Urban Transformations: development oportunities in Brazil | workshops report 2020

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urban development oportunities in Brazil research report _workshop+interviews

Rafael Saraiva


A presente publicaçao, e a realizaçao dos workshops de debates e estudos de casos em São Paulo, Rio de Janeiro, Niteroi e Brasilia, recebeu patrocínio do Consulado Geral dos Paises Baixos no Brasil.


urban development opportunities in Brazil research report workshop+interviews

oportunidades de desenvolvimento urbano no Brasil relatório de pesquisa _workshop+entrevistas Rafael Saraiva


CONTRIBUTORS

WORKSHOPS U.I.A 2020

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Allan Ruiz, Ana Soares, Andre Moura, Artur Borejszo, Beatriz Vanzolini Moretti, Bruna... Bruno Parente, Claudio Crispim, Fernando Cotelo, Frederico Kessler, Gabriela Tenorio, Hercilia Borges, Hugo... Isabela Ledo, Isabelle Nobayashi, Jeroen Dirckx, Jose Antonio Apparecido, Juliana Zeronlian, Lodewijk Luken, Luiz Santos, Marcela


Colaboradores

Carneiro, Marcos Peixe, Natasha Mello, Pablo Daves, Pierangela Souza, Rafael Saraiva, Renata Gilio, Renata Lopes, Renato Barandier, Ricardo Cadila, Rob Schram, Rodrigo Azevedo, Roland van Benthem, Saulo Pereira, Tainá de Paula, Vanessa... Victor Carvalho Pinto, Vincent Panhuysen, Washington Fajardo

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PREFÁCIO Preface Esta publicaçao é o resultado final dos workshops realizados em março de 2020 e suas sucessivas discussões que incluiram entrevistas com especialistas holandeses e brasileiros do campo do planejamento urbano além de estudos de caso em três cidades brasileiras.

This publication is the final result of the workshops held in March 2020 and their successive discussions that included interviews with Dutch and Brazilian experts in the field of urban planning as well as case studies in three Brazilian cities.

A idéia de se organizar estes workshops partiu da percepção de que as cidades brasileiras necessitam ser transformadas, melhoradas, adaptadas através do planejamento urbano, pois este é a ferramenta mais adequada para o desenvolvimento social, ambiental e econômico das áreas urbanas.

The idea of ​​organizing these workshops came from the perception that Brazilian cities need to be transformed, improved, adapted through urban planning, as this is the most adequate tool for the social, environmental and economic development of urban areas.

O workshop teve como tema central “Transformações Urbanas”, transformações estas entendidas enquanto acontecimentos específicos que ocorrem nas cidades, ao longo do tempo. Transformações podem ocorrer de forma planejada ou não. Nosso foco é nas transformações induzidas, planejadas por urbanistas, com o propósito de melhorar o funcionamento das cidades e a qualidade de vida da população.

The workshop had as its central theme “Urban Transformations”, transformations understood as specific events that occur in cities over time. Transformations can happen in a planned or unplanned way. Our focus is on induced transformations, planned by urban planners, with the purpose of improving the functioning of cities and the population’s quality of life.

A inclusão de profissionais holandeses nestes workshops, possível através do patrocínio generoso do Consulado Geral dos Países Baixos no Brasil, busca realizar uma troca de experiências no campo da prática do planejamento, já que o país tem uma longa tradição de bom planejamento urbano, eficaz e eficiente, produzindo cidades de alta qualidade de vida e em constante processo de transformação.

The inclusion of Dutch professionals in these workshops, possible through the generous sponsorship of the Consulate General of the Netherlands in Brazil, seeks to exchange experiences in the field of planning practice, as the country has a long tradition of good urban planning, effective and efficient, producing cities with high quality of life and in a constant process of transformation.


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INTRODUCTION Introdução Em se tratando de planejamento urbano no Brasil temos a impressão de que quase nada acontece. Entretanto, por volta da década de 2010, nos tempos do “Brasil Grande”- época da Copa do Mundo, Olimpíadas, o trem de alta velocidade, o programa massivo de habitação social Minha Casa Minha Vida e algumas operações urbanas, etc - a habitual letargia foi interrompida por aqueles muitos projectos que o governo central financiava como forma de estimular o crescimento económico e poupar o país da crise financeira iniciada no final de 2008 e que se alastrava por todo o mundo.

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Esses projetos, imbuídos de um sentido de urgência e grandeza, tornaram a profissão do Urbanista relevante novamente, embora possa-se dizer que os resultados ficaram longe do ideal. Sem falar especificamente sobre os que estiveram no poder e quais eram suas agendas e ideologias políticas (um exercício que tentamos fazer neste livro), ficou claro que ainda precisamos aumentar nossa capacidade de planejamento. Tendo trabalhado em projetos urbanos no Brasil, durante a preparação para a Copa do Mundo, me fixei no final de 2007 na Holanda para aumentar conhecimento neste assunto. Eu era um admirador das práticas de planejamento pragmáticas holandesas e estava ansioso para cursar o mestrado em Delft e trabalhar em um dos escritórios altamente experimentais de Rotterdam. Terminando meu mestrado em meados de 2010, a Europa estava no meio de uma crise catastrófica e o setor do urbanismo sofrendo muito, quase não havia projetos para se trabalhar. Tendo recebido uma boa oferta no Brasil em projetos para as Olimpíadas, este parecia ser um caminho razoável a seguir. Lá ficaria trabalhando para empresas brasileiras e internacionais com atuação na América Latina até o final de 2018, quando o Brasil estava mais uma vez em uma crise política que me faria repensar meu caminho.

O Urbanismo apresenta às cidades uma grande oportunidade: ele fornece as ferramentas necessárias para o desenvolvimento local e regional, e isso não é apenas um gasto: o urbanismo pode ajudar às cidades a gerar receita. Parece que não estamos acostumados a falar nesses termos no Brasil, pois o dinheiro ainda é um tabu.

When it comes to urban planning in Brazil, we have the impression that almost nothing happens. However, around the 2010s, in the times of “Brasil Grande” – the World Cup, the Olympics, the high-speed train, the massive Minha Casa Minha Vida social housing program and some urban operations, etc. – the usual lethargy was interrupted by those many projects that the central government financed as a way to stimulate economic growth and save the country from the financial crisis that began at the end of 2008 and that was spreading throughout the world.

These projects, imbued with a sense of urgency and grandeur, made the Urbanist profession relevant again, although it could be said that the results were far from ideal. Without talking specifically about those in power and what their political agendas and ideologies were (an exercise we tried to do in this book), it became clear that we still need to increase our planning capacity.

Having worked on urban projects in Brazil, during the preparation for the World Cup, I settled in late 2007 in the Netherlands to increase my knowledge on this subject. I was an admirer of Dutch pragmatic planning practices and was looking forward to taking a Masters degree in Delft and working in one of Rotterdam’s highly experimental offices. Finishing my master’s degree in mid-2010, Europe was in the midst of a catastrophic crisis and the urbanism sector was suffering a lot, there were almost no projects to work on. Having received a good offer in Brazil on projects for the Olympics, this seemed like a reasonable way forward. There I would be working for Brazilian and international companies operating in Latin America until the end of 2018, when Brazil was once again in a political crisis that would make me rethink my path. Urbanism presents cities with a great opportunity: it provides the necessary tools for local and regional development, and this is not just an expense: urbanism can help cities to generate income. It seems that we are not used to speaking in these terms in Brazil, as money is still a taboo.


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WORKSHOPS U.I.A. 2020 Zuidas Amsterdam, Masterplan Architecten CIe

Amsterdam Zuid

Bajes Kwartier Amsterdam, Masterplan OMA


Amsterdam Noord 10 T.O.D. samples in the Netherlands, Amsterdam areas:

Amsterdam Noord

Amsterdam Noord

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Em 2019, com o Congresso UIA de 2020 sendo planejado, apliquei para um subsídio dos Consulados Holandeses no Brasil e me propus a organizar uma série de workshops: mesas-redondas onde profissionais holandeses e brasileiros pudessem trocar ideias e fomentar parcerias. Fui selecionado no início de 2020 e as oficinas aconteceram na hora certa: março de 2020, exatamente antes da pandemia do covid-19. Durante a turbulência que se seguiu, tive tempo suficiente para desenvolver as questões discutidas com alguns alunos corajosos que trabalharam comigo online ao longo de 2020. Muitas ideias foram elaboradas para os locais de São Paulo, Rio, Niterói e Brasília, e então organizamos reuniões em Zoom no final de 2020 com os participantes que estiveram presentes nas mesas redondas presenciais de março. Algumas empresas interessadas solicitaram projetos e isso resultou em algumas comissões de acompanhamento que fiquei feliz em assumir.

A conclusão geral que podemos dizer é que o Urbanismo ainda está emSloterdijk sua fase inicial no Brasil e temos muito Amsterdam a ganhar com os especialistas holandeses, já que a Holanda foi construída pelo homem através de aterros desde a Idade Média, eles tiveram que ter cuidado na forma como utilizam o espaço, que é escasso e caro de se fazer. Com eles podemos ver que o Urbanismo é muito menos uma questão de design (portanto, não Arquitetura em grande escala, longe disso) do que uma questão de boa comunicação entre as partes interessadas, chegando a consensos e formando parcerias onde todas as partes ganhar. E para fazer essas parcerias funcionarem, leis eficazes precisam estar em vigor.

Amsterdam Amstel

Amsterdam Sloterdijk Amsterdam Zuid

In 2019, with the 2020 UIA Congress being planned, I applied for a subsidy from the Dutch Consulates in Brazil and proposed to organize a series of workshops: round tables where Dutch and Brazilian professionals could exchange ideas and foster partnerships. I was selected in early 2020 and the workshops took place at the right time: March 2020, just before the covid-19 pandemic. During the turmoil that followed, I had enough time to develop the issues discussed with some courageous students who worked with me online throughout 2020. Many ideas were drawn up for the São Paulo, Rio, Niterói and Brasília locations, and then we organized meetings in Zoom at the end of 2020 with the participants who attended the in-person round tables in March. Some interested companies requested projects and this resulted in some follow-up committees that I was happy to take on. The general conclusion we can say is that Urbanism is still in its early stages in Brazil and we have a lot to gain from the Dutch experts, as the Netherlands was built by man using Amsterdam Sloterdijk landfills since the Middle Ages, they had to be careful in the how they use space, which is scarce and expensive to make. With them we can see that Urbanism is much less a matter of design (therefore, not architecture on a large scale, far from it) than a matter of good communication between stakeholders, reaching consensus and forming partnerships where all parties win. And to make these partnerships work, effective laws need to be in place.

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INTERVIEWS W CITY PLANNERS entrevistas


WITH S com urbanistas


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Roland van Benthem

ENTREVISTA

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(Prefeito de Eenes/Eenes’s Mayor)

Formado em administração pública pela CSG Emmeloord (NL), Benthem trabalhou como Conselheiro Sênior de Contabilidade no Ministério de Finanças da Holanda, foi Conselheiro da Rainha, Membro do Parlamento da Provícia de Ultrech e hoje é Prefeito de Eemnes (NL).

Graduated in public administration from CSG Emmeloord (NL), Benthem is a Senior Accounting Adviser at the Dutch Ministry of Finance, was a Queen’s Adviser, Member of Parliament of the Province of Ultrech and is now Mayor of Eemnes (NL).


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O.U.C.: O MODELO HOLANDÊS THE DUTCH PPP MODEL

O.U.C. (Operação Urbana Consorciada) é o nome dado às Parcerias Público-Privadas em Urbanismo no Brasil O.U.C. (Operação Urbana Consorciada) is the name given to the Public-Private Partnerships in Brazil

INTERVIEW

OBS.:

by/por Rafael Saravia


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RAFAEL SARAIVA: Quando uma cidade da Holanda quer reconstruir uma determinada área, digamos, ela quer transformar uma antiga área industrial abandonada em um destino de usos mistos mais denso, como o processo começa? Eu entendo que se uma determinada cidade anunciar uma visão de futuro para uma área, os proprietários locais vão querer aumentar seus preços, dificultando a concretização ... estou certo?

RAFAEL SARAIVA: When a city in the Netherlands wants to redevelop a certain area, let’s say, it wants to transform a former industrial, derelict area, into a denser mixed-uses destination, how does the process starts? I understand that if a certain city announces a future vision for an area, the local plot owners will want to increase their prices, making it difficult to be realized… am I right?

ROLAND VAN BENTHEM: O que normalmente faríamos é colocar esta área no que chamamos de “voorkeursrecht gemeenten” (direitos de preferência). É uma lei que o município põe em prática em votação secreta e será publicada no dia seguinte. Isso significa que todos os proprietários só podem vender seus lotes para o município. Ao mesmo tempo, o município vai colocar em prática um ‘plano de exploração’ (plano de exploração) que também é legalmente vinculativo para todos os proprietários. Neste plano, todos os custos de reestruturação serão orçados, e todos os proprietários devem pagar até os custos como uma porcentagem de seus lotes / lote total.

ROLAND VAN BENTHEM: What we normally would do is to put this area into what we call ‘voorkeursrecht gemeenten’ (pre-emption rights). It is a law that the municipality puts in place on a secret vote and it will be published the day after. This means all the owners can only sell their plots to the municipality. At the same time the municipality will put in place an ‘exploitatieplan’ (exploitation plan) which is also legally binding to all owners. In this plan all the costs of the restructuring will be budgeted, and all owners have to pay up to the costs as a percentage of their plots/total plots.

Em relação à realização, os proprietários de terras que são construtores ou incorporadores imobiliários podem reivindicar “autorrealização”, o que significa que podem desenvolver a área dentro das linhas de nosso plano diretor. Para os proprietários que não desejam cooperar, temos duas opções: uma é, se precisarmos de seus lotes para estradas, estacionamento, espaço público, etc., podemos simplesmente desapropriar seus lotes. Isso passa por um tribunal civil e nós, como município, precisamos declarar o interesse público, e no final eles perdem. Para os terrenos não precisamos de significados públicos, o que significa áreas para novas construções, e os proprietários não podem realizar os planos por si próprios (já que não são incorporadores), não podemos negá-los, mas eles não podem vender seus terrenos para outra pessoa também, apenas para o município. Assim, eles estão congelados em seus ativos. Em Amsterdã, há agora uma reforma no centro, onde um bloco foi demolido, exceto por uma casa. Portanto, o plano mestre foi alterado para construir em torno dessa única casa. A cidade também

Regarding the realization, the landowners who are constructors or real estate developers can claim ‘self realization’, which means they can develop the area within the lines of our masterplan. For the owners who do not want to cooperate we have two options: one is, if we need their plots for roads, parking, public space, etc. we can simply expropriate their plots. This goes via a civil court and we as a municipality need to declare the public interest, and in the end they loose. For the plots we don’t need for public meanings, which means areas for new buildings, and the landowners can’t realize the plans themselves (since they are not real estate developers), we cannot disown them, but they cannot sell their plots to someone else either, only to the municipality. Thus, they are frozen in their assets. In Amsterdam there is now a redevelopment in the center where a block was demolished except for one house. So the masterplan was changed to build around that single house. The city could also have waited, but they preferred to realize the plan now, leaving that house in the middle. However, what normally happens is that the developers buy the


poderia ter esperado, mas preferiram realizar o plano agora, deixando aquela casa no meio.

No entanto, o que normalmente acontece é que os desenvolvedores compram os lotes (que temos direitos de preferência declarados) com nossa permissão. No plano, nós, como governo, incluiremos todas as coisas que precisam ser feitas, como custos de funcionários públicos, estradas, estacionamento etc. e também uma visão sobre habitação. Isso significa aprovar uma lei que diz, por exemplo, que 35% devem ser habitações de interesse social sendo 50% alugados, 30% devem ser casas de preço médio das quais 25% para aluguel, 25% mais caro e 10% luxo. Dentro deste plano os lotes com perdas financeiras (habitação social) serão compensados com ​​ o lucro dos restantes. Em geral, antes de iniciarmos o masterplan, compramos os lotes sem dar muita atenção. Na maioria das vezes, um município formará uma empresa de PPP que compra todos os lotes. Por exemplo, estamos desenvolvendo agora uma nova área com 500 casas e temos 50% do terreno e duas construtoras os outros 50%, então elas têm que ceder nos seus terrenos. E em troca recebem lotes para construção. Negociamos 3 anos para todos os detalhes financeiros.

A nova visão habitacional de Amsterdã afirma que 40% devem ser moradias socialmente acessíveis, 40% médias e apenas 20% do preço de mercado, dos quais 60% devem ser de aluguel. Isso significa que um município vai olhar para o que é a necessidade de habitação, o que é uma boa combinação de diferentes tipos de habitação, qual é a demanda futura, etc. E todo desenvolvedor tem que ficar dentro desses limites. Se eles comprarem um terreno e quiserem mudar o plano de uso da terra, o município vai dar-lhes um conjunto de obrigações. Desenvolvemos uma nova área de negócio e um terreno pertencia a um agricultor, por isso iniciamos o processo legal para obter as suas terras. No final, ele aceitou o preço que oferecemos,

mas às vezes as pessoas são teimosas ou pensam que é injusto ou não querem vender porque está muito tempo nas posses de sua família (motivos emocionais), etc. Porém, no final, o interesse comum de todos deve prevalecer, não o benefício de um indivíduo ou uma empresa

que tem um local. Nós, como governo, não temos interesse em ganhar dinheiro. Colocamos todos os custos no plano, incluindo os custos de aluguel social. E dentro do plano todos os proprietários pagam sua parte e principalmente os desenvolvedores vão ganhar algum dinheiro. Mas, ao colocar as demandas para a faixa de habitação

plots (that we have pre-emption rights declared) with our permission. In the plan we, as a government, will put in all the things are needed to be done, such as costs of civil servants, roads, parking etc. and also a vision about housing. This means passing a law that says, for example, that 35% should be social housing of which 50% rent, 30% should me medium prices houses of which 25% for rent, 25% more expensive and 10% luxury. Within this plan the plots with financial losses (social rental housing) will be compensated with the profit on the others. In general, before we start the masterplan, we buy the plots without giving too much attention. Mostly a municipality will form a PPP company which buys all plots. For example, we are developing now a new area with 500 houses and we have 50% of the land and two building companies the other 50%, so they have to give in their plots. And in return they receive building plots. We negotiated 3 years for all the financial details.

The new housing vision of Amsterdam states that 40% should be socially affordable housing, 40% medium and only 20% market price, of which 60% should be rental. This means that a municipality will look at what is the need for housing, what is a good mix of different types of housing, what is the future demand, etc. And every developer has to stay within these boundaries. If they buy a plot and want to change the land uses plan the municipality will give them a set of obligations. We developed a new business area and one plot was owned by a farmer, so we started the legal process to get his land. In the end he accepted the price we offered,

but sometimes people are stubborn or think it’s unfair or don’t want to sell since it’s a long time from their family (emotional reasons), etc. However in the end the common interest of all must prevail, not the benefit of one individual or a company

who has a plot. We as a government have no interest in making money. We put all the costs in the plan, including the costs of social rental houses. And within the plan all the owners pay their part and mostly the developers will make some money. But by putting in the demands for the housing range (social, middle, high end) we make sure it’s not only for the wealthy or for the developers profit that a masterplan is made. Still, some real estate companies buy land years in advance, sometimes up to 30 years, and wait for the demand one day.

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(social, média, alta), garantimos que não é apenas para os ricos ou para o lucro dos desenvolvedores que um plano mestre é feito. Mesmo assim, algumas imobiliárias compram terrenos com anos de antecedência, às vezes até 30 anos, e um dia esperam a demanda.

No caso de planejamento de áreas para os ricos (distantes de transportes públicos) o município pode até aprovar, mas os desenvolvedores têm que pagar uma quantia ao nosso fundo de habitação

Normalmente, combinamos de antemão o preço que eles devem pagar. Além disso, um desenvolvedor pode compensar, em um plano colocar 0% de habitação social e em outro desenvolvimento 60%. Mas só concordamos com isso se o resultado geral for bom,

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também não queremos guetos inteiros de habitação social. A política é mesclar a demanda por habitação social em toda a cidade. É uma melhor mistura social da

Somos bastante liberais, mas também muito ‘planejamos o mercado’.

RS: Como você chama em holandês esse “Plano de Exploração”? O que contém? A cidade faz isso sozinha ou é um plano urbano feito por empresas externas?

In case of planning areas for the rich (far from public transport) the municipality can aprove, but the developers must pay an amount to our social housing fund. Normally we agree beforehand on the price they have to pay. Also a developer can compensate, in one plan put 0% social housing and in an other development 60%. But we only agree to this if the overall outcome is good,

we also don’t want entire ghettos of social housing. The policy is to mix the demand for social housing throughout the city. It’s a better social mix of the population.

We are quite liberal but also very much ‘planning for the market’.

RS: How do you call in Dutch this “Exploitation Plan”? What does it contain? Does the city do it herself or is it an urban plan made by external companies? RvB: Mostly external companies, hired to make a masterplan (later to be detailed) and a financial calculation of all costs and expected benefits. On the basis of it we determine how much each partner needs to contribute. RS: Would you translate ‘exploitatieplan’, as a Feasibility Plan?

RvB: Empresas majoritariamente externas, contratadas para fazer um masterplan (posteriormente detalhado) e um cálculo financeiro de todos os custos e benefícios esperados. Com base nisso, determinamos quanto cada parceiro precisa contribuir.

RvB: Yes, but the financial part of it only (not spatial feasibility, for instance). And the name is plan but in effect it’s a law that regulates the contribution of the landowners. Once the municipality approves the exploitation plan, the landowners know what they have to pay if they want to realize their plans. On the other hand, if the costs for the municipality are lower than 5% of what previously budgeted, they get this as a refund. However we cannot ask more if the costs are higher.

RvB: Sim, mas a parte financeira só (não viabilidade espacial, por exemplo). E o nome é plano, mas na verdade é uma lei que regula a contribuição dos proprietários de terras. Uma vez que o município aprova o plano de exploração, os proprietários sabem o que eles têm que pagar se quiserem realizar seus planos. Por outro lado, se os custos para o município forem inferiores a 5% do orçado anteriormente, eles recebem como reembolso. No entanto, não podemos pedir mais se os custos são mais elevados.

RvB: Every municipality has a Woonvisie (vision on housing) and in this the demographic expectations, growth or declined, demand for social housing, etc. is put together every 4-5 years and this is the basis for every development. In our new housing project of the 70% market housing 10% needs to be rental. So the developer needs to find a rental firm to whom he can sell these houses/apartments. Otherwise they would only go for the quick wins. So it is very much state guided what we allow to be build, were, which categories, rental or owned.

RS: Você traduziria ‘exploitatieplan’, como um Plano de Viabilidade?

RS: Can you tell more about the Woonvisie (housing vision), what it contains?

We prescribe the number of parking spaces per house (1,6 social,


RS: Você pode falar mais sobre o Woonvisie (visão habitacional), o que ele contém? RvB: Cada município tem um Woonvisie (visão sobre habitação) e neste as expectativas demográficas, crescimento ou declínio, procura de habitação social, etc. se reúnem a cada 4-5 anos e esta é a base de todo desenvolvimento. Em nosso novo projeto de habitação do mercado de habitação de 70% 10% precisa ser alugado. Portanto, o desenvolvedor precisa encontrar uma locadora a quem possa vender essas casas / apartamentos. Caso contrário, eles iriam apenas para as vitórias rápidas. Portanto, é muito orientado pelo estado o que permitimos construir, se eram, quais categorias, alugamos ou possuímos. Nós prescrevemos o número de vagas de estacionamento por casa (1,6 sociais, 2 mercado livre) que precisa estar no plano. A% de água,% de verde, número e tipo de playgrounds. No nosso novo plano apenas

52% pode ser vendido em lotes, o resto é espaço público para ter uma sensação rural. Em outras partes pode ser 90%, tudo dependendo da visão para aquela área, rural, centro da cidade, pontos de referência. E colocamos regras ambientais. As novas casas que estão a ser construídas no nosso concelho têm um orçamento energético de 0,0 o que significa auto-suficientes com electricidade e pouco aquecimento. Custos extras para os desenvolvedores, mas para o bem comum. Em Londres, o tempo de espera por habitação social é de décadas. Sem casas a preços acessíveis significa que professores, garçons e policiais não podem pagar por Londres e precisam se deslocar uma hora para chegar ao trabalho. Você não quer isso para a sua cidade, você quer uma mistura. RS: Qual seria a margem de lucro média de um desenvolvedor na Holanda?

RvB: Calculamos em torno de 3-5%. Ele pode tentar vender extras e obter mais lucro. Ou ele pode trabalhar com mais eficiência do que

2 free market) which needs to be in the plan. The % of water, % of green, number and type of playgrounds. In our new plan only 52% is allowed to be sold in plots, rest is public space in order to have a rural feeling. In other parts it can be 90%, all depending on the vision for that area, rural, inner city, landmarks. And we put in environmental rules. The new houses now being build in our municipality have an energy quotation of 0,0 which means self sufficient for electric and low on heating. Extra costs for the developers, but it’s for the common good. In London the waiting time for social housing is decades. No affordable houses means the teachers, waiters, police offers can’t afford London and need to commute an hour to get to work. You do not want that for your city, you want a mix RS: How much would be an average profit margin for a developer in the NL?

RvB: We calculate it around 3-5%. He can try to sell extras and make more profit. Or he can work more efficiently than we budgeted the building costs , for instance. So it could go up to 10% or more, but only if they run their business well. RS: The ‘exploitatieplan’ is made by the city officials themselves or contracted to private consultancies? In this case what kind? Real Estate consultancies? After you have the land acquisition phase solved, the city proceeds to develop a real Masterplan for the site, right? Then how do you select an urban planner? Make a design competition or through portfolio and fee?

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orçamos os custos de construção, por exemplo. Portanto, pode subir para 10% ou mais, mas apenas se eles administrarem bem os seus negócios. RS: O ‘exploitatieplan’ é feito pelos próprios funcionários municipais ou contratado por consultorias privadas? Nesse caso, de que tipo? Consultorias imobiliárias? Depois de ter resolvido a fase de aquisição do terreno, a cidade passa a desenvolver um verdadeiro Masterplan para o local, certo? Então, como você seleciona um planejador urbano? Fazer um concurso de design ou através de portfólio e taxa?

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RvB: O Exploitatieplan é feito por plano econômico e não por consultores imobiliários. Porque o plano inclui o imóvel, mas também todos os outros custos possíveis. Um planejador urbano é selecionado principalmente por competição, a menos que um pequeno plano, então um escritório conhecido é selecionado. Na verdade, o gebiedsvisie é principalmente o começo e, quando as coisas ficam mais detalhadas, um plano de exploração é colocado em prática. O governo está na liderança. Discutimos opções e possíveis resultados com terceiros, mas o governo decide o que fazer e o que não fazer. Claro que isso pode ser uma decepção para os proprietários dos lotes e os desenvolvedores, mas

RvB: Exploitatieplan is made by plan economic not by real estate consultants. Because the plan has the real estate but also all other possible costs. An urban planner is selected mostly by competition unless a small plan then a known office is selected. Indeed the gebiedsvisie mostly is the start and when things get more detailed an exploitatieplan is put into place. The government is very much in the lead. We discuss options and possible outcome with third parties, but the government make the decision what to make and what not. Of course this can be a disappointment for the owners of the plots and the developers, but this is gebiedsvisie, urban planning. Doing what is in the general interest, not for the sole profit. Sometimes developments stand still for decades. RS: When the city declares pre-emption rights over a certain area, has it already a developer interested in it?

RvB: Pre-emption rights is about taking public control, most of the times we don’t have a developer or construction company in our minds. But as said earlier, we cannot disown them either, if they own plots in the area. RS: When the city acquires plots, they buy it for the current value, and not the future expected value after implementation? RvB: We pay a price representing the current and for part the

Waterland, Eemnes Source: Waterland Real Estate isso é gebiedsvisie, planejamento urbano. Fazer o que é do interesse geral, não para o lucro único. Às vezes, os desenvolvimentos param por décadas. RS: Quando a cidade declara direito de preferência sobre determinada área, já tem incorporador interessado?

RvB: Direito de preferência é assumir o controle público, na maioria das vezes não temos uma incorporadora ou construtora em

future value. But normally not the end value. So, if a plot would be now 500, expectation value for future possibilities 250 extra, and after redevelopment say 1.500. We give them a bit more of the current value, but not 100% of the value. And sometimes we do pay more than the future value because we want very much of a change. In urban redevelopment most projects are with a loss, so the government steps in and buys an industrial plot to build houses, and accepts the loss. It’s


nossas mentes. Mas, como já foi dito, também não podemos renegá-los, se forem proprietários de terrenos na área. RS: Quando a cidade adquire terrenos, compra pelo valor atual e não pelo valor futuro esperado após a implantação?

RvB: Pagamos um preço que representa o valor atual e parte o valor futuro. Mas normalmente não é o valor final. Portanto, se um gráfico seria agora 500, o valor esperado para as possibilidades futuras 250 extras e, após a reconstrução, digamos 1.500. Fornecemos a eles um pouco mais do valor atual, mas não 100% do valor. E às vezes pagamos mais do que o valor futuro porque queremos muito uma mudança. Na reabilitação urbana, a maioria dos projetos está com prejuízo, então o governo intervém e compra um terreno industrial para construir casas, e aceita a perda. É melhor se houver outros projetos que gerem lucro. Mas em algumas cidades ainda é uma perda. Mas é aceitável devido aos ganhos gerais para as qualidades da cidade / área.

Compramos um terreno quase pelo valor final, só porque queríamos evitar que mais empresas entrassem. E nossos bolsos são mais fundos no final (e nossas taxas de juros são muito baixas). Porque já tínhamos algum terreno, no geral teremos um lucro de € 3 MLB, mas às vezes você atua como um desenvolvedor, apenas para estar no comando. Há um terreno industrial que gostaríamos de reconstruir, mas o proprietário quer muito. Então não vamos intervir (já 8 anos de discussão) já que para essa área não temos urgência, então podemos esperar. Dentro do ‘exploitatieplan’, colocamos um orçamento básico. Digamos que seja 25%, então se as casas naquele terreno valem 1.000, pagamos 250 pelo terreno. Se a incorporadora dentro das regras do plano fizer 1.100 a gente ganha 275. Então a gente acompanha muito o mercado imobiliário. RS: Quem faz o Gebiedvisie? Funcionários públicos? Desculpe por pedir demais, mas isso é o interessante.

RvB: As empresas de planejamento urbano fazem isso e os servidores públicos dão as fronteiras para o seu trabalho. E haverá algumas discussões sobre o resultado. Quando os funcionários públicos concordam, isso vai para o nível político e as coisas podem ser mudadas. Normalmente começamos dando orientação política e o planejador urbano fará um plano dentro desses limites. RS: Como ocorre a aquisição de terrenos no caso de um proprietário que está falido?

Nosso sistema jurídico é bastante tranquilo em comparação com o Brasil. Raramente as brigas em processos civis vão continuar por anos, o juiz não permite. Portanto, em casos normais, de de 2 a 5 anos e só.

better if there are other projects that make a profit. But in some cities it is still a loss. But acceptable because of the overall gains for the qualities of the city/area.

We bought a piece of land for almost the end value, just because we wanted to prevent more companies stepping in. And our pockets are deeper in the end (and our interest rates are very low). Because we had already some land, overall we will make €3 MLB profit, but sometimes you act as a developer, just to be in the driving seat. There is one industrial plot we would like to redevelop, but the owner wants too much. So we will not step in (already 8 years of discussion) since for that area we have no urgency, so we can wait. Within the ‘exploitatieplan’ we put in a ground quote. Say it’s 25%, so if the houses on that plot are worth 1.000 we pay 250 for the ground. If the developer within the rules of the plan makes 1.100 we get 275. So we very much follow the real estate market. RS: Who makes the Gebiedvisie? Public officers? Sorry for asking too much, but this is o interesting...

RvB: Urban planning companies make that and the civil servants give the borders for their work. And there will be some discussions on the outcome. When the civil servants agree it goes to the political level and things can be changed. Normally we start with giving political guidance and the urban planner will make a plan within these boundaries. RS: How does land acquisition happens in the case of a landowner which is a bankrupt company? RvB:

Our legal system is quite smooth compared to Brasil. Seldom fights in civil cases will continue for years, the judge won’t allow. So in normal cases 2-5 years and In the case of a bankruptcy the judge appoints a curator with the specific job to liquidate the company and its assets and the benefits will go to the creditors. But the creditors or the owners have no legal say any more. Only our beloved banks have a say if they have mortgage on a property.

In The Netherlands bankruptcy can be settled

or in the case of a big bank with loans etc. it can take some years. But the stake is to sell whatever has value and liquidate, or sell the parts

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RvB: Em caso de falência, o juiz nomeia curador com a função específica de liquidar a empresa e seu patrimônio e os benefícios irão para os credores. Mas os credores ou proprietários não têm mais voz jurídica. Somente nossos amados bancos têm uma palavra a dizer se tiverem hipotecas sobre uma propriedade.

Na Holanda, a falência pode ser resolvida em semanas,

ou, no caso de um grande banco com empréstimos, etc., pode levar alguns anos. Mas a aposta é vender tudo o que tem valor e liquidar, ou vender as partes do negócio que têm bom valor.

RS: Se houver uma questão legal como uma briga de família e o lote não for no lugar de uma futura estrada, a prefeitura tem preferência para comprar, mas como faria? Quer dizer no caso de um patrimônio familiar que não pode concordar com o valor do lote? RvB: O valor justo está contido no ‘plano de exploração’. Entraríamos em contato com todas as partes envolvidas, tentaríamos comprá-lo e fazeríamos um depósito em cartório até que eles resolvessem a disputa. RS: O plano de exploração é votado na Câmara dos Deputados? Ou o Poder Executivo da cidade pode aprová-lo por conta própria? No Brasil o processo de aprovação é muito problemático porque nossas cidades são muito maiores e a Câmara dos Deputados demora muito para votar esses projetos de planejamento, ou cobra dinheiro das imobiliárias, muita corrupção ... Em São Paulo o secretário de urbanismo nos disse para evitar qualquer coisa que precisasse da aprovação da câmara municipal, pois poderia nunca acontecer.

RvB: sim, os planos precisam ser votados na Câmara dos Deputados.

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RS: Quanto ao julgamento das questões relativas ao desenvolvimento urbano, quando há processo judicial, este é julgado por um juiz comum (o mesmo que julga outros tipos de processos) ou é um juiz específico especialista em urbanismo/ desenvolvimento urbano?

RvB: Não temos tribunais diferentes, mas dentro do tribunal 10 ramos diferentes, cada procedimento tem seus juízes especializados.

of the business which have good value.

RS: If there is a legal issue like a family fight and the plot is not in the place of a future road, the city has pre-emption to buy, but how would it do? I mean in the case of a family heritage that cannot agree on the value for the plot? RvB: The fair value is contained in the ‘exploitatieplan’. We would get in touch with all the parties involved, try to buy it, and put a deposit with a notary office until they settled their dispute. RS: Is the exploitatieplan voted in the city deputies chamber? Or does the city executive branch can approve it on its own? In Brazil the approval process is very problematic because our cities are much bigger and the city deputies chamber takes a lot of time to vote those planning projects, or they charge money from the real state companies, a lot of corruption... In Sao Paulo the urbanism secretary told us to avoid anything that would need the city chamber approval, as it might never happen. RvB: yes, the plans need to be voted by the city council (deputies chamber). RS: Regarding the judgment of issues relating to urban development, when there is a legal process, is it judged by a common judge (the same that judges other kinds of cases) or is it an specific judge specialist in urban/land development?

RvB: We do not have different courts but within the court 10 different branches, each procedure has its specialist judges


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Rodrigo Azevedo

INTERVIEW

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(AAA Arquitetura)

Formado em arquitetura e urbanismo pela UFRJ (Rio, 1997) e com Master em Habitação e Urbanismo pelo AA (Londres, 2009), Rodrigo Azevedo foi Secretário de Urbanismo de Nova Iguaçu (RJ), gerente de projetos na AECOM (SP) no Projeto Nova Luz e atualmente leciona na Universidade Estácio de Sá além de digirir sua empresa AAA Arquitetos. With a degree in architecture and urbanism from UFRJ (Rio, 1997) and a Master’s Degree in Housing and Urbanism from AA (London, 2009), Rodrigo Azevedo was Secretary of Urbanism in Nova Iguaçu (RJ), project manager at AECOM (SP) in the Project Nova Luz and currently teaches at Estácio de Sá University, in addition to managing his company AAA Arquitetos.


A PRÁTICA DO URBANISMO THE PRACTICE OF URBANISM by/por Rafael Saravia

ENTREVISTA

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RAFAEL SARAIVA: First of all I would like to talk about the professional activity of the urban planner in Brazil. Our universities graduate around X number of urban-architects annually. The great majority of them do not work as urban planners, at most they design lots and make master plans for gated communities. In the last few years, as you know, I have been dedicated to the subject of masterplans as an essential urbanistic tool for the qualitative transformation of parts of the city, therefore containing the Urban Design of the locality. These transformations through masterplans I understand happen abroad and should happen more and more here, in Brazil, through PPPs. The Nova Luz project and the Olympic Park had masterplans designed, the Port of Rio and other OUCs in SP did not. I understand that the masterplan is the instrument that guarantees the future quality of a place (creates public spaces, permeable areas and a percentage of social housing, for example) and therefore I see it as a great opportunity where urbanists can, in fact, act. I have noticed that you have embraced this tool in your professional practice and also in the coordination of academic projects. What have been the biggest challenges to implement Masterplans in Rio de Janeiro today?

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RODRIGO AZEVEDO: There is no specific legislation that requires an urban project, or masterplan. The most similar municipal legislation we have is the PEU (Projeto de Estruturação Urbana, or urban structure project), which is not based on design. Even for urban operations like PPP’s, the City Statute does not require urban design, which is crazy. That is why the Porto Maravilha PPP has no urban project, only road and infrastructure projects, besides an EIA-RIMA. In fact, the requirement of EIA-RIMA for an urban regeneration project is nonsense, since the urban project is the mitigating action in question. What is clear is that there is a generalized ignorance about the nature and importance of

the urban project as a fundamental instrument to bridge the scale of the Master Plan and the legislation neighborhood by neighborhood. Without the urban project to translate, to materialize the Master Plan in the scale of the neighborhood

and from there to produce building and use legislation compatible with each context, we continue to build cities blindly, at the whim of real estate speculation pure and simple.

RS: While any discussion about urbanism always has a political dimension, I think it’s essential to go beyond and think beyond politics, especially the political parties of right and left. After all, different political systems have or not more or less developed urbanistic systems. We can disagree for example with Singapore’s authoritarian system, but we cannot deny that they managed to transform the city in a very positive way, giving quality housing

RAFAEL SARAIVA: primeiramente gostaria de falar sobre a atuaçao profissional do urbanista no Brasil. Nossa universidades formam em torno de X (ver numero) arquitetos-urbanistas anualmente. A grande maioria não atua enquanto urbanista, no máximo desenham loteamentos e fazem masterplans para condominios fechados. Nos ultimos anos, como vc sabe, tenho me dedicado ao assunto dos Masterplans enquanto ferramenta urbanistica essencial para a transformaçao qualitativa de partes da cidade, portanto contendo o Desenho Urbano da localidade. Estas transformaçoes atraves de masterplans entendo que acontecem no exterior e deveriam acontecer cada vez mais aqui, no Brasil, atraves de PPPs. O projeto Nova Luz e o Parque Olímpico tiveram masterplans desenhados, o Porto do Rio e outras OUCs de SP não. Entendendo que o Masterplan é o instrumento que garante a qualidade futura de um local (cria espacos públicos, áreas permeáveis e um percentual de habitação social, por exemplo) e por isso vejo como uma grande oportunidade onde os urbanistas possam, de fato, atuar. Tenho reparado que voce tem abraçado essa ferramenta em sua prática profissional e tambem na coordenacao de projetos acadêmicos. Quais tem sido os maiores desafios para se implementar Masterplans no Rio de Janeiro hoje? RODRIGO AZEVEDO: Não existe uma legislação específica que exija um projeto urbano, ou masterplan. A legislação municipal mais similar que possuímos é o PEU (Projeto de Estruturação Urbana), que não se baseia em desenho. Mesmo para operações urbanas como PPP’s, o Estatuto da Cidade não exige projeto urbano, o que é uma loucura. Por isso a PPP do Porto Maravilha não possui projeto urbano, somente viário e de infraestrutura, além de EIA-RIMA. Aliás, a exigência de EIARIMA para um projeto de regeneração urbana é um contra-senso, visto que o projeto urbano é a própria ação mitigadora em questão. O que fica claro é que existe uma ignorância generalizada sobre a natureza e a importância do

projeto urbano como instrumento fundamental para fazer a ponte entre a escala do Plano Diretor e das legislações bairro a bairro.

Sem o projeto urbano para traduzir, materializar o Plano Diretor na escala do bairro e a partir daí produzir legislações edilícias e de uso compatíveis com cada contexto, seguimos construindo cidades as cegas, ao sabor da especulação imobiliária pura e simples. RS: Ao mesmo tempo que toda a discussão acerca do urbanismo tem sempre uma dimensão politica, acredito que seja essencial irmos além e pensarmos além da política, especialmente dos partidos políticos de direita e esquerda. Afinal, diferentes sistemas politicos possuem ou não sistemas urbanísticos mais ou menos desenvolvidos. Podemos discordar por exemplo do sistema autoritario de Singapura mas não podemos negar que conseguiram transformar a cidade de uma forma muito positiva, dando habitacão de qualidade para toda a população que antes


to the entire population that used to live in precarious slums. It seems to me that the most democratic countries and the most authoritarian ones - so the two extremes - have more developed planning systems than the ‘middle ground’ countries. The way seems to me to be, without a doubt, to increase the transparency of the system, but creating an effective methodology of how people participate. In Holland for example, only those who live in a certain area can oppose a certain plan. This avoids generalized shouting. I remember that during the competition for the residential building behind the Rotterdam City Hall (Timmerhuis), the population voted online for the SeArch project, but the winner was the OMA. In fact, the SeArch project was completely unfeasible, full of internal vines in the entrance hall. The developers here seem to me to favor the participation of the local community, as a way to get information of the problems and the wishes of those who already live there, functioning as a special market research. As I see that you are frequently involved in participative projects, I ask you if you have any specific methodology? At what moment of the project does the community have a say, and what decision-making power does it have?

vivia em precárias favelas. Fica me parecendo que os países mais democraticos e os mais autoritarios – portanto os dois extremos - possuem sistemas de planejamento mais desenvolvidos do que os países ‘meio-termo’. O caminho me parece ser, sem dúvida, aumentar a transparencia do sistema, mas criando uma metodologia eficaz de como as pessoas participam. Na Holanda por exemplo, só quem mora numa determinada área pode se opor a um determinado plano. Assim evita-se a gritaria generalizada. Lembro que na ocasião do concurso do edificio residencial atrás da prefeitura de Rotterdam (Timmerhuis), a população votou online pelo projeto do SeArch, mas quem levou a vitoria foi o OMA. De fato, o projeto do SeArch era completamente inviavel, cheio de trepadeiras internas no hall de entrada. Os incorporadores aqui me parecem favoráveis a participacao da comunidade local, como forma de obter informações dos problemas e os desejos de quem ja lá mora, funcionando como uma especial de pesquisa de mercado. Como vejo que você se envolve frequentemente com projetos participativos, pergunto se possui alguma metodologia especifica? Em que momento do projeto a comunidade opina e qual poder decisorio ela tem?

