Maranduba, Julho 2016
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Ano 7 - Edição 86
Ubatuba recebe navio “Cisne Branco” da Marinha
Navio amanhece na cidade no dia 10 de julho e fica aberto à visitação
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Parceria traz curso de Turismo Pedagógico no meio Rural para a região A parceria Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de São Paulo – FETAESP, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR e PROMATA realizou nos últimos dias 28, 29 e 30 de junho com término para o próximo dia 7 de julho o curso de Turismo Pedagógico no Meio Rural no Sertão da Quina. O curso é ministrado pela já conhecida professora Cândida Batista – mestre em hotelaria e turismo, incentivadora do turismo sustentável e diferenciado em propriedades rurais. O curso aborda, no tocante ao aprendizado dos alunos, temas como o significado de vivencias e experiência no meio rural, a interdisciplinaridade de temas em uma propriedade, adequa-
ções aos conteúdos de linguagem, aproveitamento dos recursos naturais e culturais para fins pedagógicos entre outros temas. Os alunos já possuem uma noção considerável sobre o assunto, alguns já participaram do programa de turismo rural ministrado pela especialista e agora buscam mais conhecimento tendo em vista o leque de oportunidade que o curso pode abrir. Está previsto para
o encerramento deste curso uma saída com grupo de moradores tradicionais da Ilhabela (caiçaras do Bonete e Castelhanos) para avaliar o aprendizado. Na realidade, os ilhéus participam de capacitação através do programa de Turismo Rural em seu local de origem. A saída para aula prática também servirá como um encontro de oportunidades e troca de experiências e vivencias entre moradores.
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Ubatuba recebe navio Cisne Branco da Marinha Navio amanhece na cidade no dia 10 de julho e fica aberto à visitação
Comunicação PMU O navio Cisne Branco (U-20), também conhecido como embaixada flutuante da Marinha do Brasil, visita no próximo dia 10 de julho a costa de Ubatuba. Em reunião realizada na última sexta-feira, o Comodoro do Ubatuba Iate Clube, Julio Cecheto, o capitão de Fragata da Marinha, Luís Antônio Anidio Moreira, o prefeito de Ubatuba, Maurício, e o velejador filiado ao Tamoios Iate Clube, Francisco Paganini, representando o Comodoro José de Magalhães Netto, acertaram os detalhes da visita. O navio amanhece na costa da cidade e fica fundeado nas imediações do Saco da Ribeira / praia da Enseada. Às 10h00 sai para uma velejada até a praia do Itaguá, onde a partir das 14h00 será aberto para visitações. Após visitação pública, ele passa a noite no Itaguá. Pela manhã retorna para o Rio de Janeiro. Atenção O embarque e desembarque serão realizados por embarcações à disposição no píer do
Tamoios Iate Clube. Como existe limitação de passageiros, a organização será feita por ordem de chegada: das 13h30 às 16h30. Cisne Branco O Cisne Branco é um navio-veleiro da Marinha do Brasil, que exerce funções diplomáticas e de relações públicas. A sua missão é a de representar
o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais, divulgar a mentalidade marítima na sociedade civil e preservar as tradições navais. A embarcação vem pela primeira vez a Ubatuba graças a um esforço do Capitão Anídio, que aproveitou a vinda agendada do Cisne Branco em Ilhabela. “Ao saber da vinda do navio para
prestigiar a semana de vela, tive a ideia de prestigiar a comunidade de Ubatuba, onde temos amigos como o Comodoro Julio e o Prefeito Maurício. Acredito que será um evento marcante pela primeira vez em Ubatuba e no período de férias, sendo uma oportunidade para moradores e turistas”, disse o Capitão de Fragata da Marinha.
O Comodoro do Ubatuba Iate Clube também comemorou a vinda do Cisne Branco. “Um evento sem igual! Um navio de representação da marinha em Ubatuba será uma velejada histórica para a cidade e para os muitos velejadores que temos aqui. Uma visita histórica e que esperamos que seja a primeira de muitas, por isso estamos à disposição para recebermos toda a tripulação recebemos com o respeito e a dignidade que merecem”, acrescentou o Comodoro. O prefeito Maurício acompanhou o clima de felicidade pela visita em Ubatuba. “Essa visita é um fato muito especial por ser a primeira vez do Cisne em Ubatuba, ainda mais em um período de baixa temporada. Vale destacar que essa conquista nasceu da boa relação e do acolhimento de Ubatuba. O próprio comandante destacou que é muito bom estar por aqui e isso reforça nosso potencial em atrair coisas positivas para Ubatuba. Estou muito feliz e dia 10 será especial para a cidade”, completou Maurício.
Cetesb alerta autoridades do Litoral Norte para a presença de algas tóxicas
A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), que já estava acompanhando a ocorrência de florações de microalgas bioluminescentes em Santos, constatou também a presença de outra microalga do grupo dos dinoflagelados que é potencialmente tóxica nas praias Martin de Sá e da Cocanha, em Caraguatatuba. Há relatos de que nesse município, no último dia 29 de junho, moradores que consumiram mexilhões apresentaram sintomas de intoxicação com diarreia.
Técnicos da Cetesb coletaram amostras de água na quinta-feira, 30/6, cujas análises detectaram a presença de uma microalga denominada “Dinophysis acuminata”, que pode produzir uma toxina diarreica. Organismos marinhos filtradores, como mexilhões, podem acumular essa toxina e quando consumidos provocar intoxicação. Por este motivo, a CETESB está alertando as prefeituras da região, bem como as autoridades da saúde e do setor da pesca.
