Jornal Maranduba News #49

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Maranduba, 25 de Maio de 2013

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano 4 - Edição 49

Gengibre orgânico de Ubatuba é pioneiro em certificação no Litoral Norte paulista


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Cartas a Redação Praia da Lagoinha Quanto a carta publicada neste informativo no dia 26 de Abril de 2013, gostaria de fazer algumas ponderações. Em relação ao mencionado pelo leitor Marcos de Souza, realmente existe um único quiosque na praia da Lagoinha o qual não possui sanitário, todavia cabe esclarecer que a falta de sanitário naquele estabelecimento não vem a ser culpa dos donos, na verdade quando foram aprovados projetos para a construção dos módulos no município de Ubatuba na década de 80, não foi regulamentada a implantação de banheiros em nenhum deles. Ainda assim, os donos do quiosque da lagoinha, no ano de 2002 receberam de um engenheiro um projeto para a construção de dois sanitários no local, todavia para a surpresa deles a própria prefeitura da época (PFL) embargou a obra, alegando que a falta de saneamento básico no bairro dificultaria a existência do banheiro naquele local, uma vez que teria que ser feito fossas e a proximidade com o mar não permitia a construção dessas no local. Segundo a prefeitura, também não teria tido aprovação do projeto pela CETESB. O problema é que nem sempre a boa vontade dos proprietários é levada em conta, muitas

vezes a burocracia e a politicagem é mais forte!!!! Vale ressaltar também que bem diferente do mencionado pelo leitor, os proprietários jamais orientam os funcionários a dizerem ao público para utilizarem o mar ou muros do local, essa informação não procede! Se existiu essa fala por meio de funcionários, com certeza não foi orientação e sim dedução, porque infelizmente uma vez não existindo banheiros onde essas pessoas que ali estão irão??? O problema do banheiro vem sendo discutido judicialmente, existe um processo judicial em tramite na Justiça Federal desde 2008, onde discute entre outros assuntos relacionados aos “quiosques” a questão dos sanitários, assim necessário se faz aguardar a decisão da justiça para a realização de qualquer obra inclusive instalação de banheiros. Quanto a colocação de banheiros químicos citado pelo leitor Marcelo Álvaro Pereira, a informação que temos é de que existe uma lei municipal que dispõe ser da prefeitura a responsabilidade na instalação de banheiros químicos dentro do município, não competindo ao munícipe fazê-lo. Para finalizar, gostaríamos de dizer que os donos do estabelecimento sempre correram atrás dos políticos para tentar

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi e Ezequiel dos Santos Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

resolver o problema relacionado aos banheiros, principalmente porque o problema não afeta apenas os turistas que ali freqüentam, afeta também os funcionários do estabelecimento que necessitam utilizar banheiro em uma residência que fica a 10 minutos do local, causando grande transtorno a todos. Que os donos inclusive reivindicaram dos vereadores uma lei que regularizasse a condição dos sanitários nas praias, projeto de lei que foi colocado em sessão e votado pelos vereadores, mas que foi vetado pelo executivo, na época PFL. Estamos em contato com a nova gestão municipal, que sabe do problema enfrentado pelos “quiosqueiros” em geral, em especial a falta de sanitários, e acreditamos que em breve teremos uma solução, pois a falta de estrutura para receber os turistas não esta presente apenas na praia da Lagoinha e no quiosque ali existente, e sim, em todo o município! Então, antes de criticar de forma negativa, vamos tratar de se informar melhor e ver quem esta dando causa ao problema!!!! Atenciosamente Zaira Santos via e-mail

Carta ao Prefeito Excelentíssimo Sr. Prefeito Maurício Moromizato A APASU durante anos, vem realizando um trabalho de doação de animais todos os sábados, na praça 13 de Maio (centro da cidade). O nosso trabalho consiste em fazer doações de animais vermifugados , castrados e cães adultos também vacinados. A Prefeitura ao contrário da APASU, doa seus animais no mesmo local sem nenhum critério, pois os mesmos não são vermifugados e nem sequer castrados, acarretando assim grande problema para o município e conseqüentemente para nós (APASU), quando um adotante reside na região sul de Ubatuba (do Rio Escuro ate Tabatinga). A grande maioria da população (90%) é desinformada, quanto aos benefícios da castração, o sofrimento dos animais quando abandonados e o aumento considerável de animais de ruas. A Zoonose de Ubatuba perde uma grande e valiosa oportunidade de instruir a população quanto a esse benefício e por que não distribuir folhetos informativos, uma vez que a Praça é visitada semanalmente por centenas de pessoas. A doação principalmente da Prefeitura, dos animais castrados, VALORIZARIAM nosso

trabalho e INCENTIVARIAM a população que também levam seus animais para serem doados a fazerem o mesmo. A Prefeitura nos oferece gratuitamente de 06 (seis) castrações a 08 castrações mensais, porem a APASU tem uma demanda em média 80 castrações mês, destinadas para os animais abandonados e somos nós que arcamos com o custo, seja em alimentação ou veterinário, e para isso realizamos bingos, jantares, ações entre amigos, vendemos camisetas, rifas, entre outros expedientes. Portanto Sr. Prefeito, pedimos providencias e novas orientações para que o Centro de Zoonoses entregue animais para adoção no mínimo castrado, pois se atitudes como essa não forem tomadas “de nada adiantará o trabalho VOLUNTÁRIO da APASU” com relação aos animais. Ubatuba, 27 de abril de 2013 Atenciosamente, APASU


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Estudantes ubatubenses conquistam feito inédito e representarão o Brasil em Congresso Espacial no Japão Esforço do prefeito Mauricio (PT), junto ao ministro da Educação, Aloízio Mercadante, garantiu o custeio da viagem de 12 alunos e 4 professores rumo ao Japão Comunicação PMU Jovens estudantes ubatubenses, com idade entre 13 e 14 anos, conquistaram um feito inédito em todo mundo e representarão o Brasil no maior congresso espacial do Japão. Os alunos do 9º ano da Escola Municipal Tancredo Neves desenvolveram uma pesquisa sobre o interesse despertado pelo projeto “Ubatuba Sat” nos jovens da cidade e elaboraram um artigo que foi selecionado e aceito pelo corpo técnico do Congresso ISTS (International Symposium On SpaceTechnology and Science). A aprovação da proposta garantiu que os estudantes brasileiros participem de um dos principais eventos do mundo na área espacial, que tem o patrocínio da JAXA (Agência Espacial Japonesa) e será realizado entre os dias 2 e 9 de junho, na cidade japonesa de Nagoya. Apesar de terem conquistado uma vaga, os jovens ubatubenses não tinham a confirmação de que participariam do congresso, pois precisariam arcar com os custos das passagens aé-

reas e da estadia. Graças a um esforço do prefeito Mauricio (PT), junto ao ministro da Educação, Aloízio Mercadante, a administração ubatubense conseguiu uma parceria com a Unesco, garantindo a viagem de 12 alunos e 4 professores, que embarcam rumo ao Japão no próximo dia 29. “O Brasil terá a mais jovem delegação de toda a história do ISTS na sua vigésima nona edição. Nossos alunos têm em torno de 13 anos e a grande maioria dos pesquisadores que participam daquele congresso tem mais de 40 anos. Além disso, vale ressaltar que são jovens estudantes de uma escola pública, o que a meu ver, torna o feito deles ainda mais importante, por tantos desafios superados”, completa o professor Cândido de Moura, idealizador do projeto. Ubatuba SAT O feito inédito é mais uma conquista dos jovens ubatubenses com relação ao projeto Ubatuba SAT, que consiste na construção de um satélite por parte dos estudantes de 13 e 14 anos da Escola Municipal Tancredo Neves. A ini-

