entrevistapanorâmica ANOII - #06 - MAI 12
06! número
APOIO: DIÁRIO DO TURISMO www.diariodoturismo.com.br
editorial
HOTEL, VISTO, OPERADORA E DESTINO: Preço das diárias, liberação de visto para os EUA, franquia de marca e Aruba como destino de eventos, esse caleidoscópio de temas e assuntos é apresentado nesta sexta edição do Entrevista Panorâmica. Quatro impressões do turismo corporativo feitas por pessoas tarimbadas em suas especialidades. Cada uma delas fala de um plano particular: investimentos em hotelaria com Roland Bonadona, diretor geral da rede Accor para o Brasil e a América Latina; política da reciprocidade com os Estados Unidos, com o vice-presidente de relações internacionais da ABAV, Leonel Rossi; o crescimento do turismo de negócios e eventos em Aruba com Ana Maria Ostrower, diretora da ATA (Aruba Tourism Authority) no Brasil e os investimentos e novidades da operadora RCA com o diretor de marketing da empresa, Luiz Borges.
Bonadona em sua entrevista justifica os valores das tarifas hoteleiras de São Paulo, que segundo ele “os custos da diária hoje, comparados ao ano de 2002 acompanharam o crescimento do IPCA e do IGPM. Temos uma diária que compensa o crescimento dos custos dos investimentos”, diz. Rossi fala sobre o atual momento do mercado brasileiro: “o turismo estará quente até o fim das Olimpíadas”; analisa os gastos dos brasileiros no exterior de forma positiva – “Isso demonstra que o brasileiro está ganhando mais dinheiro, que a economia do país está bem e que as pessoas estão aproveitando para viajar”, explica. Ana Maria garante que Aruba é um destino que oferece inúmeras possibilidades para viagens corporativas e este ano a tendência é um crescimento em torno de 15%. “Recebemos 22 mil brasileiros em 2011 esse ano esperamos chegar aos 28, 30 mil, sendo que destes 15% é um público corporativo” Borges na última entrevista desta edição, demonstra que colocou em prática sua experiência de quase 20 anos no trade turístico, iniciando a implantação de franquias e novas filiais no mercado brasileiro. "Esse projeto de franquias já encerrou a primeira fase que é a de estudos, de desenho e mapeamento das cidades do Brasil, onde a RCA deverá ter um melhor desempenho”, diz.
Paulo R. von Atzingen Editor
UM CALEIDOSCÓPIO CHAMADO TURISMO
[01]
ROLAND DE BONADONA DIRETOR GERAL PARA O BRASIL E AL DA REDE ACCOR
[02]
LEONEL ROSSI VICE-PRES. DE RELAÇÕES INTERN. DA ABAV NACIONAL
[03]
ANA MARIA OSTROWER DIRETORA DA A ATA (ARUBA TOURISM AUTHORITY)
[04]
LUIS BORGES, DIRETOR DE MARKETING E VENDAS DA RCA OPERADORA
nesta 06 ! número edição ENTREVISTA PANORÂMICA É UMA EDIÇÃO DO DIÁRIO DO TURISMO (TEXTOS); MARCA DESIGN (DIAGRAMAÇÃO) E RENATO B. ECK ZORN (FOTOGRAFIAS). PARTICIPARAM DESTA EDIÇÃO: PRISCILA PARIZ (REPÓRTER) E MARIANA SOUZA (REVISORA). www.diariodoturismo.com.br www.marcadesign.com.br www.wix.com/renatoborges/zorn
O GRUPO ACCOR TEM APROXIMADAMENTE
4.400 HOTÉIS
ROLAND DE BONADONA DIRETOR GERAL PARA O BRASIL E AL DA REDE ACCOR
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UM DOS MAIORES PROPRIETÁRIOS DE IMÓVEIS HOTELEIROS NO MUNDO, COM 3,3 BILHÕES DE EUROS DE ATIVOS, O GRUPO ACCOR TEM APROXIMADAMENTE 4.400 HOTÉIS, SENDO 16% DESTES PRÓPRIOS. SEM AINDA REVELAR O BALANÇO DE 2011, SEU DIRETOR GERAL PARA A AMÉRICA LATINA E BRASIL, ROLAND DE BONADONA, FALA COM EXCLUSIVIDADE AO DIÁRIO DO TURISMO SOBRE OUTROS ASSUNTOS, ENTRE ELES A SITUAÇÃO DA PREFERÊNCIA DA ACCOR PARA O SOFITEL COPACABANA, A NOVA MARCA ADÁGIO QUE ESTÁ PRESTES A POUSAR NO BRASIL E SOBRE OS VALORES DAS TARIFAS HOTELEIRAS DE SÃO PAULO, QUE SEGUNDO O DIRETOR “OS CUSTOS DA DIÁRIA HOJE, COMPARADOS AO ANO DE 2002 ACOMPANHARAM O CRESCIMENTO DO IPCA E DO IGPM, OU SEJA TEMOS UMA DIÁRIA QUE COMPENSA O CRESCIMENTO DOS CUSTOS DOS INVESTIMENTOS”.