O fenômeno é similar ao registrado em Santa Catarina e no Paraná. No Paraná, a microalga “Dinophysis acuminata” está ocorrendo associada a “Noctiluca scintillans”, que causa bioluminescência nas águas das praias. Este fenômeno de
bioluminescência, isoladamente, ocorreu nas praias de Santos despertando a curiosidade da população. Em amostra coletada pela CETESB na Ponta da Praia, no dia 27 de junho, foi confirmada a presença da “Noctiluca scintillans”, mas não
a presença da alga tóxica. Nas áreas com a presença de algas tóxicas não se recomenda, preventivamente, o consumo de moluscos como mexilhões e ostras. Também é recomendável evitar contato direto com a água em que a presença da mancha avermelhada seja visível. Além de alertar as autoridades, a Cetesb vai realizar novas coletas em diversos pontos do litoral paulista, especialmente nas áreas em que há cultivo de ostras e mexilhões.
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Trilha da Leitura no Sitio Lama Mole e da Mata
No dias 20, 27 e 28 as crianças da Escola Nativa Fernandes, Sertão da Quina, realizaram uma trilha nas propriedades rurais do Sitio Lama Mole - Araribá e Sitio da Mata (Seu Miguel) Sertão da Quina como parte do aprimoramento de vivencia ambiental do projeto Trilha da Leitura implantada por aquela escola. No total foram quatro salas de aulas que aproveitaram a experiência da PROMATA na interpretação didático/pedagógica em ambiente natural. As crianças puderam tocar no solo, nas árvores, ouvir os sons da floresta, sentir e conhecer os aromas de frutas, flores e folhas da floresta e da roça. Foram tratadas questões
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como composição do solo, formação da floresta, água limpa, mata ciliar, poluição, lixo, moradores locais, erosão e principalmente observação de aves, foco principal do aprendizado e na proteção e manutenção de um ambiente limpo e sadio. No meio da trilha um grupo foi surpreendido por um Surucuá-de-barriga-amarela macho (Trogon rufus) - bela ave de nossa mata – responsável pelo alvoroço entre os alunos. No Sítio da Mata as crianças puderam observar os três estágios de uso e ocupação de solo - pousio, tocar em frutas e conhecer outras tantas. No caminho a questão mais preocupante – o lixo – que estava jogado a margem do acesso próximo ao rio. Lá, no sitio, puderam ver um lago
de água limpa com peixes sadios dentro, sentir o cheiro da folha da mexerica da mata Atlântica, conhecer um pé de Palmito Juçara adulto e juvenil (Euterpe edulis), também chamado pelos caiçaras de “Guiçara”. Conheceram a planta (flecha Ubá) a qual originou o nome de Ubatuba. Erosão, solo sadio e roça caiçara também foram temas de conversas com os alunos. Puderam observar através de binóculos e fazer um registro fotográfico com uma câmera profissional. O empenho em aprender e a curiosidade das crianças surpreenderam a equipe. Ao final seu Miguel recebeu um grande abraço coletivo e pousou para fotos com as crianças que agradeceram a rica oportunidade.
Prefeito inaugura laboratório de informática no Sertão da Quina
No último dia 20, o prefeito Mauricio Moromizato (PT) inaugurou mais um laboratório de informática na região. Na semana anterior havia inaugurado o laboratório da escola municipal Virginia Lefévre na Maranduba. Com este evento a prefeitura inaugura o nono laboratório aberto à comunidade e outros seis estão em andamento, informa a prefeitura. A sala funciona na escola Nativa Fernandes de Faria e conta com 16 computadores. “Uma das grandes marcas de nosso governo é a da tecnologia, da inovação e do investimento na modernização em várias esferas. Somos uma das poucas cidades que possui uma Secretaria Municipal de Tecnologia da Informação e esse é um esforço contínuo”, enfatiza o prefeito Mauricio. Aparelho social Na fala, o prefeito diz que “o melhor aparelho social é a escola, que a comunidade deve
utilizar o espaço, que o laboratório de informática deve ser utilizado também por pais de alunos”. O prefeito elogia ainda a unidade dizendo que é a escola (Nativa) a mais avançada em contraturno - período integral. Segundo Moromizato “os alunos da instituição contam com merenda de qualidade, funcionários acolhedores e 145 jovens praticam diferentes atividades de contraturno escolar, que os mantém por mais tempo na escola: natação, basquete, jiu jitsu, futebol, além de arte e dança”. Apresentação Antes, porém, as crianças se apresentaram ao público e as autoridades. Dois grupos de danças abrilhantaram o evento e agradaram a todos. Foi um festival de flashes e braços à frente do púbico na tentativa de registrar o melhor ângulo dos filhos que ali se apresentavam. Ao final foi servido um caldinho de inverno, todos saíram satisfeitos.
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Pescadores da Lagoinha se surpreendem com cardumes de tainhas “Há tempos não se via uma fartura dessas”, comentam pescadores
No último dia 15 de junho, na praia da Lagoinha um grupo de pescadores artesanais locais tirou a sorte grande. Estes profissionais da pesca sustentável conseguiram pescar mais de uma tonelada de tainha. O grupo precisou solicitar um barco extra para não perder peixe ou ver a canoa afundar devido à quantidade de pescados. A notícia logo se espalhou e quem estava curtindo a praia, trabalhando na redondeza ou apenas de passagem logo tratou de registrar a imagem e posta-las nas redes sociais. O efeito foi imediato e independente do preço muitos correram para comprar as tainhas, de preferência com “óvas” para matar a saudade dos velhos tempos ou mesmo na simples busca de algo fresco e saudável para se alimentar. As informações locais afirmam que o município de Ubatuba também foi escolhido pela espécie para abastecer as famílias e o comércio numa das melhores safras dos últimos 20 anos.