Convocação Quilombo Caçandoca

A diretoria da Associação conjunta do Quilombo Caçandoca convoca a todos os quilombolas à participarem de mutirão nos próximo sábado e domingo (25 e 26), a partir das 9 (nove) horas a ser realizado em sua sede. O objetivo é melhorar o local, promover a interação entre os quilombolas e formar grupos de trabalhos. Participe! “Sem participação não cabe reclamação”.

ciativa nasceu em 2010 e tem como principal objetivo despertar o interesse dos alunos pelas matérias de ciência e tecnologia. Dentro do projeto,

os jovens aprenderam a construir equipamentos eletrônicos que funcionem aqui na terra, foram treinados no Laboratório de Integração e Testes do

INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e já estiveram até no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, nos Estados Unidos.

Secretaria de Turismo realiza “City Tour Cultural” Comunicação PMU A Secretaria de Turismo de Ubatuba está iniciando um projeto de capacitação de estagiários (alunos do curso de guia turístico), onde o turista poderá fazer um City Tour Cultural, percorrendo um roteiro que irá passar por várias ruas do centro histórico. Durante o percurso, será apresentada a história de Ubatuba e os prédios históricos que resistiram ao tempo, como o Sobradão do Porto, a Igreja Matriz, a Cadeia Velha, o Co-

légio Esteves da Silva, entre outros. Participando do City Tour, além do turista conhecer um pouco mais sobre a cidade que está visitando, ele também contribui na formação dos estagiários que estarão colocando em prática o que aprenderam na teoria. A visita será supervisionada por guias já formados e credenciados pelo Ministério do Turismo, além de contarem com apoio de apostilas contendo todo conteúdo a ser

explorado nas visitas. “Pretenderemos em breve incluir os alunos das escolas municipais nos passeios, como uma forma de introduzir o conhecimento dos personagens e fatos históricos e marcantes da nossa cidade” diz o Secretário de Turismo Gerson Campos. Para participar, o turista deve efetuar agendamento no Centro de Informações Turísticas, na Av. Iperoíg, 214 – Centro, ou pelo telefone (12) 3833- 9123


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Produtores precisam se inscrever no Cadastro Ambiental Rural EZEQUIEL DOS SANTOS A Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento de Ubatuba- SMAPA informa aos produtores rurais de Ubatuba da importância de se fazer o cadastramento de suas áreas. O documento é pré-requisito para obtenção de licenciamentos e autorizações ambientais para quaisquer atividades econômicas, agropecuárias ou florestais. Sem este documento, o agricultor não poderá solicitar financiamentos, por exemplo. O Cadastro Ambiental Rural é obrigatório e vai permitir a regularização de todas as propriedades. O formulário do CAR está disponível na internet a partir deste mês e os órgãos de fomento, de defesa e de apoio a agricultura poderão informar melhor sobre o cadastro. Porém a responsabilidade, no entanto, é dos órgãos ambientais estaduais, que receberam do Ministério do Meio Ambiente, todas as imagens de satélite contratadas pelo governo federal que serão usadas para formular o Cadastro Ambiental Rural (CAR). As imagens trazem detalhes dos mais de cinco mil imóveis rurais distribuídos no território nacional e de áreas de preservação permanente, reservas legais e nascentes de rio. “Entregamos a base cartográfica atualizada e os Estados têm agora as condições para entender o que ocorre nos territórios e mergulharem no trabalho de cadastrar (os imóveis rurais). Estamos finalizando a fase de testes porque é importante ver se está dando erros — disse a ministra do Meio Ambiente”, Izabella Teixeira.

Em São Paulo, houve uma palestra na Sociedade Rural Brasileira deu orientações do cadastro ambiental rural para profissionais e produtores. O objetivo foi mostrar a importância desse cadastramento. “Além de obrigatório, sem ele, o produtor não pode se regularizar, e disso saem os desdobramentos. Sem ele, não se obtém crédito. A falta de CAR pode dar outro tipo de sanção, ou seja, vai haver uma punição. Então, ele é fundamental sim” – disse Samanta Pineda, advogada e assessora da Frente Parlamentar de Agropecuária da Assembléia Legislativa Paulista. Também com isso, será possível verificar as diferentes espécies vegetais de cada território e adequar os produtores a um programa de regularização ambiental. O secretario da Smapa Maurici Romeu da Silva, alerta para que o produtor realize o cadastro pra provar que está cumprindo a lei e evitar multas. Em revista especializada, o consultor Rodrigo Lima, fala que o Estado brasileiro precisa ter uma participação fundamental para ajudar os produtores. “É a segurança para o produtor. Porque é a primeira vez, depois de toda essa discussão da lei e a guerra que foi o novo Código Florestal. Isso vai ser importante para tomar crédito, para vendas, para toda discussão de sustentabilidade com certificações”, falou Lima. Os municípios, associações de produtores, organizações da sociedade civil, outras Secretarias de Estado são parceiros importantes para garantir a implantação efetiva do CAR em São Paulo.

O que é o CAR? Cadastro Ambiental Rural – é um cadastro eletrônico, obrigatório a todas as propriedades e posses rurais. As informações do cadastro serão declaratórias, como a declaração do Imposto de Renda, de responsabilidade do proprietário ou possuidor rural, e farão parte do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural – o SiCAR, que ficará sob responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e do IBAMA. Quais são as novidades do CAR? O CAR, ao contrário de outros cadastros já existentes, será composto também de informações espaciais. Isso significa que, além de conter os dados básicos da propriedade ou posse rural, como endereço e área total, também vai conter um croqui, que poderá ser feito pelo interessado com a ajuda de uma foto aérea de boa resolução que estará disponível no próprio sistema. Os proprietários e posseiros do Estado de São Paulo devem fazer o seu cadastro no Sistema de CAR Estadual. As informações serão enviadas a partir do aplicativo online que esta prevista sua disponibilidade ainda para este mês.

