Maranduba, 18 de Abril de 2011
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 2 - Edição 24 Foto: Adelina Campi
Observação de Pássaros Região Sul promove palestra sobre observação de aves com Carlos Rizzo
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Jornal MARANDUBA News
Cartas à Redação O Jornal Maranduba News, do denodado Emilio Campi, já caiu no gosto popular. Faz mais pela preservação da memória caiçara do que certas instituições. Chamam a atenção os textos da Cristina Oliveira. Ela consegue, com talento, fazer um retrato poético concentrado do que foi o caiçara na sua simplicidade: “Mamãe havia feito um espanador com penas da cauda de um galo que, no dia anterior, servira de mistura para os parentes que vieram nos visitar. Recordo-me dela passando o espanador no fogão, tirando toda a cinza, os restos de carvão” [...] “Aos domingos, as missas e, depois, o campo de futebol era o ponto de encontro do pessoal, ali você sabia de tudo, era um ponto de referência para tudo, principalmente para os mutirões.” [...] “Víamos ainda homens carregando pela estrada as mulheres em bicicletas, elas sentadas de lado com a perna cruzada e sombrinha”. Quem conheceu o caiçara sabe identificar nesses textos toda uma época, toda uma cultura resumida nesses pequenos flashes,
que eu diria verdadeiras epifanias poéticas. Nessa descrição do espanador, lembrei-me de minha avó Maria, sentadinha num banco de madeira ao lado do fogão à lenha, depois dos afazeres domésticos. Sou leitor assíduo, sou fã da Cristina Oliveira. Eduardo A. de Souza Netto é caiçara, 58, prosador (nas horas vácuas) de Ubatuba, para Ubatuba e urbi et orbi
Orientação e Prevenção da Dengue
No próximo dia 20 às 13 horas haverá reunião na microarea 1 com a agente comunitária de saúde Mara sobre orientação e prevenção da dengue. A reunião será na Rua Benedito Antonio Elói, 130. Compareça.
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
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Emilio Campi Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo
Se um rio pudesse pedir socorro... Se um rio pudesse pedir socorro, como poderia se expressar? De que forma ele poderia nos dizer que não poderíamos mais beber de sua água, pescar seus peixes, banhar-se em suas águas, desfrutar de sua beleza? Pois ele está nos dizendo, mesmo sem falar, ele está dizendo que precisamos agir de forma diferente! Meu nome é Alcides, tenho casa na Maranduba há mais ou menos 32 anos. Tenho lembranças inesquecíveis, pois meus filhos praticamente foram criados na Maranduba. Hoje são empresários bem-sucedidos e também apaixonados pela bela Maranduba, hoje abandonada pelos “políticos”e pelos gestores dos órgãos públicos. Falo isso ao querido Editor pois sei que [é um grande lutador pelo bem estar e da conservação da antiga e bela Maranduba. Lembro-me perfeitamente do Rio Maranduba, quando todos os moradores faziam pescarias sem precisar sair para o “mar”.
Hoje, infelizmente, esse RIO maravilhoso está poluído pelo esgoto de certas pousadas, chalés e pequenos hotéis, e até casas construídas do morimbundo Rio Maranduba. Diversos vereadores, prefeitos e autoridades estão fartas de saber da destruição desse querido Rio. Fácil é verificar. Andando pelas margens do Rio Maranduba se vê os canos que despejam água poluída. É um verdadeiro esgoto a céu aberto. Todos: visitantes, moradores e turistas ficam chocados com o desprezo das autoridades pelo bem estar das pessoas que vivem na região. Acontece sempre o pior, pois quando algum político ou autoridade for querer ajudar será tarde demais. Talvez queiram
canalizar o Rio que virou esgoto, acando que estão fazendo uma grande obra. Poluindo o Rio estão poluindo o mar, pois a água será levada para o mar. Dessa maneira estará estragando, sujando e poluindo as areias desta praia cheia de belezas naturais. Será que já não fizemos mal o bastante para a natureza. Será que teremos que ainda ver até onde longe vai a nossa capacidade destrutiva. Será que vamos ter que assistir a morte de um Rio que agoniza? Ainda há tempo! Mas há que agir. Arregaçar as mangas e trabalhar. Unir esforços pois não há pessoa que possa, em sã consciência, dizer não ao apelo que faz o Rio Maranduba. Alcides Baptista
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Prefeitura anuncia obras sobre o Rio Maranduba EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 12, na matriz Cristo Rei na Maranduba, o prefeito Eduardo César, o bispo Diocesano Dom Altieri, Padre Carlos, o vice Rui Teixeira Leite e equipe técnica da prefeitura se reuniu com moradores, comerciantes, empresários, representantes de associações e lideranças locais para apresentação do projeto de melhorias de pavimentação da Avenida Expedicionários e a execução da ponte sobre o Rio Maranduba. Cerca de 50 pessoas compareceram a reunião. A equipe da regional sul não participou do evento. Após as formalidades foi apresentado no telão o projeto de melhorias. O custo da obra está orçado em R$ 815.057,25 e tem inicio previsto para o dia 25 de março e término para dezembro. Dentre as melhorias foram discutidas questões como bolsões de estacionamentos,
calçadas, pinturas, canal de drenagem, lombadas e outros estudos sobre o transito. Carlos José, morador da Lagoinha, questionou sobre o acabamento da obra, que segundo ele ficará um trecho ainda no barro como o espaço entre a rodovia SP-55 até a Avenida da Maranduba e após a ponte até a matriz. Segundo o Secretario de Obras, José Roberto Júnior, é por conta da licitação, já que o projeto já havia sido feito. Em relação ao acabamento Júnior afirma que os ajustes poderão ser incluídos numa segunda etapa, para ano que vem. O prefeito perguntou à equipe sobre a possibilidade de bloquetear o trecho entre a rodovia e o Sinhá, que está fora do projeto. Outros questionamentos foram levantados pelos participantes como o trecho sem asfalto da linha do ônibus em frente à escola da Maranduba.
Luciano da Amasq questionou o trecho deficitário que liga a estrada do Sertão da Quina a creche Nativa Fernandes. O prefeito explica que são questões fora da obra e que serão vistas pela equipe da Secretaria de Obras. A ponte será de estrutura de perfis metálico e concreto. Quando o prefeito comentou com a equipe técnica em levar a antiga ponte (depois de colocada a nova) para outro lugar, moradores solicitaram que ela seja colocada na própria região. O prefeito disse ainda que os problemas são maiores do que a condição de resolvê-los e que muitas ações no município tem a ajuda extrema do governo estadual. “Este ano, 2011, foi aplicado no município cerca de 22 milhões de reais. Tem recordes de recursos trazidos de fora para a região”, diz o prefeito. No termino da reunião foi apresentado trabalhos em andamento neste ano.
Deputado estadual visita quilombolas na Caçandoca EZEQUIEL DOS SANTOS No primeiro dia de abril último, o deputado Simão Pedro-PT esteve em visita aos quilombolas da Caçandoca. A visita ocorreu na sede da Associação do Quilombo Caçandoca e teve um tom de camaradagem, já que o deputado é velho conhecido de todos. Esteve na visita o dentista Mauricio Moromizato, Gerson Florindo-Presidente do PT em Ubatuba, o comerciante Fernando Pedreira, Cecília do Marbella, a caiçara Maria Cruz, Mario Gabriel do Prado da Associação Caçandoquinha e mais trinta pessoas da associação da Caçandoca. Na fala de abertura Antonio dos Santos ressaltou a importância dos quilombos em Ubatuba já que
o município começa e termina com um quilombo (Cambury e Caçandoca). “De ponto a ponto temos quilombolas”, diz Antonio se referindo à falta de melhorias a vida de cada comunidade quilombola e de abandono da prefeitura a região. Unânime foi usado como exemplo o abandono e a situação precária em que se encontra a estrada da Caçandoca. A visita se deve a uma agenda elaborada por Moromizato em agradecimento a sua votação no município, Simão Pedro foi o deputado estadual do seu partido mais votado em Ubatuba. O deputado aproveitou para prestar contas de seu mandato, que o colocou dedicado a questão quilombola. Agradeceu e cumprimentou a
nova diretoria daquela associação, além de se colocar a disposição do partido para as próximas eleições municipais, em 2012. Dentro das discussões, em referência aos oito anos de abandono pelo Poder Público Municipal, Moromizato lembrou que é hora de recordar das coisas que aconteceram para tomar uma atitude. Simão Pedro revelou que esteve com o novo Secretario de Educação Estadual onde entregou reivindicação de uma nova escola de 2º grau a região. Na sua fala reclamou junto ao Ministério do Meio Ambiente sobre o desenvolvimento das comunidades quilombolas que precisam avançar. Falou do Programa Federal Rede Cegonha que dependerá
muito dos municípios. Esperançoso com o governo de Dilma Roussef, o deputado comenta: “O país tem de ser melhor para todos, resolver os conflitos, avançar, mas com diálogo”.
