1 minute read

S.Paulo

Tabela 1 – Ocorrências do termo “malandro” no acervo online do jornal O Estado de S.Paulo

Década Registros

Advertisement

1910 31 1920 44 1930 240 1940 347 1950 436 1960 236

Além do crescimento, observa-se aos poucos a migração do termo “malandro” das seções policiais para as culturais, em matérias sobre livros, filmes e canções. Nas ocorrências policiais noticiadas, a referência começa a se restringir aos casos que envolveriam golpes e estelionatários, principalmente.

Uma advertência á população contra a ação dos malandros De algum tempo a esta parte, a cidade vive ás voltas com o enxame de malandros que está agindo no centro e em todos os bairros, apresentando sua atividade criminosa vários aspectos, todos, entretanto, voltados para o mesmo fim: a apropriação do alheio. Batedores de carteira, “guitarristas”, arrombadores, passadores de contos estão pondo em polvorosa a população. Principalmente os passadores de conto, mais ativos se têm mostrado, apesar de que os casos desta natureza são os que menos vem á luz, pois as vítimas, receosas de se verem expostas ao ridículo, muito raramente dão queixa á polícia e são quase sempre as primeiras a se empenharem para ocultar o logro em que caíram. A modalidade mais em voga no momento é o “conto do telefone”, do qual se contam vítimas ás dezenas, dentre as quais se incluem não só os incautos, mas também pessoas experientes, pois, essa forma de logro aparenta, com efeito, aspecto capaz de iludir ao mais espertos. (...) (O ESTADO DE S. PAULO, 16/06/1945, p.8)

Michel Misse (1999) também identifica que a denominação “malandro”, como designação de bandido, sumiria da imprensa carioca na década de 1960, sendo substituída por outro personagem com características próprias, o “marginal”. Talvez não por coincidência, quando o tipo social da delinquência urbana começa a se transformar, São Paulo veria surgir o seu maior representante da malandragem no samba.

This article is from: