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ANEXO I

ANEXO I

UMA OBRA DE CARIDADE... Como se arranja dinheiro sem trabalhar – Uma subscrição para orphams dos soldados italianos – Um espertalhão preso pela polícia Alberto Crivelaro é um indivíduo, ainda moço, esperto como o diabo. Quando está sem dinheiro – e isto se dá quase sempre – arranja logo um meio de o conseguir, sem recorrer ao trabalho, que é coisa por que sempre teve horror. O peor é que, para sahir de suas aperturas, ele não hesita em praticar as mais feias acções, pondo em risco, como ainda pouco fez, a sua liberdade. Um dia desses, o malandro fez uma, que seria muito boa, se não houvesse occasionado a varias pessoas um prejuízo de mais ou menos seiscentos mil réis, e não tivesse dado em resultado a sua prisão e o processo a que ora está respondendo, iniciado com um inquérito que correu pelo cartório da delegacia da Liberdade, sob a presidência do dr. Castellar Gustavo. Vendo-se em apuros para pagar as suas dívidas e atender ás suas necessidades, Alberto Crivelaro tomou de um papel almaço e escreveu ao alto, em caracteres bem vistosos, em italiano impeccavel, mais ou menos o seguinte: “Subscrição para os orphams dos soldados italianos, que estão recolhidos ao Hospital de Caridade do Braz.” Com aquele papel, andou por ahi afôra, recorrendo aos corações generosos. Como a simples apresentação da lista não bastaria para o êxito da empresa, e a declaração de seu nome poderia comrpommetel-o, o espertalhão apresentava-se como funcionário do consulado italiano desta capital, e dizia chamar-se Di Bone Ettore. Assim, conseguiu o finório obter de vários patrícios seus valiosos donativos, entre os quais se contam os do joalheiro João Galiberti, que lhe deu 50$000; Agostinho Bertolazzi, morador á rua Visconde de Parnahyba, 455; Antonio Barone, morador á rua dos Italianos, 161, e um outro patrício, de nome idêntico ao deste último, morador á travessa Senador Queiroz, 38. Quem deu pela esperteza do falso funccionario do consulado Italiano e “generoso protector” dos orphams dos soldados italianos foi o sr. João Galiberti, que, desconfiando dos seus modos, mandou seu filho Annibal ao consulado e depois como verificasse que tinha sido victima de um refinado larapio, á polícia, para que esta agisse como agiu, aprehendendo todos os papeis do pseudo Di Bone Ettore, que, uma vez preso, tudo confessou com o maior desplante. (O ESTADO DE S. PAULO, 25/10/1921, p.4) MODALIDADES DO CONTO DO VIGÁRIO Vendendo cedulas falsas que não existiam – A prisão dos vigaristas Já de há tempos a delegacia de Falsificações tinha denuncias de que um individuo procurava obter compradores para cedulas falsas. O dr. Alfredo de Assis determinou varias investigações no sentido de estabelecer a identidade desse individuo, verificando então tratar-se do portuguez Manuel Francisco Alvaro, residente á rua Borges de Figueiredo n.151. Manuel Alvaro também conhecido nesta capital pela alcunha de “Maneta” e em Lisboa pela de “O’ vae ó Linda!” foi posto em observação, sendo destacados alguns inspectores para tal fim.