Ele se despede lembrando que se faz necessário trazer todos os deputados para esta causa, pra não dizer que é só coisa de oposição, mas de composição, termina Simão Pedro.
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Diretórios do PSDB reunem-se em Ubatuba Aluno do Colégio Áurea se destaca em evento regional de matemática
O Diretório Municipal do PSDB de Ubatuba reuniu-se, no último dia 15, sob a presidência do Vereador Rogério Frediani, no salão do plenário da Câmara Municipal, para oficializar a criação da Ala Feminina do partido no município, que conta atualmente com 313 mulheres. O PSDB Mulher de Ubatuba será presidido pela comerciante Giovana de Oliveira Costa, do restaurante Petit Poa. Cerca de 70 pessoas participaram da reunião. Dentre os presentes estavam o Deputado Estadual Hélio Nishimoto, Manoel Marcos, ex-prefeito de Ilhabela; Maria Inês, Secretaria de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente de Caraguatatuba; Felipe Augusto, presidente do diretório do PSDB de São Sebastião, Michele Veneziani Presidente do PSDB mulher de São Sebastião, Reinaldo Moreira do PSDB Jovem de São Sebastião, Zangado de São Sebastião, Tato, presidente do diretório municipal do PTB, Sérgio Henrique Moreira e Alda Regina de Ilha Bela, Ronaldo Dias Júnior (Nuno), Jurandiau Lovizaro (Rei do Peixe), Marcos Veloso da Associação Comercial de Ubatuba, Mario Gabriel
da Federação Quilombola do Estado de São Paulo, Antonio Antunes da União dos Morros da Caçandoquinha, lideranças comunitárias, empresários, comerciantes, profissionais liberais, convidados, Marcilio Lopes Vice-presidente e Rogério Frediani presidente do PSDB. O deputado Nishimoto ficou impressionado com o número de mulheres filiadas na ala feminina do partido. Parabenizou a atuação do partido no Litoral Norte e colocou seu gabinete, tanto da capital quanto do Vale do Paraíba à disposição da população. Comentou ainda sobre a certeza da duplicação da Tamoios. Maria Inês, que também é coordenadora regional do PSDB Mulher destacou a importância da mulher na política, principalmente na tomada de decisão de políticas públicas as mulheres. O ex-prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos, fez um relato de sua trajetória política e das conquistas do partido nos municípios: “O PSDB tem de se tornar unido e forte no litoral”, concluiu Manoel. Já Felipe Augusto, de São Sebastião, falou da estrutura do partido para o futuro, das dificuldades da expansão econômica
do litoral, referindo-se à existência de vários gargalos, como as questões ambientais. Zangado, ex-presidente da Câmara de São Sebastião, falou das estruturas que estão aparecendo na regiao, falou da luta da população para conquistar espaços, postos de trabalho e renda. “Se não tomarmos partido seremos um povo em extinção”, conclui Zangado. O presidente do partido em Ubatuba, Vereador Rogério Frediani, aproveitou a oportunidade para entregar ao deputado um estudo de mudança no traçado da Oswaldo Cruz, no trecho de serra. Frediani disse que foi um munícipe quem lhe entregou o estudo para que fosse analisado. Disse também que nesse trabalho é previsto a construção de um túnel ou ponte, como a da Imigrantes, no trecho de serra, facilitando em muito o fluxo de veículos na região. O microfone esteve todo o tempo à disposição de todos. Após as considerações finais dos participantes Frediani deu por encerrada a reunião relembrando que o partido e seu gabinete estão à disposição da população, lembrou também que o partido está aberto a novas filiações.
Eduardo com o vice-diretor do Áurea, Vicente Amaral EZEQUIEL DOS SANTOS O aluno da escola Áurea Moreira Rachou Eduardo Henrique Prado, 12 anos, do 7º ano recebeu certificado assinado pela Dirigente Regional de Ensino, Edina Paula Roma Teixeira, pelo desempenho e participação na 4ª edição da Tabuada Vanguarda 2011 realizada no último dia 16 no colégio Tancredo, centro da cidade. Eduardo, que é neto de João Rosa (filho de um dos fundadores da região), foi selecionado depois da realização de uma pequena seletiva no colégio onde estuda. Na etapa municipal ele se classificou entre os cinco primeiros aonde participou até a última rodada ficando há alguns passos do vencedor. O aluno foi incentivado pela professora Ana Paula Câmara Saquetti que vê com orgulho o resultado conquistado à famí-
lia e a escola. Eduardo comenta que ficou nervoso no começo e no decorrer das provas mais tranqüilo. “Vou participar da próxima sim”, revelando a intenção de participar do próximo concurso. O evento foi promovido pela TV Vanguarda nas cidades de abrangência de sua rede: Vale do Paraíba, Vale Histórico, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira e Região Bragantina. O projeto teve como objetivo estimular a participação das escolas e alunos em um evento cultural, educacional, competitivo e social. O concurso é para alunos entre 9 e 13 anos que estejam cursando o ensino fundamental da rede pública estadual ou municipal. Estas cidades foram divididas em quatro grupos e Ubatuba estava no Grupo 2 - Sede Jacareí. 46 cidades participaram deste concurso.
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Produtores de Ubatuba visitam Sítio de frutas nativas em Paraibuna EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 23, com apoio do Programa de Microbacias II, Quilombolas, Indígenas e Caiçaras tiveram a oportunidade de conhecer novas alternativas de cultivo. Representantes das aldeias do Prumirim e Corcovado, do Quilombo da Fazenda da Caixa e dos bairros do Sertão da Quina e Araribá estiveram em visita ao Sitio do Bello em Paraibuna. A visita teve o acompanhamento do engenheiro agrônomo, Dr. Antonio Marchiori da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), engenheiro agrônomo, Dr. Eduardo Drolhe da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) e os engenheiros agrônomos José Luiz Hungria e Othoniel Francisco, o engenheiro elétrico Godoy Mollica da Fundação do Instituto de Terras de São Paulo - Itesp e um representante da Secretaria de Agricultura de Paraibuna. Esteve também o agente do Programa Luz Para Todos - Shinji Yoshino e representantes da Eletrobrás Furnas Centrais Elétricas. Na oportunidade foram mostradas as instalações e equipamentos de uma micro indústria familiar onde são processadas as polpas de frutas para sucos e também armazenadas frutas para a produção de geléias e doces. O responsável pelo sitio é Sebastião Donizete, que mostrou ao grupo detalhes da produção. O sitio produz frutas nativas específicas da mata atlântica. O sitio do Bello começou o plantio das frutas em 1999, que depois de recuperar a cobertura vegetal, recebeu um destino econômico e de valorização comercial as frutas. A idéia é trazer ao mercado, na forma de frutas in natura, sucos, polpas con-
geladas ou doces, frutas típicas do país tais como: uvaia, grumixama, feijoa, araçá, baru, jenipapo, biribá, cambuci, cambucá, gabiroba, cereja do rio grande, jaracatiá, pitanga entre outras. A busca de parceiros e de profissionais capacitados foi fundamental para o sucesso do sitio e proporcionou um grande leque de opções a partir de frutas nativas. Segundo Donizete, o mercado aceita muito bem estes produtos por serem ações voltadas para a recuperação de solo de áreas degradadas e para a oferta diversificada de frutas. As espécies cultivadas no Sítio do Bello normalmente são difíceis de encontrar no mercado. O local possui dez hectares, sendo quatro hectares cobertos com mata nativa e seis hectares com cerca de seis mil pés de árvores frutíferas em produção. As polpas de frutas do sitio do Bello para serem produzidas não dependem da aplicação
de agrotóxicos e também não possuem conservantes, corantes ou aditivos. A Prefeitura de
Paraibuna e a Cati, por meio de sua assistência técnica e extensão rural, incentivam o modelo de produção praticado no sitio do Bello, orientando e acompanhando a implantação de pomares diversificados. Para o engenheiro agrônomo Antônio Marchiori, extensionista da Cati e doutor em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, “pomares diversificados como os da experiência de Paraibuna são muito importantes em função da sua integração com os ecossistemas locais e também como forma de geração de renda e permanência na terra da agricultura familiar”. Em Ubatuba, as parcerias entre Cati, Funai, Apta e Itesp estão sendo fortalecidas para ampliar e melhorar os cultivos em sistemas agroflorestais já existentes. A Prefeitura de Ubatuba, a Eletrobrás – Fur-
nas Centrais Elétricas, a Universidade São Judas Tadeu, o Instituto de Tecnologia de Alimentos – Ital e a Embrapa também poderão ser parceiros importantes. As lideranças quilombolas, indígenas e caiçaras ficaram bem impressionadas com o que viram e também muito satisfeitas com a forma com que foram recebidas pelo pessoal do sítio do Bello e pela equipe da Casa da Agricultura de Paraibuna. Para Laura Braga, da Associação da Comunidade de Remanescentes de Quilombos da Fazenda Picinguaba, a implantação de um pomar diversificado e de uma cozinha industrial no Quilombo é um sonho. Ela acredita que com o fortalecimento das parcerias e com o apoio do Programa Estadual de Microbacias II o sonho poderá ser realidade.