RA: The lack of urban project is, in fact, the lack of project for the city. The absence of a drawing, of a model, of images that demonstrate the future possibilities for each region of the city demonstrates a clear strategy to avoid a greater participation of the organized civil society in the process of producing the city. In this way, nobody knows in fact what is going to happen in their neighborhood. This was the strategy adopted for the Porto Maravilha project, for example, which is repeated for the Reviver Centro project: no architectural or urban studies, just a bunch of new laws that only those who write them understand. The city has become a project for a few people and a few developers. That said, we can conclude that the city loses in business volume, employment, income, and especially tax generation when it limits its potential for development and growth in favor of a small group.

RA: A falta do projeto urbano é, na verdade, a falta de projeto para a cidade. A ausência de desenho, de maquete, de imagens que demonstrem as possibilidades futuras para cada região da cidade demonstra uma estratégia clara em evitar uma maior participação da sociedade civil organizada ao processo de produção de cidade. Desta forma, niguem sabe de fato o que vai acontecer no seu bairro. Essa foi a estratégia adotada para o projeto Porto Maravilha por exemplo, que se repete para o projeto Reviver Centro:

RS: In our educational system (at least when I studied in Brazil) we put a lot of emphasis on the theoretical aspects, we study a lot about the history of urbanism and we focus less on practical, projectual issues, or when we design parts of the city with little boldness (landscaping being called Urban Design) or an exaggerated boldness in utopian projects. For example: there is a consensus about the need to develop cities inside the existing grid and avoid sprawl as much as possible. In practice, in Rio, this means avoiding building in Vargem Grande, for example, and

RS: No nosso sistema de ensino (pelo menos quando eu estudei no Brasil) damos muita ânfase aos aspectos teóricos, estudamos muito a historia do urbanismo e focamos menos em questões práticas, projetuais, ou quando projetamos partes da cidade via pouca ousadia (paisagismo sendo chamado de Desenho Urbano) ou uma ousadia exagerada em projetos utopicos. Por exemplo: existe um consenso quanto a necessidade de se desenvolver as cidades para dentro da malha existente e evitar ao maximo o

A cidade se tornou um projeto para poucas pessoas e poucos incorporadores. Isto posto, podemos concluir que a cidade perde em volume de negócios, emprego, renda e, principalmente, geração de impostos quando limita seu potencial de desenvolvimento e crescimento em favor de um pequeno grupo.

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encouraging building in the central and north-west areas where there are already train and metro stations. However, to accomplish this, it is necessary to redevelop already built-up areas. This implies property acquisition and demolition. It must be a negotiated process that is good for all parties. Several Dutch cities are redeveloping the areas around stations. How is the subject of expropriation and demolition going, is it still taboo?

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RA: The last major urban interventions implemented in the city of Rio de Janeiro took place in the 1990s, with the Rio-City and FavelaBairro programs. I don’t dare to call them urban projects, because they dealt only with public space, without major changes. It was more a requalification of sidewalks and urban furniture. In the slums they also built sewage and water supply systems. From then on there was nothing else. And before these urban programs, we had major interventions in the 1960s, like the Flamengo embankment, for example. Other major interventions in the city were of the “top-down” type, total destruction of the urban fabric, expulsion of the poor, as happened with Avenida Rio Branco, the dismantling of Morro do Castelo, Avenida Presidente Vargas, etc. The interventions for the 2012 World Cup and 2016 Olympics were idealized and piloted by mostly private interests. Contractors, builders and developers were responsible, among other things, for hiring the (few) architecture firms to design millions of square meters. The power of decision for the production of the city was delegated, by the public power, to private initiative. The greatest example of this interference was the tragic alteration of the masterplan that won the international competition for the Olympics: entirely modified by the contractor in charge to meet its real estate interests in the region. As already mentioned in the previous question, few people decide, few people benefit. Thus, knowledge and expertise about city production are not produced in universities, in the public sector, or even in the private market.

We think and act much more on the consequences of this poorly done process of city production than on the resolution of urban problems. That is why certain taboos

such as demolitions, production of inequality, expropriations, etc. Ultimately, the lack of urban design pushes the profession more and more into the field of sociology, discourse, activism, and text, to the detriment of design. The profession is losing its reason to exist.

RS: Going on about practical issues, in the case of the Port of Rio, we urban planners have always defended mixed uses. But in that specific case, it seems to me that we learned a lesson: allowing office towers to be built on any and all lots made it even more difficult to build residential buildings: there was no map of uses? RA: As I said before, the Porto Maravilha program doesn’t have an urban project, it doesn’t have any planning. That is why the whole area was designated as mixed use, allowing the highest value square meters to be built anywhere in the region. A crime, since the urban

espalhamento. Na prática, no Rio, isso significa evitar construir em Vargem Grande, por exemplo, e incentivar construir nas áreas centrais e zona norte-oeste onde ja existem estções de trem e metro. Entretanto, para realizar isso, é necessário redesenvolver áreas ja constuídas. Isso implica aquisição de propriedades e demolições. Deve ser um processo negociado, que seja bom para todas as partes. Diversas cidades holandesas estão redesenvolvendo as áreas de entorno de estações. Como anda o assunto desapropriação e demoliçao, ainda é tabu? RA: As últimas grandes intervenções urbanas implementadas na cidade do Rio de Janeiro ocorreram na década de 90, com o programa Rio-Cidade e Favela-Bairro. Não me atrevo a chamá-las de projeto urbano, pois tratavam somente do espaço público, sem grandes alterações. Era mais uma requalificação de calçadas e mobiliário urbano. Nas favelas fizeram também rede de esgoto e abastecimento dágua. De lá pra cá não houve mais nada. E antes destes programas urbanos, tivemos grandes intervenções na década de 1960, como o Aterro do Flamengo, por exemplo. Outras grandes intervenções na cidade foram do tipo bota-abaixo, destruição total da malha urbana, expulsão do pobres, como ocorreu com na Avenida Rio Branco, no desmonte do Morro do Castelo, na Avenida Presidente Vargas, etc. As intervenções da Copa 2012 e Olimpíada 2016 foram idealizadas e pilotadas por interesses majoritariamente privados. Empreiteiras, construtoras e incorporadoras ficaram responsáveis, entre outras coisas, pelas contratações dos (poucos) escritórios de arquitetura para desenhar milhões de m2. O poder de decisão de produção de cidade foi delegado, pelo poder público, à iniciativa privada. O maior exemplo desta interferência foi a trágica alteração do Masterplan vencedor do concurso internacional para as Olimpíadas: inteiramente modificado pela empreiteira responsável para atender seus interesses imobiliários na região. Como já mencionado na pergunta anterior, poucas pessoas decidem, poucas pessoas se beneficiam. Desta forma, não se produz conhecimento e expertise sobre produção de cidade nas universidades, no setor público ou mesmo no mercado privado.

Se pensa e atua muito mais nas consequências deste processo mal feito de produção de cidade que na resolução dos problemas urbanos. Por isso certos

como demolições, produção de desigualdade, desapropriações, etc. Em ultima instância, a falta de projeto urbano empurra a profissão cada vez mais para o campo da sociologia, do discurso, do ativismo, do texto, em detrimento ao desenho. A profissão vai perdendo sua razão de existir. RS: Continuando sober questões práticas, no caso do Porto do Rio, óos urbanistas sempre defendemos os usos mistos. Mas naquele caso concreto, me parece que aprendemos uma liçao:


infrastructure was entirely executed with public money (about R$6bi). Today the area is abandoned, like the infrastructure built for the 2016 Olympics.

RS: Working on urbanism projects seems to me to be marked by the need to make difficult decisions. For example: I see an old house in Botafogo, at the corner of Rua Sao Clemente and D. Mariana, which is one of the only ones in the old alignment. Its presence creates discomfort for pedestrians and prevents the installation of flowerbeds or a bike path. The heritage preserves it, but it is harmful to the city.How to solve these cases, in your point of view? RA: Cities need to be constantly rethought and modified. In the specific case of Rio de Janeiro, The city’s urban landscape is still anchored in the road infrastructure produced in the 1960s and 1970s - large expressways crossing the city, viaducts, bridges - at a time when the city did not have the urban mobility network that serves it today: subway, BRT, several bus lines, taxi, app-based transportation, and bicycle paths. That said, we can affirm that, following the examples of several urban qualification initiatives around the world based on the resignification of its infrastructures, the city of Rio de Janeiro has a great potential to reinvent itself urbanistically. A new understanding of the city’s infrastructures is necessary, to understand what new functions these elements and spaces can acquire to contribute in a more positive and effective way to the city.

Let’s take as an example the infrastructure of expressways and viaducts built in the 1960s in the city of Rio de Janeiro: half a century after their inauguration, the areas of the city affected by these elements remain degraded, abandoned, devalued, and dangerous, generating a diseconomy for the city. The Avenida Trinta e Um de Março in Catumbi (next to the Sambódramo), the Engenheiro Noronha viaduct in Laranjeiras, Avenida Maracanã in Tijuca, the Engenheiro Freyssinet Elevated in Rio Comprido, or the streets Venceslau Brás and Voluntário da Pátria in Botafogo, are some examples. Most of these infrastructures no longer have the relevance of the past for mobility in the city, given the undeniable advance in the network of transportation modes. And there is also the fact that part of this infrastructure, due to its age, is demanding large investments for its structural maintenance.

permitindo construir torres de escritorio em todo e qualquer lotes ficou ainda mais dificil realizar edificios residenciais: faltou um mapa de usos? RA: Como disse anteriormente, o programa Porto Maravilha não possui um projeto urbano, não possui planejamento algum. Por isso se designou a área toda como uso misto, permitindo que o maior valor de m2 possa ser construído em qualquer lugar da região. Um crime, pois a infraestrutura urbana foi inteiramente executada com dinheiro público (cerca de R$6bi). Atualmente a área se encontra abandonada, como as infraestruturas construídas para as olimpíadas de 2016. RS: A atuação em projetos de urbanismo me parece marcada pela necessidade de se tomar decisões difíceis. Por exemplo: vejo um sobrado antigo em Botafogo, na Rua Sao Clemente esquina com D. Mariana, que é um dos únicos no alinhamento antigo. Sua presença cria um desconforto ao pedestre e impede a instalacao de canteiros ou uma ciclovia. O patrimônio o preserva, mas ele é danoso à cidade. Como resolver esses casos, no seu ponto de vista?

RA: As cidades precisam ser constantemente repensadas e modificadas. No caso especifico do Rio de Janeiro, A cidade possui uma paisagem urbana ainda ancorada na infraestrutura rodoviária produzida nas decadas de 1960 e 1970 – grandes avenidas expressas cortando a cidade, viadutos, pontes – época em que a cidade não possuia a rede de mobilidade urbana que hoje a serve: metrô, BRT,

diversas linhas de ônibus, taxi, transporte por aplicativo e ciclovias. Isto posto, podemos afirmar que, seguindo os exemplos das diversas iniciativas de qualificação urbana pelo mundo a partir da resignificação de suas infraestruturas, a cidade do Rio de Janeiro possui um grande potencial em se reinventar urbanisticamente. É necessário um novo entendimento sobre as infraestruturas da cidade, compreender quais as novas funções que estes elementos e espaços podem adquirir para contribuir de forma mais positiva e efetiva com a cidade. Tomemos como exemplo a infraestrutura de vias expressas e viadutos construidos na década de 1960 na cidade do Rio de Janeiro: meio século depois de inauguradas, as áreas da cidade afetadas por estes elementos seguem degradadas, abandonadas, desvalorizadas e perigosas, gerando uma deseconomia para o Município. A Avenida Trinta e Um de Março, no Catumbi (junto ao Sambódramo), o viaduto

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After all, which path should we follow? recover these infrastructures or reshape them according to the new demands of society? In the specific case of your question, wouldn’t it be the case of keeping the two-story house and removing the street?

RS: Following the need to develop the city inward, let’s look at the case of Barra. The BRT gave a big boost to the use of public transportation but there was no redevelopment of the surroundings of the specific points, diversifying the uses and eventually densifying. I see it as a major revision of modernist urbanism, which here in Holland is already being well replaced. These would be projects where our new graduates could work. It seems to me, however, that messing with Barra is not yet possible, maybe because of our heavy modernist heritage, and the local developers that sell the “Barra dream, the dream of living by car”. The academy also doesn’t seem interested in putting its finger on the problem, am I right? RA: The academy still has a curriculum focused on training professionals for the architecture office market. However, this market doesn’t have the capacity to absorb the new graduates decades ago. But the teaching follows the same, prioritizing a passive education, where the professional waits to be hired, waits to win a contest or a bidding, etc. What happens nowadays is that we don’t have more jobs, competitions or public biddings for architecture projects in enough quantity to attend the work market. A city produced by few and for few has in architecture its first victim. This way,

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the teaching needs to change and be more proactive, in the sense of forming a professional that invents his work, identifies a demand and transforms it

This is what I have been doing in my classes.

RS: The concept of gentrification gained strength in Brazil, let’s say in the last 10 years, and it seems that this is the only thing that is talked about. I understand gentrification to be when an area becomes in high demand and therefore prices increase, and part of the existing population has to move to another cheaper location. However, any urbanistic improvement generates land valuation, not always generating expulsion. The Rio Cidade program and the Cultural Corridor, for example, increase the value of local properties and I haven’t heard of expulsion. It seems important to me to delimit the concept, so that it doesn’t get on people’s lips in the wrong way, and end up hindering the viability of urbanism as a profession. I am thinking of the case of Luz, which you know well. The criticism was very heavy on that project and it seemed to me a waste of our scarce resources. Since any urbanistic improvement attracts more people to a certain area, prices increase. This is true everywhere in the world. Better then to do nothing, not improve the city because prices increase?

Engenheiro Noronha em Laranjeiras, a Avenida Maracanã na Tijuca, o Elevado Engenheiro Freyssinet no Rio Comprido ou as ruas Venceslau Brás e Voluntário da Pátria em Botafogo, são alguns exemplos. A maior parte destas infraestruturas não possuem mais a relevância do passado para a mobilidade na cidade, visto o avanço inegável na rede de modais de transporte. E ainda pesa o fato de que parte desta infraestrutura, por conta de sua idade, está demandando grandes investimentos para sua manutenção estrutural.

Afinal, que caminho devemos seguir: recuperar estas infraestruturas ou resignificá-las de acordo com as novas demandas da sociedade? No caso específico da sua pergunta, não seria o caso de se manter o sobrado e retirar a rua? RS: Seguindo a necessidade de se desenvolver a cidade para dentro, olhemos pro caso da Barra. O BRT deu um grande impulso ao uso do transporte público mas não houve um redesenvolvimento dos entornos dos pontos especificos, diversificando os usos e eventualmente densificando. Vejo como uma grande revisão do urbanismo modernista, que aqui na Holanda ja vem muito bem sendo substituido. Esses seriam projetos onde nossos novos graduados poderiam atuar. Me parece, no entanto, que mexer com a Barra ainda não é possivel, talvez por conta da nossa pesada herança modernista, e os incorporadores locais que vendem o “sonho da Barra, o sonho de se viver de carro”. A academia tambem nao me parece interessada em colocar o dedo na ferida, estou certo?

RA: A academia ainda possui um currículo voltado para formar profissionais para o mercado de escritórios de arquitetura. Entretanto, esse mercado nao possui capacidade para absorver os recém formados faz décadas. Mas o ensino segue o mesmo, priorizando uma educação passiva, onde o profissional espera ser contratado, espera ganhar um concurso ou uma licitação, etc. O que acontece atualmente é que não temos mais empregos, concursos ou licitações públicas para projetos de arquitetura em quantidade suficiente para atender ao mercado de trabalho. Uma cidade produzida por poucos e para poucos tem na arquitetura a sua primeira vítima. Desta forma,

o ensino precisa mudar e ser mais proativo, no sentido de formar um profissional que invente o seu trabalho, identifique uma demanda e transforme isso em oportunidade.

Assim tenho feito em minhas aulas.

RS: O conceito de gentrifição ganhou força no Brasil digamos de 10 anos pra cá, e parece que so se fala disso. Entendo como gentrificaçao quando uma área passa a ter grande procura e por isso os preços aumentam, e parte da população existente


RA: The last urban project developed in São Paulo, before the Nova Luz project, was the Plano de Avenidas, of Mayor Prestes Maia, in the 1930s. São Paulo, as the other capitals of Brazil, even the planned ones, abandoned the planning from the project, from the design, from the 1950-60s. Thus, the population does not know what an urban project is, what its importance is, and, above all, has no references of other similar projects or initiatives. In this context, it is easier to destroy these initiatives than to build them. The gentrification argument is part of the “menu of taboos” used by the population to express their fear of the “new” urban project. And sometimes these taboos are manipulated to make urban projects unfeasible, as in the case of Nova Luz. RS: Some time ago I visited the house of the cleaning lady who works at my parents’ house, located in the Terreirão slum. She lives in an “apartment” (a house on top of another house, with common access to other units). The floor plan is a triangle with a living-room-kitchen, all together, and a separate bathroom. The bathroom is less than 2 m2, and the shower is on top of the toilet. Is the solution to the housing problem in building the slum or something else?

RA: This case is about housing policy, which does not exist in Brazil, despite the Minha Casa Minha Vida program, recently buried by the genocidal president. The MCMV was a program to make the civil construction market viable and not to solve the housing problem which, in the last instance, is a social problem. It ended up creating more urban problems, because the housing projects were built far from the city, in places without infrastructure. Slum upgrading is a public policy based on costs: it is 4x cheaper to upgrade a slum than to provide housing and infrastructure close to where people live. And it became official discourse that the slum should only be urbanized, the house is the resident’s problem. So there’s public money left over to pay the eternal debts with banks, which currently consume 50% of the country’s budget. RS: Making cities from scratch is a reality in developing countries like China, Vietnam, and the Middle East in general. In Brazil we used this tool a lot in the past, and we built Brasilia, Belo Horizonte and others. Putting the question of urban form aside, as a regional development strategy, it seemed positive to me. I haven’t seen graduate work focused on this subject. Is the subject “start from scratch” taboo in urbanism? RA: The private program started to have more importance and status than the public program, which disappeared in the last decades. Look at the case of Rio de Janeiro: we had the World Cup (2012) and the Olympics (2016) and the City didn’t spend a cent in the favelas, for example.

Without initiatives from the public authorities, with or without the partnership of organized civil society, to produce cities, whether on a micro or macro scale, we will only have madams’ toilets to

precisa mudar para outro local mais barato. No entanto, qualquer melhoria urbanistica gera valorização do solo, nem sempre gerando expulsão. O programa Rio Cidade e o Corredor Cultural, por exemplo, valorizam as propriedades locais e não ouvi falar de expulsão. Me parece importante delimitar o conceito, para nao ficar na boca do povo de forma errada, e acabar atrapalhando a viabilização do urbanismo enquanto profissão. Penso no caso da Luz, que voce conhece bem. A critica foi muito pesada em cima daquele projeto e me pareceu um desperdicio dos nossos escassos recursos. Já que toda e qualquer melhoria urbanística atrai mais gente pra uma certa área, os preços aumentam. Isso é em qualquer lugar do mundo. Melhor então não fazermos nada, não melhorar a cidade porque os preços aumentam? RA: O ultimo projeto urbano desenvolvido em São Paulo, antes do projeto Nova Luz, foi o Plano de Avenidas, do Prefeito Prestes Maia, na década de 1930. São Paulo, como as demais capitais do Brasil, mesmo as planejadas, abandonaram os planejamento a partir do projeto, do desenho, a partir da década de 1950-60. Desta forma, a população não sabe o que é projeto urbano, qual a importância e, acima de tudo, não possui referências de outros projetos ou iniciativas similares. Neste contexto, é mais fácil destruir essas iniciativas do que construí-las. O argumento da gentrificação faz parte do “menu de tabus” utilizado pela população para externar o seu medo com a “novidade” do projeto urbano. E as vezes esses tabus são manipulados para inviabilizar projetos urbanos, como no caso do Nova Luz. RS: Um tempo atrás eu visitei a casa da faxineira que trabalha a casa dos meus pais, localizada na favela do Terreirão. Ela mora num “apartamento” (uma casa em cima de outra casa, com acesso comum a outras unidades). A planta baixa é um triangulo com salaquarto-cozinha, tudo junto, e um banheiro separado. O banheiro tem menos que 2 m2, e o chuveiro fica em cima do vaso sanitario. A soluçao do problema habitacional está em infrastruturar a favela ou algo mais?

RA: Neste caso trata-se de politica habitacional, que inexiste no Brasil, apesar do programa Minha Casa Minha Vida, recém sepultado pelo presidente genocida. O MCMV foi um programa para viabilizar o mercado da construção civil e não resolver o problema da habitação que, em ultima instancia, é um problema social. Acabou criando mais problemas urbanos, pois os conjuntos habitacionais era construídos longe da cidade, em locais sem infraestrutura. Já a urbanização de favela é uma política pública baseada em custos: é 4x mais barato urbanizar uma favela que prover habitação e sua infraestrutura próxima de onde as pessoas moram. E acabou se tornando discurso oficial que favela deve ser somente urbanizada, a casa é problema do morador. Assim, acaba sobrando dinheiro publico para pagar as eternas dividas com bancos, que atualmente consomem 50% do orçamento do pais. RS: Fazer cidades do zero é uma realidade em paises em franco desenvolvimento como China, Vietnan, e no Oriente Médio de uma forma geral. No Brasil utilizamos muito essa ferramenta no passado, e construimos Brasília, Belo Horizonte e outras. Colocando a questão da forma urbana de lado, enquanto estrategia de desenvolvimento regional, me pareceu positiva. Não tenho visto trabalhos de graduacao focados nesse assunto. O assunto “start from scratch” é tabu em urbanismo?

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this is the city produced from the private lot, an opportunistic urbanism, to the detriment of a city for all: rich, poor, middle class, white, black, blue, yellow, etc.

RA: O programa privado passou a ter mais importância e status que o programa público, que desapareceu nas ultimas décadas. Veja o caso do Rio de Janeiro: tivemos a Copa do Mundo (2012) e as Olimpíadas (2016) e a Prefeitura não gastou um centavo nas favelas, por exemplo.

Sem inicativas do poder público, com ou sem a parceria da sociedade civil organizada, para produção de cidades, seja na micro ou macro escala, só teremos banheiros de madames para

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trata-se da cidade produzida a partir do lote privado, um urbanismo oportunista, em detrimento de uma cidade para todos: ricos, pobres, classe média, brancos, negros, azuis, amarelos, etc.


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Artur Borejszo

ENTREVISTA

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(LOLA Landscape Architects)

Artur Borejszo recebeu seu mestrado em Engenharia de Arquitetura com distinção pela Universidade Técnica de Lodz, Polônia.

Desde 2009, ele é arquiteto licenciado na Holanda, onde trabalhou para a Maxwan e agora para a LOLA Landscape Architects. Ele é um palestrante convidado e tutor na TU Delft e Rotterdamse Akademie van Bauwkunst.

Artur Borejszo received his master Degree in Architectural Engineering with distinction from the Technical University of Lodz, Poland.

Since 2009 he is a licensed architect in Netherlands where he has worked for Maxwan and now for LOLA Landscape Architects. He is a guest lecturer and tutor at TU Delft and Rotterdamse Akademie van Bauwkunst.


PROJETANDO AS PAISAGENS DO NOSSO FUTURO GLOBAL DESIGNING THE LANDSCAPES OF OUR GLOBAL FUTURE por/by Rafael Saraiva

INTERVIEW

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RAFAEL SARAIVA: Vamos começar falando sobre o escritório em que você trabalha. Quantas pessoas estão trabalhando na LOLA atualmente e em quais países você atua? Qual é a porcentagem de trabalho em Arquitetura Paisagista e qual porcentagem em Urbanismo? Os profissionais atuam nas duas áreas ou existe uma divisão entre as duas?

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ARTUR BOREJSZO: Lola Landscape Architects tem 2 escritórios no momento. Sede em Rotterdam e filial em Shenzhen. Juntos, formamos uma equipe internacional de 36 pessoas, vindas de 12 países. Lola é especialista em paisagismo e esse é o foco da empresa. Nossa equipe é formada por arquitetos paisagistas, urbanistas, arquitetos e muito mais. A formação dos nossos profissionais é muito ampla, o que nos dá sempre um ângulo muito amplo na abordagem do design. O urbanismo com todo o seu colorido está, naturalmente, presente em muitos dos nossos projetos, como Feyenoord City, ou Bajes Kwartier, Visão para o centro da cidade de Groningen, mas ao mesmo tempo que estamos atentos a todos os aspectos, olhamos esses projetos através do lentes de paisagistas e assumir todos os desafios mais próximos da nossa especialidade.

RAFAEL SARAIVA: Let’s start speaking about the office you work. How many people are working at LOLA nowadays and in which countries you operate? What is the percentage of work in Landscape Architecture and what percentage in Urbanism? Do the professionals work in both fields or is there a divide between the two? ARTUR BOREJSZO: Lola Landscape Architects has 2 offices at the moment. Headquarter in Rotterdam and branch office in Shenzhen. Together we form an international team of 36 people, coming from 12 countries. Lola specializes in landscape design and this is the focus of the company. Our team consists of landscape architects, urbanists, architects, and more. The background of our professionals is very broad, so that is gives us always a very wide angle in the design approach. Urbanism with its all colorfulness is, of course, present in many of our projects, such as Feyenoord City, or Bajes Kwartier, Vision for the inner city of Groningen, but while being attentive to all the aspects, we look at those projects through the lenses of Landscape designers and take on all the challenges closest to our specialty.

Stadhuispromenade Almere Almere (NL) RS: Há uma nova geração de novos escritórios de paisagismo operando na Holanda e o foco parece ser circularidade, gestão de água, transição energética, paisagens produtivas e preparadas para o futuro (integrando energia e produção de alimentos dentro da área urbana). Fiquei impressionado com o projeto Bajes Kwartier, onde os bancos estão realmente sendo feitos com as antigas paredes da prisão, um grande exemplo de circularidade. Você acha que esses tópicos estão realmente sendo implementados em grande escala na Holanda? Li no noticiário que a meta de transição energética não será atingida. Qual é a sua opinião sobre este assunto? AB: Ah, já que você mencionou Bajes Kwartier, posso dizer que a ambição do projeto de reaproveitamento de materiais da demolição da prisão está estimada em 90%. Os bancos são apenas um exemplo.

RS: There is a new generation of new landscape offices operating in the Netherlands and the focus seems to be circularity, water management, energy transition, future proof and productive landscapes (integrating energy and food production within the urban area). I was impressed by the Bajes Kwartier project, where the benches are really being made from the old prison walls, a great example of circularity. Do you think that these topics are really being implemented on a large scale In The Netherlands? I read in the news that the target for energy transition will not be met. What is your view on this topic? AB: Oh since you mention Bajes Kwartier, I can tell you that the ambition of the project on the reuse of materials from the demolition of the prison is estimated at 90%. Benches are only one example.


De paredes demolidas, reaproveitamos também concreto moído que formará novos ladrilhos, reaproveitamos lajes, painéis de paredes de prisões. As portas da prisão estão sendo usadas em grades de novas pontes; persianas de janela são usadas para construir pérgulas. Mantemos muitos elementos de mobiliário de A lista é muito mais longa. Este projeto também define um alto padrão na produção de energia, gestão de resíduos, inclusão da natureza, adaptação ao clima, gestão da água ... e sim, a futura comunidade também cultivará algumas frutas e vegetais por lá. Eu posso ir mais longe em detalhes deste projeto, é claro, uma vez que já gastei 2,5 anos ou mais, mas em vez disso, gostaria de diminuir um pouco o zoom e dizer que a consciência geral é, em primeiro lugar, muito alta, em segundo lugar, planejando políticas e estratégias nas principais cidades da Holanda já estão bem elaborados, portanto, para um escritório como o nosso, projetos com uma agenda muito forte em todos esses aspectos são o desafio diário.

Sponsland Design Manifesto: 10 principles for climate adaptive design LOLA Landscape Architects

From demolished walls, we reuse also ground concrete that will form new paving tiles, we reuse floor slabs, prison wall panels. Prison doors are being used in railings of new bridges; window louvers are used to construct pergolas. We keep many elements of outdoor furniture. The list is much longer. This project also sets a high bar on energy production, waste management, nature inclusiveness, climate adaptation, water management….and yes, the future community will also grow some fruits and veggies over there. I can go further in details of this project of course since I spend on it already 2.5 years or so, but instead, I would like to zoom out a bit and say that general awareness is first of all very high, secondly planning policies and strategies in major cities in the Netherlands are well elaborated by now, so for office like ours, projects with a very strong agenda on all of those aspects are the daily challange.

RS: LOLA has been working in high profile projects from OMA (Bajes Kwartier and Feijnoord city) and Herzog de Meuron (Stockholm’s gasometer). What is specific from the way LOLA works that turned it into one of the most successful landscape design offices in the Netherlands? Do you think there is a tendency that landscape design offices stick to certain architecture offices, in more or less fixed partnerships? Is it because of a design methodology and

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RS: LOLA tem trabalhado em projetos de alto perfil da OMA (cidade de Bajes Kwartier e Feijnoord) e Herzog de Meuron (gasômetro de Estocolmo). O que há de específico na forma como o LOLA trabalha que o transformou em um dos escritórios de paisagismo de maior sucesso na Holanda? Acha que existe uma tendência dos gabinetes de paisagismo se fixarem em determinados gabinetes de arquitectura, em parcerias mais ou menos fixas? É por causa de uma metodologia de design e afinidade estética? Ou também por necessidade de sigilo quanto às inscrições em concursos, etc?

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AB: Eu poderia dizer que talvez um pouco de tudo, pelo que você acabou de mencionar. Esta indústria do nosso tempo, da qual fazemos parte e podemos observar em primeira mão, é, antes de mais nada, um ambiente muito dinâmico com uma vasta teia de colaborações e competições. Os arquitetos paisagistas não operam em algum tipo de vazio, mas em um ambiente lotado, criativo e altamente competitivo. Cada projeto, independentemente do tema, pede um grupo maior de especialistas de diferentes áreas para unir forças. Não é um capricho, mas uma necessidade. É assim que todos nos conhecemos. Freqüentemente, esses conhecidos se tornam amizades. Em algum ponto intermediário, porém, no calor de licitações, prazos, reuniões e workshops, o apreço pelo nosso trabalho vem junto com um convite para um outro projeto e outro. Essas colaborações se formam de forma orgânica e, além do lado empresarial, o lado humano desempenha um papel decisivo.

aesthetic affinity? Or also because of a need of secrecy regarding to competition entries, etc? AB: I could say that perhaps a bit of everything, from what you just mentioned. This industry of our time, that we are part of and can observe firsthand, is, first of all, a very dynamic environment with a wide web of collaborations and competitions. Landscape architects do not operate in some kind of void but in a crowded, creative, and highly competitive environment. Every project, regardless of theme asks for a bigger group of experts from different fields to join forces. It is not some whim, but a necessity. This is how we all get to know each other. Often these acquaintances become friendships. Somewhere in between, however, in the heat of tenders, deadlines, meetings, and workshops the appreciation to our work comes together with an invitation to another project and another. These collaborations form organically, and besides the business side, the human side plays a decisive role. RS: You came from Maxwan to LOLA some years ago. Your work has astonishing presentation skills which makes clear what kind of ideas you are proposing. I see two parallel trends in the Netherlands: images have become more and more realistic, employing professional 3D images in every project, but on the other hand more and more cartoonish, free hand and collage styles. Are these types of images used in different phases of the project or when delivered to different audiences? Let’s say, the cartoonish style more

Gasklockan Stockholm (SE) Render: IMG+ RS: Você veio de Maxwan para o LOLA há alguns anos. Seu trabalho tem habilidades de apresentação surpreendentes que deixam claro que tipo de ideias você está propondo. Vejo duas tendências paralelas na Holanda: as imagens se tornaram cada vez mais realistas, empregando imagens 3D profissionais em todos os projetos, mas, por outro lado, cada vez mais estilos de desenho animado, a mão livre e colagem. Esses tipos de imagens são usados ​​em diferentes fases do projeto ou quando entregues a públicos diferentes? Digamos, o estilo cartoon mais para competições, quando julgado por outros arquitetos e imagens 3D re-

for competitions, when judged by other architects and realistic 3D images when delivered to developers and the wider public/house consumer? AB: You are way too kind. Thank you for this compliment. It will be hard to break it down into a few sentences because there are many angles to look at this question. I will try. When I speak with students about graphical representation, I always refer to what Milton Glaser once said:” To design is to communicate clearly by whatever means you control or master”. This counts for every kind of drawing or image that


alistas quando entregues aos desenvolvedores e ao público / consumidor em geral?

AB: Você é muito gentil. Obrigado por este elogio. Será difícil dividi-lo em algumas frases porque há muitos ângulos para examinar essa questão. Eu vou tentar. Quando falo com os alunos sobre representação gráfica, sempre me refiro ao que Milton Glaser disse uma vez: “Projetar é comunicar-se claramente por qualquer meio que você controle ou domine”. Isso vale para todo tipo de desenho ou imagem que descreve o projeto, e significa que devemos ser capazes de explicar o projeto para um grande público, mas também para nós mesmos de antemão. CGI tornou-se uma espécie de adição revolucionária ao processo de design, junto com a expansão do processo de design auxiliado por computador. CGI difere entre as fases do projeto, é afetado pela formação cultural do país ou região e requer sensibilidade diferente dependendo de quem é o destinatário, o público em geral, futuros inquilinos ou especialistas do setor. Entre renderizações, você será capaz de reconhecer: Pesquisadores de apartamento genéricos de desenvolvedor, escandinavo naturalista, francês-Noir, visualizações verificadas pelo britânico, dessaturado alemão, básico básico, catálogo de casa padrão rígido, dolce e banana chinesa, mínimo suíço, saturado russo, fotos de relações públicas, e renderizações de conceito, Vray slick e assim por diante. Depois de anos perseguindo esse Santo Graal prometido pelos fabricantes de software, os designers estão um pouco fartos do resultado genérico fornecido pelo software 3D.

Muitos arquitetos procuram soluções individuais que estejam muito mais sintonizadas com a linguagem do projeto e que ofereçam não apenas representação, mas também despertem a

Antes das renderizações, os designers falavam com o público por meio de colagens, aquarelas, desenhos a lápis. Pelas limitações da técnica da época, essas obras eram muitas vezes únicas e criativas. Renderizações hoje em dia com infinitas bibliotecas de cestas de frutas, potes e outros dispositivos dão a impressão de vivacidade e integridade, enquanto muitas vezes escondem fraquezas conceituais dos projetos. É fascinante para mim observar este momento no processo quando, em vez de uma renderização normal, surge uma versão ilustrativa e de repente a discussão toma um novo caminho mais interessante do que discussões sobre a cor de um tapete no chão. Isso influencia realmente a todos... designers, desenvolvedores, municipalidade, comunidade. As ilustrações do projeto em contraste com as renderizações aceleram as discussões criativas. RS: Você tem algum tipo de metodologia que sempre usa para

describes the project, and it means that we must be able to explain the project to a wide audience but also to ourselves beforehand. CGI became a sort of revolutionary addition to the process of design, along with the expansion of the computer-aided design process. CGI differs between phases of the project, is affected by the cultural background of the country or region, and requires different sensitivity depending on who is the recipient, a general audience, future tenants, or specialists from the industry. Between renders, you will be able to recognize: Developer Generic Apartment Seekers, Naturalistic Scandinavian, French-Noir, British-Verified Views, German Desaturated, Funda Basic, Standard House catalogue stiff, Chinese Dolce&Banana, Swiss Minimal, Russian Saturated, PR shots, and concept renders, Vray slick, and so on. After years of chasing this Holy Grail promised by software manufacturers, designers are a bit fed up with the generic outcome provided by 3D software.

Many architects look for individual solutions which are much more tuned to the project language and offer not just representation but also trigger the imagination.

Before renderings came, designers spoke to their audience through collages, watercolors, pencil drawings. Through the limitations of the technique of that time, these works were often unique and creative. Renderings nowadays with endless libraries of fruit baskets, pots, and other gadgets give the impression of liveness and completeness, while often hiding conceptual weaknesses of projects. It is fascinating for me to observe this moment in the process when instead of regular render an illustrative version comes up and suddenly discussion takes a new more interesting path than arguments about the color of a carpet on the floor. This influences really everyone…designers, developers, municipality, community. Illustrations of the project in contrast to renders accelerate creative discussions. RS: Do you have any kind of methodology that you always use, when designing public spaces? What do you think are the key components or preoccupations when you are developing a project?

AB: Well, the design of public space is first of very contextual, and by that, the methodology changes a lot. We are always as designers representing only 1 side of the table, while on the other side we can see, different stakeholders, places, regions, needs, cultures, climate and ecological, but also political or financial challenges. We always look at a similar set of layers in the design but with every project the importance of them and order changes.

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projetar espaços públicos? Quais você acha que são os principais componentes ou preocupações ao desenvolver um projeto? AB: Bem, o design do espaço público é, em primeiro lugar, muito contextual e, por isso, a metodologia muda muito. Somos sempre designers que representam apenas um lado da mesa, enquanto do outro lado vemos diferentes stakeholders, lugares, regiões, necessidades, culturas, clima e ecologia, mas também desafios políticos ou financeiros. Sempre olhamos para um conjunto semelhante de camadas no design, mas com cada projeto a importância delas e as mudanças de ordem.

O objetivo final de cada visão ao trabalhar com todas as camadas da atribuição é torná-la robusta e resiliente o suficiente para que possa prosperar por muito tempo após a entrega.

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RS: O projeto paisagístico tem um papel crucial na requalificação de áreas existentes. Você acha que o recente crescimento do papel do arquiteto paisagista na Holanda tem a ver com o fato de que cada vez mais projetos de redesenvolvimento urbano estão acontecendo dentro da cidade e não nos arredores, onde a paisagem precisa ser menos projetada?

The ultimate goal for each vision while working with all the layers of the assignment is to make it robust and resilient enough so it can thrive for a long time after RS: Landscape design has a crucial role in requalifying existing areas. Do you think the recent growth in the role of the landscape architect in the Netherlands has to do with the fact that more and more urban redevelopment schemes are happening inside the city and not in the outskirts, where landscape needs to be less designed? AB: It is not just a Dutch specialty, although I would argue that people who literally constructed their landscape have a significant advantage in that area. Globally all urbanized areas follow a very similar path. We all woke up at some point with a heavy burden of polluted air, ground, and water, deteriorating inner-cities, random growth of suburban areas, climate change, post-industrial structures...missing public transport etc… Landscape design takes part in the process of general revitalization of city centers. Even though the projection for the future is that majority of us will live in urban areas, the existing rural areas are as important. They require though different efforts. Depending on which definition of design was pick, I could say that they might need as much design as city centers. The visual outcome differs in landscape design between rural and urban…we do not perceive designed wilderness

Adidas World of Sports Herzogenaurach (DE) AB: Não é apenas uma especialidade holandesa, embora eu diria que as pessoas que literalmente construíram sua paisagem têm uma

as a design, but it is.

RS: Speaking about Rotterdam, it seems public spaces are not


vantagem significativa nessa área. Globalmente, todas as áreas urbanizadas seguem um caminho muito semelhante. Todos nós acordamos em algum momento com uma pesada carga de ar, solo e água poluídos, centros urbanos em deterioração, crescimento aleatório de áreas suburbanas, mudanças climáticas, estruturas pós-industriais ... falta de transporte público, etc ... Projeto paisagístico participa no processo de revitalização geral dos centros das cidades. Mesmo que a projeção para o futuro seja que a maioria de nós viva em áreas urbanas, as áreas rurais existentes são igualmente importantes. Eles exigem esforços diferentes. Dependendo de qual definição de design foi escolhida, eu poderia dizer que eles podem precisar de tanto design quanto centros de cidades. O resultado visual difere no design paisagístico entre rural e urbano ... não percebemos a natureza projetada como um design, mas é.

quite much used. Is it because of the weather? I was recently in Zurich and was fascinated to see people actually meeting in small squares to chat, have a coffee, etc… who goes to Oostplein anyway? Maybe the Dutch people are more into biking in the nature outside of the city? AB: I would argue that Utrecht or Den Haag or Amsterdam delivers as many picturesque moments to sit down and have a coffee as Zurich. Rotterdam has also some spots where people come and enjoy afternoons and weekends. Oostplein is not a good example…and Rotterdam as a city has a different character than the 3 others mentioned above. Rotterdam center, heavily bombed during WWII, was replanned according to post-war trends in planning…no little corners there but rather big squares and shopping and housing. Secondly, it is a harbor city with

Adidas World of Sports Herzogenaurach (DE) RS: Falando em Rotterdam, parece que os espaços públicos não são muito usados. É por causa do tempo? Estive recentemente em Zurique e fiquei fascinado ao ver as pessoas realmente se reunindo em pequenas praças para conversar, tomar um café, etc ... quem vai para Oostplein afinal? Talvez os holandeses gostem mais de andar de bicicleta na natureza fora da cidade? AB: Eu diria que Utrecht, Den Haag ou Amsterdam oferecem tantos momentos pitorescos para sentar e tomar um café quanto Zurique. Rotterdam também tem alguns locais onde as pessoas vêm e aproveitam as tardes e fins de semana. Oostplein não é um bom exemplo… e Rotterdam como uma cidade tem um caráter diferente das outras 3 mencionadas acima. O centro de Rotterdam, fortemente bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial, foi replanejado de acordo com as tendências de planejamento do pós-guerra ... não há pequenos cantos lá, mas sim grandes praças, lojas e casas. Em segundo lugar, é uma cidade portuária com a classe trabalhadora formando o núcleo da sociedade. É difícil compará-lo com Zurique ... como maçãs e peras. Nos últimos anos, Rotterdam está mudando muito em minha opinião. De Hofbogen é uma Highline de 2 km de Rotterdam sendo gradualmente preenchida com programas comerciais e culturais, pequenos restaurantes, lojas

the working-class forming the core of the society. It is difficult to compare it with Zurich…like apples and pears. In recent years Rotterdam is changing very much in my opinion. De Hofbogen is a 2km Highline of Rotterdam getting gradually filled with commercial and cultural programs, small restaurants, designer shops, and so on. Stadsdriehoek is very lively area with plenty of places to sit down for lunch. Also, there are pioneering areas like ZOHO or Nieuwe Matternesse with pop-up places. Katendrecht or Kopf van Zuid offer stunning views to the harbors and quiet places with food and music…like Deliplein. I would say that gradually with the changes in demographics, the program of the city follows that trend and gets more attractive. RS: Specifically about Rotterdam South’s regeneration, there are quite many new buildings being realized there. However it seems to me that the public space isn’t really going hand in hand. I never understood why Laan op Zuid has so much paving and no green patches. What do you think is missing in the South to make it a high quality area of the city? AB: I live in the South, and of course, I would like to see many more great public spaces coming along with buildings. Laan op Zuid is a traffic gutter. It could be greener definitely and not that stony and monu-

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de grife e assim por diante. Stadsdriehoek é uma área muito animada, com muitos lugares para se sentar para almoçar. Além disso, existem áreas pioneiras como ZOHO ou Nieuwe Matternesse com locais pop-up. Katendrecht ou Kopf van Zuid oferecem vistas deslumbrantes para os portos e lugares tranquilos com comida e música ... como Deliplein. Eu diria que aos poucos com as mudanças demográficas, o programa da cidade segue essa tendência e fica mais atraente. RS: Especificamente sobre a regeneração de Rotterdam South, há muitos edifícios novos sendo construídos lá. No entanto, me parece que o espaço público não anda realmente de mãos dadas. Nunca entendi por que Laan op Zuid tem tanto pavimentação e nenhuma área verde. O que você acha que está faltando no Sul para torná-la uma área de alta qualidade da cidade?

