes das famílias remanescentes, o posicionamento do Itesp praticamente conclui o processo de oficialização da Caçandoquinha. “Nós já tínhamos o reconhecimento da Fundação Palmares e até um atestado de existência do Incra. Restava apenas a conclusão do trabalho por parte do Itesp, para que ambas as comunidades quilombolas instaladas na região tivessem seus direitos garantidos” comemora Mário, lembrando que apesar da divisão de lideranças, o espaço

territorial da Caçandoca segue sendo único, com 890 hectares, abrigando uma totalidade de 40 famílias. Além do reconhecimento da Caçandoquinha, o Itesp também divulgou recentemente o resultado de um estudo antropológico no sertão do bairro de Itamambuca. Lá, os técnicos do instituto confirmaram a existência de vestígios de uma fazenda com estrutura semelhante ao período um pouco posterior ao da escravidão, em que ainda vivem negros ditos remanescentes da época.

acarretou num grande prejuízo as comunidades e ao município porque benfeitorias e outras melhorias deixam de vir às comunidades. O projeto havia sido encaminhado por solicitação do ex-ministro da Igualdade Racial Edson Santos ao presidente da federação Mario Gabriel que en-

caminhou ao vereador Rogério. A parceria Federação dos Quilombolas e o Instituto Luiz Gama vem trazendo alivio e esperança a esta população que muito colaborou na formação civilizatória e patrimonial de nosso país, principalmente em Ubatuba.

Itesp reconhece quilombo da Caçandoquinha e finaliza estudo sobre “nova” comunidade em Itamambuca


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Região recebe 3ª etapa Vanguarda de futsal feminino PÉRSIO JORDANO Nos últimos finais de semana, desde o dia último dia 22, a quadra poliesportiva Geraldo Salles de Oliveira da escola municipal Nativa Fernandes do bairro do Sertão da Quina, recebe a 3ª etapa Vanguarda de futsal feminino. O evento começou no dia 15 de janeiro com previsão de término no próximo dia 19 de fevereiro. A competição acontece entre as cidades que recebem o sinal da afiliada da rede Globo no Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte. Para esta etapa a Secretaria Municipal de Esporte providenciou a reforma da pintura na quadra. As equipes fora divididas em

quatro grupos para a disputa da competição, onde sairão as duas melhores equipes para a fase decisiva o mata-mata. GRUPO 1 1º São José dos Campos 2º Taubaté 3º São Sebastião 4º Paraibuna GRUPO 2 1º Pindamonhangaba 2º Caraguatatuba 3º Piquete GRUPO 3 1º Jacareí 2º Campos dos Jordão 3º Caçapava 4º Atibaia GRUPO 4 1º Lorena 2º Ubatuba 3º Ilha Bela

O campeonato já está em sua fase decisiva, nas quartas de final, onde se encontram definidos os confrontos entre as oito melhores equipes. As quartas de final estão sendo realizado na quadra Nativa Fernandes no Sertão da Quina. Para quem gosta de futsal, é muito honroso o recebimento das equipes em nossa regiao, já que desfilam por aqui equipes profissionais como São José dos Campos, Pindamonhangaba e Jacareí, dando ênfase a equipe de Jacareí que trouxe nada mais nada menos que seis meninas do E.C. Palmeiras para a competição. Teremos jogos ainda este final de semana a partir da dez horas da manhã.

Na região o evento conta com o apoio do mercado Supimpa.

Pesquisa Náutica mostra que setor quer se adequar, mas legislação não permite CRISTIANE ZARPELÃO A Associação Náutica do Litoral Norte de São Paulo (membro titular do Grupo Setorial de Coordenação), apresentou recentemente os dados sócio econômicos levantados pela entidade através de pesquisa realizada no período de junho a setembro de 2010. De acordo com a diretoria da Associação, a pesquisa teve a finalidade de embasar as alterações e correções nas leis e mapas do Gerenciamento Costeiro propostas pela Comissão Náutica. Segundo a pesquisa, são 104 Marinas no Litoral Norte, sendo 18 em Caraguatatuba, 32 em Ilha Bela, 31 em São Sebastião e 23 em Ubatuba. A capacidade média das marinas é de 88 vagas, sendo 76 “no seco”- quando a embarcação fica fora d’água e 12 “no molhado”. Dessas 88 vagas disponíveis, 73 já estão ocupadas.

A média feita em relação às 104 marinas existentes, mostrou que, por marina, a geração de empregos diretos são 15 e indiretos 75, resultando um total mensal de 9.360 empregos no setor. Cada novo barco adquirido gera em torno de três empregos. 73% dos empresários da área náutica vêem a necessidade de adequação das instalações para atender o crescimento da demanda. Ao serem questionadas sobre qual era o fator que impossibilitava as marinas de realizar novos investimentos em ampliação e modernização, 67% responderam que a legislação não permite. A conclusão da pesquisa foi que o setor náutico passa por um momento de desenvolvimento, a compra de uma embarcação para lazer, provoca o crescimento da procura de vagas nas

marinas instaladas no Litoral Norte, que diante da legislação restritiva e do Zoneamento Ecológico Econômico, não tem condições de proceder ampliações ou novas instalações para atender o mercado náutico. O setor gera em média 9.360 mil empregos mensais, apresentando um salário acima da média de mercado local, agrega em torno de si uma variedade enorme de outras atividades que só existem devido ao setor náutico. A diretoria da associação diz que “o segmento bem estruturado atrai o turismo de qualidade e motiva o veranista a optar pela cidade para manter sua segunda residência, gerando outros novos empregos em cadeia, como caseiro, jardineiro, segurança, além de impostos para o município”, concluiu uma das diretoras da associação náutica.

O segmento bem estruturado atrai o turismo de qualidade e motiva o veranista a optar pela cidade para manter sua segunda residência, gerando outros novos empregos em cadeia.


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Comunidade do Bonete realiza 9ª etapa de corrida de canoas EZEQUIEL DOS SANTOS No último sábado, dia 22, na Praia Grande do Bonete, como parte da tradicional festa do padroeiro da localidade, foi realizado a 9º Etapa Waldir dos Santos de Corrida de Canoas. Participaram do evento cerca de 400 pessoas entre moradores, visitantes, turistas e veranista. Foram três modalidades oficiais e uma de descontração. Na categoria dupla masculina, os vencedores foram: 1º - João Batista e Valdomiro (Mimiro), 2º - Denis e Cláudio e em 3º - Marcelo e André. Na categoria dupla feminina, 1º - Ana Rosa e Maitê, 2º - Jose e Michele e em 3º a dupla da capital Lídia e Gabi. O mais esperado foi a competição que envolvia pais e filhos, 1º - Denis e Dohan, 2º - Mimiro e Eduardo, 3º - Edinho e Pietra. Por último uma largada para os visitantes se sentirem em casa. Em meio a paisagem paradisíaca, foram na realidade vários tombos e situações cômicas, que não tirou a seriedade do evento. Além da pureza e beleza das águas e da praia, o que marcou foi a descontração e interatividade com os visitantes, que torceram, riram, empurraram a canoa e fotografaram.

