Jornal Maranduba News #81

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Maranduba, Fevereiro 2016

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano 6 - Edição 81 Foto: Ezequiel dos Santos

Praia do Sapé

Um lugar de gente bonita que respira saúde, beleza e qualidade de vida através do esporte


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Secretaria de Turismo lança mapa caricaturado de Ubatuba Mapa é impresso no formato A3 e exibe as praias e atrativos de relevância da cidade

COMUNICAÇÃO PMU A Secretaria de Turismo da Prefeitura de Ubatuba, em parceria com a Comtur, apresentou na última quinta-feira, 28 de janeiro, durante o lançamento do Calendário Viva Ubatuba 2016, o novo mapa turístico do município. Impresso em formato A3, o mapa exibe as praias e atrativos de relevância da cidade como cachoeiras, comunidades tradicionais e sugestão de ati-

vidades: mergulho, surf, SUP, pesca, trilhas e etc. O mapa foi concebido em desenho caricaturado, com uma visão geral e inclui dicas em texto do que conhecer, além de um pouco sobre a história de Ubatuba. “Mais moderno e funcional, o mapa representa um importante apoio para os atendentes do Centro de Informações Turísticas, que agora têm uma ferramenta de trabalho completa para informar os

visitantes”, diz Claudinei Bernardes, diretor da Setur. O mapa é distribuído gratuitamente e será utilizado em eventos do calendário. Empresas que necessitam de uma tiragem maior para uso em seus estabelecimentos devem entrar em contato pelo e-mail do CIT. O Centro de Informações Turísticas está localizado na Avenida Iperoig, 214, Centro. Telefone (0xx12) 3833-9123 / cit@ ubatuba.sp.gov.br

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail jornal@maranduba.com.br

Editado por: Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda. Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: jornal@maranduba.com.br Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal Editor: Emilio Campi Jornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SP Consultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801 Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961 Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo


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Bingo da APASU inaugura nova sede da Adega do D’Menor Heide Negretti A Nova sede da Adega D’Menor estava lotada com o evento em prol dos animais. Assim a APASU consegue seu objetivo através de valores para continuar os trabalho de formiguinha. Tinha muita gente do Sertão da Quina e tb pessoas de fora, ou seja turistas, nos prestigiando sabedores e simpatizantes do nosso trabalho, que é sério e que hoje ja podemos colher os frutos de anos de dedicação, voltado a castração e o bem estar animal. O espaço do estabelecimento do D’Menor será sempre disponibilizado para a comunidade, uma vez que não temos hoje nenhum local para tal. Foram nossos colaboradores voluntarios: Heide Negretti, Salete Pisa, Carlos Pisa, Marlene Graf, Dulce Barana, Clea Lucia Hugenneyr, Filomena Santana, Luciana Machado, Luciano vidraceiro, Diana e outros.

Você pode ajudar a APASU

A APASU também recebe latinhas vazias de cerveja, refrigerante, etc. pois juntamos para fazer dinheiro e nesta época de alta temporada todos normalmente consomem esses produtos. Se todo o comercio no geral, condominio, quiosque, chalés, nos ajudar com a coleta desta latinhas poderemos angariar verbas para a continuidade de nosso trabalho. Local de entrega: Quiosque Boemio Bar.

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Caçandoca recebe aumento de turistas após divulgação em TV Moradores do quilombo Caçandoca atribuem o aumento de turistas as praias do território a matéria divulgada na TV pelo programa Roteiro Vanguarda da afiliada da Rede Globo na região. O roteiro não se baseou apenas nas belezas naturais do lugar, mas também mostrou o povo, a cultura e a gastronomia local. O território teve dez minutos de mídia gratuita e a repercussão foi sentida por moradores do quilombo. O roteiro exibido começou pela praia da Lagoa a acabou na praia que leva o nome do quilombo.

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Imagens da Cassandoca no Roteiro Vanguarda da Rede Globo

Estrada da Caçandoca continua comprometida, trilha do Saco das Bananas pode fechar

“Infelizmente o combinado com a Comunidade pela Prefeitura Municipal não vem sendo cumprido, principalmente em relação a manutenção da estrada, que se encontra em péssimo estado”, esta é a reclamação comum entre os quilombolas do território da Caçandoca. Segundo eles há pelo menos seis meses o acesso não recebe a manutenção adequada, principalmente agora neste período de férias. Para amenizar a situação o condomínio da Praia do Pulso prontamente, depois de solicitado pela associação

quilombola, realizou uma manutenção básica. Outra reclamação é em relação a servidão de passagem da Praia da Caçandoca até o outro extremo do quilombo. A trilha centenária que leva após o Saco das Bananas poderá fechar de mato se não houver a retomada da limpeza e manutenção do acesso imediatamente. Isso é preocupante para quem utiliza constantemente o acesso, outra preocupação é com a diminuição dos serviços de guia oferecidos pelos quilombolas a aquela parte do quilombo.

