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Jorge

sobrevivendo, e se deixou manipular pelos donos de casa, que ganham metade disso. A paga hoje é R$ 40,00 por noite. São cinco horas de trabalho. Então tu cantas quarenta e cinco minutos e descansa quinze. Essa é a nossa lei. Mas tem muito cantor aí cantando por R$ 20,00 por noite, que eu sei. É um absurdo! E, eles tem que se sujeitar porque já aceitaram isso desde o início... Se dissessem não, e os outros não fossem... Porque se um diz não e o outro se oferece é uma questão de falta de ética profissional... Eu sou conselheira da Ordem e já fui informada, mas disse que não podia fazer nada porque eles concordaram e os donos da casa concordaram. O Sindicato tem conhecimento disso. Já tentou falar... Mas aí os donos das casas dizem que acabam com a música ao vivo. Tem uns que se aproveitam. O preço do meu trabalho coloco eu. Olha, eu me produzo, é roupa, é maquiagem, gasolina pro carro... E é boa a apresentação... O mínimo que se 'tá cobrando de couvert agora é R$ 1,00. Então uma casa que entra 50, ou 60 pessoas, 'tá pago o cachê do artista.

Eu acho que, graças a Deus, está voltando com muita força a Música Popular Brasileira. Tentam deixá-la adormecida, mas nós temos um Emílio Santiago, um Peri Ribeiro, uma Leni Andrade. Então eu acho que a música popular brasileira está linda. Essa gente está aí lutando por essa música. No Rio de Janeiro toca o dia inteiro Nélson Gonçalves. Eu não entendo porque aqui no Rio Grande do Sul não se toca Cláudia. Ela é maravilhosa! Ela pode vir trezentas vezes, com Evita ou sem Evita... Ela agora gravou com o Zimbo Trio... 'Tá divino! Infelizmente... O nosso rádio aqui... A minha luta é por isso.160

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Jorge Machado

Meu nome é Jorge Machado Barcelos.

Eu nasci em 1929, dia 1o. de Agosto. Sou filho de Isabel Machado Barcelos.

Eu nasci numa cidadezinha, que até pouco tempo não era muito conhecida, mas está crescendo bastante... Chama-se Giruá, fica entre Santo Ângelo e Santa Rosa. Santa Rosa todo mundo sabe porque nasceu a Xuxa lá. Dizem que a Xuxa nasceu em Giruá, mas botou Santa Rosa porque tem mais nome no cenário nacional...

O meu pai era construtor, fazia bangalôs de madeira, muito bonitos... Lá na minha cidade, né. Depois a gente veio morar em Cruz Alta e ele se aposentou. Depois, vimos prá Porto Alegre e aqui ele e minha mãe morreram. Minha mãe era dona-de-casa.

Eu tive oito irmãos. Meu irmão chamava-se Homero. Era o mais velho da família. A minhas irmãs chamam-se: Odila, Isabel, Herondina, Júlia, Romi e Maria Eloí. São só essas aí. Meu pai não viajava muito.

160 Entrevista realizada no dia 12/7/94.

O meu irmão, que faleceu, tocava aquelas gaitinhas de oito baixos... Eu duvido que alguém tocasse melhor aquela gaitinha do que o meu irmão. Não porque fosse meu irmão... Ele tocava maravilhosamente. Porque ele tocava exatamente as músicas que eram adequadas prá aquele instrumentinho. Músicas antigas, rancheiras, valsas, que eram daquele tipo de acordeon(sic). Eu achava maravilhoso. Infelizmente eu não tenho nenhuma fita dele. Porque eu não pensei que ele fosse morrer. A gente nunca pensa que a pessoa vai morrer...

Eu convivi muito com o Lupicínio, por exemplo. Eu acompanhei ele muito tempo. Ele compunha e cantava suas músicas, então ele precisava de alguém que o acompanhasse. Nada melhor do que um violão, né. Agora, não era só eu. Tinha o Darci, que acompanhava ele, tinha o Jessé... Mas eu 'tava nesse meio. Fiz muitos shows com ele. Sempre junto com esse meio aí.