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AB: Eu moro no Sul e, claro, gostaria de ver muitos outros grandes espaços públicos surgindo junto com prédios. Laan op Zuid é uma calha de trânsito. Poderia ser definitivamente mais verde e não tão pedregoso e monumental. Eu concordo completamente. A cidade cresce em direção ao sul. Cidade de Feyenoord, Parque Maashaven, Parque Rijnhaven, Hart van Zuid, estes são os principais projetos da cidade. Ao lado deles, vejo projetos que buscam a melhoria do espaço público em Charlois. O município está buscando a criação de centros fortes, ímãs que ativarão ainda mais o lado sul de Rotterdam. Eu acho que são ótimas jogadas que vão dar mais cor a essa parte da cidade.

City, Maashaven Park, Rijnhaven Park, Hart van Zuid, these are the major city projects. Next to them, I see projects that search for public space improvement in Charlois. The municipality is looking for the creation of strong centers, magnets that will activate further the south side of Rotterdam. I think that these are great moves that will give more colors to this part of the city. RS: In the field of public space design have seen a quite a lot of energy being put in the activation of public spaces, through temporary interventions with the participation of local inhabitants, a strategy sometimes called Placemaking. I have myself worked in such type of project in Rio’s harbour. As this kind of project is usually quite bottom-up I presume it’s a nice entry point for new landscape designers to operate. Do you that the Dutch planning system is open to this kind of initiative? Or all is more top-down, initiated and controlled by the city government?

AB: Oh, the temporary projects are great tools to test all sorts of ideas! In ZOHO, De Urbanisten designed a rain garden (pilot project), in Keilewerf LOLA designed Voedseltuin. In Amsterdam, we just did a VO for a small community garden that will be built by local people. Our role is limited to setting certain parameters and serving people with our advice. Municipality together with interest groups initiates these processes, while local communities animate those spaces. It is a great way to reduce of no-man land in the city. Empty unused places invite

Stadhuispromenade Almere Almere (NL) RS: No campo do design de espaços públicos, temos visto muita energia sendo colocada na ativação dos espaços públicos, através de intervenções temporárias com a participação dos habitantes locais, uma estratégia às vezes chamada Placemaking. Eu mesmo já trabalhei nesse tipo de projeto no porto do Rio. Como esse tipo de projeto é geralmente de baixo para cima, presumo que seja um bom ponto de entrada para novos paisagistas operarem. Você acha que o sistema de planejamento holandês está aberto a esse tipo de iniciativa? Ou tudo é mais de cima para baixo, iniciado e controla-

pathological processes. Temporary projects like those mentioned above give those spaces new addresses and positive meaning. RS: When we were in Brasília we spoke about how the city could make a better use of its public spaces to foster walking and biking, besides recreation and socialization. However, I wonder if the modernistic morphology would make this vision harder to achieve, as buildings are too far away from each other, making public space quite unstructured. It seems to me that would be necessary to insert some fixed uses, creating spatial boundaries,


do pelo governo municipal? AB: Oh, os projetos temporários são ótimas ferramentas para testar todos os tipos de ideias! Em ZOHO, De Urbanisten projetou um jardim de chuva (projeto piloto), em Keilewerf LOLA projetou Voedseltuin. Em Amsterdã, acabamos de fazer uma VO para uma pequena horta comunitária que será construída pela população local. Nosso papel se limita a definir certos parâmetros e servir as pessoas com nossos conselhos. O município, junto com grupos de interesse, inicia esses processos, enquanto as comunidades locais animam esses espaços. É uma ótima maneira de reduzir a quantidade de terras de ninguém na cidade. Lugares vazios não usados ​​convidam a processos patológicos. Projetos temporários como os mencionados acima dão a esses espaços novos endereços e um significado positivo. RS: Quando estivemos em Brasília falamos sobre como a cidade poderia aproveitar melhor seus espaços públicos para promover caminhadas e passeios de bicicleta, além de recreação e socialização. No entanto, eu me pergunto se a morfologia modernista tornaria essa visão mais difícil de alcançar, já que os edifícios estão muito distantes uns dos outros, tornando o espaço público bastante desestruturado. Parece-me que seria necessário inserir alguns usos fixos, criando limites espaciais, delimitando melhor o espaço público e tornando-o também mais seguro. Penso nos planos-mestre da OMA para a Bijlmermeer em Amsterdã e a Uithof University em Utrecht, onde propuseram um conceito de inserção de novos edifícios de uma maneira que ainda mantém a identidade espacial modernista. Esses projetos propunham não demolir edifícios modernos, mas infiltrar atividades entre eles. Enquanto Bijlmermeer não foi realizado e a cidade demoliu a maioria das torres, Uithof foi bem realizado e o campus alcançou uma grande qualidade. Você acha que essa poderia ser uma abordagem interessante para Brasília também?

O centro de Brasília não atingiu seu potencial máximo, uma espécie de massa crítica que agitaria a vida da cidade e iniciaria outra abordagem de programação do tecido urbano. Muitos dos quarteirões do centro ainda estão vazios e, entre grandes peças de arquitetura, também existem estruturas precárias e ruas que têm vida urbana, mas sem qualidade. Uma

delimiting the public space in a better way, and making it safer as well. I think of OMA’s masterplans for Bijlmermeer in Amsterdam and Uithof university in Utrecht, where they proposed a concept of inserting new buildings in a manner that still keeps the modernistic spatial identity. These projects proposed not to demolish modern buildings but infiltrate activities in between them. While Bijlmermeer wasn’t realized and the city demolished most of the towers, Uithof was well realized, and the campus achieved a great quality. Do you think this could be an interesting approach for Brasília as well? AB:

The center of Brasilia did not reach its full potential, a sort of critical mass that would stir the city life and initiate another approach to programming of the urban tissue. Many of the blocks in the center are still empty, and among great pieces of architecture, there are also substandard structures and streets that have urban life but no quality. Better programming definitely can

It is fascinating that the pilot plan is very compact actually. General distances in Brasilia are close to what we have to pass in Rotterdam in daily life…5-10km. While Rotterdam is very comfortable for bikes and pedestrians and offers a dense and efficient network of connections, in Brasilia, this does not exist…as we saw.

Already a simple pedestrian/ bike network with efficient crossings would improve the walkability there…

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melhor definitivamente pode convidar as pessoas a estarem mais presentes ao ar É fascinante que o plano piloto seja muito compacto, na verdade. As distâncias gerais em Brasília são próximas do que temos que passar em Rotterdam no dia a dia… 5-10km. Enquanto Rotterdam é muito confortável para bicicletas e pedestres e oferece uma rede densa e eficiente de conexões, em Brasília isso não existe ... como vimos.

mas você está certo, deve haver também alguns novos destinos para as pessoas seguirem.

Uma rede simples de pedestres/bicicletas com travessias eficientes melhoraria a capacidade de

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RS: Em Niterói você viu o caso do Caminho Niemeyer, um bairro bastante abandonado da cidade. No Brasil é tabu fazer qualquer

but you are right, there must be also some new destinations for people to follow.

RS: In Niterói you saw the case of Caminho Niemeyer, a rather abandoned part of the city. In Brazil it’s taboo to make any criticism of Oscar Niemeyer’s works, no matter how constructive that could be. Faced with the climatic urgency, this topic is becoming more and more urgent. Although Niemeyer made great contributions to architecture, landscape design doesn’t seem to have been his main strength. Sao Paulo’s Latin America Memorial is another proof of this. He has argued that he made “civic squares” from where you can observe the buildings, and therefore no greenery was needed. Well, you showed me some Japanese examples (the Teshima Art Museum) where the green masses actually frame architecture objects in a positive way. I also think that in Niterói, as we thought together with students, inserting new residential buildings is a great opportunity in making the area mode lively and safe. Building in such a central part of the city would also help Niterói in avoiding so much growth into the outskirts, and in in this way preserve green areas. Afterall, the ferry and bus station is a rather well connected point of the metropolis, and many people could benefit from living there. Making the central area more lively is also a way of increasing flows into the old part of the city, right across avenue Visconde do Rio Branco, thus could help in renovating the heritage too. What is your opinion regarding the interplay

The Future of False Creek Vancouver (CA) crítica às obras de Oscar Niemeyer, por mais construtivo que seja. Diante da urgência climática, esse tema se torna cada vez mais urgente. Embora Niemeyer tenha feito grandes contribuições para a arquitetura, o paisagismo não parece ter sido seu principal ponto forte. O Memorial da América Latina em São Paulo é mais uma prova disso. Ele argumentou que fez “praças cívicas” de onde você pode observar os edifícios e, portanto, nenhuma vegetação era necessária. Bem, você me mostrou alguns exemplos japoneses

between inserting new buildings and the quality of public spaces? I think of the competition entry for Scalo Farini in Milan, which LOLA worked together with Atelier Kempe Thill… AB: It is interesting that you mentioned Scalo Farini in Milan as a reference in relation to Niteroi. Scalo Farini project was very much inspired by the very iconic urban structures embedded in the tissue of Milan. We followed that tradition of planning and designed another 2 icons with a very strong character. From the workshop in Niteroi, I


(o Museu de Arte de Teshima) onde as massas verdes realmente emolduram objetos de arquitetura de uma forma positiva. Também acho que em Niterói, como pensamos em conjunto com os alunos, a inserção de novos prédios residenciais é uma grande oportunidade de tornar a modalidade bairro mais alegre e segura. Construir em uma parte tão central da cidade também ajudaria Niterói a evitar tanto crescimento para a periferia, preservando assim as áreas verdes. Afinal, a estação rodoviária e de balsas é um ponto bastante bem conectado da metrópole, e muitas pessoas poderiam se beneficiar por morar lá. Tornar a área central mais animada também é uma forma de aumentar os fluxos para a parte antiga da cidade, em frente à avenida Visconde do Rio Branco, podendo assim contribuir também na renovação do patrimônio. Qual a sua opinião sobre a interação entre a inserção de novos edifícios e a qualidade dos espaços públicos? Penso na entrada do concurso para Scalo Farini em Milão, que LOLA trabalhou junto com o Atelier Kempe Thill… AB: É interessante que você mencionou Scalo Farini em Milão como uma referência em relação a Niterói. O projeto Scalo Farini foi muito

remember a presentation from the municipality planning department about the waterfront project. I imagined at that time that this would be a great idea if their plan would reach the terrain around Niemayer’s buildings and transform these pieces of the concrete slab into actual public space. Since you brought the reference of Scalo Farini, it got me to imagine that it would be a very interesting exercise to give those very iconic buildings in Niteroi a strong also iconic urban framework that would formulate a new almost theatrical stage with carefully arranged public spaces and rich greenery to frame the best views toward Niemayer architecture. I would love to give it a try and see how bus terminals, markets, and new housing, and great public spaces would embrace this place. RS: In the beginning of the pandemic there was a lot of talk about the future of the city, in a quite idealistic tone: public spaces and biking would triumph everywhere, live-work units would be massively needed, office towers would be converted into housing, etc. It seems to me that, after the vaccine started to be produced, all that faded away. Do you think the pandemic will have any effects on the way we design public spaces?

Dome of Plants Cape Town (SA) inspirado nas estruturas urbanas icônicas embutidas no tecido milanês. Seguimos essa tradição de planejamento e desenhamos mais 2 ícones com um caráter muito forte. Do workshop em Niterói, lembro-me de uma apresentação do departamento de planejamento municipal sobre o projeto da orla. Naquela época, imaginei que seria uma ótima ideia se o plano deles alcançasse o terreno ao redor dos edifícios de Niemayer e transformasse essas peças da laje de concreto em espaço público real. Já que você trouxe a referência de Scalo Farini, me fez imaginar que seria um exercício muito interessante dar àqueles edifícios tão icônicos de Niterói uma estrutura urbana forte e icônica que formularia um novo

AB: I noticed that immediately after the Covid-19 forced us all to stay at home, debates and even idea competitions appeared about it. These “academic” speculations and experiments were focused on European cities somehow, European lifestyle, our “lockdown”. “Our lockdown” is serious in many ways, but for us designers particularly it is mostly about utilizing our tablets, laptops, exploring Netflix, ordering food from restaurants instead of going there, and doing shopping online. The other parts of the world are facing dramatic consequences, and both directly related to very high death rates but also economic and political shifts, unemployment, poverty, and so on. India suffers a huge drama, same is for Brasil, but also the USA…and more. It is really all about different measures than designing a cafe terrace so we can drink our vegan latte at a safe but still socially engaging distance.

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palco quase teatral com espaços públicos cuidadosamente organizados e vegetação rica para enquadrar as melhores vistas da arquitetura de Niemayer. Eu adoraria fazer uma experiência e ver como terminais de ônibus, mercados, novas moradias e grandes espaços públicos adotariam este lugar.

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RS: No início da pandemia falava-se muito sobre o futuro da cidade, em um tom bastante idealista: os espaços públicos e as bicicletas triunfariam em todos os lugares, as unidades de trabalho seriam maciçamente necessárias, as torres de escritórios seriam convertidas em habitação, etc. Parece-me que, depois que a vacina começou a ser produzida, tudo isso sumiu. Você acha que a pandemia terá algum efeito sobre a forma como projetamos os espaços públicos? AB: Percebi que imediatamente após o Covid-19 nos obrigar a ficar em casa, surgiram debates e até mesmo concursos de ideias sobre o assunto. Essas especulações e experimentos “acadêmicos” estavam focados em cidades europeias de alguma forma, estilo de vida europeu, nosso “bloqueio”. “Nosso bloqueio” é sério em muitos aspectos, mas para nós, designers, é principalmente sobre como utilizar nossos tablets, laptops, explorar a Netflix, pedir comida em restaurantes em vez de ir até lá e fazer compras online. As outras partes do mundo estão enfrentando consequências dramáticas, e ambas diretamente relacionadas a taxas de mortalidade muito altas, mas também a mudanças econômicas e políticas, desemprego, pobreza e assim por diante. A Índia sofre um grande drama, mesmo para o Brasil, mas também para os EUA… e mais. Na verdade, trata-se de medidas diferentes do que projetar um terraço de café para que possamos beber nosso café com leite vegano a uma distância segura, mas ainda socialmente envolvente. Portanto, o principal objetivo em pandemias é voltar ao normal o mais rápido possível e aplicar medidas temporárias eficazes para conter e eliminar os vírus ... o que fazemos. O que importa para os surtos futuros de algumas novas cepas de vírus da China ou de outro lugar é a aplicação de contra-medidas rápidas para controlar a propagação da doença, como o que Taiwan fez no início de 2020 e depois na Nova Zelândia. Monitoramento internacional e métodos de prevenção devem ser desenvolvidos e implementados globalmente. Este é um processo incrivelmente lento e complexo. Também,

o trabalho remoto era apenas para uma pequena porcentagem de pessoas.

A maior parte do nosso trabalho acontece fora de casa na relação com outras pessoas, então sendo um trabalhador de escritório, eu poderia me beneficiar em ficar em casa, mas eu pude ver todas as manhãs que muitos dos meus vizinhos entram em seus carros, e de bicicleta e dia a dia dia vá para o local de trabalho. Também pude ver muitas pessoas que não podiam ir ao local de trabalho porque não eram trabalhadores essenciais. Em algum lugar no Archdaily eu vi um projeto de uma caixa de praia pessoal ... uma espécie de caixão onde você poderia passar o tempo enquanto se frita ao sol ... mas com segu-

So, the major goal in pandemics is to get to normal as soon as possible and apply effective temporary measures to contain and eliminate the viruses…which we do.

What matters for the future outbreaks of some new strains of virus from China or elsewhere is the application of fast countermeasures to control the spread of disease, like what Taiwan did in the early 2020 and later New Zealand. International monitoring, prevention methods are to be developed and implemented globally. This is incredibly slow and complex process. Also,

the remote work was only for a small percentage of

Most of our work happens outside the house in relation with other people, so being an office worker, I could benefit from staying at home, but I could see every morning that many of my neighbors get into their cars, and on bikes and day by day go to their workplace. I could also see plenty of people who could not go to their workplace because they were not essential workers.

I do not see a need for reduction of office space and increase of live-work units, or designer “solutions”. Somewhere on archdaily I saw a design a personal beach box…a sort of a coffin you could spend time in while getting fried in the sun… but safely from covid. I imagine downloads and clicks sky rocketed. Really, this is a designer’s voice in this debate? I rather see a need for a consistent measure across industries that would allow people to do their jobs and live their lives.

I think that the only change that will remain after pandemics is a more flexible work environment and the transfer of a certain percentage of live meetings


Não vejo necessidade de redução do espaço de escritório e aumento de unidades de live-work, ou de “soluções” de designer.

We will also wash hands more often and public buildings will follow higher hygienic standards. I can imagine that masks and other personal measures will remain together with maintaining certain distance. Let’s hope we pass this chapter very soon.

rança de cobiça. Imagino que o céu de downloads e cliques disparou. Sério, essa é a voz de um designer neste debate? Em vez disso, vejo a necessidade de uma medida consistente em todos os setores que permita às pessoas fazerem seus trabalhos e viverem suas vidas.

Acho que a única mudança que permanecerá após as pandemias é um ambiente de trabalho mais flexível e a transferência de uma certa porcentagem das reuniões ao vivo para o online para

Também lavaremos as mãos com mais frequência e os edifícios públicos seguirão padrões de higiene mais elevados. Posso imaginar que as máscaras e outras medidas pessoais permanecerão junto com a manutenção de certa distância. Esperamos que este capítulo acabe em breve.

Bajes Kwartier LOLA, OMA, FABRICations and Robota (rendering)

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Jeroen Dirckx

ENTREVISTA

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(KCAP Architects&Planners)

Jeroen Dirckx é socio da empresa KCAP Architects and Planners (Rotterdam/NL), onde trabalha ha 16 anos. Ele é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela KU Leuven, na Belgica, e pós-graduado em Masterplanning pela mesma universidade. Anteriormente trabalhou para AWG Architecten, em Antuerpia. Jeroen Dirckx is a partner at KCAP Architects and Planners (Rotterdam/ NL), where he has worked for 16 years. He is graduated in Architecture and Urbanism at KU Leuven, in Belgium, and post-graduated in Masterplanning at the same university. Previously, he worked for AWG Architecten in Antwerp.


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IMPLEMENTANDO MASTERPLANS MASTERPLANS IMPLEMENTATION INTERVIEW

by/por Rafael Saravia


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RAFAEL SARAIVA: Vamos começar a falar sobre o escritório em si. Quantas pessoas estão trabalhando nos escritórios da KCAP atualmente e em quais países você opera?

RAFAEL SARAIVA: Let’s start speaking about the office itself. How many people are working at KCAP’s offices nowadays and in which countries you operate?

JEROEN DIRCKX: Temos cerca de 115 pessoas espalhadas por nossos escritórios em Rotterdam, Zurique e Xangai, e estamos representados também em Cingapura e na Coréia. Trabalhamos em toda a Europa e Ásia, mas especialmente na Holanda, Suíça, China, Rússia, Bélgica, França, Alemanha e Cingapura.

JEROEN DIRCKX: We have about 115 people spread across our offices in Rotterdam, Zürich and Shanghai, and we are represented in Singapore and Korea as well. We work across Europe and Asia, but especially in the Netherlands, Switzerland, China, Russia, Belgium, France, Germany and Singapore.

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KCAP Office in Rotterdam (NL) RS: Qual é a porcentagem de trabalho em Arquitetura e qual a porcentagem em Urbanismo?

RS: What is the percentage of work in Architecture and what percentage in Urbanism?

JD: Cerca de 50-50, com uma quantidade crescente de projetos de arquitetura paisagística também. Muitos projetos são multidisciplinares, onde projetamos tanto o plano diretor, quanto a arquitetura e a paisagem. Neste intervalo de escala está nossa força.

JD: About 50-50, with an increasing amount of landscape architecture projects as well. A lot of projects are cross disciplinary, where we design both the masterplan, the architecture and the landscape. In this in between scale lies our strength.

JD: Promovemos habilidades de projeto interdisciplinares e muitas vezes as equipes são compostas por pessoas com diferentes formações, de modo que designers urbanos, arquitetos e arquitetos paisagistas trabalham juntos em uma cultura criativa onde aprendemos uns com os outros. Com relação à declaração de Kees, eu não a colocaria como uma generalização, mas em nosso escritório vemos mais arquitetos instruídos que se desenvolveram como urbanistas do que o contrário. Em geral aplicamos a cultura e as metodologias do design desde a arquitetura até o design urbano, chamamos isso de uma abordagem liderada pelo design.

JD: We foster cross-disciplinary design skills and often teams consist of people with different backgrounds, so urban designers, architects and landscape architects work closely together in a creative culture where we learn from each other. Regarding the statement of Kees, I would not put it as a generalization, but in our office we do see more schooled architects which developed as urban designer then the other way around. In general we apply the design culture and methodologies from architecture to urban design, we call that a design led approach.

RS: Os arquitetos trabalham nos dois campos ou existe uma divisão entre os dois? Lembro que Kees Christiaanse disse em uma entrevista para a curadoria do IABR Open City que “um arquiteto pode se tornar um bom designer urbano, mas um designer urbano nunca é um bom arquiteto”. Você pode desenvolver este tema?

RS: Já se passaram 3 anos desde que você foi indicado como sócio da KCAP. Estou curioso para saber o que mudou em seu tra-

RS: Do the architects work in both fields or is there a divide between the two? I remember Kees Christiaanse said in an interview for the IABR Open City curation that “an architect can become a good urban designer, but an urban designer never a good architect.” Can you elaborate on this topic?

RS: It’s been already 3 years since you’ve been appointment as partner at KCAP. I’m curious to know what has changed in your daily work. Are you still actively involved in urban design or you moved into a more coordinating or managerial role? And how has


balho diário. Você ainda está ativamente envolvido no projeto urbano ou passou a ter um papel mais coordenador ou gerencial? E como o escritório mudou - se sim - com os novos parceiros mais jovens? Algum tema novo, ambições, etc.? JD: Certamente mudou meu papel, pois agora sou responsável por uma quantidade maior de projetos e estou treinando várias equipes talentosas simultaneamente. Sou muito motivado pelo conteúdo, então ganho tempo para me manter envolvido no processo de projeto, pois realmente amo essa parte do trabalho. Dentro da KCAP o design também é um esforço de equipe, por isso é muito inspirador trabalhar com uma equipe tão grande de designers internacionais de diferentes origens. Como parceiro, também tento manter a visão geral no design e orientar decisões importantes. Uma parte importante do meu papel também é representar a KCAP aos clientes, no ensino e nas palestras. Ser um parceiro, claro, vem com responsabilidades em relação à administração e ao pessoal, mas como somos um grande escritório, há também um forte apoio nisso por parte da equipe de nosso diretor administrativo.

the office changed – if so – with the new younger partners? Any new themes, ambitions, etc? JD: It certainly changed my role as I am now in charge of a larger amount of projects and I am coaching multiple talented teams simultaneously. I am very content driven, so I make time to stay involved in the design process, as I really love that part of the job. Within KCAP the design is also a team effort, so it is very inspiring to work with such a great team of international designers from different backgrounds. As a partner I also try to keep the overview in the design and steer important decisions. An important part of my role is also to represent KCAP to clients, in teaching and lectures. Being a partner of course comes with responsibilities regarding management and staff, but as we are a large office there is also strong support in that by the team of our managing director. A new generation of partners does bring in a certain dynamics. We are very privileged to step into an office which has built up already over 30 years of experience and we are a very tight team with the sitting

Rotterdam (NL) Uma nova geração de parceiros traz de fato uma certa dinâmica. Somos muito privilegiados por entrar em um escritório que já acumulou mais de 30 anos de experiência e somos uma equipe muito unida com os parceiros sentados e estamos continuamente pensando em como melhorar a nós mesmos, em como projetar os próximos projetos de melhores práticas. Como mencionado, iniciamos um departamento de paisagismo, estamos ampliando nosso portfólio com projetos de arquitetura que também contêm edifícios públicos como o salão de concertos e conferências em Bratislava e edifícios monumentais como o Station Post Office, em Haia. Estamos investindo em projeto computacional, para apoiar tarefas complexas de projeto e desenvolver nossas próprias ferramentas de avaliação. Temos em casa especialistas em construção circular e construção em madeira. Também estamos fortalecendo nossa marca, comunicação e visualização, com um novo site a ser lançado em breve. Isto certamente não deve ser creditado aos

partners and are continuously thinking on how to improve ourselves, on how to design next best practice projects. As mentioned we have started a landscape design department, we are broadening our portfolio with architecture projects which also contain public buildings like the concert and conference hall in Bratislava and monumental buildings like the Station Post office in The Hague. We are investing in computational design, to support complex design task and develop our own assessment tools. We have in house experts on circular building and building in wood. We are also strengthening our branding, communication and visualization, with soon a new website to come out. This is certainly not to be credited to the younger partners, most is a next step in the culture of innovation which has always been essential to KCAP, but with more partners involved, these initiatives now get a stronger focus. RS: There is a new generation of small planning offices and new real estate developers operating in the Netherlands. Is this

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parceiros mais jovens, a maioria é um próximo passo na cultura de inovação que sempre foi essencial para a KCAP, mas com mais parceiros envolvidos, estas iniciativas agora ganham um foco mais forte. RS: Há uma nova geração de pequenos escritórios de planejamento e novas incorporadoras imobiliárias operando na Holanda. Esta é uma das razões pelas quais o escritório sentiu que era hora de se rejuvenescer?

JD: Não, na verdade não. Foi antes uma combinação do crescimento da KCAP como escritório e dos parceiros mais antigos em processo de aposentadoria que levou à decisão de nomear uma nova geração de parceiros. Antes de entrarmos como sócios, já estávamos no papel de “sócio associado” envolvido nas tarefas de gestão, portanto, este passo veio como uma evolução natural. Observamos que dentro dos clientes e escritórios parceiros também pessoas de nossa faixa etária (início dos 40 anos) estão chegando a posições de tomada de decisão e talvez seja mais fácil estar em contato com pessoas da mesma geração.

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Com relação a novos pequenos escritórios de planejamento e incorporadores imobiliários, tanto os sócios mais jovens quanto os mais velhos sempre estiveram ansiosos para trabalhar com eles. Achamos este tipo de colaboração muito inspirador.

one of the reasons the office felt it was time to rejuvenate? JD: No not really. It was rather a combination of the growth of KCAP as an office and older partners going on retirement which led to the decision to appoint a new generation of partners. Before we entered as partners, we were already in the role of ‘associate partner’ involved in management tasks, so this step came as a natural evolution. We do notice that within clients and partner offices also people of our age range (early 40) are getting into decision making positions and it is perhaps easier to be in touch with people of a same generation.

Regarding new small planning offices and real estate developers, both younger and older partners have always been eager to work with them. We find these kind of collaborations very inspiring. RS: Last year I gave a lecture regarding Masterplans in the Netherlands which required me to make an analysis of some of the most relevant cases, and I understand KCAP is the Dutch office with the highest amount of plans that were actually implemented. Do you think this high rate of implementation has to do with a particular design and planning methodology? Focused on feasibility and less interested in avant-gardism? Can you tell me what differentiates KCAP’s approach to the traditional masterplanning one?

Shenzhen (CN) RS: No ano passado dei uma palestra sobre planos diretores na Holanda que me exigiu uma análise de alguns dos casos mais relevantes, e entendo que a KCAP é o escritório holandês com a maior quantidade de planos que foram realmente implementados. Você acha que esta alta taxa de implementação tem a ver com uma metodologia particular de projeto e planejamento? Focado na viabilidade e menos interessado em vanguardismo? Você pode me dizer o que diferencia a abordagem da KCAP em relação ao planejamento mestre tradicional? JD: Eu não fiz a pesquisa que confirmaria que temos a maior quantidade de planos implementados, mas certamente nos orgulhamos de

JD: I did not do the research that would confirm that we have the highest amount off implemented plans, but we certainly proud ourselves that a lot of our plans get realized. Masterplanning is always a complex and long running process with many stakeholders involved, where public interests (politics, neighbours) and private interests (developers, land owners) need to be united. As urban designers and architects we often work for both parties and we are familiar with their interests. In these complex processes, it is important to guard the quality of the design concept. We therefor use a design-led approach in which we do research-by-design and concept driven scenario studies to elaborate a clear design concept and build support with stakeholders.


que muitos de nossos planos são realizados. O masterplanning é sempre um processo complexo e longo com muitas partes interessadas envolvidas, onde os interesses públicos (política, vizinhos) e privados (promotores, proprietários de terras) precisam estar unidos. Como projetistas e arquitetos urbanos, muitas vezes trabalhamos para ambas as partes e estamos familiarizados com seus interesses. Nesses complexos processos, é importante proteger a qualidade do conceito de projeto. Por isso, utilizamos uma abordagem orientada por projeto, na qual fazemos pesquisas por projeto e estudos de cenário orientados por conceito para elaborar um conceito de projeto claro e construir apoio com as partes interessadas. Isto resulta de fato em planos diretores mais estratificados do que alguns paradigmas vanguardistas, mas vemos isso como uma resposta mais precisa aos amplos desafios que enfrentamos hoje.

Nossos masterplans permitem um grau de flexibilidade ao longo do tempo. Tanto no processo de planejamento como em sua vida útil, o volume e o programa dos edifícios tem que ser capaz de ser ajustável

Boas regulamentações de projeto urbano permitem essa adaptabilidade, ao mesmo tempo em que salvaguardam as qualidades de um plano. Nossa experiência como arquitetos e paisagistas também é utilizada para testar se o plano diretor pode ser implementado com tipologias viáveis e qualitativas e layouts de espaços públicos.

RS: Hoje em dia, parece que a maioria dos planos urbanos nos Países Baixos se referem ao reordenamento de áreas existentes (especialmente em torno de estações de trem, os chamados planos T.O.D.) e não estão sendo realizadas muitas extensões de cidades, como a VINEX nos anos 90-2000. É uma vitória dos urbanistas, que têm defendido a cidade compacta como uma forma urbana sustentável, ou tem mais a ver com a demografia e o fato de que o próprio mercado exige mais desenvolvimentos habitacionais no interior da cidade? Ou uma combinação dos dois fatores: as recomendações dos urbanistas sendo aceitas por se adequarem às necessidades atuais do mercado? JD: Este é exatamente um debate atual na Holanda. Há uma necessidade premente de moradias mais acessíveis à medida que a demanda por moradias permanece alta e os preços sobem, tornando muito difícil para as rendas mais baixas e médias a compra de uma casa. Em teoria, há muito espaço dentro das cidades e das áreas construídas para reestruturar e acrescentar novos projetos de uso misto. Isto é de fato especialmente interessante para locais que são bem servidos por transporte público, como estações de trem e metrô e em distâncias a pé ou de bicicleta até as amenidades diárias, de modo que o uso do carro

This results indeed in more layered masterplans then some avant-garde paradigms, but we see that as a more accurate response to the broad challenges we face today.

Our masterplans allow for a degree of flexibility over time. Both in the planning process as in its lifespan, the volume and program of buildings has to be able to be adjustable to future needs.

Good urban design regulations allow for that adaptability while safeguarding the qualities of a plan. Our experience as architects and landscape architects is also put to use to test if the masterplan can be implemented with feasible and qualitative typologies and public space layouts.

RS: It seems nowadays most urban plans in The Netherlands are about the redevelopment of existing areas (specially around train stations, the so called T.O.D. plans) and not many city extensions are being realized, like the VINEX in the 90s-2000s. Is it a victory of the urban planners, who have been advocating the compact city as a sustainable urban form, or does it have more to do with demographics and the fact that the market itself demands more inner city housing developments? Or a combination of the two factors: the urbanists’ recommendations being accepted since they fit current market needs? JD: This exactly is a current debate in the Netherlands. There is a pressing need for more affordable housing as the demand for housing stays high and prices go up, making it very difficult for lower and middle incomes to buy a house. In theory there is a lot of space within cities and built-up areas to redevelop and add new mixed use projects. This is indeed especially interesting for locations which are well served by public transport, like train and metro stations and on walking or cycling distance to daily amenities, so car use can be limited. In all major cities zoning plans are being developed to allow for these transformations and we design several of these plans. However, because of the complexity and long planning procedures, the approval of these plans takes a lot of time, while the need for housing is now.

We still experience a backlash from the 2008-11 housing crisis, when many within the planning community claimed cities would not grow anymore and masterplanning was outdated and should be replaced by bottom-up initiatives.

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pode ser limitado. Em todas as grandes cidades estão sendo desenvolvidos planos de zoneamento para permitir essas transformações e nós projetamos vários desses planos. Entretanto, devido à complexidade e aos longos procedimentos de planejamento, a aprovação desses planos leva muito tempo, enquanto que a necessidade de moradia é agora.

Ainda experimentamos um retrocesso da crise habitacional de 2008-11, quando muitos dentro da comunidade de planejamento afirmaram que as cidades não cresceriam mais e que o planejamento mestre estava ultrapassado e deveria ser substituído por iniciativas de baixo para cima.

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As municipalidades cortaram custos reduzindo seus departamentos de planejamento e muitas iniciativas de planejamento foram colocadas em espera. Também o governo nacional cancelou seu departamento de planejamento. Devido a esta redução de tamanho, os municípios agora enfrentam problemas de capacidade que atrasam o processo de planejamento e aumentam a urgência.

Grupos de interesse de promotores e empreiteiros defendem que o desenvolvimento de novas habitações é a saída para esta falta de habitações, e apelam para novos projetos iniciados pelo estado, semelhantes ao VINEX. Mas também o projeto de campo verde leva muito tempo para ser implementado, como experimentamos em nosso projeto em Katwijk, perto de Leiden, onde fazemos uma estrutura de desenvolvimento para uma nova cidade de 5600 casas em uma antiga base aérea militar. Esta base aérea já está disponível para reordenamento desde 2006, mas devido à complexidade do processo de planejamento, somente agora o plano de zoneamento é submetido para permissão de planejamento. RS: Falando de Rotterdam, é incrível como a cidade mudou. Eu estive 6 anos no exterior e visitando aqui de vez em quando. Houve a crise financeira na Holanda, mas ainda assim a cidade não parou de realizar mais e mais sua visão. De onde você acha que vem esta força? É algo dos políticos ou dos planejadores urbanos que conseguiram esculpir um papel relevante nesta sociedade? Ou o mercado imobiliário incorporou a necessidade de bons planos urbanos e atua como um empurrador, trazendo os urbanistas para realizar seus objetivos? Parece-me que existem realmente urbanistas obstinados trabalhando na prefeitura daqui...

Municipalities cut costs by reducing their planning departments and many planning initiatives were put on hold. Also the national government cancelled their planning department. Because of this downsizing, municipalities now face capacity issues which slows the planning process down and increases the Interest groups of developers and contractors advocate that greenfield development is the way out of this housing shortage, and call for new state initiated projects similar to the VINEX. But also green field project take a long time to be implemented, as we experience in our project in Katwijk near Leiden, where we make a development framework for a newtown of 5600 houses on a former military airbase. This airbase is already available for redevelopment since 2006, but because of the complexity of the planning process, only now the zoning plan is submitted for planning permission. RS: Speaking about Rotterdam, it’s amazing how the city has changed. I was 6 years abroad and visiting here from time to time. There was the financial crisis in The Netherlands but still the city didn’t stop in realizing more and more of its vision. Where do you think this force comes from? Is it something from the politicians or the urban planners have managed to carve a relevant role in this society? Or has the real estate market incorporated the need for good urban plans and acts a pusher, bringing urbanists along to realize their goals? It seems to me that there are really obstinate urban planners working in the city hall over here…

JD: Rotterdam is indeed doing very well, and it is always difficult to explain why. I did not research it myself, but I did observe the changes as I live here for 16 years. Historically the harbour has always been a cornerstone of the Rotterdam economy, first attracting immigrant workers from the south of the Netherlands and later on more international immigrants, making it a culturally very diverse city. However, over the past decades, due to automatization, the number of people employed in harbour activities has dropped significantly. This caused socio-economic problems, unemployment and tensions where up to the 80ies and 90ies, upper and middle class citizens moved out of the city and the centre was in decay. The change came when Rotterdam invested in higher education and building out a service economy, creating new jobs and attracting talent. Simultaneously, a zero-tolerance policy addressed criminal behaviour and public nuisance, improving liveability of the city. A very controversial rule from that time which continues today was to set a minimal income requirement for people who wanted to move to neighbourhoods which had a very high percentage of so-


JD: Rotterdam está de fato indo muito bem, e é sempre difícil explicar o porquê. Eu mesmo não o pesquisei, mas observei as mudanças, pois vivo aqui há 16 anos. Historicamente o porto sempre foi uma pedra angular da economia de Rotterdam, primeiro atraindo trabalhadores imigrantes do sul da Holanda e depois mais imigrantes internacionais, tornando-a uma cidade culturalmente muito diversificada. Entretanto, nas últimas décadas, devido à automatização, o número de pessoas empregadas nas atividades portuárias diminuiu significativamente. Isto causou problemas sócio-econômicos, desemprego e tensões onde até os anos 80 e 90, cidadãos de classe alta e média se mudaram para fora da cidade e o centro estava em decadência. A mudança veio quando Rotterdam investiu no ensino superior e na construção de uma economia de serviços, criando novos empregos e atraindo talentos. Simultaneamente, uma política de tolerância zero abordou o comportamento criminoso e o incômodo público, melhorando a capacidade de vida da cidade. Uma regra muito controversa daquela época, que continua até hoje, era estabelecer um requisito mínimo de renda para as pessoas que queriam se mudar para bairros que tinham uma porcentagem muito alta de habitantes socialmente mais fracos, como o lado sul da cidade. Juntamente com investimentos em escolas, isto ajudou a promover a diversificação social nesses bairros.

cially weaker inhabitants, like the south side of the city. Together with investments in schools, this helped to push for social diversification in those neighbourhoods.

Another long lasting policy was to increase the amount of housing in the city centre which used to be dominated by office program and retail, leaving the centre dead outside the office and shopping hours. KCAP’s plan for the maritime district is exemplary for this approach. It allowed for new housing towers to be added to a monofunctional office district and improved the public space and liveliness of the area.

Outra política de longo prazo era aumentar a quantidade de moradias no centro da cidade que costumavam ser dominadas pelo programa de escritório e varejo, deixando o centro morto fora do escritório e do horário de compras. O plano do KCAP para o distrito marítimo é exemplar para esta abordagem. Permitiu a adição de novas torres de habitação a um distrito de escritórios monofuncional e melhorou o espaço público e a animação da área.

Cruquiuseiland, Amsterdam

Red Apple Tower, Rotterdam (NL)

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Também em outras partes da cidade foram feitas melhorias através de investimentos em espaço público e novos projetos habitacionais, tornando Rotterdam atraente para viver novamente. Com uma nova conexão ferroviária rápida para Amsterdã e o aeroporto nacional de Schiphol em 2009, também atraiu habitantes que trabalhavam em Amsterdã, mas acharam Rotterdam mais acessível para viver. O aumento gradual dos habitantes de classe média com mais dinheiro para gastar, em combinação com mais turismo, também beneficiou muito a vivacidade da cidade. Ao longo do tempo que tenho vivido aqui, tenho visto um enorme aumento de cafés, restaurantes, lojas especializadas e cantos de café para estes novos habitantes da cidade. O icônico salão do mercado da MVRDV pode ser visto como um símbolo desta nova Roterdã. É um processo de gentrificação, que a cidade tanto precisava, mas que agora também se torna uma ameaça. O centro se tornou caro para viver, o que atualmente ajuda os bairros socialmente mais fracos e acessíveis a melhorar e gentrificar também, mas para manter a cidade inclusiva também para pessoas de baixa renda, o município agora estabelece uma cota para habitação social e acessível em novos projetos de desenvolvimento. RS: Especificamente sobre a regeneração de Rotterdam South, a cidade definitivamente conseguiu descer mais de Kop van Zuid para Katendrecht, por toda Laan op Zuid, e mais recentemente redesenhando Rijnhaven e o Stadionpark, no qual tive o prazer de colaborar com vocês 10 anos atrás. Você acha que logo haverá algum tipo de equilíbrio entre as partes norte e sul de Rotterdam, o sul finalmente perdendo o estigma da parte ruim da cidade? Parece-me que se a cidade não estivesse construindo tanto em seu norte/centro que o equilíbrio seria alcançado mais cedo... o que você pensa sobre esta dinâmica?

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JD: Após décadas de planejamento e investimentos públicos, a regeneração de Roterdã do sul está de fato se tornando uma história de sucesso. A ponte Erasmus realizada em 1996 foi um grande pontapé de saída para estender o centro de Rotterdam sobre o rio. Também uma nova estação de metrô, um tribunal e instituições culturais movimentadas fizeram parte desses grandes investimentos públicos. A península

Also in other parts of the city improvements were made by investments in public space and new housing projects, making Rotterdam attractive to live again. With a new rapid train connection to Amsterdam and the national airport Schiphol in 2009, it also attracted inhabitants who worked in Amsterdam, but found Rotterdam more affordable to live. The gradual increase of middle class inhabitants with more money to spend, in combination with more tourism, also greatly benefitted the liveliness of the city. Over the time I have been living here, I have seen a huge increase of cafés, restaurants, specialty shops and coffee corners catering for these new city dwellers. The iconic market hall by MVRDV can be seen as a symbol of this new Rotterdam. It is a gentrification process, which the city very much needed, but which now also becomes a threat. The centre has become expensive to live, which currently helps the socially weaker and affordable neighbourhoods to improve and gentrify as well, but to keep the city inclusive also for people with lower income, the municipality now sets out quota for social and affordable housing in new development projects. RS: Specifically about Rotterdam South’s regeneration, the city definitely managed to go further down from Kop van Zuid to Katendrecht, all the way throughout Laan op Zuid, and more recently redesigning Rijnhaven and the Stadionpark, in which I had the pleasure to collaborate with you 10 years ago. Do you think that there will be soon some sort of equilibrium between the north and south parts of Rotterdam, the south finally losing the stigma of the bad part of the city? It seems to me that if the city was not building so much in its north/center that equilibrium would be sooner achieved… what are your thoughts about this dynamics?

