entrevistapanorâmica ANOII - #07 - JUN 12
TURISMO E SUAS DIALÉTICAS
DIÁRIO DO TURISMO www.diariodoturismo.com.br
07!
APOIO:
editorial
Paulo R. von Atzingen - Editor
TEIA
ECONÔMICA-CULTURAL-PRAGMÁTICA
CHAMADA TURISMO A sétima edição do ENTREVISTA PANORÂMICA mantém sua proposta de ser caleidoscópica e apresentar quatro visões – ou panorâmicas – para universos também diferentes, no entanto que se entrelaçam ao final. A 7ª EP traz diferentes atores da economia nacional, formando essa teia econômica-culturalpragmática chamada turismo. Dois representantes da indústria da aviação, Luiz Gustavo da TAM-MRO e Gonzalo Mazzaferro, da Pluna falam de suas áreas específicas. O primeiro, da retaguarda, do pátio onde os maiores segredos da aviação estão guardados, mas também com uma pitada de política: “Queremos ser um centro de excelência aqui em São Carlos e conseguir captar outros mercados. O aeroporto de São Carlos ainda não é um aeroporto internacional, questões burocráticas emperram o processo de homologação”, diz Gustavo em sua entrevista. Já Mazzaferro fala do mercado e onde os embates (e lucros) acontecem: “Hoje, o Brasil representa 40% da receita da Pluna, então, já somos atualmente o país com maior representatividade na receita da companhia, então a meta para esse ano é terminar agora o mês de junho (fim do nosso ano fiscal) com um crescimento médio de aproximadamente 50%”, diz.
Na parte mais institucional, mas nem menos importante já que ela dá as garantias políticas e culturais para que um país se estabeleça (e apareça), Salvatore Constanzo, diretor da ENIT – Agência Nacional de Turismo da Itália para a América Latina, fala da importância do Brasil para o mercado do turismo italiano e o foco dado ao nosso mercado, sobre uma política de turismo mais agressiva. ““...o fluxo de turistas brasileiros no ano passado na Itália foi de 700 mil pessoas. Eu prevejo que neste ano haja um incremento de 20 por cento em relação a 2011, e crescerá muito mais para o próximo ano.” , diz em entrevista à repórter Priscila Pariz. Esses segmentos, indústria aérea e setor institucional não seriam o que são sem as operadoras. Fechando essa edição, o repórter Luis Adorno entrevistou o diretor da Nascimento Turismo, Plinio Nascimento que garante que a Sazonalidade não afeta sua empresa. “A Nascimento não sofre com a sazonalidade. Lógico que transportamos mais passageiros nas datas nobres, mas não é uma diferença muito grande. Também deve ser considerado o fato de que o brasileiro já aprendeu que é mais vantajoso viajar fora dos períodos de férias escolares, ditos de alta temporada e com isso a sazonalidade diminui”. Para o leitor, portanto, mais uma tentativa de tradução dessa teia econômica-culturalpragmática, chamada Turismo e suas dialéticas.
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SALVATORE CONSTANZO, DIRETOR DA ENIT PARA A AMÉRICA LATINA
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LUIZ GUSTAVO DIRETOR EXECUTIVO DA TAM MRO
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MAZZAFERRO DA PLUNA, DIRETOR COMERCIAL DA PLUNA LINHAS AÉREAS
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PLÍNIO NASCIMENTO, DIRETOR GERAL DA NASCIMENTO TURISMO
IMAGEM (FUNDO): RENATO B. ECK ZORN (AMAZÔNIA)
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ITÁLIA: VINTE PAÍSES EM
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SALVATORE CONSTANZO, DIRETOR DA ENIT PARA A AMÉRICA LATINA
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SALVATORE CONSTANZO, DIRETOR DA ENIT PARA A AMÉRICA LATINA, FALA COM EXCLUSIVIDADE À REPÓRTER PRISCILA PARIZ DO DIÁRIO. NESTA ENTREVISTA ELE ABORDA A IMPORTÂNCIA DO BRASIL PARA O MERCADO DO TURISMO ITALIANO E O FOCO DADO AO NOSSO MERCADO, SOBRE UMA POLÍTICA DE TURISMO MAIS AGRESSIVA, ALÉM DA IDEIA DE TRANSFORMAR A NOVA SEDE EM UM PONTO DE ENCONTRO PARA O TRADE E PARA O CONSUMIDOR FINAL, COMEÇANDO PELO WORKSHOP “ITÁLIA PARA TODOS” QUE SERÁ REALIZADO NO PRÓXIMO DIA 19, E REUNIRÁ 35 OPERADORES COMERCIAIS ITALIANOS. É A PRIMEIRA VEZ QUE UM NÚMERO TÃO GRANDE DE OPERADORES VEM AO BRASIL PARA UM EVENTO DESSA ESPÉCIE. ALÉM DISSO, O DIRETOR DÁ DICAS PARA AQUELES QUE DESEJAM CONHECER A ITÁLIA, MAS QUEREM SAIR DO ÓBVIO. “ESSA É A MARAVILHA DA ITÁLIA, EM 10 DIAS VOCÊ PODE VISITAR 20 PAÍSES DIFERENTES”, DIZ SALVATORE CONSTANZO.