Eu vim prá Porto Alegre em 1945. Logo que terminou a Segunda Guerra Mundial. Vim fazer a minha vida aqui. Vim trabalhar aqui. Eu já era meio "oficiado" na profissão, negócio de automóvel.161 Vim trabalhar numa grande firma: Geral de Acessórios. 'Tou até hoje aí. Sempre trabalhei com automóveis e arranhava um violãozinho. Inclusive eu tenho um carro, que é de 1929. É uma "baratinha" Ford modelo A, de 1929. Nós temos a mesma idade. É certo que eu vou partir prá outro mundo e ela vai ficar rodando por aí.

Eu sou boêmio. Eu toco de graça. Prefiro mais tocar de graça do que ganhar... Mas também ganhei dinheiro, porque eu era solicitado... Eu tocava violão elétrico... Eu tive um regional, modéstia à parte, acho que foi o melhor que nós tivemos aqui. Tinha um rapaz, garotinho ainda, chamava-se Manoelzinho... Esse rapaz tocava cavaquinho. E, ele tocava muito bem cavaquinho. Mas era um gurizote, né. Então ele precisava de um violão prá fazer esse casamento... Porque sem o violão não adianta nada. Ele morava perto da minha casa e um dia ele me viu pegando o violão, foi em casa e trouxe o cavaquinho. E a gente começou a tocar. Ele tocava uma barbaridade de cavaquinho... Toca até hoje, só que não aparece mais por aí. 'Tá meio rico, acho que por isso ele não aparece. Uma ocasião ele foi tocar na Rádio Nacional, no Rio de Janeiro... Quem acompanhou ele lá foi o conjunto do Waldir Azevedo. O próprio... Então ele tocou Brasileirinho, que é uma música do Waldir Azevedo... Ele pegou o cavaquinho e começou tão ligeiro, porque era o jeito que ele gostava de tocar... Mas tão ligeiro que o conjunto não conseguia acompanhar... Aí o Waldir disse assim: "Gauchinho! Essa música é minha, ela não é assim..." E, ele respondeu, "Eu sei que ela é sua, mas quem 'tá tocando sou eu." Prá ver como é o artista, né. Tocava perfeito. Ele é conhecido aqui em Porto Alegre. Mas é conhecido mais pelas pessoas mais antigas, né. Chama-se Manoel Rodrigues. Trabalhei com ele no meu primeiro conjunto. Fizemos muito

161 O entrevistado trabalha com compra e venda de carros usados.

sucesso com esse conjunto aí. Eu tinha aproximadamente uns 18 anos. Isso já aqui em Porto Alegre.

Nós ensaiávamos muito. Éramos, também, muito solicitados. Esse conjunto nós tivemos muito tempo e fizemos muitas excursões. Naquele tempo o pessoal da rádio fazia muito show. No Cinema Castelo, aqui na Azenha... Não é mais cinema agora. Quando foi feito aquele cinema, eu toquei muitas vezes... Fiz muitos shows naquele cinema. O artista prá vir a Porto Alegre, qualquer artista, Francisco Alves, orquestra de Francisco Canaro, na Argentina, tinha que passar pelo Cinema Castelo. Os contratos que faziam para o Teatro São Pedro ou esses outros lugares aí, tinham que vir no Cinema Castelo, porque era prá população mais... Porque ali cabia mil pessoas, ou duas mil pessoas... Então quase sempre que tinha show no Cinema Castelo, nós éramos solicitados prá participar. Fazer as aberturas e tal. Então, eu tive a satisfação de tocar, aqui no Cinema Castelo, com Francisco Alves, Nélson Gonçalves, Grande Otelo... Orquestra como Rui Rei, quando esteve em Porto Alegre... Essa orquestra de Francisco Canaro... Foi a maior orquestra, típica, da Argentina.