Muitos se admiraram com a forma de transportar o objeto, é que chegaram a colocar uma canoa em cima de outro barco para levá-lo até o local da competição, depois disso fizeram o mesmo procedimento para retornar, importante lembrar que é comum acontecer isto por estas bandas. Com isto, pode-se notar a habilidade de alguns moradores que não perderam a destreza

e a intimidade com a canoa, o remo e o mar. Muitos participantes vieram de praias vizinhas, pois sabiam da importância deste evento que é realizado em poucas comunidades do litoral brasileiro, como na Praia Grande do Bonete. Em todas as etapas a torcida se fez presente, principalmente no retorno após passarem a primeira bóia. Teve canoeiro que não conseguiu

sair do lugar, mesmo assim participou desta grande festa. Atrás dos participantes e dos torcedores havia um grupo de pagode improvisado animando a festa, até uma lata de tinta foi usada como instrumento. Entre os moradores havia a troca de gentilezas na hora de emprestar uma canoa ou um remo. Quem ficava pelo caminho, um barqueiro ia ao socorro. Moradores mais velhos

estiveram lá para observar se os mais novos remavam “nos conforme” (direito) e “ligero” (rápido). Sem caixas de som foi utilizado um megafone. O evento teve o apoio e patrocínio do Barcoiris, Slogan, Portes Marcenaria, Revista Imprensa, Projeto Tamar e Professora Ana Rosa. Também uma faixa foi colocada em homenagem a Valdir dos Santos “Seu brilho sempre estará presente – Associação Catifó e Amigos”. A primeira impressão que se sabe das canoas de Ubatuba foi descrita e vivida por Hans Staden, o primeiro “turista” a desembarcar em terras de língua tupi. De lá para cá a canoa transformou-se na mais importante ferramenta do desenvolvimento e sobrevivência das comunidades tradicionais. A morte do fabrico da canoa anuncia a morte de uma cultura, de um complexo sistema de interatividade com a natureza e com a transferência do etnoconhecimento, coisa que para muito é chamado de crime ambiental. Isto descreve o tamanho do desconhecimento de muitos da história e da cultura deste povo que é parte da formação do chão e do mar brasileiro.

Pescador mais velho da regiao sul recebe homenagem Na Sessão de Câmara do último dia 15, o filho de João Zacarias de Oliveira recebeu das mãos do vereador Rogério Frediani uma Moção de Congratulação em respeito e reconhecimento pela experiência como pescador e as colaborações junto ao poder público nos seus 95 anos de vida. Participou da entrega o Presidente da Colônia Z-10 de Ubatuba Maurici da Silva. Por se um dos pescadores

mais velhos de Ubatuba ainda vivo ele foi muito elogiado pelos vereadores presentes. Os vereadores lembraram da época de ouro da pesca e da importância da geração de emprego e renda e a qualidade de vida dos moradores no município. Frediani autor da propositura mencionou da época em que foi morar na regiao há 25 anos atrás quando conheceu seu João Zacarias e que esta

homenagem é para dar em vida e reconhecimento a cultura e história aqui representada por João Zacarias. “Estas homenagens são para fazer história, sobre a arte, a cultura e da vida de pessoas que caem no esquecimento e que fizeram muito pela nossa cidade”, diz Rogério Frediani, autor da homenagem. Por conta da idade avançada (95) o filho Zacarias foi quem representou o pai.


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Bonete resgata tradição na Festa de São Sebastião EZEQUIEL DOS SANTOS Na noite do sábado, dia 22, a comunidade da Praia Grande do Bonete realizou a tradicional festa de São Sebastião. De origem portuguesa, adaptada as raízes brasileiras, a festa é dividida em duas etapas: uma religiosa e uma profana. Conforme a tradição, o evento começou com uma novena às 20 horas na capela e depois das bênçãos religiosas deu-se inicio a um conjunto de atividades festivas. Lá foi apresentado um baile com músicas nacionais (algumas ao vivo), além do forró pé de serra e um pagodinho básico. Houve ainda a distribuição de doce de mamão e da bebida típica regional - Concertada. O espaço é um dos últimos que mantém as características ainda dos descobridores do país. Dirigido e povoado por um povo alegre, saudável, festivo e determinado em suas decisões, é muito fácil descobrir o porquê o local é interessante. Um tablado faz lembrar os grandes bailes, bate-pé, catira, função, dança da fita, corta-

-jaca, foi ainda local de muitos Reisados e de várias apresentações do Divino. Pelo menos uma centena de turistas, além dos moradores compareceu ao evento, que mais parece uma típica festa de cidade pequena, só que com alegria de capital. O Bonete é uma das comunidades mais antigas da região. Foi de lá que saíram os povoadores da Maranduba, Sertão da Quina, Fortaleza, Marvirado, Ingá e Araribá, antes mesmo dos remanescentes do quilombo Caçandoca/Caçandoquinha. A idade da festa de São Sebastião naquela localidade ainda está sendo investigada. Unanimidade é que o evento tenha mais de cem anos, já que pela tradição oral a festa começou nas casas dos mais antigos. Manoel Rozendo, 69, lembra que a novena era realizada na casa do “Tio Tonho” e que desde criança ouviu que a festa era muito antiga, dito a mesma coisa por seus antecessores. Lá também é celebrada a festa de Nossa senhora de Santana, mas no mês de julho.

Capela do Bonete (reformada) mantém os traços originais do litoral brasileiro desde sua construção

Uma prova da idade da festa é a preparação da concertada, já que a única bebida preparada por aqui era a pinga produzida nas antigas fazendas, como a do Barão João Alves da Silva Porto na Lagoinha. Seus moradores se utilizavam de matéria prima, abundante por aqui, com isto dão continuidade a esta tradição centenária. Para seu preparo é utilizado açúcar ou caldo de cana, cravo, canela e a pinga. É uma bebida muito suave e doce, parece mais um xarope ou um licor amaciado pelos ingredientes. Ela era muito utilizada para recepcionar os visitantes, como taça de boas vindas, servia apenas para degustação e festividades que serviam aos convidados de outras comunidades. São Sebastião, que é considerado protetor da Humanidade contra a fome, a peste e a guerra, nasceu em Petrória, na Itália, de acordo com Santo Ambrósio, por volta do século III. De família cristã, foi batizado ainda criança. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do Imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, muitos de suas ações foi realizada secretamente. Sebastião foi denunciado por ajudar os outros e diante do Imperador não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene (Santa Irene) retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou.