Muitos se lembram dos grandes cardumes que eram pescados na época em que não havia poluição, avanço de residências de veraneio em áreas sensíveis a pesca, rios que seguiam seu curso natural até o mar sem servir de rede de esgoto, ausência de grandes redes de barcos-empresa. Na época cada um que ajudava recebia um quinhão e ainda sobrava peixe para levar aos compadres e as comadres, que “consertavam”, “lanhavam”, “escalavam” e depois “sargavam” o peixe para resguardar as épocas de cria e engorda das espécies. Pelo que se viu não foram só os pescadores que festejaram com esta safra de tainha, mas toda uma cadeia de negócios gastronômicos, comerciais e culturais que depende do pescador artesanal, que mesmo discriminado, tratado como bandido e desvalorizado continua a escrever a história do litoral paulista de forma resistente, dolorosa e silenciosa. E agora que tal uma tainha assada na brasa?
Fotos: Domingos Sérgio
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STF resgata respeito à função social da terra Em uma decisão inédita no país o Supremo Tribunal Federal – STF decidiu em favor da valorização de áreas de preservação igual à área economicamente utilizável em caso de desapropriação dentro de propriedades particulares. A decisão foi publicada no site Ambiente Legal que trata sobre legislação, meio ambiente e sustentabilidade. Seu autor, Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado especialista em direito ambiental e militante no assunto diz que a decisão restaura a harmonia entre direitos constitucionais. A decisão foi sobre um recurso extraordinário originado em São Paulo que trata de Ação de desapropriação indireta - Reserva Florestal Serra do Mar, analisado pelo Ministro do STF Teori Zavascki. Limitações institucionais impostas Parte da decisão descreve que “incumbe ao Poder Público o dever constitucional de proteger a flora e de adotar as necessárias medidas que visem a coibir práticas lesivas ao equilíbrio ambiental. Esse encargo, contudo, não exonera o Estado da obrigação de indenizar os proprietários cujos imóveis venham a ser afetados, em sua potencialidade econômica, pelas limitações impostas pela Administração Pública.” Função social Já no subtítulo do texto, Pinheiro em poucas palavras explica tudo: “Tudo por dinheiro, nada pela função social…”. É descrito o artigo 186 da Carta, que determina que a função social da propriedade rural é cumprida quando ela atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se-
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guintes requisitos: I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. O especialista explica que o potencial econômico de uma propriedade rural aponta também para a existência de uma área de preservação, sem a qual o valor da propriedade como um todo não existiria. Portanto, a funcionalidade social da propriedade exige que a área de preservação seja também valorada com igual ou maior valor, tendo em vista o potencial econômico da área preservada. É mais fácil dizer não, não e não Na pratica não é o que vem acontecendo, diz o especialista, “o crescente oficialismo, agravado pelo discurso biocentrista, abandonou o preceito constitucional. Substituiu a norma pela retórica de negação de valor econômico à área preservada”. Enfatiza ainda que “o alvo de toda a hipocrisia jurisprudencialmente construída não era a defesa ambiental – sempre foi a busca por uma solução financeira vantajosa ao Estado. Era preciso resolver os problemas
com desapropriação por utilidade pública e indenização, decorrentes da mal planejada, mal preparada e mal executada regularização fundiária de unidades de conservação… Brasil afora, nos últimos trinta anos”, reitera o advogado. O Poder Público antes negava valor econômico às áreas preservadas e as reservas legais, como se estas não compusessem a propriedade a ser desapropriada – tudo para obter injusta vantagem financeira nos processos expropriatórios. Ciclos Isso criava um ciclo vicioso – o coitado do proprietário era punido com a desvalorização da área preservada, ao qual tinha que preservar por força de lei, ao qual também ficava com o prejuízo por cumprir a função social da terra. “Isso resultou em um ciclo vicioso de restrição-desvalorização-fraude-corrupção e, então, maior restrição… favorecendo um comportamento perverso da ecoburocracia”, afirma Pinheiro Pedro em sua publicação finalizando em partes que até que enfim “o STF pôs os pingos nos is…” * * * Antonio Fernando Pinheiro Pedro é advogado (USP), jornalista e consultor ambiental. Sócio diretor do escritório Pinheiro Pedro Advogados. Integrante do Green Economy Task Force da Câmara de Comércio Internacional, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros – IAB e da Comissão Nacional de Direito Ambiental do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB. É Editor-Chefe do Portal Ambiente Legal e responsável pelo blog The Eagle View. Fonte:www.ambientelegal.com.br
Novo helicóptero da Polícia Ambiental sobrevoa região
Na última quinzena de junho, moradores da região puderam observar o sobrevôo de um helicóptero com o brasão da Polícia Militar Ambiental-SP no reconhecimento de áreas ambientais sensíveis desta parte do município. Trata-se de um Agusta Westland AW109 Grand New – primeiro helicóptero biturbina do Estado - cuja aquisição custou R$ 21,6 milhões pagos pela Secretaria de Meio Ambiente estadual por intermédio da Fundação Florestal do Estado de São Paulo mediante empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), através de licitação internacional. Seu objetivo será atender todas as áreas das unidades de conservação terrestres e marinhas do Programa Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica Missão O helicóptero - agora parte do Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe) da Policia Militar-SP - foi fabricado na Itália, tem capacidade para percorrer grandes extensões territoriais em menos tempo, o que ajuda a identificar danos ambientais mais rapidamente e aumenta o tempo de resposta para coibir infrações.Entre outras missões,
a aeronave irá apoiar ações de voltadas à prevenção e repressão aos danos ambientais, como desmatamentos, queimadas, caça ilegal, extração de produtos florestais, monitoramento de unidades de conservação marinha, proteção de recursos hídricos. A aquisição também reforçará a segurança mobilizando cerca de 3 mil policiais militares em 16 municípios do litoral norte e sul do estado. Monitoramento Serão realizadas 50 horas mensais de sobrevôos de reconhecimento e monitoramento nestas unidades de conservação, coletando informações através de registros fotográficos, posicionamento e identificação de possíveis irregularidades. O objetivo é subsidiar o mapeamento e o planejamento das operações de fiscalização em terra. O monitoramento permitirá identificar mais rapidamente áreas de pressão de ocupação irregular junto às unidades de conservação da Serra do Mar, além de apoiar em situações de emergência e calamidade pública, que requerem informações em curto espaço de tempo para tomadas de decisão. Fonte: tecnodefesa.com.br/pilotopolicial.com.br
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Festa junina na escola Nativa
No último dia 11, a escola municipal Nativa Fernandes de Faria realizou uma grande festa junina a pais, alunos e comunidade em geral. O evento juntou esforços de professores, direção, funcionários e colaboradores. A rua, em frente a escola, ficou lotada. De tão bom e para que todos pudessem se deliciar com os quitutes ser-
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vidos, a fila para aquisição de fichas virava o quarteirão. As crianças novamente deram o ar da graça se apresentando na quadra da escola. Foi uma noite de muito frio e quem se deu bem foi o quentão e vinho quente sem álcool. Houve ainda sorteios de prêmios e brindes e um palco para uma boa música ao vivo.