Naquela época era um pouco diferente de agora. Agora, por exemplo, se vem o Roberto Carlos aqui, o show a noite inteira é só com ele. Naquela época era um desfile. Primeiro de artistas da cidade, depois o artista principal fazia o encerramento. Era bonito, né. Eu participei muitas vezes disso aí. Esses eram os programas de auditórios. Muito bom. Muito bem montados. Naquele tempo era tudo de gravatinha borboleta, bem arrumadinho. Era bonito. Não 'tou dizendo que hoje não seja bonito. Hoje é mais moderno. Mas, naquele tempo era assim. Smoking... Muitos desses programas eram irradiados.

Nosso gênero era só chorinho. Era solo de cavaquinho, com dois violões e um pandeiro. Era exatamente a formação do conjunto do Waldir Azevedo. Nós tocamos muito tempo na rádio Pampa, inauguramos a rádio Pampa. Também tocamos bastante tempo na rádio Itaí, era lá no "edifício do relógio", lá em cima... E, nessas outras rádios, todas elas... Fizemos muitos shows por aí.

O Túlio Piva tinha um programa na rádio Difusora... Nós éramos os músicos do programa dele. Acompanhávamos os cantores dele... O Clio Paulo, um rapaz que tocava cavaquinho muito bem... Já falecido... Era o meu cavaquinho também. Ele era muito bom. Um cavaquinho de primeira!

A gente ganhava algum dinheiro quando fazia show. A rádio nunca deu nada prá ninguém aqui. Os cachês que eles davam, não dava prá comprar uma gravata. Isso não sou só eu que 'tou dizendo. A não ser um músico, de orquestra... As rádios tinham as orquestras, não é. E também pode ser que tocasse lá prá fazer cartaz, prá pegar shows. O que dava lucro, e o que até hoje dá lucro, são os shows... Porque esses artistas que gravam discos estão sempre se queixando que a gravação não dá nada. Os compositores dizem que o direito autoral não dá nada. Mas, em compensação prá eles

virem aqui prá um show... Acredito que eles levem milhões daqui. Aí é que eles ganham dinheiro. Fazendo shows particulares. A rádio e a televisão é só prá dar a promoção.

Sempre toquei de ouvido. Não leio nada de música, por causa do meu estilo de tocar... Eu sou mais de acompanhamento. Eu gosto muito de chorinho, seresta, esse gênero. E, acompanhamento desse gênero de música, geralmente não tem partitura. É de ouvido. O mesmo que o jazz norte-americano. Aqueles cinco ou seis músicos. Tem um pianista, um clarinetista, um guitarrista, um contrabaixista, aquilo tudo é de ouvido. É a criatividade do artista. Então, o violão que eu toco é mais de acompanhamento, né.

Qualquer instrumento serve para tocar chorinho. Por exemplo, o violonista Fafá Lemos... Não faz muito tempo eu escutei um programa de uma hora, só com ele, na rádio Guaíba, na madrugada... Tem um programa nessa rádio que todas as noites tem um artista de destaque... Dessa vez foi com ele. Em gravação, é claro. Uma beleza! Toca cada chorinho... Quer dizer, o chorinho adapta-se a qualquer instrumento.

Faz tempo que comecei a tocar. Até hoje não aprendi... Como todos os violonistas... Toda pessoa que toca um instrumento tem que começar cedo, guri... Senão depois de uma certa idade é muito difícil. Por exemplo alguém aprender música depois dos 40 anos é muito difícil, mesmo que seja por música, mesmo que tenha professor... Esses solistas de bandolim, de cavaquinho, tudo é desde o começo e depois vão indo. Depois de uma certa idade, só se pode aprender pouca coisa.

Eu quando vim prá Porto Alegre, devia ter mais ou menos, 14 ou 15 anos de idade. Em Cruz Alta, onde me criei até essa idade, tinha uns amigos que tocavam violão na noite. Eu amanheci com eles na noite... Escutando eles tocarem. Prestando a atenção. Porque eu nunca tive um professor. Nunca ninguém me ensinou nada. Eu 'tou aprendendo assim, olhando as pessoas. Então foi indo. Eu tive diversos conjuntos na minha vida. Então a gente vai treinando. Nos últimos tempos, agora, eu conheci Jessé Silva. A gente tocou muito tempo junto. Também o Menotti. O Menotti é o maior músico que nós temos aqui no Rio Grande do Sul, e talvez no Brasil. Ele toca tudo que é instrumento. É bandolim, é violão, é cavaquinho, é órgão, é piano... Também de ouvido. Mas ele é uma sumidade. Espetacular! Toquei com muita gente, Alcides Gonçalves, Marino do Saxofone... Toquei com orquestra, no tempo do bolero, por exemplo. Eu toquei muito tempo guitarra elétrica.