Danças no tablado são costumes desde o tempo do império

Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocle-

O pescador “Jacá” serve a famosa “concertada”, bebida típica da região que anima as festividades do litoral há várias décadas

ciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte em 20 de janeiro de 288. Assim como Ubatuba, São Sebastião é uma das cidades mais antiga do Litoral Norte. Antes da colonização portuguesa, a região de São Sebastião era ocupada por índios Tupinambás ao norte e Tupiniquins ao sul, sendo a Serra de Boiçucanga - 30 km ao sul de São Sebastião - uma divisa natural das terras das tribos. O município recebeu este nome em homenagem ao santo do dia em que passou, ao largo da Ilha de São Sebastião - hoje Ilhabela -, a expedição de Américo Vespúcio: 20 de janeiro de 1502. O jovem Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas.


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Petróplis recebe donativos Na hora do aperto, do Sertão da Quina até peixe com taióba vai bem

No último dia 01 de fevereiro, o jovem Bruno César entregou doações arrecadas no bairro do Sertão da Quina por moradores, empresários, comerciantes e voluntários à regiao Serrana do Rio de Janeiro. As doações foram entregues ao senhor Claudinei Portugal, Diretor Presidente do Instituto de Previdência e Assistência Social do Servidor Público do município de Petrópolis. Portugal ficou admirado com a colaboração vinda de pessoas

de outro estado. O supermercado Supimpa cedeu um caminhão para o transporte dos donativos, 30 mil peças de roupas (lavada, separadas e etiquetadas), água, alimentos, itens de higiene pessoal, material de limpeza e brinquedos. A campanha havia começado no dia 07 de janeiro e contou com vários colaboradores. Agradecimentos mesmo a todas as pessoas que ajudaram nesta justa campanha.

EZEQUIEL DOS SANTOS Com todas as misturas de raças que formaram a população do litoral e do Brasil, muitas misturas de costumes, dizeres e fazeres foram aplicados em todos estes séculos de uso e ocupação de nosso povo na região. Algumas deram origens a nossa gastronomia que é rica e tem fundamentos nos ciclos naturais da regiao litorânea, como é no caso do azul marinho, do “escardado de galinha caipira”, sopa dágua, peixe seco, quibebe de abóbora, batata doce, “piché” e etc. Mas tem algumas coisas que na hora do aperto pode dar resultado, algumas por necessidade e outras por curiosidade. Como a curiosidade matou um gato, descobrimos uma forma de mostrar o tamanho da toceira de taióba que foi encontrada na Praia Grande do Bonete, na beira do “carreiro”, onde todo mundo pode ver e tocar nesta espécie rara e bela. Algumas dessas plantas têm em media a altura do peito de um homem adulto, mas esta bateu o recorde, possui quase três metros de altura e sua folha pode cobrir o corpo de uma pessoa de estatura mediana. A planta que deve ser da família do inhame é muito aproveitada na gastronomia local e regional. Ela pode ser feita com carne seca, moída, refogada, molho branco, na salada. Mas para aproveitar a foto de uns pescadores de final de semana e funcionários do Supimpa durante a semana, lançamos um desafio, peixe com taióba, é claro que os pratos separados dão um ar de paraíso.

Imaginem uma taióba refogada num prato e robalo assado na brasa com um suco de frutas da época bem gelado ao lado da taióba. Detalhe: tudo isso ao som do mar e dos ventos. Pois foi mais ou menos assim que nossa gastronomia surgiu, aliás, cada país, cada região tem sua identidade também através da

gastronomia, que através de erros e acertos durante séculos até chegar aos costumeiros e tradicionais pratos do litoral. Agora um Robalo de 17 quilos neste verão cai muito bem para uma refeição. Quem sabe a próxima não temos a foto de uma lagosta, melhor que isto experimentar o prato pronto. Eita vida difícil!


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Fortaleza: realmente um lugar paradisíaco CLÁUDIA FÉLIX E SILAS FILETO Quando ouvimos falar de fortaleza, logo nos referimos a algo forte, resistente ou aquela cidade do nordeste, mas em nossa região existe um local de rara beleza e imponência natural, o canto da Praia da Fortaleza. Seu acesso é possível através da entrada para praia Dura, seguindo por sete km de via secundária passando pelas praias: Dura, Brava do Sul, Vermelha do Sul, do Costa e Brava da Fortaleza. Os mais destemidos podem fazer esse passeio a pé, aproveitando a paisagem e parando em cada uma das praias para conhecer suas belezas singulares. Vale lembrar de que a estrada é asfaltada, aonde o sol pode esquentar o asfalto consideravelmente, portanto, um bom tênis, protetor solar, boné, água, máquina fotográfica e principalmente muita disposição são indispensáveis para percorrer esse trajeto. Os amantes do mountain bike também podem se aventurar e depois curtir um bom banho de mar. Para os que pretendem ir motorizados todo cuidado é pouco, a estrada que é estreita e sinuosa exige muita atenção. Esta praia está localizada na enseada da Fortaleza. No seu lado direito tem uma grande formação rochosa avançando para o mar. Dizem que no passado abrigou corsários, piratas escravos, fugitivos das guerras européias. Ela já possui mais de trinta ranchos de canoas e foi bastante desenvolvida. De lá sa-

O local guarda muitos segredos da época das antigas fazendas de café íram vários moradores para povoar tanto o lado sul, quando o norte do município. Era um local de encontro de “bate-pé”, função, folia de Reis, do Divino. Todos saíam das redondezas para se reunirem na Fortaleza, a grande maioria ia de canoas. De lá os moradores pescavam pras bandas do Marvirado, da Sete-cabeça, dos Búzios-RJ, Montão de Trigo, Anchieta, Alcatrazes, Ilha Grande-RJ, Ilhabela, Vitória. Local onde não havia

“ridiqueza” (miséria). Existem muitos moradores acima de 90 anos que se lembram muito bem de seus tempos áureos da pesca e das roças, principalmente no que se refere à fabricação de pinga, dos antigos alambiques, que eram transportados de canoa de voga até Santos, Rio de Janeiro e até mesmo à outra Fortaleza. Deste tempo de grandes heróis, resta apenas uma antiga capela e um rancho de ca-

noa, que sobrevivem a duras penas, sobre lindas amendoeiras em sua orla e seu mar tranqüilo e protegido. O local guarda muitos segredos da época das antigas fazendas de café, segundo a tradição oral no caminho que vai a Fortaleza existiu uma ruína que era a única com reboco e coberta com uma pintura azul, a famosa ruína azul. Outra opção de acesso é pela trilha que parte do canto esquerdo da praia da Lagoinha,

por onde alcançam as praias do Oeste, Peres, Bonete, Grande do Bonete, Deserta e Cedro. Esta trilha tem características de muita aventura e surpresas agradáveis. Mesmo em alta temporada, a praia da Fortaleza é bastante tranqüila. Considerada pouco conhecida ela ainda mantém as belezas naturais quase intactas, pois é frequentada basicamente por moradores locais e turistas com casa nas proximidades.