Comunidade participa da tradicional coroação de Nossa Senhora
No último dia 31 de maio, a comunidade católica do Sertão da Quina e convidados realizaram na capela local a tradicional coroação de Nossa Senhora. É um evento realizado em todo território nacional sendo tradição dos devotos finalizar o mês de maio com esta cerimônia. A Coroação da Mãe de Deus é uma solenidade que objetiva saudar, louvar e honrar a Virgem Maria, reconhecendo a Sua Maternidade Divina e sua Maternidade Espiritual da humanidade. Para os fiéis reconhecê-la como rainha é dar um lugar de destaque à humanidade daquela mu-
lher que enveredou por um caminho desconhecido simplesmente pelo puro amor a Deus. Solenidade Tradicionalmente esta solenidade deve se revestir da maior pompa, respeito e profundo fervor espiritual, visando deixar evidente a devoção sincera da Comunidade Eclesial e a grandeza do amor de seus membros, que será traduzido pela intensidade do carinho e do maior interesse que puderem demonstrar durante a cerimônia. É comum paroquianos e visitantes se emocionarem no decorrer da solenidade.
Infância Missionária De um modo geral, é papel das crianças darem brilho a esta festa. Neste dia o grupo da Infância e Adolescência Missionária fez a diferença e foram acompanhados pelos demais membros da comunidade. Como sempre a emoção tomou conta do lugar e ninguém deixou de manifestar sua fé e devoção a Mãe de Deus naquele momento. Foram semanas de ensaio e preparação. Enfeites, cantos, encenação, flores, vestimentas, espaços, tudo preparado para um momento ímpar de devoção, momento mágico do respeito e reconhecimento da Rainha do Céu.
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Quadrilha anima “arraiá” da Cristo Rei
Separado a camisa xadrez, o chapéu de palha, a bota de inverno e muita disposição foi o que os foliões fizeram e encontraram para pular no arraial da Matriz Cristo na Maranduba. O evento aconteceu nos últimos dias 17 e 18 a partir das 18 horas. Mais do que uma festa, o evento reuniu amigos e paroquianos de toda comunidade regional. Já na chegada se notava que a dança da quadrilha seria mais animada do que o esperado. O frio colaborou para que as pessoas se reunissem para dançar. Padre Manoel – o “coroné” e Padre Daniel – o “xerife” comandaram esta grande festa. Na quadrilha todos puderam participar, um grupo havia ensaiado dias antes para que a festa ficasse mais animada, deu certo e o povo levantou poeira na noite fria. Pouca gente ficou próxima a fogueira tendo em vista o calor humano e claro das delícias que foram servidas ao público. Em frente ao palco e perto do povo os dançadores de quadrilha fizeram a alegria da noite.
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“Anariiêê! Óia a chuva meu povo!” dizia Tonhão ao microfone. Nesta noite a alegria foi contagiante, quem esteve lá que o diga. No dia 28 a equipe brilhou no encontro junino (danças e quadrilhas) dentro da 93ª Festa de São Pedro Pescador no centro da cidade. Lá o grupo fez a alegria também tomou conta dos espectadores. Caldinhos, quentão, doces e salgados de festa junina também alegram o evento
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“Anariiêê! Óia a chuva meu povo!”