O CAR é a principal ferramenta prevista na nova lei florestal para a conservação do meio ambiente, a adequação ambiental de propriedades, o combate ao desmatamento ilegal e o monitoramento de áreas em restauração, auxiliando no cumprimento das metas nacionais e internacionais para manutenção de vegetação nativa e restauração ecológica de ecossistemas. O CAR também facilitará a vida do proprietário rural que pretende obter licenças ambientais, pois a comprovação da regularidade da propriedade se dará por meio da inscrição e aprovação do CAR e o cumprimento no disposto no Plano de Regularização Ambiental, sem a necessidade de procedimentos anteriormente obrigatórios, como a averbação em matrícula de Reservas Legais no interior das propriedades. Todo o procedimento para essa regularização poderá ser feito online. O Estado de São Paulo, com o apoio de parceiros, fará campanhas para a mobilização dos proprietários rurais, apoiando-os para que cadastrem suas propriedades e posses. Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente/SP

Problema com o lixo

Um leitor enviou fotos do lixo jogado no cruzamento da rua Altemar Dutra com rua Clara Nunes no Jardim Beira Rio. Segundo relato, o antigo “ponto de Lixo” era naquela esquina quase em frente ao Mercado Vila Flor onde havia uma caçamba da Sanepav. O dono do lote fez muitas reclamações e começaram a jogar a caçamba de um lado para o outro, e por fim acabaram jogando a caçamba no cruzamento da rua Altemar Dutra com a rua Clara Nunes. Como ninguem quer um lixão a céu aberto em frente a sua casa, o leitor ligou pra Regional Sul e Sanepav para tomarem uma providência, pedindo para retirar a caçamba dali. A caçamba foi retirada. O problema é que os próprios moradores da rua continuam a jogar o lixo neste local. Dizem que o lixeiro não vai fazer a coleta até o fim da rua Clara Nunes. A solução é ligar para a Sanepav e 3832-5460 e reclamar do caso. Outra solução é cada morador colocar uma lixeira em frente a sua casa. O leitor comprou uma por R$ 38,00 numa casa de materiais construção. O principal é EDUCAÇÃO! Moradores locais e turistas, não jog]em lixo neste local.


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Promata no Avistar 2013

PROMATA No ultimo final de semana, 17 e 18, aconteceu na cidade de São Paulo o VIII Avistar ou brazilian bird fair. A cada ano o evento vem se consolidando como o mais importante encontro de observadores de aves da América Latina. Este ano participaram os Promatas Fernando Novaes, Carlos Rizzo, Xerses Lima e Isaura Monteiro, que foi ao evento pela primeira vez. Ubatuba marca a sua presença desde a primeira edição em 2006 e o Avistar sempre foi o grande impulsionador da divulgação do trabalho realizado em nossa cidade. Além disso, todos os anos em que há concurso de fotografias de aves, a exposição das fotos vencedoras tem presença garantida em Ubatuba. Este ano não pudemos contar com um stand, mas tivemos o trabalho do Promata, do Ubatubabirds e do SINHORES (sindicato dos hotéis) divulgando a observação de aves da nossa cidade e região. O trabalho do grupo Promata foi muito elogiado pelos

resultados conseguidos no ano passado, todos estavam interessados em conhecer as pessoas e saber como está a evolução do projeto no Sertão da Quina. O Ubatubabirds manteve contato com os mais importantes guias nacionais e internacionais oferecendo os novos pontos de observação em Ubatuba, Sertão da Quina e o Centro Cambucá de Observação de Aves que deverá ser reaberto no mês que vem. Esta semana Carlos Rizzo dará um curso de três dias para os monitores do Petar (sul do estado) e em junho será recebido pelo secretário de turismo de São Miguel Arcanjo para apresentar os trabalhos conquistados por Ubatuba. Segundo Carlos Rizzo a visita foi muito proveitosa para Ubatuba “sábado é o principal dia do Avistar e tivemos a oportunidade de encontrar os melhores guias. Este ano inclusive Brett Whitney estava lá, ele é o maior emissivo dos USA para o Brasil ele ficou muito entusiasmado com o Promata e o Cambucá”.

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Atletas da região se destacam em Caraguatatuba

EZEQUIEL DOS SANTOS No último dia 19, domingo, os corredores da região sul de Ubatuba, Antonio Carlos de Jesus Souza (Buiu) e Jorge Antunes de Sá, do Sertão da Quina e Sandro Egmarcio Gomes do bairro do Araribá, participaram da corrida de rua do Aniversário da cidade de Caraguatatuba. Entre os mais de 400 atletas os três representantes da região conseguiram boas colocações. Na categoria de 36 a 40 anos, o Corredor Antonio Carlos de Jesus Souza (Buiu) ficou com o terceiro lugar na categoria de 6 km e meio com o tempo de 26minutos e 16 segundos. Na categoria acima de 65 anos o corredor Jorge Antunes de Sá do Sertão da Quina ficou com o segundo lugar com o tempo de 34 minutos e quarenta segundos e o corredor Sandro Egmarcio Gomes ganhou medalha de participação completando a prova em 29 minutos e 41 segundos.


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Escola homenageia mães em farto café da manhã na Praia Dura No último dia 10, a escola Ernesmar de Oliveira, do bairro Praia Dura, bem como as vinculadas José Libório, no bairro do Corcovado e a Escola Municipal da Fortaleza realizam uma das mais belas homenagens ao dia das mães da região. O evento que aconteceu na Praia Dura contou com parcerias de todos os lados, principalmente entre escola e famílias destas localidades. Para deixarem as mamães orgulhosas os alunos se desdobraram em varias apresentações: musica, dança, poesias, paródias entre outros atrativos. Também como atrativo principal os alunos serviram um delicioso café da manhã as suas heroínas (mães). Além da justa homenagem, a escola pretende com isto abrir as portas da escola e receber os pais com mais prazer e entusiasmo, fazendo com eles se sintam em casa para participar das atividades que a escola possa oferecer, fortalecendo cada vez mais o vinculo entre escola e família. Segundo a diretoria, esta parceria é essencial para o sucesso da educação como um todo. Para os agraciados este tipo de evento precisa acontecer com mais freqüência para que haja uma maior interação entre as entidades, também para que pais e educadores necessitam ser grandes companheiros na caminhada rumo a formação educacional do ser humano. Não passou despercebido o esforço da diretora Nina e do coordenador Marcos que buscaram todos os meios para que o café fosse de fato inesquecível.

25 Maio 2013 Fotos: Fátima Mesquita


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Sucesso absoluto no lançamento do 1º “Pedala Leitura” EZEQUIEL DOS SANTOS A escola municipal Nativa Fernandes de Faria, no bairro do Sertão da Quina, lançou oficialmente no último dia 16 o projeto de educação física “Pedala Leitura”. O projeto é parte integrante de um trabalho maior intitulado de “Plantar leitura... Colher leitores” que tem como objetivo estimular a leitura entre os alunos e a comunidade. O Pedala Leitura envolve as disciplinas de artes, educação física e língua portuguesa, onde foca integrar duas atividades importantes, o ciclismo e a leitura. Embora pareça estranho, misturar bicicleta com livros, este primeiro evento foi o maior sucesso, superando as expectativas dos idealizadores, parceiros, pais, alunos e colaboradores. A intenção, porém foi de promover a saúde, melhoria da qualidade de vida, de acesso a cultura e realidade social, temas de grande importância para o desenvolvimento do ser humano. Segundo os organizadores o projeto nasceu para romper barreiras da tradição, dos muros da escola, como proposta desafiadora de inserir o ciclismo como conteúdo da Educação Física Escolar, trabalhando de forma interdisciplinar envolvendo a língua portuguesa e artes neste contexto. O projeto consumiu um bimestre inteiro de trabalho e envolveu muita preparação, quem presenciou a saída ao campo deve ter pensado que se tratava apenas de um passeio no parque, o que não era, foram vários colaboradores e profissionais que contribuíram para o preparo dos alunos até dos professores. No período de preparação foi realizada uma semana de Workshop na escola e como presença importante esteve um

Policial Rodoviário Federal, um Bombeiro, um mecânico de bicicletas e um ciclista, cada qual dando instruções e dicas relacionadas à sua profissão. Na pratica e após os preparativos, 29 alunos, dos quintos anos, saíram em direção ao Sertão do Ingá. O evento aconteceu das 8 as 11 da manhã e todos em fila indiana, um atrás do outro, saíram em blocos de cinco alunos cada, tendo a frente um veiculo batedor, acompanhados por um Guarda Municipal de Transito, dos professores, da equipe de monitores do esporte, pais, voluntários e membros da comunidade. No evento estiveram a supervisora Jacqueline, a equipe gestora Rosanea Alves e Magali Lopes e a professora coordenadora Gabriela Cristina. Foi sucesso absoluto tendo em vista o ar de felicidade que cada aluno estampava em seu rosto. Fizeram visitas as casas, leram para os moradores, se reuniram e discutiam em grupos experiências das leituras, debateram temas, enfim. Segundo os organizadores a idéia é que seja um projeto anual, os alunos discordam, querem um semanal. Para a escolha do desenho a ser estampado na camiseta dos participantes foi realizado um concurso interno e o vencedor foi o aluno Pedro Celestino, o mesmo que foi campeão de xadrez em 2012. Quem acompanhou o evento gostou e parabenizou a equipe organizadora, muitos não escondem a ansiedade para um próximo evento. O Pedala Leitura convida a comunidade a participar destes eventos e quem quiser saber mais sobre este projeto é só procurar os organizadores na escola.

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Gengibre orgânico de Ubatuba é pioneiro em certificação no Litoral Norte paulista EZEQUIEL DOS SANTOS O Sitio Recanto da Paz, do bairro do Araribá, conquistou neste mês de maio a certificação de selo orgânico na produção de gengibre, carro chefe da propriedade. A proprietária idealizadora do projeto e entusiasta Annie Yoriko Kamiyama, carinhosamente conhecida como dona Annie, sempre trabalhou para a melhoria da qualidade dos produtos rurais na região. O caminho foi longo e teve seu inicio na década de 90, quando a CATI – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, promovia excursões técnicas para outras regiões onde alguns horticultores inovadores já demonstravam na prática que era possível produzir com produtividade e qualidade sem usar veneno. Em meados dos anos 90, produtores de Ubatuba visitaram propriedades próximas a grande São Paulo que forneciam para a feira do Parque da Água Branca – pioneira na comercialização de produtos orgânicos. Naquela época, com o incentivo dos intercâmbios promovidos, a família Kamiyama já começou a fazer uso de algumas práticas ecológicas. Uma dessas práticas foi o uso de microrganismos eficazes produzidos pela Fundação Mokiti Okada, usados para melhorar a fertilidade dos solos. O sitio Recanto da Paz da família Kamiyama sempre teve uma postura de pioneirismo. Em 2001 abriu sua porteira para a realização de pesquisas com o uso de adubos orgânicos e leguminosas como adubos verdes em consórcio com o gengibre, por meio de parceria com a CATI, o Centro Nacional de Agrobiologia da Embrapa e a Universidade Federal Rural

Tecnologia dos Agronegócios, que tem uma fazenda experimental no bairro do Horto em Ubatuba, o ITESP – Fundação do Instituto de Terras de São Paulo, a FUNAI, o Ministério da Agricultura, o IPEMA, o Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, a PROMATA e a Prefeitura de Ubatuba estão entre os principais parceiros para o fortalecimento da produção agroecológica no município. Recentemente, o Departamento de Genética da ESALQ-USP, vem desenvolvendo trabalhos no município para o aproveitamento de nossa agrobiodiversidade. O Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte – CBH LN e diversas entidades ligadas à conservação dos recursos naturais vem paulatinamente reconhecendo a importância da produção agroecológica para o desenvolvimento local sustentável no Litoral Norte paulista. do Rio de Janeiro. Para Annie Kamiyama, a forma de produção orgânica é a mais indicada para o gengibre – “O gengibre tem inúmeras qualidades como alimento e como remédio – o selo orgânico reforça a valorização dessas qualidades”, afirmou. Para Antônio Marchiori, engenheiro agrônomo e extensionista da CATI em Ubatuba, a certificação conseguida por Annie Kamiyama é um prêmio para a perseverança do trabalho da produtora – “Dona Annie é um exemplo de trabalho e liderança. Nossa esperança é de que a conquista do selo orgânico pela família Kamiyama sirva como motivação para outros produtores do litoral norte”, comentou.

Intercambio Outro intercâmbio que favoreceu a evolução da experiência hoje realidade no sítio Recanto da Paz foram as visitas a outras regiões produtoras de gengibre, na serra de Tapiraí em São Paulo e no litoral norte do Paraná. Uma das experiências de destaque trazidas de lá e hoje realidade no Sertão do Araribá, graças ao esforço da Dona Annie, é a agroindústria de processamento de gengibre – um exemplo de sucesso para todo o Estado de São Paulo. A unidade já recebeu diversas visitas de outros locais, como por exemplo, produtores e lideranças do litoral sul e do Vale do Ribeira e universidades como a ESALQ-USP, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.