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Canto da Fortaleza: uma piscina no paraíso A Fortaleza é uma praia de águas calmas e cristalinas, por isso é comum ver barcos de todos os tamanhos e modelos aconrarem em sua baía na certeza de que aproveitarão um belo dia de mar, de praia, de sossego e muita, mas muita tranqüilidade. O local é ideal para mergulho e encontro de famílias. No seu entorno possui uma boa estrutura de casas de segunda residência, de hotéis e bares rústicos emoldurados por lindas amendoeiras, bem próximos da mata atlântica. Alguns ambulantes figuram na alta temporada. Em dias de pouco movimento o estacionamento próximo à praia é possível. Na alta temporada e feriados, existem estacionamentos pagos no local. Agora o “xodó” deste paraíso está no seu lado direito, lá a mãe natureza reservou um espaço especial. É que existe uma piscina natural de água salgada que na maré cheia chega-se por uma trilha pela costeira e que na maré vazia é possível alcançar o local caminhando. Lá é possível ver, sentir e tocar em belíssimos exemplares de jambolão e outras árvores, que generosamente dividem suas sombras com seus visitantes e pequenas plantas, tudo para proteger do sol forte. Na água, pequenos habitantes podem ser vistos em sua piscina natural, de graça e ao alcance de todos: sinhá-rosa, corcoróca, marimbá, parati, peixe porco da pedra, peixe agulha (panaguaiu), peixe anjo, peixe papagaio, quer mais? Estes simpáticos moradores aquáticos fazem com que as pessoas que visitam o local e que nunca se viram se tornem amigas. É que eles dividem o pão para oferecer aos peixes,

Na água, pequenos habitantes podem ser vistos em sua piscina natural, de graça e ao alcance de todos ajudam os que têm menos habilidade na água, emprestam protetor solar e máscara de mergulho, a interação é real e verdadeira. O segredo disto tudo: é segredo! O que não é segredo é a aplicação da responsabilidade em cuidar e manter este ambiente limpo, saudável e vivo. É o único pedaço da praia em pescadores não são bem vindos, até porque é consenso entre os pescadores tradicionais em não pes-

car naquele lugar. Temos que entender que esta imagem vale mais do que mil palavras. É um bom lugar para mostrar aos “pequenos” e a muitos “grandalhões” a importância de preservar a fauna e flora, atentar para o valor desse refúgio que é imensurável. Pensar de que o lugar antes do avanço da especulação imobiliária era ainda mais bonito, o importante é manter as características originais.

O “xodó” deste paraíso está localizado no lado direito da Fortaleza


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Humor 10 medidas a serem tomadas pela primeira presidente mulher da história do Brasil - Programa Luzes para todas: Toda mulher terá direito a ir ao cabeleireiro uma vez por semana. - Saúde da Mulher: Aplicação de botox e implante de silicone em hospitais conveniados com o SUS. - PAC – Programa de Aceleração do Casamento: nenhuma mulher poderá ser enrolada pelo noivo por um período superior ao de 12 meses. - Ampliação de vagas para mulheres em estacionamentos. Aumento de até 30% no tamanho das vagas. - Obrigatoriedade da comemoração de eventos: como natal, ano novo e páscoa com os familiares da mulher. - Criminalização de atos de violência doméstica contra a mulher: como toalha molhada em cima da cama e tampa da privada levantada. - Bolsa-bolsa: crédito mensal para que toda mulher tenha direito a comprar uma bolsa nova por mês. - Medidas ambientais como o bolsa-depilação: desmatamento zero para evitar o encalhe. - Fone Zero: cada mulher terá direito a escolher 3 números de telefone para falar com tarifa zero. A preferência será

para o telefone da mãe, da irmã e da melhor amiga. - Programa Minha casa, Minha família: Dá direito a mulher a trazer a mãe para morar com o casal, assim como irmão desempregado e demais parentes (programa vedado para primas e sobrinhas gostosas vindas do interior). Máquina Digital do Mineiro Um mineiro que morava no Rio de Janeiro comprou uma câmera digital. Em uma viagem de visita a seus pais, ele levou a câmera digital para a “roça”. Chegando lá, mostrou a novidade para todos. Nunca ninguém tinha visto algo igual. Retrato da família reunida. Pediu que todos ficassem bem juntinhos perto de uma cerca de arame farpado, debaixo de uma mangueira. Então, ele se afastou da turma, escolheu um lugar para deixar a câmera, programou o temporizador, clicou e correu para junto de todos com a intenção de também sair na foto . . . . . Foi um “Deus-nos-acuda”. Todos saíram correndo também,atravessaram a cerca de arame farpado de qualquer jeito, rasgando as roupas e machucando-se. Depois do desastre, o mineirinho pergunta: - Uai, gente! Qué qui deu

n’ocês prá desimbestá dessi jeito, sô? E sua tia, com as duas oreias cortada e a roupa toda rasgada, responde: - Se ocê, qui cunhece esse trem, teve medo, imagina nóis qui num cunhece!!! Cê besta sô!!! Baianoterapia A mãe do baiano vai viajar pro exterior e pergunta ao filho: - Quer que mãinha lhe traga alguma coisa da viagem, meu dengo? - Ô, minha mãe... Por favor, me traga um relógio que diz as horas. - Ué, meu cheiro... E o seu, não diz não? - Diz não, mãinha... Eu tenho de olhar nele pra saber... Eutanásia Numa noite, minha esposa e eu estávamos sentados na sala, falando das muitas coisas da vida. Estávamos falando da idéia de viver e morrer. Foi quando eu lhe disse: - Nunca me deixe em estado vegetativo, dependendo de uma máquina e líquidos para viver... Se me vir nesse estado, por favor desligue os artefatos que me mantém vivo. Ela se levantou, desligou a TV, me tirou a cerveja e foi dormir. Que mulher filha da mãe!