No último dia 7 de janeiro, o quilombo da Caçandoca enfrentou pelo menos 16 ocorrências de principio de afogamento em sua praia mais movimentada. Tratava-se do último dia de ressaca alertada pela Marinha do Brasil com previsão de ondas de até 2,5

metros nesta região. Destaque para o jovem Cauê Soares do Prado, 14, que não pensou duas vezes. Conhecedor do lugar socorreu cinco turistas do ponto onde estava. Acompanhando o socorro os quilombolas Rafael Marcolino, Wagner Alexandre, Matheus

Quilombolas filmam Golfinhos na baía da Caçandoca

Um seleto grupo de quilombolas conseguiu filmar um bando de golfinhos pela manhã em um típico dia de calmaria na Caçandoca. Gaivotas acompanhavam o movimento esperando as sobras da pesca realizada por estes mamíferos marinhos. Em silencio os dois grupos (humanos e golfinhos) se observavam e se admiravam. O respeito era mutuo principalmente dos humanos para não interferir na atividade dos golfinhos. Além da pesca eles fizeram varias firulas e gracinhas que pode ser capturado em quase dois minutos de

vídeo. Embora não utilizassem equipamentos de filmagem adequado o resultado é de boa qualidade e oferece um brinde aos visualizadores que curtiram o evento. Pode parecer simples e comum aos pescadores e quilombolas vivenciar esta experiência, o vídeo foi postado no site oficial da prefeitura e atingiu 20 mil visualizações e 366 compartilhamentos ( https://www. facebook.com/PrefeituraMunicipalDeUbatuba/videos/10582 53974235135/?theater) Os quilombolas dizem: “Vamos apoiar nossa Caçandoca...”

Quilombolas socorrem vitimas de afogamentos causados pela ressaca da maré

Santos, Ruanito Marcolino, Sidenil Soares, Manuel Soares, Júlio Conceição, Alex Quintino também colocaram suas vidas em riscos no intuito de salvar os turistas que frequentam o local e oferecer o bem estar que os visitantes tanto merecem.

ANUNCIE (12) 3832-6688 / 9714-5678


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Grito Folia movimenta Ubatuba uma semana antes do Carnaval Shows gratuitos patrocinados com verba da Zona Azul reuniram milhares de pessoas na Praça de Eventos

COMUNICAÇÃO PMU O grupo de pagode Jeito Moleque encerrou o Grito Folia Ubatuba 2016 na noite do último domingo, 31, em mais um show para milhares de famílias na Praça de Eventos da cidade. De acordo com a organização, as apresentações reuniram entre 40 e 50 mil pessoas desde a última quinta-feira, quando a cantora gospel Rose Nascimento abriu o Grito. Segundo a Secretaria de Segurança, a Guarda Civil e a PM, nenhuma ocorrência grave foi registrada nos quatro dias desta terceira edição do festival, que é gratuito, tem produção da Nexo e realização da FundArt e Comtur. Na sexta-feira, a dupla Thaeme e Thiago levantou a galera na maior exibição de 2016. “É um grande prazer para a gente

fazer esse show em Ubatuba, cidade tão linda, aconchegante, com um povo tão acolhedor”, disse a cantora. No sábado, a Banda Malta, destaque de um famoso programa da TV Globo, arrepiou com uma apresentação de alta qualidade, que arrancou elogios do público nas redes sociais. Presidente da Comtur e secretário municipal de Turismo, José Lindolfo Candinho comemorou o sucesso do evento, patrocinado com verba da arrecadação da Zona Azul. “Veio gente de todos os tipos, de todas as classes sociais. Até uma família de índios apareceu para tirar fotos com o pessoal da banda Malta”, contou Candinho. Já o prefeito Mauricio Moromizato disse estar muito satisfeito com o sucesso do Grito Folia. “Tivemos o show da Rose, co-

mandado pelo Conselho dos Pastores, o sertanejo de Thaeme e Thiago, o rock da Malta, o pagode do pessoal do Jeito Moleque e conseguimos agradar públicos diferentes. Mas

o mais importante é que tudo aconteceu em paz, com famílias inteiras e muita alegria na região central da cidade”, avaliou Mauricio. “Um resultado positivo desse e o sorriso no rosto

das pessoas só reforçam nossa convicção de que eventos como o Grito Folia são investimentos na qualidade de vida da nossa população e na economia da cidade”, completou o prefeito.

18º Carnaval de Antigamente começa nesta sexta em Caraguá

A folia segue até terça-feira com bailes populares e matinês, ao som das bandas Feira Livre, Máscara Negra, New Band e Saca Rolha

Confira programação completa e participe: (12) 3897.5661 ou www.fundacc.com.br

FUNDACC Começa nesta sexta-feira (5/2) mais uma edição do tradicional “Carnaval de Antigamente”, realizado pela Fundacc – Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba e pelo Governo Municipal, com o intuito de oferecer aos munícipes e turistas uma festa familiar nos moldes dos antigos bailes carnavalescos, embalados por marchinhas, confetes, serpentinas, máscaras, fantasias e bonecões. Na sexta, a 18ª edição do evento terá início com o Corso Carnavalesco, que sairá às 20h, da Praça Dr. Cândido Motta, e percorrerá as principais ruas do Centro, com destino à Praça da Cultura, antiga Praça de Eventos. O corso será acompanhado pela banda

New Band, bonecões gigantes, blocos carnavalescos tradicionais, carros antigos, artistas e foliões. Chegando à Praça da Cultura a festa continua com o Grito de Carnaval “Essa festa é pra você!” com o grupo Paranga, de São Luiz do Paraitinga. A folia segue até terça-feira (9/2), ao som das bandas Máscara Negra, New Band, Feira Livre e Saca Rolha, com bailes populares nas Praças da Cultura e Dr. Cândido Motta, no Centro, das 21h à meia-noite, e na Praça Irmã Lucila, no Massaguaçu, das 20h às 22h. Para as crianças, as matinês também serão realizadas durante todo carnaval, das 16h às 19h30, na Praça Dr. Cândido Motta. Todas as atrações são abertas ao público e têm entrada franca.