Expectativas Esta conquista traz muitas expectativas, porque a inclusão de Ubatuba na rota das unidades de produção agropecuária certificadas poderá baratear os custos e estimular outros produtores a adotarem a produção orgânica, reconhecendo que produzir de forma orgânica não é uma missão impossível. Parceiros Além da CATI, que acompanhou os trabalhos no sitio dos Kamiyama desde o início, diversos parceiros tem se juntado para estimular a produção agropecuária de Ubatuba para a conversão agroecológica. A APTA – Agência Paulista de

A importância para a região paulista Considerando que Ubatuba é uma cidade turística e que depende economicamente da preservação da paisagem e da qualidade dos recursos naturais, o incentivo à produção orgânica de alimentos pode ser visto como estratégico para o município. Estudos em laboratório realizados pelo Doutor Eduardo Antônio Drolhe da Costa, da APTA, demonstraram que os solos da planície litorânea em Ubatuba são muito sensíveis ao uso de herbicidas. “Em Ubatuba o uso de herbicidas oferece muito risco para a contaminação dos recursos hídricos”, afirma Drolhe. * * *


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Os passos para a conquista do selo de qualidade dos produtos Dentro do mercado de orgânicos, nem sempre o consumidor conhece o produtor, por isso a importância do selo para garantir a qualidade. O selo de produto orgânico garante ao consumidor que o produto foi produzido com respeito aos recursos naturais e sem utilizar substâncias que possam colocar em risco a saúde dos produtores e dos consumidores. A conquista do selo de produção orgânica depende da realização de inspeções periódicas por conta da entidade certificadora. Isso significa que a produção é acompanhada por uma entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura. Como os custos para conseguir o selo ainda podem ser considerados caros pela maioria dos produtores, uma alternativa para conseguir o selo orgânico é a certificação participativa, com a formação de grupos de produtores interessados. Também existem estratégias para converter as propriedades gradativamente, não precisa ser tudo de uma vez. O produtor pode separar uma parte da sua propriedade para iniciar a conversão para a produção orgânica. Outra forma da população ter acesso aos produtos orgânicos é por meio da compra direta de grupos de produtores vinculados a uma organização de controle social. A organização dos grupos é fundamental para manter a confiança no processo. Exemplos Em Ubatuba, os produtores do Sertão do Ubatumirim organizaram um pequeno grupo para a venda direta de produtos orgânicos e já possuem do

Ministério da Agricultura a Declaração de Cadastro de Produtor Vinculado a Organização de Controle Social – OCS – que garante a rastreabilidade dos produtos para os casos em que surjam dúvidas da sua qualidade orgânica. Na região da Maranduba, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais está promovendo em 2013 o terceiro curso de produção orgânica para cerca de trinta olericultores. O técnico da CATI, José Carlos dos Santos, adaptou um modelo de cultivo protegido a partir de estufa da PESAGRO – empresa de pesquisa do Rio

de Janeiro. Por meio da “ESTUFA UBATUBANA”, como foi batizada, e por meio de diversas técnicas agroecológicas desenvolvidas em parceria com a Embrapa Agrobiologia, é possível a produção de alimentos sem usar veneno mesmo nas épocas em que chove muito. Outra iniciativa de destaque é a produção de polpa a partir de frutos da palmeira Juçara, principalmente nos bairros do norte de Ubatuba, com apoio do IPEMA. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo vem oferecendo cursos de capacitação para

seus profissionais, dentro do projeto “COPA ORGÂNICA”. Para divulgar a produção orgânica, os produtos a serem utilizados durante a COPA de 2014 serão orgânicos. A Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento de Ubatuba está em entendimento com seus parceiros para fortalecer a produção agroecológica. Entre as estratégias em andamento temos a ampliação da participação de produtos locais na alimentação escolar e o fortalecimento de pontos que favoreçam o escoamento da produção local. Mais do que garantir um

documento, os envolvidos estão preocupados em garantir a população um produto de maior qualidade, que respeita o ser humano e a natureza. O selo conquistado, como do Sitio Recanto da Paz reconhece o esforço conjunto de vários parceiros que querem pra nossa região e município um reconhecimento dos esforços para manter este equilíbrio. “Dona” Annie é mais do que pioneira, por conta dos anos de insistência e tentativas, toda a Ubatuba hoje colhe os frutos deste esforço que pode servir de modelo a outros empreendedores rurais. * * *


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O olhar descobridor da Santa Maria da Água Branca EZEQUIEL DOS SANTOS Com cerca de 200 metros de queda, a cachoeira da Água Branca é a maior cachoeira do litoral norte paulista que se tem notícia. Para alcançar esta beleza natural é necessário transpor a Mata Atlântica, para isto é recomendável guias especializados e conhecedores da história, da vivência, da formação do local, só assim a caminhada torna-se mais interessante. A água que compõe esta bela cachoeira vem de dois rios do Vale do Paraíba, lá eles possuem coloração diferente por conta de vários fatores, seu caminho tem relação de passado harmonioso, desbravador, destemido de nossos povos - os do planalto e do litoral. Partindo do bairro do Sertão da Quina, as opções são muitas até alcançar o ponto principal às duas cachoeiras que compõe aquele belo conjunto. A observação de vivência e dos cincos sentidos só podem ser apreciadas por verdadeiros amantes da natureza e da história regional brasileira. A avifauna no decorrer da trilha se torna obrigatória, tendo a possibilidade de avistar algum espécime raro, e foi assim que este dom moldou parte do etnoconhecimento e etnoproteção de nossa nação primeira. Ao longo do trajeto é possível avistar os limites das grandes roças que fizeram parte do contexto formador da população local, grande árvores frutíferas, nomes curiosos de lugares, trechos de rios, formação rochosas místicas, aves e flores espetaculares, ar puro, saudável, temperatura, plantas e flores que nos remetem a história e a cultural nacional, fazem do caminho à realização de um sonho. Mas o que todos se perguntam o porquê do nome original da cachoeira. Bom, ao caminhar por estas trilhas pode-se observar de tudo, menos o óbvio, sentir o frio e o calor, mas não a sensação do saber, distinguir, vivenciar como os ensinamentos de pai para filho que eram muitos até

o impedimento das unidades de conservação. Ainda na formação de nossos ancestrais, todo e qualquer lugar tinha um objetivo, para depois o nome, contrario de hoje, que tem nome apenas para ponto de referencia. Alguém deste povo um dia conseguiu ver a imagem de uma santa nestas águas, melhor explicar, é que para muitos a fé original poderia deixar estas pessoas cegas e só viam o que queriam ver, foi isto o que ouvi de muitos céticos. O olhar natural dos primeiros moradores deu esta possibilidade de enxergar duas belas imagens: a imagem de uma santa e a queda de águas cristalinas e límpidas. Portanto depois da comunidade absorver esta bela imagem passou a chamá-la de Santa Maria da Água Branca, sempre ligando o belo terreno com as coisas divinas. O primeiro time de futebol da localidade foi em homenagem a ela, com bandeira e tudo que tinha em sua estampada a imagem desta cachoeira, porém para provar este olhar demorou muito. Eram homens e adolescentes fervorosos na fé, respeitosos, de palavra, que caminhavam horas e horas para honrar seus antepassados e fazer a história de que conhecemos. Futebol não era só esporte, naquela época era ferramenta de interação entre os homens, era a desculpa para a troca de informações, culturas, histórias e material de uso e consumo. Recentemente nos registros históricos e fotográficos do observador de aves promata Aguinaldo José foi descoberta uma única foto, que para a comunidade é suficiente para desmentir uns poucos incrédulos. A foto tirada na década de 1980 mostra claramente o porquê nossa nação formadora colocou este nome e porque existe um diferencial a ser observado no belo e no divino que outros não conseguem perceber. Como diz o ditado, uma foto vale mais do que mil palavras.