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Amigos e Lembranças do Sertão da Quina EDUARDO SOUZA O Sertão da Quina, embora distante, lá na divisa da região sul do município de Ubatuba, vive no meu coração. Tenho só boas lembranças do convívio com alguns de seus moradores e admiro-os pela história que têm como genuína comunidade caiçara. Generosos, hospitaleiros, alegres e portadores de um ingrediente fundamental para que se consolidassem como verdadeira comunidade: o catolicismo. Fui apresentado a esses meus conterrâneos na década de 70, quando trabalhava numa empresa de construção civil, a Sisla Engenharia, que na época construía o loteamento da Praia do Pulso. Grande parte da mão de obra empregada nesse loteamento era de pessoas do Sertão da Quina. Nunca me esquecerei, por exemplo, da acolhida afetuosa, de sorriso largo e bigodinho, do saudoso Pedro Baitaca; ou da carne-seca ensopada com batata, do feijão e do arroz que o Tião Pedro fazia no acampamento para a peãozada. Divinal! Quando ia levar os vales ou os salários do pessoal, geralmente aos sábados, ficava para o almoço no rancho. Carne-seca da boa, daquelas de fardo, que o Moralino, na época um jovem motorista e pau para toda obra dentro da empresa, ia comprar em Caraguatatuba. No rancho sempre havia uma branquinha para refinar a refeição. Na hora do rango, o Pedro Baitaca, como num passe de mágica, sacava não sei de onde uma garrafinha com a marvada e caprichava na dose. Sentávamos em bancos em volta de uma mesa enorme, tudo improvisado com tá-

buas rústicas. Uma verdadeira ágape. Bons tempos! A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades. Acho que foi o Abrahan Lincoln quem disse isso. É bom fazer amigos e mais tarde ter histórias para contar aos filhos e netos. O Ezequiel dos Santos, filho dileto do Sertão da Quina, articulista do Maranduba News, amigo e colega de trabalho, tem me cobrado um texto sobre uma foto tirada no campo do Sertão da Quina, na década de 70, de jogadores veteranos do bairro e de funcionários da prefeitura municipal. Eu tô na foto, como “jogador” do time da prefeitura, de bigode, lembrando um pouco o Rivelino, não quanto ao futebol, mas somente quanto ao bigode. Nela estão também o Nélio, prefeito municipal na época, o Rodrigues, vice-prefeito, o Mané Canhão, o Álvaro, pro-

curador da Prefeitura, o Alcyr Quaglio e outros funcionários. Um jogo de futebol amistoso, de confraternização, arranjado, se não me falha a memória, pelo amigo Zé Manoel. Mas... meu caro Ezequiel, infelizmente, não me recordo quase nada daquela partida. Joguei só um pouquinho. Estava mais interessado num churrasco que nos esperava e para o qual toda hora o saudoso e querido amigo Zé Henrique insistia em me chamar. Apareceu até uns espetinhos de arraia. Comi a me fartar. Bebi idem. Uma pândega futebolística-gastronômica. Naqueles tempos meu fígado era adequado a façanhas etílicas heróicas. Bons tempos! A amizade é uma tábua de salvação neste oceano de miserabilidade humana, e a alma humana conquista sua grandeza quando se abraça um sentido para a vida. Quando

nos deparamos com os infortúnios, quando não abandonamos esse sentido, mesmo sob os maiores sofrimentos, é esse sentido que damos às nossas vidas que nos engrandece diante de Deus. Falo isso, Ezequiel, depois de ler o seu texto sobre a Dona Conceição de Oliveira Cabral e suas irmãs. O sentido mais elevado que podemos dar às nossas vidas é o desejo de servir a Deus e de conhecê-Lo, de vê-Lo face a face. A meu ver, foi isso o que Dona Conceição e suas irmãs abraçaram e que as fizeram superar todos os sofrimentos e vicissitudes e as fizeram grandiosas. Vidas santificadas dentro da sua comunidade, Ezequiel. O episódio do aroma de flores no quarto do hospital é enternecedor. Na véspera do Natal do ano passado, topei com o Ailton, um amigo que também trabalhou comigo no loteamento

da Praia do Pulso, e hoje já é avô! Cobrou-me uma visita ao Sertão. Marlene, amiga e colega de trabalho, cobra-me, rotineiramente, uma visita ao Sertão da Quina... Uma hora dessas, eu vou, meus amigos. E para encerrar, deixo, de um texto de Vinicius de Morais, o seguinte: “Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos! A gente não faz amigos, reconhece-os.” E de Madre Teresa de Calcutá: “Temos de ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade”. Um beijão aos amigos do Sertão da Quina. * * *


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Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS Nascido na Praia Grande do Bonete, em 29 de dezembro de 19961, filho de Aurora da Costa Santos e de Hilário dos Santos. Valdir foi uma criança comum não fosse as “estripulias” costumeiras daquela época. Segundo os amigos ele era briguento na escola e vezes ou outra apanhava de chinelo da professora Marilene. Embora bagunceiro tinha um coração que não era dele. As bagunças eram comuns na época, imaginem se isso não ia acontecer já que moravam no paraíso e tinham a natureza como parceira, amiga e as vezes confidente. Desde pequeno trabalhava, o local era provido de muitas roças, era comum ver plantações de melancia, milho, banana, mandioca, cana. Era tanto que nem precisavam pedir. Valdir não seguiu a carreira de pescador, embora pescasse para seu próprio consumo, também fazia isto para manter sua identidade acesa, sua forma física e mental. Ainda moleque gostava de realizar trabalhos artesanais, como os barquinhos de madeira, fruto de sua visão e vivencia neste lindo lugar. Embora pescador por nascimento, escolheu outra profissão para ganhar a vida, pedreiro. Valdir foi considerado um homem que gostava de construir, por isso era muito requisitado. Pontual e caprichoso nunca ficava sem serviço. Sempre que podia mantinha os laços com sua comunidade mãe, principalmente quando era período de corrida de canoa, aí todos falavam sua língua. Mas ele era mais conhecido por andar de bicicleta sem camisa. Seu meio de transporte era sau-