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Festa de São Pedro Pescador é sucesso de crítica e público
Comunicação PMU Maior festa da cidade exaltou tradição, religiosidade e cultura do povo caiçara Organizada pela Fundação de Arte e Cultura da Prefeitura de Ubatuba, a 93ª Festa de São Pedro Pescador terminou na noite da última quarta-feira (29/6), dia do santo padroeiro dos pescadores, na região central da cidade. A procissão terrestre, a procissão marítima e a missa campal reuniram centenas de pessoas em celebrações que mais uma vez emocionaram os presentes. A banda Conversão abriu a parte musical do dia de encerramento da maior festa do município, seguida do grupo Cantamar e do Trio Virgulino. O evento começou na última sexta-feira (24/6) e contou com uma programação que exaltou a tradição do povo ubatubense e incluiu
diferentes apresentações de ritmos da cultura brasileira, quilombola e caiçara. Outra atração que marcou presença na área da festa foi a Vila Caiçara, espaço dedicado a reproduzir a estética e os costumes da população local, com estrutura de pau-a-pique, imagens de santos nas paredes, remos no quintal, fogão à lenha para torrar o amendoim e esquentar a água do café, adoçado com caldo de cana. A barraca da tainha foi um sucesso e quem pilotou as grelhas foram os pescadores e colaboradores da Colônia Z 10. As atrações musicais sempre são destaque na Festa de São Pedro Pescador e atraem milhares de pessoas para a Praça de Eventos. Neste ano, o line up seguiu eclético e mesclou apresentações de bandas locais com bandas de fora. Ao fim do evento, ficou clara
a satisfação dos presentes e não foram poucos os elogios aos seis dias de festa. Festa de São Pedro Pescador A comemoração ao santo padroeiro de Ubatuba começou no dia 29 de junho de 1923, quando o padre caiçara Francisco dos Passos, com a ajuda de pescadores, celebrou uma missa em um altar improvisado de canoas. Desde então, o festejo e a fé fazem parte da identidade cultural do povo ubatubense. Em 2016, a festa chega à sua 93ª edição e mantém vivas as tradições e costumes do povo local. A maior festa da cidade é organizada pela Fundação de Arte Cultura da Prefeitura de Ubatuba, em parceria com a Colônia Z10 de Pescadores e a Paróquia Exaltação da Santa Cruz. O patrocínio é da Petrobras e do Governo Federal.
Professores realizam Turismo Pedagógico com a PROMATA
No último dia 13, professores e funcionários da escola Nativa Fernandes de Faria realizam um trajeto pedagógico no Sitio Lama Mole no Araribá. A saída faz parte do processo de envolvimento de professores com o projeto Trilha da Leitura que a escola realiza com os alunos. Para que os alunos se sintam calçados de conhecimento de campo e vivencia a PROMATA propôs uma visita “in loco” para que os profissionais da educação possam vivenciar o aprendizado dentro de uma propriedade rural e seu entorno, além de afinar o conhecimento sobre observação de aves, gastronomia local e
meio ambiente aplicável em sala de aula. Foi um dia de muita responsabilidade já que se trata de um ponto de partida para busca de melhores entendimentos a aplicação pedagógica. Por outro lado foi uma oportunidade de professores conhecerem um pouco do potencial que a região oferece como sala de aula fora dos muros da escola. A visita foi proveitosa e ao final foi servido um café caiçara, de onde também foi possível tirar idéias de aulas sobre matemática, geografia, ciências, história e cultura local, por exemplo.
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Quilombola recebe professores e alunos da Universidade Federal de São Paulo
Dentro do Festival da Mata Atlântica em Ubatuba, professores e alunos da UNIFESP- Universidade Federal de São Paulo - foram recebidos pelo quilombola-caiçara Domingos Crispim do Saco das Bananas no quilombo da Caçandoca. O morador abriu as portas de sua residência para o projeto “Práticas Pedagógicas em Ecossistemas Costeiros” realizado nos primeiros dias de junho. O projeto é parte integrante de extensão universitária com alunos do curso de Ciências-Licenciatura da UNIFESP, campus Diadema. Todo trabalho refere-se ao desenvolvimento de material didático para ensino de ciências a alunos de ensino fundamental e médio, com foco em conceitos relacionados a ecossistemas costeiros - mata Atlântica, mar, costão rochoso, rios, entre outros. O projeto foi coordenado pelos professores doutores Camilo de Lellis Santos, Fábio Raposo do Amaral, Ilana Fichberg, Michelle Manfrini e Ana Paula Dornellas. Embora seja uma atividade pedagógica a equipe se deslumbrou com a beleza, a hospitalidade local e o potencial para produção de material didático-pedagógico. Um pequeno laboratório foi montado para as atividades que foram divididas em pré e pós-saída campo. Aldeia Ywyty Guaçú Após o desembarque no Rio Maranduba a equipe se dirigiu a Aldeia Ywytú Guaçú para uma conversa com o jovem professor Awa Kiririndju - Cristiano de Lima, responsável pela escola E.E.I. Profª Penha Mitãngwe Nimboea - Aldeia Renascer. Kiririndju é formado em pedagogia pela Universidade de São Paulo-USP e é conhecido por sua dedicação em resgatar a didática educacional indígena. Responsável por colaborar em
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Domingos - de pé, quilombola dedicado e concentrado na aproximação do desembarque
Cacique Awa (direita) nas boas vindas
vários trabalhos de aprendizagem e implantação pedagógica na cultura indígena, também por receber parceiros interessados que possam colaborar na manutenção e desenvolvimento de metodologias que não fujam do foco no atendimento pedagógico a sua vivencia cultural e educacional. Bem recebidos pelo cacique Awa e pelo professor Kiririndju, várias informações sobre o processo de aprendizagem indígena foi disponibilizado conforme surgiam as perguntas, o professor apresentou alguns modelos de materiais didáticos impressos e publicados além de projetos em andamento. Na realidade os especialistas fizeram uma roda de perguntas tendo em vista a tentativa de entendimento especifico no tocante ao como proceder para a capacitação de professor sobre a temática indígena na universidade. Vale lembrar que desde 1988 a Constituição Federal assegu-
Professor Kiririndju, dedicão exclusiva, modelo a ser observado
rou a nação indígena o direito à educação, inclusive diretrizes especificas da Educação Escolar Indígena. Na oportunidade o professor também apresentou o espaço físico da escola à equipe, pelo menos uma “espiadinha” discreta pode ser realizada numa aula em andamento. Ao final foram apresentados ao artesanato da aldeia que causou “certo alvoroço” na equipe tendo em vista a importância e beleza do trabalho apresentado. Na despedida os agradecimentos e a intenção de manterem-se em contato para futuras parcerias. Professores e alunos se articulam para colaborar com a equipe educacional da aldeia a fim de realizar pesquisa científica no desenvolvimento de projetos de Trabalho de Conclusão de Curso e mestrado acadêmico no programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PECMA-UNIFESP).