Diário - Como ficou a situação da preferência da Accor para o Sofitel Copacabana? Bonadona – O grupo Accor exerceu seu direito de preferência exatamente para defender o fundo de comércio que desenvolveu, ao longo de 15 anos, num ponto estratégico da cidade do Rio de Janeiro, período em que investiu R$ 35 milhões em reformas e benfeitorias no imóvel, posicionando-o como um dos melhores e mais luxuosos hotéis da capital carioca. Não tem mais contrato porque dentro do processo de recuperação judicial, a Veplan, que era proprietária, vendeu o hotel para a empresa BHG, desrespeitando o direito de preferência da Accor. A Accor pediu reconhecimento do seu direito de preferência,
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que é um direito legítimo, inclusive estava operando o hotel há mais de dez anos, nem a Veplan nem a BHG podiam ignorar isso e o tribunal reconheceu o nosso direito de preferência. Então a BHG entrou com um recurso e a Justiça vai decidir. Pelo menos o que a gente espera é que a Justiça reconheça a Accor como proprietária do hotel. No desenvolvimento dos seus negócios, o grupo Accor, em muitos casos, se torna proprietário dos imóveis, onde funcionam esses hotéis; em outros casos, apenas aluga e opera hotéis de terceiros, como era o caso da Veplan, até o exercício do direito de preferência. Em outros a Accor apenas administra hotéis de terceiros ou dá franquias para seus parceiros operarem os hotéis.
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O grupo Accor é um dos maiores proprietários de imóveis hoteleiros no mundo, com 3,3 Bilhões de euros de ativos, sendo que aproximadamente 16% do seu vasto parque hoteleiro de 4.400 hotéis é formado por hotéis 100% próprios. Dentro desta rede hoteleira, o grupo Accor, estrategicamente, realiza uma “rotação” dos ativos, em função da maturidade deles. Esses refinanciamentos dos ativos do grupo ocorrem em períodos de tempo que podem demorar muitos anos. Apenas para exemplificar, a Accor acaba de refinanciar parte dos ativos adquiridos em 2006.
com o Sofitel e Pullman até o supereconômico com o Formule-1 que agora chama Ibis Budget; só que mesmo que a gente esteja presente em mais de 800 cidades, ou seja, já temos uma presença forte, mas essa presença é maior nas cidades grandes e médias. Vamos continuar o desenvolvimento em todos os segmentos, continuar a expansão nas cidades grandes com algumas marcas novas, está entrando o Ibis Style que é a marca de hotelaria econômica para conversões de hotéis que não tem um grau de padronização, estamos entrando com a Adagio que é a marca para longa estadia, mas além de tudo vamos entrar forte nas cidades, que Em resumo, cada caso é chamamos aqui de diferente e deve ser cidades pequenas, digo analisado à luz das suas pequena porque uma peculiaridades. Há cidade de 100 mil circunstâncias em que o habitantes na França é grupo Accor tem o efetivo uma cidade bem grande. interesse em adquirir o Estamos em mais de 15 imóvel onde funciona o cidades com mais de um hotel, como foi o caso do milhão de habitantes, Sofitel Rio de Janeiro muitas cidades entre 500 Copacabana. Se mil e um milhão de eventualmente esse ativo habitantes e mais ainda participará de uma política em cidades entre 150 mil e empresarial de 200 mil habitantes onde a refinanciamento, que pode gente está crescendo com ocorrer daqui a alguns a linha Ibis Budget, com o anos, isso em nada modelo de franquia; e esse desvirtua o exercício do será um dos grandes eixos QUANDO VOCÊ OBSERVA A REDE legítimo direito de de movimento para nós HOTELEIRA TRADICIONAL, O NÚMERO DE preferência da Accor. Um nos próximos anos. E na PESSOAS QUE USAM ESSES HOTÉIS comprador/locatário, ao América que chamamos