Jornal Maranduba News #68

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Maranduba, Janeiro 2015

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

Foto: Ezequiel dos Santos

Praias da região ficam lotadas para receber

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Ano 6 - Edição 68


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Mulheres e crianças caiçaras doam cabelo em solidariedade as pessoas com câncer Um grupo de mulheres e crianças da região teve uma atitude nobre em relação às pessoas que realizam tratamento de câncer. Elas encaminharam cortes de seus cabelos ao Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (www.gapc.org.br) para a confecção de perucas. A iniciativa de Lívia e Letícia de Deus Santos, 11 e 8 anos e Vitória dos Santos Freitas foi estimulada pelo exemplo de sua professora Ana Luiza, 24, que havia cortado o cabelo e enviado a instituição para o nobre fim. A irmã da professora, Camila Cristina, 23, também havia doado mechas de seu cabelo à instituição. O bom exemplo deu resultado e outras crianças também aguardam o tamanho ideal de seus cabelos para realizar a boa ação. Outras meninas, Núbia e Mikaela também da mesma escola doaram seus cabelos. Segundo Ana Luiza, as crianças que a viram de cabelo curto queriam saber por que do corte, pacientemente a professora matou a curiosidade das crianças e explicando as alunas o motivo daquela ação animou as crianças que gostaram da idéia. A professora diz ainda que uma

cabeleireira do centro da cidade encaminhou a ela vários cortes de cabelos prontos a serem entregues ao GAPC, comenta ainda que um motociclista, em data e horário combinados, se desloca para buscar a doação. Os pais estão orgulhosos de seus filhos que, de forma espontânea, se solidarizaram com a causa servindo de exemplo as outras crianças em praticar esta nobre atitude. Elas também estimulam e explicam da importância da doação dizendo que o cabelo vai crescer novamente e porque não ajudar alguém que não tem cabelos. Para a confecção de perucas o tamanho mínimo é de 12 centímetros, suficientes para melhorar a au-

toestima que é baixa por conta da queda de cabelos enquanto realizam o tratamento. A cabeleireira Conceição (Fon), do Sertão da Quina, foi quem cortou o cabelo das meninas e incentiva esta pratica. Para este fim geralmente estes profissionais realizam o corte gratuitamente. Aos que tem pouco cabelo ou os que não tem o que cortar o GAPC aceita voluntários para realização de varias tarefas, também doações que podem ser em dinheiro utilizado para custear os tratamentos. Se depender destas mulheres de fibra, quer dizer de cabelos compridos, a espera por perucas poderá diminuir drasticamente.

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail jornal@maranduba.com.br

Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor Chefe: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477 Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SP Consultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801 Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo


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Praias da região sul ficam lotadas pra receber 2015 A festa da virada de ano (2014/2015) lotou as praias da região sul de Ubatuba. A maior concentração de turistas, visitantes e moradores ficou por conta da Praia da Maranduba, que a cada ano vem recebendo um número crescente de pessoas para o evento. O grande número de visitantes não resultou em maiores incidentes, desta vez o palco ficou do lado de baixo - na praia - aumentando o fluxo de pessoas que circulavam na via de acesso descongestionando a rodovia. Uma fila de cones e policiais de prontidão estava lá para manter a segurança e o brilho da festa. Milhares de pessoas realizavam “selfs” com celulares para marcar esta data. Os veículos estacionados se amontoavam pelas vias, calçadas e onde mais coubessem. As maiores concentrações de fogos foram vistos nas praias da Lagoinha, Pulso e Maranduba. A Companhia de Turismo - Comtur apoiou os comerciantes oferecendo suporte à festa. O palco e o show pirotécnico haviam sido anunciados pela prefeitura que cumpriu o combinado. Pela manhã do dia 1º funcionários da Administração Regional Sul ainda limpavam o lixo deixado na noite anterior. A virada foi marcada por muitos dispositivos de lasers de cor verde, que embora perigoso, desta vez interagiu de forma positiva com os fogos, alguns podiam ser vistos da Praia Grande do Bonete a 6 km da praia da Maranduba. Muitos turistas já se preparam para enfrentar a estrada e voltar as suas casas, outros buscavam a cura da ressaca da noite da virada.

Fotos: Ezequiel dos Santos


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DER instala novos dispositivos de controle de velocidade em rodovias do Litoral Norte O Departamento de Estradas de Rodagem DER de São Paulo instalou nos últimos meses vários dispositivos de controle de velocidade e segurança na SP-55 no trecho do litoral norte paulista. Onde a rodovia corta a região sul foi instalado guard-rails, lombadas e pardais. Na Maranduba, por enquanto, existem dois pontos, um na entrada da Unidade Mista e Regional Sul, que já é possível notar as defensas metálicas e o poste de energia que irá abastecer um conjunto de pardais (lombada eletrônica), também em frente à praia entre as duas lombadas próximo do restaurante Sinhá, um par de radares que atuarão naquele local. Na Lagoinha já se

encontra instalado, depois da capela do bairro, um par de radares e na Praia Dura duas lombadas já estão instaladas. Usuários encontraram trabalhadores da rodovia realizando perfurações e medições que, provavelmente, destinam-se a novas instalações na pista. Por outro lado existem usuários que reclamam temendo que o transito torne-se mais lento e até perigoso, tendo em vista a demora, o calor que poderá ocorrer nesta temporada e a diminuição da fiscalização. Outra preocupação é com o gargalo que existe por conta de obras na entrada de Martim de Sá em Caraguatatuba. Com o aumento do valor da multas e um maior numero de dispositivos instalados as

autoridades esperam que o índice de acidentes nesta temporada reduza drasticamente. As instalações fazem parte de um pacote de melhorias anunciadas pelo governo do estado em junho deste ano, totalizando um contrato de financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID de R$ 1 bilhão destinado às obras rodoviárias. Serão mais de 773 quilômetros modernizações, divididos em 28 trechos de obras. Os recursos serão destinados ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem), órgão vinculado à Secretaria de Logística e Transportes do estado de São Paulo que em alguns locais as obras encontra-se em fase de licitação.