JD: After decades of planning and public investments, the regeneration of Rotterdam south is indeed becoming a success story. The Erasmus bridge realised in 1996 was a grand kick off to extend the center of Rotterdam over the river. Also a new metro station, a court of law and moved cultural institutions were part of these grand public investments. The harbour peninsula of Katendrecht even used to be a no-go area, a red light district, and has transformed into a very popular housing district around the Deli square, the renovated neighbourhood

The Gustav, Amsterdam (NL)


portuária de Katendrecht era até mesmo uma área proibida, um distrito de luz vermelha, e se transformou em um bairro residencial muito popular ao redor da praça Deli, o centro renovado do bairro iniciado pelo município. Com um Programa Nacional para Zuid, mais investimento público irá para melhorar esta parte da cidade, por exemplo, em relação à educação, cultura e acessibilidade ao transporte público. E há de fato projetos muito ambiciosos no planejamento, como o plano da cidade de Feyenoord em torno de um novo estádio, que ainda tem alguns elementos do antigo plano KCAP do Stadionpark, a saber, o investimento em uma nova estação de trem e um cluster para a economia esportiva. Tam-

center initiated by the municipality. With a National Program for Zuid, more public investment will go to improving this part of town, for example regarding education, culture and public transport accessibility. And there are indeed very ambitious projects in planning, like the Feyenoord city plan around a new stadium, which has still some elements from the former KCAP plan of Stadionpark, namely the investment in a new train station and a cluster for sport economy. Also the Rijn and Maas Harbour basins have a huge potential to improve the public space and make a very attractive living and working environments. These and other plans certainly make that part of South equally if not more at-

GWL Terrein, Amsterdam (NL) bém as bacias do Rijn e Maas Harbour têm um enorme potencial para melhorar o espaço público e tornar um ambiente de vida e de trabalho muito atraente. Estes e outros planos certamente tornam essa parte do Sul igualmente se não mais atraente do que os bairros do Norte agora. Mas também o Norte continua melhorando, portanto é difícil dizer se eles serão percebidos em pé de igualdade. Eles certamente se tornam bairros muito atraentes e distintos dentro de uma cidade policêntrica, onde as pessoas desfrutarão dos múltiplos lugares para onde ir, melhorando a qualidade de vida em Rotterdam como um todo. RS: Na KCAP parece existir um entendimento da diferença entre arquitetura e urbanismo. Depois que o escritório ganhou o masterplan da Bahia de Pasaia, lembro que você mencionou como os outros escritórios estavam propondo projetos muito parecidos com grandes composições arquitetônicas. Em seus planos diretores sempre houve um foco na flexibilidade e isto se dá através de estruturas. Entendo as estruturas como uma série de diretrizes ou limites, definindo algumas opções para cada componente do plano diretor (espaços públicos, volumes de construção, mobilidade, etc.). Fora dessas opções, você perderia qualidade. Você pode elaborar sobre o princípio “estrutura para qualidade”?

tractive then the neighbourhoods in the North now. But also the North continues improving, so it is hard to say if they will be perceived equal. They certainly become very attractive and distinct neighbourhoods within a polycentric city, where people will enjoy the multiple places to go to, improving the living quality in Rotterdam as a whole. RS: In KCAP it seems to exist an understanding of the difference between architecture and urbanism. After the office won the Bahia de Pasaia masterplan I remember you mentioned how the other offices were proposing projects very much like big architecture compositions. In your masterplans there has always been a focus on flexibility and this is delivered through frameworks. I understand frameworks as a number of guidelines or boundaries, defining some options for each component of the masterplan (public spaces, building volumes, mobility, etc). Outside these options you would lose quality. Can you elaborate on the principle “framework for quality”?

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JD: O projeto urbano é uma disciplina de nicho, muitas vezes um programa paralelo ao treinamento de arquitetos e há relativamente poucos profissionais, especialmente no contexto de empresas de projeto, pois simplesmente não há muitas comissões de projeto urbano. Temos muita sorte de ter conquistado esta reputação internacional em design urbano, o que nos permite trabalhar continuamente em projetos muito desafiadores, acumulando muita experiência e uma equipe muito qualificada que abrange tanto o planejamento em grande escala e projetos estratégicos, quanto os projetos específicos de desenvolvimento de áreas menores que rapidamente entram no design arquitetônico e de espaços públicos. Cada escala também vem com seus produtos específicos de planejamento ou projeto urbano, desde planos estratégicos mais abstratos, até planos de zoneamento e planos diretores. Cada escala se torna mais específica e mais detalhada.

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é um ato de equilíbrio que nosso fundador prof. em. Kees Christiaanse nomeou “Controle e laissez faire”, fazendo uma distinção sobre o que é fixo ou regulado versus o que é flexível e

Um plano estrutural como o da transformação do Hafencity Harbour, por exemplo, estabelece a principal estrutura de espaço público, a estratégia de mobilidade, a estratégia de resistência a inundações, uma estratégia de faseamento e um conceito morfológico e programático para bairros distintos, e regras para a qualidade dos desenvolvimentos. Ela vem com um projeto de processo onde o próximo passo na elaboração de planos diretores de vizinhança, projeto de espaço público e arquitetura, seria sujeito a concursos dentro das diretrizes do plano estrutural e uma seleção baseada na qualidade das propostas de projeto em relação ao plano estrutural. Como tal, um plano estrutural é como um plano de zoneamento bastante abstrato, mas sempre tendemos a fazer desenhos ilustrativos, um teste de enchimento com edifícios e espaços públicos, para testar e afiar as diretrizes de design urbano, bem como estabelecer um padrão de qualidade para desafiar futuros desenvolvimentos a fim de melhorar esse teste de design. Um design ilustrativo também ajuda a comunicar sobre um plano, tornando mais fácil imaginar o possível resultado do plano de estrutura mais abstrato. RS: Penso que os planos para Wijnhaven (Rotterdam) e Europaallee (Zurique) são os principais casos em que vemos a metodologia de estrutura aplicada, de formas bem diferentes. Wijnhaven parece ter uma estrutura bastante minimalista: além de manter o volume do plinto pós-guerra, as torres podem ser realizadas onde a condição da luz solar não for prejudicada. Desta forma, os proprietários existentes competem por novos empreendimentos de torres em suas parcelas (se não chegarem a um acordo com um

JD: Urban design is quite a niche discipline, often a side program to training of architects and there are relatively few practitioners, especially in the context of design firms, as there are simply not that much urban design commissions. We are quite fortunate to have gained this international reputation in urban design, which allows us to work continuously on very challenging projects, building up a lot of experience and a very qualified team which covers both the larger scale planning and strategic projects as well as the specific smaller area development projects which quickly go into architectural and public space design. Each scale also comes with its specific planning or urban design products, from more abstract strategic plans, to zoning plans and masterplans. Each scale becomes more specific and more detailed.

It is a balancing act, which our founder prof. em. Kees Christiaanse has named ‘Control and laissez faire’, making a distinction on what is fixed or regulated versus what is flexible and adaptable.

A framework plan like that for the Hafencity Harbour transformation for example, sets out the main public space structure, the mobility strategy, flood resilience strategy, a phasing strategy and a morphologic and programmatic concept for distinct neighbourhoods, and rules for the quality of developments. It comes with a process design where the next step in the elaboration of neighbourhood masterplans, public space design, and architecture, would be subject to competitions within the guidelines of the framework plan and a selection based on the quality of the design proposals in relation to the framework plan. As such a framework plan is like a zoning plan quite abstract, but we always tend to make illustrative designs, a test infill with buildings and public spaces, to test and sharpen the urban design guidelines, as well as set out a quality benchmark to challenge future developments to improve on that test design. An illustrative design also helps to communicate about a plan, making it more easy to imagine the possible outcome of the more abstract framework plan.

RS: I think that the plans for Wijnhaven (Rotterdam) and Europaallee (Zurich) are main cases where we see the framework methodology applied, in quite different ways. Wijnhaven seems to have a quite minimalistic framework: besides keeping the postwar plinth volume, towers can be realized wherever the sun light condition isn’t harmed. In this way the existing property owners compete for new tower developments in their plots (if they don’t come to an agreement with a willing developer, maybe their neighbors will, and then they cannot make it anymore, as there will be not sufficient sunlight – am I right?). In Europaallee the framework is an envelope: a maximum volume that can be built, defining a number of accents here and there (a method more like the Man-


promotor disposto a isso, talvez seus vizinhos o façam, e então não poderão mais fazê-lo, pois não haverá luz solar suficiente - estou certo?) No Europaallee a estrutura é um envelope: um volume máximo que pode ser construído, definindo uma série de acentos aqui e ali (um método mais parecido com o zoneamento de Manhattan, como descrito por Hugh Ferriss). Parece-me que o desenho das regras que compõem uma estrutura é primordial em um processo de desenvolvimento a longo prazo, pois qualquer morfologia fixa está condenada ao fracasso. Esta é uma forma ocidental de planejamento ou você está sendo capaz de usar este mesmo método na Ásia? Parece que cada plano lá é muito mais rápido de ser construído, então talvez o desenho da morfologia seja mais fixo e menos flexível? JD: Certamente são ambos planos que funcionam dentro do princípio do “controle e do laissez faire”. A ambição da Wijnhaven era transformar um distrito de escritórios degradado em um distrito de uso misto e animado, acrescentando moradias na forma de uma altaelevação esbelta. O plano é muito inovador pois, em vez de prescrever a posição exata da alta, ele estabelece “regras do jogo”. As regras definem que para uma certa quantidade de propriedade de terra, este proprietário pode adicionar uma quantidade prescrita de volume na forma de uma torre em um plinto sobre aquele terreno. Como a propriedade de terras era muito complexa, as regras urbanas criaram um incentivo para que os promotores adquirissem mais terrenos (edifícios de escritórios existentes) para construir mais volume de torres. A mudança da situação de propriedade era imprevisível desde o início, mas define a posição das torres dentro das regras de projeto urbano. Também o plano para o Europaallee permite flexibilidade, uma vez que os volumes

hattan zoning, as depicted by Hugh Ferriss). It seems to me that the design of the rules which compose a framework is paramount in a long term development processes, as any fixed morphology is doomed to failure. Is this a western way of planning or are you being able to use this same method in Asia? It seems that every plan there is much quicker to get build, so maybe the morphology design is more fixed and less flexible? JD: It certainly are both plans which work within the principle of ‘control and laissez faire’. The ambition for Wijnhaven was to transform a degraded office district into a lively mixed-use district by adding housing in the form of slender high rise. The plan is very innovative as, instead of prescribing the exact position of the highrise, it sets ‘rules of the game’. The rules define that for a certain amount of land ownership, this land owner can add a prescribed amount of volume in the form of a tower on a plinth on that land. As landownership was very complex, the urban rules created an incentive for developers to acquire more land (existing office buildings) to build more volume of towers. The changing ownership situation was unpredictable from the start, but defines the position of the towers within the urban design rules. Also the plan for Europaallee allows for flexibility, as building volumes could change, as long as they stayed within the prescribed envelope and overall surfaces. However this ‘freedom’ also came with a process of close quality supervision of the final massings as elaborated by the architect. This approach as urban designers is rooted in our experience as architects elaborating buildings within fixed morphology plans. On the one hand it frustrates the architects to be creative if everything is prescribed in the urban plan. In the Netherlands there was a planning culture which left very little to interpret or creatively add to the plan as an

Wijnhaveneiland, Rotterdam [NL] de construção poderiam mudar, desde que permanecessem dentro do envelope prescrito e das superfícies gerais. Entretanto, esta “liberdade” também veio com um processo de supervisão de qualidade próxima das massagens finais, conforme elaborado pelo arquiteto.

architect. We therefore wanted to balance that out and leave mor room for freedom, however that is often done in combination with a process in which we as urban designers are involved in an extensive process of supervision to go in dialogue with the architects.

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Esta abordagem como projetistas urbanos está enraizada em nossa experiência como arquitetos que elaboram edifícios dentro de planos morfológicos fixos. Por um lado, frustra os arquitetos de serem criativos se tudo estiver prescrito no plano urbano. Na Holanda, havia uma cultura de planejamento que deixava muito pouco para interpretar ou acrescentar criativamente ao plano como um arquiteto. Por isso, queríamos equilibrar isso e deixar mais espaço para a liberdade, no entanto, isso é feito freqüentemente em combinação com um processo no qual nós, como designers urbanos, estamos envolvidos num extenso processo de supervisão para dialogar com os arquitetos. Por outro lado, é discutível, entretanto, quanta flexibilidade um plano precisa, em nossos planos também prescrevemos freqüentemente uma morfologia para garantir coerência e intenções de projeto. Por exemplo, no projeto Wijnhaven, a altura comum dos edifícios na base é fixada para formar um ‘plinto’ coerente, com uma composição lúdica e imprevisível de torres sobre ele. Também definimos que na ponta da ilha triangular não deve ser marcada com outra torre, mas com um acento na forma de um volume cantiléver no topo da base. Assim, muitas vezes fixamos um conceito morfológico, mas permitimos uma certa adaptabilidade dentro desse conceito, dentro de um conjunto de regras.

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RS: Como resposta a Koolhaas f*ck o contexto, Kees Christiaanse criou a alternativa f*ck o programa, argumentando que “os edifícios se tornam melhores quando não são projetados para um programa específico”. Isto está de acordo com sua teoria urbana de “A Cidade como Lote” sobre o redirecionamento de áreas industriais. Acho que este conceito é bem visível no plano diretor de Oostelijke Handelskade, no qual os edifícios residenciais foram projetados como galpões reformados ou edifícios de escritórios. Certamente há também uma força econômica que torna essa idéia viável ali: é possível fazer grandes unidades residenciais na orla marítima de Amsterdã devido ao seu alto valor. Existe algum projeto recente em que você tenha trabalhado onde esta teoria foi aplicada? Penso no plano mestre Jurong em Cingapura e em outros planos de alto nível que a KCAP tem trabalhado na Ásia ultimamente...

On the other hand we noticed that fixed morphology plans leave little room for a developer to adjust program and volumes to match with changing market conditions. So it can lead to inefficient buildings. it is debatable however how much flexibility a plan needs, in our plans we also often prescribe a morphology to guarantee coherence and design intentions. For example in the Wijnhaven project, the common height of the buildings in the base is fixed to form a coherent ‘plinth’, with a playful unpredictable composition of towers on top of it. Also we defined that at the tip of the triangular island should not be marked with another tower, but with an accent in the form of a cantilevering volume on top of the base. So we often fix a morphology concept, but allow for a certain adaptability within that concept, within a set of rules.

RS: As a response to Koolhaas f*ck the context, Kees Christiaanse came up with the f*ck the program alternative, arguing that “buildings turn out better when they are not designed for an specific programme”. This is in line with his urban theory of “The City as Loft” about the repurpose of industrial areas. I think this concept is well visible in the masterplan for Oostelijke Handelskade, in which residential buildings were designed as repurposed sheds or office buildings. Certainly there is also an economic force that makes that idea feasible there: it’s possible to make large residential units in Amsterdam’s waterfront due to their high value. Is there any recent project in which you have worked where this theory has been applied? I think of the Jurong masterplan in Singapore and other high level plans KCAP has worked in Asia lately… JD:

‘F*ck the program’ is a statement which could be misinterpreted. It certainly does not mean that program is not important for making good cities. We are a strong advocates of the qualities of mixed use districts,

Europaallee Zurich [CH]


JD:

‘F*ck the program’ é uma declaração que pode ser mal interpretada. Isso certamente não significa que o programa não seja importante para fazer boas cidades. Somos fortes defensores das qualidades dos distritos de

com uma animada combinação de residências, trabalho e lazer. Em alguns de nossos planos esta mistura programática pretendida é até muito específica, por exemplo, para criar um distrito de inovação bem sucedido ou ambientes de campus. Mas permite sempre uma certa flexibilidade ou interpretação para alcançar este conceito programático. E é disso que se trata, que em uma cidade, usa as mudanças ao longo do tempo para se adaptar às mudanças nas condições. O bom design urbano e arquitetura devem permitir essa mudança e devem pensar além do resumo do programa de hoje. Certamente na Ásia, a transformação está ocorrendo em um ritmo bem franco. Fazemos muitos projetos em Shenzhen, uma cidade que era uma comunidade agrícola há 40 anos e que se transformou na potência do comércio internacional e das instalações de produção em massa quando a área foi designada como Zona Econômica Especial em 1980. A decadência passada também desenvolveu pesquisa e desenvolvimento e se tornou um hotspot para inovação tecnológica, competindo com o Vale do Silício. E como São Francisco, a cidade se tornou muito cara para se viver. A inovação ocorre em prédios industriais antigos, que agora são ocupados por empresas iniciantes de tecnologia.

Oostelijke Handelskade, Amsterdam (NL)

with a lively combination of residences, working and leisure. In some of our plans this intended programmatic mix is even very specific, for example to create a successful innovation district or campus environments. But it is always allows for a certain flexibility or interpretation to achieve this programmatic concept. And that is what the statement is about, that in a city, uses changes over time to adapt to changing conditions. Good urban design and architecture should allow for that change and should think beyond the program brief of today.

Certainly in Asia, the transformation is going at a very face pace. We do a lot of projects in Shenzhen, a city which was a farming community 40 years ago and transformed into the powerhouse of international trade and mass production facilities when the area was appointed as a Special Economic Zone in 1980. The past deccade it also has developed research and development and has become a hotspot for tech innovation, competing with Silicon Valley. And like San Francisco, the city has become very expensive to live. The innovation takes place in former industrial buildings, which are now occupied by tech start-up companies.

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Em geral, a morfologia nos planos que projetamos, tende a permitir diferentes infill programáticos. Também o plano do Distrito dos Lagos de Jurong promove o uso misto, mas também está planejado para se tornar um distrito comercial altamente bem sucedido e, portanto, a morfologia permite placas de piso muito grandes que são procuradas pela indústria criativa e pelas empresas de tecnologia e, em geral, permitem mais adaptabilidade programática do que as torres. Também é importante notar que a adaptabilidade dos edifícios está realisticamente dentro de um certo intervalo. Construir todas as habitações para poderem se transformar em escritórios ou lojas que necessitem de alturas superiores não é realista, pois torna a habitação muito cara e utiliza um excesso de material de construção que também não é sustentável. Especialmente em Amsterdã, a acessibilidade de moradias para rendas média e baixa é um tópico urgente. No entanto, sem muitos custos extras, habitações com unidades pequenas podem ser projetadas de forma que, com o tempo, as unidades possam ser combinadas em unidades maiores. Da mesma forma, um prédio de escritórios para um único locatário deve ser projetado para permitir o uso de vários locatários quando a grande empresa se mudar. E é ainda melhor se o projeto do prédio comercial antecipar uma transformação em habitação. Como em um loft, um bom desenho da estrutura do casco é fundamental para permitir essas transformações.

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RS: Estou bastante interessado na abordagem holandesa para o desenvolvimento de área, em holandês chamada Gebiedsontwikkeling. Parece que cada pedaço do sistema de planejamento já está pré-organizado antes que o designer urbano entre para dar forma ao plano. O que é exatamente Gebiedsontwikkeling? É um modelo de governança para o desenvolvimento urbano? Parece um pouco de cima para baixo ... você acha que o sistema holandês ainda tem espaço para outras abordagens de baixo para cima? Lembro que durante a crise a abordagem de cima para baixo estava sendo muito questionada. A crise mudou de alguma forma a forma como os planos são desenvolvidos e implementados na Holanda? Por exemplo, como as comunidades locais participam e em que fase? Que poder eles têm?

JD: Os holandeses têm uma tradição centenária de planejamento de suas terras. Inicialmente para recuperar novas terras agrícolas da água e protegê-las de inundações por diques e dos icônicos moinhos eólicos de bombeamento de água, mas também para a expansão planejada de cidades. O cinturão de moradias de canal que foi construído em torno de Amsterdã no século 17 é um excelente exemplo. Devido a esta cultura de desenvolvimento ativo de áreas, existem autoridades públicas experientes na área de ordenamento do território e gestão da água. Essas autoridades são organizadas em nível nacional, provincial e municipal, cada uma liderada por funcionários de governança eleitos democraticamente. A colaboração entre esses níveis é a chave para o sucesso. O nível nacional não conhece as sensibilidades do nível local, mas um município sozinho não pode decidir sobre grandes projetos de infraestrutura ou pode precisar de financiamento nacional. Da mesma forma, uma iniciativa de baixo para cima precisa estar em diálogo com o município, pois muitas vezes diz respeito ao espaço público e aos interesses públicos. A força do sistema holandês é o diálogo entre os níveis, porém com a crise habitacional de 2010, o ministério nacional do ordenamento do território (VROM), que fazia o plano espacial a

In general, the morphology in the plans we design, tend to allow for different programmatic infill. Also the Jurong Lake District plan promotes mixed use, but it is also planned to become a highly successful business district and therefor the morphology allows for very large floorplates which are sought after by creative industry and tech companies, and in general allow for more programmatic adaptability than towers.

It is also important to note that adaptability of buildings is realistically within a certain range. To build all housing to be able to transform into offices or retail which need a higher floor heights is not realistic, as it makes housing very expensive and uses an excess of building material which is also not sustainable. Especially in Amsterdam, affordability of housing for lower and middle incomes is a pressing topic. However, without too much extra costs, housing with small units can be designed in a way that over time, units can be combined into bigger units. In the same way, a single tenant office building should be designed to allow for a multi-tenant use when the big company moves out. And it is even better if the design of the office building anticipates on a transformation to housing. Like in a loft, a good design of the casco structure is key to allow those transformations. RS: I’m quite interested in the Dutch approach to Area Development, in Dutch called Gebiedsontwikkeling. It seems every bit of the planning system is already pre-organized before the urban designer enters to shape the plan. What is Gebiedsontwikkeling exactly? Is it a governance model for urban development? It seems rather top-down… do you think the Dutch system still has space for other bottom-up approaches? I remember that during the crisis the top-down approach was very much being questioned. Did the crisis change the way plans are developed and implemented in The Netherlands in any way? For instance, how do local communities participate, and in which phase? What power do they have? JD: The Dutch have a century old tradition of planning their land. Initially to reclaim new farmland from the water and protect that from flooding by dikes and the iconic water pumping wind mills, but also for the planned expansion of cities. The belt of canal housing which was built around Amsterdam in the 17th century is a prime example. Because of this culture of active development of area’s, there are experienced public authorities in the field of spatial planning and water management. These authorities are organised on the national level, provincial level and municipal level, each led by the democratically elected governance officials. Collaboration between these levels is key to be successful. The national level does not know the sensitivities of the local level, but a municipality on its own can not decide on big infrastructure projects either or might need national funding. Equally, a bottom-up initiative needs to be in dialogue with the municipality as it often concerns public space and public interests. The strength of the Dutch systemis the dialogue between the levels, however in the housing crisis in 2010, the national ministry for spatial planning (VROM), which used to make the spatial plan on national level, was dismantled. This ministry initiated, for example, the planning of the large scale VINEX-housing developments to deal with a shortage on housing. In the same period, the municipal authorities drastically reduced their planning departments. With neo-liberal politicians in power, it was considered that this was too state organised, too top-down as


nível nacional, foi desmantelado. Este ministério iniciou, por exemplo, o planejamento de empreendimentos habitacionais VINEX em grande escala para lidar com a escassez de moradias. No mesmo período, as autoridades municipais reduziram drasticamente seus departamentos de planejamento. Com políticos neoliberais no poder, considerou-se que isso era muito organizado pelo Estado, muito de cima para baixo, como você o chama, e o mercado, os desenvolvedores e as iniciativas de baixo para cima deveriam assumir esse papel.

O resultado real é que há uma crise habitacional agora, uma falta atual de 300.000 casas, uma necessidade de 1 milhão de casas nos próximos dez anos, em uma população de 17 milhões! A produção de casas é simplesmente muito baixa, poucos planos de zoneamento estavam prontos para fornecer o espaço para essas novas casas. Em comparação, no período dos bairros VINEX, de 1995 a 2005, cerca de 680 mil casas foram adicionadas ao mercado imobiliário holandês, das quais 455 mil através dos planos VINEX, das quais 171 mil em ambientes já urbanizados e 284 mil em empreendimentos greenfield . O atual atraso na produção de moradias é agravado por questões ambientais relacionadas com os regulamentos europeus contra os depósitos de nitrogênio, que limita novas atividades de construção nas proximidades de áreas naturais. Além disso, essa questão deveria ter sido resolvida mais cedo no nível do governo nacional. Como resultado do descompasso entre a alta demanda e a baixa oferta no mercado imobiliário, os preços das moradias estão disparando. Os preços médios das moradias aumentaram 15% no primeiro trimestre de 2021, o maior aumento em 20 anos! A habitação tornou-se inacessível para começar e os rendimentos mais baixos e casas de aluguer são escassas. Isso certamente leva a experiências interessantes de baixo para cima com casas minúsculas e propriedade comunitária, mas em números isso é marginal e de forma alguma uma solução para esta crise. Atualmente, as associações de incorporadores e proprietários de residências estão convocando o poder público para retomar seu papel.

you call it, and the market, developers and bottom-up initiatives should take over this role.

The actual result is that there is a housing crisis now, a current shortage of 300.000 houses, a need for 1 million houses the coming ten years, on a population of 17 million! The production of houses is simply too low, too little zoning plans were ready to provide the space for these new houses. In comparison, in the period of the VINEX neighbourhoods, from 1995 to 2005, about 680 thousand houses were added to the Dutch housing market, of which 455 thousand through VINEX plans, of which 171 thousand in already urbanised environments and 284 thousand in greenfield developments. The current delay in housing production is made worse by environmental issues regarding European regulations against Nitrogen deposits, which limits new construction activities nearby nature areas. Also this issue should have been solved earlier on the national government level. As a result of the mismatch between high demand and low offer on the housing market, housing prices are soaring, The average housing prices went up 15% in the first quarter of 2021, the biggest increase in 20 years! Housing has becoming unaffordable for starters and lower incomes and rental houses are scarce. This certainly leads to interesting bottom-up experiments with tiny houses and communal home ownership, but in numbers this is marginal and in no way a solution for this crisis. Currently, the developers and home owners associations are calling on the public authority to take up their role again. Bottom up initiatives certainly have a valuable role in this. Also within these Dutch government-led planning initiatives, public participation plays an important role. And usually more than in developer-led planning initiatives. In my opinion,

Iniciativas de baixo para cima certamente têm um papel valioso nisso. Também dentro dessas iniciativas de planejamento lideradas pelo governo holandês, a participação pública desempenha um papel importante. E geralmente mais do que em iniciativas de planejamento lideradas por desenvolvedores. Na minha opinião,

o planejamento tem muito a ver com a organização do interesse público, não com o único interesse de um desenvolvedor, ou com o interesse de um pequeno grupo de cidadãos, pois isso ainda pode ir contra o interesse de outros cidadãos. Ele deveria ser organizado ativamente pelos municípios

Plano Diretor de Rotterdam/ Rotterdam Structuurvisie

spatial planning is very much about organising public interest, not the single interest of a developer, or the interest of a small group of citizens, as this might still go against interest of other citizens. It should be actively organised by municipalities

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como órgão de governança de uma democracia representativa, apoiado por níveis superiores de governo, para equilibrar esses interesses. Firmas de design como a nossa estão apoiando a elaboração desses planos.

RS: Parece-me que esses planos de desenvolvimento de área (Gebiedsontwikkeling) são as ferramentas que têm mais efeito na formação da paisagem urbana holandesa. As cidades na Holanda aqui têm um Structuurvisie (um Plano de Desenvolvimento da Cidade) que fornece orientações gerais para a cidade. Mas quando olhamos para Rotterdam, algumas novas áreas de projeto não foram definidas pela Structuurvisie. Tomemos, por exemplo, a SV aprovada em 2011, em meio à crise: definiu Merwe-Vierhavens, Rijn-Maashaven, Waal-Eemhaven e RDM-Heijplaat como áreas de redesenvolvimento, onde a cidade deve crescer. No entanto, muitos projetos estão acontecendo em outros lugares. O atual Structuurvisie data de 2018 e foca em 5 conceitos (Circular, Compacto, Heathy, Inclusivo e Produtivo) e quase não menciona áreas de projeto. A densificação da área da Estação Central (incluindo Schiekadeblok com o anunciado arranha-céu de van Berkel, Pompemburg, Hofbogen e Zoho), Nieuw Crooswijk, aqueles arranha-céus no lado norte do rio (paraíso de Zaal e torres de Baan), o novo conjunto habitacional perto do Euromaast (Parkhaven, que basicamente obstrui as vistas de Mullerpier a Het Park e bloqueia qualquer possível relação entre Het Park e a água do porto) etc, nenhum desses projetos foi listado no SV. Parece-me que a Structuurvisie não está realmente determinando a forma como a cidade cresce. O sistema de planejamento de Rotterdam está se tornando mais parecido com Londres, onde nenhum plano centralizado realmente existe, e os desenvolvedores propõem projetos para a cidade, como desejam? Ou é pela busca de flexibilidade: os planos são muito lentos e o ritmo das mudanças muito rápido? O que a cidade está ganhando com isso, além de dinheiro?

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JD:

As visões estruturais que surgiram no rescaldo da crise imobiliária muitas vezes subestimaram a demanda atual de moradias e a necessidade de novos empreendimentos. O pensamento predominante era que a cidade havia para-

e um forte foco foi na criação de lugares de baixo para cima e uma atualização qualitativa da cidade, por exemplo, com foco na melhoria do espaço público e nos temas de sustentabilidade que você mencionou. Todos temas muito importantes, mas não antecipando o crescimento da cidade. Quando o mercado imobiliário decolou novamente, os primeiros projetos realizados já estavam planejados antes da crise imobiliária de 2008-2013, como as torres Zalmhaven e Baan. Ainda no plano do KCAP para arranha-céus no distrito marítimo, as torres começaram a ser construídas logo após a crise, pois os planos de zoneamento já haviam sido aprovados anteriormente. Em retrospecto, pode-se dizer que se perdeu

as the governance body of a representative democracy, supported by higher governments levels, to balance these interests. Design firms like ours are supporting in making those plans.

RS: It seems to me that these Area Development plans (Gebiedsontwikkeling) are the tools that make the most effect in shaping the Dutch urban landscape. The cities in the Netherlands here have a Structuurvisie (a City Development Plan) which gives broad guidelines for the city. But when we look at Rotterdam, quite some new project areas were not defined by the Structuurvisie. Take, for instance, the SV approved in 2011, in the middle of the crisis: it defined Merwe-Vierhavens, Rijn-Maashaven, Waal-Eemhaven and RDM-Heijplaat as redevelopment areas, where the city should grow into. However, many projects are happening elsewhere. The current Structuurvisie dates from 2018 and focuses on 5 concepts (Circular, Compact, Heathy, Inclusive and Productive) and barely mentions project areas. The densification of the Central Station area (incliding Schiekadeblok with the announced skyscraper from van Berkel, Pompemburg, the Hofbogen and Zoho), Nieuw Crooswijk, those skyscrapers in the north side of the river (Zaal haven and Baan towers), the new housing development close to the Euromaast (Parkhaven, that basically obstructs the views from Mullerpier to Het Park and blocks any possible relation between Het Park and the harbour water) etc, none of these projects were listed in the SV. It seems to me that the Structuurvisie is not really determining the way the city grows. Is Rotterdam’s planning system becoming more like London, where no centralized plan really exists, and developers propose projects for the city, as they wish? Or is it due to the quest for flexibility: plans are too slow and the pace of change too fast? What is the city gaining from this, besides money?

The structural visions which appeared in the aftermath of the housing crisis often underestimated the current housing demand and need for new development. The predominant thinking was that the

JD:

and a strong focus was on bottom up placemaking and a qualitative upgrade of the city, for example with a focus on public space improvement, and the sustainability themes you mention. All very important themes but indeed not anticipating on a growth of the city. When the housing market took off again, the first projects which got realised were actually planned already before the 2008-2013 housing crisis, like the Zalmhaven and Baan towers. Also in KCAP’s plan for high-rise in the maritime district, towers started to be built very soon after the crisis, as the zoning plans were already approved earlier. In hindsight it could be said that time was lost to develop and approve plans for a sustainable future growth. A lot of the possible locations for inner city densification were known and researched before, like the location at Parkhaven or the densification of the Rotterdam station area. But the mindset of the planning community was that this was an approach of the past.


tempo para desenvolver e aprovar planos para um crescimento futuro sustentável. Muitos dos locais possíveis para a densificação do centro da cidade eram conhecidos e pesquisados ​​antes, como a localização em Parkhaven ou a densificação da área da estação de Rotterdam. Mas a mentalidade da comunidade de planejamento era que essa era uma abordagem do passado.

Uma visão de estrutura, entretanto, pode muito bem incluir as intenções de crescimento sustentável, como a visão recente de Amsterdã, que promove o desenvolvimento em torno dos nós de transporte público do anel. No entanto, leva um tempo até que essas visões um tanto abstratas sejam traduzidas em planos de desenvolvimento implementáveis. Especialmente porque essas localizações no centro da cidade costumam ser complexas. Os desenvolvedores estão de fato se preparando para preencher essa lacuna. Em Rotterdam, um decreto habitacional de 2017 os convidou a fazê-lo por meio de um procedimento denominado “propostas não solicitadas”, como é o caso do arranha-céu que você mencionou em Schiekade. Isso significa que, sem uma demanda do município, o incorporador chega com uma proposta de desenvolvimento de um terreno municipal. Conforme o desenvolvedor vem com a ideia, o município entrará em uma negociação cara-a-cara com este desenvolvedor. A ideia era que isso agilizasse as iniciativas de desenvolvimento, mas muitas vezes resulta em um processo demorado, pois os interesses do incorporador e do município ou vizinhos podem não estar alinhados. Isso elimina a possibilidade de um processo de competição onde uma seleção de qualidade poderia levar a um plano mais ideal. A comparação com Londres é interessante, pois sob Ken Livingstone a cidade estava construindo um forte departamento de planejamento, iniciando grandes planos para a área do antigo porto a leste, que poderia acomodar a necessidade de crescimento de Londres. Sob Boris Johnson, muitos desses investimentos, como em uma extensão do Dockland Light Rail que tornaria essas terras acessíveis, foram cancelados. Também grande parte do departamento de planejamento foi desmontado, e a iniciativa foi dada ao mercado. Mas sem um bom planejamento governamental, há pouco que o mercado possa fazer substancialmente e a qualidade do que é desenvolvido é muito ruim. O enorme potencial de desenvolvimento no estuário do Tamisa foi muito atrasado.

A resposta que temos promovido ao longo de décadas é fazer os planos, mesmo em tempos incertos, e torná-los suficientemente flexíveis para acomodar as mudanças futuras. E os planos precisam ser feitos com bastante antecedência, pois levam muito tempo para serem implementados. É sempre mais fácil atualizar uma visão estrutural ou plano de desenvolvimento desatualizado do que começar do zero. Nosso projeto Hafencity em Hamburgo, por exemplo, é um exemplo dessa abordagem. Dentro de um plano de estrutura e visão abrangente, esta antiga área portuária está se transformando há 20 anos. Para cada etapa, o plano diretor é atualizado e ampliado com base no conhecimento e na visão do plano anterior. Um plano, portanto, não é fixo, é um diálogo permanente sobre uma visão para a cidade. Nesse diálogo, todas as partes interessadas devem poder participar.

A structure vision however can very well include those intentions for sustainable growth, like the recent vision of Amsterdam which promotes development around public transport nodes in the ring. However it takes a while until these rather abstract visions are translated into implementable development plans. Especially as these inner city locations are often complex. Developers are indeed stepping up to fill this gap. In Rotterdam a housing decree from 2017 invited them to do so through a procedure called ‘unsollicited proposals’, like the case of the skyscraper you mentioned on Schiekade. This means that without a demand from the municipality, the developer comes with a development proposal for municipal owned land. As the developer comes with the idea, the municipality will go into a one-on one negotiation with this developer. The idea was that it would speed up development initiatives, but often it results in a lengthy process as the interests of the developer an those of the municipality or neighbours might not be aligned. It eliminates the possibility for a competition process where a selection on quality could lead to a more optimal plan.

The comparison with London is interesting as under Ken Livingstone the city was building out a strong planning department, initiating big plans for the former harbour area’s to the east, which could accommodate Londons need for growth. Under Boris Johnson, a lot of these investments, like in an extension of the Dockland Light Rail which would make these lands accessible, were cancelled. Also much of the planning department was dismantled, and the initiative was given to the market. But without good government planning, there is little the market can do substantially, and the quality of what is developped is very poor. The huge potential of the development in the Thames estuary was delayed a lot.

Müllerpier, Rotterdam (NL)

The answer we have been promoting over decades it to make the plans, even in uncertain times, and make them to be flexible enough to accommodate future changes. And plans need to be made long ahead as these take a lot of time to implement. It is always easier to update an outdated structural vision or development plan than to start from scratch. Our Hafencity project in Hamburg for example is an example of that approach. Within a framework plan and overarching vision, this former harbour area has been transforming for 20 years now. For each stage the masterplan is updated and building further on the knowledge and the vision of the previous plan. A plan is therefore not fixed, it is an ongoing dialogue about the a vision for the city. In this dialogue all stakeholders should be able to participate.

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RS: Falando sobre o processo de seleção de equipes para desenvolver masterplans. O procedimento na Holanda é bastante estruturado, mas não tão rígido como no Brasil. No Brasil, para um determinado projeto urbano, existe um concurso aberto no qual todos podem participar. Em raras ocasiões, há um processo de seleção em duas fases com uma pré-seleção de definição de portfólio de equipes qualificadas. Esta situação dificulta a participação dos gabinetes mais experientes, e o resultado é que, na maioria das vezes, as propostas são selecionadas pela estética arquitetónica. Se concordarmos que o planejamento urbano é um processo longo, a capacidade de se comunicar e negociar com as partes interessadas é crucial para implementá-lo com sucesso. Fiz uma entrevista com um prefeito holandês e ele me explicou que na Holanda as prefeituras podem contratar pequenos estudos urbanos sem realizar uma competição, apenas para começar a pensar em uma determinada área. Na Rússia, eu sei que é comum que a cidade peça aos desenvolvedores que proponham projetos que competem por uma determinada área: cada desenvolvedor contrata uma equipe de planejamento, e a cidade seleciona a mais adequada. Desta forma, a prefeitura não gasta nada e o plano selecionado já tem cliente desde o início. Eles criam uma cultura de planejamento e um mercado para os urbanistas se envolverem. Acho que essas duas situações tornam o sistema de planejamento muito mais eficiente, devido a uma flexibilidade na contratação e no início do processo. Como as cidades estão iniciando projetos urbanos na China? Como é a interação entre os desenvolvedores e o governo? Quem inicia e quem organiza a seleção das equipes?

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JD: A seleção da melhor equipe de design ou do melhor design para uma área é realmente muito complexa. Temos experiência com muitos procedimentos, tanto do lado como candidato quanto do júri, ou como designer para um desenvolvedor.

Um concurso aberto onde qualquer um pode participar é interessante para jovens empresas de design que não seriam selecionadas por referências, mas também é um enorme desperdício de recursos para todos os candidatos que perdem, e pode, portanto, matar também os pequenos escritórios se perderem muitos deles. Uma seleção sobre referências favorece, de fato, as empresas estabelecidas e maiores que construíram um extenso portfólio. Isto poderia ser combatido

RS: Speaking about the selection process of teams to develop masterplans. The procedure in the Netherlands is quite structured but not over rigid as in Brazil. In Brazil, for a given urban project, there is an open competition in which anybody can participate. On rare occasions there is a two phase selection process with portfolio defining pre-selection of qualified teams. This situation makes it difficult for the most experienced offices to participate, and the outcome is that, most of the times, proposals are selected because of the architectural aesthetics. If we agree that urban planning is a long process, the capacity to communicate and negotiate with stakeholders is rather crucial to successfully implement it. I did an interview with a Dutch mayor and he explained to me that in The Netherlands the city governments can hire small urban studies without realizing a competition, just to start thinking about a certain area. In Russia I know it’s common that the city asks developers to propose projects competing for a certain area: each developer hires a planning team, and the city selects the most fitting one. In this way the city government spends nothing and the selected plan has already a client since the beginning. They create a culture of planning and a market for urbanists to get involved. I think these both situations make the planning system much more efficient, due to a flexibility of the contracting and starting of the process. How are cities starting urban projects in China? How is the interplay between developers and the government? Who initiates and who organizes the selection of teams? JD: Selection of the best design team or the best design for an area is indeed very complex. We have experience with a lot of procedures, both on the side as candidate as on the side of the jury, or as designer for a developer.

An open competition were anyone can participate is interesting for young design firms which would not get selected on references, but is also a huge waste of resources for all the candidates who lose, and can therefor also kill the small offices if they loose too many of these. A selection on references indeed favours the established and larger firms who built up an extensive portfolio. This could be countered by asking these


Em uma seleção, também pode ser promovido para dar a jovens escritórios uma chance, selecionando intencionalmente uma mistura de talentos novos e experientes. Sou fortemente a favor de recompensar as equipes por seus esforços em uma competição, e as associações de arquitetos devem se levantar para promover uma cultura de competição justa.

A avaliação das submissões também é muito importante. Isso começa com um briefing claro, para que todos os candidatos estejam bem informados e os resultados sejam semelhantes e limitados ao que é necessário naquele estágio. Freqüentemente, muitos detalhes são solicitados ou os candidatos produzem muito. Também deve ficar claro quais são os critérios de seleção, para que uma avaliação não seja unilateral ou muito arbitrária. Sou também a favor de uma comunicação aberta sobre a seleção, pelo menos, a todos os candidatos, a fim de tornar o processo de seleção transparente e de avaliação.

Uma competição é, de fato, limitada na quantidade de contato entre os designers e as partes interessadas. Também temos experiência com concursos com rodadas de diálogo, que são boas para trocar ideias durante o processo, mas também tornam o processo longo e intenso. De qualquer forma, o resultado do concurso deve ser ajustado e, muitas vezes, o processo de ver propostas de concurso muito diferentes ajuda o diálogo entre as partes interessadas. Os municípios na Holanda podem, de fato, fazer uma seleção com poucos candidatos para comissões menores. No entanto, não é muito transparente quem decide sobre a lista de empresas de design convidadas, então esse é um ponto de atenção. Por outro lado, faz pouco sentido organizar um procedimento de seleção elaborado se a comissão for muito pequena.

As competições de desenvolvedor que você menciona para a Rússia são bastante comuns na Holanda e em outras partes da Europa, nós fazemos muito isso. A vantagem é que a proposta de design é respaldada por um desenvolvedor que se compromete a realizá-la. Isso torna os planos mais realistas. E, de fato, muitas vezes os desenvolvedores financiam a entrada na competição. A desvantagem é que na avaliação das propostas geralmente há uma tensão entre a qualidade do plano e a maior oferta financeira para a compra do terreno. As organizações de competição devem estabelecer critérios claros para equilibrar esses interesses. Por exemplo, a proposta pode ser mais ou menos fixa, de modo que a avaliação pode ser principalmente na qualidade da proposta. E qualidade não é apenas avaliar a estética, mas também a pontuação do design em diferentes tópicos de sustentabilidade.

In a selection it can also be promoted to give young offices a chance by intentionally selecting a mix of experienced and new talent. I am strongly in favour to reward teams for their efforts in a competition, and architect associations should stand up to promote a fairly compensated competition culture.