TRADICIONAIS PARA LONGA PERMANÊNCIA, adquirir determinando de América Hispânica, REPRESENTA EM TORNO DE 10 A 15% bem, através do exercício temos cinco países onde de seu direito de preferência, não fica obrigado a focamos no serviço gourmet: México, Peru, permanecer eternamente como seu proprietário. Colômbia, Chile e Argentina, e nesses países temos um “bite line” de desenvolvimento que já é bem significativo e vamos acelerar ainda continuando Quanto à marca Sofitel, a Accor esclarece que esta mais ou menos com 80% da nossa presença e do bandeira é estratégica para o grupo e que, na nosso desenvolvimento no Brasil e 20% no resto da atualidade, estão previstas 20 novas aberturas até região, investindo mais nas marcas Novotel e Ibis 2015. que são nossos carros-chefes, mas também crescendo e expandindo com as marcas Mercure, Diário - Quais são os investimentos da rede Accor Pullman e Sofitel. para os próximos anos no Brasil e na América Latina? Diário - São Paulo ocupa o décimo lugar do ranking Bonadona - Os planos são de acompanhar a das cidades mais caras do mundo. Como o senhor expansão do país, considerando também o grau de analisa as tarifas dos hotéis na cidade de São maturidade da nossa empresa, já temos presença Paulo? em todos os segmentos do mercado, desde o luxo
VAMOS ACELERAR AINDA MAIS CONTINUANDO MAIS OU MENOS COM 80% DA NOSSA PRESENÇA E DO NOSSO DESENVOLVIMENTO NO BRASIL E 20% NO RESTO DA REGIÃO, INVESTINDO MAIS NAS MARCAS NOVOTEL E IBIS QUE SÃO NOSSOS CARROS- CHEFES
Elas sinalizam hoje para os investidores que dá para retomar os investimentos da hotelaria, porque até agora podia ficar uma dúvida: se você olhar a progressão das diárias antes 2002, você vê que as diárias no Brasil caíram entre 1998 e 2002, porque teve esse desenvolvimento grande de apart-hotéis com uma super capacidade, as taxas de ocupação caíram abaixo de 50% no país inteiro, mas especialmente em São Paulo e as diárias estagnaram por vários anos, ou seja, em 2002 você tinha uma diária média que segundo o FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil) era por volta de R$ 110. Entre 2002 e 2006 essas diárias praticamente não aumentaram; em 2006 as diárias ainda estavam abaixo da diária de 2002, enquanto a inflação cresceu muito nesse período. Se você olha a diária que está sendo praticada no mercado em São Paulo hoje, comparado à diária de 2002, o crescimento da diária acompanhou exatamente o crescimento do IPCA e do IGPM, ou seja, a gente tem uma diária que compensa o crescimento dos custos também de investimento. O segundo aspecto é que hotel é infraestrutura e todo empreendimento hoteleiro é de esfera
privada e fica à mercê de algumas variantes. Tem lugares onde a gente não pode construir hotéis, por uma série de restrições da esfera pública, mesmo quando há financiamento. Às vezes um financiamento não compensa o custo de investimento da hotelaria, ou seja, o que acontece é que na perspectiva do investidor ele pode enxergar um retorno melhor em hotelaria, do que se ele deixar o dinheiro dele no banco, são outras aplicações mais interessantes, o que a gente acredita que está acontecendo agora. Em síntese, as diárias hoje permitem uma perspectiva de retorno para os novos investimentos em São Paulo (uma média de três ou quatro anos para os novos hotéis saírem, porque é o prazo para lançar e construir), mesmo assim em termos de níveis dos preços comparados é um nível que se você pegar como base 2002 simplesmente (são níveis que) acompanham a inflação. O público aqui se acostumou com diárias muito baixas e como em 2006, 2007, 2008 começaram a retomar, as pessoas não tinham uma percepção muito clara de quanto custava o investimento e a operação de um hotel.