Famílias e empresários se unem para distribuir presentes e alegria à moradores Neste último natal dois grupos de familiares e empresários fizeram a alegria de crianças e adultos no bairro do Sertão da Quina. Uma família se caracterizou de Papai Noel, montou uma equipe com personagens animados, deram um brilho na charrete que trabalha Zé Belo e saíram à noite para distribuir presentes. A outra família, que já faz o evento há tempos, contou novamente com a colaboração de moradores e distribuiu brinquedos na manhã do dia 25. Foram centenas de presentes de dia e a noite entre eles bolas, carrinhos, bonecas, jogos e doces. Como primeira vez na distribuição de brinquedos a noite, o papai Noel ficou maravilhado com a alegria das crianças. Parecia que ele – Papai Noel - era a criança. O bom velhinho do dia estava de boa porque há anos diz “hou-hou-hou” em frente a capela Nossa Senhora das

Graças. Emoção foi quando o velhinho da noite foi surpreendido com um pedido inusitado, uma das crianças se aproximou e com uma voz emocionada pedindo ao Papai Noel que trouxesse seu pai de volta. Lágrimas sinceras brotaram dos olhos de quem presenciou este pedido. Todos se emocionaram com a criança, principalmente quem se fez de Papai Noel em cima de sua carruagem com sua rena. Brilhava tanto que a charrete que parecia uma nave espacial. A alegria e a felicidade de quem recebeu algum presente nessa data brilhavam muito mais, segundo os organizadores. A data ficou marcada, tanto para quem promoveu o evento, quanto aos pais que se emocionaram com a atitude dos voluntários, tudo porque muitos sequer tinham condições de oferecer um presente aos filhos nesta data.

Os eventos tiveram a participação de famílias inteiras e muito voluntários, muitos deles sequer sabem alguma coisa do lugar. É que algumas destas patrocinaram brinquedos para a alegria da criançada. A equipe da noite agradece as mães, tias, sobrinhos e cunhados, especialmente ao Zé Belo que cedeu a charrete e acompanhou todo o trajeto, aos voluntários que se vestiram como irmãos Mario Brothers, ao Zé do Saco, que cuidou para que as crianças não se machucassem nas rodas da charrete. A equipe do dia agradece as pessoas que ajudaram a distribuir os brinquedos, aos moradores que todos os anos cedem a casa, aos empresários que doaram os brinquedos. A comunidade agradece e aguarda ansiosa a fartura, principalmente de alegria, cultivada nestes dois eventos de distribuição de brinquedos.

Que ano que vem estas pessoas colham melhores frutos

de que este ano que acaba, dizem os moradores.


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Réveillon em Ubatuba: fogos, alegria e muita gente!

Esse marsupial (Gambá) mostrou que diferente de alguns humanos tem AQUILO ROXO, quase preto.

Tempo O Tempo é Senhor de tudo. E Tudo Tem seu tempo. De tempo a o tempo. Pois somente ele lhe dira sobre o futuro. Há tempo para tudo. É a lei desde que o mundo é mundo. O tempo é o senhor das horas. Otempo é o senhor da solidão. É um rei entre os reis. É o que conforta um coração. Só o tempo ira cicatrizar. Só o tempo ira mudar seu modo de agir. Seu modo de pensar. O tempo muda o tempo todo. Tudo é uma questão do tempo lhe mostrar. O tempo é vaidoso. O tempo é impiedoso. Não existe crime perfeito. O tempo revela o criminoso. O tempo não perdoa. O tempo não volta atraz. Eu errei, tu errastes. O tempo pede para que não erres mais. O tempo mostra-te o que lhe fora ocultado. E o tempo em tempo perceberas. Que há tempo de colher. Que há tempo de plantar. Wellinton de Oliveira Sertão da Quina

COMUNICAÇÃO PMU Centenas de milhares de pessoas festejaram a virada do ano em um réveillon que vai ficar marcado na história de Ubatuba. Viabilizada pela Comtur, a queima de fogos foi um sucesso não apenas na orla central, mas também no Perequê Açu e na Maranduba. Pelo segundo ano os fogos foram disparados de uma balsa atracada na baía Central da cidade, garantindo um espetáculo de 25 minutos de duração. No Perequê-Açu e Maranduba as queimas também marcaram a passagem de ano de milhares de pessoas. No Centro e no Sul, além da queima de fogos, a prefeitura,

por meio de Comtur, Fundart e Secretaria de Turismo, também garantiu música e diversão para moradores e turistas. Na Praça de Eventos a dupla sertaneja Fernando e Fabiano cantou e dançou com um público estimado em 50 mil pessoas. No sul, os talentos locais Divino Sununga e Juventude do Samba agitaram outros milhares de turistas e moradores presentes na praia da Maranduba. “Fazendo o monitoramento não identificamos qualquer anormalidade no planejado e tudo transcorreu bem como previsto. Fizemos contato inclusive com a Santa Casa na manhã de hoje (01/01) e o

que nos foi passado é que o número de ocorrências também ficou dentro do esperado para a data. Fico muito feliz de poder ter participado desta equipe de trabalho que colaborou para o sucesso do réveillon em Ubatuba e espero que este clima de alegria e paz se estenda por todo feriado e temporada”, afirma o secretário João Corbisier. A festa hoje continua nos dois palcos montados na Praça de Eeventos do Centro e na Maranduba. Os destaques do sertanejo regional fazem a festa de turistas e moradores, com João Marcos e banda na Avenida Central e Nako e Rafael na região Sul.