Diário: O novo escritório será aberto oficialmente no próximo dia 18, mas vocês estão operando desde quando no novo endereço? Salvatore Constanzo: A ENIT está operando no Brasil a dez anos através de uma convenção que foi feita com a Câmara do Comércio Brasileira a fim de fazer um monitoramento do mercado nacional. A ENIT deseja investir muito na América latina, começando por abrir um escritório em São Paulo para dirigir toda a América latina, temos também um escritório em Buenos Aires, que tem quase 40 anos, mas o mercado mais importante para a ENIT e para a Itália em geral é o Brasil. Estamos investindo
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muito abrindo esse escritório, pois a convenção com a Câmara do Comércio terminou, e para este ano se pensou em fazer uma política muito agressiva na América Latina, e em particular no Brasil, que começou no ano passado com a ação chamada” Itália comes to you”, fazendo em 27 dias 13 cidades diferentes, como São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, quando ocorreu uma exposição de 10 artistas brasileiros que foram à Itália para conhecer o país e ter um estímulo para produzir uma obra que se chama A Itália, artistas importantes como Ziraldo fizeram 10 obras que serão mostradas na inauguração do dia 18.
DIÁRIO DO TURISMO
Diário: Por quê focar no Brasil? único, mas lá fala-se muitos dialetos que são Salvatore Constanzo: Porque é importante o diferentes em cada região, e isso pode ser mercado brasileiro? Porque está crescendo o fluxo complicado pra entender quando fala-se em de turistas brasileiros na Itália, que é um país muito dialeto. próximo do Brasil no modo de viver em geral, e depois também porque está aqui uma forte Diário: Quais as novidades que a ENIT preparou presença de gente com origens italianas. Além para a inauguração do novo escritório? disso, a classe C que vem crescendo Salvatore Constanzo: A inauguração desse economicamente, vê a Itália como um lugar onde ir, escritório é muito importante, porque onde visitar, e neste momento de crise que a Europa pretendemos que ele seja um ponto de encontro vem passando no geral, pode ser economicamente de agentes e operadores brasileiros com conveniente, porque o custo de vida na Itália é operadores comerciais da Itália, será um ponto de estável é constante, e no Brasil o custo de vida vem comercialização e um local para se conhecer a crescendo muito, a Itália em todos os seus diferença entre o custo aspectos. No dia 18 daqui e o custo de vida na estarão presentes Europa, e sobretudo na autoridades italianas, 60 Itália, faz com que a operadores de turismo de viagem torne-se 20 cidades diferentes do conveniente. Hoje fazer Brasil, além de 35 uma viagem de esqui em operadores comerciais Bariloche, por exemplo, sai italianos. Nosso objetivo é mais caro que fazer uma conseguir 60 operadores viagem à parte norte da com os da Itália e cerca de Itália onde estão 300 agências de São Paulo concentrados os Alpes e as e de regiões próximas. O estações de esqui. O diferencial desse workshop do dia 19 workshop está no contará também com a encontro entre os presença de Cortina, uma operadores que cidade muito importante acontecerá em um ...O FLUXO DE TURISTAS BRASILEIROS NO ANO para o esqui, mais cara momento diferente do PASSADO NA ITÁLIA FOI DE 700 MIL PESSOAS. EU para a Itália, mas encontro com as agências; PREVEJO QUE NESTE ANO HAJA UM INCREMENTO conveniente para os o que eu acho que é muito DE 20 POR CENTO EM RELAÇÃO A 2011, E brasileiros, não só na parte importante, pois as CRESCERÁ MUITO MAIS PARA O PRÓXIMO ANO. econômica, mas chegando agências são clientes das a Cortina você pode visitar outras cidades, toda a operadoras de turismo, e fazê-las encontrar num parte norte da Itália. Já Bariloche é Bariloche, está mesmo momento não é bom, porque os concentrada no esqui, não há outras atrações operadores podem não ver como algo sério, por próximas para se visitar, diferentemente de Cortina isso iremos realizar de manhã o encontro direto