O
TURISMO
ESTARÁ QUENTE ATÉ O FIM DAS OLIMPÍADAS
LEONEL ROSSI VICE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ABAV NACIONAL
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O VICE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ABAV NACIONAL AFIRMA QUE SERIA PRECISO MAIS VERBAS PROMOCIONAIS PARA ATRAIR A CLASSE A E AA DE ESTRANGEIROS PARA CÁ QUE PODEM PAGAR O CUSTO BRASIL. LEONEL ROSSI, VICE-PRESIDENTE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA ABAV FALA AO DIÁRIO DO TURISMO SOBRE O ATUAL MOMENTO DO MERCADO BRASILEIRO: “O TURISMO ESTARÁ QUENTE ATÉ O FIM DAS OLIMPÍADAS”; ANALISA OS GASTOS DOS BRASILEIROS NO EXTERIOR DE FORMA POSITIVA – “ISSO DEMONSTRA QUE O BRASILEIRO ESTÁ GANHANDO MAIS DINHEIRO, QUE A ECONOMIA DO PAÍS ESTÁ BEM E QUE AS PESSOAS ESTÃO APROVEITANDO PARA VIAJAR” E, POR FIM, REFLETE SOBRE O RELACIONAMENTO ENTRE BRASIL E EUA, ESTABELECIDO FORTEMENTE A PARTIR DO ENCONTRO ENTRE DILMA E OBAMA QUE OCORREU NESTE MÊS DE ABRIL, O QUE PODE RESULTAR NA FACILITAÇÃO DE ENTRADA DE BRASILEIROS NOS EUA E VICE-VERSA – “EXISTE UMA NORMA NA SECRETARIA DE ESTADO AMERICANA QUE DIZ QUE QUANDO A REJEIÇÃO DE VISTOS CHEGASSE A 3% APENAS, ELES ELIMINAM A NECESSIDADE DO VISTO, E O BRASIL HOJE ESTÁ EM 5%”. CONFIRA A SEGUIR MAIS DETALHES DA ENTREVISTA EXCLUSIVA, CONCEDIDA AO EDITOR DO DIÁRIO, JORNALISTA PAULO ATZINGEN, DURANTE A AVIESTUR, EM CAMPOS DO JORDÃO.
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Diário – Rossi, este aquecimento do mercado em relação às viagens, não seria uma bolha prestes a estourar, considerando a economia internacional? Leonel Rossi: Muitos acham que não é um problema de bolha, é um problema de oportunidade. É uma oportunidade no Brasil agora com a Copa do Mundo e as Olimpíadas e o turismo estará quente até o fim das Olimpíadas, depois eles têm u m a interrogação, não se sabe o q u e v a i acontecer, mas eu acho que nós e s t a m o s tranquilos até 2016 que o Brasil estará borbulhando na parte de turismo receptivo e isso o exportativo acompanha, é só uma idéia, mas em economia você sabe, as coisas estão verde hoje, podem ficar a m a r e l a s amanhã, e o que acontece no resto do mundo também influi diretamente aqui. Diário: Esse aquecimento das viagens internacionais tem propiciado gastos expressivos do brasileiro no exterior, como você analisa esse quadro? Leonel Rossi: Eu analiso como uma coisa muito boa. Isso demonstra que o brasileiro está ganhando mais dinheiro, que a economia do país está bem e que as pessoas estão aproveitando para viajar. Muitas deixaram de comprar sua televisão de 65
polegadas ou trocar o automóvel para viajar, e isso é muito importante inclusive culturalmente para o país, mesmo que a gente saiba que muita gente está indo para fazer compras, no que aliás fazem muito bem porque os preços são muito mais baratos, tudo isso é muito positivo, lembrando que turismo é uma avenida de duas mãos, você manda turista pra fora e recebe turista, agora isso depende de cada u m t e r a competitividade e infelizmente no Brasil por vários motivos, é um país muito caro, nós não e s t a m o s recebendo o número de turistas que deveríamos, nós estamos patinando ai nos 5 milhões há alguns anos, são vários os fatores: mas um deles, como temos esse problema do Brasil ser muito caro, nós teríamos que ter mais verbas promocionais para atrair a classe A e AA que podem pagar o custo Brasil. Diário: Como o senhor analisa essa visita da Dilma e esse relacionamento com os Estados Unidos de incrementar a vinda de americanos para o Brasil? Leonel Rossi: A questão do visto americano rola há muito tempo, eu não acredito que em curto prazo vamos eliminar os vistos, mas em médio prazo sim. Só para relembrar, existe uma norma no secretaria de Estado
Americana que diz que quando a rejeição de vistos chegasse a 3% apenas, eles eliminam a necessidade do visto, e o Brasil hoje está em 5%, mais um pouquinho e a gente chega lá. Agora, o que tem acontecido, com a crise econômica nos Estados Unidos a West Travel os hotéis, companhias aéreas, locadoras de veículos, estão pressionado o governo para liberar, porque eles querem que os brasileiros vão e gastem mais, lembrando agora que eles estão abrindo consulados em Belo Horizonte e Porto Alegre, e isso facilita demais para as pessoas desses estados tirarem os vistos. Porque um casal com dois filhos que mora em porto alegre para tirar o visto são quatro passagens de avião ida e volta, possivelmente um pernoite, e com a “possibilidade de tirar o visto”, não é certeza, então é um custo muito caro. Então a agência de viagem em porto alegre fala, olha vai pra Europa, eu tenho aqui um pacote maravilhoso e você não tem o problema do visto, o custo, então desvia.
