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Tabela 4 – Imagens e ideias correspondentes em “Capítulo 4, Versículo 3” e “Na Fé Firmão”

de sua honra, em linha com a observação de Alba Zaluar (2000:163) sobre a ideia de “revolta”, baseada em uma concepção de justiça social e de honra masculina. Na letra do rap, essa concepção pode ser notada na exaltação do próprio MC, com repetição do nome no refrão, e nos versos modalizados pelo verbo “saber” (“eu sei muito bem o que eu quero”, “eu sei do meu direito ninguém vai me intimar”, “sei do meu valor quem quiser vai aprender”). Outra característica do “ladrão nobre”, segundo Eric J. Hobsbawm, é o destemor, que pode ser observado nas afirmações da personagem. Nota-se uma disposição guerreira, de quem não é “o crime e nem o creme”, mas enfrenta a morte e os inimigos de maneira desafiadora: “Pra bala eu só vou se um pilantra me matar/ Quem não deve não teme”; “o meu time não hesita/ Aqui não treme”; “Pilantra aqui não cabe, é só guerreiro no abrigo”; “Prossigo sem medo/ Armadilha tem um monte à minha espera”. A soma de todos esses elementos no rap delineia um sujeito em estado de plenitude, “firmão”, em conjunção com seus valores. Pode-se dizer então que mesmo tendo a sua identidade associada a um bandido, Edi Rock se autocelebra (“levante a taça e tome um trago”), assim como fez Mano Brown, à sua maneira, em “Capítulo 4, Versículo 3”. Apesar de não alcançar a dicção agressiva140 do parceiro de grupo, o gesto de revide à sua categorização como um homicida está bem marcado, por exemplo, através dos scratchs que iniciam e encerram o rap.

Tabela 4 - Imagens e ideias correspondentes em “Capítulo 4, Versículo 3” e “Na Fé Firmão”

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“Capítulo 4, Versículo 3”

“esvazia o lugar/ Eu tô em cima, eu tô a fim, um, dois pra atirar” “tenho muita munição”

“Na Fé Firmão”

“Mãos ao alto, é um assalto”; “A fita foi tomada, se joga, tô envolvido” “Eu tô trepado, armado pente estufado”

140 Conforme Walter Garcia (2013:82) “(...) a agressividade dos raps, adensada a cada trabalho, também comunica a lucidez do Racionais MC’s”. Em depoimento ao canal do Racionais MC’s no YouTube, por ocasião do lançamento do livro Sobrevivendo no Inferno, a filósofa Djamila Ribeiro afirma que o grupo conseguiu “organizar o ódio de maneira brilhante” por meio de suas produções, da forma como se comunicou e pensou a própria realidade, e que isso possibilitou elaborar estratégias construtivas para a coletividade. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rrImxSr0mQo. Acesso em 28 de outubro de 2017.

“Talvez eu seja...”

anjo franco atirador “número um guia” “Brown cachorro louco” “É um mistério, trago na manga um suspense” anjo do bem franco atirador “falange de senzala” “cachorro louco lá do Norte”

“minha palavra vale um tiro”

“um rap que atira consciência” “Meu estilo é pesado e faz tremer o chão” “Som que abala, a parede estremece” Malandragem - “malandro ou otário” Malandragem / drible / astúcia - “tem que ser malandro pra ficar de pé e fazer gol”; “Uso uma blusa preta de couro puro / Se eu vazar ninguém vai me achar no escuro”

Rap como remédio - “rap venenoso”, “abalar o sistema nervoso e sanguíneo”, “minha palavra alivia a sua dor” Rap como remédio e entorpecente - “a cura, a vacina/ protótipo, antídoto, uma nova adrenalina”

Tom profético - “a profecia se fez como previsto” Temporalidade - “um nove nove sete/ depois de Cristo” Coletividade / manos - “apoiado por mais de 50 mil manos”

Poder destrutivo das drogas “neguinho” “o demônio (...) Te oferece dinheiro, conversa com calma/ Contamina seu caráter, rouba sua alma/ Depois te joga na merda sozinho” Tom profético - “a profecia diz que o mundo tá pra acabar” Temporalidade - “século vinte e um”; “dois zero zero dois” Coletividade - “meu exército”, “o time”, “parceiro de Ice Blue e Mano Brown/ KL Jay” Poder curativo das drogas “desertor no caminho” “Pois o mal te oferece entregar no céu numa bandeja”

Papel das mídias – rádio, jornal, revista, outdoor; comercial de TV, filme Papel das mídias - revista Veja, Rede Globo, TV, programa “Flash”, novela

“Que não deixa o mano aqui desandar/ E nem sentar o dedo em nenhum pilantra/ Mas que nenhum filha da puta ignore a minha lei”