The evaluation of the submissions is also very important. That starts with a clear brief, so all candidates are well informed and deliverables are expected to be similar and limited to what is necessary at that stage. Often too much detail is asked or candidates produce too much. It should also be clear what the selection criteria are, so that an evaluation is not one sided or too arbitrary. I am also in favour of openly communicating about the selection to at least all candidates, to make the selection procedure transparent and for evaluation. A competition is indeed limited in the amount of contact between the designers and the stakeholders. We also have experience with competitions with dialogue rounds, which are good to exchange ideas during the process, but also make the process long and intense. The competition outcome anyway is to be adjusted and often the process of seeing very different competition proposals helps the dialogue between the stakeholders. Municipalities in the Netherlands can indeed do a selection with limited candidates for smaller commissions. It is however not very transparent who decides on the shortlist of invited design firms, so that is a point of attention. On the other hand it makes little sense to organise an elaborate selection procedure if the commission is quite small.

The developer competitions you mention for Russia are quite common in the Netherlands and other parts of Europe too, we do those a lot. The advantage is that design proposal is backed up by a developer who commits to realise it. That makes plans more realistic. And indeed, often the developers finance the competition entry. The disadvantage is that in the evaluation of the proposals there is usually a tension between the quality of the plan and the highest financial bid to buy the site. The competition organisations should set clear criteria to balance these interests. For example the bid could be more or less fixed so the evaluation could be mainly on quality of the proposal. And quality is not only evaluating aesthetics, but also how the design scores regarding different sustainability topics.

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Vincent Panhuysen

INTERVIEW

WORKSHOPS U.I.A 2020

(KAAN Architecten)

Vincent Panhuysen graduou-se em arquitetura pela Academie van Bouwkunst de Rotterdam em 1993 e em 1997 entrou para a empresa Claus en Kaan Architecten, onde iria se tornar sócio em 2002. Em 2014 co-fundou a empresa KAAN Architecten, que contém escritórios em Rotterdam, Paris e São Paulo, no Brasil a KAAN foi responsável por um edifício da Faculdade de Medicina de São José dos Campos, além de outros projetos.

Vincent Panhuysen graduated in architecture from the Academy of Architecture of Rotterdam in 1993 and in 1997 joined the firm Claus en Kaan Architecten, where he would become a partner in 2002. In 2014 he co-founded the firm KAAN Architecten, which has offices in Rotterdam, Paris and São Paulo, Brazil KAAN was responsible for a building of the Faculty of Medicine of São José dos Campos, in addition to other projects.


TIPOLOGIAS, PATRIMÔNIO E ARRANHA-CÉUS TYPOLOGIES, HERITAGE AND SKYSCRAPERS by/por Rafael Saravia

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RS: Em primeiro lugar, obrigado por dedicar um pouco do seu tempo participando desta entrevista. De nossa conversa anterior, no ano passado, devo dizer que achei bastante perspicaz seu comentário sobre a rigidez das tipologias de torres no Brasil, o que permite muito pouco espaço para inovação arquitetônica. Tenho pensado sobre esse assunto geralmente do ponto de vista do Masterplanning, e como o projeto urbano poderia permitir mais espaço para a criatividade dos arquitetos ... VP: Os arquitetos também têm que assumir responsabilidades. Se você construir em um lugar, deve ter certeza de que será melhor com ele. Eu entendo que é mais fácil falar do que fazer. Certamente, se o conselho municipal pressiona demais a receita fundiária, os acidentes acontecem rapidamente. O índice FAR deve ser usado mais como uma estratégia para obter cidades habitáveis.

Ruas animadas com pedestais bem programados geram mais valores de propriedade do que prédios altos maximizados nos quais os pedestais estão sobrecarregados com instalações logísticas. A responsabilidade é partilhada pelas autoridades municipais, o promo-

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Com sua contribuição criativa, os arquitetos devem garantir que as pessoas entendam como criar um ambiente habitável que gere o maior valor para todos. RS: A questão da tipologia parece ser uma espécie de ponte entre os domínios da arquitetura e do urbanismo e, embora os masterplans possam fomentar novas tipologias, os próprios regulamentos da cidade também podem ser flexibilizados para permitir novos tipos de edifícios. Na Holanda, há muitas experimentações tipológicas. Por exemplo, vejo hoje em dia muitos edifícios residenciais que fundem o pedestal e o volume da torre. Isso no Brasil é impossível, principalmente por regulamentação: um edifício pode ter um pedestal tocando todas as laterais do terreno enquanto a própria torre tem um recuo fixo, gerando dois cadáveres identificáveis. A grande quantidade de garagens permitidas no Brasil também contribui para a existência de um pedestal bastante pronunciado, enquanto na Holanda a proporção de vagas por unidade habitacional parece ser bastante pequena, já que o transporte público é de boa qualidade e o ciclismo é generalizado. O pedestal no Brasil também tem a função tácita de distanciar as moradias da rua, já que o espaço público costuma ser barulhento e perigoso ... Mas gostaria que você conhecesse um pouco mais sobre o seu escritório. Quantas pessoas estão trabalhando nos escritórios da KAAN hoje em dia e em quais países você opera? Qual

RS: First of all thank you for dedicating some of your time in participating in this interview. From our previous talk, last year, I have to say I found quite insightful your commentary regarding the rigidity of the tower typologies in Brazil which allows really little room for architectural innovation. I have thought about this issue usually from the point of view of Masterplanning, and how urban design could allow more room for the creativity of architects... VP: Architects also have to take responsibility. If you build on a place, you have to make sure that it will be better with it. I understand that this is easier said than done. Certainly if the city council puts too much pressure on land revenue, accidents happen quickly. The FAR index should be used more as a strategy for obtaining liveable cities.

Lively streets with well-programmed plinths generate more property values than maximised high-rise buildings in which the plinths are overloaded with logistical facilities. The responsibility is shared by the municipal authori-

With their creative input, architects must ensure that people understand how to create a liveable environment that generates the greatest value for every-one.

RS: The typology issue seems to be a sort of bridge in between the architecture and urbanism domains, and while masterplans can foster new typologies, the city regulations themselves can also be flexibilized in order to allow new building types. In The Netherlands there is a lot of typological experimentations. For instance, I see nowadays many residential buildings which merge the plinth and the tower volume. This in Brazil is impossible, mainly due to regulations: a building is allowed to have a plinth touching all of the plot’s sides while the tower itself has a fixed setback, thus generating two identifiable corpses. The large amount of parking garages permited in Brazil also contributes for the existence of a quite pronounced plinth, while in The Netherlands the proportion of car parking per housing units seems to be rather small, as public transportation is of good quality and biking is widespread. The plinth in Brazil has also the unspoken function of creating a distance from the living units to the street, since public space is usually noisy and dangerous... But I would like you to know a bit more about your office. How many people are working at KAAN’s offices nowadays and in which countries you operate? What is the percentage of work in Architecture and what percentage in Urbanism? Do the architects work in both fields or is there a divide between the two? VP: Cities will change rapidly. Poor podium with only facilities like parking are disastrous for street life. I hope that in Brazil better public transport will also be established soon. That is the only way to make the streets pleasant. All electric vehicles and cycling will already make


é a porcentagem de trabalho na Arquitetura e qual a porcentagem no Urbanismo? Os arquitetos trabalham em ambos os campos ou existe uma divisão entre os dois? VP: As cidades mudarão rapidamente. Pódio pobre, com apenas instalações como estacionamento, é desastroso para a vida nas ruas. Espero que no Brasil um melhor transporte público também seja estabelecido em breve. É a única forma de tornar as ruas agradáveis. Todos os veículos elétricos e a bicicleta já vão tornar o interior das cidades muito mais agradável, esse é um desenvolvimento que já é muito visível em muitas grandes cidades do mundo. Na Holanda, estamos no bom caminho para empurrar os carros para fora da cidade. Agora estamos trabalhando com requisitos máximos em vez de mínimos de estacionamento para carros. Isso é contrabalançado por visões de mobilidade. Parques sérios para ciclistas. As autoridades locais estão mais dispostas a construir densidades em torno dos principais centros de transporte público do que a construir locais que só sejam acessíveis de carro. Esse é um bom desenvolvimento. Afinal, também é uma questão do ovo e da galinha. Enquanto as ruas forem dominadas por tráfego barulhento que estaciona no nível da rua por onde passam, nada vai melhorar.

Não há arquitetura sem desenvolvimento urbano. Todos os que trabalham para nós são arquitetos ou planejadores urbanos graduados. Atualmente trabalhamos com 80 pessoas de 20 nacionalidades diferentes. Então você pode dizer que somos um escritório internacional. Começamos cada tarefa a partir de um planejamento urbano ou análise da paisagem. A tipologia é quase sempre uma consequência direta do contexto de planejamento urbano. Quer se trate de uma casa, um edifício residencial ou um tribunal. Quando uma construção é concluída, ela assume seu papel na cidade. Como arquiteto, você constrói as cidades e, portanto, também é um planejador urbano. RS: Pela minha experiência na Holanda, eu sei que este é um país onde os desenvolvedores são bastante rígidos quando se trata de gastar dinheiro, mas ainda há flexibilidade suficiente no design de edifícios e na construção de uma arquitetura real. Ao escapar do estrito “esquema de hall de entrada + elevador”, muito espaço aqui vai para a circulação e, dessa forma, é possível criar novas tipologias, eu diria. No Brasil, mesmo em empreendimentos de luxo, o incorporador sempre encolhe ao máximo as áreas de circulação, pois é algo que ele não vende: paga um preço pelo terreno em relação aos metros quadrados que consegue construir (de acordo com o índice FAR ), reduzindo assim as áreas não vendáveis ​​é uma

the inner cities a lot more pleasant, this is a development that is already very visible in many big cities worldwide. In the Netherlands we are well on the way to pushing cars out of the city. We are now working with maximum instead of minimum parking re-quirements for cars. This is counterbalanced by mobility visions. Serious parking facilities for cyclists. Local authorities are more willing to build densities around major public transport hubs than they are to build locations that are only accessible by car. That is a good development. After all, it’s also a chicken-and-egg issue. As long as the streets are dominated by noisy traffic that parks on street level they drive through, nothing will improve. There is no architecture without urban development. Everyone who works for us is a graduated architect or urban planner. We currently work with 80 people of 20 different nationalities. So you can say that we are an international office. We start every assignment from an urban planning or landscape analysis. The typology is almost always a direct consequence of the urban planning context. Whether it is a house, a residential building or a court-house. When a building is finished, it assumes its role in the city. As an architect, you build the cities and therefore you are also an urban planner.

Institut des Sciences Moléculaires d’Orsay Paris (FR)

RS: From my experience in The Netherlands I know this is a country where developers are quite strict when it comes to spending money, but still there is sufficient flexibility in the design of buildings and make real Architecture. When scaping from the strict “entrance hall + elevator scheme” quite a lot of space here goes for circulation, and in this way it’s possible to create new typologies, I would say. In Brazil, even in luxury projects, the developer always shrink the circulation areas the most as possible, since that’s something he doesn’t sell: he pays a price for the plot relative to the square meters he can build (according to the FAR index), thus reducing the unsellable areas is a must. Maybe here the developer pays a price for the plot according to what the planning authorities approve, in a negotiation process, hence the relation between the plot cost and the built volume is less fixed… I think of your project in Leidsche Rijn, for instance, where there is a more fragmented form leading to (I presume) a higher percentage of circulation vs. the actual living areas. How is this spatial organization accepted by the developer? Does it have to do with consumer desires? Or does it have to do with the broader involvement of the public planning agencies in the approval process, not letting the developer to make just boxes every time? Not that I have anything against boxes…

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obrigação. Talvez aqui o desenvolvedor pague um preço pelo terreno de acordo com o que as autoridades de planejamento aprovam, em um processo de negociação, portanto, a relação entre o custo do terreno e o volume construído é menos fixa ... Eu penso no seu projeto em Leidsche Rijn, por exemplo, onde há uma forma mais fragmentada levando a (presumo) uma porcentagem maior de circulação em comparação com as áreas de vida reais. Como essa organização espacial é aceita pelo desenvolvedor? Tem a ver com os desejos do consumidor? Ou tem a ver com o envolvimento mais amplo dos órgãos de planejamento público no processo de aprovação, não permitindo que o desenvolvedor faça apenas caixas todas as vezes? Não que eu tenha algo contra as caixas... VP: Também conosco, todos os projetos estão sob pressão financeira. Uma relação bruta / líquida favorável geralmente leva ao design. Agradáveis ​​edifícios de qualidade como generosas alturas e espaços livres, agradáveis ​​entradas e bons espaços exteriores são apreciados pelos compradores. Isso se traduz automaticamente em preços de venda. E, portanto, tem influência direta nos orçamentos de construção.

Na construção residencial de vários andares, é muito importante uma área de entrada coletiva atraente, etc., com a qual os residentes possam se identificar. Uma boa área de entrada com mais do que espaço funcional permite que os residentes se encontrem, criando coesão social. Isso cria envolvimento com os moradores e edifícios, controle social e um ambiente seguro. Na Holanda, estamos cada vez mais focados na qualidade comunitária. Jardins coletivos do pátio, entradas combinadas com instalações compartilhadas. Mais afinidade com o ambiente de vida imediato.

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Queremos evitar ir direto do carro para o apartamento: isso não tem qualidade social e deixa as pessoas isoladas.

Áreas de tráfego atraentes e bem visitadas também oferecem segurança.

RS: Esse repensar das tipologias é algo que data dos anos 90? Acho que até os anos 80 tudo era muito mais rígido (o estruturalismo de Aldo van Eyck não levou a muitos projetos construídos). Tem a ver com o crescimento econômico da Holanda desde então? Ou será por um cenário cultural favorável, quando os arquitetos passaram a ser mais procurados, como profissionais que podem diferenciar os empreendimentos imobiliários e agregar valor de design aos mesmos? VP: A renovação de tipologias habitacionais tem uma longa e forte tradição em NL e sempre desempenhou um papel importante em nossa paisagem cultural. Não só em termos de plantas e tipos de edificações, mas também em relação ao planejamento urbano e loteamentos. Essa tradição começou no início do século XX. Nesse sentido, não é nada novo. Na década de 1970, vimos uma série de projetos residenciais experimentais radicais como uma reação à produção em grande escala após a guerra. Como os planos de Aldo van Eijk e Piet Blom. Na década

VP: Also with us, all projects are under financial pressure. A favourable gross/net ratio is usually leading for the design. Pleasant buildings with quality such as generous free heights and space, pleasant entrances and good outdoor spaces are appreciated by buyers. This automatically translates into sales prices. And thus has a direct influence on construction budgets.

In multi-storey residential construction, an attractive collective entrance area etc. with which the residents can identify is very important. A good entrance area with more than just functional space allows the residents to meet each other, creating social cohesion. This creates involvement with the residents and buildings, social control and a safe environment. In the NL, we are increasingly focused on communal quality. Collective courtyard gardens, entrances combined with shared facilities. More affinity with the immediate living environment.

We want to avoid going straight from your car to your appartment: that has no social quality, and that brings people

Attractive and well-visited traffic areas also provide safety.

RS: Is this rethinking of the typologies something that dates from the 90s? I guess until the 80s everything was much more rigid (Aldo van Eyck structuralism didn’t lead to many built projects). Does it have to do with the economic growth of the Netherlands since then? Or is it due to a favorable cultural landscape, when architects started to be more sought after, as professionals that can differentiate the real estate developments and add design value to them? VP: Renewal of housing typologies has a long and strong tradition in NL and has always played an important role in our cultural landscape. Not only in terms of floor plans and building types, but also in relation to urban planning and parcelling out plots. This tradition began at the beginning of the 20th century. In that sense, it is nothing new. In the 1970s, we saw a number of radical experimental housing projects as a reaction to large-scale production after the war. Such as the plans of Aldo van Eijk and Piet Blom. In the 1990s, there were many experiments in urban renewal projects. Endless variation in compact stacked residential buildings. The variation is mainly in the manner of access. Porches, galleries, closed cores. But usually with care for the collective quality and with a uniform appearance. And here too, no architecture without urban development. RS: On the other hand I see that in many projects of KAAN the strength comes from the façade itself and not from a typological reworking. When the spatial organization is reduced to the most simple form, you can focus on highly sophisticated details, and the final quality is achieved due to that “mere” façade. Every time I pass by train and see the Netherlands Forensic Institute I can’t help but keep staring at it from all angles… its super-basic but


de 1990, houve muitos experimentos em projetos de renovação urbana. Variação infinita em edifícios residenciais compactos empilhados. A variação está principalmente na forma de acesso. Pórticos, galerias, núcleos fechados. Mas geralmente com cuidado com a qualidade coletiva e com uma aparência uniforme. E aqui também não há arquitetura sem urbanização. RS: Por outro lado vejo que em muitos projetos da KAAN a força vem da própria fachada e não de um retrabalho tipológico. Quando a organização espacial é reduzida à forma mais simples, pode-se focar em detalhes altamente sofisticados, e a qualidade final é alcançada por essa “mera” fachada. Cada vez que passo de trem e vejo o Instituto Forense da Holanda, não posso deixar de olhar para ele de todos os ângulos ... é super-básico, mas ainda assim, proporção, estrutura, composição da fachada, cores, tudo se encaixa bem. Acho que a fachada também é um elemento fundamental para um bom planejamento urbano, pois dá qualidade aos bairros, atrai a gente para morar em algum lugar. No seu processo criativo, a fachada é um projeto independente da parte interna do edifício (com profissionais KAAN especializados em cada parte) ou são realmente pensadas em conjunto?

VP: Não, a fachada é indissociável da estrutura, da natureza de todo o edifício. Na verdade, a fachada é uma consequência da organização de um edifício. A fachada é o resultado da função e do caráter de um

edifício e define o grau de comunicação com o seu entorno.

Pegue o NFI, 50% / 50% aberto fechado. Essa fachada esconde e revela uma das instituições governamentais mais secretas. É aqui que as investigações sobre questões criminais são conduzidas no mais profundo sigilo. Enquanto isso, parece uma lanterna em um dos cruzamentos de tráfego mais movimentados da Holanda. A transparência dá percepção e, portanto, confiança no instituto, as bandas sólidas que são detalhadas com extrema precisão tornam tudo robusto e irrepreensível.

Utopia. O prédio é uma grande biblioteca aberta com salas de música e teatro nas bordas. A fachada é uma seção transversal literal do edifício. As grandes janelas mostram as salas de aula, enquanto a alvenaria fechada envolve o átrio da biblioteca. Planta e fachada formam um todo indissociável.

O Tribunal de Amsterdã. A fachada é um reflexo direto da organização do programa. Grandes janelas no piso térreo, a cidade flui para o edifício por assim dizer, tornando-o um edifício público. No topo, as janelas ficam cada vez menores, porque é onde ficam os gabinetes dos

still, proportion, structure, façade composition, colors, everything fits well. I think the façade is also a main element for good urban plans, since it gives quality to the neighborhoods, it attracts us to live somewhere. In your creative process, is the façade an independent project from the internal part of the building (with KAAN professionals specialized in each part) or are they really thought together? VP: No, the façade is inseparable from structure, from the nature of the whole building. In fact, the façade is a consequence of the organisation of a building. The façade is the result of the function and character of a building and defines the degree to which it communicates with its surroundings. Take the NFI, 50%/50% open closed. This façade conceals and reveals one of the most secretive government institutions. This is where investigations into criminal matters are carried out in the deepest secrecy. Mean-while, it stands like a lantern at one of the busiest traffic junctions in the Netherlands. The transparency gives insight and thus confidence in the institute, the solid bands that are detailed with extreme precision make the whole thing robust and unimpeachable.

Utopia. The building is a large open library with music and theatre rooms at the edges. The façade is a literal cross-section of the building. The large windows show the classrooms, while the closed masonry encloses the library atrium. Floor plan and façade form an inseparable whole.

Utopia Aalst (BE)

The Amsterdam Court. The facade is a direct reflection of the organisation of the programme. Large windows on the ground floor, the city flows into the building as it were, making it a public building. At the top, the windows become smaller and smaller, because that is where the judges’ offices are. Here, privacy is important and the windows must be able to be opened. The façade shows the character of the building, strict but also friendly, authoritarian but at the same time trustworthy. RS: I have been currently examining your Library and Academy of Performing Arts in Belgium because it highlights a theme I am especially interested in: the old and new compositions, something KAAN has done quite well since its beginning. I still remember when I was a student and saw the house in Haarlemmerbuurt on the cover of an architecture book – it made quite an impact! I think in Brazil we still don’t get it right. For example, I had two projects in Rio denied for approval: one because the annex, in the back of a preserved building (not visible from the street) was proposed in a contemporary language, and the other, because I needed the annex

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jurados. Aqui, a privacidade é importante e as janelas devem poder ser abertas. A fachada mostra o carácter do edifício, rigoroso mas também amigável, autoritário mas ao mesmo tempo fiável. RS: Atualmente, estou examinando sua Biblioteca e Academia de Artes Cênicas na Bélgica porque ela destaca um tema no qual estou especialmente interessado: as composições antigas e novas, algo que KAAN tem feito muito bem desde o seu início. Ainda me lembro quando era estudante e vi a casa em Haarlemmerbuurt na capa de um livro de arquitetura - causou um grande impacto! Acho que no Brasil ainda não acertamos. Por exemplo, tive dois projetos no Rio negados para aprovação: um porque o anexo, na parte de trás de um prédio preservado (não visível da rua) foi proposto em uma linguagem contemporânea, e outro, porque eu precisava do anexo 15cm mais alto do que o telhado do antigo prédio vizinho, para torná-lo economicamente viável.0 Como é, do seu ponto de vista, que as regulamentações urbanas são tão flexíveis e ainda a qualidade alcançada tão alta no caso de projetos patrimoniais? Tenho a impressão de que o processo de aprovação é bastante subjetivo na Holanda e há espaço para negociação com os órgãos reguladores do patrimônio. Então, embora haja muitos regulamentos aqui, nem tudo é pré-determinado, certo?

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VP: Muitas regras. Freqüentemente trabalhamos com avaliações de valor. Descrevem o que é realmente importante para a preservação do patrimônio e onde há liberdade para ajustar e adicionar peças. Os projetos que fazemos sempre levam essas avaliações de valor muito a sério. Quando transformamos um edifício antigo, preservamos a alma de suas origens e lhe damos uma nova vida, tornando-o adequado para o presente.

Na Utopia, parte da competição era manter ou demolir vários monumentos. Uma questão precária na cidade. Explicamos muito bem que a Utopia só poderia ser uma sala de estar da cidade se fosse visível como um objeto autônomo em uma praça pública. Assim, motivamos a transformação e a cidade apoiou plenamente a ideia da inversão diamétrica, de um conjunto fechado, com um pátio, para um objeto compacto e brilhante em uma praça. Por esta,

demolimos vários monumentos, mas preservamos o edifício mais característico e fundimos-o com um novo.

O novo edifício é feito de tijolos da mesma argila que o antigo, mas de uma forma contemporânea. O velho e o novo reforçam-se mutuamente, a alma original ganha uma nova vida. RS: Outra questão interessante que observo na maior parte do seu país é a adoção final da tipologia de arranha-céus, especialmente como um tipo residencial, como o Zalmhaven supertal em que seu escritório está trabalhando. Este fato é especialmente visível em Roterdã, mas mais recentemente também em Den Haag,

15cm higher than the old building roof next door, in order to make it economically feasible.0 How is it, from your point of view, that the urban regulations are so flexible and still the quality achieved so high in the case of heritage projects? I have the impression that the approval process is quite subjective in The Netherlands, and there is room for negotiation with the heritage regulating bodies. So, while there are really lots of regulations here, not everything is pre-determined, am I right? VP: A lot of rules. We often work with value assessments. These describe what is really important for the preservation of heritage and where there is freedom to adjust and add parts. The designs we make always take these value assessments very seriously. When we transform an old building, we preserve the soul of its origins and give it a new life by making it fit for the present. At Utopia, part of the competition was whether to keep or demolish a number of monuments. A precarious question in the city. We explained very well that Utopia could only be a living room for the city if it was visible as a free-standing object on a public square. Thus, we motivated the transformation and the city fully supported the idea of the diametric inversion, from an enclosed ensemble, with a courtyard, to a compact and shining object on a square. For this,

we demolished a number of monuments but preserved the most characteristic building and merged it with a new one.

The new building is made of brick from the same clay as the old building, but in a contemporary way. Old and new reinforce each other, the original soul is given a new life.

RS: Another interesting issue I observe in most of your country is the final embrace of the skyscraper typology, especially as a residential type, like the supertall Zalmhaven that your office is working on. This fact is specially visible in Rotterdam, but more recently also in Den Haag, Utrecht, Eindhoven, and some parts of Amsterdam far from the old center: they all have masterplans containing skyscrapers. In Brazil it’s still a taboo and nobody is talking about it in any positive way. It seems logical to make use of skyscrapers here since the Netherlands is such a dense country, but I know it was not a quick acceptance at all. How has been the role of the Dutch architects in shaping this acceptance of the skyscraper during the last decades? What kind of influence did they have? Or was this process completely market driven? Or sought after by the city governments? You think there was there influence from what’s happening in other countries (China, Dubai…)? Or a mix of everything? VP: High-rise is certainly not a goal in itself, not everywhere is that suitable but in looking for space, high-rise can be a good way to densify our cities. If you want a lively city with good facilities, you also need a certain density. However, it is very important that the plinths of highrise do not take away from the quality of the public space, but rather add to it. That is why it is difficult to make good high-rise buildings.


Utrecht, Eindhoven e algumas partes de Amsterdã longe do centro antigo: todos eles têm planos-mestre contendo arranha-céus. No Brasil ainda é um tabu e ninguém está falando sobre isso de forma positiva. Parece lógico fazer uso de arranha-céus aqui, já que a Holanda é um país tão denso, mas sei que não foi uma aceitação rápida. Como tem sido o papel dos arquitetos holandeses na definição dessa aceitação do arranha-céu durante as últimas décadas? Que tipo de influência eles tiveram? Ou esse processo foi totalmente orientado para o mercado? Ou procurado pelas prefeituras? Você acha que houve influência do que está acontecendo em outros países (China, Dubai ...)? Ou uma mistura de tudo? VP: Arranha-céus certamente não é um objetivo em si, nem todos os lugares são adequados, mas na busca por espaço, arranha-céus pode ser uma boa maneira de densificar nossas cidades. Se você quer uma cidade animada com boas instalações, também precisa de uma certa densidade. No entanto, é muito importante que os pedestais de arranha-céus não prejudiquem a qualidade do espaço público, mas o aumentem. É por isso que é difícil fazer bons edifícios altos.

Quanto mais apartamentos você empilhar, mais movimentos logísticos e facilidades como estacionamento, lixo e salas técnicas sobrecarregarão o andar térreo. No Brasil, tenho visto muitos projetos onde os quatro primeiros andares são totalmente fechados e contêm apenas estacionamento e varejo autossuficiente. Você só pode entrar de carro. Torres residenciais de arranha-céus são então colocadas no topo desses pódios. Eu entendo a necessidade de condomínios fechados em suas cidades, mas para as próprias cidades esses projetos são desastrosos e só se tornam mais inseguros porque não há qualidade no nível das ruas e nem controle social. Arranha-céus só são legítimos se houver espaço suficiente disponível no nível da rua para se ajustar programaticamente à cidade.

Na Holanda, estamos atualmente construindo muitos projetos de arranha-céus perto de centros de transporte público. Você não precisa de vagas de estacionamento para carros lá, mas apenas para bicicletas em combinação com alguns carros elétricos compartilhados. No rés-

No pódio também espaços de negócios, serviços sociais e programação cultural. Além do programa residencial individual, haverá também instalações compartilhadas como quartos de hóspedes, instalações esportivas e de spa, lavanderias, cafeteria etc. Dessa forma, as edificações também criam coesão social entre seus moradores e com a vizinhança. .

The more appartments you stack, the more logistic movements and facilities such as parking, waste, technical rooms will burden the ground floor. In Brazil, I have seen many projects where the first four floors are completely closed and contain only parking and self-contained retail. You can only enter by car. High-rise residential towers are then placed on top of those podiums. I understand the need for gated communities in your cities, but for the cities themselves, these projects are disastrous and only become more unsafe because there is no quality at street level and no social control. High-rise is only legitimate if there is enough space available at street level to fit in with the city programmatically.

In the NL we are currently building many high-rise projects near public transport hubs. You don’t need parking spaces for cars there, but only for bicycles in combination with a few electric shared cars. On the ground floor, only programme that adds

In the podium also business spaces, social services and cultural programme. In addition to the individual residential programme, there will also be shared facilities such as guest rooms, sports and spa facilities, laundry rooms, a coffee bar, etc. In this way, the buildings also create social cohesion between their residents and with the neighbourhood.

RS: Now speaking about the architecture culture in the Netherlands and how it has evolved in the last three decades, KAAN has always produced buildings characterized by a more austere and functionalistic architecture, as mentioned above. I see quite some affinity with contemporary Portuguese architects like Siza and Souto de Moura, and rather distant from the funny or ironic flavor that has characterized most of the Dutch architectural practices (with the exception of Wiel Arets, a Dutch office which has a work more like KAAN, I would say). So, my question is: is there an official, institutionalized creative process in your office, with a particular methodology, where certain forms, colors or attitudes are just forbidden, or is it quite intuitive, you hire people with similar portfolios that the office has, and set them free? I’m curious to know how do you guide your team throughout the project concept and development processes. VP: We have developed a way of working that can be seen as a kind of format with which we develop our pro-jects.We always start with an analysis of the place, the programme and the culture of our clients.This analysis takes place at every level of scale and allows us to approach the project from the inside.Only when we understand the nature of the assignment do we start designing. A process in which we do not work from preconceived points of view but base all our decisions on func-

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RS: Falando agora sobre a cultura da arquitetura na Holanda e como ela evoluiu nas últimas três décadas, a KAAN sempre produziu edifícios caracterizados por uma arquitetura mais austera e funcionalista, como mencionado acima. Vejo alguma afinidade com arquitectos portugueses contemporâneos como Siza e Souto de Moura, e bastante distante do sabor engraçado ou irónico que tem caracterizado a maior parte das práticas arquitectónicas holandesas (com excepção de Wiel Arets, um escritório holandês que tem uma obra a mais como KAAN, eu diria). Então, a minha pergunta é: existe um processo de criação oficial e institucionalizado no seu escritório, com uma metodologia particular, onde certas formas, cores ou atitudes são apenas proibidas, ou é bastante intuitivo, você contrata pessoas com portfólios semelhantes aos que o escritório possui , e libertá-los? Estou curioso para saber como você orienta sua equipe ao longo do conceito do projeto e processos de desenvolvimento.

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VP: Desenvolvemos uma forma de trabalhar que pode ser vista como uma espécie de formato com o qual desenvolvemos nossos projetos. Sempre partimos de uma análise do local, da programação e da cultura de nossos clientes. Essa análise acontece em todos os níveis de escala e nos permite abordar o projeto por dentro. Somente quando entendemos a natureza da tarefa, começamos a projetar. Um processo no qual não trabalhamos a partir de pontos de vista pré-concebidos, mas baseamos todas as nossas decisões em argumentos funcionais e culturais. Portanto, nenhum indivíduo deseja estilizar, mas processos de pensamento racionais. Isso não significa que as emoções e as considerações artísticas não entrem em jogo, mas nunca são o ponto de partida. É uma abordagem pragmática que torna possível trabalhar em um projeto com muitas pessoas e onde todos, incluindo os vários stakeholders, têm uma contribuição valiosa. Desta forma, você desenvolve um princípio orientador que descreve a alma do projeto e com o qual todos trabalham até que a construção seja concluída. Todos os narizes estão na mesma direção. A gesamstkunstwerk., Por assim dizer. É por isso que todas as nossas obras têm um certo apelo generoso e direto. Cada um com seu próprio caráter. RS: Vejo que KAAN está bastante envolvido no mundo acadêmico. Qual é a relevância da academia para o escritório? É a liberdade e a experimentação que permite ou também um local para conhecer novos funcionários promissores, networking com outros especialistas, etc?

VP: O pensamento acadêmico e o trabalho se ajustam bem à nossa abordagem. Pesquisar, analisar, coletar dados em busca de argumentos para motivar projetos.

O pensamento acadêmico dá a você a liberdade de investigar em qualquer nível de escala, o que geralmente resulta em experimentos interessantes que nem sempre são possíveis na

tional and cultural arguments.So no individual will to style, but rational thought processes. This does not mean that emotions and artistic considerations do not come into play, but they are never the starting point. It is a pragmatic approach that makes it possible to work on a project with many people and where every-one, including the many stakeholders, has a valuable input. In this way, you develop a guiding principle that describes the soul of the project and that everyone works with until the building is finished. All noses are in the same direction. A gesamstkunstwerk., as it were. That is why all our works have a certain generous no-nonsense appeal. Each with its own character.

RS: I see that KAAN is quite a lot involved in the academic world. What is the relevance of the academy for the office? Is it the freedom and experimentation it allows or also a place to get to know new promising employees, networking with other specialists, etc? VP: Academic thinking and working fits well with our approach. Researching, analysing, collecting data in search of arguments to motivate designs.

Academic thinking gives you the freedom to investigate at any level of scale, which often results in interesting experiments that are not always pos-

Motivating your own work on an academic level is also a way of holding a mirror at your own work and distance from the projects you have sometimes worked on for many years. It is a good way of putting your own profession into perspective and placing it in a wider social context. Many of our employees teach at university and this is how many of them enter the agency. This way, we have a grip on who we bring in and newcomers often get a flying start.

RS: From the business perspective, I am curious to know if your office pursues a deliberate strategy, in which you have some regions that you want to grow into, some products/services that you want to provide more (residential, commercial, urban design, panning, etc…), themes that you want to focus (specific typologies, heritage, sustainability, etc) or your office goes more with the flow and simply delivers what clients are requesting from you now and then? VP: We are basically interested in every scale of our profession, from urban planning to furniture. Urban development, housing, public buildings, renovations, you name it. We also like to work on complex buildings, where our academic approach comes in very usefully. We are always looking for innovation in our profession. We are not looking for specialisation but are interested in the broad role of architecture and urban development in our society. With every project, you have to discover who the future users are and what impact the project will have on its context. Each project requires specific delving into certain cultures and results in a unique design in which craftsmanship from an


Motivar o seu próprio trabalho em nível acadêmico também é uma forma de se espelhar em seu próprio trabalho e se distanciar dos projetos em que você às vezes trabalhou por muitos anos. É uma boa maneira de colocar sua própria profissão em perspectiva e colocá-la em um contexto social mais amplo. Muitos dos nossos funcionários lecionam na universidade e é assim que muitos deles entram na agência. Dessa forma, temos um controle sobre quem trazemos e os recém-chegados costumam ter uma vantagem inicial.

integrated approach with all disciplines contributing to a functioning, sustainable building. It is precisely this diversity that opens your mind and leads to innovations.

VP: Basicamente, estamos interessados ​​em todas as escalas de nossa profissão, do planejamento urbano ao mobiliário. Desenvolvimento urbano, habitação, edifícios públicos, renovações, etc. Também gostamos de trabalhar em edifícios complexos, onde nossa abordagem acadêmica é muito útil. Estamos sempre em busca de inovação em nossa profissão. Não procuramos especialização, mas estamos interessados ​​no amplo papel da arquitetura e do desenvolvimento urbano em nossa sociedade. A cada projeto, você precisa descobrir quem são os futuros usuários e que impacto o projeto terá em seu contexto. Cada projeto requer um aprofundamento específico em certas culturas e resulta em um design único em que a habilidade de uma abordagem integrada com todas as disciplinas contribuindo para um edifício funcional e sustentável. É justamente essa diversidade que abre sua mente e leva à inovação.

VP: You should not grow any faster than you can handle yourself, after all it is about quality and not quantity. We have always managed this process well. We have a hard core within the firm who ensure the quality of the projects, and at least one of the partners is always directly involved in each project. Of course we have PR and BD staff to track down potential projects, and they play a very important role in our Office. We are very selective in the choice of projects we finally tender for. We have to have an affinity with the project and we make an analysis of the chance of success before we put any energy into it. Once we participate, we go all the way for maximum quality. The best PR and BD is to deliver good projects.

RS: Do ponto de vista do negócio, estou curioso para saber se o seu escritório segue uma estratégia deliberada, em que você tem algumas regiões em que deseja crescer, alguns produtos / serviços que deseja fornecer mais (residencial, comercial, design urbano , panning, etc ...), temas que você deseja focar (tipologias específicas, patrimônio, sustentabilidade, etc) ou seu escritório vai mais com o fluxo e simplesmente entrega o que os clientes estão solicitando de você de vez em quando?

RS: I see that in many Dutch offices there has been a trend in employing Business Developers to take care of the office growth (in the past it seems the PR was the only one responsible for tenderings but more and more the figure of the BD is involved). Is this the case at KAAN too or is BD a responsibility of one of the partners? Does your office realize market opportunity analysis in order to help the way you select which competitions/tenderings to participate in? Is there analysis of competitors? Or do you think that growing the office too much can lead into a loss of projectual quality, like architect Peter Zumthor once have talked about? I see some Dutch offices becoming real corporations, while the quality of their work seems not to go hand in hand… Do you think it’s possible to grow in quantity and quality at the same time?

RS: Vejo que em muitos escritórios holandeses tem havido uma tendência de empregar Desenvolvedores de Negócios para cuidar do crescimento do escritório (no passado, parece que o PR era o único responsável pelas licitações, mas cada vez mais a figura do BD é envolvidos). Este também é o caso da KAAN ou a BD é responsabilidade de um dos sócios? O seu escritório realiza análises de oportunidades de mercado para ajudar na seleção de quais competições / licitações participar? Existe análise de concorrentes? Ou você acha que aumentar muito o escritório pode levar a uma perda de qualidade projetual, como o arquiteto Peter Zumthor falou uma vez? Vejo alguns escritórios holandeses se tornando verdadeiras corporações, enquanto a qualidade do seu trabalho parece não andar de mãos dadas ... Você acha que é possível crescer em quantidade e qualidade ao mesmo tempo?

VP: Você não deve crescer mais rápido do que consegue suportar, afinal se trata de qualidade e não de quantidade. Sempre administramos bem esse processo. Temos um núcleo duro dentro da empresa que garante a qualidade dos projetos, e pelo menos um dos sócios está sempre diretamente envolvido em cada projeto. É claro que temos funcionários de RP e BD para rastrear projetos em potencial, e eles desempenham um papel muito importante em nosso escritório. Somos muito seletivos na escolha dos projetos para os quais finalmente concorremos. Precisamos ter afinidade com o projeto e fazemos uma análise da chance de sucesso antes de colocarmos qualquer energia nele. Depois de participar, vamos até o fim para a máxima qualidade. O melhor PR e BD é entregar bons projetos.

SPOT Amsterdam (NL)

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78

WORKSHOPS U.I.A 2020

CASE STUDIES estudos de


79

caso


T.O.D. MASTERPLAN



82

LOCATION IN THE METROPOLIS Localização na metrópole

WORKSHOPS U.I.A 2020

O bairro da Luz em São Paulo já foi objeto de projeto uma década atrás, quando uma operação urbana foi planejada para o local. Esta operação urbana possuiu um masterplan de alta qualidade, enquanto ferramenta urbanística para a transformação do lugar. No entanto, devido a disputas políticas, o projeto foi abandonado, já que o novo prefeito eleito não era a favor do projeto (desenvolvido na gestão anterior).

A Luz é uma área especial de São Paulo por contar com uma enorme quantidade de imóveis vazios ou subutilizados. Também possui diversos edifícios ocupados informalmente. A área esta localizada ao lado do centro antigo, está hiper-conectada aos transportes e possui um expressivo patrimonio historico, já que foi um bairro afluente de capital no século passado.

Reutilizar estes imóveis, de forma eficiente e estratégica requer um bom plano urbanístico, mas isto não tem estado mais na agenda dos prefeitos que sucederam a operaçao urbana inicial. Alguns lotes vem sendo desenvolvidos de forma individual, mas de forma lenta e fragmentária. Enquanto isso a cidade cresce para locais onde não ha infraestrutura e áreas verdes são devastadas. Transformar a Luz é ainda urgente, um projeto estratégico para ajudar São Paulo a crescer para dentro, contribuindo para se tornar uma cidade mais sustentável. Acreditamos que esta transformação deva ocorrer na escala da quadra urbana, de forma a ser mais facilmente absorvida pelo mercado e integrada ao entorno. Assim também geraria um potente caso cheio de liçoes aprendidas.

The Luz neighborhood in São Paulo was already the object of a project a decade ago, when an urban operation was planned for the site. This urban operation had a high quality masterplan, as an urban planning tool for the transformation of the place. However, due to political disputes, the project was abandoned, as the new elected mayor was not in favor of the project (developed in the previous administration).

Luz is a special area of ​​São Paulo as it has a huge amount of empty or underutilized properties. It also has several informally occupied buildings. The area is located next to the old center, is hyper-connected to transport and has an expressive historical heritage, as it was an affluent neighborhood of the capital in the last century. Reusing these properties efficiently and strategically requires a good urban plan, but this has no longer been on the agenda of the mayors who followed the initial urban operation. Some lots have been developed individually, but in a slow and fragmented way. Meanwhile, the city grows to places where there is no infrastructure and green areas are devastated.

Transforming Light is still urgent, a strategic project to help São Paulo grow inward, contributing to become a more sustainable city. We believe that this transformation should take place on the scale of the urban block, in order to be more easily absorbed by the market and integrated with the surroundings. It would also generate a potent case full of lessons learned.


83 BR.SP.LUZ An area of great mobility and impressive heritage:

LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

BR. SP. LUZ

Luz is well connected to Sao Paulo’s transport system. Republica, south from Luz, and Bom Retiro, north from it, have both received many new developments, most of them targeting single people. Many developers focused on micro-units, a sector that has grown enormously in Sao Paulo, due to many business people and students that spend the weekdays in Sao Paulo. The local heritage is also impressive.

“THE PLAN NOVA LUZ DIDN’T CONVINCE THE PRIVATE CAPITAL” Carta Capital 22 november 2020


Photographic Survey Photographic Survey 84

Luz Train Station

The train station is one of the monuments of the neighbourhoods glorius past. The station is well preserved and makes a connection between Luz south to Parque Luz and Pinacoteca

Estação da Luz

A estação de trem é um dos monumentos do glorioso passado da vizinhança. A estação é bem preservada e faz a conexão entre o sul da Luz ao Parque da Luz e à Pinacoteca

WORKSHO

WORKSHO Luz train station:

Luz train station:

The train station is one of the monuments of the neighborhoods gloThe train station is one of the monrious past. The station is well preuments of the neighborhoods gloserved and makes a connection rious past. The station is well prebetween Luz south to Parque Luz served and makes a connection and Pinacoteca.