É UMA OPORTUNIDADE NO BRASIL AGORA COM A COPA DO MUNDO E AS OLIMPÍADAS E O TURISMO ESTARÁ QUENTE ATÉ O FIM DAS OLIMPÍADAS, DEPOIS ELES TÊM UMA INTERROGAÇÃO
ARUBA
É DO CARIBE!
ANA MARIA OSTROWER DIRETORA DA A ATA (ARUBA TOURISM AUTHORITY)
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ARUBA, ESTE PARAÍSO NO CARIBE ONDE SEUS HABITANTES NATIVOS FALAM MAIS DE DOIS IDIOMAS, POSSUEM UM NÍVEL CULTURAL ELEVADO E PODEM ESTUDAR NA HOLANDA SEU PAÍS COLONIZADOR, VOLTA A SER A SENSAÇÃO DO TURISTA BRASILEIRO, COM A EXPECTATIVA DE RECEBER ESTE ANO CERCA DE 30 MIL PESSOAS ORIUNDAS DAQUI, 8% DESSAS EM VIAGEM À NEGÓCIOS. A ILHA CARIBENHA TEM NO BRASIL A ATA (ARUBA TOURISM AUTHORITY) SEU REPRESENTANTE OFICIAL. SUA DIRETORA, ANA MARIA OSTROWER, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO, AFIRMA QUE O ANO 2012 FICARÁ MARCADO PELOS EVENTOS CORPORATIVOS: “ARUBA É UM DESTINO QUE OFERECE INÚMERAS POSSIBILIDADES PARA VIAGENS CORPORATIVAS E QUEREMOS EXPLORAR ISSO DURANTE ESTE ANO”, AFIRMA. ESSA CERTEZA DE ANA SE JUSTIFICA JÁ QUE ARUBA OFERECE QUASE TANTAS RAZÕES PARA ORGANIZAR CONFERÊNCIAS E REUNIÕES QUANTO PAISAGENS DE CAIR O QUEIXO. A ILHA OFERECE LOCAIS PARA REUNIÕES QUE INCLUEM RESORTS, CENTRO DE CONVENÇÕES E LOCAÇÕES MAIS INUSITADAS COMO O PARQUE NACIONAL ARIKOK. COM MAIS DE 75 LOCAÇÕES PARA ESCOLHER, GRANDES E PEQUENAS, ARUBA É O DESTINO IDEAL PARA QUEM PLANEJA ESSES ENCONTROS. ACOMPANHE, A SEGUIR, A ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNALISTA PAULO ATZINGEN, EDITOR DO DIÁRIO.
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DIÁRIO DO TURISMO
Diário - Vocês anunciaram recentemente que vão dar mais atenção ao turismo corporativo neste ano de 2012. Quais são os indicativos para que vocês tomassem essa decisão? Ana Maria Ostrower - Primeiro porque o Brasil realmente está fazendo muitos eventos corporativos fora do próprio país, isso já é uma tendência dos dois últimos anos, então nós estamos investindo nesse mercado justamente porque Aruba tem toda uma infraestrutura, é muito bem apropriada para eventos.