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PROMATA e o PESM-Núcleo Caraguatatuba participam do Good News da REDETV No último dia 29, o programa Good News da REDETV esteve na sede do Parque Estadual da Serra do Mar- Núcleo Caraguatatuba gravando um bloco do programa que tratou da importância da Mata Atlântica, sua biodiversidade e preservação com a equipe do Parque. A PROMATA foi convidada por Miguel Nema, gestor do Pesm-NuCar, a participar das gravações. O programa também abordou assuntos sobre a observação de aves, onde os integrantes da PROMATA acrescentaram suas experiências e vivencias sobre o tema. Foi realizada a trilha do Jequitibá, nela foram registrados vários pontos de interesse do programa, desde pequenas aranhas, formigas, sapos, flores, lugares, aves que compõe e embelezam a paisagem. Também foram registrados os sons da natureza, curiosidades sobre rastros, pegadas, arvores, folhas, seus usos e costumes pela população antiga passando pelo centro de visitantes, rico em informações sobre o lugar. A PROMATA falou da importância da observação de aves, da experiência de trocar o abate de aves pelo registro e seu uso como ferramenta de educação, principalmente a ambiental e cultural, tendo esta atividade como foco maior a transformação de vida e exemplo de trabalho com comunidades em parceria com a floresta. A equipe do Pesm NuCar realizou todo trajeto explicando da importância de se manter áreas como o núcleo, falou das curiosidades da fauna e flora que lá existe e por fim

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Jovem busca apoio para alcançar melhores marcas no surfe

Equipe do Parque mostra pequeno ser que poucas vezes são percebidos pelos visitantes

o monitor ambiental Caio conseguiu levar o cinegrafista a realizar um importante registro de uma fêmea de Macaco-prego com seu filhote. O cinegrafista e a repórter se sentiram em casa tamanha recepção da equipe do núcleo em atender o programa, principalmente tendo em vista o tema em questão tão importante a vida da humanidade. O programa, conhecido como jornalismo de boas notícias, mostra projetos, ações e

atitudes de gente comum que faz um Brasil melhor, são projetos criativos que acontecem pelo país e mostra exemplos de comprometimento com a qualidade de vida e o meio ambiente. Ao final um delicioso suco de manga natural com limão para refrescar o encontro, tudo numa varanda maravilhosa com vista para o que muitos ainda não conhecem – a rica biodiversidade da Mata Atlântica.

Cinegrafista atento a tudo e a todos

Assim como muitos jovens e adolescentes, José “Candido”, 17, vem buscando apoio para realizar um sonho de infância - o de surfar entre os melhores. Por falta de incentivo local e determinação não é. Ele terminou os estudos no ano passado e vai dedicar-se aos treinamentos de surfe para melhorar seu desempenho. “Candido” que sempre treinou na região - Praia do Sapé - tem como estimulo e modelo a ser seguido os últimos campeões mundiais descobertos nas águas do litoral paulista.

Treinando todos os dias que pode, sonha em partir em março próximo pra San Diego, Califórnia/USA, porém com retorno em maio. Pretende lá, na troca de experiências, melhorar seu desempenho e ganhar um pouco mais de experiência. “Candido” deve compartilhar junto às expectativas de milhares de brasileiros bom de onda um lugar ao sol. Ele fala que tem apoio dos pais e de quatro empresários. Boa sorte e “vamo” lá! “Bora pro surf!”


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Moradores do Rio da Prata realizam melhorias no acesso local por conta própria

Moradores da comunidade do Rio da Prata vêm realizando, em doses homeopáticas, a cobertura do acesso municipal do bairro. Tendo em vista as más condições de uso e conservação das estradas municipais moradores locais se mobilizaram e colocam asfalto usinado no trecho. Pouco mais de 200 metros já foram concluídos. A camada de concreto é colocada sempre de um dos lados da estrada para não atrapalhar o vai e vem de moradores. É colocado uma faixa zebrada e cones para melhor

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visualização, evitar algum pequeno acidente ou que alguém estrague o esforço destes moradores. Na próxima leva é o lado oposto que é colocado o concreto, assim, aos poucos logo a comunidade chegará à rodovia. Até o término desta edição não foram localizadas os responsáveis por esta iniciativa para se manifestarem. A idéia já causa estímulo em outras comunidades e desconforto das autoridades responsáveis pela manutenção do acesso. Se a moda pega?

Sabesp adota nova regra para incentivar ligação de imóveis à rede de esgoto A partir de 1º de fevereiro, conexão de água só será feita se a residência, comércio ou indústria também se ligar à rede coletora (29/01/2016) A Sabesp vai adotar um novo procedimento a partir da próxima segunda-feira, 1º de fevereiro, para incentivar a conexão dos imóveis à rede coletora de esgoto. Novas ligações de água só serão executadas para os clientes que também conectarem seus imóveis à tubulação de esgoto. A medida segue normas federais e estaduais, será aplicada a todos os 366 municípios operados pela companhia e tem o objetivo de ampliar os benefícios para o meio ambiente e para a saúde decorrentes do serviço de saneamento. A nova regra vale para todos os tipos de cliente – residencial, comercial, industrial – e será aplicada a quem: 1) pedir ligação nova de água, 2) solicitar religação (imóvel vago, demolição, unificação) e 3) fizer mudança no local da conexão atual – como no caso de uma reforma na garagem. Caso o cliente não faça a ligação de esgoto, não será feita a conexão de água. A infraestrutura de esgoto existente é dimensionada para atender a toda a população da região onde foi instalada. Ou seja, tem capacidade para receber o esgoto de quem não se conectou, evitando que esses imóveis continuem despejando rejeitos em córregos, rios, praias e lençóis freáticos. Coletores-tronco, interceptores e estações de tratamento já em operação foram custeados pela tarifa paga pela população.