“plaboy forgado”

“Foda é assistir a propaganda e ver/ Não dá pra ter aquilo pra você/ Playboy forgado de brinco, um trouxa/ roubado dentro do carro na avenida Rebouças/ correntinha das moça, as madame de bolsa/ dinheiro... não tive pai não sou herdeiro”; “aquele muleque de touca/ que engatilha e enfia o cano dentro da sua boca”; “Seu comercial de TV não me engana/ Eu não preciso de status nem fama/ Seu carro e sua grana já não me seduz/ E nem a sua puta de olhos azuis” Sobrevivência - “permaneço vivo/ prossigo a mística/ 27 anos contrariando as estatísticas” Rapper como alternativa entre o mendigo e o marginal “Pra bala eu só vou se um pilantra me matar”; “Pilantra aqui não cabe, é só guerreiro no abrigo”; “No nosso exército tem vários truta/ De prontidão pra enquadrar filhas da puta/ Traidor aqui logo mostra a sua cara/ Desertor no caminho não aguenta e para” “playboy sua frio, mauricinho não se mete” “Socialite, piscina, dólares, mansão/ Isca forte brilha olho de qualquer ladrão/ Pra quem não tem mais nada a perder/ Enquadra uma Cherokee na mira de uma PT”

Sobrevivência - “30 anos se passaram, não é nenhum brinquedo”; “tô firmão/ na fé firmão” “o rap é o caminho de uma vida”

Em “Na Fé Firmão”, a imagem do bandido também é aproveitada pelo MC a partir da manipulação de sinais e de representações associadas a ele. Conforme Erving Goffman (1985:73), “o que parece ser exigido do indivíduo é que aprenda um número suficiente de formas de expressão para ser capaz de ‘preencher’ e dirigir mais ou menos qualquer papel que lhe seja dado”. Na música, Edi Rock assume uma fachada já estabelecida para

ele na sociedade (como se soubesse da dificuldade de escapar do estigma) e, dentro de seus limites, tenta regular a sua imagem por meio da ideia do bandido heroico. Esta figura marginal específica implica princípios morais dignos de respeito e admiração, como a defesa do bem contra o mal, da lealdade, da coragem e da liberdade, assumidas pelo protagonista ao longo da narrativa cantada. Conforme Eric J. Hobsbawm (2010:27), a história do banditismo social deve ser estudada como parte da história do poder, ou seja, do controle desempenhado pelos governos ou outros centros de força.

Os bandidos, por definição, resistem a obedecer, estão fora do alcance do poder, são eles próprios possíveis detentores do poder e, portanto, rebeldes potenciais. Na verdade, a palavra “bandido” provém do italiano bandito, que significa um homem “banido”, “posto fora da lei” seja por que razão for, ainda que não surpreenda que os proscritos se transformassem facilmente em ladrões. (HOBSBAWM, 2010:26) Pensar a configuração do bandido como alguém “posto fora da lei” é interessante, pois envolve uma necessária desnaturalização da forma como a lei é produzida e de como opera. A expressão utilizada por Hobsbawm aponta para as relações entre a gestão da ordem e a fabricação da delinquência, sobre as quais se debruçou Michel Foucault (2005), ao definir a noção de ilegalismo como um instrumento de análise, passível de identificar uma tecnologia de poder. No caso abordado por Edi Rock em “A Vítima”, um exemplo seria o tratamento diferencial do delegado-assistente que, se valendo da autoridade que lhe é conferida pela própria lei, passa por cima de seus trâmites para desmentir a versão do MC, antes mesmo dos resultados da perícia. Michel Misse (1999:70-71) define que a transformação de alguns tipos sociais em “sujeitos manjados” acontece “quanto maior for a capacidade do poder de definição de antecipar (ou prever) a adequação da incriminação a um indivíduo”. Como a primeira instância desse poder é a polícia, a fase policial do processo de incriminação ganha autonomia e importância, ainda mais conforme o grau de exclusão e de segregação social do acusado. Nesse âmbito, faz todo sentido no rap a construção da personagem do bandido como alguém que contesta um poder difuso. A lei em si não seria capaz de determinar a marginalidade pois, como explicam Vera da Silva Telles e Daniel Hirata (2010:42) e se discutirá melhor adiante, na economia política dos ilegalismos “se estruturam campos de força e jogos de poder que deslocam, fazem e refazem a demarcação entre a lei e o