25 Maio 2013 Foto: Registro pessoal de Aguinaldo José


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Espécie de ave é fotografada pela primeira vez no Estado de São Paulo

PROMATA O Observador Fabio de Souza do grupo Pramata, 38, realizou na segunda quinzena de abril mais um registro inédito para o estado de São Paulo e para o município de Ubatuba. Trata-se da pequena ave conhecida como bate-bico (Phleocryptes melanops) e foi registrado próximo a um mangue da região. O autor da proeza não quis divulgar o local exato por conta dos problemas causados pelos “passarinheiros” de plantão. O registro é tão raro que o próprio autor da foto solicitou ajuda a outros especialistas para seu reconhecimento. No momento do registro a ave estava procurando alimentos nas pedras próximas ao mangue, depois passou a procurar em cada galho de árvore e arbusto. Segundo Fabio, “trata-se de uma espécie muito rápida, por ser pequena, ela não para em ponto algum e se meche constantemente, é muito difícil de fotografá-la, ela é muito arisca e rápida.” O observador foi elogiado

no Wikiaves (site oficial de registro e sons de aves) por conta deste feito inédito. Seu registro também contribui para colocar Ubatuba em segundo lugar no ranking de espécies. Na realidade existe uma competição saudável entre os quatro primeiros colocados que se revezam neste ranking: Manau/AM, Ubatuba/SP, Alta Floresta/MT e Presidente Figueiredo/AM. Das 735 especies registradas no estado de São Paulo, Ubatuba contribui com 427 delas, quase a metade dos registros neste território. Para o idealizador do projeto no Sertão da Quina, Carlos Rizzo, “é mais uma grande conquista do Fábio de Souza, fruto do trabalho e dedicação que nele é exemplar. Primeiro registro para o Estado de São Paulo e registraço para Ubatuba. Parabéns!”. Fabio foi elogiado também pelos integrantes do grupo Promata, já que estas conquistas mostram que os trabalhos de base comunitária valem à pena e dão resultados positivos. Agora é só comemorar.

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Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 19

MUXIBA - ( s.f.) - mesmo que mão-de-vaca; pão-duro ; seios flácidos da mulher. MUXITA - ( s.f.) - espécie de fruto silvestre.

N

NADO CACHORRINHO - (s.m.) - modalidade de nado, em que se batem os pés e as mãos imitando o nado dos cachorros. NAILO - ( s.m. ) - náilon; fio de náilon para tecer as malhas das redes de pesca. NAQUELA HORA - ( s.f. ) - naquela oportunidade; naquele momento; naquele instante NARIZ DE CACHORRO- ( s.m. ) - nariz aguando; coriza. Né QUE é - ( adj. ) - significa : não é mesmo ? ; não estou com a razão?; não estou certo? NEGAÇA - ( s.f. ) - tipo de isca artificial feita de pano branco que encobre um anzól preso a uma chumbada alongada, usada na pesca da enxova e outros peixes de corso. NEGAÇA - ( s.f.) - chamariz; isca; engodo;chama; ave aprisionada na gaiola usada para atrair outras. “ Minha negaça é aquele curió pardinho ali, aquele zinho dali “ NEGOCIANTE - ( s.m. ) - dono de venda, de armazém. “ A fazenda deste vistidinho eu comprei num negociante

de Cananéa mesmo, e o sapatinho comprei na barraca do turco na Festa de Agosto “ NEGOCINHO - ( s.m. ) - uma coisa ; um objeto qualquer; alguma coisa . “ alá ó, tá vendo aquele negocinho azur e amarelo aboiando alhi perto da quebrança ? “ NEM THUM - (adv.) - significa : não deu a mínima; nem ligou; não se importou; não disse nada. NEM A COR -( adv. ) - expressão de negação. “ Recebeu seu dinheiro ? Nada, nem a cor. “ NEM TI LIGO - ( adv. ) -dar um nem ti ligo, significa não dar a mínima ; não estar nem aí. NENHUM - (adj. ) - o nenhum; o tolo; o bobo; o palerma; o idiota. “ Parece que nessa família o nenhum sou eu . “ NHACA - ( s.f. ) - azar; infortúnio; feitiço. “ As coisa não tão dando certo pra mim; acho que tô c’a nhaca que dizem “ NHACATIRãO - ( s.m. ) - mesmo que jacatirão. NHAGUACINI- ( s.m. ) - cachorro-do-mangue; mesmo que guaxinim. NHAMUTACANGA - ( s.f. ) - espinhaço do peixe, mesmo que cavername. NHANHá- ( s.f. ) - tratamento dado às meninas e às moças. NHAVOZINHA - ( s.f. ) - espécie de pássaro. NHONHô- ( s.m. ) - tratamento dado aos meninos e aos moços. NHOPECANGA - ( s.m. ) - espécie de cipó com espinhos. NINANGA - ( s.f.) - brinquedo ( balanço ) que se faz com cordas amarradas, geralmente aos galhos das árvores; mesmo que balança. NO CRARO, NO CRARO DA LUA - ( loc.adv. ) - na tempo-

rada em que há o recesso na pesca, nas fases que a lua ilumina as águas, tornando os cardumes ariscos e submersos. “ O que é o tar do craro ? É quando a lua saí . “ Nó NAS TRIPAS - ( loc. ) - cólica intestinal. NOJO -( s.m.) - luto. NUVIADO - ( adj. ) - nublado . “ amanheceu tudo nuviado “ O O FIAPO - ( loc.v. ) - grande; enorme; de tamanho exagerado. “ Eh! O fiapo do pé deste menino . “ O FRACO - ( loc.v.) - expressão que significa: a pois olhe ?: não me diga; intão; é mesmo? O POUCO - ( loc.v. ) - em grande quantidade ; muito; bastante. O QUAU - ( pron. ) - qual. “ O quau rede o sinhor diz ? Aquela zinha ali. “ O QUE DEU A NOITE - ( loc.v. ) - a noite inteira ; durante toda noite ; “ não preguei o zólho o que deu a noite intirinha “ O QUE DEU O DIA - ( loc.v. ) - o dia inteiro; durante todo o dia ; “ não cumi nada o que deu o dia “ O QUE SIM QUE - ( conj. ) mas ; porém; entretanto; contudo. ODÍO - ( v.t. ) - odeio, detesto. OITãO - ( s.m. ) - outão ); cada uma das paredes laterais da casa, situadas na divisa do terreno. OLEADO - ( s.m. ) - espécie de pano ou tecido impermeável ; encerado. OLHO DE PEIXE - ( s.m. ) - calosidade dura, branca e muito dolorida nos pés. OLHO GATEADO - ( s.m. ) olhos azulados ou esverdea-