A deliberação não será retroativa, portanto quem não está ligado até agora não será obrigado a se conectar imediatamente. No entanto, esse cliente continuará lançando o esgoto irregularmente na natureza e estará sujeito à multa, que deve ser aplicada pela prefeitura de cada município. Além disso, seguirá causando prejuízos ao meio ambiente e aos vizinhos, já que seu esgoto causará mau cheiro nas bocas-de-lobo e pode extravasar na rua. A ligação de esgoto é obrigatória para quem reside em área urbana que tenha rede coletora em sua rua. Está determinado na Lei do Saneamento (11.445/07), no decreto federal que regulamen-

tou essa legislação (7.217/10) e na deliberação 106/09 da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo). “Toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis”, afirma a Lei do Saneamento. Até agora, a Sabesp orientava seus consumidores a fazer as ligações de água e esgoto em conjunto, mas alguns clientes optavam por não se conectar à rede coletora. A companhia, nesses casos, notifica a prefeitura de cada município, já que cabe a elas o poder de fiscalização e multa. A nova medida visa também fazer justiça à grande maioria dos clientes, que hoje já estão conectados à rede coletora. A Sabesp tem 7,5 milhões de ligações, das quais 238.253 não fizeram a conexão de esgoto. Representa 3% do total. Desses mais de 238 mil imóveis que deveriam estar conectados, 89% são residências e 7% são comércios. Os domicílios residenciais têm um consumo médio de água de 15 mil litros por mês. Já os imóveis não residenciais que não estão conectados consomem 47 mil litros mensais de água. Ao final de cada mês, isso significa 4,4 bilhões de litros de esgoto que deveriam ser lançados nas tubulações da Sabesp, mas acabam na natureza. Para orientar os clientes sobre como fazer a ligação de esgoto, a Sabesp criou um folheto, que pode ser conferido aqui: http://site.sabesp.com. br/site/uploads/file/Folhetos/2016/AF_LIGACAO_DE_ ESGOTO_janeiro2016.pdf.


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Praia do Sapé: um lugar de gente bonita que respira saúde, beleza e qualidade de vida através do esporte

No Km 76 da Rodovia Manoel Hipólito do Rego (SP55), sentido Caraguatatuba – Ubatuba, do seu lado esquerdo da rodovia você vai avistar a loja de fábrica de pranchas Superkort, de onde o visitante poderá conseguir boas dicas sobre surfe e sobre a região. Do lado direito tem o Hotel Porto do Eixo, um dos mais antigos e tradicionais do litoral norte paulista. Se o turista avistou estes dois pontos de referencias está bem perto do paraíso. Pouco mais a frente a portaria de entrada da Associação dos Moradores da Praia do Sapé, vire a direita, depois a esquerda e você chegou. Os dois lados da rua esta ladeada de árvores frondosas que proporcionam sombra e sossego a todos. A maioria dos veículos que lá se encontram exibe as mais

variadas pranchas e adesivos de alguma modalidade de esporte aquático. Para quem procura adrenalina, atividade esportiva das mais variadas, sossego e bom atendimento ao mesmo tempo, encontrou o lugar. Para manter o local com um ambiente agradável, limpo e aconchegante é importante frisar a existência de placas indicativas solicitando boas maneiras no trato com as pessoas, com o lixo, com a perturbação do sossego e demais atividades que não são permitidas neste local. Todo mundo respeita. Lembrar ainda que o lugar já foi palco desde os grandes campeonatos de surfe, corridas de canoas até as mais simples baterias entre a galera local e adeptos do surfe apenas pra curtir uma onda e uma roda de conversa ao final.

Equipe do quiosque local - simpatia e profissionalismo


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Centro esportivo a céu aberto

Tudo que possa ser visto tem uma finalidade que não só contemplativa ou de relaxamento, existe uma infra estrutura natural e produzida para atender a atividade física de forma mais agradável e com visual deslumbrante. Você poderá até suar bastante nas dicas do educador físico e ex-atleta profissional Pablo Rebuá, 41, mas também se refrescar com as delicias preparadas por Junior Plácido

e equipe que atende o pessoal a beira da praia ou nada mais do que relaxar com as massagens realizadas por Maristela Machado, ali mesmo pertinho da praia. No local você poderá sair da mesmice e fazer aulas de surfe, yoga, stand up paddle, hidroginástica, beach soccer, tênis e a mais recente novidade: aulas de canoa havaiana ou simplesmente “Va’a” - como é chamada em sua terra de origem.

Que tal uma relaxante massagem depois da praia ou do esporte

Professor Pablo Rebuá, aulas praticas a céu aberto e com o pé na areia

Sol, areia, mar, paisagem deslumbrante e... canoa havaiana?