Ana Maria - Em 1994 chegamos a ter quase 40 mil brasileiros na ilha. Primeiro porque era o “boom” do real, 1 por 1, todo mundo ficou louco e resolveu viajar e, em segundo lugar porque tínhamos várias companhias aéreas: a Vasp, a Air Aruba e a Aviaza. A Varig operava até Caracas. Depois, a Air Aruba foi vendida para uma companhia venezuelana que incorporou a Aserca, a Vasp parou de voar, então perdemos a Vasp e a Aviaza faliu. Com isso nós caímos de quase 40 mil para mais ou menos 3 mil brasileiros, porque só poderia se chegar até lá Diário - Quais são os tipos de eventos que Aruba por Miami ou então fazendo uma pernoite em comporta? Caracas, bastante Ana Maria - Levamos complicado. Nossa luta congressos e convenções sempre foi buscar voos. A daqui. Temos um evento primeira opção da nossa tradicional todo ano que é busca foi a Avianca, depois a Copa Aruba de Futebol é em 2004 conseguimos a de futebol de Master, de Varig com voos duas vezes veteranos, de clubes por semana para Aruba sociais que junto às com “stop” em Manaus; famílias desses jogadores logo ficamos sem muita somam mais ou menos opção porque a Varig 600 pessoas e que vão p a r o u . D e p o i s para Aruba. Este ano será conseguimos a Gol, nesse em setembro e lá existe esquema de São Paulo – toda uma logística de Caracas com apenas um entretenimento para as “stop” e duas vezes por famílias, todo tipo de semana. E temos a Copa atividade. Além dos Airlines que também jogadores eles levam começou acredito que há A ALEGRIA E A VONTADE DE RECEBER gente da companhia três, quatro anos via atlética para fazer o Panamá, que também BEM SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO entretenimento e a parte tínhamos quatro POVO DE ARUBA esportiva, então todo frequências Panamá – mundo tem o que fazer na ilha. Aruba e agora temos esse voo diário, mas não direto. Diário - Desses 22 mil brasileiros em 2011, qual o percentual de público corporativo? Diário - O Ministro do Turismo, Transporte e Ana Maria - Mais ou menos 8% e pretendemos Trabalho de Aruba, Otmar Oduber, esteve aqui atingir em 2012 cerca de 15%. no ano passado para resolver quais questões? Diário - Qual a expectativa de brasileiros para este Ana Maria - Sua vinda esteve relacionada a ano? novos voos, já que na oportunidade ele manteve Ana Maria - De 28 a 30 mil visitantes brasileiros. É encontros com representantes das companhias um bom crescimento. aéreas brasileiras. O nosso sonho é ter um voo direto, temos a Gol que é quase direto, mas faz Diário - Você representa desde 1996 o escritório de um “stop” em Caracas, mas a nossa vontade é Aruba no Brasil, teria como falar um pouco da ter realmente um vôo direto e é isso que o evolução do fluxo de brasileiros na ilha? ministro veio aqui negociar com a Avianca, com a
ARUBA É UM DESTINO QUE OFERECE INÚMERAS POSSIBILIDADES PARA VIAGENS CORPORATIVAS E QUEREMOS EXPLORAR ISSO DURANTE ESTE ANO
própria Gol, com a TAM, com todas elas. Hoje o problema da maioria delas é falta de equipamentos (avião) e quando não é falta de equipamento é falta de tripulação; então é um problema, sempre um coisa ou outra. Mas ainda estamos tentando, temos boas expectativas, não sei se para meados de 2012 ou para o final do ano, nossa idéia seria junho, mas agora já está muito próximo para lançar um voo direto.
Ana Maria - Sim, é o americano. Aruba recebe mais de um milhão de visitantes e 63% deles são norteamericanos. Os turistas europeus representam uma parcela principalmente da Holanda, mas existem outros como os suiços, os italianos, os britânicos, nacionalidades muito presentes na ilha. Mas o Brasil está em quinto lugar, atrás dos Estados Unidos, Canadá, Venezuela pela proximidade, e a Holanda.
Diário - O que surpreende o turista quando chega em Aruba, além das paisagens? Ana Maria - Eu acho que é a alegria do povo e a vontade de receber bem que eles têm, que aliás é uma característica deles, porque vivem do turismo, são treinados pra isso e desde a préescola eles recebem instrução para receber bem o turista. São poliglotas, todos falam quatro idiomas. O nível educacional é muito bom, eles têm educação grátis, inclusive faculdades que por não terem muita opção ali podem ir para Holanda, porque a colonização é holandesa então tem o aval e apoio do governo.
Diário - Sabemos que Aruba se caracteriza pela realização de grandes festivais. Que festivais são estes e qual a mobilização turística? Ana Maria - Numa ilha você tem que arrumar entretenimento para o povo, então eles têm muita coisa para fazer, tem festival de música agora nós vamos ter em maio o Soul Beach Music Festival, temos festival de jazz que acontece em outubro, festival de cinema que acontece agora em junho, tem festival de dança além de esportes e a semana de moda que começou no ano passado, a Fashion Week que acontece em novembro. Então eles têm várias coisas inclusive carnaval, eles são extremamente carnavalescos e a festa acontece na mesma época do Brasil. Tem muita coisa em comum, amam o futebol também.
Diário - O norteamericano é o que mais viaja a Aruba?