que é muito interessante, pois você pode mudar entre os operadores brasileiros e italianos até a rapidamente de uma estação a outra. A Itália em si uma da tarde. E a tarde o encontro das agências oferece uma variedade muito grande de lugares com os mais de 30 operadores da Itália. para se visitar, é como eu digo sempre: “visitar a Essa é a primeira vez que tantos operadores Itália é visitar 20 países diferentes”. A Itália tem 20 participam de um evento fora do continente regiões cada uma com características diferentes europeu, pois para eles é muito caro vir até aqui, das outras, e isso é muito importante, pois há não é a mesma coisa que ir a feiras na Europa. Os diferença de gastronomia, cultura, arte, cada uma workshops na Europa costumam ter em media 35 com uma característica própria. E também é operadoras da Itália participando, em geral no importante dizer que o idioma pode ser diferente Brasil a participação italiana está em 15, 20 dependendo da região, aqui no Brasil o idioma é operadores. Para esse workshop chegam 35
ESSA PROPOSTA UNE O VINHO E A GASTRONOMIA, ASSIM O TURISTA PODE CONHECER A DIVERSIDADE DE SABORES
operadores para realizar negócios no Brasil, espero que haja uma grande participação de operadoras brasileiras no evento que queiram encontrar nossos operadores. Diário: O senhor comentou sobre o crescimento do número de brasileiros na Itália, que sempre foi um dos principais destinos dos brasileiros em viagens internacionais. O senhor acredita que essa demanda continuará crescendo nos próximos anos? Salvatore Constanzo: Crescerá muito mais, porque o fluxo de turistas brasileiros no ano passado na Itália foi de 700 mil pessoas. Eu prevejo que neste ano haja um incremento de 20 por cento em relação a 2011, e crescerá muito mais para o próximo ano. Diário: Além do turismo cultural e religioso quais outros segmentos se destacam no turismo italiano? Salvatore Constanzo: Um segmento que vem crescendo muito na Itália é o turismo de eventos, principalmente casamentos. O turista vai para a Itália para casar, pois há uma oferta de casas antigas que tem uma ambientação muito bonita para realizar as cerimônias, e hoje ir à Itália para fazer um casamento é mais barato do que fazer um casamento de alto nível aqui, sempre comparando um nível mais elevado. A Itália é um destino muito procurado não só pelo brasileiro, mas também pelos americanos para esse tipo de cerimônia. Outro segmento que vem crescendo muito é o shopping, o turismo de compras, porque na Itália você pode comprar roupas de qualidade ou de
grandes grifes com um imposto menor que no Brasil, e o turista brasileiro é muito adepto das compras e a Itália é perfeita para isso. Diário: A Itália também tem muita tradição nos esportes como o futebol, por exemplo, com alguns dos melhores times do mundo. Como a Itália aproveita esse recurso para o turismo? Salvatore Constanzo: Estamos fazendo agora na Itália o encontro com o jogador de futebol, pensando também na origem desse jogador. Lá é muito forte a presença do jogador brasileiro e também do argentino, é importante fazer uma pesquisa para ver como o jogador brasileiro vê a Itália hoje e fazer uma promoção onde o turista brasileiro pode visitar um estádio, assistir uma partida de futebol, pode ser interessante colocar no roteiro de viagem essa opção para o turista que quer assistir a um jogo na Itália, um programa específico para os fans do futebol. Diário: Como uma das maiores produtoras de vinho, a Itália possui roteiros específicos para apreciadores da bebida? Salvatore Constanzo: O que está muito interessante hoje na Itália é o chamado “caminho do vinho” que acontece em diferentes regiões do país, sobretudo no sul, onde se pode visitar os lugares onde se produz o vinho. Partindo da Sicília o turista pode ir subindo e fazendo a comparação das produções. Essa proposta une o vinho e a gastronomia, assim o turista pode conhecer a diversidade de sabores. Essa é a maravilha da Itália, em 10 dias você pode visitar 20 países diferentes.