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Valdir dos Santos o homem da corrida de canoa

dável e fonte de renda, era comum no inverno vê-lo pedalando sem camisa, como se fosse verão. Numa ocasião foi a Taubaté visitar a neta (filha da Miriam), tudo bem se não fosse um pequeno detalhe, era inverno e na parada da subida da serra todos estavam “batendo o queixo” de frio e ele sem camisa como se estivesse na praia. Vivia colecionando cicatrizes e arranhões dos tombos de bicicleta, sempre tinha uma marca nova, era tão normal que ele não ligava. Numa certa ocasião, 1990, ele foi pedalar pro lado do Rio de Janeiro com sua Montain Bike, na euforia ele não viu um policial na pista e quando desviou do transito atropelou o policial, Valdir ainda ficou bravo com o profissional que estava na sua frente e com os arranhões de que a bicicleta havia sofrido. Ele foi ainda pedalando a Caraguatatuba para ver a filha participar de uma prova de atletismo. Não havia obstáculo que ele não transpusesse de bicicleta e lugar que chegou a ir de canoa. Podia ser o horário que fosse que ele sempre nos saudava com um sonoro “boa noite”. Gostava de churrasco mais também não dispensava uma boa sopa dágua, uma comida caseira, um bom arroz com farinha, dizem que ele fazia um bom macarrão com pimentão. Corintiano roxo tinha várias camisas de seu time, só ficava quieto na hora de ver os jogos do timão. O Bonete onde nasceu é conhecido não só pelas belezas naturais, pelo povo acolhedor, por sua história, por suas festas, mas também pela proeza de um homem que das nove edições de corrida de canoas,

ganhou todas. Considerado um herói das canoas, fez seu lugar também ser conhecido na cidade e em outras cidades onde havia corrida de canoas. Sua habilidade, destreza e rapidez eram insuperáveis, sua garra e determinação eram marcas registradas. Seu povo se orgulhava quando ouviam “tem uma canoeiro no Bonete que é bom de braço” ou “ o pessoal do Bonete são os mais difíceis adversários pra uma corrida de canoa”, tudo graças a seu feito em parceria com outros heróis desta prova. Numa determinada prova ele fez tanta força para remar que escorregou da canoa a caiu no mar, subiu na canoa novamente e com uma mão ele tirava a água e com a outra remava, mesmo com o esforço conseguiu o primeiro lugar. Uma prova de amor pelo mar era quando ele ficava parado na praia com as mãos para traz olhando o lagamar (arrebentação das ondas). Para o aniversário de oito anos de uma das filhas ele levou na canoa Ariane, da Praia da Maranduba, um bolo de brigadeiro para a festa. Valdir foi casado duas vezes, do primeiro relacionamento nasceram Michele e Miriam. Do segundo nasceu Juninho (Valdir dos Santos Junior). Todos carregam um grande orgulho, carinho e saudades do pai do amigo, do profissional. As filhas dizem que ele era muito rígido e só conseguiam algo se realmente merecesse. Mas com tudo era um pai presente e carinhoso. Bom homem, ótimo atleta, hoje ele é homenageado na corrida de canoas que acontece todos os janeiros na Praia grande do Bonete que leva seu nome – Taça Valdir dos Santos de

Corrida de Canoa. Este ano uma faixa foi dedicada a este filho da terra: Valdir seu brilho sempre estará presente! Nesta última etapa, 2011, sua filha Michele participou da competição usando uma camiseta com a foto do pai. Mas infelizmente no dia 20 de junho de 2010, um grave acidente tirou Valdir de nosso convívio. Naquele dia ele saiu cedinho pedalando do Bonete, passou pela Fortaleza e foi em direção ao Rio Escuro buscar uma ferramenta. Foi no antepenúltimo jogo do Brasil na copa. Num cruzamento da Maranduba para a estrada Antonio Cruz de Amorim que vai para o Sertão da Quina, ele que vinha praia para sua casa no

Sertão foi atingido por um veículo. Na hora do acidente ele estava lúcido, levado a cidade morreu na Santa Casa. Testemunhas dizem que ele ainda chegou a conversar com o filho. Quantas vezes ele havia passado por nós de bicicleta sem camisa? O Bonete perdeu um grande filho, os familiares um grande homem e a história uma grande atleta de corrida de canoa. Mas embora exista a saudade dos amigos e conhecidos, as lágrimas dos filhos, todos nos sentimos privilegiados por te-lo conhecido e satisfeitos por ter falado com um homem que ajudou a ser símbolo reconhecido da resistência da história da formação de um povo.


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Expresso Rodoviário “Atrântico” em nossa primeira viagem a cidade CRISTINA DE OLIVEIRA Eu e meus irmãos nos divertimos muito ao relembrar de nosso primeiro passeio de ônibus, foi, digamos, uma viagem inesquecível... A novidade era tanta que meus pais e meus avós resolveram ir juntos à cidade. Era o acontecimento da “somana”. Meus irmãos e eu ficamos eufóricos, nervosos, tensos com as expectativas de enfrentar o tal de ônibus do Expresso Rodoviário “Atrântico”. O nervosismo era tanto que chegamos a perguntar ao vovô o que era o ônibus. Com um ar de sábio e como se fosse uma coisa normal, ele responde: “Fia, é iguar (igual) a um automóve (automóvel), só que grandão assim (com as mãos indicando o tamanho do objeto), dentro dele cabe um tanto de gente. Lhéi só!”. Que felicidade, mamãe até separou umas roupas de domingo, lavou nossos chinelinhos deixando-os mais “arvinhos” (branquinhos). Ela nos mandou dormir cedo para acordarmos na primeira cantada do galo. Amanheceu o grande dia, mamãe as voltas do fogão a lenha, fazendo café, fritando bolinho vira-cambóte, que na ocasião merecia uma refeição com mais “sustância” (forte). Nosso coração estava saindo pela boca, afinal “nóis” ia andar de ônibus pela primeira vez. O “cardeirão” de água ferveu, foi colocado na bacia, todos tomaram banho do tipo “banho de gato”, cabelos lambidos nos meninos e rabo-de-cavalo nas meninas. Tudo pronto, era só esperar a vovó e o vovô e ir até o ponto de ônibus, era uma longa caminhada, quem se importaria, queríamos ver o tal de ônibus. Saímos do Araribá ainda no escuro. Quando ele chegou, fizemos em coro um “uau!”, ficamos fascinados... mamãe teve de me puxar pela camisa para dentro do ônibus. Aquele homem bem vestido, que segurava uma ferramenta que ele rodava para um lado a porta abria, rodava para outro a porta fechava. Que lindeza! Sentei no colo da mamãe, meus irmãos logo atrás, todos agarra-