NO DIA A DIA UM DIFERENCIAL MUITO GRANDE É O
FATOR HUMANO
LUIS BORGES, DIRETOR DE MARKETING E VENDAS DA RCA OPERADORA
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CONTRATADO EM 2011 PELA RCA COM A META DE EXPANDIR A MARCA DA OPERADORA, LUIS BORGES JÁ DISSE AO QUE VEIO À EMPRESA E COLOCOU EM PRÁTICA SUA EXPERIÊNCIA DE QUASE 20 ANOS NO TRADE TURÍSTICO, INICIANDO A IMPLANTAÇÃO DE FRANQUIAS E NOVAS FILIAIS NO MERCADO BRASILEIRO. "ESSE PROJETO DE FRANQUIAS JÁ ENCERROU A PRIMEIRA FASE QUE É A DE ESTUDOS, DE DESENHO E MAPEAMENTO DAS CIDADES DO BRASIL, ONDE A RCA PODERIA TER UM MELHOR DESEMPENHO, UM PÚBLICO CONSUMIDOR MAIS FAVORÁVEL AO NOSSO PERFIL DE PRODUTO", AFIRMA BORGES, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA AO DIÁRIO. "ESTAMOS DESENHANDO AGORA UM MODELO DE CONTRATO PARAS AS AGÊNCIAS OU PARA OS EMPREENDEDORES, PORQUE O QUE É INTERESSANTE NESSA EXPANSÃO É QUE ESTAMOS SELECIONANDO AGÊNCIAS QUE QUEIRAM SE TRANSFORMAR NA MARCA RCA", DIZ. DIÁRIO - A RCA quer emprestar seu nome às agências? LUIS BORGES - Sim. É muito comum no mercado encontrar algumas empresas que passam por situações de expansão, porém o capital às vezes não permite isso, então tem uma série de vantagens transformar uma agência em uma marca RCA. A princípio nós imaginamos que essa transformação fosse um pouco lenta porque existem alguns pontos de composição do modelo de negócio que é importante ficar muito claros, por exemplo, os produtos a serem comercializados e hoje existe uma gama no portfólio da RCA. DIÁRIO - Fale um pouco sobre a formatação desses produtos. BORGES - Dentro do contexto de expansão, uma das primeiras coisas que nós fizemos foi retomar o produto nacional, porque a RCA há alguns anos chegou a ser líder na venda de produtos nacionais juntamente com outras concorrentes, inclusive um deles até participava na empresa. Na vinda em setembro, nós identificamos algumas variações cambiais, alguns ruídos sobre a economia que isso
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poderia gerar também uma instabilidade na venda de pacotes internacionais; embora nós estejamos extremamente sólidos e fortes com os produtos Estados Unidos e Europa. Entendemos que era um momento de retomar o produto nacional, nós desenhamos e criamos uma linha de produtos nacionais, formatamos esses produtos até o mês de dezembro e lançamos já em 2012 um portfólio com os produtos nacionais também. Hoje nós temos bloqueios para os feriados e férias, temos as tabelas nacionais, também temos a tabela de luxo, lançamos uma série de produtos de luxo para aquele cliente mais exigente da RCA e isso também pensando nas franquias, porque nós estamos dando mais ferramentas, mais produtos para o nosso franqueado. Entendemos que esse é um processo que vai acontecer ainda esse ano e já vai manifestar um crescimento na nossa participação do produto nacional, mas enfim é uma forma de tornar mais atrativa ainda a nossa franquia já que hoje temos a chancela da Disney, temos como carro chefe os Estados Unidos e acreditamos que com o ingresso também de produtos nacionais a procura pela franquia seja maior.