SÃO CARLOS PRECISA TER HOMOLOGAÇÃO INTERNACIONAL
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LUIZ GUSTAVO DIRETOR EXECUTIVO DA TAM MRO
HÁ NOVE MESES À FRENTE DA TAM MRO – CENTRO DE MANUTENÇÃO DA TAM EM SÃO CARLOS, INTERIOR DE SÃO PAULO, O ENGENHEIRO LUIZ GUSTAVO FIGUEIREDO DA SILVA TRABALHOU 10 ANOS NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA COMO OFICIAL DE MANUTENÇÃO, CHEGANDO À PATENTE DE CAPITÃO. EM 2000 FOI TRABALHAR NA ÁREA PRIVADA, ESPECIFICAMENTE NA ALL (AMERICA LATINA LOGÍSTICA) E POSTERIORMENTE NA MRS, NA ÁREA DE SUPRIMENTOS. APÓS PASSAGEM COMO EXECUTIVO NA EMPRESA DE LOGÍSTICA, A AQCES EM 2009, FOI CONVIDADO POR MARCO ANTONIO BOLOGNA PRESIDENTE DA HOLDING TAM S/A, EM 2011, A VIR OCUPAR O CARGO DE DIRETOR-EXECUTIVO DA MRO. “QUEREMOS SER UM CENTRO DE EXCELÊNCIA AQUI EM SÃO CARLOS E CONSEGUIR CAPTAR OUTROS MERCADOS. O GRANDE IMPEDIMENTO É O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIA. O AEROPORTO DE SÃO CARLOS AINDA NÃO É UM AEROPORTO INTERNACIONAL, QUESTÕES BUROCRÁTICAS EMPERRAM O PROCESSO DE HOMOLOGAÇÃO”, DIZ NESTA ENTREVISTA EXCLUSIVA AO JORNALISTA PAULO ATZINGEN, EDITOR DO DIÁRIO. O CENTRO DE MANUTENÇÃO DA TAM ATENDE TANTO AERONAVES DA FROTA DA TAM LINHAS AÉREAS COMO PRESTA SERVIÇOS DE REPAROS E MANUTENÇÃO À OUTRAS COMPANHIAS AÉREAS. DESDE SUA INAUGURAÇÃO, EM 2001, JÁ ATENDEU MAIS DE 1,6 MIL AERONAVES. “CHEGAMOS A ATENDER EM TORNO DE 16 AERONAVES POR MÊS, DE GRANDE PORTE, NOSSA META É FAZER 20 AERONAVES COM A AMPLIAÇÃO DA MRO; ESTAMOS EM PROCESSO DE CAPTAÇÃO JUNTO AO BNDES PARA A CONSTRUÇÃO DE MAIS TRÊS HANGARES, OU SEJA, COLOCAR MAIS 50% DE CAPACIDADE”, DIZ COM EXCLUSIVIDADE AO DT. ATUALMENTE A TAM MRO RECEBE A FAMÍLIA AIRBUS 320 SERIES E 330, OS ATR-42 E BOEING 767. NO ENTANTO, LUIZ TEM DESAFIOS AINDA MAIORES: “TEMOS UM DESAFIO AGORA QUE SÃO AS NOVAS GERAÇÕES DE AERONAVES, OS AIRBUS A-350 E OS BOEING 787; ISSO SERÁ UM GANHO SIGNIFICATIVO PARA O BRASIL PORQUE NINGUÉM TRABALHA COM ESSES SISTEMAS AQUI NA AMÉRICA DO SUL”, ADIANTA. A SEGUIR, A PRIMEIRA PARTE DA ENTREVISTA:
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DIÁRIO DO TURISMO
DIÁRIO – Luiz, você chegou a São Carlos há menos de um ano. Já deu para se ambientar e impor seu ritmo? LUIZ GUSTAVO - Cheguei há oito meses, em agosto de 2011, já me ambientei sim, já fizemos várias modificações, de produção, implantamos a metodologia Lean (metodologia enxuta), que é muito utilizado em indústria automotiva, na própria indústria aeronáutica é utilizada na Embraer, na Airbus e na Boeing com o objetivo de melhorar a produtividade e qualidade de tudo.
tipo de serviço para aeronaves da Presidência da República, avião da Força Aérea 1 (Airbus 319 Vip).