Foto: Arquivo Fabio Hanna

dinhos no banco, de olhos tão atentos, mexemos em tudo, cheiramos até o assento, acho que nem piscamos. Gostávamos de ver o “dirigidor” (motorista) abrir e fechar a porta, para nós parecia mágica. Da janela olhávamos aquelas pessoas vendo o ônibus passar, em alguns trechos crianças como nós corriam atrás dele. Víamos ainda homens carregando pela estrada as mulheres em bicicletas, elas sentadas de lado com a perna cruzada e sombrinha. Também muitos a pé. Chique era quando o fiscal, bem vestido, entrava no ônibus com aquela maquininha na mão picotando as passagens. Quando nos acostumamos, vovó disse uma palavrinha mágica: comida. Chegando perto do Lázaro indo para o Saco da Ribeira vovó chama a gente, exatamente assim: - “Escriançada! Vem cá! Vamos forrá o estambo (estomago) que farta muito pra chegá na cidade e ocêis deve tá com fraqueza já.” Não deu outra, ela tira do “bornazinho” a lata de leite que servia de marmita, abre e com toda aquela preocupação de vó, divide entre nós uns pedaços de galinha caipira frita na gordura, com viradinho de feijão fava. Que delicia! Você acha que não comemos? Claro que sim! Mas tinha situações ainda pior, alguns moradores saiam descalços de madrugada dos bairros com um pano de saco e os sapatos na mão, quando

chegavam próximos a casa do Joaquim Vieira, onde é o posto do Frediani, lavavam o pé, secavam com o pano e colocavam os sapatos, depois entravam naquele ônibus vermelho que tinha a inscrição “Ciferal” na lateral perto da porta. No saco tinha café, galinha caipira, pato e etc. Lá na cidade vendiam a colheita e compravam querosene, sal, açúcar, umas rendas de panos e quando sobrava algumas moedas era o ápice, nossos pais compravam uma tal de bengala (pão), mas também tínhamos que comprar algum remédio da cidade, qualquer um. Na realidade não se usava o remédio, é que a tampa era de borracha, tipo um chapeuzinho, e os antigos a usavam como borracha na escolinha, o papel pardo do pão era cortado em pedaços iguais e costurados a mão para virar caderno. Detalhe o pão que era enrolado neste papel pardo vinha debaixo do braço, isso mesmo preso pelo “subaco”, que na época não tinha desodorante antitranspirante, no máximo um “cashimere bouquet”. O pão chegava cheiroso em casa. Ué! Substituía a manteiga “Viaducto” ou “Aviação”, fazer o que? Meu tio Manoel Cesário, quando ia pegar o Atlântico das cinco da manhã, chegava no ponto a meia noite e todos os veículos que passavam, lá ia ele, se levantava, dava dos passos e erguia o braço para dar sinal e os carros passavam direto, fazia isto até que o ôni-

bus parasse. Já na Caçandoca, um amigo nosso, que também nunca tinha andado de ônibus fez o mesmo ritual que o nosso, acordou muito cedo, andou um “bucado”, quando chegou no ponto foi avisado pela mãe de que tinha que passar por baixo, mas da catraca. Quando o ônibus chegou, ele todo de branco e tomado banho havia se sujado todo, estava cheio de poeira. È que ele havia passado por baixo, como sua mãe havia falado, só que por baixo do ônibus, ali perto da roda traseira. Tomou uma bronca e foi para cidade sujo mesmo. Embora passado por toda esta inocência, tudo não passava de uma baita felicidade, que naquele momento ficou gravado em nossa memória e faz parte hoje de nossa história. Era a simplicidade de uma vida, tudo que aconteceu me enche o coração de saudades e de ternura e os lábios cheios de risos, de uma época em que o que valia era a palavra, o fio de bigode, uma época de inocentes acontecimentos que a modernidade conseguiu transformar em ganância e estupidez. Do jeito que tá hoje, o dinheiro não compra quem tem histórias para contar, nem a melhor das faculdades vai ensinar o que é a relação vivida dos costumes reais, das tradições verdadeiras num mundo real, feito de carne e osso. Quem tem história real para contar, conte-a, porque um dia isto vai acabar e aí a mentira vai prevalecer e tomar conta de todos nós.


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Os crentes JOSÉ RONALDO DOS SANTOS

Eu cresci num período interessante no aspecto religioso do ser caiçara, quando as denominações cristãs (“crentes”) diferentes da católica estavam se fortalecendo. No centro, desde o final do século XIX, estava a Igreja Presbiteriana; na praia do Lázaro, no pé-do-morro, o templo cinza da Igreja Cristã no Brasil crescia e abria filial na praia Brava (da Fortaleza), onde os meus parentes se converteram. A questão que muitos faziam era: se Deus é um só, porque tantas igrejas diferentes? Por parte do catolicismo, depois da passagem do padre alemão (padre João) que buscou integrar as comunidades isoladas do nosso município, logo após o concílio Vaticano II, o mundo caiçara, que já tinha as cônegas agostinianas, recebeu um frade franciscano por nome de Pio, cuja utopia tropeçava no paternalismo e na língua que o atrapalhou até o final da vida. O certo é que muitas pessoas conseguiram se integrar nos novos desafios, fora do mundo da subsistência corriqueira, graças ao apoio da ALA (Assistência ao Litoral de Anchieta), sob a ação das freiras (Glória, Laura, Marta etc...), e, da ASEL (Ação Social Estrela do Litoral), cujo agente principal sempre foi o frei Pio. Gosto de contar causos do frei Pio porque sempre me atraía o seu sotaque e as suas atrapalhações nas palavras. Ainda era muito pequeno quando testemunhei muitos embates entre o religioso e o João Pimenta, o incréu da praia do Sapê (conforme a denominação de meu pai). Creio que eles adoravam se encontrar para se cutucarem com a vara da religião. E eu dei sorte de ser testemunha de muitas dessas ocasiões.

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Ubatuba Sim! Numa, por exemplo, logo após o frei ter dito que aquilo que o outro falava era heresia, fez o seguinte acréscimo: “Não. Não é heresia. Você não tem fé suficiente para ser herético”. O que o incréu disse? Ah! Pouca coisa! Somente que “Deus paira acima de nós como um tirano ou um monarca implacável. O ateu que o nega é o único dentre os homens que não blasfema”. Essas e outras citações, longe no tempo, permanecem vivas na minha memória desde quando a minha mãe apagava a última lamparina e a escuridão fervilhava de reflexões. Depois, eu aguardava as ocasiões para comentar os meus pensamentos com alguém. O meu tio Chico Félix sempre me escutava, além de acrescentar suas enigmáticas frases de pescador, tal como: “Apesar dos anzóis, das redes e dos cestos, a maioria dos peixes prossegue nas negras profundezas das águas seu roteiro sem vestígios, sem jamais se preocupar com os de sua espécie que se contorcem ensanguentados no tombadilho de um barco”. Depois, acrescentava: “Menino! Esse monte de gente falando de Deus não há de ser muito útil para o nosso povo, para os caiçaras. Também o João Pimenta, incréu e avaro como é, está pouco se lixando para a miséria que se alastra. Agora, católicos e crentes dizem que tudo é pecado, tudo é perdição. Você viverá um tempo pior que o meu, onde as nossas raízes serão apagadas muitas vezes em nome de religiões diferentes, mas adeptas de uma única divindade. Muitos ainda lucrarão com as nossas misérias. E, tenha uma certeza: os peixes morrem no seco”. Será que ele se referia ao povo que, naquele tempo, já se afastava do jundu?