Paulo e Aline e a canoa havaiana - sentido-se em casa

É que a Praia do Sapé recebeu recentemente uma canoa havaiana para o deleite dos praticantes de esportes aquáticos. O casal Paulo dos Reis, 38 e Aline Adisaka, 25, são os responsáveis por esta modalidade de esporte também estimuladora de saúde. O casal – ele ex atleta profissional, ela apresentadora do canal Off “Costa Rica por elas” - possui um extenso currículo profissional nas atividades de remo, vento e água são sinônimos de saúde e profissionalismo. Eles, por exemplo, possuem vários títulos sul americanos, brasileiros, Top 4 e mundial nestas varias modalidades e tem experiência e conhecimento de sobra para falar sobre o assunto. O filho do casal, Guilherme,

17 anos, já coleciona títulos – filho de peixe, peixinho é! Por isso quem passa por aquele trecho da praia imagina que a canoa havaiana lá é um mero chamariz, mas existe toda uma preparação e um profissionalismo de quem a conduz. Sendo bisneto das primeiras canoas havaianas e parente das que existiam por aqui. Até se imaginou que o casal era filho de pescadores, mas não são. Nada que tire a paixão deles pela água do mar. São muitas coisas para escrever sobre este esporte, mas vamos deixar que o visitante descubra em sua visita e quem sabe na próxima oportunidade detalharemos mais sobre esta beleza das águas. Quem sabe daremos até uma volta, uma remada.

Objeto que vem chamando a atenção de todos que passam por ali


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Morador do Araribá e especialista em geografia lança livro dos últimos 30 anos de trabalho “Erosão dos Solos e Movimentos de Massa: abordagens geográficas” trata-se fruto do mais recente trabalho do especialista em geografia Antonio José Teixeira Guerra, por aqui carinhosamente conhecido por professor “Guerra”. Morador do Araribá e professor especialista da Universidade Federal do Rio de JaneiroUFRJ tem contribuído muito na divulgação do território da região sul de Ubatuba, suas potencialidades ambientais, turísticas e acadêmicas, além de prestar informações de qualidade a interessados na região mundo afora. Sua mais recente proeza foi o da divulgação das nossas comunidades e particularidades geográficas locais na Inglaterra, onde desenvolveu um destacado trabalho acadêmico em parceria com a Universidade de Wolverhampton junto a outro especialista e grande amigo professor Michael Augustine Fullen. Segundo o autor “o livro é fruto de pesquisas que tenho desenvolvido ao longo da minha carreira profissional, com ênfase nos últimos 30 anos”, comenta Guerra. As entrelinhas citam mais de 250 trabalhos entre artigos publicados em anais de congressos e periódicos, livros, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Diz ainda que foram centenas de pessoas que trabalharam com ele neste período e muitas delas são citadas neste novo trabalho, onde a grande maioria pertence ao LAGESOLOS (Laboratório de Geomorfologia

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Ambiental e Degradação dos Solos), criado em 1994 e que faz parte desse livro. Existe uma dedicatória do amigo inglês Michel Fullen falando do trabalho. Também tiveram participação ativa, pessoas de diversas universidades brasileiras e inglesas, onde o autor fez seu doutorado e seus dois pós-doutorados. A família não ficou esquecida também foi carinhosamente citada pelo autor em espaço exclusivo no livro.

Livro Com dez capítulos e 222 paginas o livro produzido pela Editora CRV traz a compilação de experiências e convivências importantes não só na área acadêmica, mas das viagens, congressos, monitoramento das comunidades e seus territórios e vivencias próprias dos trabalhos de campo oferecendo a este considerável esforço

experiências novas e principalmente um melhor olhar do conhecimento da realidade brasileira. O livro possui linguagem em que todos possam entender e visualizar o que ocorre, ou pode ocorrer no entorno, inclusive, de onde o leitor vive e trabalha. Trata-se de um livro que retrata um tema de grande importância para o Brasil, onde esses problemas ambientais, além de continuarem a causar tantos prejuízos ambientais, econômicos e sociais, têm tirado a vida de milhares de pessoas, nas últimas décadas como se vê na TV. Autor Professor Guerra possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1983) e doutorado em Soil Erosion - University of London (1991). Atualmente é Prof. Titular do Departamento de Geografia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geomorfologia, atuando principalmente nos seguintes temas: geomorfologia, erosão dos solos, movimentos de massa, recuperação de áreas degradadas e gestão ambiental e tem buscado nos últimos anos parceria para implantação de projetos futuros na região. Para maiores informações e aquisição do livro basta acessar http://www.editoracrv.com.br/?f=produto_ detalhes&pid=31492

Deficientes auditivos poderão acionar a PM e os Bombeiros por telefone A Polícia Militar do Estado de São Paulo estuda disponibilizar o serviço de atendimento de emergência via SMS para pessoas que possuem deficiência auditiva ou de fala em todo estado. O serviço será de uso exclusivo a aqueles que se cadastrarem no Cadastro de Pessoas Surdas, Deficiência Auditiva ou de Fala. Para utilizar basta o interessado se cadastrar nas Unidades da Policia Militar/SP, nas Associações para PcD (sigla que significa Pessoa com Deficiência), Secretaria de Estado dos Direitos a Pessoa com Deficiência ou Delegacia para PcD. O programa é o primeiro da América Latina e pretende gradualmente, de acordo com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, atender cerca de 1,9 milhão de pessoas com deficiência auditivas só em São Paulo, das quais apenas 90 mil se declaram surdas. Autonomia A polícia percebeu que era necessário criar uma maneira acessível para os chamados dos deficientes, que sempre precisavam de outra pessoa para auxiliar no pedido de ajuda. “Queremos que eles tenham autonomia total em tudo fizerem”, explica o major Marcel Lacerda Soffner, do Centro de Comunicação Social da PM. Segundo o comandante do Centro de Processamento de Dados (CPD) da PM, tenente-coronel Reynaldo Priell Neto, esse é um ser-