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Tribunal de Justiça devolve dignidade a casal de aposentados Ezequiel dos Santos O casal de aposentados Antonio Fernandes da Silva, 80 e sua esposa Clarice da Silva Fernandes, 77, moradores da Pedra Preta – Sertão da Quina tiveram sua dignidade restabelecida por uma decisão do Tribunal de Justiça da capital na retomada da ligação de energia elétrica cancelada no dia 10 de julho de 2007 pelo Ministério Público do Meio Ambiente em 2007. O casal que mora a mais de meio século na Pedra Preta, Sertão da Quina, havia sido contemplado com o programa Luz Para Todos depois de décadas sem energia elétrica. Na época, uma articulação entre uma jornalista de São Sebastião, que publicou uma matéria inverídica, a antiga gestora do PESM Eliane Simões e a promotora do Meio Ambiente Elaine Tarboda de Ávila utilizaram a matéria para concretizar uma ação e apresentar uma denuncia contra o casal de aposentados. Naquele ano o corte do fornecimento de energia elétrica foi realizado pela Elektro – responsável pelo abastecimento de energia em Ubatuba – que alegou cumprir uma determinação da Fundação Florestal e da Promotoria do Meio Ambiente. O casal então passou do reconhecimento de morador tradicional a ser taxado pelos órgãos ambientais de “ocupantes”. A revolta de moradores, turistas, visitantes, conhecidos e até desconhecidos ultrapassou fronteiras, os atingidos receberam apoio dos quatro cantos do país. Na região todas as associações se manifestaram em favor do casal encaminhando ao Ministério Público e a Fundação Florestal sua indignação,

algumas por escrito. Foram colhidas em uma semana mais de mil assinaturas em favor dos moradores tradicionais. A decisão A Desembargadora Maria Lucia Pizzotti julgou improcedente a decisão do Juízo de Ubatuba alegando que a tutela coletiva do ambiente não se sobrepõe ao serviço de energia que, para ela, constitui pressuposto de dignidade da pessoa humana. “Inconteste a natureza essencial do serviço, cuja interrupção unilateral não pode ser justificada, qualquer que seja o motivo”, escreve a Desembargadora na decisão. Também diz que não questiona a validade do laudo emitido pela Fundação Florestal, porém, segundo o documento, se o Poder Público pretendia impor tamanha restrição à propriedade na área de proteção permanente, deveria desapropriar o local. Reitera ainda ser inadmissível supor a manutenção de propriedade privada sem luz elétrica. “Simplesmente negar a prestação do serviço, com fundamento nos documentos aqui apresentados se mostra, no mínimo precoce”. Diz ainda que o corte da energia entende-se apenas como o encaminhamento aos autores desta apelação os “pêsames”, cujo entendimento dos especialistas seria para que todos reconhecem a morte cultural, histórica, religiosa, antropológica e socioambiental do casal e seus familiares através de pessoas do dito meio ambiente que desconhecem, ignoram a realidade histórica local e regional, cujos danos causados foram irreparáveis às famílias dos processados. Segundo a desembargadora, o próprio laudo da Fundação

Florestal estabelece como objetivo “compatibilizar ao máximo as ações humanas com a conservação e recuperação ambiental”. Deste modo, enquanto as áreas em destaque não integrem o patrimônio estatal, como sugerido, deverá a ré (Elektro/Fundação Florestal) prover o mínimo necessário à satisfação do ser humano. “Em outras palavras, o pedido inicial comporta acolhimento, devendo-se compatibilizar a propriedade com a tutela ambiental, garantindo-se a dignidade dos possuidores, ao menos até eventual desapropriação”, diz a decisão do Tribunal. Os anos de tristeza O casal sofreu nestes anos todo tipo de pressão. No inicio era comum a visita rotineira da Policia Ambiental, de vigilantes e funcionários do parque estadual na tentativa de causar um desgaste psicológico com intuito de se fazer manifestar no casal o estigma de bandidos ambientais. Foram idas e vindas ao fórum para responder aos processos. De nada adiantava os documentos de que estavam lá antes da criação da unidade de conservação.

Dona Clarice, uma senhora muito conhecida e admirada pela comunidade lamentou ver sua geladeira, a primeira de sua vida, deteriorar-se depois de cinquenta anos por sua espera. Seu Antonio ficou doente, triste e sem vontade depois do acontecido. O casal tinha que descer a rua, pelos menos 800 metros para buscar água gelada ou a mistura do almoço na geladeira de algum vizinho ou parente. Começava aí o calvário da família e o desgaste físico e psicológico do casal. A comunidade Foram muitas as especulações, as fofocas e pessoas querendo usar a situação politicamente. Os interessados de fato não desistiram da luta, foram várias as comunidades tradicionais que em suas reuniões e encontros relembravam o caso. O Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba – STTR foi quem entrou com apelação no Tribunal de Justiça através dos advogados Dr. Luiz Waldomiro de Godói e Drª Monica Lindoso Soares. A contribuição mensal ao sindicato pode colaborar no acompanhamento de todo

o processo. Os ex- vereadores Charles Medeiros e Rogério Frediani (PSDB) também acompanharam o processo em outras frentes. A colônia de pesca de Ubatuba, a associação quilombola da Caçandoca, Catifó do Bonete, pescadores da Maranduba, Ong e associação do Ubatumirim, a Promata, associação de moradores da Maranduba, Araribá, Tabatinga e Praia Dura, além dos vários documentos dos ex-vereadores, do abaixo-assinado, das manifestações de autoridades, ambientalistas sérios, jornalistas, blogs, informativos da cidade e fora dela mostraram não só força das comunidades, mas também queriam dizer que o casal nunca esteve sozinho nesta luta. A comunidade esta satisfeita com a decisão do tribunal porque fala a mesma língua que a comunidade tentou se fazer ouvir nestes sete anos de agonia e luta. O lugar foi para os moradores tradicionais um lugar que guarda muitas recordações das grandes roças e do estilo de vida comunitário e fraternal que tinha nas redondezas. A área, se não houvesse a interrupção do estado, poderia se transformar em um lugar para o ecoturismo, já que a família se preocupou com a área reflorestando espécimes nativas que podem não existir num futuro próximo. O lugar guarda a antiga residência do casal, os vestígios das roças, os fornos de carvão, as água límpidas, os frutos, flores e animais que sempre transitaram pelo lugar. Tudo ainda cuidado com muito carinho por quem sabia o que estava fazendo e sofreu por ter conhecimento sobre a floresta e seus manejos.