extralegal, entre a justiça e a força, entre acordos pactuados e a violência, entre a ordem e seu avesso”. O protagonista demonstra ter acumulado aprendizados sobre tais dinâmicas (“vou prosseguir, aprendi, sei jogar”) e também se apoiar em outros recursos, que vão da companhia de um anjo de guarda “que mostra quem é quem” ao uso de um colete à prova de bala. A tensão pela disputa da legitimidade também é exposta em afirmações como “Na rua eu conheço as leis e os mandamentos”, ou seja, uma indicação de que existiriam outras normas justapostas às oficiais (“No corredor da morte o apelo da sentença/ O sol da liberdade é a verdadeira recompensa”). Como explica Gabriel Feltran (2007, 2010, 2012, 2013), a partir do crescimento da criminalidade violenta se constata nas periferias uma sociabilidade renovada, em que o “mundo do crime” é entendido como parte da comunidade e não o seu oposto. Pouco a pouco, os grupos criminosos assumiriam o papel da força de coerção que normatizaria as regras de convivência das favelas e que implementaria a justiça, revelando nesses territórios a existência de outros dispositivos de gestão da ordem, que coexistiriam com a lei oficial e suas formas de regulação, nem sempre competindo com ela.

Como é muito difícil – por vezes impossível – obter usufruto concreto da totalidade dos direitos pelo recurso às instâncias legais e à justiça do Estado, apela-se a outras instâncias ordenadoras que passam a ser percebidas, então, como complementares àquelas estatais que funcionam. (FELTRAN, 2010:60) Assim, essa normatização específica – também chamada de “ética”, “lei” ou “proceder” – observada ao longo da primeira década dos anos 2000, não se trata de uma negação da legalidade oficial, mas de “uma decisão instrumental, amparada na experiência cotidiana”, considerada legítima no plano local, ainda que por falta de outra opção, ressalta o pesquisador. Portanto, a concepção presente em “Na Fé Firmão” que transforma bandidos ou marginais em figuras responsáveis por garantir a lei, a justiça e a honra dos demais não seria contraditória. Um ideal normativo específico está indicado em trechos como “No nosso exército tem vários trutas/ De prontidão pra enquadrar filhas da puta”. A aparente ambiguidade, mais uma vez, seria responsável por desmontar uma visão do senso comum de que o “mundo do crime” existe num polo oposto à lei e à ordem, conforme discute Gabriel Feltran.

O “crime” seria, nessa perspectiva, o esteio de uma comunidade centralmente afeita a valores justos. Comunidade que, por isso, denuncia a injustiça dos estigmas a que é submetida e, ao fazê-lo, apresenta-se como comunidade moral, portanto passível de integração ao mundo da ordem estatal e religiosa dominantes. (FELTRAN, 2013:46)

A relação entre a dinâmica presente nas periferias paulistanas, estudada pelo sociólogo, e as situações apresentadas nas músicas seriam posteriormente comentadas abertamente pelo próprio grupo:

Repórter – O que você tem a dizer sobre a juventude brasileira que é exterminada? Brown – O conhecimento profundo que eu tenho é sobre São Paulo. Em São Paulo, hoje, existe um movimento diferente, então esse extermínio foi temporariamente bloqueado por leis que não são do governo, certo? São de um outro governo. Nos outros Estados, eu temo que a solução seja essa. O governo não conseguiu fazer uma ação concreta a respeito da segurança, e o crime organizado conseguiu. Isso é até mais preocupante... (MANO BROWN, AFROPRESS 141 , 2008) Isso [diminuição dos homicídios nas periferias com o surgimento do PCC] é uma grande realidade que não devemos ou podemos negar. O poder paralelo tem uma ação que o Estado não consegue, é como o Brown falou, é uma brecha que o Estado dá e deixou na periferia, aí o crime entrou. A gente entende essa ordem como uma bandeira branca: vamos viver aqui, não vamos nos matar, não pode roubar na casa dos outros. É como se fosse um conceito de respeito, uma palavra de ordem. Isso não foi o Estado que fez, foi o próprio povo. Hoje, com essa lei interna, muita gente deixou de morrer. Hoje é muito mais palavra e respeito do que uma insígnia. Tem um conceito, um respeito, uma organização, mesmo sendo paralela, foi natural, era preciso se organizar de alguma forma. Eu tenho convicção que o rap ajudou muito, e quem criou essas leis sempre ouviu rap, a gente faz parte dessa bandeira branca na quebrada. (EDI ROCK, CAROS AMIGOS, 2012) Logo, a presença de figuras de marginalidade em “Na Fé Firmão” também deve ser considerada à luz deste contexto histórico. No rap, são três os papéis assumidos pelo MC: um ladrão, um traficante e um homicida. O ladrão teria suas ações motivadas pelas desigualdades, traduzidas em símbolos como a socialite, a piscina, os dólares e a mansão. Por meio da ideia de “roubar dos ricos para dar aos pobres”, como consta na lenda de Robin Hood, ele se posiciona com um discurso contrário à elite, o que também faz algum sentido, quando se tem em vista que os assaltantes se tratam de um dos poucos grupos capazes de confrontar de alguma maneira o poder dos ricos em nossa sociedade.