viço pioneiro na América Latina e muito mais desenvolvido que o dos Estados Unidos. “Temos capacidade de atender a todos os deficientes auditivos com o nosso sistema”, disse. O sistema chamado de E-SMS, é gratuito e pode ser utilizado pela população de São Paulo, seja fixa ou não. Isso significa que um morador de outro Estado pode utilizar o atendimento quando estiver em SP. “Para que a gente tenha um controle dos usuários do programa e para evitar trotes, é preciso que o deficiente faça um cadastro no nosso sistema”, explica o major. “Assim, o trabalho tem um sucesso maior.” Priell ressalta que o cadastro será expandido para a internet, o que facilitará a adesão. Isso, entretanto, está em estudo, para uma futura implantação. Atualmente, o E-SMS tem cerca de 100 pessoas cadastradas. O sistema ainda não foi usado por nenhum deles. Soffner destaca que os deficientes precisam confiar na Polícia e fazer o seu cadastro. Prêmio No final do ano passado, durante o III Prêmio de Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência, a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência concedeu o prêmio de ação governamental à PM pelo programa. O projeto do E-SMS concorreu com 140 ações sociais de 45 municípios diferentes.


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Aves da nossa rica Mata Atlântica Pato-do-mato Quem vê ao longe imagina ver um pato doméstico, aquele comum aonde as pessoas vêm em sítios, lagoas, perambulando pelos quintais com um andar desajeitado balançando de um lado para o outro seguidos por filhotes e junto com as galinhas, os perus, os porcos e até os cães. Quando bravo vive esticando e encolhendo seu pescoço num tom ameaçador. Este difícil registro foi capturado com maestria por um integrante da PROMATA, que com sorte ainda registrou um casal em “lua de mel”. Características O que chama atenção é sua bela coloração negra na quase totalidade. Os machos possuem o dobro de tamanho em relação as fêmeas, possuem outra característica exclusiva: a pele nua vermelha ao redor dos olhos, bem como uma carúncula da mesma cor acima da base do bico e um topete “maneiro” sempre muito bem penteado. A principal característica do Pato-do-mato (Cairina moschata), que a diferencia dos patos domésticos, é uma mancha branca na parte de baixo das asas, que aumenta com a idade. Esta particularidade é mais bem visualizada quando passam sobre nossas cabeças voando. Selvagem Alguns falam que é um animal nativo do Brasil, com área de ocorrência na América Central e América do Sul, desde o México até os Pampas, no Rio Grane do Sul. É uma espécie selvagem, podendo, em alguns países, ser criada como animal de corte, mas aqui é protegida pela legislação brasileira. Devido ao alto grau de domesticação não sofrem risco

Foto: Roberto “Pitui” - PROMATA

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Ajude a APASU!

Latinhas descartáveis ajudarão no bem estar dos animais da Região Sul. Local para entrega: Boêmio Bar de extinção. Foi domesticado pelos grupos indígenas da América do Sul por sua carne. É o ingrediente fundamental do prato típico paraense, o pato no tucupi, também de origem indígena. Estas aves não emitem sons altos, ainda apresentam características selvagens, vivendo em bando e se alimentando de raízes, sementes e folhas de plantas aquáticas. Elas nadam com a cabeça e pescoço afundados, enquanto procuram a comida e filtram pequenos invertebrados. Os machos têm nas asas poucas penas brancas, que são raras nas fêmeas. Mas o que distingue realmente esta das demais espéci¬es de patos é a cabeça grande e alta, como se fosse um topete, que é maior no macho do que na fêmea. Os parentes Alguns hábitos do pato-do-mato também ajudam a diferenciá-lo de seus parentes. Por exemplo: patos, em geral, não sobem em árvore. Já o pato-do-mato costuma empoleirar-se sobre galhos sem folhas para observar à sua volta. Sozinho ou reunido com outros

indivíduos, ele também descansa e dorme agarrado nos galhos por suas unhas compridas e afiadas. Seus vôos são matinais ou vespertinos, entre os pontos de pouso e locais de alimentação. Para alcançar os galhos horizontais de dormida, necessitam de um acesso livre de vegetação As árvores também são o local escolhido pelas fêmeas desta espécie para a construção de seus ninhos, que, geralmente, ficam entre folhas de palmeiras ou sobre outros galhos grossos cobertos por plantas. Um detalhe curio¬so: é comum o pato-do-mato aproveitar-se de ninhos abandonados por ou¬tras aves, como o gavião, para pôr os seus ovos. Este não é um avistamento incomum no Litoral Norte devido ao aumento significativo da degradação e poluição de seus habitats, mas valeu o esforço e a paciência. Fonte: Wikiaves, Wikipédia, Embrapa, Ubatubabirds, Promata, belezasdaamazonia.comunidades.net, projetofauna. wordpress.com


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“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 22

Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

Ezequiel dos Santos “Revista Igarati – Ano 1 – nº 10 – Ubatuba, outubro de 1993”. Décadas depois da rebelião, esta revista rememora os tempos de inferno na Ilha, ela recria majestosamente como foi, o passo a passo, os comentários para que a história que o Brasil não conhece seja lembrada da maior rebelião do planeta na época. As manchetes estampam “Todos Doidos”, também “Motivos da Revolta”. O texto começa com palavras pesadas como espancamentos, torturas e fome era basicamente isso que se deu à revolta. Imagine das condições carcerárias então o que diziam. Dentre os mortos em combate, um evadido, que foi encontrado apenas farinha em seu estomago quando foi realizada sua autópsia. “A razão da fuga foram os maus tratos que os presos recebiam. Eu vi barbaridades. Um dia encontrei um tenente e quatro soldados massacran-

do um preso com chicote. Acho que ele tinha tentado a fuga. Eu disse a ele: não faça isso tenente, é um crime. Ele respondeu: não fale nada senão você entra também. Respondi: então eu entro, basta, tenente. Então ele parou”. Esta foi uma fala do ex-funcionário do presídio José Teixeira Pinto. Antes do levante os presos haviam colocado em pratica uma suposta fuga para desfalcar a guarda daquele dia. O cabo Sudário Franco diz ser o prenuncio da rebelião e o de fato foi. Ele conta em depoimento ao jornal “Quatro Cantos”, em maio de 1966: “Constatada a falta do detento, foi providenciado um destacamento para ir em Ubatuba em busca do preso. Ao mesmo tempo batidas eram realizadas no interior da ilha. Contudo, isso só viemos a saber depois: o preso havia se escondido no forro de um dos pavilhões. Os detentos queriam desfalcar a guarda e

conseguiram”. Segundo as autoridades, por quase dois anos, João Pereira Lima, o cabeça do levante estava planejando a fuga. Aos poucos tomava conhecimento do dia a dia dos funcionários, dos soldados, dos serviços, dos barcos, enfim de tudo. No fatídico dia 20 eles foram ao corte de lenha, tudo planejado, foi cumprido à risca sem tirar nem por. Teixeira Pinto conta como começou: “Eles iam em fila de dois, subindo a estrada que levava até a mata. Primeiro a turma detrás dominou o soldado e os civis, amarrando-os numa arvore. Depois os da frente fizeram o mesmo, só que o soldado ofereceu resistência e foi morto. Pegaram a lenha que já estava cortada e voltaram como se nada tivesse acontecido. Ao passar pela frente do quartel largaram a Lena e atacaram o guarda que ficava na guarita, o mataram. Ali começara a dar tiros e a soltar os demais presos”.


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Morador tradicional se orgulha da produção de Araçá iniciada pelo avo no século passado Ezequiel dos Santos Em meio aos rincões que sobraram das comunidades formadoras do processo civilizatório nacional, algumas ainda mostram com orgulho sua ligação com a terra através da continuidade aplicada pelo conhecimento empírico, dos cuidados com a biodiversidade, com a família e com os usos e costumes tradicionais passados por gerações. Em letras miúdas é um saber muito especifico do território onde vive, muitas vezes desconhecidas e ignoradas por autoridades do dito sistema ambiental. O jovem Donizete Ananias, 33, proprietário do Sitio Rio do Veado, próximo a SP-55 na Lagoinha é um destes exemplos que vem a duras penas tentando manter uma cultura de boa vizinhança com aqueles que desconhecem este mundo real e se preocupam com a dos papéis e estatísticas, manipulados por quem que seja. Sabedor de que muitas coisas não são mais aplicáveis, as que são pretende manter como orgulho – no caso os mais de 70 pés de Araçás espalhados pelo sitio. Tudo havia começado pelos avós Benedito Custódio do Nascimento e Maria da Conceição Nascimento que ainda na década de 1950 embrenharam na mata e fizeram morada. O neto continuou com as pequenas mudas transplantadas em sua grande maioria de locais que iriam virar loteamento. No Sitio é possível ver o que sobrou da casa e do caminho, o que fica aparente são as árvores frutíferas, que

ainda encontram-se belas e formosas, tamanho trato dedicado pelo jovem caiçara. Lá sim pode se definir um território, termo usado em ecologia ao qual designa qualquer área defendida por um individuo, já que o morador, no caso Donizete, sofre pressão de todos os lados para os maus usos da terra e da floresta que ainda existe. Lembrar ainda da quantidade de palmitos que sobrevivem por conta de um maior olhar sobre o manejo tradicional da espécie, já que no local é visível encontrar o que resta da espécie quando não atendia ricos e maus comerciantes que vendiam indiscriminadamente seu fruto para os vários fins mercantilistas. Sequer Donizete tira um pra

comer, por que pode ser preso. Talvez o problema do jovem seja seu conhecimento sobre o território, saber que a Araçá tem um nome cientifico e é importante pro território e pra ciência. É uma planta nativa do Brasil, pertence à família das Myrtaceae, sua madeira serve pra vários usos, possui diversos benefícios medicinais como ação calmante, anti-inflmatória, diurética entre outras, é fonte de pesquisas de outras tantas. Mas com saudades do que seu avo observava por ali a planta tem uma função ainda melhor – a de recuperação de áreas degradadas, pois tem crescimento rápido e atrai a fauna, assim esse comportamento, ignorado por autoridades do meio ambiente, terá

a chance de ser passado às gerações seguintes porque a hereditariedade dos inúmeros comportamentos tradicionais fará com que seus filhos e os filhos destes poderão vivenciar uma vida nos moldes tradicionais se ninguém interferir. O que cansa hoje aos restantes das comunidades tradicionais são os custos associados à defesa de seu território, porque insistem em afirmar que eles ainda não sabem o que fazer com este bem. Mas quem sabe? É mais fácil vender e encher de concreto, daí não toma multa e não vai carimbar a carteirinha no fórum como muitos. Sem mais delongas, como exemplo, seria como se a captura de animais por conta de uma inundação causada por