dos. OLHO SAPIRANGA - ( s.m. ) olhos avermelhados e com irritação; tipo de doença ocular. OLHO SOVERá - ( s.m. ) - olho arroxeado e fundo, resultado de noite mal dormida. ONTE - (adv. ) - ontem . OPILADO - (adj.) - pálido; doente com verminose. ORA SEJA - ( interj.) - que pena. ORA SEJA POR CARIDADE - ( interj.) - expressão que significa “ mas que pena “. ORGANDI - ( s.m. ) - espécie de tecido; tipo de musseline. ORGANZA - ( s.m. ) - espécie de tecido. OTRA - ( pron. ) - outra. OVADA - (adj.) - tainha com ovas. OVADO - (adj.) - diz-se do peixe que contém ovas. OVEVA - ( s.f.) - espécie de peixe. OVO NA BOCA - ( loc.v. ) - falar com ovo na boca; estar com ; falar enrolado ; ingresia ; fala ininteligível. OVO VIRADO- (loc.v. ) – estar ou amanhecer “de ovo virado”, estar de mau humor, irrritadiço. “ Um dia desses ele me pega de “ovo virado” aí vai ver com quantos paus se faz uma canôa... È talvez uma comparação com a galinha que não consegue botar porque o ovo esta virado...” OVURA DA LUA - ( s.f.) - hora em que, dependendo da fase da Lua, a maré enche . Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .


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Letra da Folia de Reis dos anos 1960-80 da região é encontrada EZEQUIEL DOS SANTOS “Quero café com farinha de milho! Quero com pão, quero com pão, quero com pão.” Era assim que as crianças traduziam as batidas da viola e do tambor quando viam uma Folia do Divino se aproximar de sua rua. Já a Folia de Reis era caracterizada pelos “tropés” dos camaradas a invadir noite adentro para manifestar sua cultura. O silencio e as vozes baixas eram quebradas por uma nota solta da viola, uma batida de colher, um tropicão numa pedra, um cochicho ao companheiro, um espirro ou do cachorro correndo atrás deste povo noite adentro. Na realidade era uma felicidade descrita em cantos e sons dos instrumentos. O cansaço e o sono acabavam quando este festejo começava, a pele respirava, o coração batia mais forte, as emoções afloram e as lágrimas vinham. São sentimentos nobres, que relembram coisas boas, naturais, fé verdadeira, povo simples, sabedoria e conhecimento em tudo. Era uma “currimaça” (correria) sem precedentes para acompanhar a folia. Em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis”, embora de origem espanhola, chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização por volta do século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas. Em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais

importante, inclusive, que o próprio Natal. Por aqui esta cultura acompanhou o período das suas raízes, os grupos se reuniam e visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos “Santos Reis” e ao nascimento de Cristo, que se estendiam até a data consagrada aos Reis Magos – dia 6 de janeiro. Esta tradição ganhou força especialmente no século XIX e mantém-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, dentre outros. Em nossa região a missionária francesa Claudie Perreau se encarregou de manter as canções vivas através da escrita, isto é da datilografia. É dela um dos únicos registros em papel de uma das

letras que eram cantadas na região do Sertão da Quina. Belo também era o espetáculo promovido pelo grupo da Maranduba, a qual se destacava o canto, a voz da dona Vitória. Os dois grupos ainda possuem estas anotações em papel e seus membros ainda se arriscam mostrando esta bela tradição, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural, reforçando a identidade do país. As letras, na maioria em 24 estrofes, são memórias vivas de um passado glorioso e da continuidade de uma identidade formadora do nosso país. Por vezes muitos destes “cantadores e tocadores” improvisavam ou criavam novas letras conforme a inspiração divida de cada membro do grupo. As canções que Claudie registrou são

sobre temas religiosos, que por vezes se faziam ininteligíveis, dado o caos sonoro produzido, considerado pelos especialistas, estudiosos e amantes da música regional o charme da cantoria. Isto ocorre quase sempre porque o ritmo ganhou, ao longo do tempo, contornos de origens africanas com fortes batidas e com um clímax de entonação vocal. Contudo, um componente permanece imutável: a canção de chegada, onde o líder (Capitão ou Mestre) pede permissão ao dono da casa para entrar, e a canção da despedida, onde a Folia agradece as doações e a acolhida, e por fim se despede com a bela e inesquecível canção da despedida. Ao final do documento de Claudie está a caneta em letras de mão um acréscimo

de estrofes que o povo fazia espontaneamente e eram muitos. Nesta região havia um grande conjunto de artistas que cantavam os mais variados estilos de reisados: o mineiro, o Paratiano, o Massaguaçu, o do Maninha Deus (Maculau), Ligeirinho, do tio Emídio, do André Cavaco, Alerta Brasileiro, Reis Grande e o Jesus Nasceu Numa Noite de Alegria. Segundo o “cantadô e tocadô” Zeca Pedro, 73, antigamente a cada família que era visitada pelos Reis elas também acompanhava o grupo, lá pela madrugada era uma procissão de moradores cantando com a gente, também antes que não tinha luz elétrica, começávamos cedo a cantar o reisado, agora as pessoas dormem tarde e a festa fica bonita só pela metade, comenta o caiçara e músico autodidata. Lembra ainda que era um encontro ímpar, digno de uma grande festa. Especialistas em cultura, história, turismo e antropologia apontam que enquanto houver morador tradicional se mantém a mais viva das tradições deste povo, em forma de canto e direcionado aos Santos Reis e ao Menino Jesus com forte apelo á identidade da formação do país, para eles isto não pode morrer. Célebre a frase de outro “cantadô e tocadô”, Antonio Antunes, que disse que a maior riqueza de nosso povo não está no Banco Central do Brasil e sim na manutenção de nossa cultura e história. Vamô compadre, deixa de conversa, vamô cantá o Rei hoje!