DIÁRIO - Em uma recente entrevista você falou da dificuldade em transladar um avião de bandeira internacional para cá. Poderia dar detalhes? LUIZ GUSTAVO - Para as aeronaves que têm matrícula brasileira, ou seja, as aeronaves da TAM, e alguns outros clientes como a Azul, Trip e Avianca, a gente n ã o t e m dificuldade, mas queremos crescer DIÁRIO - Quais são em termo de os serviços por manutenção de o r d e m d e aviões do exterior importância aqui que vem ao Brasil. na MRO? Queremos ser um LUIZ GUSTAVO c e n t r o d e Nós executamos excelência para cinco tipos de essas companhias serviços; o aqui em São Carlos primeiro é a revisão e conseguir captar g e r a l , a esse mercado que manutenção hoje está fazendo estrutural da manutenção fora. própria aeronave. O g r a n d e O GRANDE IMPEDIMENTO É O PROCESSO O segundo grande impedimento é o DE IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIA, JÁ QUE O serviço é a revisão processo de AEROPORTO DE SÃO CARLOS AINDA NÃO e a manutenção importação É UM AEROPORTO INTERNACIONAL. dos componentes temporária. O das aeronaves, por aeroporto de São exemplo, trem de pouso, a parte interna, a Carlos ainda não é um aeroporto parte de eletrônica de bordo, a aviônica. O internacional, não tem categoria terceiro grande serviço é a manutenção de internacional por uma série de dificuldades linha, que não é executada propriamente em enfrentadas... São Carlos e sim nos aeroportos do Brasil. O Atualmente a TAM MRO recebe a família quarto tipo de serviço é o próprio Airbus 320 Series e 330 e cerca de 16 treinamento, temos um centro de aeronaves por mês, em média treinamento aqui em São Carlos, e a gente oferece treinamento para quem está DIÁRIO – Quais? interessado (empresas). E o quinto serviço é LUIZ GUSTAVO – Vou te dar um exemplo: o o de Engenharia de Confiabilidade das avião está no Peru, ele tem que vir para um aeronaves, por exemplo, a gente presta esse aeroporto internacional no Brasil, fazer o
NOSSO OBJETIVO É POTENCIALIZAR SÃO CARLOS COMO PÓLO DE EXCELÊNCIA DE MANUTENÇÃO AERONÁUTICA.
processo de importação e aí sim voar para São Carlos, nesse processo nós perdemos dois dias; hoje nós estamos usando o Galeão, então o avião vai para o Galeão, faz o processo de importação que já é lento, demora um dia e depois voa para São Carlos. Esse transfer de voar pra lá e voar pra cá diminui nossa competitividade no mercado internacional. Nosso objetivo é potencializar São Carlos como pólo de excelência de manutenção aeronáutica. DIÁRIO - Então é uma questão burocrática ? LUIZ GUSTAVO - Isso, uma questão burocrática. Na verdade o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (o Daesp), que é um órgão do governo do estado e dono do aeroporto de São Carlos já fez a solicitação de internacionalização, só que para a oficialização depende de quatro órgãos, Receita Federal (em processo), Policia Federal (autorizado), Anvisa (autorizado), Ministério da Agricultura (autorizado) e a Anac.
Bancobras ESQ
Bancobras DIR
COMBUSTÍVEL ALTO COM O MERCADO DESACELERADO É O PIOR CENÁRIO POSSÍVEL
MAZZAFERRO DA PLUNA, DIRETOR COMERCIAL DA PLUNA LINHAS AÉREAS
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“O COMBUSTÍVEL INFELIZMENTE É UM VILÃO QUE AFETA, INDISTINTAMENTE, PEQUENAS E GRANDES EMPRESAS AÉREAS”, AFIRMA O DIRETOR COMERCIAL DA PLUNA LINHAS AÉREAS NO BRASIL EM ENTREVISTA A REPÓRTER PRISCILA PARIZ DO DIÁRIO DO TURISMO. NO ESCRITÓRIO DA COMPANHIA, EM SÃO PAULO, O EXECUTIVO FALOU SOBRE AEROPORTOS, PLANO PARA AUMENTAR A OFERTA ATÉ A COPA DO MUNDO E SOBRE A SUSPENSÃO DAS OPERAÇÕES EM VIRACOPOS. COM 23 ANOS DE AVIAÇÃO, O EXECUTIVO QUE TEVE PASSAGENS POR ALGUMAS DAS PRINCIPAIS EMPRESAS AÉREAS DO BRASIL, CONTA COMO A PLUNA VEM MANTENDO UM CRESCIMENTO EM TORNO DE 50% NOS ÚLTIMOS ANOS, E SOBRE A ESTRATÉGIA DE AMPLIAR OS VOOS INTERNACIONAIS ALÉM DE SÃO PAULO. “O QUE A PLUNA PERCEBEU NESSES ÚLTIMOS ANOS, FOI QUE É MUITA CONCENTRAÇÃO NUM AEROPORTO SÓ, ENTÃO VAMOS COMEÇAR A ABRIR OPERAÇÕES INTERNACIONAIS EM OUTROS AEROPORTOS FORA SÃO PAULO”, DISSE. ACOMPANHE:
Diário: No primeiro trimestre deste ano a Pluna registrou um crescimento de 33% em número de passageiros transportados. O que isso representa para a empresa e qual a meta para esse ano? Gonzalo Mazzaferro: Nós ainda não fechamos abril, mas somando abril, devemos equilibrar na faixa dos 30%. Na situação atual de mercado, a gente vem crescendo na verdade ano a ano a taxas muito altas porque a América do Sul é o destino de preferência dos brasileiros, e como a Pluna tem aberto muitas bases no Brasil, a cada ano conseguimos dar saltos maiores em termos de número de embarques, mas efetivamente é um crescimento bem sólido para uma
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companhia aérea em um trimestre, quando comparado ao ano passado. Hoje, o Brasil representa 40% da receita da Pluna, então, já somos hoje o país com maior representatividade na receita da companhia, então a meta para esse ano é terminar agora o mês de junho (fim do nosso ano fiscal) com um crescimento médio de aproximadamente 50% com relação ao último ano fiscal, somando o que a gente já cresceu desde julho com o que a gente vem crescendo. O mercado caiu, na verdade os 50% são altos, mas ainda é uma curva menor do que estava no ano passado, de novembro a dezembro do ano passado pra cá, o mercado da América do Sul deu uma pequena reduzida.