uma barragem tais bichos tivessem que sobreviver só porque o colocaram num suposto local, que supostamente deva existir um território que ele conheça, que supostamente deva ser igual a aquele que ele viveu parte importante da vida, que supostamente possa dar a ele a mesma vida que tinha, que supostamente esta espécie irá crescer e procriar como falam os “biodesagradáveis”, mas infelizmente no mundo real não acontece. Supostamente a autoridade saberá depois que a transferência de território para este povo, para habitats adjacentes a aqueles que viviam, está previsto uma serie de acontecimentos, claro todos ele desastrosos como já vivenciamos.


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Fevereiro 2016

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Bloco KAI&ÇARA sairá no domingo de Carnaval

Primeiros dias de 2016 com deslizamentos de terra, alagamentos e raios Defesa civil decreta estado de alerta em Ubatuba, região sul atingida

Outra vez e não podia ser diferente, o Bloco KAI & ÇARA sairá no próximo domingo de Carnaval (07/02) para alegrar a população que vive e que visita a região. A concentração será a partir das 21:30 hs e a previsão de saída pra alegria prevista para as 22 hs. A concentração será na Rua Luiz da Rosa, 2.755, Sertão da Quina, próximo ao Campo de futebol do Sertão da Quina. No decorrer do trajeto ao som da tradicional marchinha o bloco seguirá em direção a praia da Maranduba. A folia vai continuar com toda alegria que a festa merece ao lado do Quiosque do Gaúcho. Não será muito diferente da edição anterior, desta vez os organizadores prevêem uma aumento significativo de foliões e simpatizantes. Abadás Os abadás já estão a venda através dos telefones (12) 99653-0201 com Henrique ou (12) 99628-2708 na Loja Comunicação visual Giva Arts Maranduba.

Este ano os abadás terão o mesmo valor do ano passado - R$ 40,00 -, o que mudou foram à disponibilidade das fichas de consumação, cada folião, que adquirir o Abadá, terá direito a cinco fichas consumação. Cada ficha poderá ser trocada por cerveja ou refrigerante ou água ou batidas (vodka). Caso algum folião queira mais fichas poderá realizar a compra durante a folia na praia. Lá haverá uma barraca onde serão vendidas as fichas para consumação no local, lembrando que pra quem estiver com o abadá terá um desconto na compra da ficha. Esforço Mesmo contando com a colaboração de patrocinadores e comerciantes locais, os organizadores do evento comentam que mal conseguem quitar as despesas. O gasto com abadás, bebidas, gelo, equipamentos de som e iluminação e outros teve um aumento significati-

vo, por isso este ano a equipe organizadora passará a vender fichas na praia para quitar todos os compromissos e despesas. O Bloco Kai&çara agradece aos participantes foliões, os patrocinadores, comerciantes locais que sempre apóiam este evento, também a Polícia Militar, a Prefeitura Municipal de Ubatuba, a Comtur e a Fundart, que sem estes apoiadores o Bloco jamais conseguiria chegar majestosamente a sua 5ª edição. Para este ano os organizadores prevêem mais de 200 seguindo o bloco. É que a cada ano o evento está mais grandioso, organizado, familiar, divertido por isso muitas pessoas vem apoiar a festividade. Também a cada ano aumenta o numero de foliões, contando com moradores locais e turistas. E você ta fazendo o que? Não comprou seu Abadá ainda? Corre ainda dá tempo! Participe! Vale a pena!

G1 / Defesa Civil Ubatuba Os dois primeiros dias do ano novo foram marcados por fortes tempestades em todo litoral norte paulista. Ubatuba foi castigada a partir da madrugada do dia 01 até 02 de janeiro. O índice pluviométrico subiu exponencialmente equivalente a 314% acima do nível normal para a época (220mm em 4 horas). A Defesa Civil, no dia 02, decretou estado de alerta. Vários bairros foram atingidos, ruas ficaram alagadas, moradores estavam isolados e motoristas não conseguiam trafegar. Em outros pontos foram os deslizamentos de terra que preocuparam as comunidades. Na praia do Pulso um deslizamento ocorreu após a queda de um raio no ápice da

tempestade. Segundo a comunidade o raio caiu do lado direito da praia próximo de uma área onde iria ser iniciada uma obra, ninguém ficou ferido. O acidente resultou na queda de um pedaço de muro (aproximadamente 5 metros) e do reservatório de água da propriedade vizinha. O restante da terra já foi removida e a área recupera segundo a Defesa Civil de Ubatuba. Já na segunda semana de janeiro as fortes chuvas continuam a castigar o litoral deixando vários bairros debaixo d’água e novamente acessos interditados, até o final desta edição alguns trechos da rodovia foram desviados por conta de pequenos deslizamentos que acontecem sem maiores danos ou vitimas.


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Coluna da Adelina Fernandes

Restos do carnaval, de Clarice Lispector Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartasfeiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu. No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz. E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no conta-

to indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim. Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice. Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da

fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira. Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma. Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de

algum modo vestidas - à idéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria! Quanto ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho, que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola. Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa. Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos

enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil - fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava. Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria. Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa. Conto publicado no livro Felicidade Clandestina, Ed. Rocco



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