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Sabendo que o “Maneta” procurava insistentemente um negociante dessa praça, foi este convidado a comparecer á delegacia, onde explicou á autoridade que as visitas de “Maneta” se prendiam ao assumpto da venda de cedulas falsas, propostas essas que sempre repellira. Preso o “Maneta” e conduzido á delegacia de Falsificações tentou negar que conhecia esse o referido negociante terminando, porém, por esclarecer o caso completamente. Tratava-se do “conto dos michas” já bastante conhecido e que fôra combinado por ele e outro malandro, o carroceiro Adolpho Antonio Mariano, também conhecido pela alcunha de “Careca”, trabalhador da Brahma e residente á rua Vergueiro, 361, casa 10. Mariano também foi preso e confirmou as declarações de “Maneta” accrescentando que tinham conseguido se apoderar da quantia de cinco contos de um senhor, residente na cidade de Amparo, que lhes dera essa importancia para acquisição de cedulas falsas que não existiam. O inquérito referente ao caso prosegue na Delegacia de Falsificações. (O ESTADO DE S. PAULO, 13/04/1929, p.11) MAIS COCAINA APREHENDIDA (...) A pedido da policia dessa capital e em complemento ás diligencias effectuadas em Agua Rasa, na Quarta Parada, para o esclarecimento do caso de venda de cocaina, no qual apparecem vários malandros conhecidos da polícia e bem assim um agente do corpo de segurança de Santos, o dr. João Climaco Pereira, delegado regional, ordenou fosse dada uma batida na sede de uma academia de box, situado á rua do Rosário, 126, sobrado. (...) (ESTADO DE S. PAULO, 22/06/1932, p.4) MALANDRO DETIDO Por inspectores da Delegacia de Repressão á Vadiagem foi detido o individuo Claudio Ebert, de côr preta, que usa habitualmente um macacão azul e que gosta de exibir seus conhecimentos da língua ingleza, que fala correntemente. Esse individuo é especialista no “conto do envelope”, que consiste no seguinte: vae no palácio das Industrias e escolhe entre os que alli se acham em busca de serviço, o que tenha melhor apparencia e o chama de lado, dizendo-lhe estar encarregado por uma companhia proprietária de bombas de gazolina de lhe recrutar alguns empregados. Aqcrescenta, porém, que é natural que deseje receber uma recompensa do candidato no lugar e pede certa somma. O candidato do emprego vae arranjar o dinheiro, encontrando-se depois com elle em ponto préviamente combinado. Entrega-lhe o dinheiro e elle então lhe fornece papel e envelope, ditando-lhe uma carta para o director da companhia. Vão aos Correios, deitar a a carta, e quando o ingenuo está aadquirindo sello, elle substitue a carta por uma outra, cujo envelope esta vasio, porém com o endereço idêntico ao da primeira. Paulo Caruso do Amaral, residente á rua Bella Cintra, 345, cahiu nesse conto e reconheceu Claudio Ebert como a pessoa que o lesou em 322$000. Existem ainda outras queixas contra esse mesmo indiciado, as quaes estão sendo convenientemente apuradas. Há inquerito sobre o facto. (ESTADO DE S. PAULO, 11/11/1942, p.10)