Julio Prestes Station: Parque Luz: Júlio Prestes Julio Station Estação Júlio Prestes Prestes Station: Parque Luz: The old train station is the current

Although the maintainan

The old train station the curThe old train station is theas curhome to SaoisPaulo’s orchestra. The good it should be, the ThePaulo’s old train station is the current Although m rente home to Sao orchesrente home to Sao Paulo’s orchesbuilding is protected by the state much used by thethe local home to Sao Paulo’s orchestra. The good as it shou heritage. The fact that located tra. The building is protected by it’stra. The building is protected by an english It has also building is protected by the state much and usedsom by in front of Crackland hinders its descape design the state heritage. The fact that the state heritage. The fact that heritage. The fact that it’s located It has Pinacote also an velopment a more lively help in bringing it’s located in front ofinto Crackland it’s destilocated in front of Crackland between Luz south to Parque Luz in front of Crackland hinders its descape design nation. for a walk there. hinders its development into a hinders its development into a and Pinacoteca. velopment into a more lively destihelp in bringing more lively destination more lively destination nation.

for a walk there

WORKSHOPS U.I.A 2020

Julio Prestes Station:

The old train station is the current Julio Station: home Prestes to Sao Paulo’s orchestra. The building is protected by the state The old train is the current heritage. The station fact that it’s located home to Sao Paulo’s orchestra. in front of Crackland hinders its The debuilding is into protected the destistate velopment a morebylively heritage. nation. The fact that it’s located in front of Crackland hinders its deCrackland: velopment into a more lively destination. Situated in the western part of Luz,

Parque Luz: Crackland

Cracolândia

Although the maintainance is not as

Pinacoteca:

The museum designe

Situated Parque in western part of Situated in westernPinacoteca: part of Mendes da tect Paulo good as itLuz: should be, the park is very Luz, specifically in the surroundLuz, specifically in the surroundmuch prized is a strong much used by the local inhabitants. museum designe Although the maintainance is not ings of Rua Helvetica, isan Saoenglish Pau- style ings ofas Rua Helvetica, isThe Saoarea. Pauthe It draws in vis It has also landtect Paulo Mendes da good as it should be, the park is very lo’s main drug selling lo’s main drug selling over and conthe city besides scape designand andconsome sculptures much prized is a strong much used by the local inhabitants. museum help inThe bringing visitors space. The new sumption space. new Pinacoteca’s mayor sumption mayorshop and re the It draws in vist It has also an english style landalsoarea. popular functions there. is commitedfortoa walk its erradication is commited to its erradication over the city besides scape design and some sculptures Parque da Republica: and demolition of townhouses Se Cathedral: and demolition museum shop and re helpof in townhouses bringing Pinacoteca’s visitors

of Rua Helvetica, is Sao Paulo’s main druginselling and consumption Situated the western part of Luz, space. The new mayor commited specifically in the issurroundings to its erradication and demolition of of Rua Helvetica, is Sao Paulo’s the townhouses

also popular functions t for a walknot there. Although considered a very safe This is the orginal heart areaParque of Sao Paulo, the park is very lo, although not anymor da Republica: Se Cathedral used and its surroundings are da República machine. The are is rat Parque damuch República Praça a much sought adress. Ita has ous andThis devalued pro Although notafter considered very safenot considered the orgi Althoughannot considered a Although a is towers english style landscape design Many heritage area of Paulo, Sao Paulo, the park is very lo, although nof very safe area Sao the music very safe area of Sao Paulo, the and of a small stage where perand 60s are vacant a muchused usedand and its its surroundings aremuch used and its machine. The park is veryformances much park is very can happen. with grafitti. The square a much sought after adress. It has ous and deva needs maintainance. surroundings are a much sought surroundings are a much sought

Although not considered a very safe Parque da Republica: area of Sao Paulo, the park is very

mances can happen

specifically in the surroundings Crackland:

main drug selling and consumption space. The new mayor is commited an english style landscape design Many heritage has an english after adress. It has an english to its erradication and demolition of after adress. Itand a small stage where music perand 60s are style landscape design can andhappen. a style landscape design and with a grafitti. Th the townhouses formances small stage Se where music perfor- small stage where music perforParque da Republica: Cathedral: Copan building: needs maintain

mances can happen

This is the orginal heart of Sao PauSe Cathedral: lo, although not anymore its beating

The iconic Niemeyer de Copan building: dential building in Repu


Parque Luz

WORKSHOPS U.I.A. 2020 Parque Luz: Although the maintainance is not as good as it should be, the park is very much used by the local inhabitants. It has also an english style landscape design and some sculptures help in bringing Pinacoteca’s visitors BR.SP.LUZ for a walk there.

Although the maintainance is not as good as it should be, the park is very much used by the locas inhabitants. It has also an english style landscape design and some sculptures help in bringing Pinacoteca’s visitors for a walk.

Pinacoteca: Pinacoteca

Parque Luz

85

Apesar da manutenção não ser tão boa quanto deveria ser, o parque pe muito usado pelos habitantes locais. Tem um estilo de paisagismo inglês e algumas esculturas atraem os visitantes da Pinacoteca para um passeio.

Pinacoteca

The designed museum designed The museum by ar- by Oarchimuseu projetado pelo artect Paulo Mendes da Rocha andPaulo Mendes da Rocha chitect Paulo Mendes da Rocha quiteto much prized is a strong element of and much prized is a strong ele- é muito premiado e é um forte the area. It draws in visitors from all ment of the over area.the It draws in vis- visitors. elemento city besides The da região. Ele atrai visiitors from all over the city. The tantes de toda a cidade. A loja do museum shop and restaurant are museum shop and restaurant are museu e o restaurante também also popular functions there. also popular functions there. são funções muito relevantes ali.

Living in the Center, a growing trend: The museum designed by architect Paulo Mendes da Rocha and much prized is a strong element of the area. It draws in visitors from all over the city besides visitors. The museum shop and restaurant are also popular functions there.

Se Cathedral:

Complexo Habitacional Julio Prestes

Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio con receatem ra nobis apit am quam, santur? Lute con et quidunt incitas simaiore volupta con corro inullanimus moloria WORKSHOPS U.I.A. nihitatque officip sapita quiant mintis 2020 nonecte ducietCopan building:

This is the orginal heart of Sao Paulo, although not anymore its beating machine. The are is rather dangerous and devalued property wise. Many heritage towers from the 50s and 60s are vacant and covered with grafitti. The square is dirty and needs maintainance.

Copan building: The iconic Niemeyer designed residential building in Republica is still a

Cracolândia

Situated in western part of Luz, specifically in the surroundings of Rua Helvetica, is Sao Paulo’s main drug selling and consumption space. The new mayor is commited to its erradication and demolition of townhouses

The iconic Niemeyer designed resi-

Ocupação Prestes Maiabuilding in Republica is dential still ada República Praça

much loved element of Sao Paulo’s

Although not considered a Sapera atur, coreper emporrovid identity. In the last decades there is magnimusti aut ut harunti sitatio a surge in property valuesvery theresafe as area of Sao Paulo, the nsectasse vendis plitio con receatem ra park is many artists and architects movedvery much used and its nobis apit am quam, santur? surroundings are a much sought in. It’s hip to live there nowadays. Lute con et quidunt incitas simaiore after adress. It has an english volupta con corro inullanimus moloria 06/22 nihitatque officip sapita quiant mintis style landscape design and a nonecte duciet small stage where music performances can happen

BR. SP. LUZ

Pinacoteca:


86

Análise urbana

BR.SP.LUZ

BR.SP.LUZWORKSHOPS U.I.A.

Figure - Ground map

Greenery Map

WORKSHOPS U.I.A. 2020

HERITAGE/Preservação

Preservation Map:

WORKSHOPS U.I.A 2020

GREEN AREAS/Áreas verdes

FIGURE GROUND/Cheios e vazios

BR.SP.LUZ

WO

2020

In this maps we present a summary of our analysis for the area. There is a big public park in the neighborhood (Luz Park) and a number of heritage buildings to be preserved. The are is quite densely built with a variety of uses (commercial, residential, light industries and sheds, etc). The area is well served by a variety of public transports (metro, train, buses) and important traffic roads. Nestes mapas, apresentamos um resumo de nossa análise para a área. No bairro existe um grande parque público (Parque da Luz) e vários edifícios históricos a serem preservados. A área é bastante densamente construída, com uma variedade de usos (comercial, residencial, indústrias leves e galpões, etc). A área é bem servida por uma variedade de transportes públicos (metrô, trem, ônibus) e vias de tráfego importantes.


87 WORKSHOPS U.I.A. WORKSHOPS U.I.A. BR.SP.LUZ BR.SP.LUZ

LAND USE/Usos do solo

WORKSHOP

2020

MOBILITY/Mobilidade

2020

Mobility MapMobility Map

BR. SP. LUZ

LUZ BR.SP.LUZ

Map: Uses Map:


88

Sao Paulo’s old center area:

LUZ METRO PINACOTECA LUZ TRAIN STATION

PLOT

WORKSHOPS U.I.A 2020

PARQUE DA LUZ

JULIO PRESTES STATION

PRAC CRACKLAND

Aerial view of the old city center of Sao Paulo with important elements of its landscape. On the right side a map of the center’s neighborhoods and an old photo of


2020

89

SE CATHEDRAL

COPAN BUILDING

BR. SP. LUZ

CA DA REPUBLICA


90

Análise SWOT

S

STRENGHTHS/Potencialidades

WEAKNESS/Fraquezas

1- the area is very well connected to the city’s mobility networks: metro, train and highways. 2- the area has an impressive heritage: Pinacoteca, Luz station, Julio Prestes station and other 3- the area is relatively close to well functioning and successful neighborhoods: its actually in between Republica and Bom Retiro

1- it’s an infamous area of Sao Paulo due to the presence of crack users and dealers, being called “cracolandia”. 2- many buildings are vacant and deteriorating. This creates opportunities for crack nesting. 3- the presence of many parking lots make the area look rather dry 4- highway disintegrates the neighborhood

1- ta área é muito bem conectada às redes de mobilidade: metrô, trem e rodovias 2- a área tem um patrimônio impressionante: Pinacoteca, Estação da Luz entre outros 3- a área é relativamente próxima à bairros bem sucedidos e de bom funcionamento: é, na verdade, entre a República e o Bom Retiro

O

WORKSHOPS U.I.A 2020

W

1- é uma área infame de São Paulo devido à presença de usuários de crack e traficantes, sendo chamada de “cracolândia” 2- muitos edifícios estão vazios e em deterioração. Isso cria oportunidades para a rede de crack. 3- a presença de muitos estacionamentos faz a área parecer muito seca 4- a rodovia desarticula o bairro

T

OPORTUNITIES/Oportunidades

THREATS/Desafios

1- the availability of a lot of vacant property presents an opportunity for redevelopment 2- the City and State governments interest in giving a solution to the crackland, presenting projects from time to time, makes clear that it won’t stay decaying forever

1- the growth of Crackland is a big threat to the area, making it more difficult to regenerate. 2- failed government projects (such as half built housing project) deinishes confidence from the private sector. 3- economic downturn can impact the area’s regeneration 4- bad private projects that hinder future good projects

1- a disponibilidade de diversas propriedades vagas apresenta uma oportunidade de redesenvolvimento 2- a Prefeitura e o Governo do Estado se interessam em dar soluções à cracolândia, apresentando projetos de tempos em tempos, tornando claro que não ficará decadente para sempre

1- o crescimento da Cracolândia é uma grande ameaça para a área, dificultando sua regeneração 2- projetos governamentais fracassados ​​(como projetos de habitação parcialmente construídos) diminuem a confiança do setor privado 3- desaceleração econômica pode impactar a regeneração da área 4- projetos privados ruins que entravam futuros bons projetos


91

BR.SP.LUZ Summary Map:

A ca ar te pe ne T Lu

T th so do vi

crackland

O th ar m bl ba an sh

240m

270m

400m/15min

BR. SP. LUZ

social housing project


WORKSHOPS U.I.A 2020

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Strategic Vision

Nossa visão para esta quadra inicial da Luz é que se torne um local inclusívo, sustentável, com seu patrimônio bem preservado e contendo obras de arte em seus espaços públicos. Imaginamos que alguns edifícios antigos possam ter novos edifícios residenciais construídos por cima, de forma a gerar um ambiente compacto, cheio de vida, funcionando 24/7. Our vision for this initial block of Luz is to become an inclusive, sustainable place, with its heritage well preserved and containing works of art in its public spaces. We imagine that some old buildings may have new residential buildings built on top, in order to generate a compact environment, full of life, working 24/7.


BR. SP. LUZ

93


Strategy Strategy diagrams: diagrams: block-by-block block-by-block

94

Green Connections: Green Connections: Acupunt: Ac

GREEN CONNECTION Conexões verdes

NEW INTERVENTION AREA Nova área de intervneção

New Intervention New Intervention Area: Area:

Besid big We think We the think old boundary the old boundary for Nova for Nova Parque Luz Parque and Pinacoteca Luz and Pinacoteca are great are Besides great the

WORKSHOPS U.I.A 2020

We thinkLuz the regeneration old boundary for Nova Luz regeneration Parque andarea, Pinacoteca are great ofare the area, but Luz regeneration doesn’t make doesn’t a lot make of a lot assets of ofLuz assets the of the but area, they are butassets not theyso not there so are there som doesn’t make sense. a lot of sense. The area around the metro station they are not so well connected to the southern part of the disthatofare import that a The sense. area The around areathe around metrothe sta-metrowell sta-connected well connected to the southern to the southern part of part has much more redevelopment potential, as it’s more desirable trict. If this connection is strengthened the whole area can gain tion has much tion has more much redevelopment more redevelopment pothe podistrict. the If this district. connection If this connection is strengthis strengthro station ro ther st as a living area. Thus we think that the area transformation has from it. If we create a green courtyard in the big block, an entire ened the whole ened the area whole can gain area from can gain it. If from the it. police If the and p tential, as tential, it’s more as desirable it’s more desirable as a living as a living to focus on that, and grow further around. This type of project green corridor is delivered to the city. In this area a lot can haping. This huge ing. T area. we think Thusdevelopment, that we think the area that transthe itarea transwe leisure, createwe a green create courtyard a cultural green events. courtyard in theSculptures bigin the can be calledarea. T.O.D.: Thus transit oriented because pen: sports, but also canbig be focus on creating more housing, and leisure uses in a andplaced too, linking toentire Pinacoteca. mixed-usemixe tow formation formation has toworking focus hason tothat, focus and on grow that, block, grow there an block, entire an green corridor greeniscorridor deliv- is deliv-

further around. furtherThis around. type This of project type of can projectered can to the ered city. to In thethis city. area In this a lotarea can a lotcan cantake can plac be called be T.O.D.: calledtransit T.O.D.: oriented transitdeveloriented develhappen: leisure, happen: sports, leisure, butsports, also cultural but also cultural commercial comm ga We think the old boundary for Nova Luz regeneration Parque Luz and Pinacoteca are great assets of the area, but events. Sculptures events. Sculptures can be placed can be there placed city. there To the city. sou opment, because opment, because it focus on it focus creating on creating doesn’t make a lot of sense. The area around the metro station they are not so well connected to the southern part of the disbuilding can build be more housing, morepotential, working housing, and working leisure and uses leisuretrict. too, uses too, to Pinacoteca. linking to Pinacoteca. has much more redevelopment as it’s more desirable Iflinking this connection is strengthened the whole area can gain crea in Thus a hyper-mobility in a that hyper-mobility area. area. has as a living area. we think the area transformation from it. If we create a green courtyard in the big block, antower entire thattowe to focus on that, and grow further around. This type of project can be called T.O.D.: transit oriented development, because it focus on creating more housing, working and leisure uses in a hyper-mobility area.

green corridor is delivered to the city. In this area a lot can happen: leisure, sports, but also cultural events. Sculptures can be placed there too, linking to Pinacoteca.


2020

95

SECONDARY PHASES Fases secundárias

Acupunt: Acupunt: block+icon+tower: block+icon+tower: Secondary Secondary Phases: Phases:

ACUPUNTURE Acupuntura

Connections: ctions:

2020

Besides the Besides big block the big to be block redeveloped, to be redeveloped, nd oteca Pinacoteca are greatare great The strategy The is strategy to startissmall, to start with small, one with one the big to be are redeveloped, are some Therealized strategy to startwhere small, with one quality well realized block, area, they but are they notBesides so are not there so block arethere some strategic some there strategic interventions interventions well wellisblock, realized block, urban where urban quality strategic interventions that are important. Just next to the metwhere urban quality can be achieved. With this experience, an thatofare important. that are important. Just nextJust to the next metto the metdsouthern to the southern part of part can be achieved. can be achieved. With this With experience, this experience, ro station there is a big plot owned by the police and underused organizational model for PPPs (in Brazil OUC) will be recogction is connection is strengthis strengthro stationrothere station is athere big plot is a owned big plotbyowned anbyorganizational an organizational model formodel PPPsfor(in PPPs (in as a car parking. This huge plot can give room to a mixed-use nized, in place. After that, new blocks can be realized according en area gain can from gain it. If from the it. If police the and police underused and underused as a car parkas a car parkBrazil OUC) Brazil will OUC) be recognized, will be recognized, in place. place.tower where many activities can take place: living, offices, hotel, to the same process and with similar urban design in concepts ing. hugevertical This plothuge canTogive plot roomgive roomcreating to a that, reen tyardcourtyard in the bigin the bigThis After After new that, blocks can blocks beincrease realized can desirability. be realized commercial gallery, etc, aing. true city. the can south ofto thea a green interior innew the block to block, a corner building can be transformed in an iconic tower activities mixed-use mixed-use tower where tower many where activities many corridor e green iscorridor delivis delivaccordingaccording to the same to the process sameand process with and with y.area In this a lotarea cana lotcan can takecan place: takeliving, place:offices, living, hotel, offices, hotel, similar urban similar design urban concepts design concepts - creating- creating e,but sports, also cultural but also cultural commercial commercial gallery, etc, gallery, a true etc,vertical a true vertical a green interior a greenininterior the block in the to increase block to increase Besides the big block to be redeveloped, there are some The strategy is to start small, with one well realized block, ures be placed can be there placed there city. To the city. south To the of the south block, of the a corner block, a corner desirability. desirability. strategic interventions that are important. Just next to the metwhere urban quality can be achieved. With this experience, an building can building be transformed can transformed in underused an iconic in an iconic Pinacoteca. a. ro station there is a big plot owned by the be police and organizational model for PPPs (in Brazil OUC) will be recogtower tower creates creates gateway a to gateway the area. to the nized, area.in place. After that, new blocks can be realized according as a car parking. Thisthat huge plot that can agive room to a mixed-use to the same process and with similar urban design concepts creating a green interior in the block to increase desirability.

BR. SP. LUZ

tower where many activities can take place: living, offices, hotel, commercial gallery, etc, a true vertical city. To the south of the block, a corner building can be transformed in an iconic tower that creates a gateway to the area.


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Referências

BR.SP.LUZ

BR.SP.LUZ

Hyus Afrika (kcap)

References of Preservation through New Addition:

The Porter House (shop architects)

WORKSHOPS U.I.A 2020

References of Preservation through New Addition:


BR. SP. LUZ

Shoreham St. (project orange)

Hearst Tower (norman foster)

BR.SP.LUZ

97

References of Preservation through New Addition:


98

MASTERPLAN

BR.SP.LUZ BR.SP.LUZ

WORKSHOPS WORKSHOPS U.I.A.U.I.A. 2020 2020

WORKSHOPS U.I.A 2020

Qualitative Qualitative & Quantitative & Quantitative result: result:

Sem um conceito que amarre o desenvolvimento da quadra o futuro do local será provavelmente composto de uma coleção de that edifícios banais, sem espaços verdes que requalifiquem o We think We think the that current the current private-led private-led piecemeal piecemeal development development won’t be won’t capable be capable of creating of creating the urban the urban qualityquality the area the(and area (and local. Brazilian Brazilian cities as cities a whole) as a whole) need. Without need. Without vision and vision coordinaand coordination very tionlittle very is little possible. is possible.

Without a concept that binds the development of the block, the

In the case In theofcase Brazilian of Brazilian cities, the cities, government the government is the one is the capaone capafuture of theasuch place will probably composed of a collection of ble of initiating ble of initiating such project. a project. It can develop It can develop abevision a vision togeth-together wither investors with investors and the and local thewithout community local community and then andcreate thenthat create a would a common buildings, green spaces requalify Public Public Private Private Partnership Partnership to implement to implement it. Landit.acquisition Land acquisition will will the place. alwaysalways be the be trickiest the trickiest point, but point, there but isthere jurisprudence is jurisprudence in this in this matter,matter, according according to the lawyers to the lawyers involved involved in this in study. this study. Another Another important important issue is issue the isdecoupling the decoupling of such of projects such projects from the from mayoral the mayoral terms. terms. Urban Urban projects projects take attake leastat10 least to 20 10 to 20 years to years get completed, to get completed, and if the andnew if themayors new mayors can cancel can cancel the the ongoing ongoing PPPs itPPPs will always it will always be difficult be difficult to secure to secure investment. investment.

Havendo um desenho da quadra, com uma morfologia epecífica, deixando espaços verdes em seu miolo, é possível criar um QUANTITIES: QUANTITIES: VALUES VALUES m2: m2: TOTAL TOTAL VALUE: VALUE: local de alta qualidade urbanística. 85.000 85.000 m2 AP m2 AP

X R$ X 8.000/m2 R$ 8.000/m2

R$ 680mi R$ 680mi VGV VGV

(1.700(1.700 flats (170 flatssocial (170 social h.) / 3.400 h.) / 3.400 persons) persons)

Having a design of the court, with a specific morphology, leaving green isR$ possible to create place 100.000 100.000 m2spaces AP m2 in APits core, X R$itX 10.000/m2 10.000/m2 R$ a1bi R$VGV 1bi VGV of high urban quality. (2.000(2.000 flats (200 flatssocial (200 social h.) / 4.000 h.) / 4.000 persons) persons) 120.000 120.000 m2 AP m2 AP

X R$ X 10.000/m2 R$ 10.000/m2

2.400 2.400 flats (240 flatssocial (240 social h.) / 4.800 h.) / 4.800 persons) persons) ex: 15 pav. ex: building 15 pav. building with 8 flats withper 8 flats floorper floor

R$ 1.2bi R$ 1.2bi VGV VGV


99

The masterplan proposes a compact and diverse morphology, where buildings with different characteristics form a semi-public space at its core. In this public space, shops, cafes, restaurants, daycare, sports courts, in addition to access to a new SESC unit are located. The buildings should offer housing to different groups, creating an interesting social mix in the place. In addition to market units, a social housing building relocates residents of an informally occupied building.

BR. SP. LUZ

O masterplan propoe uma morfologia compacta e diversa, onde edifícios de diferentes características conformam um espaço semi-público em seu miolo. Neste espaço público lojas, cafés, restaurantes, creche, quadras esportivas, alem do acesso a uma nova unidade SESC estão localizados. Os edifícios devem oferecer habitação a diversos grupos, criando um mix social interessante no local. Além de unidades de mercado, um edifício de habitação social realoca moradores de um edifício ocupado informalmente.


100

P.LUZ

Sustainability

WORKSHOPS U.I.A 2020

inability diagram with a cyclic process:

The replanning an entire urban block opens new oppor-

The realization of a green courtyard creates the possi-

É essencial que a quadra seja transformada de maneira a It is essential that the block is transformed in order to are farmore than simply realizing bilitysustainability of growing vegetables locally but also transforming contribuirtunity para awhich sustentabilidade dobeneficial bairro, demonstrando contribute to the of the neighborhood, eachcomo building independently at a time. Within ademonstrating bigger organic wastewhat produced the inhabitants into ferpara a cidade um todo o que isso pode representar, tothe the city as a whole this canby represent, project, solar panels anddesta eletric chargers become tilizer for such farm. The addition of an organic e como as pessoas se beneficiam nova qualidade and feahow people benefit from this an newurban quality of life. Here we sible to install. restaurant can take advantage of this cycle and offer a de vida. Aqui ilustramos algumas ideias que podem ser illustrate some ideas that can be implemented in this regard. Rain water can be collected and gray water reused, also truly sustainable and cyclic experience. implementadas neste sentido.

more feasible within a larger system.


BR. SP. LUZ

101


102

1 - ref. br

2 - ref. gl

3 - ref. gl

4 - ref. pi

5 - ref. gr

6 - ref. co

7 - ref. st

8 - ref. m

9 - ref. gr

10 - ref. c

11 - ref. g

WORKSHOPS U.I.A 2020

BR.SP.LUZ Illustrative Masterplan Sections:

WORKSHOPS


103 1 - ref. brick + pitched roof

Room 53.36 m²

Room 48.69 m²

11

Room 44.90 m²

Room 49.52 m²

10

Room 47.22 m²

Room 69.39 m²

Room

Room

47.04 m²

47.73 m²

Room

Room

47.04 m²

46.86 m²

Room 56.37 m²

2 - ref. glass

Room

48.74 m²

Room 67.56 m² Room

Room

54.09 m²

Room 46.75 m² 40.75 m²

3 - ref. glass

Room 39.37 m² Room 57.76 m²

Room 52.38 m²

Room 48.35 m²

Room 48.35 m²

Room

Room

Room

55.68 m²

48.35 m²

55.68 m²

1

Room 48.35 m²

UP

Room Room

39.51 m²

45.15 m²

Room

55.68 m²

Room 47.04 m²

Room

Room Room

Room

47.04 m²

55.68 m² Room

Room

47.57 m²

53.14 m²

Room

45.15 m²

Room 73.90 m²

9

Room 55.68 m²

Room

45.15 m²

Room 27.93 m²

Room 81.53 m²

Room

55.68 m²

47.04 m²

Room 56.98 m² Room

64.17 m²

67.58 m²

Room 47.04 m²

4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses

Room 47.04 m²

Room

Room

Room

47.65 m²

53.22 m²

BR.SP.LUZ

74.86 m²

Room

6 - ref. colored painels

59.27 m²

Room

Room

53.75 m²

65.39 m²

Room 63.63 m²

llustrative Masterplan Sections:

Room

Room

Room

76.44 m²

75.66 m²

128.88 m²

7 - ref. stair building

Room 72.04 m²

WORKSHOPS U.I.A.

2020

Room

2

72.73 m²

Room

Room

Room

Room

136.10 m²

76.11 m²

76.11 m²

73.16 m²

8

8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade

Room 68.00 m²

Room 68.00 m²

Room 98.28 m²

Room 67.69 m²

Room 93.76 m²

Room 95.62 m²

Room

10 - ref. colored painels

93.50 m²

Room

Room

56.25 m²

47.04 m²

3

Room 55.69 m²

7

Room

Room

56.25 m²

47.04 m²

Room 52.58 m²

Room

11 - ref. grided facade

38.70 m²

Room

Room

40.71 m²

47.04 m²

Room 57.68 m²

Room

Room

54.41 m²

40.72 m²

Room 39.80 m²

Room Room 48.66 m²

48.03 m²

Room

Room

88.45 m²

48.28 m²

4 Room

44.28 m²

Room 66.71 m²

Room

Room

45.08 m²

54.36 m²

Room 42.97 m²

Room 33.28 m²

Room

Room

56.77 m²

62.07 m²

Room Room

Room

Room

Room

44.10 m²

47.04 m²

43.86 m²

41.35 m² 33.28 m²

Room Room

Room

Room

68.60 m²

49.00 m²

49.00 m²

84.46 m² Room Room

41.29 m²

66.66 m²

6

Room

Room

Room

68.10 m²

49.00 m²

49.00 m²

Room Room 42.41 m²

Room

53.47 m²

47.15 m²

Room

Room 47.10 m² 74.72 m²

Room 55.23 m²

Room 58.40 m²

Room

Room

47.04 m²

47.04 m²

Room

Room

Room Room

S U.I.A.

Room

75.77 m²

Room 61.76 m²

Room 40.18 m²

Room

Room

47.04 m²

69.91 m²

23.95 m²

Room

Room

20.70 m²

19.09 m²

22.31 m²

46.53 m²

39.37 m²

Room Room

Room

Room

45.00 m²

20.06 m²

19.60 m²

58.16 m²

Room

Room

43.77 m²

45.89 m²

Room Room

Room

19.05 m²

18.50 m²

5

24.35 m²

BR. SP. LUZ

2020


104

Perspectivas

BR.SP.LUZ

Rendering showing the green connection to the park:

WORKSHOPS U.I.A 2020

BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels 11 - ref. grided facade


105 BR.SP.LUZ Rendering showing the hotel corner: BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels

BR. SP. LUZ

11 - ref. grided facade


106 BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A 2020

Rendering showing the corner facing the train station:

BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels 11 - ref. grided facade


107 BR.SP.LUZ

WORKS

Rendering showing the entrance to the courtyard:

BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel

6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels 11 - ref. grided facade

BR. SP. LUZ

5 - ref. green + concrete houses


108

Rendering showing the courtyard and the back of SESC building: BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels 11 - ref. grided facade

BR.SP.LUZ

WORKSHO

Rendering showing the view to the courtyard from inside an appartment: BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass 4 - ref. pixel 5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels

WORKSHOPS U.I.A 2020

11 - ref. grided facade


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Rendering showing the SESC building:

BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Illustrative Masterplan for the Block:

1 - ref. brick + pitched roof 2 - ref. glass 3 - ref. glass

5 - ref. green + concrete houses 6 - ref. colored painels 7 - ref. stair building 8 - ref. minimalism 9 - ref. grided facade 10 - ref. colored painels 11 - ref. grided facade

BR. SP. LUZ

4 - ref. pixel


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Faseamento Em qualquer projeto urbanístico é impossível implementar tudo de uma só vez. Qualquer transformação precisa ser gradual, devido ao nivel de complexidade espacial, jurídica e financeira. Entretanto, é essencial manter a visão de futuro imaginada, e não aceitar opções projetuais de baixa qualidade espacial. O masterplan em si, contendo todas as suas sub-partes, é flexível, e deve ser capaz de se adaptar a diversas necessidades que surjam no decorrer de sua implementação, desde que mantenha o conceito incial. Edifícios estratégicos devem ser realizados logo em curto prazo, de forma a atrair pessoase negócios, e manter a energia do momento inicial. A longo prazo, alguns lotes demorarão a ser liberados, devido a complicações jurídicas, por isso cada sub-parte será feita em seu proprio tempo possível. In any urban project it is impossible to implement everything at once. Any transformation needs to be gradual, due to the level of spatial, legal and financial complexity. However, it is essential to maintain the imagined vision of the future, and not accept low spatial quality design options. The masterplan itself, containing all its sub-parts, is flexible, and must be able to adapt to different needs that arise during its implementation, as long as it maintains the initial concept. Strategic buildings must be built in the short term, in order to attract people and business, and maintain the energy of the initial moment. In the long term, some batches will take time to be released due to legal complications, so each sub-part will be done in its own possible time.

BR.SP.LUZ

WORKSHOPS U.I.A 2020

Phasing of Buildiings Developments:

1 Creation of an internal courtyard

2 Transfering of Ocupação Mauá to the corner, links courtyard do Parque Luz & Pinacoteca

3

Creation of two entrance and a SESC unit foster liv


111 BR.SP.LUZ Phasing of Buildiings Developments:

WORKSHOPS U.I.A.

Creation of an internal courtyard

2020

4

e buildings: an incubator Extension of the courtyard to the south, opening under the hotel and art gallery veliness in the area

2 Transfering of Ocupação Mauá to the corner, links courtyard do Parque Luz & Pinacoteca

5 New developments in the south part of the block

3

Creation of tw and a SESC u

6

BR. SP. LUZ

1

New developm


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Discussão Luiz Poderia ser interessante uma estrategia faseada com um inicio atraves da ativacao do lugar, talvez com a criacao de um jardim temporario que mais a frente daria lugar ao interior verde da quadra, seria essa ideia? Dai o Vitor replicou que no Brasil temos que desapropriar tudo de uma vez por causa da especulacao: se vc comeca algo bacana, os terrenos em volta serao comprado por incorporadores com outros planos, ou ate mesmo especuladores que segurem os lotes para valorizar no futuro. O que acha disso, como poderia replicar? Talvez usando o mecanismo Holandes da pre-empcao, a prefeitura poderia impedir a venda dos lotes pra terceiros, obrigando aos proprietario venderem apenas a PPP.

Hercília

WORKSHOPS U.I.A 2020

Em Rotterdam a prefeitura procederia da seguinte maneira: fariamos esse tipo de estudo de Masterplan esquematico, internamente com nossa propria equipe para avaliarmos o local e caso julguemos relevante neste momento lançariamos um tender aberto a consorcios de developers e arquitetos, que desenvolveriam o Masterplan a um nivel de maior detalhe - quanto as tipologias, atmosfera, publicos, etc. E tambem qual oferta os developers fazem pelo desenvolvimento do local (as vezes o terreno é nosso, as vezes nao)... .... faríamos esse tipo de estudo de viabilidade internamente com a equipe de planejamento urbano. Faríamos alguns estudos de cunho ambiental, a situação da legislação de zoneamento atual, estudos econômicos, etc. e dependendo da aceitação política e local lançaríamos um tender aberto a consórcios

Rafael Saraiva Uma grande conclusão que aprendemos no plano Nova Luz, mas também no Porto Maravilha, é que a escala destes projetos é grande demais. Precisamos começar no Brasil com OUCs menores para que os diversos setores aprendam a prática, a implementação de planos, e experienciem seus benefícios.


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Beatriz Moretti

José Antônio

O grande erro do Nova Luz foi nao ter feito nenhuma consulta com a populaçao local. Isso hoje é impossível em São Paulo, nenhum projeto vai pra frente desta forma.

Existe jurisprudencia quanto as desapropriaçoes, ue elas sao legitimas, o problema do projeto Nova Luz não foi esse.

Fernando Cortello De acordo com minha pesquisa realizada sobre o Centro de SP em... os estacionamentos estao relacionados as ruas comerciais de pedestres, eles atendem a esta demanda por vagas e acabam sendo a unica atividade economics possivel nestas propriedades, em local fisicamente tao degradado. A presenca deles acaba perpetuando essa degradacao e contribui para dificultar o interesse imobiliario tambem.

Lodewijk Com relacao a circularidade, podemos atuar em 3 esferas: materiais, energia e agua. O fato de se estar atuando em uma quadra inteira aumenta muito as possibilidades neste sentido.” Pensei em completar algo assim: “seria interessante pensar no que fazer com os materials de demolicao das estruturas existentes, ou mesmo trazer elementos de outros locais proximos (ex: industriais) para re-uso. Deem uma olhada no projeto do nosso estudio onde reaproveitamos partes de um aviao para fazer bancos nos espaços publicos... para habilitar reutilizacao das materiais das estruturas existentes na pratica, fazer uma ‘mapa de colheita’ é essencial para arquitetos realmente utilizar o potencial das materiais. A mapa mostra as materiais disponiveis E as possiblidades para novo uso; assim criando uma economia circular na quadra

“o cenario 2, em que os empreendimentos imobiliarios aconteceriam um a um, sem um plano em conjunto, dificilmente vai acontecer de fato. Se fosse um cenario possivel ja teria se desenvolvido desta maneira. Na verdade a situacao fundiaria é muito fragmentada, e a baixa qualidade do ambiente urbano (degradacao, estacionamentos, etc) desanima o investidor imobiliario individual. Por isso o ideal é desapropriar todos os lotes de uma só vez.

BR. SP. LUZ

Victor


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LIÇÃO APRENDIDA 1

LESSON LEARNED 1

The necessity to establish physical connections in order to foster social and economic ties is as old as the oldest civilizations. With physical ways of reaching other peoples, exchange of ideas and resources is made possible, and culture is born. Nowadays we speak more and more about virtual connections, since our global civilizations are more and more linked through digital infrastructures.

The necessity to establish physical connections in order to foster social and economic ties is as old as the oldest civilizations. With physical ways of reaching other peoples, exchange of ideas and resources is made possible, and culture is born. Nowadays we speak more and more about virtual connections, since our global civilizations are more and more linked through digital infrastructures.

Connections can be physical, such as roads, railways, ferry and metro lines, bike paths, high-speed trains or hyperloops, commercial flight routes, etc. thus not always requiring a fixed, built, infrastructure. Virtual connections can be real digital connections, linked via cables or wireless means, but one could also speak of virtual connections in the sense of connections which are not real, a connection between elements that mirror each other, like Chicago’s cloud gate for instance: I am connected in an experiential way to that interior environment, although I will

Connections can be physical, such as roads, railways, ferry and metro lines, bike paths, high-speed trains or hyperloops, commercial flight routes, etc. thus not always requiring a fixed, built, infrastructure. Virtual connections can be real digital connections, linked via cables or wireless means, but one could also speak of virtual connections in the sense of connections which are not real, a connection between elements that mirror each other, like Chicago’s cloud gate for instance: I am connected in an experiential way to that interior environment, although I will

CONEXÕES ESTRATÉGICAS Strategic Conections

WORKSHOPS U.I.A 2020

As said, in the antiquity “all roads lead to Rome”, since the capital was the epicenter of the Roman Empire and where it was born: as neighboring lands and cities were conquest there was a need of binding those elements in one continuous flow, thus the making of roads were needed. With better accessibility the exchange of resources is faster and done with less friction, making possible for an army to defend better all its territory.

As said, in the antiquity “all roads lead to Rome”, since the capital was the epicenter of the Roman Empire and where it was born: as neighboring lands and cities were conquest there was a need of binding those elements in one continuous flow, thus the making of roads were needed. With better accessibility the exchange of resources is faster and done with less friction, making possible for an army to defend better all its territory.


never be actually inside there.

never be actually inside there.

In Urbanism, enhancing the connectivity of a place is much of a necessity. Better connected parts of the city, and cities better connected to each other, are necessitates for a flourishing urban culture and economy. Even in the development of gated communities there is a need of making sure they are well linked to the most central areas, where most people work or leisure.

In Urbanism, enhancing the connectivity of a place is much of a necessity. Better connected parts of the city, and cities better connected to each other, are necessitates for a flourishing urban culture and economy. Even in the development of gated communities there is a need of making sure they are well linked to the most central areas, where most people work or leisure.

Connections can certainly be emotional and still very real. The sense of being linked in a higher plane of feelings and sensations: things that give us goosebumps certainly demonstrate how certain feelings have a very physical effect on us. These type of connections also get recorded in our memories and can be untapped from time to time, either randomly or when listening to a certain music…

Connecting urban areas where different kinds of people enable them to interact and exchange ideas, making the city to develop into a higher state of organization. On the other hand, when people are disconnected there is a sense of loneliness and hopelessness. Students from different schools, located in neighborhoods of different income levels, should be able to interact, think together, play together, as a way of increasing a city’s social cohesion. This seems to be an essential issue in developing our cities into peaceful environments. Kevin Lynch’s five elements, in his book The Image of the City, are very much about connections in different levels. Paths and nodes are the most basic types of physical connections, while Landmarks are visual connections, and Edges very much

a connecting tissue, like a skin, between two environments: they separate but also connect.

The possibility of creating visual connections is certainly a great opportunity for urbanists and architects in shaping more meaningful environments. It creates a sense of things being in the right place. I think, for instance, of Niemeyer’s Obra do Berço, where a small window frames the landscape outside, or Koolhaas’ Dutch embassy in Berlin, where a whole in an specific part of the building enables a visual link to the TV tower in

Connections can certainly be emotional and still very real. The sense of being linked in a higher plane of feelings and sensations: things that give us goosebumps certainly demonstrate how certain feelings have a very physical effect on us. These type of connections also get recorded in our memories and can be untapped from time to time, either randomly or when listening to a certain music…

Connecting urban areas where different kinds of people enable them to interact and exchange ideas, making the city to develop into a higher state of organization. On the other hand, when people are disconnected there is a sense of loneliness and hopelessness. Students from different schools, located in neighborhoods of different income levels, should be able to interact, think together, play together, as a way of increasing a city’s social cohesion. This seems to be an essential issue in developing our cities into peaceful environments. Kevin Lynch’s five elements, in his book The Image of the City, are very much about connections in different levels. Paths and nodes are the most basic types of physical connections, while Landmarks are visual connections, and Edges very much

a connecting tissue, like a skin, between two environments: they separate but also connect.

The possibility of creating visual connections is certainly a great opportunity for urbanists and architects in shaping more meaningful environments. It creates a sense of things being in the right place. I think, for instance, of Niemeyer’s Obra do Berço, where a small window frames the landscape outside, or Koolhaas’ Dutch embassy in Berlin, where a whole in an specific part of the building enables a visual link to the TV tower in

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Alexanderplatz.

Alexanderplatz.

Connections are capable of creating Synergies between different parts and peoples of the city and its neighborhoods. It seems a difficult endeavor if we only think in terms of physical, expensive means of linkage such as metro and tram lines, but if we think of quick and affordable connections such as painting bike paths and making scaffolded bridges over infrastructural barriers like train tracks, or even green connections composed by masses of trees and bushes where birds can make their nests, a lot can be realized in the short term, making our cities much more livable and inclusive.

Connections are capable of creating Synergies between different parts and peoples of the city and its neighborhoods. It seems a difficult endeavor if we only think in terms of physical, expensive means of linkage such as metro and tram lines, but if we think of quick and affordable connections such as painting bike paths and making scaffolded bridges over infrastructural barriers like train tracks, or even green connections composed by masses of trees and bushes where birds can make their nests, a lot can be realized in the short term, making our cities much more livable and inclusive.

WORKSHOPS U.I.A 2020

In the case of Rio’s harbor redevelopment and important connection was created with the new tram lines. However this is not enough and it still some missing links can be identified. Linking Leopoldina station to the metro Cidade Nova is rather cheap to realize and will have huge effects on the desirability of living and working in the area of Praia Formosa, where the area’s first residential developed started construction but was abandoned for many reasons. If the are was simply connected to the metro it would certainly have another fate.

In the case of Rio’s harbor redevelopment and important connection was created with the new tram lines. However this is not enough and it still some missing links can be identified. Linking Leopoldina station to the metro Cidade Nova is rather cheap to realize and will have huge effects on the desirability of living and working in the area of Praia Formosa, where the area’s first residential developed started construction but was abandoned for many reasons. If the are was simply connected to the metro it would certainly have another fate.


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LIÇÃO APRENDIDA 2

LESSON LEARNED 2

The need of redevelopment of existing areas in order to adapt to new urban needs, many times, in order to maximize its effects, requires changing existing landownership structures. This is a tricky issue in Urbanism, and even almost taboo in Brazil, since our country gives so much importance to the individual property – not only because of its value as asset but also as a sentimental issue.

The need of redevelopment of existing areas in order to adapt to new urban needs, many times, in order to maximize its effects, requires changing existing landownership structures. This is a tricky issue in Urbanism, and even almost taboo in Brazil, since our country gives so much importance to the individual property – not only because of its value as asset but also as a sentimental issue.

In Urbanism the redefinition of ownerships has long been

In Urbanism the redefinition of ownerships has long been

LAND ACQUISITION Aquisição de terras

WORKSHOPS U.I.A 2020

Throughout history, whenever a new power was established, property was confiscated and became ownership of the new leaders or conquerors. In France, the fall of the Ancient Regime, was one of those moments, but also the fall of the German and Austrian empires saw their nobility loosing their hereditary titles and lands.

realized in precise cases such as whenever a new road or railway was needed, or a new harbour, etc., hence usually for new infrastructures that were needed for the modernization of cities and regions. In not so many cases land property was purchased for its reconfiguration and selling for new owners and developers. In The Netherlands, the Land Readjustment Act, was one of these moments in which existing land ownership structures were modified. Farm properties had, until then, small and ir-

Throughout history, whenever a new power was established, property was confiscated and became ownership of the new leaders or conquerors. In France, the fall of the Ancient Regime, was one of those moments, but also the fall of the German and Austrian empires saw their nobility loosing their hereditary titles and lands.

realized in precise cases such as whenever a new road or railway was needed, or a new harbour, etc., hence usually for new infrastructures that were needed for the modernization of cities and regions. In not so many cases land property was purchased for its reconfiguration and selling for new owners and developers.