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Observação de aves atraem moradores
EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 16, sábado, como parte do Programa Escola da Família cerca de 50 moradores da região sul de Ubatuba participaram da palestra de Carlos Rizzo sobre observação de aves. Dentre eles adeptos e profissionais da área de turismo, músicos, agricultura, mateiros, trilheiros, pescadores, guias, outros profissionais e curiosos. Também moradores tradicionais com relação direta com a formação histórica e cultural do litoral estiveram presentes. A palestra era esperada desde 2010 e aconteceu na escola Áurea Moreira Rachou no Sertão da Quina. Muitos moradores não puderam participar por conta do trabalho ou compromissos assumidos anteriormente. O evento começou as duas da tarde e contou com
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muita descontração e profissionalismo do palestrante. Os interessados interagiram com Rizzo fazendo várias perguntas. Muitas das aves mostradas são do conhecimento daquela população, algumas possuem nomes diferenciados. A atenção se deu em maior parte as aves raras ou ameaçadas de extinção. Não faltaram risos a alguns nomes populares e as condições de sobrevivências das aves. O trabalho mostrou ainda a importância da atuação da atividade na inclusão de portadores de necessidades especiais a sociedade, do trabalho com as escolas e com turistas nacionais e estrangeiros. Após o feriado da Semana Santa será elaborado um calendário para o curso de observação na região. O curso é parte da meta de qualificação da comunidade a nova
tendência de turismo justo e consciente: O Turismo Rural e o de Base Comunitária, que utiliza o etnoconhecimento, o bem estar social local e regional, o desenvolvimento sustentável e a difusão igualitária sobre os temas para geração de emprego e renda. Rizzo é ornitólogo amador e fundador do Ubatuba Birds, possui livros publicados, realiza pesquisas e mantém atualizada a lista das aves de Ubatuba, trabalha na Secretaria Municipal de Meio Ambiente com observação de aves, na Educação Ambiental e na capacitação do receptivo da cidade para o turismo de observação na baixa temporada, realiza cursos e palestra graciosamente nos tempos vagos. Ele reforçou a importância da atividade para os eventos e oportunidades que virão como a Copa de 2014 e as olimpíadas de 2016 e das parcerias a serem realizadas, por exemplo, com o Parque Estadual da Serra do Mar. Comentou ainda da importância de publicações de fotos na internet, citou a Wiki Aves (www.wikiaves.com. br), a enciclopédia de aves do Brasil, onde mantém um perfil pessoal, fotos e sons de aves de Ubatuba. A palestra teve o apoio do colégio Áurea Moreira, Blofor, Restaurante Petit Poa, Auto Posto Frediani & Frediani, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Ubatuba, Sitio Lama Mole, Sitio Promata, Sitio Recanto da Paz, Centro de Integração Rural, Catifó, Associação de Moradores da Maranduba, Associação de Moradores e Amigos do Sertão da Quina e Associação do Quilombo Caçandoquinha. Os interessados aguardam ansiosos os inicio dos trabalhos na região.
Flavinho: artista da terra
O caiçara Flávio Ferreira é um daqueles personagens que passa muitas vezes despercebido pelo grande público. Só mesmo quando expõe seus trabalhos na porta de sua casa é que chama a atenção. É algo diferente, pois todos olham, uns admiram outros acham diferentes, outros não mostram reação nenhuma. Com 23 anos, tímido, ele nos conta que já foi da “pá virada” e que hoje mudou muito. Flávio tomou gosto pelas artes quando resolveu estudar em Caraguatatuba aos 13 anos. Não completou os estudos porque não tinha dinheiro para concluir o curso, que era particular. Insistente resolveu estudar a noite, em casa, com os livros que conseguia. Flavio teve a oportunidade de visitar a casa de um grande artista, que mostrou suas obras ao jovem. Encantado deu continuidade em seu trabalho. Na falta de material para trabalhar ele criou uma técnica que envolve barro, água e tinta (restos de tinta que consegue com amigos). De estilo inovador, ele usa a ponta dos dedos para dar forma aos trabalhos que fica com um relevo interessante. “O que
tiver de tinta eu uso, não dá para escolher”, diz o jovem. Só escolheu trabalhar com terra porque é uma matéria prima encontrada em abundância na região. A arte é realizada sobre restos de pisos e lajotas que não tem mais valor comercial. Para mostra ele possui dois cadernos cheios de desenhos, são os modelos a serem transferidos ao piso. “Posso fazer um esboço ou pintar direto, como a pessoa preferir”, conclui o artista. No papel as obras em preto e branco chamam atenção. Os mais bonitos desenhos que fez, segundo ele, foram duas gravuras: uma de São Jorge e o dragão e outra uma casinha de fogão a lenha. A região tem uma veia artista muito própria e que muitos deles encontram-se como o jovem Flavio sem perspectivas de viver de sua arte, ou pior, a falta de uma política voltada à valorização da arte e da cultura é desestimulante a qualquer artista. Muitos destes jovens vão embora ou partem para outra atividade e quem perde é o município e a regiao. Flavio insiste na arte porque gosta do que faz e não liga para as criticas negativas que recebe, apenas tenta aprender com elas.
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Cantinho da Poesia Alguém pra me amar Num lindo dia acordei, e logo me levantei. Saí andando nas ruas justo contigo eu cruzei. Olhei dentro de teus olhos, uma linda mulher me deparei. Ela me olhava assustada que quase me hipnotizava, por esta mulher me apaixonei. Vou membóra, triste sozinho, pensando naqueles olhos, no caminho que jamais de novo verei, mas uma coisa tenho certeza os olhos daquela princesa jamais me esquecerei. Sorrindo te vejo em meu sonho Mas logo acordo tristonho Desejando sempre te encontrar. Sinto um aperto em meu peito, Faz tempo que não durmo direito Procurando alguém pra me amar.
Wellington Gomes de Oliveira
Bazar beneficente no Araribá O CIR (Centro de Integração Rural) convida a todos a participarem de um bazar beneficente que acontecerá nos dias 30/04 a 01/05 das 9 às 17 horas no Sitio Recanto da Paz (Sítio da Dona Annie), no bairro do Araribá. O bazar terá a arrecadação doada a Santa Casa de
Ubatuba e ao S. O.S. Japão. São materiais novos como bolsas, mochilas, brinquedos, jogos, estojos entre outros. Esta ação só é possível graças a doação da Loja Flórida da capital, através dos proprietários Ama Chen, Ana Chen Kamiyama e Paulo Kamiyama. Compareçam e tragam sua família.