MALANDROS DETIDOS Por inspectores da delegacia de Repressão à Vadiagem, foram detidos, hontem, Domingos Rodrigues Lagos, de 43 annos de edade, chileno, sem residência fixa, batedor de carteiras; Armando Martinez, 39 annos de edade, chileno, morador no Rio, vigarista; Américo Moreira da Silva, de 25 annos, morador à rua Padre Raposo, 115, vigarista. (...) (O ESTADO DE S. PAULO, 06/10/2936, p.10) MALANDRO PROCESSADO Está sendo processado pela Delegacia de Repressão à Vadiagem o individuo Octavio Aranha, que ao se apurou, vinha lesando varias pessoas, proprietarias de aparelhos de radio, para o que se intitulava funccionario da Seccao de Radios do Departamento dos Correios e Telegraphos. Octavio Aranha, nessa falsa qualidade, apresentava-se nas residencias de suas victimas e se promptificava a fazer o registro dos aparelhos, mediante determinada quantia que cobrava e da qual passava o recibo. O inquerito subiu ao Forum Criminal. (O ESTADO DE S. PAULO, 09/05/1940, p. 8) FURTOU UM AUTOMOVEL Manuel Silveira Junior, pardo, com 26 annos de edade, brasileiro, é um malandro já muito conhecido da policia, onde registra numerosas passagens pela pratica de attentados contra a propriedade. Varias vezes processado e condemnado, os castigos que lhe foram impostos pela Justiça não bastaram para corrigil-o. Ultimamente, voltou a exercer a sua atividade criminosa e, agora, esta de novo ajustando contas com a Delegacia de Furtos. Na manhan de 3 do corrente mez, Waldomiro Pires de Oliveira Dias, proprietário da Garage Sinclair, situada á avenida Brigadeiro Luiz Antonio, 280, verificou o desapparecimento do automóvel Ford chapa TL 100 779 pertencente á firma Laborterapica Ltd. Após certificar-se de que houvera furto, aquel´e senhor apresentou queixa ao delegado espesialisado, dr. Hernani Ferreira Braga. Iniciaram-se, imediatamente, as necessarias investigações e, depois de alguns dias de pacientes pesquisas, os trabalhos policaes ficaram encerrados com pleno exito. A principio, foi identificado o autor do delicto, que era o referido Manuel Silveira Junior. Pouco mais tarde, os agentes descobriram o seu paradeiro e sem demora o prenderam. Levado á presença da autoridade, o larapio, após paciente interrogatório, confessou o crime e indicou o logar onde escondera o vehiculo. O carro furtado, cujo valor é de 15 contos de réis, depois de apprehendido, foi entregue ao dono. O inquérito instaurado sobre o facto está em andamento. Dentro de poucos dias, com o relatório do dr. Hernani Ferreira Braga, será enviado ao Fórum Criminal. (O ESTADO DE S.PAULO, 17/10/1940, p.6) PRISÕES Na rua Sergipe foi preso ante-hontem o individuo Alcides Mariano que, em companhia de outros indivíduos, que a policia não conseguiu identificar, assaltou um casal de velhos, conseguindo roubar-lhe certa quantia em dinheiro que tinham em seu poder. O malandro foi recolhido à cadeia pública. (O ESTADO DE S.PAULO, 17/01/1942, p.6)

MOVIMENTADA PRISÃO DE UM MALANDRO Ontem, ás 15 horas, no Largo da Concórdia, os investigadores Artur de Carvalho, de 50 anos, casado, residente á ladeira Coronel Rodovalho, 192, Moises Rodrigues, de 29 anos, solteiro, morador á rua Chemia Del Prat, 30, e Nesio Januario, de 28 anos, residente á rua Serra de Jaire, 464, ao efetuarem a prisão de Abilio Felipe, vulgo, “Cigarrinho”, de 21 anos, solteiro, de residência ignorada, este reagiu, dando motivo a que os investigadores fossem auxiliados por vários populares. Ao ver que o malandro fugiria, um dos investigadores deu-lhe, com a coronha do revolver, violenta pancada na cabeça, o que provocou o disparo da arma, sendo o policial atingido de raspão no pulso. Serenados os ânimos, verificou-se que os demais investigadores também estavam feridos, bem como o malandro. A Assistencia Policial prestou socorro aos policiais, sendo “Cigarrinho”, depois de devidamente medicado, removido para a Casa de Detenção. Foi aberto inquérito a respeito. (O ESTADO DE S.PAULO, 09/03/1946, p.8) MALANDRO FERIU O DONO DO BAR A FACA Ontem, ás 10 horas e meia, no bar sito á Barra Funda n.1086, verificou-se uma briga entre o dono do estabelecimento e o malandro Jorge Joaquim dos Santos, de 20 anos, solteiro, residente á rua Diana, 23 no bairro do Limão, conhecido pela alcunha de “Carioquinha”. Romeu Botana, de 20 anos, solteiro, proprietário do bar, proibira a entrada de “Carioquinha” na sua casa comercial, por saber que este era individuo perigoso. Ontem, o malandro apareceu no bar, sendo intimado por Romeu a retirar-se. “Carioquinha” não atendeu á intimação e provocou Romeu para brigar. Este, saindo do balcão, travou luta com o malandro que, tirando uma faca do bolso, golpeou Romeu no ventre. Romeu sacou de seu revolver e disparou contra “Carioquinha”, indo o projetil atingir Azor Gonçalves, de 33 anos, casado, morador á rua Candido, 1, que ficou gravemente ferido. O malandro aproveitando-se da confusão que reinou no bar, fugiu. A autoridade de plantão na central compareceu no local, providenciando a remoção dos feridos para a Assistencia Policial, onde receberam curativos, sendo em seguida hospitalizados em estado grave. Foi instaurado inquerito sobre o fato. (O ESTADO DE S.PAULO, 13/3/1946, p.6) PRISÃO DE MALANDRO Os investigadores da Delegacia de Costumes, na tarde de ontem, efetuaram a prisão do malandro Francisco Pugliesi. Numa revista que lhe fizeram, encontraram num dos bolsos do malandro 15 cigarros feitos de maconha. Francisco Pugliesi foi recolhido ao xadrez. (O ESTADO DE S.PAULO, 28/10/1947, p. 9)