Nós temos um conjunto que chama-se "Cinco Companheiros". Nós somos afinadinhos, certinhos... Pode entrar um outro terceiro conjunto, já não fica a mesma coisa. Quer dizer, prá gente se divertir tudo bem. Mas, como nós temos feito shows por aí... Aí é os Cinco Companheiros, porque a gente só no olhar um pro outro já sabe, né. Então a música é assim... É a mesma coisa que um time de futebol. O Grêmio e o Internacional quando compram um grande jogador, ele não entra no primeiro dia prá

jogar com a turma... Tem que treinar por causa do conjunto. E a música é a mesma coisa. A música é uma coisa só, mas os músicos tem estilos diferentes, né. Inclusive o meu estilo de tocar violão, eu uso, por exemplo, os botões do violão... Eu toco com dedeira, que é prá acompanhar chorinho, né. Tem violonistas que não usam... Só os dedos. É o caso do Menotti. Prá ele fica mais difícil, prá mim, mais fácil.

Os violonistas de acompanhamento estão quase acabando em Porto Alegre. Posso até dizer quantos já morreram. No meu estilo... Todos amigos meus. Por exemplo, o Cauby... Grande violonista da noite. O Jessé, que foi um mestre prá nós. Tocava sempre com a gente. Fizemos diversos shows no Teatro São Pedro. Também o Alcides Gonçalves, tocava violão, além de ser compositor e ter sido parceiro de Lupicínio. O Gervásio, era um cara fabuloso. Tocava junto lá no Centro Ítalo-Brasileiro, no Bonfim. Eu acompanhei com muita gente: Taiguara, Joel Nascimento... Esses caras que vinham do Rio de Janeiro. Então nós temos aqui em Porto Alegre ainda alguns violonistas, nesse estilo, mas não são muitos. Eu cito, por exemplo, Darci Alves, que é meu amigo. É um dos bons violonistas aí. Mário Barros... E, outros que agora não me recordo. Mas, muitos bons já morreram.

Eu faço esse trabalho... Mas, na hora que eu vou me divertir... Eu procuro fazer tudo que consigo, né. Eu sei cantar. Não tenho uma grande voz, mas sei cantar. Componho. Tenho diversas composições... Sou sócio da Ordem dos Músicos. Tenho carteira. Não gravei nenhuma música minha até hoje, mas muita gente que escuta já perguntou por que não foram gravadas. Porque tem valor, né? Eu passo a noite inteira acompanhando cantores, mas eu também sei fazer. Acompanhei muito Lupicínio Rodrigues, o Rubens Santos... O Rubens Santos eu gosto de acompanhar e, ele também gosta de cantar comigo. Fiz muito show com o Rubens Santos, aí no Teatro Renascença... Eu prefiro mesmo é tocar com a turma. Me sinto mais à vontade. Porque sozinho o compromisso é grande. Até prá um grande músico é grande... Com a turma a gente fica mais distraído.