Perfil de jovem pesquisador é publicado em mídia regional O jovem pesquisador Camilo de Lellis Santos teve seu perfil publicado no Jornal Imprensa Livre do final de semana 26 e 27 de março. A matéria intitulada Menino Prodígio, foi publicada na página A4 da edição número 5038, ano XXIV no caderno Perfil com meia página de destaque. No texto é contada a trajetória deste que foi considerado exceção pelo jornalista Saulo Gil em meio a uma triste regra educacional brasileira e regional. Camilo que é morador do Sertão da Quina sempre estudou em escolas públicas (Áurea Moreira Rachou e Capitão Deolindo), desde cedo optou pelo estudo como ferramenta de transformação de vida. Sempre foi considerado bom aluno, seu potencial despertava o reconhecimento dos professores, dentre os quais destaque para Lílian (química) e Ludmila Sadokoff (biologia) que foram fundamentais para que hoje ele seja o caiçara mais jovem a ter concluído um curso de doutorado no Brasil. Com intuito de ser aprovado em uma universidade pública conseguiu passar nos vestibulares da Unifesp, Ufscar, Unesp e em segundo lugar na Unitau. Camilo optou pelo curso de Ciências Biológicas da Unesp. Lá terminou o curso como o melhor aluno da turma. Na Unesp conseguiu dar um salto especial. Iniciado uma carreira cientifica no laboratório de fisiologia do Pâncreas Endócrino da Unesp, ele teve a oportunidade de desenvolver um trabalho bastante elaborado, sendo prontamente convidado para prestar um prova de doutorado direto na USP. “Era, portanto, a princi-
pal universidade do país reconhecendo que o Litoral Norte tinha dado ao Brasil um cientista com potencial para fazer a diferença”, escreve Saulo Gil em seu texto. Camilo não teve de passar pelo mestrado, foi direto ao doutorado. Passou no teste e aos 22 anos já tinha iniciado o projeto de doutor. Camilo criou aulas práticas que dispensam o sacrifício de animais, utilizando animais de pelúcia para ensinar fisiologia. Mas foi no Pós Doutorado que Camilo conseguiu mais destaque, trabalhando em uma pesquisa que poderá mudar a vida de cada ser humano na terra. O jovem encabeça uma avaliação de frutos nativos através de um convênio entre a Université Laval (Quebéc-Canadá) e a USP no Brasil. O estudo das frutas pode contribuir na prevenção de doenças como diabetes, obesidade, síndrome metabólica e inflamações. O estudo é realizado com frutos brasileiros e
duas delas encontram-se em Ubatuba: o Araçá e o Cambuci. A matéria mostra toda a trajetória do processo em estudo e em fase de experimentação. Testes em cobaias estão sendo realizados para confirmar os efeitos benéficos do ABA (hormônio vegetal acido abscisico) e da descoberta de Camilo. O cientista revela o desejo de voltar ao Litoral Norte para contribuir com seu conhecimento adquirido pelo mundo. Para isto espera ser contratado como professor de alguma universidade. Espera ainda que forças políticas possam trazer para o litoral uma universidade publica. Ele termina a entrevista dizendo que conhece várias cabeças brilhantes por aqui, mas lamenta a falta de oportunidades que ofusca este brilho. Termina falando da saudade que tem da região e dos mergulhos na Praia do Sul da Ilha Anchieta, onde seu pai foi guarda-parque.
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Poço do Crânio: beleza de perder a cabeça EZEQUIEL DOS SANTOS Com apenas meia hora de caminhada é possível chegar a um outro recanto belo e místico da região. A mata guardou vestígios das antigas roças, caminhos ainda possíveis do período colonizador e indígena. A mãe natureza premiou a comunidade com mais um pedaço de paraíso colocado a dedo de Deus, escondida dentro da mata fechada. A comunidade por sua vez guardou nos últimos 150 anos esta beleza que pode e deve ser desfrutado de forma racional, organizada, sustentável. O poço do Crânio não é algo espetaculoso, digno das filmagens de Indiana Jones, é algo assim mais tranqüilo, recanto mais para observação, contemplação, relax, trocando em miúdos colocar a “preguiça” pra fora. Suas águas verdeesmeralda nos dão a exata certeza de que a natureza faz pela gente. A beleza do conjunto de sua obra natural inspira muitos artistas. Mesmo para quem está acostumado com belezas naturais, se espanta com este pequeno pedaço, mas belo por natureza. É bom sempre lembrar de que um guia é mais do que necessário, principalmente quando se trata de pular pedras. Ë que para melhor aproveitar o dia, tem de sair cedo e como o lugar está embaixo da floresta o sol só é possível bem mais tarde, a partir das dez da manhã. Enquanto isto não acontece, as pedras se tornam perfeitas armadilhas, estão tão lisas que mesmo um guia experiente pode escorregar. É comum em lugares como estes pessoas baterem a cabeça, os joelhos, os braços, se machucarem.
Pela manhã o local ainda está frio, as pedras úmidas, mas nada em que um bom aventureiro não tente transpor. Basta seguir as recomendações e bom passeio. A saída é pelo Sertão da Quina, entrando ali pelo Bar Camping da Cachoeira (do Eraldo), ao lado da cachoeira da Renata, subindo em direção do Poço Verde. Por um pedaço de trilha segue até uma bifurcação, por um lado o caminho até o Chafariz, Água Branca. Por outro, ao rio que dá acesso ao Poço do Crânio. É possível subir as pedras a partir do Poço Verde, não é recomendável, é que aumenta os risco de tombos e escorregões. Devagar e sempre um bom observador começa a sentir a diferença já na temperatura do clima que chega a cair rapidamente, mais a sensação térmica, em pelo menos cinco graus. Depois são os sons da natureza, em principio o visitante tem a sensação de que só houve o som das corredeiras, depois de dez minutos embaixo das gigantescas árvores ele percebe até o som do vento, das aves, dos pequenos animais, até uma folha caindo. Nas pedras, o olhar as revela todas iguais, mais uma espiada detalhada percebe-se que não é bem assim, existem pedras avermelhadas, outras com formas humanas caricatas, outras com marcas estranhas, como se fossem marcadas por alguma coisa ou alguém, sempre numa coloração diferente como se fosse de propósito para ser observada. Tem uma próxima ao poço que parece uma “quilha” de barco virado de cabeça para baixo. Todas as pedras fixas no solo marcadas fazem alusão aos pon-
tos cardeais: norte, sul leste e oeste. Mistério ou coincidência? Ar de mistério são as luzes que transpassam as copas das arvores e riscam o ar até a água com seus raios brancos em feixes de luz que parecem coisas de filme de terror. Ao chegar ao local uma parada para observar melhor, fazer o reconhecimento do lugar. Os mais apressadinhos sobem na pedra e saltam no meio no poço criando ondas que invadem as pequeninas praias de areais brancas. O meio do poço tem cerca de dois metros e meio de profundidade e a pedra do salto pouco mais três de altura. Claro que é bom dar uma olhadinha e sentir se seu grau de coragem e capacidade de salto é recomendável para o local. Se não der para saltar tudo bem, um bom mergulho vale a pena.
Vista do alto da pedra do “crânio”. Abaixo, pedra semelhante a uma canoa emborcada (detralhe da quilha).