In The Netherlands, the Land Readjustment Act, was one of these moments in which existing land ownership structures were modified. Farm properties had, until then, small and ir-


regular sizes, that were not adequate for the machines being developed for agriculture. It was almost as a agrarian reform but in a contrary way: small plots transformed into bigger entities. Therefore, a new law was passed which required land to be recombined in larger plots. There was resistance, but the result was certainly positive.

regular sizes, that were not adequate for the machines being developed for agriculture. It was almost as a agrarian reform but in a contrary way: small plots transformed into bigger entities. Therefore, a new law was passed which required land to be recombined in larger plots. There was resistance, but the result was certainly positive.

In Singapore, from the 60s on, its developers early realized that without forcing a bit to make use of existing properties in the city, very little would be achieved. A lot of property owners simply don’t want to sell unused land, and prefer to wait and see, if in the future can they make more money out of it. Just life in the Netherland, Singaporean leaders didn’t let this be this way. They were commited with their plan of making the city-state a world class green metropolis, and for that vision to materialize, they needed to redevelop existing parts of it. There the process was much more radical, and the government passed laws which allowed them to compulsory purchase land and then resell for developers willing to make what the city wanted. In this way they could go from third world to first.

In Singapore, from the 60s on, its developers early realized that without forcing a bit to make use of existing properties in the city, very little would be achieved. A lot of property owners simply don’t want to sell unused land, and prefer to wait and see, if in the future can they make more money out of it. Just life in the Netherland, Singaporean leaders didn’t let this be this way. They were commited with their plan of making the city-state a world class green metropolis, and for that vision to materialize, they needed to redevelop existing parts of it. There the process was much more radical, and the government passed laws which allowed them to compulsory purchase land and then resell for developers willing to make what the city wanted. In this way they could go from third world to first.

After the 2nd world war Europe, fueld by the Marshall Plan, went through a massive redevelopment program and many properties were restructured, compulsory purchased, and redeveloped in order to deliver new modern homes for those many who needed. This process also generated a lot of jobs in the construction industry, being an important factor for putting Europe back on track.

In Brazil there is a lot of resistance to this processes of land

acquisiton. Business people, government officials and anybody with land (middle class included) don’t want it because they fear loosing their properties, and the left wing academic professionals also don’t want it because they don’t like the idea that existing property owners, those people having townhouses here and there, would loose the properties they inherited from their families – a memory and identity issue – but they also fear people would be displaced to far out peripheries. In this way Brazil stands in a landlock. Without land acqui-

After the 2nd world war Europe, fueld by the Marshall Plan, went through a massive redevelopment program and many properties were restructured, compulsory purchased, and redeveloped in order to deliver new modern homes for those many who needed. This process also generated a lot of jobs in the construction industry, being an important factor for putting Europe back on track.

In Brazil there is a lot of resistance to this processes of land

acquisiton. Business people, government officials and anybody with land (middle class included) don’t want it because they fear loosing their properties, and the left wing academic professionals also don’t want it because they don’t like the idea that existing property owners, those people having townhouses here and there, would loose the properties they inherited from their families – a memory and identity issue – but they also fear people would be displaced to far out peripheries. In this way Brazil stands in a landlock. Without land acqui-

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WORKSHOPS U.I.A 2020

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sition, Urbanism can do very little: it becomes urban legislation only and some public space design. This existing situation doesn’t deliver the massive changes we need to solve our cities, making them grow in the brownfields. This maintains the situation where our peripheries keep growing and greenery devastated. With the impetus of sustainability the situation gets more and more urgent. Are we going to have the courage to become real urban planners or we prefer to keep waiting? São Paulo’s Nova Luz project showed us that compulsory purchase is legal, and the project got stuck due to politis (new mayor, new projects). It seems then we have a wide range of opportunities to explore.

sition, Urbanism can do very little: it becomes urban legislation only and some public space design. This existing situation doesn’t deliver the massive changes we need to solve our cities, making them grow in the brownfields. This maintains the situation where our peripheries keep growing and greenery devastated. With the impetus of sustainability the situation gets more and more urgent. Are we going to have the courage to become real urban planners or we prefer to keep waiting? São Paulo’s Nova Luz project showed us that compulsory purchase is legal, and the project got stuck due to politis (new mayor, new projects). It seems then we have a wide range of opportunities to explore.


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Urban Dynamics 124 Caxias pib/capta:44k

25min

15min

Nit

10m

UFF

MAC

WORKSHOPS U.I.A 2020

Rio pib/capta: 50k

Lapa R$ 9.5k 10min

Catete R$ 9.2k

terminal 4

‘Niterói não possui um mercado imobiliário tão forte como poderíamos imaginar, dada a sua posição na metrópole, rend


125 Parte da frente marítima de Niterói, onde se localiza o Caminho Niemeyer, encontra-se subutilizada se pensamos nos diversos usos que ela poderia abrigar e, mais que isso, o papel que pode representar para a cidade. O local poderia ser um local de alta qualidade urbanística da região metropolitana, oferecendo lazer, turismo, habitação, escritórios e comércio, e ainda assim conectar o centro histórico de Niterói às águas da baía.

S.Gonçalo R$ 3.4k

S.Gonç pib/capta: 16k

Atualmente a existência de infraestruturas de transportes (um grande terminal de ônibus e barcas) bloqueia o centro antigo com relação à paisagem natural metropolitana. É uma questão complexa, mas ainda assim possível, havendo vontade política e visão.

Centro R$ 5.7k

Nit pib/capta: 46k

Part of the Niterói seafront, where the Niemeyer Way is located, is underused if we think about the different uses it could have and, more than that, the role it can play for the city. The location could be a place of high urban quality in the metropolitan region, offering leisure, tourism, housing, offices and commerce, and still connecting the historic center of Niterói to the waters of the bay.

Icaraí R$ 7.8k

min

Hosp. Niteroi D’or

Maricá pib/capta: 39k

40

m

30min

450k pessoas/dia

da e equipamentos’

in

Currently, the existence of transport infrastructure (a large bus and ferry terminal) blocks the old center from the metropolitan natural landscape. It’s a complex issue, but it’s still possible, given the political will and vision.

Maravista R$6.2k

BR. RJ. NITERÓI

Hosp. Icaraí CHN terói Plaza Shopping


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Análise Urbana BR.RJ.NITEROI

NITEROI

Empty properties in Niteroi:

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Na análise figura-fundo pode-se ver o contraste entre a morfologia da cidade em si, histórica, bastante densa, e a área de infraestruturas em sua frente, e logo após esta o Caminho Niemeyer, com pequenos objetos escultórios soltos na paisagem. In the figure-ground analysis, one can see the contrast between the morphology of the city itself, which is historical, quite dense, and the infrastructure area in front of it, and right after that the Niemeyer Way, with small sculptural objects loose in the landscape.

Propriedades vagas

EMPTY PROPERTIES

FIGURE GROUND/Cheios

WORKSHOPS U.I.A 2020

e vazios

situation:

Estudos anteriores mapearam os imóveis vazios e sub-utilizados do centro de Niterói, deixando claro que existe uma dificuldade em dar uso a estes imóveis, estando atualmente degradados, em um espaço urbano de baixa qualidade (poluição, pobreza, etc). Previous studies have mapped the empty and underutilized properties in the center of Niterói, making it clear that there is a difficulty in using these properties, which are currently degraded, in a low-quality urban space (pollution, poverty, etc.).


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BR.RJ.NITEROI

WORKSHOPS U.I.A. 2020

A new redevelopment strategy is needed:

? A grande questão é o que fazer com estes espaços, já que nitidamente não produzem um espaço urbano de qualidade para os cidadãos de Niterói: um centro histórico deteriorado de frente para um “mar” de infraestruturas que por sua vez bloqueia o acesso à frente marítima, onde equipamentos culturais de prestígio, projetados por Oscar Niemeyer encontram-se perdidos e pouco utilizados. The big question is what to do with these spaces, as they clearly do not produce a Niterói: a deteriorated historic center facing a “sea” of infrastructure that in turn blocks access to the seafront , where prestigious cultural facilities, designed by Oscar Niemeyer, are lost and little used.

The Center, the Terminal Niemeyer. quality urban spaceand forCaminho the citizens of

?

BR. RJ. NITERÓI

?


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WORKSHOPS U.I.A. 2020

UFF University:

UFF University Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio UFF University Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

BR.RJ.NITEROI

WORKSHOPS U.I.A. 2020

in 1960, the Universidade Federal Fluminense (UFF) is a PlazaFounded Shopping Center: public institution, part of the Brazilian federal higher education sys-

tem. Its headquarters are located in the city of Niterói and its campuses can be found in various parts of the state of Rio de Janeiro, as a result of a strong decentralization policy. There is also an outof-state campus in Oriximiná, in the middle of the Amazon rainforest.

Plaza Shopping Center Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

The Universidade Federal Fluminense is the largest federal university in Brazil with respect to number of students enrolled, and has nationally and internationally been ranked among the best Brazilian universities. UFF operates in accordance with the following basic tenets: academic excellence, social impact, innovation and knowledge transfer to society in general

Plaza Shopping Center Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

WORKSHOPS U.I.A.

WORKSHOPS U.I.A 2020

2020

Plaza Shopping is the only large-scale mall in Niterói, the municipality with the highest income in the entire state of Rio de Janeiro, and one of the cities with the best quality of life in the country. Located in the center, the mall is an icon of the city. Opened in 1986, it stands out as one of the biggest selling malls per square meter in Brazil GLA: 43.147,93 m² Quant. Stores: 268 Quant. Megastores: 3 Anchor Stores: 8 Average Flow Month: 1.830.000 .

The Municial Theater Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio The Municipal Theater Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

Niterói’s Municipal Theater was first opened in 1842 and went through numerous renovation processes throughout the years, until it was reopened in 1995.


WORKSHOPS U.I.A. The ferry station:

2020

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WORKSHOPS U.I.A. 2020

a huge daily flow of people:

Estação das barc

BR.RJ.NITEROI

WORKSHOPS U.I.A

202

The bus terminal and the mall complex has a huge daily flow of people: Estação Terminal de Onibus de Niteroidas barcas no Centro de Niterói Estação das barcas no Centro de Niterói

450k pasangers per day!

Estação das barc

300k bus terminal 150k ferry station

Bus Terminal and Mall Complex Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio Bus Terminal and Mall Complex Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

Shopping Bay Market

Terminal de Onibus de Niteroi

The Ferry Boat Station Estação Charitas Saperadas atur,barcas coreperem emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

450k pasangers per day!

Estação de Ferry Boat Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse 300k bus vendis plitio

BR. RJ. NITERÓI

Terminal de Onibus de Niteroi

terminal

150k ferry station


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Análise SWOT

S

STRENGHTHS/Potencialidades

WEAKNESS/Fraquezas

1- the area is very well connected to the region’s mobility networks: ferry, bus and highway/bridge 2- the area has many large scale equipments such as malls, hospitals, university, theater, etc 3- the area has distinguished heritage

1- as a derelict area, badly connected to the center, the area is not perceived as a living area 2- the noise and polution of the area prevents a spontaneous market-led regeneration process, calling for a more integrated planning approach

1- a área está muito bem conectada às redes de mobilidade da região: balsa, ônibus e rodovia/ ponte 2- a área possui diversos equipamentos de grande porte como shoppings, hospitais, universidade, teatro, etc. 3- a área possui um patrimônio distinto

1- por ser uma área abandonada, mal conectada ao centro, a área não é percebida como uma agradável 2- o ruído e a poluição da área impedem um processo de regeneração espontâneo liderado pelo mercado, exigindo um planejamento mais integrado

OPORTUNITIES/Oportunidades

THREATS/Desafios

1- the availability of a lot of vacant or derelict property presents an opportunity for redevelopment 2- the presence of Niemeyer cultural buildings makes the area somehow attractive for redevelopment

1- the lack of action can further deteriorate the local heritage 2- the lack of an effective regeneration strategy for the center will make the city grow further to the west coastal zones, incresing traffic jams and demand for new public mobility

O

WORKSHOPS U.I.A 2020

W

1- a disponibilidade de diversas propriedades vagas ou abandonadas apresenta uma oportunidade para reconstrução 2- a presença de edifícios culturais de Niemeyer torna a área de certa forma atrativa para redesenvolvimento

T

1- a falta de ação pode piorar ainda mais a herança local 2- a falta de uma estratégia de regeneração eficaz para o centro fará com que a cidade cresça ainda mais para as zonas costeiras do oeste, aumentando os congestionamentos e a demanda por nova mobilidade pública


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ROI

WOR

lopment strategy is needed:

BR. RJ. NITERÓI

?

The bus terminal and parking lots form a barrier that blocks the relation of the city center to the waterfront


WORKSHOPS U.I.A 2020

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Visão Estratégica

A situação atual do Caminho Niemeyer enquanto um grande plateu em concreto onde edifícios ícones pousam é entendida enquanto inadequada para os tempos atuais onde a sustentabilidade urbana é um objetivo crucial. Portanto, imaginamos um futuro possível para o Caminho, onde um novo piso de concregrama mantém a ideia original em 50%, e os outros 50% são permeáveis às aguas das chuvas, ajudando ao equilíbrio térmico da cidade. Passando-se o atual terminal de ônibus para o subsolo permite desenvover seu nível térreo para novos edifícios, que por sua vez pagam pela operação. The current situation of the Niemeyer Way as a large concrete plateau where iconic buildings rest is understood as inadequate for today’s times where urban sustainability is a crucial objective. Therefore, we imagine a possible future for the Way, where a new concretion floor maintains the original idea at 50%, and the other 50% is permeable to rainwater, helping the city’s thermal balance. Moving the current bus terminal to the basement allows the development of its ground level for new buildings, which in turn pay for the operation.


133 BR.RJ.NITEROI

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Concept diagrams:

?

Current situation:

Proposal:

Conquence:

CURRENT SITUATION PROPOSAL CONSEQUENCE the infrastructures (ferry+bus station) the transfering of the bus station to the the now free space can be used for a Situação atual block the city center to the waterfront, dis- Proposta underground makes it possible to connect Consequência mixed-uses development, a high-quality

As infraestruturas (ferry+estação de ônibus) bloqueiam o centro da cidade para a frente marítima, desconectando o Caminho Niemeyer

the city to the waterfron with bike paths The transfering of the bus station to the underground makes it possible to connect the city to the waterfront with bike paths

A transferência da estação de ônibus para o subsolo torna possível conectar a cidade ao waterfront com caminhos de bicicleta

neighborhood close to everything The now free space can be used for a mixed-uses development, a high-quality neighbourhood close to everything

O espaço agora livre pode ser usado para um empreendimento multiuso, um bairro de alta qualidade perto de tudo

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connecting Caminho Nieyemeyer The infrasctructures (ferry+bus station) block the city center to the waterfront, disconnecting Caminho Niemeyer


HAFENCITY MASTERPLAN, HAMBURG

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TORONTO WATERFRONT, TORONTO

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Referências


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TESHIMA ART MUSEUM, TONOSHO

References: Teshima Art Museum

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SCULPTURE GARDEN CONCEPT

INHOTIM INSTITUTE, BELO HORIZONTE

2020

References: Inhotim


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MASTERPLAN

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What needs to be avoided:

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WORKSHOPS U.I.A.

3D section:

Transferindo-se o terminal de ônibus para o subsolo libera todo o nível térreo para o desenvolvimento de novos edifícios e vias de conexão entre o centro antigo e a baía. Assim o Caminho Niemeyer será conectado à cidade e ajudará o centro histórico a se revitalizar.

Entretanto esta nova morfologia não deve ser construída sem um masterplan que garanta um desenvolvimento de alta qualidade, pautado em premissas sustentaveis e um desenho arquitetônico atual, contemporâneo, e não banal.

Transferring the bus terminal to the basement frees up the entire ground level for the development of new buildings and connecting roads between the old center and the bay. Thus, the Niemeyer Way will be connected to the city and will help the historic center to be revitalized.

However, this new morphology should not be built without a masterplan that guarantees high quality development, based on sustainable premises and an architectural design that is current, contemporary, and not banal.

2020


O masterplan proposto consiste em 10 quadras compostaspor pequenos edifícios de diversas alturas, em torno de um pátio verde, de uso coletivo para os moradores. Os pavimentos térreos devem conter não apenas lojas mas também servicós como creche, academia de ginástica, escritórios, etc. É importante conectar estas quadras àquelas existentes na cidade antiga, de forma a integrar estes dois espaços em um só, levando os cidadãos até à frente marítima. Alí, o Caminho Niemeyer deve ser readequado ao imperativo de sustentabilidade e ter sua pavimentação trocada para um grande piso verde. The proposed masterplan consists of 10 blocks composed of small buildings of different heights, around a green courtyard, for collective use by residents. The ground floors must contain not only stores but also services such as daycare, gym, offices, etc. It is important to connect these blocks to those existing in the old city, in order to integrate these two spaces into one, taking citizens to the seafront. There, the Niemeyer Way must be readjusted to the imperative of sustainability and its paving changed to a large green floor.

BR. RJ. NITERÓI

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BR.RJ.NITEROI BR.RJ.NITEROI

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WORKSHOPS WORKSHOPSU.I.A. U.I.A. 2020 2020

buildings buildings

CAR ACESS /Acessos de carro

BUILDINGS/Edifícios

Diagrams: Diagrams:

plinths plinths

BR.RJ.NITEROI BR.RJ.NITEROI

2020 2020

plinths plinths

PEDESTRIAN STREETS /Ruas peatonais

PLINTHS/térreos

WORKSHOPS U.I.A 2020

pedestrian streets pedestrian streets

WORKSHOPSU.I.A. U.I.A. WORKSHOPS

Diagrams: Diagrams:

buildings buildings

car acess car acess

car acess car acess

pedestrian streets pedestrian streets


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BR.RJ.NITEROI

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Section and references:

desirability for housing

underground bus terminal

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CORTE URBANÍSTICO Urban Section


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TEROI

Sustentabilidade

WORKSHOPS U.I.A.

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reet section:

Aqui demonstramos a seção tipo das ruas internas do masterplan. Apesar de haver uma série de outras medidas a ser tomadas (telhados verdes, energia solar, captação de água de chuvas, etc) acreditamos que a seção da rua é um item indispensável, que deve ser pensado para contribuir para um bairro sustentável e resiliente. Por isso propomos um canteiro central que possa absorver as águas das chuvas além de ruas inteiras em concregrama.

Here we demonstrate the type section of the inner streets of the masterplan. Although there are a number of other measures to be taken (green roofs, solar energy, rainwater harvesting, etc.) we believe that the street section is an indispensable item that should be thought of to contribute to a sustainable and resilient neighborhood. That’s why we propose a central median that can absorb rainwater as well as entire streets in concretion.

2020


BR. RJ. NITERÓI

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142 BR.RJ.NITEROI Caminho Nimeyer:

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BEFORE

BR.RJ.NITEROI Caminho Nimeyer:

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BEFORE

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143 BR.RJ.NITEROI Caminho Nimeyer:

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AFTER

BR.RJ.NITEROI Caminho Nimeyer:

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BR. RJ. NITERÓI

AFTER


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BR.RJ.NITEROI Caminho Nimeyer:

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BEFORE

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View towards the new residential buildings:

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148

FASEAMENTO Assim como no estudo para a Luz em São Paulo o faseamento aqui é essencial e talvez ainda mais indispensável já que o terminal de ônibus precisa ser enterrado para que o local seja redesenvolvido e receber novos edifícios. No entanto acreditamos que a primeira fase de todas seria a imediata construção de um empreendimento voltado para a água, próximo ao atual centro comercial, como forma de iniciar a captação de investimentos. Com esta primeira peça construída, iniciaria-se a construção do terminal em nível subsolo (esta fase também necessita acontecer em sub-fases, já que o funcionamento do terminal não pode parar). Esta obra requer investimentos à frente, já que as receitas de fato só acontecerão a partir da fase 3. Ao final, na última etapa, edifícios podem ser inseridos por cima do terminal (para tal, suas fundações devem ter sido executadas desde o início).

BR.RJ.NITEROI

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WORKSHOPS U.I.A 2020

Phasing:

1

Phase 1: bayside development inserting residential buildings

2

Phase 2: construction of the underground terminal and sell of plots

3

Phase 3: buildings are realized

4

Phase 4: extra office buildings are realized over the terminal


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Phasing As in the study for Luz in São Paulo, phasing here is essential and perhaps even more indispensable since the bus terminal needs to be buried so that the site can be rebuilt and receive new buildings. However, we believe that the first phase of all would be the immediate construction of a project focused on water, close to the current commercial center, as a way to start attracting investments. With this first piece built, the construction of the terminal at the underground level would start (this phase also needs to happen in sub-phases, since the terminal operation cannot stop). This work requires investments ahead, as the revenues will only actually happen from phase 3. At the end, in the last stage, buildings can be inserted above the terminal (for this, its foundations must have been executed from the beginning).

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WORKSHOPS U.I.A.

1

Phase 1: bayside development inserting residential buildings

2

Phase 2: construction of the underground terminal and sell of plots

3

Phase 3: buildings are realized

4

Phase 4: extra office buildings are realized over the terminal

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Phasing:


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DISCUSSÃO

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Hercília Em Rotterdam a prefeitura procederia da seguinte maneira: fariamos esse tipo de estudo de Masterplan esquematico, internamente com nossa propria equipe para avaliarmos o local e caso julguemos relevante neste momento lançariamos um tender aberto a consorcios de developers e arquitetos, que desenvolveriam o Masterplan a um nivel de maior detalhe - quanto as tipologias, atmosfera, publicos, etc. E tambem qual oferta os developers fazem pelo desenvolvimento do local (as vezes o terreno é nosso, as vezes nao)... .... faríamos esse tipo de estudo de viabilidade internamente com a equipe de planejamento urbano. Faríamos alguns estudos de cunho ambiental, a situação da legislação de zoneamento atual, estudos econômicos, etc. e dependendo da aceitação política e local lançaríamos um tender aberto a consórcios

Rafael Saraiva Uma grande conclusão que aprendemos no plano Nova Luz, mas também no Porto Maravilha, é que a escala destes projetos é grande demais. Precisamos começar no Brasil com OUCs menores para que os diversos setores aprendam a prática, a implementação de planos, e experienciem seus benefícios.


151 Lodewijk Com relacao a circularidade, podemos atuar em 3 esferas: materiais, energia e agua. O fato de se estar atuando em uma quadra inteira aumenta muito as possibilidades neste sentido.” Pensei em completar algo assim: “seria interessante pensar no que fazer com os materials de demolicao das estruturas existentes, ou mesmo trazer elementos de outros locais proximos (ex: industriais) para re-uso. Deem uma olhada no projeto do nosso estudio onde reaproveitamos partes de um aviao para fazer bancos nos espaços publicos... para habilitar reutilizacao das materiais das estruturas existentes na pratica, fazer uma ‘mapa de colheita’ é essencial para arquitetos realmente utilizar o potencial das materiais. A mapa mostra as

Victor

BR. RJ. NITERÓI

“o cenario 2, em que os empreendimentos imobiliarios aconteceriam um a um, sem um plano em conjunto, dificilmente vai acontecer de fato. Se fosse um cenario possivel ja teria se desenvolvido desta maneira. Na verdade a situacao fundiaria é muito fragmentada, e a baixa qualidade do ambiente urbano (degradacao, estacionamentos, etc) desanima o investidor imobiliario individual. Por isso o ideal é desapropriar todos os lotes de uma só vez.


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LIÇÃO APRENDIDA 3

LESSON LEARNED 3

Since any urban project is such a long endeavor, the capacity to divide it in phases is certainly crucial. This sounds obvious but in practice much more difficult to accomplish, since phasing can never be exactly planned: it depends on economic and political cycles, besides public opinion and even fashion. What is adequate today can be unthinkable tomorrow. What was cool yesterday is completely out of fashion nowadays, and nobody wants.

Since any urban project is such a long endeavor, the capacity to divide it in phases is certainly crucial. This sounds obvious but in practice much more difficult to accomplish, since phasing can never be exactly planned: it depends on economic and political cycles, besides public opinion and even fashion. What is adequate today can be unthinkable tomorrow. What was cool yesterday is completely out of fashion nowadays, and nobody wants.

tial buildings were made. The most of the area in between them was built and the construction moves southwards, encompassing the pier of Katendrecht, for instance. Thus, the government invested in making the bridge and the real estate developments are until today being realized.

tial buildings were made. The most of the area in between them was built and the construction moves southwards, encompassing the pier of Katendrecht, for instance. Thus, the government invested in making the bridge and the real estate developments are until today being realized.

PHASING Faseamento estratégico

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The project to redevelop Rotterdam’s south, called Kop van Zuid, has been realized during many decades and still new projects and possibilities are being put forward. In its starting phase it was mainly composed by the new Erasmus bridge and a couple skyscrapers in the Wilhelmina Pier and the first part of the avenue Laan op Zuid, where governmental and residen-

In Amsterdam, seeing what had happened in Baltimore – the first harbor regeneration project known – its planners also tried to create a unified redevelopment project for its waterfront area, but failed to implement, as it seems, due to “political

The project to redevelop Rotterdam’s south, called Kop van Zuid, has been realized during many decades and still new projects and possibilities are being put forward. In its starting phase it was mainly composed by the new Erasmus bridge and a couple skyscrapers in the Wilhelmina Pier and the first part of the avenue Laan op Zuid, where governmental and residen-

In Amsterdam, seeing what had happened in Baltimore – the first harbor regeneration project known – its planners also tried to create a unified redevelopment project for its waterfront area, but failed to implement, as it seems, due to “political


circumstances”. The city then chose not to make a big project for its huge harbour areas, but to make smaller project, each one at a time, according to the market appetite.

circumstances”. The city then chose not to make a big project for its huge harbour areas, but to make smaller project, each one at a time, according to the market appetite.

In the case of Rio’s harbour redevelopment, the creation of a Private-Pubic Partnership was capable of keeping the project somehow moving, if we can say that. Yes, there are certainly a number of issues, specially relating to governance, that damaged its realization, but at least the PPP was not canceled like in São Paulo. It seems we need to stick to the small victories and fix what went wrong, instead of “throwing the baby out with the bathwater”.

In the case of Rio’s harbour redevelopment, the creation of a Private-Pubic Partnership was capable of keeping the project somehow moving, if we can say that. Yes, there are certainly a number of issues, specially relating to governance, that damaged its realization, but at least the PPP was not canceled like in São Paulo. It seems we need to stick to the small victories and fix what went wrong, instead of “throwing the baby out with the bathwater”.

In Brazil, the instability of the political processes, which intertwine with the economic ups and down, make the phasing of urban projects a Herculean task, as there is rarely any continuity between one an another mayor, or one and another president. Usually the newly elected leader tries to undo the former’s projects, that was the sad fate of Sao Paulo’s Nova Luz. There is clearly a lack of putting the city and its inhabitants first.

Phasing is also essential in order to solve those huge problems such as providing decent housing to our peoples but also, making our cities sustainable. These are tasks that simply cannot be realized in a couple of years or few decades. But to do one project here and there, without an overall target vision, is also not sufficient. A number of phases, and a final phase, where we finish and deliver the solution, needs to be defined. For instance: to solve the housing issue in Brazil, maybe we need to deliver cheap tiny apartments in 2 decades, and after that start

delivering more comfortable houses to those same peoples in the following 2 decades. Simply because 4 decades of project is too long and difficult to keep a project going.

Phasing is not simply of dividing a project in some parts. Phasing needs to be strategic. It needs to answer the question: which part is the most essential to be realized in the short term, so that the project gains momentum and we guarantee the next phases being realized? And in a similar what, which elements of the plan are needed in the second phase, taking advantage of

In Brazil, the instability of the political processes, which intertwine with the economic ups and down, make the phasing of urban projects a Herculean task, as there is rarely any continuity between one an another mayor, or one and another president. Usually the newly elected leader tries to undo the former’s projects, that was the sad fate of Sao Paulo’s Nova Luz. There is clearly a lack of putting the city and its inhabitants first.

Phasing is also essential in order to solve those huge problems such as providing decent housing to our peoples but also, making our cities sustainable. These are tasks that simply cannot be realized in a couple of years or few decades. But to do one project here and there, without an overall target vision, is also not sufficient. A number of phases, and a final phase, where we finish and deliver the solution, needs to be defined. For instance: to solve the housing issue in Brazil, maybe we need to deliver cheap tiny apartments in 2 decades, and after that start

delivering more comfortable houses to those same peoples in the following 2 decades. Simply because 4 decades of project is too long and difficult to keep a project going.

Phasing is not simply of dividing a project in some parts. Phasing needs to be strategic. It needs to answer the question: which part is the most essential to be realized in the short term, so that the project gains momentum and we guarantee the next phases being realized? And in a similar what, which elements of the plan are needed in the second phase, taking advantage of

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what was done first and guaranteeing that the third phase will also happen?

WORKSHOPS U.I.A 2020

Phasing is very much political and has an economic dimension. A mayor will certainly realize some visible and prestigious parts of the plan so that he can use those photos in his re-election campaign. The first phase needs to have the imagetic power also to attract interest of people to come live, leisure and shop in the new area, so that the project start selling housing units soon, cashflow is profitable and the project is kept feasible, on track.

what was done first and guaranteeing that the third phase will also happen?

Phasing is very much political and has an economic dimension. A mayor will certainly realize some visible and prestigious parts of the plan so that he can use those photos in his re-election campaign. The first phase needs to have the imagetic power also to attract interest of people to come live, leisure and shop in the new area, so that the project start selling housing units soon, cashflow is profitable and the project is kept feasible, on track.


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LIÇÃO APRENDIDA 4

LESSON LEARNED 4

The idea that things have an effect on each other, and that this effect can be positive or negative, seems to be a rather intuitive and not sufficiently explored in Urbanism. We all know that whenever a public square is renovated more people will want to live there, exactly because of the positive effect it generates in its surroundings. Not only that, people will prefer to pass by that place and stop there to observe city life. On the down side, if one could say so, as more people will want to live there, prices might go rather up: while this could represent a problem for those living in rental apartments this gain in property value would certainly be seen as a positive effect by those who own houses in the area.

The idea that things have an effect on each other, and that this effect can be positive or negative, seems to be a rather intuitive and not sufficiently explored in Urbanism. We all know that whenever a public square is renovated more people will want to live there, exactly because of the positive effect it generates in its surroundings. Not only that, people will prefer to pass by that place and stop there to observe city life. On the down side, if one could say so, as more people will want to live there, prices might go rather up: while this could represent a problem for those living in rental apartments this gain in property value would certainly be seen as a positive effect by those who own houses in the area.

will have a detrimental effect in a certain area. Whereas prices might go lower, in the long term the probable consequence is that less and less people will be willing to live in the area (since lower income families might also prefer to live a bit farther in areas in better condition, for the same price). Chicago school’s “broken windows theory” already affirmed that bad maintained buildings will attract criminal activities which will generate a further negative spiral difficult to interrupt in the area concerned.

will have a detrimental effect in a certain area. Whereas prices might go lower, in the long term the probable consequence is that less and less people will be willing to live in the area (since lower income families might also prefer to live a bit farther in areas in better condition, for the same price). Chicago school’s “broken windows theory” already affirmed that bad maintained buildings will attract criminal activities which will generate a further negative spiral difficult to interrupt in the area concerned.

SYNERGIES Sinergias

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Negative synergies happen when the contrary is taking place: a bad maintained public space or buildings falling apart

Negative synergies happen when the contrary is taking place: a bad maintained public space or buildings falling apart


Synergy is also well known by Aristoteles quote sayings that “the whole is greater than the sum of its parts”, which means that there is something extra that is generated when pieces start working together. We have written about Partnerships in this book, a concept that interrelates with the concept of Synergy in a crucial way, since we need to bind to each other to realize greater visions together, the so called “win-win situations”.

Synergy is also well known by Aristoteles quote sayings that “the whole is greater than the sum of its parts”, which means that there is something extra that is generated when pieces start working together. We have written about Partnerships in this book, a concept that interrelates with the concept of Synergy in a crucial way, since we need to bind to each other to realize greater visions together, the so called “win-win situations”.

In Brazil real estate development happens in a plot-oriented way, with little consideration to the multiple effects of the urban objects. Developers are certainly aware of a place’s qualities (existence of greenery, access to a metro station, schools, hospitals and good shopping areas, features that together with qualities such as quietness and cleanness define a good address), but they still do little to orchestrate the improvement of the area, bearing the synergies in mind. Usually they claim to have too little influence on the process and are afraid of spending time and resources on it. The cities are big an their administrations too clumsy and corrupt.

In Brazil real estate development happens in a plot-oriented way, with little consideration to the multiple effects of the urban objects. Developers are certainly aware of a place’s qualities (existence of greenery, access to a metro station, schools, hospitals and good shopping areas, features that together with qualities such as quietness and cleanness define a good address), but they still do little to orchestrate the improvement of the area, bearing the synergies in mind. Usually they claim to have too little influence on the process and are afraid of spending time and resources on it. The cities are big an their administrations too clumsy and corrupt.

Another relating concept is Phasing, since in Urbanism we can never do everything at once (even in authoritarian and rich countries such as the Middle East ones). Phases need to be carefully thought in relation to the synergies they create, so that the domino effect is set in motion in our urban strategies. One phase creates certain synergies between objects and then the project keeps momentum.

However it seems more and more that there is simply no knowledge on how to improve an area through a synergy ap-

proach. The knowledge is intuitive but not yet practiced, hasn’t become yet conscious... For example, in Rio’s harbor redevelopment real estate investors realized buildings too distant from each other, in such a way that they don’t benefit from each other’s positive effects. These effects could be happening because of the sum of the activities in each building (people working or living in two buildings nearby can sustain local shops and even improve their diversity, while a single building can not) but also because of their imagetic impacts (people will prefer to live in a

Another relating concept is Phasing, since in Urbanism we can never do everything at once (even in authoritarian and rich countries such as the Middle East ones). Phases need to be carefully thought in relation to the synergies they create, so that the domino effect is set in motion in our urban strategies. One phase creates certain synergies between objects and then the project keeps momentum.

However it seems more and more that there is simply no knowledge on how to improve an area through a synergy ap-

proach. The knowledge is intuitive but not yet practiced, hasn’t become yet conscious... For example, in Rio’s harbor redevelopment real estate investors realized buildings too distant from each other, in such a way that they don’t benefit from each other’s positive effects. These effects could be happening because of the sum of the activities in each building (people working or living in two buildings nearby can sustain local shops and even improve their diversity, while a single building can not) but also because of their imagetic impacts (people will prefer to live in a

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building wich has another good buildings around it, and not in free standing towers in a sea of abandoned sheds).

building wich has another good buildings around it, and not in free standing towers in a sea of abandoned sheds).

To make synergies work stakeholders need to leave their individualistic mentality and put their ego’s on hold, even if just for a moment. Great opportunities lie waiting for us. To untap those potentials it’s essential to sit around a table and come into agreements, so that every part will win something, and maybe this is the most difficult: to accept that another player, usually your competitor, will benefit from a certain movement that you are making.

To make synergies work stakeholders need to leave their individualistic mentality and put their ego’s on hold, even if just for a moment. Great opportunities lie waiting for us. To untap those potentials it’s essential to sit around a table and come into agreements, so that every part will win something, and maybe this is the most difficult: to accept that another player, usually your competitor, will benefit from a certain movement that you are making.

WORKSHOPS U.I.A 2020

To fabricate this synergies in Rio’s harbor we proposed some years ago that some of the empty sheds have temporary uses that bring people in the short term to the area, increasing the site’s desirability and sense of safety. Although part of this strategy was realized (around Porto Atlantico development) in many sheds bureaucracy hindered the process. There is sometimes a fear of property owners in accepting these kinds of initiatives, claiming possible risks, but what are the risks of simply doing nothing? The consequences of emptiness they are feeling still today.

To fabricate this synergies in Rio’s harbor we proposed some years ago that some of the empty sheds have temporary uses that bring people in the short term to the area, increasing the site’s desirability and sense of safety. Although part of this strategy was realized (around Porto Atlantico development) in many sheds bureaucracy hindered the process. There is sometimes a fear of property owners in accepting these kinds of initiatives, claiming possible risks, but what are the risks of simply doing nothing? The consequences of emptiness they are feeling still today.


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ACTIVATE >> CONNECT >> CO-DEVELOP


City (cidade): Rio de Janeiro Neighbourhoods (bairros): Saúde/Gamboa/Santo Cristo/São Cristóvão Area (área): m2 proposta especialistas


WORKSHOPS U.I.A 2020

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No Rio de Janeiro, a região portuária encontra-se um em processo conturbado de transformação. A área foi objeto de inúmeros estudos até efetivamente entrar em processo de regeneração durante os jogos olímpicos do Rio de Janeiro, momento de boom imobiliário. Com a crise econômica que se sucedeu, aliada a equívocos de planejamento urbanístico, pouco aconteceu em uma década.

Falta um plano urbanístico que de fato integre os stakeholders em uma só visão de futuro. A visão define para onde vamos, mas depois desta ferramenta, precisamos ainda de um plano mais detalhado, com as obras a ser feitas, não apenas de infraestruturas, mas também dos edifícios principais. A crítica à operação urbana vem de todos os lados (do instituto de arquitetos, dos empreendedores, do proprietário dos títulos da construção, e da própria prefeitura e sua agência incumbida de implementação), e talvez aí esteja a oportunidade: a porta está aberta para se repensar este grande projeto.

In Rio de Janeiro, the port region is in a troubled process of transformation. The area was the object of numerous studies until it effectively entered a process of regeneration during the Olympic Games in Rio de Janeiro, a moment of real estate boom. With the economic crisis that followed, combined with mistakes in urban planning, little happened in a decade.

There is a lack of an urban plan that actually integrates stakeholders into a single vision of the future. The vision defines where we are going, but after this tool, we still need a more detailed plan, with the works to be done, not only for infrastructure, but also for the main buildings.

Criticism of the urban operation comes from all sides (from the institute of architects, from entrepreneurs, from the owner of the construction titles, and from the city hall itself and its agency in charge of implementation), and perhaps here is the opportunity: the door is open for rethink this great project.


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LOCATION INSIDE THE METROPOLIS Localização na metrópole BR.RJ.PORTO Analise Urbana: população existente e futura

Although we always say that Porto is an empty region, its core has always been inhabited. The existing communities are located on islands, between Porto and the Center, and need to be integrated into the new project. In addition, many new homes are needed, not just for a range of incomes (from social housing to luxury towers on the mearítima front), but for a diversity of groups that can transform the place into a real neighborhood.

? ? ?

? Gamboa: pop. 13.108 pop. atual: 30.000 R$ 506 renda media (sebrae) future exp: 100.000

St. Cristo: pop. 12.330

Saúde: pop. 2.749

BR. RJ. PORTO

Apesar de dizermos sempre que o Porto é uma região vazia, seu miolo sempre foi habitado. As comunidades existentes encontram-se ilhadas, entre o Porto e o Centro, e precisam ser integradas no novo projeto. Além disso, muitas novas habitações são necessárias, não apenas para uma faixa de rendas (da habitação social às torres de luxo na frente mearítima), mas sim para uma diversidade de grupos que possam transformar o local em um bairro de verdade.


BR.RJ.PORTO

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WORKSHOPS U.I.A. 2020

Development Strategy: East

Waterfront buildings in decay, as a consequence of inaction and speculation

existing link Waterfront buildings in decay, as a consequence of inaction and speculation

Museu do Amanhã e Praça Mauá Museu do Amanhã e Praça Mauá

link to reinforce

Rio Star Ferris Wheel

Roda Gigante Rio Star

Large governmental buildings block development but also create inactive fac

MAR - Rio Art Museum

MAR - Museu de Arte do Rio

- PHASE 1

Large governmental buildings block development but also create inactive facades

Valongo’s Pier

Valongo’s Garden

Samba City

Novo Rio Bus Terminal

KOBRA’s grafitti

Moinho Fluminense

WORKSHOPS U.I.A 2020

Cais do Valongo

Rodoviária Novo Rio

Jardins do Valongo

Grafitti do KOBRA

Cidade do Samba

UFF University


Vista Guanabara

Porto Atlântico Development

Aqwa Corporate - Tishman

Largo de São Francisco da

Morro da Conceição

Pedra do Sal

AquaRIO - Rio’s aquarium

Gasometer

Harmony’s Square

AquaRIO - Aquário do Rio

Empreendimento Porto Atlântico

Gasômetro de São Cristóvão

Praça da Harmonia

BR. RJ. PORTO

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Análise Urbana

WORKSHOPS U.I.A 2020

Devido a existência de uma série de vazios urbanos (terrenos e edifícios vazios) cercados por grandes infraestruturas o local encontra-se bastante desconectado das malhas urbanas que funcionam propriamente, como é o centro do Rio, a Cidade Nova e o bairro de São Cristóvão. Esta situação torna o redesenvolvimento do local uma tarefa árdua, pois os novos edifícios tendem a configurar novas ilhas. Caso houvesse melhor conexão entre estas malhas, os novos edifícios seriam extensões da cidade existente e seriam mais rapidamente ocupados por novos moradores.

Due to the existence of a series of urban voids (empty land and buildings) surrounded by large infrastructures, the place is quite disconnected from the urban fabrics that function properly, such as downtown Rio, Cidade Nova and the neighborhood of São Cristóvão. This situation makes the redevelopment of the site an arduous task, as new buildings tend to configure new islands. If there were better connections between these meshes, the new buildings would be extensions of the existing city and would be more quickly occupied by new residents.


Urban Analysis: Scale Comparisons Copacabana (146.000 inh)

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Comparação de escala: Copacabana Scale comparison: Copacabana, Rio

WORKSHOPS U.I.A. 2020

sons NL

WORKSHOPS U.I.A. 2020

sons NL Comparação de escala: Rotterdam Scale comparison: Rotterdam

Rotterdam - Centrum Comparação de escala: Amsterdam

Rotterdam - Centrum

BR. RJ. PORTO

Scale comparison: Amsterdam

Rotterdam - West


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BR.RJ.PORTO

WORKSHOPS U.I.A 2020

Bike paths:

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Neste mapeamento das ciclovias e a localização das estações de metrô é possível visualizar a desintegração entre estas formas de transportes. In this mapping of cycle paths and the location of subway stations, it is possible to visualize the disintegration between these forms of transport.


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BR.RJ.PORTO Bike paths + VLT:

WORKSHOPS U.I.A. 2020

Ao inserirmos as linhas do VLT no mapa anterior, obtemos o mapa de mobilidade normalmente apresentado, onde parece estar tudo conectado.

BR. RJ. PORTO

By inserting the VLT lines in the previous map, we get the mobility map normally presented, where everything seems to be connected.