Almoço no Corcovado e Oficina no Aquário de Ubatuba
A PROMATA ofereceu um almoço típico regional no Sitio do Corcovado. Na visita uma conversa informal foi tratada sobre os trabalhos da associação, observação de aves, cultura local e um pouco de meio ambiente com gente dentro. Com o cronograma apertado após a foto oficial do encontro no sítio, a equipe se dirigiu ao Itaguá para uma atividade com alunos da E.E. Profa. Sueli Aparecida Figueira dos Santos no Aquário de Ubatuba. Ainda satisfeitos com toda comilança caiçara proporcionada pelo pela PROMATA, a equipe de professores e os alunos do curso de Ciências-Licenciatura da Unifesp instalou 3 módulos didáticos para ensinar ciências aos alunos de Ubatuba. Os projetos visam utilizar temas da costa do Estado de São Paulo para motivar, engajar e ensinar os alunos de escolas públicas de Ubatuba. Nessas oficinas os estudantes aprenderam sobre a “Física do Surf”, “Seleção Natural em Ecossistemas Costeiros” e “Sistemática com Conchinhas da Praia”. Materiais simples, conceitos elaborados e idéias inovadoras proporcionaram às crianças um momento rico de aprendizagem nas dependências do Aquário de Ubatuba, graças ao acolhimento da coordenadora de Educação, Flávia Brito. Toda experiência foi de grande
Do campo ao laboratório, mais que uma experiencia, um aprendizado pra toda vida
valia pois o Saco das Bananas é uma região pouco conhecida do ponto de vista científico e o reconhecimento por uma equipe de professores especialistas em aves, peixes e moluscos, facilita a elaboração de projetos que permite divulgação científica e conservação da biodiversidade. A partilha de experiência com as comunidades caiçaras de Ubatuba contribui para o estreitamento das relações dos sistemas educacionais da cidade com a Universidade Federal de São Paulo. Toda essa experiência somente pode ser realizada com a ajuda de parceiros que merecem os sinceros agradecimentos de toda equipe, sobretudo a PROMATA, Pizzaria Tortilhão, assessoria vereador Reginaldo de Matos, cacique Awa, professor Awa Kiririndju, Quilombo Caçandoca, Domingos Crispim, marinheiro Alex Soares, pescador Sr. Luciano, Rosalia Luiza, Marlene Amorim e Valter Pereira (Valtera).
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“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 27
Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.
Ezequiel dos Santos “Lendas & Outras Histórias - Seu Filhinho. A partir da pagina 106 deste livro o autor – Washington de Oliveira – decide contar algumas narrativas ao qual pouco se fala sobre o inicio do presídio, como dizem os mais velhos – “Com que diabos foram fazer o presídio naquele lugar?“. Essa seria talvez a pergunta que poucos fazem e que, para nosso melhor conhecimento, de uma forma ou outra, o autor relata o que sabe. Ele começa sua narrativa descrevendo da fartura que ali existia, que a roça e a pesca provia de quase tudo a aquele povo simples que lá habitava. Que o local possuía um número razoável de moradores para o funcionamento de uma escola de “primeiras letras” a
alunos do sexo masculino. Lembra o autor que na época o responsável pela turma era o professor Antonio Ribeiro da Neves. Com a intenção de instalar um presídio numa ilha, o governo do estado empreende estudos em várias delas no litoral paulista. Em princípio se visualizou a Ilha dos Búzios do município de Ilhabela. Nessa o Dr. José Cardozo de Almeida, na época secretario estadual da Justiça e da Segurança Pública, resolveu ir para ver de perto as condições da ilha. Acostumados a estradas e vida mansa, mal sabiam eles o que era o mar. Encapelado o mar, a comitiva se viu em apuros de tão “grosso” que estava o oceano aquele dia, com isso a indisposição dos passageiros foi aumentando e o barco teve que tomar outro
Fotos: Acervo pessoal Paulo Viana
rumo e passando de frente ao canal da Ilha dos Porcos adentrou a baía das Palmas, aportando de foram segura os enjoados da cidade e sua comitiva. Com a tranquilidade voltando ao normal, o secretario Almeida não pensou duas vezes, pisou na ilha e declarou que aquele lugar paca-
to de vida simples teria que mudar para sempre – seria ali construída a então colônia correcional. Contrariados e insatisfeitos os caiçaras se viram encurralados tendo que deixar sua vida por conta da declaração de utilidade pública a ilha imposta pelo governo só porque alguns da comitiva passaram
mal e não quiseram mais saber de navegar. Alguns moradores foram indenizados. Alguns rumaram para as praias próximas como a Enseada e o Pereque-mirim, dentre eles encontram-se as famílias Cabral, Graça, Góis, Barbara, Pinho e outros que não foram lembrados pelo autor.
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Aves da nossa rica Mata Atlântica: João-de-barro
Considerado amigo de todos esta ave cientificamente é conhecida por Furnarius rufus (do latim Furnarius=padaria, forno de padaria; rufus= vermelho), então ave vermelha construtora de fornos. Esta ave é sem dúvida mais conhecida pelo modelo de casa que constrói. Responsável por uma lenda muito bela e várias canções amor, companheirismo e até mesmo de construção conjunta, seu nome figurou até em publicidade de bioconstrução. O João-de-barro ficou popularmente conhecido através da observação de campo por músicos, compositores, escritores, poetas e cantores sertanejos, uma delas nas vozes de Tonico e Tinoco cuja melodia leva seu nome e o compara ao amor trágico de uma vida a dois.