DIÁRIO DO TURISMO
Diário: A Pluna opera em nove destinos brasileiros, economia da maioria das companhias aéreas, a quais são os de maior demanda? TAP você deve ter visto que suspendeu a rota de Gonzalo Mazzaferro: A base mais importante da Campinas por enquanto. Então concentramos Pluna no Brasil continua sendo São Paulo. Hoje nós um pouco mais a operação em Guarulhos que temos quatro voos diários, e em alguns meses do fica próximo a Campinas e que já tem uma ano mais dois voos semanais de São Paulo. São operação um pouco mais robusta. Mas nós quatro voos diários para Montevidéu com conexões gostamos muito da operação de Campinas, nós a Buenos Aires e Santiago, e mais dois voos movimentamos algo em torno de 30 a 40 mil semanais a Punta Del Leste em alguns meses do passageiros nessa rota, então foi uma rota que ano, então São Paulo continua sendo a base mais desenvolveu bastante pra gente, mas nesse forte da companhia no Brasil, representa hoje talvez momento, por várias razões, principalmente uns 25% de toda a nossa movimentação no Brasil é operacionais, foi importante a suspensão, más concentrada em Guarulhos. Mas a ideia da Pluna foi devemos voltar em dezembro, pelo menos esse exatamente começar a é o plano da matriz. trabalhar para descentralizar a aviação Diário: Essa suspensão internacional. Eu vou te tem algo haver com a dar um dado, e você pode infraestrutura de até confirmar com a Viracopos? Infraero, estimasse hoje Gonzalo Mazzaferro: Não. que de 60 a 70 por cento No caso da Pluna, não do trafego internacional podemos nem reclamar no Brasil está tanto assim, porque apesar concentrado em um só do aeroporto de Viracopos aeroporto, que é ter sim algumas Guarulhos, que está d e f i c i ê n c i a s , operando com 123 por principalmente em termos cento de capacidade, ou de área para circulação seja, 23% acima da sua internacional de capacidade de operação. passageiros, ele é Então o que a Pluna excelente em cargas, mas percebeu nesses últimos para passageiros ainda O BRASIL REPRESENTA 40% DA RECEITA anos, foi que é muita precisa de muitos ajustes DA PLUNA, ENTÃO, JÁ SOMOS HOJE O concentração num em termos de espaço, PAÍS COM MAIOR REPRESENTATIVIDADE aeroporto só, então comodidade para clientes, NA RECEITA DA COMPANHIA. vamos começar a abrir mas como nossa operação operações internacionais em outros aeroportos fora é regional numa aeronave de 90 lugares, não são Paulo, como Campinas, Rio de Janeiro, Belo podemos dizer que sofremos com a Horizonte, Brasilia, porto Alegre, Curitiba, infraestrutura, inclusive a Infraero foi muito Florianópolis, foz do Iguaçu. gentil com a gente desde o inicio dos trabalhos. A situação maior com a Pluna é que precisávamos fazer manutenção pesada em Diário: A companhia continua a operação em algumas aeronaves, ou seja, tirar algumas da Viracopos? rota para fazer manutenções de longo prazo, e Gonzalo Mazzaferro: Em Campinas nós são aviões que ficam de 45 a 60 dias parados suspendemos as operações temporariamente para realizar o check C. agora de abril até dezembro, porque além da questão de manutenção de aeronaves que estamos Diário: Vocês já podem divulgar quais são as fazendo, a Pluna resolveu também dar uma revisada cidades que querem operar futuramente? nas rotas, principalmente em função do preço Gonzalo Mazzaferro: Eu posso te dizer, mas é recorde do combustível, que hoje está afetando a
EM CAMPINAS NÓS SUSPENDEMOS AS OPERAÇÕES TEMPORARIAMENTE AGORA DE ABRIL ATÉ DEZEMBRO, PORQUE ALÉM DA QUESTÃO DE MANUTENÇÃO DE AERONAVES QUE ESTAMOS FAZENDO, A PLUNA RESOLVEU TAMBÉM DAR UMA REVISADA NAS ROTAS.