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Um ambiente para desestressar a alma Na cachoeira do Crânio existe uma pedra em que a água escorre por cima fazendo uma pequena cachoeira, dá para deitar sobre ela e sentir as águas fortes nas costas ou na cabeça, um bom lugar para “esfriar a cabeça”. No seu lado esquerdo existe um local onde parece um ralo de pia, a água roda em seu entorno realizando massagens em seu corpo sem água no rosto, dando uma sensação muito diferente. Tem ainda uma pedra em que é possível passar por baixo mergulhando saindo do outro lado. São experiências em que é necessário outro adulto observando. Estas brincadeiras têm um risco um pouco maior de preocupação, por isso muita atenção. Neste lugar a água parece ser mais doce do o usual. No entorno as flores das grandes árvores parecem perfumar a água. É possível avistar “Cambucaeiros” (arvores de Cambucá-Marlierea edulis) e “bacuparieiros” (árvores de Bacupari-Rheedia gardneriana) enormes ajudando na be-
leza da paisagem. Brejaúvas, orquídeas e bromélias se fazem de tapetes ou de adornos aos troncos de arvores. Na pedra do salto existem plantas que suas flores, além de comestíveis são belíssimas. Por vezes é possível ver marcas de animais nas prainhas do poço. As pedras que não recebem água tem uma cobertura vegetal única, um tapete natural de rara beleza. Esta cobertura já foi utilizada no passado para cobrir os presépios de natal. A preocupação com o lugar é constante, moradores que costumam ir lá costumam observar mudanças, principalmente as ruins. O Técnico em Turismo Rural, César Marcolino Giraud, 28 anos, teme que o uso desordenado aliado a falta de informação dos visitantes cause o desgaste natural do local. Para ele, o local já devia ser monitorado por guias locais, que com as informações corretas manteriam a beleza e a pureza do lugar, podendo sempre ser utilizada às futuras gerações. “Nossos pais, nossos avós tiveram o
Pedra que se assemelha a um crânio deu origem ao nome da cachoeira nas vertentes do Sertão da Quina
cuidado de cuidar deste lugar, mesmo quando roça, agora é a nossa vez de manter o que eles fizeram.”, comenta César. O som da cachoeira e das corredeiras faz com que qualquer estresse desapareça, pois além de relaxar o corpo o Crânio oferece uma visão
que nenhum papel de parede poderá proporcionar. Boas fotos poderão valer uma boa recordação e a vontade de vir novamente. Crânio é em referência a uma pedra que tem sua silhueta e que agora está coberta de vegetação, mas se
olhar com atenção poderá observar a semelhança. Segundo César Marcolino, foi ele com o amigo Davi que começaram a dizer o nome Crânio por conta da semelhança da pedra e daí o nome pegou. Parece que antes se chamava cachoeira do sapo.
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Moradores participam de debates sobre oportunidades e uso do Parque Estadual EZEQUIEL DOS SANTOS No ultimo dia 7, na sede do Centro de Visitantes, Praia da Fazenda na Picinguaba, moradores da regiao sul de Ubatuba participaram de reunião ordinária que tratou da manutenção do fórum de gestão participativa do Parque Estadual. Vários outros atores e parceiros interessados, tanto do meio ambiente, quanto das populações deram sua contribuição. Por e-mail, Adriano Mello Gestor do PESM, coloca que “existem muitos desafios a superar e também muitas oportunidades a aproveitar, e é em sinergismo, de forma representativa, participativa, pró-ativa e com diálogo que conseguiremos construir a prosperidade dessa importante área protegida de Ubatuba”. Algumas metas foram traçadas para 2011, o ano internacional das florestas, como a promoção do processo de renovação do conselho consultivo, usando para isso um edital de chamada pública, considerado essencial para acelerar a implementação do parque. Representantes do PESM esperam que as Câmaras Técnicas criadas em 2010 – Uso e Ocupação Tradicional, Zona de Amortecimento, Pesquisa e Turismo, Cultura e Educação Ambiental sejam as ferramentas estratégicas para as ações propostas a serem construídas de forma integrada e participativa. Na ocasião houve palestras antes das discussões pontuais. As comunidades destacaram
Roberto Mourão, da Eco Brasil, apresenta projeto comunitário
a abordagem do Presidente do Instituto Ecobrasil, Roberto Mourão, que apresentou os conceitos, as oportunidades e os desafios do tema Turismo de Base Comunitária, usando a sua experiência Brasil afora. Mourão destaca o tema como de extrema relevância para a realidade do Parque diante do potencial transformador que traz o Projeto. Apresentou ainda o Manual Caiçara de Ecoturismo de Base Comunitária realizado em parceria entre o Instituto Ecobrasil e o Bioatlantica. A proposta do Parque é trabalhar fortemente em 2011 no âmbito da implementação do Plano de Manejo (Programas de Manejo: Patrimônio Cultural, Uso Público e Interação Sócio-Ambiental). Foi proposta uma reunião na região para maior participação das comunidades locais em data ainda a ser definida. Diferente dos anteriores o evento teve aprovação da grande maioria
Agita Sertão da Quina No último dia 06, a partir das nove da manhã, com um belo café da manhã, a Unidade de Saúde do Sertão da Quina realizou uma bateria de atividades ligadas à prevenção da saúde. Foi caminhada com a professora de educação física Carla, orientação nutricional com Camila, assistência social com Marcelo e fisioterapia com Carlos Eduardo. Teve ainda verificação de pressão.
dos participantes. Várias câmaras técnicas foram criadas e ou renovadas para as discussões mais pontuais. São palavras difíceis que traduzem a vontade dos atores envolvidos em se aprumarem para situações em que todos possam ganhar, aliado a preservação tanto da cultura quanto da biodiversidade, buscando alianças e alternativas de geração de emprego e renda aos atingidos direta e indiretamente pelos limites e interior do Parque. Importante parceiro será a implantação do Programa Estadual de Micro Bacias II da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral Cati atuando diretamente nas comunidades, o programa tem total apoio e conhecimento dos moradores a serem beneficiados. Após as discussões houve sorteios de brindes, do manual e em seguida um lanche em estilo comunitário descontraiu os participantes.
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Frases e conversas do Povo Caiçara III AMILTON SOUZA Não tem jeito, basta lembra de uma palavra ou uma situação que logo lembraremos um momento, até na tragédia lembramos algo sendo ela principalmente engraçada. Lembro-me de algumas que participei ou ouvi. São elas: 1-“Pelo braço deve ser o Dirceu...” – Nilo Mariano na tentativa de descobrir quem estava chamando sua atenção no portão de sua casa em 2010... 2-“Se vocês não pararem a briga agora, vou chamar o Tenente!...” – Dimão Correia expressando toda sua indignação com uma briga que ocorria em uma festa no bairro em 1989... 3-“Maldita pedra!!! Porque haverás de estardes aqui?” - Translation (tradução): “Pedra infeliz !!! Qual o motivo de se fazer presente tão próximo aos meus pés tendo por conseqüência, me levado ao seu encontro?” Little Simon utilizou esse linguajar peculiar em 1990 as 02 horas e 52 minutos da manhã, esbravejando depois de tomar um tombaço naquela pedra que tinha no meio do Bar do Zé... 4-“Se fosse um sorteio entre o mundo inteiro pra quem vai ser enforcado, a gente ganhava em primeiro...” – Haroldo da Naílda do Bituantune reclamando em 2001 da má sorte que tem em bingos e rifas... 5-“Benedito é o fruto do Ubatubense Jesus...” Amilton Souza enquanto rezava pra dormir em 1983... 6-“Lá vou eu de caniço e saburá ...” – Mané Baró cantava
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desde 1985 nos momentos em que estava levando vantagem no jogo de damas... 7-“Dá uma antártica quente e vai tomano cuidado...” – Man is Hillary (Mané Hilário) disse em 1987 no Bar do Bruxa ao Galo... 8-“Mas é só você ajudar a pagar o pedal...” – Nailda do Haroldo do Mané Preá disse a sua irmã Naluce do Jorge do Kito em 2010, explicando que para ir à São Paulo de carro é só ajudar a pagar o pedágio... 9- “O Freddy Mercury era Rabino...” - Bagos K-Borge disse a turma em 2010 revelando as preferências do vocalista do Queen.... As frases 10 e 11 contam a mesma história: 10-“Ô meu anjo... mas você só vai gastar um litro de óleo (diesel)...” Um distinto senhor de origem lusitana que queria fazer a sua mudança da Maranduba até a Tabatinga sem pagar muito dinheiro no caminhão do Mané Gaspá em 1982... 11 – “Ah é? Então o senhor pega um litro de óleo (diesel), taca fogo, põe a mudança em cima que ela vai sozinha...”Respondeu com todo o carinho que lhe é peculiar nestas horas, meu querido avo Mané Gaspá... 12-“Não tem segunda voz melhor que a do Lulu...” Everaldo Cara-de-onça expressando suas preferências musicais regionais em 2009... Amilton Souza é músico profissional e já tocou no bar do Moisés com Ulisses na guitarra e Bacurau na bateria. amilton-sergio@hotmail.com
Maranduba, terra acolhedora
DIOGILEI TADRA Quando vejo esta terra, praias, o mar, esta natureza que Deus criou, fico imaginando como nossos antepassados viviam aqui em contato direto com a natureza, vivendo da pesca e da mata. Num passado não tão distante, lembro-me das “redadas” de tainha em que turistas estavam por perto ajudando a puxar as redes de 900 braças, muitos em que já naquela época filmavam a pescaria para mostrar como um troféu para suas famílias e amigos da cidade grande. Se fazia o cerco dos grandes cardumes que o “espia” estava já há muito tempo “sondando” e quando aqueles 50 homens,25 de cada lado, muitos ainda estavam só com um gole de café “margoso” no bucho, viam que se aproximava a rede da praia. A emoção era muito grande pois aquelas enormes tainhas pulando desesperadamente
para tentarem, sem resultado, saírem fora do cerco, parecendo até que sua inteligência superava a dos pescadores, exaustos pelo cansaço de puxarem aquelas “tralhas”, a “cortiça” e o “chumbo”, este na qual tinha que um pequeno menino ficar o tempo todo agachado para que as inteligentes tainhas não passassem por debaixo... mas este menino também tinha o seu “quinhão”. Quando a rede chegava na praia vinha aquela enorme quantidade de tainhas e outros menores peixinhos, para alegria de todos e como uma recompensa pelo esforço de ter acordado as 4 da manhã, todos levavam para casa, alegremente e satisfeitos a sua “mistura”. Raça, fé e inteligência se misturavam na vida desses heróis pescadores, onde muitos eram apenas temporários, mas quem embarcava a rede, colocava-a na carreta e depois à tarde ainda ia colocá-la no sol para “soalha-la” eram cha-
mados de “camaradas” que dedicaram parte de sua vida para cuidarem daquilo que tanto gostavam, cuidando também de sua terra, (eles já praticavam o que hoje chamamos de ecologicamente correto) linda e abençoada e que muitos vem de fora para se estabelecerem aqui. Mas como disse no início, tenho saudades das “redadas” de tainha e dos mais antigos da região em que parando só um minutinho para “prosear”. Nos sentíamos tão bem com aquela simplicidade que lhes eram peculiares, com aqueles dizeres que somente os mais chegados conseguiam “decifrar”, vivendo de coisas simples, mas tendo uma alma gigante que só grandes homens são capazes de possuí-las. Não vou citar nomes aqui, para não ser injusto com ninguém, mas ficam registrado estes grandes heróis que fizeram da nossa região um lugar melhor para se viver.