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DIÁRIO - A RCA tem um portfólio que parques de Orlando, ele sabe que terá todas as contempla intensamente os Estados Unidos. facilidades, porque todos os parques, todos os ingressos Quais são esses pacotes? O que vocês nós comercializamos. oferecem? BORGES - Os Estados Unidos como principal DIÁRIO - Quais são as novidades da RCA agora para essa produto da casa, nós trabalhamos fortemente entressafra outono-inverno? a Flórida especificamente os parques de BORGES - Lançamos dia 15 de março todo nosso Orlando, onde temos a configuração de caderno de ofertas, que traz como novidade principal diversos pacotes, você tem os grupos Disney, uma hospedagem num castelo da França, concertos de onde nós temos uma série de diferenciais Mozart que acontece em Viena e também os tours como acessos ao parisienses que são parque em horários os cruzeiros fluviais diferentes, café com por Paris. O brasileiro personagens, que vai para Europa transporte vip, somos procura novidades, praticamente a única nós sabemos que os operadora que tours convencionais trabalha com já deram o que limitação de tinham que dar. passageiros por guia, Temos também uma então nós temos hoje novidade que uma média de 25 e no lançamos há algum m á x i m o 3 0 tempo, mas que passageiros por guia, estamos reforçando quando o normal no muito que é nos mercado é de 40 ou Estados Unidos, o mais passageiros, Nascar, que você pode isso dá uma pilotar um carro de qualidade de corrida, pode atendimento, um participar inclusive cuidado maior com o c o m v á r i a s passageiro e todo modalidades, pode DENTRO DO CONTEXTO DE suporte local, como ser co-piloto, piloto atendimento médico. p r i n c i p a l , EXPANSÃO, UMA DAS PRIMEIRAS Hoje muitas crianças dependendo da COISAS QUE NÓS FIZEMOS FOI e adolescentes escolha, da aventura viajam sozinhos com q ue você queira RETOMAR O PRODUTO NACIONAL os grupos da RCA, os participar, você terá pais que ficam no Brasil tem contato com os um tipo de sensação diferente. Shows da Broadway, guias, tem contato com a própria empresa e Legoland que é um parque recém inaugurado bastante de uma maneira muito rápida, muito eficaz. conhecido da Lego na Flórida para um público mais Isso faz com que a hospedagem e todo serviço infantil, mas que está dentro do conceito de atrações de que nós agregamos seja um diferencial. Os parques e são lugares que estão em bastante destaque. grupos dentro dessa configuração são os fly & driver que são as combinações de terrestre DIÁRIO - Você já me falou de um diferencial da RCA que é com aéreo, tem o grupo Disney Especial onde a pré-viagem. O que faz a RCA ser diferentes de outras nós temos um serviço de hotéis de luxo com operadoras hoje além desse aspecto que eu citei? jantares e uma série de programações que BORGES - Apesar de pouco tempo na empresa, a gente não estão contempladas nos grupos normais. percebe no dia a dia um diferencial muito grande que é o Então o passageiro hoje e o agente de viagem fator humano. Hoje as empresas se gabam muito da que compra com a RCA, para Disney e outros tecnologia, da abrangência, da presença muito forte em
E TEM UMA COISA MUITO INTERESSANTE QUE FAZEMOS QUE É O ENCONTRO COM NOSSOS PASSAGEIROS COM O OBJETIVO DE DAR ORIENTAÇÕES SOBRE A VIAGEM
vários mercados, mas o que a gente precisa prestar atenção é no seguinte: você precisa ter responsabilidade uma vez que você está lidando com sonhos de terceiros você tem que primar principalmente pela qualidade e pela segurança de seus passageiros. Todos dentro da RCA sem exceção, na linha de atendimento, na linha de operações, na linha de marketing, na linha de qualidade, todos sem exceção viajam na RCA, sempre tem férias planejadas, se não é nas férias, tem famtour, tem visita técnica, não se repete o profissional, por quê? Nós queremos que toda equipe esteja preparada, esteja tendo experiência, esteja observando como se faz uma viagem, como se prepara uma viagem, como se vende uma viagem e acima de tudo um diferencial que nós temos também é a flexibilidade de poder oferecer facilidades, por exemplo, ingressos físicos parcelados já que na maioria das operadoras o pagamento é à vista, na RCA ele consegue parcelar o ingresso, e a sua viagem pode ser parcelada em até 24 vezes, tem uma das menores ou senão a menor taxa de juros do cartão de crédito. Então são inúmeros
fatores que contribuem para ressaltar os diferenciais da RCA. "Pretendemos implantar esse cartão a partir do mês de junho, então todo passageiro que viajar conosco vai receber o cartão RCA" DIÁRIO - Você já me disse as novidades, agora quero saber quais são as exclusividades? BORGES - Nós acabamos de fechar uma parceria com uma empresa de câmbio e vamos passar a oferecer para os nossos passageiros o cartão RCA, onde ele vai poder abastecer esse cartão com uma quantidade da moeda necessária para suas viagens com mais conforto e segurança. Pretendemos implantar esse cartão a partir do mês de junho, então todo passageiro que viajar conosco vai receber o cartão RCA, e poderá sair com ele já carregado do Brasil com a quantidade que ele precisa para sua viagem; com esse cartão ele saca em qualquer banco durante a viagem; trata-se de mais um serviço facilitador que nós estamos implantando na RCA para os clientes e acreditamos que com isso também deveremos gerar uma fidelização maior dos nossos clientes.
PRÓXIMA EDIÇÃO:
Amazônia ESPECIAL
HISTÓRIAS E IMAGENS DE UM POVO QUE “VIVE O RIO”
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