importante salientar que são estudos, o que não exclui outras cidades, mas algumas das cidades que estão em estudo mais aprofundado são: Londrina, Maringá, Campo Grande, Goiânia e Vitória, essas cinco cidades são bastante próximas do nosso foco de estudo, mas temos percebido o crescimento de outras cidades como por exemplo Ribeirão Preto, que é um aeroporto regional, ainda não foi aberto para voos internacionais, mas o governo do estado já está trabalhando para a internacionalização, pois é um aeroporto que no ano passado movimentou quase um milhão de pessoas, um numero que representa muita coisa para nós que focamos os mercados regionais. Então tem o interior de São Paulo, o interior do Rio Grande do Sul com cidades que se desenvolvem bastante, o centro-oeste que além de Campo Grande tem Cuiabá. Como a Pluna tem uma aeronave que não depende de uma ocupação tão significativa como a Airbus de 200 lugares, num avião de 90 lugares você pode entrar em mercados menos densos, com menos chances de fracasso. Mas de qualquer forma, são aviões que custam em torno de 40 milhões de dólares e são operações caríssimas também, não se pode entrar numa cidade arriscando ver se vai dar dinheiro, você tem que planejar e tem que ter muita certeza de que aquela cidade vai gerar demanda suficiente para você poder cobrir os custos e ter lucratividade. Diario: As companhias aéreas brasileiras se queixam muito do valor do combustível, das taxas tributarias, como a Pluna vê essa situação? Gonzalo Mazzaferro: A Pluna na verdade, com relação às taxas tributárias, impostos no Brasil,
tem até uma situação um pouco menos critica por conta de acordos bilaterais, ou seja, a Pluna é isenta de alguns imposto no Brasil, assim como companhias brasileiras são isentas de impostos do Uruguai. Eu diria que a carga tributaria no Brasil é menos impactante do que a questão do combustível, que está chegando a níveis recordes dos últimos 10 anos, se você olhar a curva desses últimos 10 anos ele está atingindo os níveis mais altos, hoje já esta pesando quase 35% da despesa da companhia aérea, então isso é um tema que preocupa principalmente no cenário em que a economia mundial esta em desaceleração, e a economia brasileira, se você for olhar nos últimos semestres, também está, e quando a industria desacelera as viagens diminuem, as pessoas tem receio de demissão e gastam menos, viajam menos, então por isso que a gente tem observado nesses últimos meses uma descida na curva, no nosso caso, temos um trabalho muito forte no sentindo de menores tarifas, de mercados alternativos, a gente não perdeu , mas a gente desacelerou, ou seja, tínhamos um crescimento de 50% e 60% e começamos a crescer 30%, você percebe já uma puxada no freio de mão. Então temos em mercado desacelerado e combustível indo pra níveis recordes é o pior cenário possível, então a gente entende que em algum momento vai ter que haver um equilíbrio com relação a essa questão principalmente tarifaria das companhias aéreas. Na nossa visão o mercado de tarifas da America do Sul, nesse momento, está bastante depreciado considerando os custos elevados, e que para o segundo semestre isso tente a se equilibrar um pouco mais, ou seja, as tarifas terão que aumentar pra fazer frente a esses custos elevados.
NÃO SOFREMOS COM A SAZONALIDADE OPERADORA QUE ESTÁ NO MERCADO DESDE 1961 (51 ANOS!)