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Equipe de trilhas, esporte e aventura inaugura tirolesa na Mata Atlântica

No último final de semana do dia 20 de dezembro foi inaugurado na Cachoeira da Renata, Sertão da Quina, um conjunto de dispositivos turísticos que contempla aventura, esporte e trilhas contendo com tirolesa, bóia cross, trilhas, slackline entre outros. O ponto principal foi a inauguração da tirolesa que chama atenção de visitantes e moradores. A Ambiere Serviços Turísticos e Aventura foi quem idealizou e executou o projeto. Para os

organizadores trata-se de forma de se integrar a natureza com muita adrenalina, segurança e respeito ao meio ambiente. A equipe Ambiere está todos os dias dessa temporada na Cachoeira da Renata e convida a todos a conhecer a tirolesa e outras aventuras na região Sul de Ubatuba. Os contatos podem ser através do facebook Ambiere Serviços Turísticos e Aventura ou pelos telefones (1 2)38498432/997520632/99625 4460 e bom divertimento.


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Lagos do Poço Verde: onde a natureza parou pra nos observar EZEQUIEL DOS SANTOS Inseridos dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Caraguatatuba, os Lagos do Poço Verde são paradas obrigatórias para todas as espécies viventes de nossa rica Mata Atlântica. Até mesmo os humanos se derretem ao avistarem esta bela e memorável paisagem singular. Por um lado cercadas por árvores nativas, por outro, por árvores frutíferas vestígios de antigas roças. Animais de todos os tamanhos, répteis, insetos e aves abundam esta área plana que nos remete aos antigos bairros outrora existentes, antes da devastação pela especulação imobiliária e pela ignorância, em alguns aspectos, da criação ditatorial da Unidade de Conservação. O caminho é limpo, fácil de realizar e muito bonito. Antes de sua realização é necessário contatar o núcleo do parque para solicitar autorização. Também existe a necessidade de se informar com o condomínio que circunda a área. Procedimentos realizados e atendidos o ideal é realizar a trilha pela manhã bem cedo acompanhado de um guia. Neste horário outro espetáculo está para acontecer, é o que os observadores de aves chamam de paisagem sonora – conjunto de vozes de uma determinada região. No início da caminhada já é possível ouvir varias espécies numa sinfonia de vida e disposição sonora. Lá a voz mais marcante é da nossa araponga (Procnias nudicollis), considerada a voz típica da Mata Atlântica. Para um bom observador, profissional ou não, que consegue perceber o grande número de aves, rastros, insetos,

frutos e flores, é sinal claro da preservação desta área natural e da vontade destes seres interagirem sadiamente com os humanos respeitosos. A entrada é um ótimo lugar para se treinar os ouvidos e curtir os sons da floresta, como dizem os antigos. No caminho tanta coisa para se observar que é possível ficar o dia inteiro só catalogando o que não se vê mais em nosso meio comum. Outro aspecto marcante é o cheiro da natureza. Um conjunto de flores, folhas, cascas, aromas e sabores experimentados pelos primeiros moradores do local. Daqueles que

nos remetem aos sentimentos mais primitivos – o aguçar dos sentidos para a sobrevivência. As grandes árvores também se fazem presentes, mostrando quão pequeno é a nossa existência, dadas as ações praticadas que destroem a cultura local e a função da natureza nela inserida. Triste é ver ainda vestígios do homem animal como o lixo jogado no caminho e no rio por exemplo. Se no paraíso é encontrado lixo do humano, imaginem nos pontos de interesse turístico e cultural onde circula muita gente, como neste período de festas, como está e ficará.


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Paraíso de águas puras e cristalinas Para alcançar os lagos, pelo menos um deles, é necessário atravessar um rio. Existe um caminho antigo que mostra o quanto aquele local já foi movimentado, é possível avistar áreas ainda limpas com vegetação rasteira e conjunto de plantas onde teve alguma residência. Outros dados são as grandes arvores cujo solo tem marcas de pisoteio de muitas décadas atrás. Para se alcançar um dos lagos, o visitante atravessa uma pequena pinguela por onde corre água por baixo ao qual abastece o lago. Sua clareza nos faz refletir como ainda existem pessoas que querem poluir os rios em nome de tantas besteiras e bobagens. Como dizem os moradores antigos “à água é algo que se não cuidar ninguém poderá

comprar”. Uma trilha nos leva a um local privilegiado. Da vontade de sentar e ficar o dia contemplando esta paisagem que mais parece um quadro, só que é possível sentir a brisa e ouvir as aves que lá se instalaram. Para os amantes de aventura parece uma paisagem que mais lembra aquelas do filme Jurassic Park, aonde a floresta chega até a água, por vezes passa por cima dela. O lago deve ter cerca de 3 metros de profundidade, ao fundo um grande banco de areia, por cima aguapés, taboas, juncos e todo tipo de vegetação que há anos não são mais vistos. A frente uma árvore abriga uma colônia de guaxes - ave (Cacicus haemorrhous), embelezando o local com suas construções de ninhos em forma de bolsa, que embora aparente ser simples é muito eficiente e belo. Ao redor todo tipo de sons. O outro lago encontra-se mais próximo da trilha principal, também é possível avistar muitas árvores frutíferas e flores, como se por ali houvesse um casarão. Este lago é menor que o outro, mas em número de espécies em seu entorno é de igual conteúdo. Por este lago é possível avistar ao fundo o pico que leva até Ubatuba, precisamente nos bairros da região sul. A visita a este pedaço do paraíso é um mundo a parte, a mistura de paisagem é algo pra se guardar pra sempre. Espetacular será a recordação dos sons da natureza, da água limpa e da diversidade de fauna e flora, aquelas que um dia ditou o ritmo natural do homem e que nós, hoje, fazemos questão de destruí-la.