Sequência de notícias com diferentes usos do termo “malandro” em uma mesma seção de “Notas Policiais”:

PRISÃO DE CURANDEIRO Prosseguindo sua campanha contra os exploradores da credulidade popular, o titular da Delegacia de Costumes prendeu ontem em Porto Ferreira o curandeiro Jeronimo Ferreira, de 55 anos de idade, casado, residente em Mogi das Cruzes. O malandro se dizia “especialista” em moléstias do fígado, “receitando” infusões de figo selvagem para todos

os casos. O indiciado foi encaminhado á Delegacia de Costumes e, depois de prestar depoimento, recolhido ao xadrez. MOVIMENTADA PRISÃO Foram presos ontem, pela seção de Vigilância e Capturas, José Pinto e José de Oliveira Silva, há 3 dias saído da Casa de Detenção, quando passavam a Eliseu Emilio Balbino o “conto do legado”. Os malandros resistiram á prisão a tiros, tendo os policiais feito uso das suas armas, ficando ferido um individuo que passava na ocasião pelo local. A prisão se efetuou nas esquinas da rua General Jardim e Amaral Gurgel na ocasião em que a vítima entregava aos malandros Cr$ 24.000,00 a fim de garantir a entrega de um legado de Cr$ 48.000,00, de que se diziam portadores. Os indiciados foram encaminhados ao Departamento de Investigações e, depois de prestarem declarações, recolhidos ao xadrez. FURTADO EM Cr$ 42.000,00 Raimundo de Medeiros, comerciante, estabelecido em Pedro Afonso, Goiás, hospedado no Hotel Santa Helena, nesta capital, ontem, quando viajava no auto-ônibus da linha Tucuruvi foi furtado em Cr$ 42.000,00. O malandro a fim de se apoderar da carteira da vítima, cortou com “gillete” o bolso trazeiro de sua calça. A importancia furtada era composta de 42 notas de Cr$ 1.000,00 e todas as cédulas estavam com um dos cantos picotados, portanto, fácil serem reconhecidas, quando apresentadas. (O ESTADO DE S.PAULO, 17/09/1948, p.9) CONTO DO VIGÁRIO Compareceu ontem á Delegacia de Repressão á Vadiagem, o capitalista José Forte, proprietário de casa bancária, alegando que fora vítima de dois malandros que lhe passaram um conto do vigário de Cr$ 2.300.00,00. Em declarações prestadas naquela delegacia, esclareceu que há dias foi procurado por dois indivíduos que se diziam agrônomos e se chamar-se Pablo Herminio Cortez e Agostin A. Romero e lhe propuzeram a venda de dólares contrabandeados pelo porto de Santos. Atraido pela perspectiva de lucro, o banqueiro não hesitou em dar aos dois malandros Cr$ 2.300.00,00 por uma mala que continha vários pacotes de dólares. Ao conferir os respectivos pacotes, verificou que somente as notas de fora eram dólares que, no seu interior, existiam tão somente, pedaços de papel de jornal cortados no mesmo tamanho das cédulas norte-americanas. Dado o alarme, foram destacados vários investigadores que vistoriaram diversos hotéis, inclusive o “Lord Hotel”, á avenida São João, onde os dois malandros estavam hospedados, estações de embarque do aeroporto de São Paulo e outros pontos, sem nenhum resultado para a captura dos malandros. Prosseguem as diligencias policiais. (O ESTADO DE S.PAULO, 13/-4/1950, p.5) PRISÃO DE MACUMBEIRO Investigadores da Delegacia de Costumes prenderam ontem José Rodrigues, de 35 anos de idade, casado, pedreiro, residente á rua Capitão Guilherme Pompeu, 300, no bairro do Jabaquara, responsável pelo Centro Espírita Socorro. Há 2 anos que José Rodrigues vem exercendo a pratica de curandeirismo e da macumba, dando consultas de Cr$ 100,00 a Cr$1.000,00. Arranjava casamentos, emprego, fazia separação de casais, despachos nas encruzilhadas, nas praias e nos morros, de acordo com seus guias espirituais. Foi efetuada farta apreensão de material de macumba. O malandro foi recolhido ao xadrez.