BR.RJ.PORTO

WORKSHOPS U.I.A 2020

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Local typologies:

Este mapa figura-fundo deixa claro as diferentes morfologias da região. Existe um casario bem preservado nas áreas mais altas, morros. Nas partes baixas, planas existem, na parte mais a sul (centro do Rio) uma morfogia de quadras compactas que vem se transformando ao longo dos séculos, de sobrados à torres de escritórios. Já à norte vemos a morfologia de grandes quadras industriais do Porto do Rio de Janeiro.

This figure-ground map makes clear the different morphologies of the region. There is a well-preserved houses in the highest areas, hills. In the low, flat parts, in the southernmost part (downtown Rio) there is a morphology of compact blocks that has been transformed over the centuries, from two-story houses to office towers. To the north, we can see the morphology of large industrial blocks in the Port of Rio de Janeiro.

WORKSHOPS U


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Esta imagem 3D demonstra a total edificação do Porto do Rio de Janeiro, contendo aproximadamente 6 milhões de metros quadrados, conforme desejada por seus idealizadores. Entretanto, para que esse total seja edificado, o perimetro da operação deve ser aumentado, incluindo os espaços onde marcamos os edifícios em laranja.

BR. RJ. PORTO

This 3D image demonstrates the total construction of the Port of Rio de Janeiro, containing approximately 6 million square meters, as desired by its creators. However, for this total to be built, the perimeter of the operation must be increased, including the spaces where we marked the buildings in orange.


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Análise SWOT

S

STRENGHTHS/Potencialidades

WEAKNESS/Fraquezas

1- the area is very well connected to Rio’s central area by the new tram line, where access to the metro system is possible 2- the area has 2 new large museums: Museu do Amannha and MAR museum 3- the area has an impressive street art murals, not seen anywhere 4- the area has important real estate players

1- the total purchase of construction bonds by one public bank proved not be a good situation, as there is no market competition that could balance its price according to demand 2- the overall lack of expertise in urban PPPs in Brazil makes the process more difficult, since investors are used to single site developments 3- the area is still not sufficiently connected to the surrounding city fabric

1- the area is very well connected to Rio’s central area by the new tram line, where access to the metro system is possible 2- the area has 2 new large museums: Museu do Amannha and MAR museum 3- the area has an impressive street art murals, not seen anywhere 4- the area has important real estate players

WORKSHOPS U.I.A 2020

W

O

1- the total purchase of construction bonds by one public bank proved not be a good situation, as there is no market competition that could balance its price according to demand 2- the overall lack of expertise in urban PPPs in Brazil makes the process more difficult, since investors are used to single site developments 3- the area is still not sufficiently connected to the surrounding city fabric

T

OPORTUNITIES/Oportunidades

THREATS/Desafios

1- current low interest rates are an opportunity for new private real estate investments 2- the re-election of former mayor, the creator of the PPP, can maybe be an opportunity to join efforts and make it work

1- the lack of an strategic plan accepted by the public, private and community stakeholders will further delay the realization process 2- the further the realizion is delayed, the more the PPP will be known as a fiasco

1- current low interest rates are an opportunity for new private real estate investments 2- the re-election of former mayor, the creator of the PPP, can maybe be an opportunity to join efforts and make it work

1- the lack of an strategic plan accepted by the public, private and community stakeholders will further delay the realization process 2- the further the realizion is delayed, the more the PPP will be known as a fiasco


BR. RJ. PORTO

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Strategic Vision

WORKSHOPS U.I.A 2020

ACTIVATE CONNECT

CO-DEVELOP COMMUNICATE

ATIVAR CO-DESENVOLVER CONECTAR COMUNICAR

A visão imaginada propõe criar um bairro de alta qualidade espacial, com amplo acesso à frente marítima e contendo edifícios de arquitetura contemporânea e sustentável. A estratégia de implementação baseia-se em 4 pontos principais: ativar (o local através de usos temporários), conectar (a malha urbana, ligando aos bairros do redor), co-desenvolver (realizar empreendimentos imobiliários em mesmo local e não espalhados) e comunicar (estabelecer uma estratégia de comunicação e marketing convincente e incessante para promover o local). The imagined vision proposes to create a neighborhood of high spatial quality, with wide access to the seafront and containing buildings of contemporary and sustainable architecture. The implementation strategy is based on 4 main points: activate (the location through temporary uses), connect (the urban fabric, connecting to the surrounding neighborhoods), co-develop (carry out real estate developments in the same location and not spread out) and communicate (establish a convincing and relentless marketing and communication strategy to promote the place).


175 BR.RJ.PORTO

WORKSHOPS U.I.A. 2020

New Development Strategy:

FINANCES

STRATEGY

GOVERNANCE

Stakeholders should act together to achieve a common vision for the neighborhood... but what vision? What can each one do? (Caixa, CDURP, developers, Pier Mauá...)

delivers

Developers want cheaper CEPACs, the bonds doesn’t want to lower. Plot owners don’t sell for reasonable prices. The financial feasibility issue makes it difficult to give space for social housing.

needs

URBANISM

A strong vision can coordinate stakeholders actions: priority areas/phases, landscape qualities (harbor without a waterfront), connections, etc, making the are more desirable, which in turn makes feasible to buy CEPACs

A estratégia “Ativar + Conectar + Co-desenvolver + Comunicar” pretende encarar a complexidade atual da operação urbana do Porto e desatar o impasse atual. Em conversas com diferentes stakeholders sabemos que os construtores de edifícios não concordam com o preço atual dos certificados de construção, já que suas pesquisas de mercado indicam que o valor do metro quadrado futuro é bem mais baixo. A saída nos parece fazer um mix de áreas mais caras e outras mais baratas, de uma forma que a conta final chegue ao valor pretendido pelo proprietário de CEPACs, mas garantindo a diversidade social do lugar. Este mix de sub-áreas precisa ser projetado para posteriormente ser calculado, e o início deste processo é o Masterplan.

The strategy “Activar + Conectar + Co-develop + Communicate” intends to face the current complexity of Porto’s urban operation and unleash the current impasse. In conversations with different stakeholders we know that building builders do not agree with the current price of building certificates, as their market research indicates that the future square meter value is much lower. The solution seems to make a mix of more expensive areas and cheaper ones, so that the final bill reaches the value intended by the owner of CEPACs, while guaranteeing the social diversity of the place. This mix of sub-areas needs to be designed to be later calculated, and the beginning of this process is the Masterplan.

BR. RJ. PORTO

If you don’t improve the area, you can just wait...


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MASTERPLAN

BR.RJ.PORTO

ORTO

WO

WORKSHOPS U.I.A. Implementation Strategy: Co-development sample 2020

ntation Strategy: Why Co-development? The Synergy issue

WORKSHOPS U.I.A 2020

X

orate

V

Alguns empreendimentos foram realizados no local de forma A longo prazo, acreditamos novos empreendimentos devam a freestanding with rundown surroundings Sample of a co-development, a streetscape. Synergy between the different bu isolada, sem criar um ambiente urbano que deSample fato ofgere vida development sempre surgir anexos aos existentes,generating de forma a criar uma local, atraindo novos usos. Portanto hoje, a ideia de ativar o sinergia positiva entre eles, gerando massa crítica: uma bairro com usos temporários é vista como uma solução para quantidade suficiente de transeuntes que dêem suporte ao tornar o bairro atraente no curto prazo. comércio local e dêem mais segurança às ruas. Some developments were carried out on the site in isolation, without creating an urban environment that actually generates local life, new uses. Therefore, today, an idea of ​​activating the neighborhood with targeted uses is seen as a solution to making the neighborhood attractive in the short term.

In the long term, we believe new developments should always appear annexed to existing ones, in order to create a positive synergy between them, generating a critical mass: a sufficient number of passersby to support local businesses and make the streets safer.


2020

Urban Development Strategy: Overall

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domino effect...

No caso do Porto, o Masterplan proposto tem um caráter mais estratégico, deixando as sub-areas para serem desenvolvidas em masterplans detalhados num segundo momento. A criação de conexões que liguem todo o bairro entre si (corredor verde lesteoeste) e amarrem aos bairros do entorno imediato (enomeradas) nos parece um ponto chave para o bom desenvolvimento da região. A conexão com a água também é um ponto essencial para trazer qualidade ao bairro. Além destas conexões, alguns edifícios e usos novos devem funcionar enquanto atrações de fluxos.

phase 2

phase 1 (more consolidated)

In the case of Porto, the proposed Masterplan has a more strategic character, leaving the sub-areas to be developed in detailed masterplans in a second moment. The creation of connections that connect the entire neighborhood to each other (green eastwest corridor) and tie to the neighborhoods in the immediate surroundings (named) seems to us to be a key point for the good development of the region. The connection to the water is also an essential point to bring quality to the neighborhood. In addition to these connections, some new buildings and uses must function as flow attractions.

BR. RJ. PORTO

phase 3 (less consolidated)


HAFENCITY MASTERPLAN (KCAP)

WORKSHOPS U.I.A 2020

TORONTO WATERFRONT (WEST8)

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REFERENCES


BR. RJ. PORTO

PUERTO MADERO (CITY OF BUENOS AIRES)

OOSTERLIJKE HANDELSKAD (KCAP)

Referências 179


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WORKSHOPS U.I.A. 2020

development axis?

existing link

des

PHASING

WORKSHOPS U.I.A 2020

link to reinforce

- PHASE 1

FASE 1A: esta primeira etapa da fase 1 procura fortalecer a conexão entre a praça Mauá e o Bairro da Saúde. Para tal, é necessário que novos edifícios sejam ali construídos, gerando vida durante todo o dia e a noite. O local não possui muitos terrenos vazios, apenas a frente marítima tem sobrados a ser redesenvolvidos. Sabemos, através de entrevistas, que estes proprietários não tem feito acordos para desenvolver o local, e portanto um processo de desapropriação se faz necessário. PHASE 1A: this first stage of phase 1 seeks to strengthen the connection between Praça Mauá and Bairro da Saúde. For this, new buildings need to be built there, generating life throughout the day and night. The place doesn’t have many empty lands, only the seafront has houses to be re-developed. We know from interviews that these owners have not made agreements to develop the site, and therefore an expropriation process is needed.


181 Um “framework” pode ser desenvolvido para a área da frente marítima, estabelecendo uma nova morfologia desejável. Esta deve ser flexível, possibilitanto diversas formas edificáveis. Entretanto nos parece esta ser uma ferramente ideal, melhor que um simples “gabarito máximo” e “afastamentos mínimos” que acaba por enrijecer demais as possibilidades arquitetônicas.

BR. RJ. PORTO

Faseamento

A “framework” can be developed for the seafront area, establishing a desirable new morphology. This must be flexible, allowing for several buildable forms. However, this seems to us to be an ideal tool, better than a simple “maximum template” and “minimum distances” that end up making the architectural possibilities too rigid.


WORKSHOPS U.I.A 2020

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Situação atual Current situation


Situação futura? Future situation?

BR. RJ. PORTO

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184

WORKSHOPS U.I.A. 2020

existing link

PHASING

WORKSHOPS U.I.A 2020

link to reinforce

opment

- PHASE 1

FASE 1B: ainda dentro da primeira fase, imaginamos uma segunda ação: o fortalecimento da conexão do Bairro da Saúde com o Centro do Rio em direção à estação de metrô Uruguaiana. Esta nos parece ser uma opção com mais possibilidades de desenvolvimento já que aqui os terrenos vazios são muitos e o local é mais desvalorizado do que a frente marítima, portanto cremos que seus proprietários mais facilmente entrariam em negociação para a venda. No entanto as duas ações podem ocorrer de forma concomitante. PHASE 1B: still within the first phase, we imagine a second action: the strengthening of the connection between Bairro da Saúde and Downtown Rio towards the Uruguaiana subway station. This seems to us to be an option with more possibilities for development since here there are many empty lands and the place is more undervalued than the seafront, so we believe that its owners would more easily enter into negotiations for the sale. However, the two actions can occur at the same time.


This image illustrates what we imagine for the northsouth axis that connects the Saúde district to downtown Rio. Rua Caemerino, which later becomes Avenida Barão de Tefé, is a very important axis and needs to be better thought out. Not only the public space needs to be designed and its sidewalks expanded, but other actions involving the owners, such as the conversion of empty houses into new uses, is essential. We imagine a temporary bike path, which works in a shared way and is permanent on weekends, with a colorful design, which works as a new attraction to the place.

BR. RJ. PORTO

Esta imagem ilustra o que imaginamos para o eixo norte-sul que conecta o bairro da Saúde ao Centro do Rio. A Rua Caemerino, que depois se torna Avenida Barão de Tefé é um eixo muito importante e precisa ser melhor pensado. Não apenas o espaço público precisa ser desenhado e suas calçadas ampliadas, mas outras açoes envolvendo os proprietários, como a reconversão de sobrados vazios em novos usos, é essencial. Imaginamos uma ciclovia temporária, que funcione de forma compartilhada e seja permanenete aos fins-de-semana, com um desenho colorido, que funcione como um novo atrativo ao local.

Faseamento

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186

WORKSHOPS U.I.A.

PHASING

WORKSHOPS U.I.A 2020

2020

FASE 1C: ainda dentro da primeira fase, imaginamos uma terceira ação: o criação de uma relação mais forte e direta com a frente marítima. Hoje percebemos que o acesso à baía está bloqueado, já que o local é parte de uma concessão de uso. Este acesso é estratégico para a requalificação do lugar. Em conversas com profissionais do ramo jurídico entendemos que uma conversa entre o setor público e o concessionário deva ser iniciada, onde o concessionário deverá compreender que a abaertura da orla será benéfica a ele também.

PHASE 1C: still within the first phase, we imagine a third action: the creation of a stronger and more direct relationship with the seafront. Today we realize that access to the bay is blocked, as the site is part of a concession of use. This access is strategic for the requalification of the place. In conversations with professionals in the legal field, we understand that a conversation between the public sector and the concessionaire must be initiated, where the concessionaire must understand that opening the shore will be beneficial to him as well.


This image demonstrates what we understand about an open, active seafront that re-qualifies the place. It doesn’t require a lot of physical intervention, it’s more the question of access to the water mirror. Small actions, such as wooden decks, possibly retractable, so that they can be dismantled when there is a high flow of ships, seems to us an ideal solution to encourage visitor access to the site. The current warehouses, managed by the concessionaire, will clearly benefit if there is a greater flow of pedestrians, whether residents or visitors.

BR. RJ. PORTO

Esta imagem demonstra o que entendemos quanto uma frente marítima aberta, ativa, que requalifique o local. Não requer muita intervenção física, é mais a questão do acesso ao espelho d’agua. Pequenas ações, do tipo, decks de madeira, possivelmente retráteis, de forma que possam ser desmontados quando houver alto fluxo de navios, nos parece uma solução ideal para incentivar o acesso de visitantes ao local. Os galpões atuais, geridos pela concessionária, nitidamente irão se beneficiar caso haja maior fluxo de pedestres, seja de moradores ou visitantes.

Faseamento

187


188 Opção A: Um novo pequeno edifício é acrescido à morfologia atual de galpões, abrigando novos usos e fortaecendo a diversidade local. Option A:

A new small building is added to the current shed morphology, housing new uses and strengthening local diversity.

WORKSHOPS U.I.A 2020

Opção B: Além do novo edifício, usos flutuantes, como uma piscina para eventos e festas, pode ajudar a atrair novos moradores ao bairro. Option B:

In addition to the new building, floating uses, such as a pool for events and parties, can help attract new residents to the neighborhood.


189 Opção C: Uma nova ideia de edifício, com uma forma e cor mais específicas, atuando enquanto um pequeno ícone do local. Option C: A new building idea, with a more specific shape and color, acting as a small icon of the place.

Opção D: Uma terceira opção formal é aqui apresentada: o novo edifício suspenso em pilotis, sem interferir no espaço térreo entre os galpões. A third formal option is presented here: the new building suspended on stilts, without interfering with the ground floor space between the sheds.

BR. RJ. PORTO

Option D:


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BR.RJ.PORTO Development Strategy: West - Cidade Nova & Cidade do Samba

PHASING

WORKSHOPS U.I.A 2020

4 FASE 2A: a segunda fase lida com o lado oeste do Porto, principalmente quanto ao seu acesso, procurando conectá-lo de forma eficaz ao distrito corporativo Cidade Nova, onde muitas empresas de porte estão instaladas. Imaginamos que uma boa conexão, como uma passarela verde, tornaria esta parte do Porto um local interessante para se habitar. Além disso conectaria a Leopoldina, iniciando um movimento de revitalização ali. Esta passarela deve ser um elemento de design de qualidade e abrigar usos como esportes e pequenos eventos.

link to create link to create

PHASE 2A: the second phase deals with the west side of Porto, mainly regarding its access, seeking to effectively connect it to the Cidade Nova corporate district, where many large companies are located. We imagine that a good connection, such as a green walkway, would make this part of Porto an interesting place to live. It would also connect Leopoldina, starting a revitalization movement there. This catwalk should be a quality design element and house uses such as sports and small events.


This image makes it very clear the potential that this location has, and how this potential can be amplified, if there is a small investment in a good pedestrian connection. The interconnection between Cidade Nova, Porto (southwestern part) and Leopoldina will generate positive effects in these three locations, attracting residents and investments of all kinds. A specific action to revitalize the Leopoldina building will help to reach these three locations, which will become a unique quality urban environment.

BR. RJ. PORTO

Nesta imagem fica bastante claro o potencial que possui esta localidade, e como este potencial pode ser amplificado, caso haja um pequeno investimento em uma boa conexão para pedestres. A interligação entre Cidade Nova, Porto (parte sudoeste) e Leopoldina gerará efeitos positivos nestes três locais, atraindo moradores e investimentos de todo o tipo. Uma ação específica de revitalizaçao do edifício da Leopoldina irá ajudar a alacancar estes três locais, que se tornarão um único ambiente urbano de qualidade.

Faseamento

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BR.RJ.PORTO Development Strategy: West - S. Cristóvão

6 FASE 2B: a segunda fase procura também conectar o lado oeste do Porto ao bairro de São Cristóvão, onde uma série de equipamentos urbanos estão instalados: supermercados, um bom hospital, um grande parque urbano, escolas, etc. Por isso acreditamos que esta conexão será muito benéfica ao desenvolvimento to Porto como um todo.

norma

PHASING

WORKSHOPS U.I.A 2020

difficuld

PHASE 2B: the second phase also seeks to connect the west side of Porto to the São Cristóvão district, where a series of urban facilities are installed: supermarkets, a good hospital, a large urban park, schools, etc. That’s why we believe that this connection will be very beneficial to the development of Porto as a whole.


In this image we illustrate what we understand to be a good connection between the east and west parts of Porto, a green axis that connects all the sub-areas, giving cohesion and encouraging the movement of pedestrians and cyclists.

BR. RJ. PORTO

Nesta imagem ilustramos o que entendemos ser uma boa conexão entre as partes do leste e oeste do Porto, um eixo verde que conecte todos as sub-áreas, dando coesão e incentivando o movimento de pedestres e ciclistas.

Faseamento

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LIÇÃO APRENDIDA 5

LESSON LEARNED 5

Attractions are - together with the need of connecting the urban fabric - one of the most important elements of a successful urban plan. Attractions make us move to a place we might never thought of. A lot has been said regarding the Guggenheim effect: once such an urban icon was built in Bilbao the city changed forever: full of tourists and companies willing to locate there, in what was before an irrelevant city of Spain.

Attractions are - together with the need of connecting the urban fabric - one of the most important elements of a successful urban plan. Attractions make us move to a place we might never thought of. A lot has been said regarding the Guggenheim effect: once such an urban icon was built in Bilbao the city changed forever: full of tourists and companies willing to locate there, in what was before an irrelevant city of Spain.

ders of the pyramids, temples and large scale sculptures. These kind of objects are symbols of power and economic success of all civilizations and in the end were responsible for attracting sieges and wars.

ders of the pyramids, temples and large scale sculptures. These kind of objects are symbols of power and economic success of all civilizations and in the end were responsible for attracting sieges and wars.

ATTRACTION Atrações

WORKSHOPS U.I.A 2020

Attractions fulfill human’s sense of curiosity. Already in 2.500 BC the Phoenicians were travelling around the Mediterranean, not simply to conquer, but to see how other peoples were living elsewhere. Hence, attractions create cultural interactions that foster social innovations. The Great Ancient Empires, such as Egypt, Greece and Rome always created a huge curiosity in those other peoples who had never seen the won-

In the 17th century, the Grand Tour, a traditional tour all the way from London to Naples and Pompeii, passing through so many landmarks, was an educational or rite of passage for the British nobility, and is maybe the earliest type of modern tourism, in the way we still practice today. Their curiosity and desire

Attractions fulfill human’s sense of curiosity. Already in 2.500 BC the Phoenicians were travelling around the Mediterranean, not simply to conquer, but to see how other peoples were living elsewhere. Hence, attractions create cultural interactions that foster social innovations. The Great Ancient Empires, such as Egypt, Greece and Rome always created a huge curiosity in those other peoples who had never seen the won-

In the 17th century, the Grand Tour, a traditional tour all the way from London to Naples and Pompeii, passing through so many landmarks, was an educational or rite of passage for the British nobility, and is maybe the earliest type of modern tourism, in the way we still practice today. Their curiosity and desire


regarding those icons certainly explains why so many artifacts were taken from Egypt and other ancient civilizations and now rest in the world’s greatest museums.

regarding those icons certainly explains why so many artifacts were taken from Egypt and other ancient civilizations and now rest in the world’s greatest museums.

As widely known, the Eiffel tower, the most visited icon of all times, was built as a temporary structure for the 1889 Universal Exposition, then kept as a temporary structure for radio transmissions during 20 years that followed, and finally made a permanent structure, a symbolic and affective element of the Parisian landscape. By the time of its construction it was the world’s tallest structure, only to have its title taken by the Chrysler Building in New York, in 1930s. When Hitler finally entered Paris he was quick in arriving at the tower and making photos in front of it: like every tourist, the meaning is clear: “I am here, I conquered it”.

As widely known, the Eiffel tower, the most visited icon of all times, was built as a temporary structure for the 1889 Universal Exposition, then kept as a temporary structure for radio transmissions during 20 years that followed, and finally made a permanent structure, a symbolic and affective element of the Parisian landscape. By the time of its construction it was the world’s tallest structure, only to have its title taken by the Chrysler Building in New York, in 1930s. When Hitler finally entered Paris he was quick in arriving at the tower and making photos in front of it: like every tourist, the meaning is clear: “I am here, I conquered it”.

Pompeii had already been a touristic, resort city within the Roman empire, where the more affluent could enjoy and socialize, helping to diffuse ideas and cultural values. This makes it clear that an attraction is not only an object to be simply consumed but also an element of production and diffusion of nouvel ideas. Gathering people means that social exchange is certainly going to happen.

The Guggenheim Museum in Bilbao changed not only the faith of a city and its region but also established a new paradigm in Architecture and Urbanism: the idea that a landmark building could, by itself, put an unknown city in the map, turn a defunct into a successful place. The belief that an urban icon, an eye catcher, can fabricate this type of miracle is nowadays

ubiquitous and realized in every scale. Not satisfied with its architectural iconicity, Guggenheim Bilbao placed a Jeff Koons mega-puppy in front of its entrance: multiplying their individual attraction powers. The Bilbao effect has consequences in any project nowadays. For instance, residential developments in the Netherlands many times contain a small iconic building (or sometimes just a strange structure) that will make the area recognizable, and thus easier to sell.

The Bilbao effect is one of the most important strategies

Pompeii had already been a touristic, resort city within the Roman empire, where the more affluent could enjoy and socialize, helping to diffuse ideas and cultural values. This makes it clear that an attraction is not only an object to be simply consumed but also an element of production and diffusion of nouvel ideas. Gathering people means that social exchange is certainly going to happen.

The Guggenheim Museum in Bilbao changed not only the faith of a city and its region but also established a new paradigm in Architecture and Urbanism: the idea that a landmark building could, by itself, put an unknown city in the map, turn a defunct into a successful place. The belief that an urban icon, an eye catcher, can fabricate this type of miracle is nowadays

ubiquitous and realized in every scale. Not satisfied with its architectural iconicity, Guggenheim Bilbao placed a Jeff Koons mega-puppy in front of its entrance: multiplying their individual attraction powers. The Bilbao effect has consequences in any project nowadays. For instance, residential developments in the Netherlands many times contain a small iconic building (or sometimes just a strange structure) that will make the area recognizable, and thus easier to sell.

The Bilbao effect is one of the most important strategies

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in the current city competition efforts. It is part of a wider city marketing and branding campaigns. The reason is clear: cities compete with each other for resources, since immemorial times, and the icon is just a contemporary tool. Making a city cool is a way of bringing companies to operate there, and in this way easier to attract the human resources needed.

in the current city competition efforts. It is part of a wider city marketing and branding campaigns. The reason is clear: cities compete with each other for resources, since immemorial times, and the icon is just a contemporary tool. Making a city cool is a way of bringing companies to operate there, and in this way easier to attract the human resources needed.

OMA’s Dubai Renaissance tower competition proposal was intended to go against the current quasi-obligation in designing landmarks everywhere. Right in the middle of Dubai, the city that has most pursued the icon-building strategy, Koolhaas’ office tried to win a competition with a simple minimalistic tower. The competition was lost to Zaha’s dancing towers, even after the architects proposed that their tower could also rotate.

OMA’s Dubai Renaissance tower competition proposal was intended to go against the current quasi-obligation in designing landmarks everywhere. Right in the middle of Dubai, the city that has most pursued the icon-building strategy, Koolhaas’ office tried to win a competition with a simple minimalistic tower. The competition was lost to Zaha’s dancing towers, even after the architects proposed that their tower could also rotate.

The museum MAC in Niteroi, inaugurated in 1996, thus 1 year before the Guggenheim, was already built as a way of marking the city as unique, attracting the tourists from Rio there: Bilbao effect avant la lettre. The landmark, designed by a communist architect, is the best capitalistic investment the city every made.

WORKSHOPS U.I.A 2020

Not only architecture has been a victim of the Bilbao’s success. Public landscape projects are also becoming more and more iconic themselves: the clients, either from the private or public sector, are doing all that is possible to catch our eyes’ attention. The designs have become more colorful, the shapes more unnatural, or even more natural than the natural world: hyper-natural. Water fountains, sculptures, children playgrounds and kiosks, are all opportunity for new icons to emerge.

Nevertheless, the unstoppable icon building efforts of cities everywhere makes our mediatic landscape more and more congestioned. Icons have become each time more weird and expensive. This certainly explains the success of architects like Zaha Hadid and BIG: form making has a good payback. This process might reach a limit, since people should get more and more tired of all these weirdness. That’s where minimalism comes into play: it is a relief to our eyes and our souls… but aren’t those simple geometric white cubes quite iconic too? In the age of Instagram this seems to be a lost battle. Buildings and cities are more and more successful as experiences. Chicagos’ Sears Tower, a modern architectural masterpiece, recently installed a glass cube popping out of its façade, just to increase its amount of visitors. Entire marketing multinationals work on these kind of strategies alongside their clients, and the architect (even if he is a starchitect) is certainly too powerless to fight back: in this tug of war he actually lost even before it starts.

As the e-economy, centered on information technologies, continuously grows, it seems just a paradox that our interest for physical objects has not disappeared. The covid pandemic has shown also that, although many businesses or specific parts

The museum MAC in Niteroi, inaugurated in 1996, thus 1 year before the Guggenheim, was already built as a way of marking the city as unique, attracting the tourists from Rio there: Bilbao effect avant la lettre. The landmark, designed by a communist architect, is the best capitalistic investment the city every made.

Not only architecture has been a victim of the Bilbao’s success. Public landscape projects are also becoming more and more iconic themselves: the clients, either from the private or public sector, are doing all that is possible to catch our eyes’ attention. The designs have become more colorful, the shapes more unnatural, or even more natural than the natural world: hyper-natural. Water fountains, sculptures, children playgrounds and kiosks, are all opportunity for new icons to emerge.

Nevertheless, the unstoppable icon building efforts of cities everywhere makes our mediatic landscape more and more congestioned. Icons have become each time more weird and expensive. This certainly explains the success of architects like Zaha Hadid and BIG: form making has a good payback. This process might reach a limit, since people should get more and more tired of all these weirdness. That’s where minimalism comes into play: it is a relief to our eyes and our souls… but aren’t those simple geometric white cubes quite iconic too? In the age of Instagram this seems to be a lost battle. Buildings and cities are more and more successful as experiences. Chicagos’ Sears Tower, a modern architectural masterpiece, recently installed a glass cube popping out of its façade, just to increase its amount of visitors. Entire marketing multinationals work on these kind of strategies alongside their clients, and the architect (even if he is a starchitect) is certainly too powerless to fight back: in this tug of war he actually lost even before it starts. As the e-economy, centered on information technologies, continuously grows, it seems just a paradox that our interest for physical objects has not disappeared. The covid pandemic has shown also that, although many businesses or specific parts


of them can go digital, the need for human interaction will still continue. It is imagined that museums and entire city areas will more and more merge with virtual environments, creating hybrid landscapes, and in this context, the attractors will continue playing a significant role.

of them can go digital, the need for human interaction will still continue. It is imagined that museums and entire city areas will more and more merge with virtual environments, creating hybrid landscapes, and in this context, the attractors will continue playing a significant role.

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LIÇÃO APRENDIDA 6

LESSON LEARNED 6

The formation of partnerships between human beings is as old as humanity itself. The need for collaboration and division of tasks according to each ones strengths is part of humans natural capability of strategic thinking. Achieving more together has always being present in our intuitive way of thinking and survival strategies.

The formation of partnerships between human beings is as old as humanity itself. The need for collaboration and division of tasks according to each ones strengths is part of humans natural capability of strategic thinking. Achieving more together has always being present in our intuitive way of thinking and survival strategies.

ers about his visions. An understanding of partnerships and power play became crucial.

ers about his visions. An understanding of partnerships and power play became crucial.

PARTNERSHIPS Parcerias estratégicas

WORKSHOPS U.I.A 2020

While in the past architects like Michelangelo needed only to convince the pope to get his projects built, our current situation is much more complex and multifaceted. The architect and urbanist of the past was subject to only one client, usually a king or a noble family, and was in a clear hierarchical situation of obedience to him: no partnership needed to be formed. Nowadays the architect and urbanist seems himself in a networked political situation in which he needs to convince powerful play-

The partnership between Cleopatra and Julius Caesar was formed because they were both imprisoned by the pharaoh Ptolomy XIII, Cleopatra’s brother. As known, Cleopatra heard of Caesar’s being arrested by Ptolomy in another room of the palace and found a way of being brought there by some guards which rolled her up in a carpet. Caesar accepted forming a partnership with her, as he saw no other way of getting out of arrest.

While in the past architects like Michelangelo needed only to convince the pope to get his projects built, our current situation is much more complex and multifaceted. The architect and urbanist of the past was subject to only one client, usually a king or a noble family, and was in a clear hierarchical situation of obedience to him: no partnership needed to be formed. Nowadays the architect and urbanist seems himself in a networked political situation in which he needs to convince powerful play-

The partnership between Cleopatra and Julius Caesar was formed because they were both imprisoned by the pharaoh Ptolomy XIII, Cleopatra’s brother. As known, Cleopatra heard of Caesar’s being arrested by Ptolomy in another room of the palace and found a way of being brought there by some guards which rolled her up in a carpet. Caesar accepted forming a partnership with her, as he saw no other way of getting out of arrest.


Together the couple were capable of overthrowing Ptolomy and then an intimate and strategic-political relationship evolved between them and their kingdoms.

Together the couple were capable of overthrowing Ptolomy and then an intimate and strategic-political relationship evolved between them and their kingdoms.

As urbanism is such a complex task, partnerships are really essential. It is impossible, for a city or regional government, to successful implement an urban plan all by itself, the exception being in dictatorial regimes, as was the case of the building of Brasilia and nowadays Dubai. The city needs investors to put money in their plans, even in the case of social housing where external financing be needed. If the city will finance its projects with its own tax money, very little will be possible. Thus, having financial institutions to fund urban projects is essential. In Brazil the federal savings bank has been responsible in financing the social housing program while in Singapore money was loaned from Britain to kick-start its massing housing building efforts.

As urbanism is such a complex task, partnerships are really essential. It is impossible, for a city or regional government, to successful implement an urban plan all by itself, the exception being in dictatorial regimes, as was the case of the building of Brasilia and nowadays Dubai. The city needs investors to put money in their plans, even in the case of social housing where external financing be needed. If the city will finance its projects with its own tax money, very little will be possible. Thus, having financial institutions to fund urban projects is essential. In Brazil the federal savings bank has been responsible in financing the social housing program while in Singapore money was loaned from Britain to kick-start its massing housing building efforts.

In the animal world a number of species collaborate to achieve higher goals. That’s the case of dolphins and killer wales, both excellent communicators. In the cases of lions, the females do most of the hunting, while the male lions patrol the territory and protect their pride. The bees and ants are the most classical examples of elaborate division of labor in the insects’ world, being capable of building highly efficient communities.

Partnerships in urbanism can be formed by different sectors, such as the private, public and/or the local communities. Partnerships can be extremely formal, such as is the case of Public Private Partnerships, bound together via elaborated con-

tracts which need to obey local legislation that determine how it’s possible for the private and public sectors to work together. On the other hand, partnerships can also be informal, such as the case when private partners, usually real estate developers, decide to work on a same area, making buildings that will requalify the place and enhance the area’s desirability.

In the smaller scale, partnerships can be formed between individuals and community associations to activate public spaces, such as is the case of the so called Placemaking projects. In

In the animal world a number of species collaborate to achieve higher goals. That’s the case of dolphins and killer wales, both excellent communicators. In the cases of lions, the females do most of the hunting, while the male lions patrol the territory and protect their pride. The bees and ants are the most classical examples of elaborate division of labor in the insects’ world, being capable of building highly efficient communities.

Partnerships in urbanism can be formed by different sectors, such as the private, public and/or the local communities. Partnerships can be extremely formal, such as is the case of Public Private Partnerships, bound together via elaborated con-

tracts which need to obey local legislation that determine how it’s possible for the private and public sectors to work together. On the other hand, partnerships can also be informal, such as the case when private partners, usually real estate developers, decide to work on a same area, making buildings that will requalify the place and enhance the area’s desirability.

In the smaller scale, partnerships can be formed between individuals and community associations to activate public spaces, such as is the case of the so called Placemaking projects. In

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this case, the local community makes an effort for the appropriation of sidewalks and public squares through installing sitting areas, plants, cultural events, colorful interventions in general that establish a new image for the place. In this way they increase the use of public spaces, making the area safer and the local commerce more profitable as well.

this case, the local community makes an effort for the appropriation of sidewalks and public squares through installing sitting areas, plants, cultural events, colorful interventions in general that establish a new image for the place. In this way they increase the use of public spaces, making the area safer and the local commerce more profitable as well.

In Brazil partnerships are still in its infant stage. This seems to be partly due to the inflexible governance structure of public-private partnerships. Since corruption is widespread, too many rules are in place to avoid it, but this has the side effect of leaving very few room for collaboration. While in other countries developers can act as initiators of plans and bring projects in a conceptual level to the city government for discussion (and only in a later stage the city would launch an official tendering to select the official area developer), in Brazil this is not allowed happen. And although developers try to influence the city’s development, such a collaboration is understood as a form of corruption and therefore a high-risk endeavor for the private stakeholders.

In Brazil partnerships are still in its infant stage. This seems to be partly due to the inflexible governance structure of public-private partnerships. Since corruption is widespread, too many rules are in place to avoid it, but this has the side effect of leaving very few room for collaboration. While in other countries developers can act as initiators of plans and bring projects in a conceptual level to the city government for discussion (and only in a later stage the city would launch an official tendering to select the official area developer), in Brazil this is not allowed happen. And although developers try to influence the city’s development, such a collaboration is understood as a form of corruption and therefore a high-risk endeavor for the private stakeholders.

WORKSHOPS U.I.A 2020

Although partnerships can be quite informal, it seems important to exist a high level of communication between the different players. Trust need to be built and the ice needs to be broken. Some partnerships start quite informal, and a Memorandum of Understanding is signed simply to establish the initial intention of the collaboration, although no obligation is being set… yet. After some time of this informal collaboration, when the partners already know each other well, a real contract allocating their roles and responsibilities is signed.

In order to enable the urban transformations so much needed for sustainability – such as redeveloping the existing city fabric and avoiding urban sprawl – partnerships between the players are urgently needed to untangle those areas’ complex situations and untap their potentials. Government departments, landowners, real estate developers, local communities, external experts (from institute of architects and universities) all need to sit around the same table and be able to talk. For this to happen in an effective way these stakeholders need to understand that consensus need to be built and no one will get everything they want.

Although partnerships can be quite informal, it seems important to exist a high level of communication between the different players. Trust need to be built and the ice needs to be broken. Some partnerships start quite informal, and a Memorandum of Understanding is signed simply to establish the initial intention of the collaboration, although no obligation is being set… yet. After some time of this informal collaboration, when the partners already know each other well, a real contract allocating their roles and responsibilities is signed.

In order to enable the urban transformations so much needed for sustainability – such as redeveloping the existing city fabric and avoiding urban sprawl – partnerships between the players are urgently needed to untangle those areas’ complex situations and untap their potentials. Government departments, landowners, real estate developers, local communities, external experts (from institute of architects and universities) all need to sit around the same table and be able to talk. For this to happen in an effective way these stakeholders need to understand that consensus need to be built and no one will get everything they want.


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Conclusões finais

WORKSHOPS U.I.A 2020

Conforme esta publicação demonstrou, existem oportunidades de desenvolvimento nas cidades brasileiras que podem entregar maior qualidade urbana à população, mas estas oportunidades precisam ser planejadas, pois requerem processos específicos de transformação. Estas transformações podem também gerar renda para as cidades e as empresas envolvidas, gerando também empregos, impostos, etc.

Estes processos não são simples, e é por isso que temos falhado no Brasil em sua implementação. Nossas primeiras tentativas (A Luz em São Paulo e o Porto no Rio de Janeiro) não foram exatamente grandes sucessos. O caso da Luz, abandonado por disputas políticas, pois o projeto poderia ter sido adaptado caso houvesse interesse. No caso do Porto, o processo ainda encontra em andamento, apesar de todo o atraso, podemos dizer talvez que o copo está meio cheio e meio vazio, já que grandes ações foram realizadas, como a demolição do elevado da Perimetral, a instalação do VLT e a construção de importantes equipamentos culturais. Mas ainda é pouco e temos que reconhecer que muito mais poderia ter sido alcançado caso houvesse uma parceria melhor amarrada entre os stakeholders, em uma visão comum. O Brasil como um todo sofre com a falta de planejamento urbano, mas como planejar é o X da questão. Temos dado muita ênfase ao Plano Diretor, mas este é sempre muito vago e produz poucos resultados concretos. Os projetos estratégicos, como as Operações Urbanas Consorciadas, que de fato transformam certas localidades, nos parecem ser mais relevantes pois impactam de forma mais concreta, entregando qualidade às cidades.

As this publication demonstrated, there are development opportunities in Brazilian cities that can deliver greater urban quality to the population, but these opportunities need to be planned, as they require specific transformation processes. These transformations can also generate income for the cities and companies involved, also generating jobs, taxes, etc. These processes are not simple, which is why we have failed in Brazil to implement them. Our first attempts (A Luz in São Paulo and Porto in Rio de Janeiro) were not exactly great successes. The case of Luz, abandoned by political disputes, as the project could have been adapted if there was interest. In the case of Porto, the process is still in progress, despite all the delay, we can perhaps say that the glass is half full and half empty, since major actions have been carried out, such as the demolition of the Perimetral elevated road, the installation of the VLT and the construction of important cultural facilities. But there is still little and we have to recognize that much more could have been achieved if there had been a better partnership between the stakeholders, in a common vision. Brazil as a whole suffers from a lack of urban planning, but how to plan is the crux of the matter. We have placed a lot of emphasis on the Master Plan, but it is always very vague and produces few concrete results. Strategic projects, such as Consortium Urban Operations, which in fact transform certain locations, seem to us to be more relevant because they impact more concretely, delivering quality to cities.


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Precisamos de fato de muitos projetos urbanísticos -nas grandes metrópoles brasileiras diríamos que um mínimo de 5 projetos poderiam estar acontecendo - mas precisamos primeiro de aprender a implementar, porque não adianta planejar se não vamos conseguir tornar real o que foi desenhado. Por isso vamos precisar de parcerias mais coesas, não apenas formalizadas contratualmente, mas parcerias muitas vezes informais, entre a cidade, os empresarios, e quem vive no local. Para tal vamos precisar de nos comunicarmos de forma eficaz, e a experiência holandesa nos mostra que isso deve acontecer de forma visual: urbanistas trabalham mais com power points do que qualquer outro programa. Visões de futuro precisam ser bem comunicadas, recebendo inputs dos diversos atores, para serem ajustadas, e assim prontas para implementação.

We do need a lot of urban projects - in the big Brazilian cities we would say that a minimum of 5 projects could be taking place - but we first need to learn how to implement, because it’s no use planning if we’re not going to be able to make real what was designed. That’s why we’re going to need more cohesive partnerships, not only formalized contractually, but often informal partnerships, between the city, the entrepreneurs, and those who live in the area. For that we will need to communicate effectively, and the Dutch experience shows us that this must happen visually: urban planners work more with power points than any other program. Visions of the future need to be well communicated, receiving input from different actors, to be adjusted, and thus ready for implementation.

Estes workshops e sua publicação esperam ter feito uma contribuição para que esta situação evolua e as cidades brasileiras consigam se transformar de forma mais positiva, em direção a um futuro melhor, mais sustentável, mais inclusivo e também mais rentável para as empresas brasileiras, pois só assim geramos os empregos que são tão necessários.

These workshops and their publication hope to have made a contribution for this situation to evolve and for Brazilian cities to be able to transform themselves in a more positive way, towards a better, more sustainable, more inclusive and also more profitable future for Brazilian companies, because only that’s how we generate the jobs that are so needed.

Outra lição importante que vem da Holanda é a cultura do consenso: nenhum grupo irá sempre alcançar tudo o que quer, o processo de planejamento requer que cada uma das partes abra mão de alguma coisa em algum momento, afinal ninguem é o dono da verdade absoluta. No Brasil ainda estamos presos nas disputas acirradas de direita e esquerda, e isso tem sido muito prejudicial para o urbanismo. Hoje em dia qualquer projeto que envolva o setor privado já começa sendo bombardeado pela esquerda e é por isso que seus idealizadores evitam toda e qualquer comunicação com o público.

Another important lesson coming from the Netherlands is the culture of consensus: no group will always achieve everything they want, the planning process requires that each party gives up something at some point, after all, no one is the owner of the absolute truth . In Brazil, we are still stuck in fierce disputes between the right and the left, and this has been very harmful to urbanism. Nowadays, any project that involves the private sector is already being bombarded by the left and that is why its creators avoid any communication with the public.


WORKSHOPS U.I.A 2020

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FUTURE WORKSHOPS

UFF University Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

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UFF University Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio

UFF University Sapera atur, coreper emporrovid magnimusti aut ut harunti sitatio nsectasse vendis plitio


Workshops futuros

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