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Promata participa de celebração em ação de Graças a observadores de aves No último domingo, 28 de abril, no bairro do Sertão da Quina, aconteceu na Capela Nossa Senhora das Graças, uma celebração em ação de graças aos observadores de aves da região Sul de Ubatuba. Na entrada o grupo Promata colocou a disposição dos fiéis reproduções das mais belas imagens registradas por observadores de todo país. No decorrer da missa, Padre Carlos convidou parte do grupo a frente para que os fiéis vissem melhor seus integrantes. Também como exemplo o celebrante citou a simplicidade e o olhar de São Francisco de Assis, padroeiro do grupo, falou também da importância de cuidar das coisas de Deus e deu um puxão de orelhas em que prende aves em gaiola, justificando que Deus deixou de melhor aos animais e plantas a liberdade de estarem em seu habitat. Com o grupo estava Carlos Rizzo e Fernando Novaes, que vieram com suas famílias prestigiarem a cele-

bração. Alguns membros, por conta do trabalho não puderam participar desta missa. Padre Carlos falou ainda da importância de se ter um olhar como o de São Francisco, de observar o belo, o divino, sem destruir ou maltratar. Deu o exemplo clássico do respeito que o santo tinha com os animais e plantas e que por conta disto o respeitam chegando, no caso de aves, a pousarem em suas mãos. Falou também das cores e do belo que estes seres representam a Deus. Para o grupo foi um momento muito importante, principalmente no que diz respeito as coisas simples e belas que acompanham o grupo, também pelas conquistas até o momento, já que o trabalho de base comunitária é um dos mais difíceis de serem realizados e entendidos. Café com polenta na visita a sede própria Na missa de ação de graças Padre Carlos lembrou da luta

do grupo Promata em erguer sua sede própria, do objetivo de trabalhar na organização da comunidade e espaço de vivencia, fé e qualificação dos interessados. Após a celebração, moradores, convidados e turistas participaram de um

café com polenta para mostra do resultado dos trabalhos até aquela data. As famílias dos promateiros também puderam observar o que tanto seus membros fazem todos os sábados. Além de polenta e café foram oferecidos vários quitu-

tes e doces feitos pelos integrantes do grupo e pelos amigos da Promata. No domingo, 5 de abril, oficialmente a aconteceu a primeira reunião em suas instalações, que falta alguns detalhes para o pleno uso e serviços à comunidade.

Capela Nossa Senhora das Graças recebe os novos bancos EZEQUIEL DOS SANTOS A capela de Nossa Senhora das Graças, no bairro do Sertão da Quina, recebeu no último dia 23 de abril os novos bancos a serem utilizados pelos fieis, devotos, moradores e turistas. A capela recebeu também parte dos ornamentos que integram o conjunto, como porta velas, sédia (altar), ambão, porta Círio Pascal, estante para o santo (coluna) e as cadeiras onde ficarão os padres. Os novos bancos são curvos e modernos para acompanhar a arquitetura da igreja, estofados para maior comodidade e conforto aos fiéis. Também a capela do Santíssimo não ficou de fora, recebeu os suportes para ajoelhar em formato de uma pessoa ajoelhada (ginoflexório). O valor dos bancos chegou

a 80 mil reais, sendo 90% doação de uma família que não quer se identificar. Com os novos materiais, os antigos que compunham a capela foram distribuídos as outras capelas. Houve muita expectativa para inaugurar os novos bancos, que levaram mais de uma semana para serem montados, porém na missa inaugural padre Carlos falou de “estarmos vivendo um tempo novo, das transformações dos sonhos realizados, da vontade de Maria e o lar dela sendo transformado em verdadeiro Santuário”. Turistas que lá estiveram ficaram encantados com a novidade. Aos mais velhos uns verdadeiros lares de Maria, com todas as circunstâncias que ela merece, uma casa para bem receber os visitantes como casa de todos nós, mencionam alguns moradores.

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Coluna da

“Ai João! Tá doeno! Tira logo João.”

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome. Você ama aquele cafajes-

EZEQUIEL DOS SANTOS Lá estava ele, havia passado da hora do almoço e nada de conseguir uma caça. Pensativo sentou sobre uma pedra, encostou sua Henrique Laporte (espingarda) num pé de Araçarana (árvore) e passou a observar o tempo. Tirou do bolso um punhado de fumo de corda, esticou o papel de pão na calca suja de barro, começou a colocar o fumo quando ouviu um barulho de bater de asas. Levantou-se colocou o fumo com papel e tudo no puçá pegou a espingarda e seguiu o barulho. Caminhou por alguns minutos e nada de ver coisa alguma. Novamente sentou-se e lamentou entristecido porque, pensava este homem, não iria levar mistura para casa naquele dia. Chateado, desconsolado resolveu tirar uma soneca. Após esticar os “cambitos” (as pernas magras) começou a ouvir o barulho das águas que corria próximo ao rancho, os olhos iam se fechando para o merecido cochilo, mas algo o despertou, era de novo um barulho de bater de asas, devagar carregou sua companheira e caminhou em passos lentos e silenciosos até uma grota próxima, lá avistou duas belas aves, grande e gorda que dariam para o jantar e o almoço do outro dia, então pensou na família “sapecô fogo” (atirou). Certeiramente dependurou os bichos e feliz da vida levantou acampamento e saiu. No “carrero” (caminho) percebeu que ouvia algo ou alguém reclamar, gemer. Cauteloso como era, deixou os pertences num “carramanchão” (emaranhado) de mato de forma a não perder o local, mudou o rumo da caminhada e contra o vento seguia o gemido, a reclamação, o choro, sabe lá o que era. Ah móde! O local era cheio de eco, mas “ligero” e sabido como era, logo distinguiu o que era real

Adelina Campi

Crônica do Amor te. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito

manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes

dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor? Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa. Arnaldo Jabor

e o que não era. Aproximou-se de um punhado de arvores, a sua esquerda umas pedras e a direita uma “crareira” (clareira). O som estava cada vez mais alto e ele mais curioso, quando percebeu que estava bem próximo do local, levantou a espingarda colocando-a na frente do corpo, deu a volta na pedra e pode perceber um movimento por entre as folhagens, chegou mais perto, mais perto, aproximou-se abaixando silenciosamente. Ele admirado, ouvia nitidamente uma voz meio fanhosa dizer: “Ai João! Tá doeno! Tira logo João! Puxa João! Ranca logo isso João!”. “Mardeloado!” reclamou o homem, isso é hora e lugar pra esta “senvergonhice”. Hã! Hã!Hã!Lhéi só! Que pouca vergonha! “Virxi Maria”! “Créindospade”! A móde!- dizia o homem desconsolado. Porém sabia lá se tão fazendo “um mal feito” pro outro, foi averiguar. Levantou-se e com a ponta da espingarda afastou o mato que separava ele e a pouca vergonha quando assustado “se mar diz”: “Desgranhento negóço, sois bóis este tempo todo? Após ter ouvido a própria batido de seu coração por conta da gemedeira o homem enfim revela o que era - a sua frente nada mais que um João-de-Barro tirando um espinho de um dos pés de um papagaio, por isso o tal de: “Ai João! Tá doeno! Tira logo João! Após o susto o caçador demorou muito tempo para contar o que tinha presenciado até que um dia, numa roda de conversa “verdadeira”, resolveu contar o que tinha visto. Segundo ele tudo não passou da mais pura verdade de caçador. Esta história foi contada há muito tempo pelo meu tio Manoel Gaspar que por conta de uma roda de conversa lembrei e resolvi compartilhar com todos vocês.



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