(O ESTADO DE S.PAULO, 12/03/1954, p.9) PRISÃO DE MALANDRO Ontem, Francisco Alamino, de 35 anos de idade, solteiro, residente á rua Jacuna, 137, ao apresentar queixa na Delegacia de Roubos, sobre o desaparecimento de um terno, avistou o malandro Alcides Teofilo Filho, vulgo “Meia-Noite”, de 29 anos de idade, morador no mesmo endereço, que estava vestido com o seu terno. Alcides Teofilo Filho, egresso da Penitenciaria do Estado, onde cumprira pena de 7 anos de reclusão, fora áquela delegacia a fim de solicitar emprego. O malandro foi preso em flagrante e recolhido ao xadrez. (O ESTADO DE S. PAULO, 16/07/1954, p.10) MALANDRO NO ÔNIBUS Ontem esteve na Delegacia de Vadiagem o sr. Guilherme Carlos Frederico Gutchow, com 70 anos de idade, residente à Estrada do Congo, 2046, apresentando queixa de que quando viajava no ônibus Jabaquara, às 12 horas, lhe haviam furtado a carteira com um cheque a favor de Gerarg Hutuig, no valor de Cr$ 2.300,00. Foi imediatamente comunicado o fato ao Banco Brasileiro de Desconto e na hora da apresentação do cheque foram detidos dois soldados do Exército. Encaminhados à Delegacia de Vadiagem, confessaram que foram receber o cheque a pedido do malandro João Francisco Italiano, também conhecido como João Francisco Almeida, soldado do exército, solteiro, residindo à rua Maria José, 252. O malandro foi detido em frente ao cine Metro e encaminhado à Delegacia de Vadiagem. (O ESTADO DE S. PAULO, 28/07/1954, p. 10) PRISÃO DE MALANDRO Foi preso ontem, pela Delegacia de Furtos, o conhecido malandro Natal Gomes, também conhecido por Natal Gomes de Carvalho. Em poder do malandro foram apreendidos os seguintes objetos: um isqueiro marca “Ronsson”, com o nome de O. Ferrari gravado; um monograma de ouro com as iniciais O.F., uma pulseira com o nome “Suely”, e uma pistola automática, marca F.N., n. 164.506. Natal Gomes negou ter furtado os referidos objetos, dizendo tê-los adquiridos de um amigo. (O ESTADO DE S. PAULO, 17/04/1954, p.10) FALSIFICAVA PIMENTA Foi preso ontem, em um bar na estrada do Mandim, 2355, o malandro Antonio Nakashima, que tentava vender pimenta do reino e molho de pimenta falsificados. Antonio tinha em seu poder alguns vidros contendo água com terra vermelha e pacotinhos contendo terra. (O ESTADO DE S.PAULO, 28/03/1963, p.16)

Ocorrências de malandragem na “Boca do Lixo”

MATOU O DESORDEIRO Ontem, às 21 horas, na rua Itaboca, defronte ao prédio n.16, registrou-se um crime de morte. Segundo ficou apurado um individuo, cuja identidade a policia não conseguiu esclarecer, mas que de acordo com as informações prestadas por testemunhas, é um elemento de maus antecedentes e tido como desordeiro naquele local, foi morto a tiro de carabina por um soldado do Districto, que estava fazendo o serviço de ronda na zona do meretrício.