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Samba do Carnaval 2015 fala das belezas e cita personagens da região Para o carnaval 2015 na região sul de Ubatuba, um grupo de amigos preparou um samba enredo que tem como tema principal a inspiração nas belezas e riquezas naturais do Sertão da Quina, além de citar personagens de nossa história local. Intitulado como o 2º CARNASERTÃO, o evento é a materialização de uma idéia que começou numa conversa informal entre amigos, voluntários e empresários da capital e da região. Uma força tarefa por informações sobre a localidade foi montada, todos queriam participar, um sentimento de orgulho misturado a uma vontade de homenagear o lugar tomou conta dos idealizadores e parceiros. O carnaval segue a mesma organização do ano passado, segundo o autor da letra do samba, Nilson Rodrigues, “a idéia é que as famílias participem da festa. Ele – evento- foi pensado em trazer as boas pessoas de volta as passarelas, que muitas vezes ficam em casa porque temem as barbaridades que acontecem neste período de festas”. Foram mais de quatro meses de preparação, desde a busca por opiniões, dados diversos e lembranças para realizar esta primeira etapa do evento. A letra e a melodia foram elaboradas e compostas na capital pelo cantor Ronaldo Monteiro com Arranjo Musical de Rogério Monteiro. Os organizadores são categóricos em afirmar que o evento planejado é para atender famílias inteiras, principalmente aquelas que conhecem e as que convivem com as belezas e as pessoas da região.

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A vontade é superar as expectativas e o sucesso do ano passado. O pré- roteiro do carnaval 2015, ainda em estudo, pretende percorrer a estrada principal entre o Sertão da Quina e Maranduba. A possibilidade de confeccionar abadás (camisetas-ingressos exclusivas do evento) esta sendo estudado, logo poderão estar à disposição dos interessados e a data desta

grande festa ainda não esta definida. Os idealizadores do evento aguardam ansiosamente o dia de soltar a garganta na avenida, já que desta vez o tema retrata passagens marcantes da história local e regional. Estão todos convidados a soltar a voz na avenida, melhor na estrada. Para acompanhar a festa o JMN conseguiu com exclusividade a letra do próximo samba enredo.

Letra - 2° CARNASERTÃO Sertão da Quina vai saindo na miúda. Mostrando samba e garra pro povão de Maranduba. Você não sabe , nem imagina, Do que é capaz o Sertão da Quina. (Bis) Vem atrás da gente que a tristeza passa É só encher o caneco com cerveja ou cachaça. Com toda sua garra, botando pra quebrar, Sertão da Quina em Maranduba vai passar. Pessoas que estão gravadas em nossos corações, Tião Pedro ,Seu Cabral e Maria Balio. Exemplos de vitórias e conquistas, Sangue sertanejo na veia. Veeem can - tar, sacode levanta a poeira, e se a ressaca te pegar , Toma um banho lá na cachoeira. (Bis) Autor: Nilson Rodrigues Cantor : Ronaldo Monteiro Arranjo Musical : Rogério Monteiro

Casal realiza celebração de Bodas de Safira

O casal Sebastião Pedro de Oliveira, 90, e Maria Gaspar, 85, realizou no último dia 7, a celebração de 65 anos de matrimonio. Eles, que se casaram também no dia sete de dezembro, porem no anos de 1947, figuram entre os casais do estado com maior período de matrimonio ininterruptos juntos. Na realidade as festividades começaram no dia anterior com uma grande festa em sua residência. Muitos comes e bebes, música ao vivo, amigos, parentes e convidados de longe vieram fazer a alegria do casal. Todos os anos a família se reúne e presta uma justa homenagem a Tião Pedro e Maria. No domingo, na celebração o padre Daniel se sentiu honrado e abençoado em renovar o matrimonio deste casal. Conta o padre que é a primeira vez que realiza uma cerimônia desta natureza com um casal com tantos anos de vida juntos. Os filhos organizaram e realizaram grande parte do rito da celebração. Para o momento da renovação dos votos do casamento dois bisnetos entregaram a cada um a rosa que continha a aliança do casal. O padre se mostrava entusiasmado a cada palavra ao casal. Em sua fala, na oportunidade da chegada das festas de fim

de ano, Pe. Daniel diz aos fiéis “que a salvação é comunitária e que o maior marketing destas festas chama-se Jesus Cristo, basta ver as lojas no final de ano”. O religioso reforça que o anunciado por Jesus esta muito distante do praticado. Hoje a pergunta que se faz é - Ele é o meu senhor ou são as minhas percepções particulares?”, diz Padre Daniel. “Com a devida atenção mesmo diante dos espinhos encontraremos uma trilha”, reforça. “Como o casal que agora renova os laços matrimoniais, fraternais e religiosos, temos que nos deixar ser conduzidos por Jesus, temos que viver em comunhão. Até na natureza podemos provar cientificamente que vivemos em comunhão”, acrescenta o padre. Diz ainda que todos dependem de todos, que ela – a natureza vive interativamente. Para o padre o homem parou de contemplar a vida, perdeu a vida contemplativa e passou a contemplar exclusivamente o dinheiro, os negócios, as conspirações e a falta de fé, principalmente. A família agradece a todos que participaram desta grande história e que colaborou para que este belo e grandioso evento ocorresse com sucesso. Agora é aguardar o próximo ano.