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Gente da nossa história: EZEQUIEL DOS SANTOS
Catharina de Oliveira Santos nasceu no mês de Maria, no mês das noivas, no mês das mães, no mês das flores de maio, num berço humilde do bairro do Sertão da Quina em 28 de maio de 1913. Sua humilde residência era de José Pedro de Oliveira com Balbina da Conceição Felix dos Santos, que antes era de Luiz da Rosa. Feita em pau-a-pique, tinha ao seu redor todo o material necessário para sua sobrevivência. Catharina dividia a simplicidade da vida com os irmãos Pedro Rosa de Oliveira, Rosa Pedro de Oliveira-Tia Óta, Conceição (Cabral) Pedro de Oliveira, Sebastiana Felix de Oliveira – Tia Tiana, Maria das Almas de Oliveira, Maria do Amparo de Oliveira, Benedita Januário de Oliveira, Nativa Rosa de Oliveira e Sebastião Pedro de Oliveira. As mulheres tinham quíntupla ou sêxtupla jornada de trabalho naquela época. Davam conta da casa, da roça, da pesca, do artesanato, do esposo. Mas, o mais importante é que davam conta da fé, que era pura, original, incomum, diferente, prazerosa, sábia, carinhosa, verdadeira e feita para o bem. Catarina trabalhava no período em que a safra saía nas costas dos homens as Vilas, Muitos produtos eram trocados por galinha, ovos, carne de porcos e grãos para plantio. Sem luxo e sem frescura, ela e seus irmãos aprenderam o suficiente para sobreviver. Da roça tiravam quase tudo que necessitavam e naquele ambiente saudável foram crescendo meio que selvagem. Existia uma preocupação natural com os familiares e esta educação Catharina passou a seus conhecidos. Ela dizia que o homem tinha sempre que aprender as coisas através do amor e da fé e não através da dor. As dificuldades da vida eram superadas pela dedicação e atenção ao amor que lhe era peculiar. Em sua casa preparavam roupas para as crianças. as pessoas se reuniam e realizavam Não se trocavam mais espelhos por pedras preciosas, mas trocavam-se pouso e hospitalidade por uma boa prosa. Catharina recebia a todos com muita atenção e carinho a luz
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Catharina de Oliveira Santos fé e paciência numa só alma
de lamparina. Aos quatro anos de idade, ela sente uma movimentação estranha acontecer no morro do Emaús. Naquele local aconteceu um fenômeno religioso que mudou os rumos da vida de seus reais moradores. Catharina, aos 16 anos casou-se com Salustiano Félix dos Santos, filho de Luiz Félix dos Santos e Maria Pedreira. Deste casamento tiveram os filhos Manoel (falecido), Joaquim, Pedro, José, Luzia, Sebastião, Maria, Isabel (falecida), Luiz, Balbina, Benedito e João. Este último sua mãe biológica havia falecido em função de complicações do parto. Era o filho da comadre Geralda que seria cuidado com o mesmo carinho dos outros filhos. Na ocasião do casamento, todos foram até a Igreja Matriz para o casório. Casaram de dia para dar tempo de chegar em casa para a noite de núpcias. A caminhada levou cerca de quatro horas. No casamento Catharina usou grinalda feita de flor de laranjeiras, seu buquê era de flor de Marecá e Ciosa e pela primeira vez, primeira vez mesmo colocara em seus miúdos pés um par de sandálias. Sua primeira morada era pequena, porém aconchegante, nos fundos, logo abaixo um rio que servia água para cozinhar e banhar. Uma casa de farinha, com “prensa de arataca”, forno de pedra, tachão de cobre e moenda manual era parte da paisagem. O marido viajava a Santos para trabalharem nos bananais e nas Docas do Porto, neste intervalo ela distribuía as tarefas, era mãe e pai. Muitas vezes ela caminhava sozinha ao armazém com um saco de linho buscar mantimentos para casa. A marca desta senhora morena de estatura média era a paciência, dedicação e sua fé. Não é exagero dizer que tudo que tinha dividia nos mínimos pedaços, mas ninguém poderia ficar sem nada. As filhas tinham sempre que recolher gravetos, para manter as chama do fogão acesa.