Áquela hora, a victima conversava com um soldado da Força Publica que estava á paisana. Em dado momento, os dois se desavieram e começaram a discutir acaloradamente. O malandro que apresentava 35 anos, de côr parda, quis agredir o militar. Nessa altura apareceu o soldado Roberto Martinelli, de 23 anos de idade, solteiro, residente no 4º R.I. do Exercito, o qual estava ali destacado como patrulheiro. Roberto separou os briguentos e aconselhou o militar que estava à paisana a retirar-se, no que foi atendido. Quando, no entanto, abandonava o lugar da discussão, percebeu que o desordeiro seguia seus passos. Parando, percebeu que o desconhecido empunhava uma navalha e pretendia agredi-lo. Ao prender o malandro, este avançou em sua direção com o intuito de agredi-lo a golpes de navalha. Fazendo uso de sua carabina, que levava á tira colo, disparou um tiro, que foi atingir o ventre do desordeiro, tendo este poucos instantes de vida. O subdelegado Felicio Cetra, dirigiu-se para o local e tomou as providencias que o caso requeria, fazendo remover o cadáver para o cemitério do Araçá, depois de fotografado pela Policia Tecnica. Roberto Martinelli, após prestar declarações no inquerito instaurado a respeito, foi encaminhado ao Quartel de sua corporação, onde aguardará julgamento. (O ESTADO DE S.PAULO, 14/04/1949, p.8) MOVIMENTADA PRISÃO DE UM MALANDRO Ontem, ás 6 e 30, foi preso por investigadores do Departamento de Investigações, auxiliado por um pelotão de choque da Força Policial, o perigoso assaltante Antonio Pereira Lima. Conforme noticiamos, o malandro há dois meses conseguiu fugir de uma viatura que o conduzia da Ilha de Anchieta para a rua do Hipodromo. Desde então vinha sendo procurado pela policia, tanto nesta capital quanto no interior do Estado. Anteontem, ás 21 horas, vários investigadores destacados para descobrir seu paradeiro, deram o alarme de sua presença no Hotel Paraguaçu, á rua Vinte e Cinco de Janeiro. Imediatamente para lá seguiu um pelotão de choque da Força Policial, mas o malandro percebendo a presença da policia conseguiu fugir, sob o disfarce de oficial do Exército. Foi mobilizado mais um grupo de choque e diversos investigadores do Departamento de Investigações, que se puseram no alcanço de Pereira Lima, através de matagais e ruas dos bairros Casa Verde, Vila Brasilandia, Freguesia do Ó, Imirim, Vila Espanhola e outros, pois segundo informações do porteiro do hotel ele tomara aquele rumo. Entretanto, essas buscas foram infrutíferas. Horas depois, quando a caravana policial já voltava para o D.P., um investigador que se achava nas imediações da rua Santa Ifigenia, comunicou ao plantão que tinha visto um oficial do Exército, com as aparências do malandro, entrar no Hotel Esplendor acompanhado de um menor. Dirigindo-se para lá, os investigadores prenderam, no quarto 43 do referido hotel, sito nas esquinas das ruas General Osorio e Guaianazes, Pereira Lima e um irmão de menor idade. O assaltante foi encaminhado para o presidio da rua do Hipodromo, sob forte escolta, e o menor encaminhado ao Juizo de Menores. (O ESTADO DE S.PAULO, 04/03/1950, p.7) REPRESSÃO AO LENOCÍNIO Ontem, às 22 horas e 20, no cruzamento das ruas Aurora e Santa Ifigenia, foi preso pelo investigador Candido Francisco de Castilho, o individuo Faustino de Carvalho Filho, acusado de viver de lenocínio. O malandro, há tempo estava sendo procurado pela policia,

pois contra ele fora expedido mandado de prisão. (O ESTADO DE S.PAULO, 22/11/1954, p.9)

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