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Morador da região vence concurso literário 2014 O Jovem Guy Jann Terra, 17 anos, morador do Sertão da Quina, foi um dos vencedores do Concurso Literário de 2014 promovido pela Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – Fundart neste final de ano. O concurso teve o objetivo de incentivar a produção literária entre os estudantes e moradores do Litoral Norte de São Paulo e Vale do Paraíba. Dividido em quatro categorias: XXVII Concurso de Poesia “Idalina Graça”, XXVI Concurso de Poesia Estudantil “Idalina Graça”, XXI Concurso de Contos “Washington de Oliveira” e XII Concurso de Textos de Teatro “Tia Helô”, esta edição contemplou 18 participantes com tablets, pen drives, livros de autores renomados, cursos profissionalizantes e de idioma. A Comissão Julgadora foi formada por Iracema Portela de Oliveira Magion, Sonia Maria da Paz Botteon Bergamaschi e Cátia Almeida. Os critérios analisados foram criatividade - “sair do lugar comum”, estrutura do texto, originalidade - abordagem e desenvolvimento - e linguagem - função literária. Guy conquistou o primeiro e terceiro lugar do concurso estudantil de poesia Idalina Graça. O pano de fundo de seus textos no concurso foi o bairro onde mora, a valorização da família e o esforço da comunidade em defender seu patrimônio. Segundo o vencedor, a primeira medalha veio com o poema “Inércia” (publicado no Maranduba News), que segundo o poeta, descreve os últimos dias de sua avó – Renata Jann- falando de sua solidão vivenciada por ela em seu leito de morte - com um toque de sonhadora igual a uma menina, contempla o autor. O outro texto, terceiro co-

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SIP condena assassinato de jornalista em Ubatuba e cobra investigação Miami, 29 dez (EFE).- A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) repudiou nesta segunda-feira o assassinato de Marcos de Barros Leopoldo Guerra, de 51 anos, que foi morto no último dia 24 em Ubatuba, no litoral de São Paulo, assim como o ataque com granadas contra o jornal venezuelano “El Siglo”. O presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Claudio Paolillo, condenou o quarto homicídio de jornalista neste ano no país e cobrou que o crime seja esclarecido, para que os responsáveis sejam identificados e presos. “São os mecanismos mais seguros para a proteção dos jornalistas e combate da impunidade”, afirmou. Marcos foi morto na terça-feira

passada, e seu corpo foi localizado na cozinha de casa. Testemunhas viram dois homens fugindo em uma motocicleta após efetuarem os disparos contra o jornalista, que mantinha o blog “Ubatuba Cobra”, com cobranças às autoridades da cidade. A entidade, com sede em Miami, nos Estados Unidos, ainda cobrou a identificação dos responsáveis pelo atentado contra a redação do jornal “El Siglo”, localizada em Maracay, no estado de Aragua, na Venezuela, que aconteceu neste domingo. Duas granadas foram lançadas contra as instalações da publicação e ocasionaram danos materiais. Câmeras de segurança do prédio em que o jornal está instalado registraram dois homens lançando os artefatos. Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado.

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locado, intitulado “Monstro Ctônico” (também publicado no JMN) expressa à reação do autor, de modo coletivo, com o evento do inicio das obras da Sabesp na Cachoeira que leva o nome de sua avó. Em seus textos pode-se perceber a preocupação do autor em mostrar a força do povo caiçara e a importância deste local para os moradores antigos. O evento aconteceu no mandato de Isabella Viana Vassão, Presidente da Fundart, que “acredita ser importantíssimo a divulgação de tal evento para

os jovens de Ubatuba, uma vez que com as tecnologias existentes muitos ainda se interessam pela cultura. Uma boa leitura voltada principalmente as suas raízes riquíssimas como no caso de toda família do litoral é um prato cheio a produção de bons textos”, finaliza a presidente. A solenidade de premiação aconteceu junto com o lançamento do livro Antologia 2014 que contempla a publicação dos trabalhos premiados. O evento aconteceu na sede da Fundart no centro a cidade.

Guia da Maranduba e Região Sul de Ubatuba 2015

O mais completo guia da região agora em sua versão atualizada 2015.

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“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 9 Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

Ezequiel dos Santos “Revista O Cruzeiro - Edição 38, Rio de Janeiro, sábado, 5 de julho de 1952, ano XXVI”. Conforme edição anterior, contaremos alguns dos detalhes sobre o acontecido. A revista, nas entrelinhas, conta acontecimentos de semelhantes aos de guerra, em sua grande maioria. Noticia o soldado que teve o cotovelo esmagado num combate com os presidiários. Levado ao precário hospital do presídio, examinado, descobriu-se que estava em estado gravíssimo, teve que se levado a capital o mais rápido possível. Outro detento foi descoberto no Morro do Papagaio, ele, com medo de morrer entrega-se ao Coronel Hidalgo, que o tratou como homem. As páginas destacam o capitão Fauto Sadi Ferreira entre alguns presos, que teve sua vida garantida por Pereira Lima – um dos líderes da rebelião. Fugitivos escoltados por policiais e por detentos fiéis a administração cada qual com seu fuzil levando-os a contagem na administração, diz-se que os fugitivos estavam amedrontados e trêmulos temendo que a morte estivesse próxima. A tragédia era tanta que alguns fugitivos, ao serem capturados, davam explicação ao tenente Ovídio falando que haviam dormido no mato aguardando este inferno passar: “Dormi no mato uma noite sozinho. Não matei ninguém, quis me render. Não agüentava mais”. Outra imagem retrata um soldado levando um preso de volta ao presídio cuja legenda se lê: “De volta ao xadrez do presídio, depois de ver frustrados os seus anseios de liberdade. Fracassou na tentativa de fugir”. Uma das cenas que mais cha-

ma a atenção é a de quatro soldados carregando uma maca por entre a alameda da ilha retratando o último ato da tragédia para o defundo, o texto fala do corpo sendo conduzido pelos irmãos de armas, cujo soldado da Força Pública de São Paulo deixa a ilha, para ser sepultado como herói em Ubatuba, junto com as demais vitimas da rebelião sem precedentes na história do país. Mais abaixo fala da morte e desolação de quem lá ficou para assistir a tragédia onde, diz o texto, que na disputa sangrenta por liberdade os sentenciados da Ilha Anchieta varreram a metralhadora os que pretendiam desmantelar seus sonhos de fuga. Onze funcionários – soldados e civis- pagaram com a vida a resistência. As imagens são de dor e lágrimas. Atacados alguns de surpresa, mortos outros em combate, estes caíram sobre as balas e foram varridos pelas baionetas dos facínoras. Mostra

a foto do Chefe de Disciplina, maior visado pelos criminosos, que nele extravasaram sua raiva. Teria causa para isto? Diz a revista. Também lá a típica foto das pessoas que estavam na escola da ilha, com os dizeres anunciando as viúvas e os órfãos, a miséria e o terror. As crianças e as mulheres, embora respeitadas pelos presidiários em fuga, foram lançadas a miséria e a dor pelos bárbaros acontecimentos. A revista mostra ainda mais fotos de rostos dos combatidos e mortos. Mostra cinco da Força Pública já sem vida onde depois

de seis horas de intensos combates caíram varados de balas, atrás deles um rastro de sangue e morte. A este momento a policia bloqueou as estradas até as encostas da serra do Mar e caçava os revoltosos. Um dos capturados ganhou destaque porque foi logo reconhecido por uma tatuagem de um coração sangrando e dentro dele os dizeres “amor de Geny”. Com as estradas bloqueadas ninguém passava sem uma rí-

gida revista. Sem documentos o cidadão era levado para um exame mais extenso e rigoroso. Caminhões, jipes, tudo para patrulhar e não deixar sem revista pedra sobre pedra. Os capturados eram anunciados como bandidos que haviam levado uma grande surra, espancado e surrado barbaramente. Na próxima edição um resumo completo, com maiores detalhes, sobre como tudo começou. Não percam.


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Prefeitura de Ubatuba adia concurso e avisa candidatos pelo Facebook Candidatos ficaram revoltados; prova seria aplicada dia 21/12/2014 Nicole Melhado/G1 A Prefeitura de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, adiou o concurso público e avisou os candidatos pelo Facebook na manhã do último dia 17/12. O comunicado, também divulgado na página da prefeitura, a menos de quatro dias da prova, revoltou os candidatos. Mais de 12 mil pessoas se inscreveram para prestar o concurso e não há previsão de nova data para aplicação das provas. De acordo com a nota publicada pela prefeitura, a prova foi adiada pela necessidade de alocar de forma adequada os candidatos. A previsão era que o concurso, aberto em outubro, atraísse apenas 5 mil interessados. A empresa responsável pela realização do concurso é o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan). A prova tem como objetivo o preenchimento de 471 vagas nas áreas de saúde, educação e administração no município. Candidatos ao concurso postaram reclamações na página oficial da prefeitura no Facebook, onde foi colocado o comunicado do adiamento da prova. “O povo está revoltado. Imagina que tinha gente que reservou hotel e tinha

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comprado passagem para vir para Ubatuba”, afirmou o candidato Leonardo Cavalcante, que é de Ubatuba, ao G1. O sociólogo Erik Gonçalves, que mora em São Paulo, disse que obteve a confirmação da data e hora da prova no site da Idecan e, por isso, fez uma reserva em um hotel na cidade para o período do concurso. “Fiz um adiantamento de R$ 100 para deixar reservado a hospedagem, devido a alta demanda que há essa época na cidade. No site, ainda nesta quarta-feira, havia o local de prova. O link foi removido e no lugar eles colocaram o comunicado de adiamento”, disse. Idecan A Idecan informou, por meio da assessoria de imprensa, que não há previsão para a nova data de aplicação das provas. A empresa destacou que informou no edital do concurso que o dia 21 de dezembro seria a data “provável” para aplicação da prova e que, portanto “tratava-se de uma possibilidade que poderia ser confirmada ou não”. A empresa informou também que só adiou a aplicação das provas a pedido da Prefeitura de Ubatuba e que o ofício foi entregue pela administração municipal no último dia 16/12.

Neste verão Grupamento de Incêndio dos Bombeiros fará atendimento regionalizado

Na temporada 2014 e 2015 o Corpo de Bombeiros, que além de disponibilizar os serviços de guardas vidas, disponibiliza um grupamento de incêndios para atendimento dos bairros do Lazaro até a Tabatinga, cobrindo assim as regiões sul e centro-sul de Ubatuba. Ao que parece a instituição deslocou pra esta área dois bombeiros permanentes em escala de 24 horas, uma viatura e um caminhão auto tanque com capacidade de 6 mil litros de água atendendo ocorrências tanto de salvamento em águas locais quanto de incêndios. No caso de uma eventual maior necessidade poderá ser deslocados mais homens,

equipamentos e um caminhão auto bomba para atender a ocorrência. Os moradores ouvidos pelo JMN se mostram contentes com a iniciativa já que o tempo de resposta destes profissionais pode cair pela metade com a instalação de um grupo mais próximos das ocorrências na região. Informações preliminares apontam que a viatura de atendimento rápido é aquela destinada a operação verão, o combustível e manutenção são realizados pela prefeitura de Ubatuba. A base de operações é uma estrutura cedida pelo empresário e proprietário do restaurante Delícias da Cabocla,

no bairro da Lagoinha. Lá os profissionais recebem alimentação e alojamento. A comunidade agradece aos empresários que colaboram com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros a ajudar a cuidar da segurança e das pessoas que aqui estão e que visitam as praias da região. Agora é aproveitar este verão, sem excessos, não sujando as áreas de praias, rios e cuidando para que embora vários profissionais estejam de prontidão para atender a população eles não sejam acionados por conta das varias imprudências e irresponsabilidades que acontecem neste período de festas e temporada.