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PLÍNIO NASCIMENTO, DIRETOR GERAL DA NASCIMENTO TURISMO
O DIÁRIO DO TURISMO FOI OUVIR O DIRETOR GERAL DA NASCIMENTO TURISMO, PLINIO NASCIMENTO, COM O INTUITO DE OFERECER AOS LEITORES DO DT INFORMAÇÕES RELEVANTES DA OPERADORA QUE ESTÁ NO MERCADO DESDE 1961 (51 ANOS!) E QUE TEM HOJE, COMO SEU FORTE, OS DESTINOS DE ORLANDO, MIAMI E BUENOS AIRES. “NOSSA CARACTERÍSTICA FEZ COM QUE OUTRAS AGÊNCIAS NOS PROCURASSEM E INSISTISSEM EM ADQUIRIR NOSSAS VIAGENS PARA SEUS CLIENTES E ASSIM FOMOS NOS TRANSFORMANDO EM OPERADORA", DISSE O DIRETOR POR E-MAIL AO REPÓRTER LUIS ADORNO. ALÉM DA HISTÓRIA DE UMA DAS OPERADORAS HÁ MAIS TEMPO NO RAMO NO BRASIL, O DT APUROU A PROJEÇÃO DE PLINIO, QUE É FILHO DO IDEALIZADOR DA EMPRESA, EDUARDO VAMPRÉ NASCIMENTO . "MINHA HISTÓRIA NO TRADE COMEÇA EM 1994, QUANDO RECÉMFORMADO EM ENGENHARIA, ENTRO NA NASCIMENTO TURISMO PARA CUIDAR DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO", DISSE EM ENTREVISTA AO REPÓRTER LUÍS ADORNO. ACOMPANHE A ENTREVISTA COMPLETA A SEGUIR.
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DIÁRIO DO TURISMO
Diário - Quais são os principais pacotes oferecidos pela Nascimento Turismo? Plinio Nascimento - Atualmente a Nascimento Turismo oferece pacotes para todos os destinos, mas estamos particularmente mais presentes nos destinos América do Norte, Caribe, México e Europa. Como é pequena a oferta de lugares para o Caribe e alta a demanda para Orlando e Miami, fortalecemos tais destinos com voos especiais e até fretamentos. Estes destinos acrescidos de Buenos Aires formam nossos principais produtos.
informações. Com isto buscamos e negociamos tarifas e disponibilidade de transporte e hospedagem, incluímos serviços adicionais e úteis e finalmente colocamos no mercado. Com o tempo vamos moldando os roteiros de acordo com as solicitações de nossos clientes. Diário - Nos períodos de sazonalidade, quais são as alternativas para a Nascimento? Plinio Nascimento - A Nascimento não sofre com a sazonalidade. L ó g i c o q u e transportamos mais passageiros nas datas nobres, mas não é uma diferença muito grande. Também deve ser considerado o fato que o brasileiro já aprendeu que é mais vantajoso viajar fora dos períodos de férias escolares, ditos de alta temporada e com isso a sazonalidade diminui.
Diário - Quais roteiros são personalizados pela operadora? Plinio Nascimento Todos nossos roteiros são personalizados dando aos nossos c l i e n t e s a oportunidade de decidir quantas noites ficar no destino, escolher o hotel de sua Diário - Qual é a taxa preferência, desde de crescimento da que aprovado pelo operadora nos O BRASILEIRO JÁ APRENDEU QUE É nosso controle de últimos anos? MAIS VANTAJOSO VIAJAR FORA DOS q u a l i d a d e . Plinio Nascimento PERÍODOS DE FÉRIAS ESCOLARES. Divulgamos produtos V i m o s “fechados”, mas acompanhando o alteráveis ao gosto do viajante. Nosso foco é “boom” da economia brasileira. Até 2010 vimos atender aos desejos de nossos clientes. Nosso crescendo a uma média de 35% ao ano, já em leque de produtos inclui destinos de neve, de 2011 esta média foi reduzida para 22%. Este ano esportes como golfe, esqui, pesca esportiva, estamos trabalhando para obter um como também culturais e de compras. crescimento ao redor de 20% que esperamos alcançar com a ampliação na venda de produtos Diário - Como funciona a formatação de um domésticos. roteiro de viagem? Plinio Nascimento - A primeira etapa deste Diário - Poderia me contar a história da trabalho é estudar o destino, entender qual operadora no trade turístico? público, quanto tempo de estadia é o ideal, Plinio Nascimento - A Nascimento Turismo quando é a melhor data para conhecê-lo, onde é nasceu como agência direcionada ao público mais interessante se hospedar e outras final, mas sempre procurando por destinos
novos e novas opções de viagens. Fomos a primeira a organizar viagens para Disney World com o então novíssimo hotel Contemporary, fretamentos de 12 dias para Paris e Londres, Christmas Shopping em New York, F-1 em Buenos Aires. Nossas características fizeram com que outras agências nos procurassem e insistissem em adquirir nossas viagens para seus clientes e assim fomos nos transformando em “operadora” com continuidade no atendimentos aos nosso clientes individuais.
FOMOS NOS TRANSFORMANDO EM “OPERADORA” COM CONTINUIDADE NO ATENDIMENTOS AOS NOSSO CLIENTES INDIVIDUAIS.
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