Quando via alguém que não havia se alimentado, corria até a roça, pegava um “tipiti” de batatas doces, cozinhava com sal, amassava-os num prato com caldo de feijão e oferecia a quem precisasse. Para ela: “Se não existir preguiça e má vontade, inventava-se a comida, mas a fome, com a graça de Deus teria que ser saciada”. Mesmo doente nunca “se mardizia” (reclamava). Pegava seu terço de “capiá” e em seu canto começava a rezar. Vencia as
adversidades, as dores, a fome, o cansaço sempre na insistência e na paciência, mas sempre, sempre com muita fé, daquela inabalável. Sua primeira ida a Aparecida foi na ocasião do casamento de sua filha Luzia com Manoel Gaspar. Outra vez foi com a nora Rosália numa Kombi conseguido com o Padre Francisco. Lá Catharina se emocionou com uma missa da Benção das Alianças, na ocasião ela já estava viúva. Seus pequenos olhos encheram-se de lágrimas. O choro silencioso revelou um sonho antigo, é que quando casada, lamentava não possuir aliança, eram muito pobres para adqui-
rir um par destes anéis. Ela valorava a importância da família unida e do casamento. Na realidade sentia pena que no futuro estes valores seriam esquecidos. Seu esposo faltou em 06 de Setembro de 1962. Com seu falecimento a vida se tornou mais dura. Ela não fraquejou, os filhos Manoel, Joaquim e Pedro foram trabalhar em Santos. Por lá trabalharam por muito tempo, na vinda era uma festa, a mãe com saudades não sabia o que fazer para agradar aos filhos. Manoel e Joaquim se mudaram em definitivo para aquela cidade, Pedro ficou para acompanhar e cuidar dos outros irmãos com sua mãe. Catharina gostava quando uma grande quantidade de mesas eram montadas para realizar um almoço digno de mãe entre seus filhos, netos e bisnetos. Ela tinha um jeitinho de chamar a atenção, colocava a mão na cintura e dizia: “Ora veja meu filho, isso é coisa que se faça, você acha que Deus vai gostar disto, Ah home! Tenha modos, Lhéi Só!” Ou então “Escutai lhéi só, já rezaste hoje, já agradeceste a Deus por este dia?” E nós já agradecemos? Bondosa e inocente trazia desconhecidos da rua para comer, tomar banho e dormir em local confortável. Era fã do café adoçado com caldo de cana, peixe cozido com pimenta de cheiro, biscoito feito em casa, farinha de mandioca, biju e cuscuz, tanto que uma das últimas comidas pedida por ela foi uma Perajica cozida com banana verde e um pouco de arroz. Muitos ainda se lembram da “garapa” feita com açúcar e água quente para agradar os netos. No verão de 1966, Catarina recebe uma moça branca que pouco falava nossa língua. Era tarde, ela preparou uma esteira de palha, uma vela, uma farofa de ovos caipira com farinha de mandioca. Meio na “luzerna” (meia luz) ela tentava se entender com a moça e esta com a Dona “Catarrina” (isso mesmo
com dois érres). Na manhã seguinte, na porta da casa que estava a moça muitos curiosos para ver quem era, quem que o Padre Pio havia levado para lá? Era a missionária francesa Claudie Perreau, que alguns meses atrás haviam saído de sua terra sem saber ao certo onde iria parar. Claudie ainda viva, fala com muito carinho e emoção desta que foi seu primeiro contato na comunidade. “Tenho guardado em casa (França) ainda uma colher de pau que ganhei de presente de Dona Catarrina”, diz a missionária. No verão de 2000, aos 87 anos. Catharina foi chamada por Deus. Ela deixava este mundo em 10 de Janeiro daquele, muita gente se reuniu para despedir-se da comadre, da mãe, da vó, da tia, da madrinha, da mulher, da devota e deste exemplo de mulher e esposa. Ela se foi bem no dia do aniversário do filho José Félix dos Santos, “neste dia, mamãe me deu a vida e nesta data infelizmente ela me deixa”, comenta emocionado o filho. Lágrimas ainda da amiga Maria Balio Fava que agradecia as bananas maduras, as farofas de ovos caipiras entregues a professora que muitas vezes não tinha almoço. Catharina certamente encontrara-se com seus compadres e comadres, como a irmã Conceição de Oliveira Cabral, com quem rezou seus últimos terços. Para muitos perdeu-se uma pessoa de coração maior do que ela podia carregar, um exemplo de paciência, dedicação e fé. Lágrimas sinceras são daqueles que lembram destas heroínas, como Catharina. Lágrimas sinceras são as minhas que em cada linha que escrevo aperta demais meu coração de saudades de minha avó paterna, da qual muito aprendi. Lágrimas outras de leitores que sabem do que escrevo, de quem escrevo. Lembro-me de sua voz perfeitamente, por isso, peço a senhora a sua benção, mas a verdadeira, daquela que tenho saudades, da mais pura, da mais sincera, da mais linda benção materna. Ao longe parece que ouço: “Deus te abençoe, te guarde e te dê boa sorte meus filhos”. Vó, muito obrigado de ser filho, do filho de seu ventre. Obrigado.
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Aparecida do Norte aí vai nóis! CRISTINA DE OLIVEIRA Quem não se lembra da primeira ou da última viagem a Aparecida do Norte, não uma viagem comum como se faz hoje em dia, mas aquela que demanda todo um ritual, preparação, expectativas e até nervoso. Minha primeira viagem a Aparecida foi numa Kombi antiga, daquela que tinha dois vidros na frente separado por um friso que descia pela lataria e passava por um emblema redondo que tinha um “V” e um “W” dentro. Rodas com calotas cromadas, dava para pentear o cabelo. No dia da viagem dormimos poucas horas. Mamãe “no cerão da noite” (de madrugada) já estava na cozinha, ela preparava um “cardeirãozinho” de virado, macarrão e galinha caipira frita. Com o velho rádio tocando “O Ipê e o Prisioneiro” da dupla Lio e Léo fomos até a chaleira de café, no saudoso fogão de lenha. Todos de barriga cheia, “aprumados” (arrumados), saímos ao local aonde íamos encontrar a tal Kombi. Mamãe nos encheu de recomendações, tudo porque tinha medo de nos perdemos do resto de nossa família. Não demorou muito e chega o veiculo, dentro dele já tinha algumas pessoas. Procuramos o nosso espaço, ajeita daqui, aperta dali, pronto! Fica resolvido de que o “rango”, a “rebarba”, ficaria no colo de mamãe, que era para não “entornar” (virar) na viagem. Fui no colo de papai e meus irmãos se espremeram entre um senhorzinho e a porta já fazendo bico, querendo chorar! No começo da serra, uma senhora muito devota e dedicada à oração puxa a reza do terço e todos, eu digo todos mesmo, rezam junto. Acabava o terço começavam o “Senhor põe seus anjos aqui, Senhor põe seus anjos aqui”, mas o cantado. Pense no desespero das crianças, é que meus irmãos temiam de realmente os anjos aparecerem. Pensem numa criançada apavorada! Parada da serra, lá aliviamos o “joelho”, fizemos o 11-11 em algarismo romano (XI-XI), o
mais chique foi tomar um pingado com pão com manteiga, era tão chique para nós que o mundo já poderia acabar ali, que “nóis” tava feliz. Todos refeitos seguimos viagem, no caminho ouvíamos “olha a polícia, abaixa”, então as crianças se “pinchavam” (jogavam) no chão da Kombi para que a polícia não parasse o veículo. Enfim a nossa frente à tão sonhada Aparecida do Norte, agora era só descer e “forrar o estambo”, fazer um picnic debaixo das árvores. Que coisa chique, desenrolar o pano de prato para abrir a panela do virado, abrir a lata de banha que era quadrada, colocar os pratos de “argate” e outros de alumínio no gramado, o tilintar das colheres, pegar com as mãos os pedaços de frango frito caipira, lavar as mãos com água na cumbuca. Todos sentados de lado aproveitando a brisa fria, coisa de louco! E depois vinha a sobremesa, era o ápice da viagem, papai comprava aquela maçã saborosa que vinha enrolada em um papel roxo, a fruta a gente comia, o papel só Deus sabe. Só faltou um rádio ligado. Fomos primeiro a missa. Visi-
tamos a santinha e depois fomos passear. De tarde, todos um pouco cansados e cheios de lembrancinhas, óleos, terços e outras recordações voltamos para a velha Kombi, nos ajeitamos em nossos lugares espremidos. Já saudosos pensando na próxima viagem, isto é, próxima aventura. Existem várias histórias de viagens a Aparecida que também ficaram em nossa memória, vou contar o milagre mais não o santo. A imaginação e a inocência não tinham limites. Certa vez uma viagem de pau-de-arara, um japonês levou um grupo de agricultores de nossa região, dentre eles meus familiares. Como era muita gente, o garçom sugeriu carne moída refogada com cebola e alho. Um deles quando viu a travessa de carne moída “desconjurou” (desaprovou) aquilo dizendo: “Compadre! Não me diga que você vai comer estas cagadinhas de pinto aí?”. Outro foi com o macarrão de vara, aquele que vinha numa embalagem de papelão azul escuro, que quando chegou na mesa se levantou muito bravo porque ele não tinha saído do fim do mundo para comer lombriga na tigela, que
se fosse para comer isso teria feito na roça. Outro andando pela calçada foi abordado por um comerciante o convidando a almoçar em seu estabelecimento, ele com fome chamou a família, entrou e se deliciou. Ao sair o comerciante o questionou sobre o pagamento da comida, este colocou a mão sobre o ombro do comerciante e disse: Pagar? Mas foi o senhor que nos convidou pra almoçar! Que coisa feia! Na minha terra a gente convida, a gente paga moço. Outra senhora levou café num garrafão de vinho tapado (como rolha) com espiga seca de milho, que “entornou” (virou) na comida. Gente que compravam relógios a prova d`água que entravam farofa. Gente que se admirava com o tamanho do rolo de papel higiênico que tinha no banheiro da Basílica e queria comprar por aqui no litoral. Tem muito mais para contar, mas não cabe nestas linhas. E você, tem história para contar ou passou a vida vendo as histórias dos outros? Faça a diferença, até nas coisas mais simples existe algo para se aproveitar, principalmente pra vida.