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Prefeitura encerra apoio a produtores rurais na inscrição do Cadastro Ambiental Rural - CAR

A prefeitura de Ubatuba, através da Secretaria Municipal e Agricultura, Pesca e Abastecimento - SMAPA encerrou no último dia 17 o apoio que vinha prestando aos produtores rurais para realizarem os procedimentos na inscrição do Cadastro Ambiental Rural – CAR. A prefeitura havia disponibilizado orientador para o uso do computador e internet, no intuito de que os produtores pudessem acessar o sistema e se cadastrar. Os atendimentos foram gratuitos e realizados nos dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro. O CAR - Cadastro Ambiental Rural, criado pelo Novo Código Florestal – Lei nº 12.621 de 2012 consiste no cadastro declaratório que o proprietário/possuidor fará para registro das informações ambientais do imóvel rural, com sua localização, perímetro, áreas de vegetação nativa, rios, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal. A inscrição é realizada por meio de sistema eletrônico onde todas as propriedades rurais devem se inscrever. Segundo a prefeitura a não inscrição no CAR poderá

trazer prejuízos para obter crédito rural e insegurança jurídica. Também sua realização trará um rol de vantagens como acesso a créditos e comprovação de regularidade ambiental. Embora o apoio da prefeitura tenha encerrado a Smapa encontra-se a disposição dos produtores para as devidas informações e outras deliberações que se fizerem pertinentes sobre a agricultura, principalmente a familiar. Sindicato ainda realiza o CAR O Sindicato de Trabalhadores Rurais de Ubatuba ainda esta disponibilizando agenda para a realização do CAR. Basta solicitar através do email: tadeudosindicato@ gmail.com ou pelo telefone 12 – 997273793 (Tadeu). Todo imóvel rural, seja qual for seu tamanho, seja propriedade ou posse, deverá ser cadastrado no CAR. Pequenas propriedades ou posses rurais familiares, ou seja, com área menor ou igual a quatro módulos fiscais (64 hectares ou 64.000 m²) precisam se regularizar. Agende e regularize-se.


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Calma gente! Depois do almoço ainda tem murundanga!

Coluna da Adelina Fernandes

Feliz Ano Novo aos amigos

O nosso caminho é feito pelos nossos próprios passos… Mas a beleza da caminhada depende dos que vão conosco! Assim, neste novo ano que se inicia possamos caminhar mais e mais juntos… Em busca de um mundo melhor, cheio de paz, saúde, compreensão e muito amor. O ano se finda e tão logo o outro se inicia… E neste ciclo do “ir” e “vir” o tempo passa… E como passa! Os anos se esvaem… E nem sempre estamos atentos ao que realmente importa. Deixe a vida fluir e perceba entre tantas exigências do cotidiano o que é indispensável para você!

Ponha de lado o passado e até mesmo o presente! E crie uma nova vida… Um novo dia… Um novo ano que ora se inicia! Crie um novo quadro para você! Crie, parte por parte… Em sua mente… Até que tenha um quadro perfeito para o futuro… Que está logo além do presente. E assim dê início a uma nova jornada! Que o levará a uma nova vida, a um novo lar… E aos novos progressos na vida! Você logo verá esta realidade, e assim encontrará a maior felicidade… E recompensa… Que o Ano Novo renova nossas esperanças, e que a estrela crística resplandeça em nossas vidas e o fulgor dos

nossos corações unidos intensifique a manifestação de um Ano Novo repleto de vitórias! E que o resplendor dessa chama seja como a tocha que ilumina nossos caminhos para a construção de um futuro, repleto de alegrias! E assim tenhamos um mundo melhor! A todos vocês companheiros (as) que temos o mesmo ideal, amigos (as) que já fazem parte da minha vida, desejo que as experiências próximas de um Ano Novo lhes sejam construtivas, saudáveis e harmoniosas. Muita paz em seu contínuo despertar. Um feliz Ano Novo! * * *

Claudionor Costa Diferente do resto de sua família, um membro resolveu viver como caboclo. Não era chegado a tecnologias e as “bestage” do povo da cidade. Dizia ele que este pessoal era muito complicado, sem palavra e não entendia a natureza. Em meio às roças e animais ele sempre primava em ser simples e objetivo, tudo que precisava tinha nas mãos, bastava plantar pra depois colher, simples assim! Só que um dia recebeu um recado de que membros de sua família, que há tempos não via, viria no final de “somana” (semana). “Faze o quê?” Dizia nosso caboclo. Realizou os preparos necessários, limpou a casa, deu banho nas “criação”, capinou o quintal, enfim, fez tudo que achava necessário pra receber a família. Quando chegaram, os visitantes observavam tudo. Olhos pra cá! Olhos pra lá! No outro dia, curiosos que só, realizaram uma volta pelas roças, pelo rio, viram os bichos e se preparam pro almoço. A mesa posta, muita fartura entre os fogões a lenha e a gás, as pessoas se espremiam entre as panelas, as caçarolas, os cachos de bananas pendurados, o pilão no canto da cozinha, galinha andando pra lá e pra cá. Com tanta fartura gatos e cachorros aguardavam alguma rebarba de comida dos visitantes. “Mas este povo comia demais e ainda riam da minha cara, da minha simplicidade”, questionou o caboclo. Então ele começou a dizer pra não comerem muito porque depois do almoço tinha murundanga. “Devagar aí pessoal, depois

do almoço ainda tem murundanga! Daqui a pouco tem murundanga!”. O grupo começou a cochichar o que seria isto, deve ser sobremesa, disse um deles. Então pisaram no freio na comida e ansiosos esperavam a tal murundanga. Alguns partiram só pra salada, outros comiam como passarinhos, um “cuí” (pequeno quinhão, pequena porção) de cada vez. Ao passo que uns iam diminuindo a comilança, outros olhavam feio para que estes parassem de comer pra então receberem a tal murundanga. Depois que todos tinham parado o caboclo recolhe as sobras dos pratos e das panelas, junta tudo num “cardeirão” e com um assovio chama: “Murundanga vem! Vem fia, vem cume! Esse pessoal educado deixou um monte de comida procê! Lhéi só!”. Murundanga era a cadela mais velha do sítio e era sabida que só! Tava tudo combinado. * * * Claudionor Costa, 49 anos, é morador de Ubatuba e nas horas vagas conta causos que conhece ou ouviu dos mais antigos. Também é um difusor da tradição oral e contribuiu com este causo.



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