Mais sustentável impossível Sem duvida a característica marcante desta ave é sua capacidade construtiva. Trabalhador e inteligente ele é conhecido por erguer uma obra sustentável - nos moldes das antigas residências regionais - o João-de-barro possui grande habilidade de manipular o barro, de onde é dado seu nome. Basicamente ele faz assim: utiliza barro misturado a esterco, palha, pequenos galhos e deixa sua característica morada em forma de forno. Para isso o macho e a fêmea trabalham juntos em média 18 a 30 dias – dependendo das condições climáticas - para finalizar o projeto. A casa tem 30 cm de diâmetro por 5cm de espessura. O casal tem preferência por
locais abertos para fazer o ninho, como em árvores isoladas e postes de iluminação. A casa é separada em duas partes por uma divisória: a entrada, que permite ao pássaro entrar sem se abaixar e é sempre voltada para o norte, evitando que o vento e a chuva entrem no interior do ninho, a outra parte o interior do ninho. Por fora o ninho mostra as camadas de barro manipuladas pelas aves, uma característica construtiva que faz com que as chuvas escoem sem danificar ou entrar no interior do abrigo. Canção festiva Para nossa sorte o João-de-barro é uma das aves de mais fácil observação nos locais onde ocorre, pois além de não se afastar muito de seu território não é nem
um pouco arisca, deixando o observador chegar a poucos metros de distância. Quando não está empoleirada desce ao solo, onde passa boa parte de seu tempo caminhando de modo bem típico, alternando pequenas corridas com intervalos nos quais anda mais devagar. Com um canto que mais se assemelha a uma gargalhada, sua vocalização é alta e forte, possui sequência rítmica prolongada como uma canção festiva, crescente e decrescente, é cantada pelo casal nas horas mais quentes e claras do dia. Seu porte gira em torno dos 18 a 20 centímetros de comprimento com peso aproximado em 50 gramas. Seu dorso é inteiramente marrom avermelhado (por isso o epí-
Foto: Aguinaldo José/PROMATA
teto específico rufus). Apresenta uma bela e suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. O João-de-barro come insetos, larvas, aranhas, opiliões, moluscos e, ocasionalmente, sementes. A fêmea põe de três a quatro ovos a partir de setembro. A gestação dura de 14 a 18 dias. Os filhotes são alimentados por um período de 23 a 26 dias. Depois, estão prontos para voar e se você e sua família colaborar quem sabe ele colocará em pratica seus dotes arquitetônicos e musicais. * * * Fonte: Wikiaves, IBAMA, Coaves, Ubatubabirds, Promata, passarossilvestres.com, passarinhar.com, ebc.com.br
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De mala e cuia rumo a terra “de los hermanos” O jovem caiçara Wesley Virmondes da Silva, 28, decidiu descer as fronteiras geopolíticas da América do Sul. Saiu de Ubatuba e por 59 dias foi em visita a Argentina e o Uruguai. Tentou ir ao Chile, mas por causa da nevasca na fronteira não seguiu adiante. Com uma idéia na cabeça e um celular na mão cumpriu seu objetivo com muito mais bagagens do que levou na mochila: um par de havaianas, uma blusa, um par de calçados, kit de higiene pessoal e umas moedas que conseguiu trocar no aeroporto. Saiu de Guarulhos para Montevidéu (ficou 4 dias), Ponta de Leste (20 dias direto), de ônibus partiu pra Argentina ate Colônia, depois da balsa enfim Buenos Aires, seguida Rosário (8 dias), Córdoba (4 dias) e Vicunha Mackenna (2 dias). Conta que no Uruguai ficou num hostel onde pagou três dias de estadia e os outros 16 trocou por serviços. Lá ainda registrou boas imagens pra contar aos amigos e a família. Uma delas foi à visita a um píer e mercado de peixe onde pode estar a poucos metros de um lobo marinho. Também a visita a uma capela com chão de conchas onde as pessoas fixam placas em agradecimento as graças alcançadas. Uma mão gigante enterrada em partes numa praia também chamou a atenção do caiçara. Lá por volta das 16 horas as pessoas já ascendem a lareira porque além de ser muito frio o local é úmido. O comércio não abre cedo, o frio lá é rigoroso e muita gente cobre o rosto com um pano para não terem seu nariz congelado. Fez amigos e acabou achando um anjo na sua vida - uma
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senhora – que o tratou quando estava com uma gripe forte, hospitaleira o convidou para jantar, deu remédio e ainda recebeu uma blusa quente para continuar a caminhada, em troca ele ofereceu os terços de “capiá” que sua avó produz. Numa conversa mais aconchegante Wesley mostrou as fotos das plantas e das criações da avó ao qual a incentivou, quando puder, visitar os avós do viajante e conhecer o Sertão da Quina. Ao todo foram bem aproveitados, o jovem pode registrar monumentos históricos, culturais e patrimônios, prédios, estádios, marinas e igrejas
centenárias, além de experimentar uma estilo de vida bem diferente da brasileira. “Na Argentina parecia que estava em meio a aqueles caiçaras velhos, eles falavam rápido e alto, difícil de entender”, comenta. “Quem reclama do Brasil deveria sair um pouco e ver como é a vida em outros lugares, temos fartura por aqui e por um preço que ainda podemos pagar”, finaliza Wesley rindo da sua própria condição dizendo que perdeu 7 quilos nessa caminhada e que nas fotos sua “cara” parecia um pão de forma, além de voltar mais branco porque lá não tomava sol.