RONALDO DIAS Esta temporada, foi de visitantes “ ecléticos”, nunca se presenciou tanta gente, das mais diferentes origens. De estados e de cidades muito distantes. De países de que não sei qual é a capital. Um publico volumoso, muitas familias, grande parte,me pareceu, experimentando seu primeiro verão na praia. Seguros no consumo, econômicos, exigentes e questionadores, gente de outros hábitos e, de costumes diferentes. Quem sabe, pela falta de “pratica” e, de entendimento do funcionamento do nosso turismo de veraneio. A cidade não estava preparada para este volume maior de pessoas que ainda, pela insistente ( e bem vinda) presença do Sol prolongam suas estadas. O nosso verão assim fica “maior” e melhor. Somos levados a replanejar nossos negócios de forma a atender este (novo) mercado consumidor e tirar proveito para conquista-lo e aprender com ele. O que é muito claro é que o modelo de administração publica insistentemente utilizado está totalmente obsoleto. Ultrapassado. Retrogado! Ubatuba carece de mudanças radicais para inovar-se. Preparar-se para as mudanças que se avizinham. Mudanças no pais. Mudanças regionais provocadas pelo pré sal. Mudanças pela ampliação astronômica de tamanho e movimento de cargas do porto de São Sebastião. Isso já representa uma reviravolta nas opções de desenvolvimento regional. E Ubatuba, não pode ficar esperando. Ficar a mercê de suas vizinhas. Ubatuba precisa fazer opções (agora) que possam garantir sua mereci-

da, e inquestionavel participação como protagonista neste cenário real e promissor de desenvolvimento econômico e social, garantindo com ele, inumeras alternativas de exercício profissional e de futuro para os filhos desta terra. Muita coisa nova esta por vir é é preciso estar atendo para não permanecer nesta estagnação que nos trouxeram. Inchando ao contrário de crescer. Sofrendo todos os revezes e as consequencias das baixas temporadas. Vendo o errado prevalecer. Os incautos agirem inconsequentes. Precisamos reagir a ditadura da estupidez. Chega! Já é hora de surgirem novas propostas. Sérias e de verdade. Gente nova. Gente preparada, estudada, com novas idéias, com novas propostas para este novo tempo. Gente que realmente faça. Gente de confiaça. Gente de tradição. Gente que tem historico. Gente que leva o trabalho a sério. Gente de família, de princípios e praticas cristãs. Gente que tenha aval de suas origens e, de suas gerações. Gente que realmente ama Ubatuba. O novo surgirá. Então, que germinando cresça e floreça. Que consiga e persiga o entendimento e aglutine idéias, ideais e forças. Que o velho, que ja teve seu tempo, tenha a clareza da importancia da participação da sua inestimável experiência mas, que tenha a conciência e, a resignação, de que o ontem já pertence ao passado. O novo tempo é de Ubatuba. De Ubatuba Sim! JORNAL

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Coluna da Adelina Campi

Como fazer um amor durar Uma jovem mulher e sua filha caminhavam pela praia. Num certo ponto, a menina disse: - Como se faz para manter um amor? A mãe olhou para a filha e respondeu: - Pegue um pouco de areia e feche a mão com força. A menina assim fez e reparou que, quanto mais forte apertava a areia com a mão, com mais velocidade a areia escapava. - Mamãe, mas assim a areia cai!!! - Eu sei, agora abra completamente a mão. A menina assim fez, mas veio um vento forte e levou consigo a areia que restava na sua mão. - Assim também não consigo mantê-la na minha mão! A mãe, sempre a sorrir, disse: - Agora pegue outra vez um pouco de areia e mantenha a mão um pouquinho aberta, como se fosse uma colher: fechada o suficiente para protegê-la, mas aberta o bastante para lhe dar liberdade. A menina experimentou e viu que a areia não escapava da mão, pois estava protegida do vento. A mãe concluiu: - É assim que se faz durar um amor.

Saboreie os bons momentos Um sujeito estava caindo num barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco, havia um urso imenso querendo devorá-lo. O urso rosnava, babava e mostrava os dentes. Embaixo, prontas para engoli-lo quando caíssem, estavam nada mais nada menos do que seis onças. As onças em baixo,urso em cima!!! Meio perdido, ele olhou para o lado e viu um morango, vermelho, lindo. Num esforço supremo, apoiou o seu corpo, sustentado apenas pela mão direita e, com a esquerda, pegou o morango. Então, levou o morango a boca e se deliciou com o sabor doce e suculento da fruta. Foi um prazer supremo comer aquele morango. Aí você pensa: “mas e o urso”? Dane-se o urso e coma o morango! E as onças? Azar das onças, coma o morango! Sempre existirão ursos querendo devorar nossas cabeças e onças prontas para arrancar nossos pés. Mas nós precisamos sempre saber comer morangos. Você pode dizer: mas eu tenho muitos problemas para resolver! Mas os problemas não impedem ninguém de ser feliz. Coma o morango. Poderá não haver outra oportunidade. Saboreie os bons momentos. Não deixe para depois. O melhor momento para ser feliz é agora!

1941 Para tirar a foto, teve que esconder a cartucheira.

2006 Na feira de artesanato tinha pescador que vendia colar de peixe...

1986

2002 Com o microfone, fazia sucesso nos shows de calouros

1996

O ACESQ sempre foi bem representado. Em 10 anos, apenas a barriguinha e os cabelos mudaram

1979 Quando recebia mais de três pessoas em sua casa, virava festa.

1970 O mundo da musica não chegou a conhecer um conjunto Top Hit. Conheça o ensaio fotografico para a capa do LP Sertão In Concert

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TURISMO, CULTURA, HISTÓRIA, GASTRONOMIA E ATUALIDADES. AQUI VOCÊ ENCONTRA DE TUDO. TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678



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