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Humor O Diabo e o Engenheiro Um Engenheiro morreu e chegou às portas do Céu. É sabido que os Engenheiros, pela honestidade deles, sempre vão para o céu. São Pedro procurou em seu arquivo, mas ultimamente ele andava tão desorganizado, que não o achou no montão de documentos, e lhe falou: - Lamento, mas seu nome não consta de minha lista... Assim o Engenheiro foi bater às portas do inferno, onde lhe deram imediatamente moradia e alojamento. Pouco tempo se passou e o Engenheiro, cansando de sofrer as misérias do inferno, e se pôs a projetar e construir melhorias. Com o passar do tempo, o INFERNO, já tinha ISO 9000, sistema de monitoramento de cinzas, ar condicionado, banheiros com drenagem, escadas elétricas, aparelhos eletrônicos, redes de telecomunicações, programas de manutenção predial, sistemas de controle visual, sistemas de detecção de incêndios, termostatos digitais etc. e o Engenheiro passou a ter uma reputação muito boa. Até que um dia Deus chamou o Diabo pelo telefone e, em tom de suspeita, perguntou: - Como você está aí no inferno? O outro respondeu: - Nós estamos muito bem! Temos ISO 9000, sistema de monitoramento de cinzas, ar condicionado, banheiros com drenagem, escadas elétricas, aparelhos eletrônicos, Internet etc. Se quiser, pode me mandar um e-mail, meu endereço é: odiabofeliz@inferno.com E eu não sei qual será a próxima surpresa do Engenheiro! - O QUÊ?! O QUÊ?! Vocês TÊM um Engenheiro aí??? Isso
é um erro, nunca deveria ter chegado aí um Engenheiro! Os engenheiros sempre vão para o céu. Isso é o que está escrito, e já está resolvido. Você o envia imediatamente para mim! - De jeito nenhum! Eu gostei de ter um Engenheiro na organização... E ficarei eternamente com ele. - Mande-o para mim ou...... EU TE PROCESSO! E o Diabo, dando uma tremenda gargalhada, respondeu pra Deus: - Ah, é??? E só por curiosidade... DE ONDE você vai tirar um advogado? O Comprador de Macacos Uma vez, num vilarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por $10 cada. Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos na região, foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos. O homem comprou centenas de macacos a $10 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça. Aí, o homem anunciou que agora pagaria $20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça. Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para $25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça. O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por $50! Entretanto, teria que ir à cidade grande para resolver negócios urgentes e deixaria seu assistente cuidando do assunto.
Assim que retornasse, napróxima semana pagaria os $50 por cada macaco que eles conseguissem. Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões: - “Olhem todos estes macacos na jaula, que o homem comprou, eu posso vender por $30 a vocês e quando o homem retornar da cidade, vocês podem vender-lhe por $50 cada.” Os aldeões, “espertos”, pegaram todas as suas economias e compraram todos os macacos do assistente. Eles nunca mais viram o homem ou seu assistente; somente macacos por todos os lados do vilarejo. Entendeu agora como funciona o mercado de ações na Bolsa de Valores? E aí , Jâo, mi insina... Gislaine era uma caipirinha deliciosa de 17 anos, ainda virgem. João Gafanhoto era o cara mais tarado da região, que vivia convidando a moça pra ir pra cama, pro sofá, pro mato, pra qualquer lugar, desde que fosse pra transar. Certo dia ela finalmente concordou e os dois foram pra uma moita, atrás da casa da moça. Mas, como não sabia nada sobre o assunto, ela pediu instruções: - Ai, Jão... Cumé qui é esse negócio de sexo? - Simpres, Gislaine! E é bão dimais, sô! - Mas como que eu faço? Me explica, homi! - Primero você levanta a saia! - Assim? - disse a gostosona, mostrando a calcinha. - Hummm! Isso memo, Gislaine! Assim memo, sô! - I agora? - Agora você baixa a calcinha!
- disse ele, excitadíssimo. - E agora, Jão? - Hummmm... ?... Agora agacha e mija que seu pai tá oiando prá nóis com uma espingarda na mão. Argentinos Dois argentinos chegam a São Paulo, sem grana, e ai um diz pro outro: Vamos nos separar para pedir dinheiro e ao final do dia nos reunimos para ver quanto cada um de nós arrumou. O outro topa e então cada um vai para o seu lado. Já bem de noitinha se encontram de novo e um pergunta para o outro: Quanto você conseguiu? - 10 reais. - E como fez? Fui ao parque e pintei um cartaz: ‘NO TENGO TRABAJO, TENGO 3 HIJOS QUE ATENDER, POR FAVOR, LES SUPLICO! NECESITO AYUDA!’. E você, quanto ganhou? Perguntou o que ganhou R$ 10,00 - Ganhei 8.694,00 reais. - Madre mia! Como você fez para conseguir tanto? Escrevi um cartaz assim: ‘FALTA 1 REAL PARA EU VOLTAR PARA A ARGENTINA’. O que é o ego? O pequeno argentino que vive dentro de cada um de nós.. O argentininho fala com o seu pai: - Papa, quando yo crescer yo quiero ser como usted. - Y por que, mi hijo?! - pergunta o orgulhoso argentino. - Para tener un hijo como yo. Por que há tantos partos prematuros na Argentina? - Nem as mães agüentam um argentino por 9 meses!
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Coluna da
Túnel do Tempo
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Adelina Campi
Destralhe-se -”Bom dia, como tá a alegria”? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar. -”Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!” e ela me apertou. Na matemática de dona Francisca, “quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar”. Falando nisso, “vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada”. Já ouviu falar em toxinas da casa? Pois são: - objetos que você não usa, roupas que você não gosta ou não usa há um ano, coisas feias, coisas quebradas, lascadas ou rachadas, velhas cartas, bilhetes, plantas mortas ou doentes, recibos/jornais/revistas antigos, remédios vencidos, meias velhas, furadas, sapatos estragados... Ufa , que peso! “O que está fora está dentro e isso afeta a saúde”, aprendi com dona Francisca. - “Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa”!, ela diz, enquanto me ajuda a ‘destralhar’, ou liberar as tralhas da casa... O ‘destralhamento’ é a forma mais rápidas de transformar a vida e ajuda as outras eventuais terapias. Com o destralhamento: - A saúde melhora; - A criatividade cresce; - Os relacionamentos se aprimoram... ensina o feng shui, com a delicadeza própria das artes orientais. Para o feng shui, é comum se sentir: cansado, deprimido, desanimado, em um ambiente cheio de entulho, pois “existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos”. Outros possíveis efeitos do
“acúmulo e da bagunça: sentir-se desorganizado, fracassado, limitado, aumento de peso, apegado ao passado... No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; Na entrada, restringem o fluxo da vida; Empilhadas no chão, nos puxam para baixo; Acima de nós, são dores de cabeça; Sob a cama, poluem o sono. Então... se dona Francisca falou e o feng shui concordou... nada de moleza! “Oito horas, para trabalhar; Oito horas, para descansar; Oito horas, para se cuidar.” Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se: - Por que estou guardando isso? - Será que tem a ver comigo hoje ? - O que vou sentir ao liberar isto? ...e vá fazendo pilhas separadas... - Para doar! - Para vender! - Para jogar fora! Para destralhar mais: livre-se de barulhos, das luzes fortes, das cores berrantes, dos odores químicos, dos revestimentos sintéticos.... e também... libere mágoas, pare de fumar, diminua o uso da carne, termine projetos inacabados. “Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente”; diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente. Dona Francisca me conta que: “as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo”. a gente deveria de ser assim, ela diz. “Destralhar ajuda a adocicar.” Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...
1967 1966 Dona Joana socando os grãos para fazer um café de “sustância”
1969 Madre da ALA, Balbina, Missionária Claudie e anciã do S. da Quina
Dona Idalina, mãe do Tião Pedro, andando sobre as águas...
2005
Está vivinho, bebendo todas...
1968 Além de “seresteiros” o Sertão da Quina já teve muitas cesteiras
2005 Pagadores de promessas procurando minhocas no Morro da Quina
2005 Elizangela e Claudie na entrega de moção a missionária.
1975 Prefeito Básílio na Câmara presidida por Eduardo de Souza. Tudo gravado...
1995 Maria e Tião Pedro, protagonistas de boa parte da história da região
Sereias da Cachoeira...