Projeto Fazendinha Brincar e Educar levado a sério
Pouca gente sabe, mas está em funcionamento o Projeto Fazendinha Brincar e Educar que atende pessoas com deficiência da região. O trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar composta de especialistas voluntários tais como: Nutricionista, Fisioterapeuta, Educador Físico, Fonoaudiólogo, Massoterapeuta, Terapeuta Holística, Psicólogo, Auxiliar de Enfermagem, Mestre em Jiu-Jitsu e pelo menos uma vez por mês a presença de dentista, otorrino e oftalmologista. Os organizadores comentam que a iniciativa se deu por conta dificuldade que estas pessoas e suas famílias possuem na obtenção de acompanhamento especifico, quando acham é sempre longe e em horários incompatíveis com a realidade local. O trabalho era realizado em parceria com o colégio Áurea Moreira Rachou através do Programa Escola da Família e que agora tudo indica que poderá acontecer na escola municipal Nativa Fernandes de Faria no mesmo bairro. Pensando na qualidade de vida e na dignidade da pessoa humana destas pessoas, organizadores comentam que “é sim dever da família, da sociedade e do Estado assegurar á criança e ao adolescente,
com absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-la a salvo de toda forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. A equipe reitera explicando que pela Lei todos deveriam estar amparados, mas a realidade é outra, que as diferenças as levam a ser esquecidas pela sociedade. A equipe informa que precisam de colaboração e ajuda para continuar os trabalhos, que não são poucos. Contatos pelo fone 12- 99674-4090 projeto Fazendinha Brincar e Educar. Sua contribuição será bem vinda e para as crianças fará a diferença.
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2ª Peregrinação Caminhando com Anchieta passa pela região
Coluna da Adelina Fernandes
Fotos: NARA RUIZ
Amores curtos são do inverno. Amores longos são do verão. Iniciar romance no inverno é barbada. Nem deve contar pontos. É quando a vida pede mesmo um abrigo antiáereo, o corpo receberá camadas ostensivas de roupa, o tempo fecha e intimida baladas, tudo favorece uma companhia constante para o chocolate, a pipoca e a televisão. A testosterona diminui com o frio - natural os homens se renderem às mãos dadas nos passeios e aos relacionamentos sérios no Facebook. No inverno, amor é oportunismo. As festas estão em baixa temporada, os lobos se aquietam dentro da alma dos cachorros. De interação, o máximo que acontece são jantares e viagens com casais amigos. Nenhum marmanjo deseja ser excluído por falta de parceira. É o momento ideal para engordar, reduzir as exigências estéticas e ter uma confidente para perdoar e partilhar os excessos. O grande exame amoroso realmente é no verão. A partir de dezembro, abrem-se as inscrições ao disputado concurso público do coração, ao concorrido vestibular dos apaixonados. Homem tem dificuldade de se apaixonar no ápice do calor. Ninguém em sã consciência pretende se envolver neste período. Ninguém tenciona
sacrificar as inúmeras opções do baralho com uma arriscada cartada. Ele guarda a noção de que é burrice namorar na alta temporada, não há cabimento deixar a pescaria no meio da piracema. Parte da convicção de que, com uma única pessoa, jogará fora toda a dedicação na academia nos últimos meses para recuperar a forma. Lançará ao mar as latas de suplementos e de proteínas que gastou para repor os bíceps. A regra é não se prender e jamais inspirar uma sequência de encontros. Vale uma noite com alguém, e apenas uma noite. Duas seguidas já sugerem um caso, três correspondem a um rolo. Homem enxerga o verão como desforra, suas 1001 noites de solteiro. Prefere ficar numa festa, azarar e recomeçar do zero. Não ambiciona compromisso. Ele economizou no ano para gastar agora. Procura expor sua forma física, olhar as ou-
tras, beber até entortar, não ser controlado em horários, muito menos derrapar em seu próprio ciúme. Praia e férias são sinônimos de desprendimento: não se incomodar e não ser incomodado, dormir até tarde, não sofrer as ressacas das discussões de relacionamento. Portanto, se um homem começa namoro no verão é que ele enlouqueceu por você. Está de quatro, acabado, derrubado. Significa uma imolação sentimental, uma autoflagelação. É totalmente contra seu código de ética e postura. É capaz de perder sua cadeira parlamentar na areia, sofrer CPI dos comparsas do trago. Oficializar a relação no período requer firmeza de caráter. Ele enfrentará a gozação dos colegas, vai se isolar no circuito das festas mais quentes, fechará suas redes sociais para cortejá-la. Não é pouca coisa para a tacanha mentalidade masculina. É como um atleta renunciando uma vaga na equipe olímpica do Amor. Terá que aguardar doze meses para reaver nova chance. Não se ama impunemente em janeiro e fevereiro. É quase como casar. Quase. * * * Fonte: http://carpinejar.blogspot.com.br/2013/01/amores-curtos-sao-do-inverno-amores.html
No último dia 25, os peregrinos do projeto Caminhando com Anchieta passaram pela região para um lanche e almoço, também para as orações e terço, a noite um caldinho e um merecido descanso. O grupo partiu havia partido da praia Martim de Sá em Caraguatatuba e a pé alcançaram a Capela Santa Cruz, Maranduba, depois a Capela Nossa Senhora das Graças, Sertão da Quina. Todo percurso durou três dias (23 a 26) com saída da Capela Nossa senhora d’Ajuda em Ilhabela e término na Exaltação a Santa
Cruz no Centro de Ubatuba. Para os fiéis que acompanham o trajeto a caminha é mais que turismo pelas belas paisagens e comunidades do litoral norte paulista, trata de uma expressão de fé a São José de Anchieta, que segundo a história do Brasil, andou por estas areias e onde em Ubatuba escreveu o célebre Poema a Virgem. A caminhada contou com apoio das quatro cidades do litoral e dos fiéis das diversas paróquias em todo trajeto. Quem participou conta que valeu a pena, que foi uma experiência única.