Na rua Marechal Floriano, lá no centro, tem um barzinho, que era o bar da Adelaide. Esse bar existe ainda, mas não é mais dela. Há muito tempo. Aquele era o bar dos boêmios em Porto Alegre. Junto ao bar da Dona Maria,162 lá embaixo... Mas o bar da Adelaide, quando chegava depois das dez horas, o pessoal começava a se reunir ali. Era um bar pequeno. Não tinha uma noite que a gente não fosse lá. Só se tivesse com muita dor na perna, né. Eu tinha certeza que se fosse lá, encontrava fulano, mais esse e mais aquele... Se não tinham esses, tinham os outros, porque era uma turma muito boa. Foi por lá que eu comecei a ter intimidade com o Lupicínio, né. Porque eu tocava violão e eles precisam do cara que toca violão. E, um dia, o cara que vai sempre não foi, então vai o outro e quebra o galho... E, assim a gente vai ficando

162 Este era o Restaurante Dona Maria, local freqüentado por Lupicínio, mencionado por Johnson, em seu depoimento. Hoje não existe mais.

conhecido. Nos últimos cinco, ou seis anos da vida do Lupicínio eu tive muito presente com ele... Nos shows que ele fazia por aí, vinha me buscar. Era nós dois só, porque não precisava mais gente. Eu acompanhava ele. Ele me apresentava também. Ele era um cara muito bacana. Porque tem artistas que deixam o violonista de lado, não falam o nome dele... Mas ele não... O Alcides também. Acompanhei muito o Alcides Gonçalves.

Tem música gravada do Lupicínio, que foi feita no bar da Adelaide, prá ela. Muitas músicas do Lupicínio foram feitas lá naquele bar. Ela teve aquele bar muito tempo. E, era o bar da turma porque nós íamos prá lá sempre. Todas as noites a gente 'tava lá. Até amanhecer... Às vezes o sol saía e a gente 'tava lá dentro. Muito bom, muito bom... Por exemplo, um camarada que vem de São Paulo, que gosta de chorinho ou de seresta... A primeira vez que vem aqui, procuram se informar onde é o barzinho da turma da noite aqui...

Eu também tive um bar meio famoso aqui em Porto Alegre. Era o "Bar do Jorge", aqui em Teresópolis. Só abria sábado e quarta-feira. Ficou muito conhecido aqui na cidade. Todo mundo, dessa turma mais antiga da cidade, conheceu o meu bar. A televisão ia prá lá, a rádio Gaúcha ia prá lá, irradiar direto de lá... Paulo Santana não saía de lá, Kenny Braga, esses jornalistas... Quantidade! Era gostoso mesmo, viu. Tocava-se chorinho... Tudo tranqüilo... E vinha, do Rio de Janeiro, os artistas... De São Paulo... Passavam por lá. Inclusive, até posso te citar, os donos do Pasquim... Jornal Pasquim, do Rio de Janeiro... O Jaguar e o Wolf, quando vinham a Porto Alegre iam prá lá. Levaram até uma letra, de uma música minha, prá publicar no Pasquim... E, depois eu nunca comprei o Pasquim, não sei se foi publicada. Nunca esqueço de uma noite de quarta-feira... Teve um congresso de jornalismo, aqui em Porto Alegre, nacional... O meu bar era um bar pequeno... Por volta de onze e meia e meia noite... A música era sensacional! Era o Jessé, era o Menotti, era o Alcides, era o Johnson, Clio, Manoelzinho... Quer dizer, o que tinha de bom sempre 'tava lá. Dali a pouco começou a encostar automóvel e descer cara de smoking... Vinham em direção ao meu bar... Eu, como dono do bar, fui lá receber, saber quem era, né. Tudo cara de São Paulo, de Minas, do Rio de Janeiro, da Bahia... Ficaram ali, aquele monte de jornalista, gente importante... Aí a turma que 'tava tocando fez um esforço melhor. 'Tava muito gostoso. Eu sei que tem livros aí, que falam no meu bar...

Eu sempre tive minha profissão. Eu nunca vivi só de música. Não atrapalhava a atividade da música porque o meu serviço é durante o dia. Quando eu largo o meu serviço é que eu vou "fuçar" nessa outra parte aí. Mas, a noite é comprida... A noite é grande. Dizem que é uma criança. Mas ela é uma criança grande.

Minha esposa chama-se Rosete. Meu filho chama-se Jorginho. 'Tá na faculdade. Tem 21 anos. Ele até agora não botou um cigarro na boca, nem um trago de bebida. Pode ser que depois... Ele nunca se interessou por música. Nem minha esposa. Mas,

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