141 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PQ4dP2evx9w&t=334s. Acesso em 15 de outubro de 2018.

Para as classes altas e médias, desacostumadas às temáticas relacionadas ao crime e à morte violenta nas periferias, ou tendo acesso a elas por meio da leitura proporcionada pela imprensa, os raps do grupo provocam um “incômodo ideológico”, conforme Raquel Mendonça Martins (2014), a partir da leitura de Theodor W. Adorno (2006). Isso porque desestabilizariam o conformismo de classe apoiado na aquisição de bens materiais, passíveis de ser subtraídos ou obtidos ao preço de uma vida, como sugerem as letras das músicas. Compreende-se então, a escolha da metáfora do crime como “gramática política” dos MCs, em linha com o pensamento de Henrique Yagui Takahashi (2012). Ao se colocar no papel de um homicida, a personagem destaca que possui um propósito diferente: matar o mal que encontrar pela frente. Esse confronto é o que revela a sua virtude, por contraditório que pareça. Assim, o rap é sua arma para propagar o bem e se defender das armadilhas criadas pela sociedade, que reservariam, a ele e aos seus pares, posições pré-determinadas no “jogo da vida”, situadas na pobreza, no futebol, na morte precoce, nos vícios e também no crime – e mesmo os indivíduos que seriam levados a cometê-lo (pois não teriam nada a perder) estariam apenas cumprindo com o esperado. O homicida é apresentado como uma decorrência do traficante, no trecho em que o MC compara a sua música a uma droga, com ênfase sobre o seu efeito curativo (“vacina”, “antídoto”). A valorização do marginal/rapper se daria, portanto, através da apreciação daquilo que também seria considerado clandestino e proibido na sociedade (“Puxa, prende, solta a fumaça/ Viaja no meu som que essa erva é de graça”). A passagem do traficante ao homicida (“Liga os louco do trago que Pablo ressuscitou/ Sou o franco atirador, meu homicídio é diferente”) reflete a violência que rege as transações desse mercado, enfatizada pela periculosidade do narrador (“Eu tô trepado, armado, pente estufado”) e pelos riscos iminentes a quem ousa se envolver com o ramo das drogas/da música (“No nosso exército tem vários trutas/ de prontidão para enquadrar filhas da puta”; “Desertor no caminho não aguenta e para/ É mais difícil do que ele pensou/ Tem que ser malandro pra ficar de pé e fazer gol”). É interessante a circunstância de que a droga/música é ofertada sem distinção (“Chega mais que tem pra todos”), com a justificativa de que o MC/vendedor de drogas não seria “racista ou um tolo preconceituoso”. Além de remeter ao mercado de entorpecentes, consumidos em todas as classes sociais, a construção sugere também a apreciação daquela “nova adrenalina”, ou seja, a música do Racionais, por indivíduos de

diferentes estratos sociais, o que era um fato desde o disco anterior142. Aponta ainda para a criminalização do consumo de drogas, percebida em associação ao tráfico. Ao estudar a sujeição criminal, Michel Misse (2010:31-4) também se debruçou sobre a ampliação de códigos e linguagens do submundo para outras áreas da sociedade, inclusive por meio de filmes e músicas. Essa ampliação estaria relacionada com o crescimento da representação social de um “aumento da violência” e com o reconhecimento de uma espécie de cultura associada a certos sujeitos. A expansão do consumo de drogas, por exemplo, faria com que a antiga linguagem do tráfico se generalizasse, sendo partilhada “clandestinamente” por meros consumidores.

Por razões de confidência e de reconhecimento recíproco, mas também por um processo identitário, desenvolvem-se códigos e linguagens próprios, cuja generalização aos grupos de entorno e até mesmo a segmentos da sociedade mais abrangente indica já o grau de sua sedimentação social, de sua antiguidade, de sua continuidade, de sua influência, bem como de suas metamorfoses e rupturas, ao se produzirem novos significados apoiados em significantes antigos ou ao se condensarem vários significados, algumas vezes ambíguos, num mesmo significante (MISSE, 2010:31).

Portanto, a popularidade da personagem do bandido nos raps do Racionais parece estar associada a alguns aspectos. A criminalidade e a violência expressas nas músicas não são meramente exaltadas, mas constituem o retrato do cotidiano de um grupo de indivíduos que têm seus dramas subjetivos vinculados a elas no dia a dia. Vale lembrar, como faz Walter Garcia (2007:180), que nos raps são comunicadas “experiências concretamente vividas pela comunidade ou pela classe social do rapper”. A partir da análise de operações amplas de repressão policial nas periferias, Gabriel Feltran (2007) fala em uma “plasticidade” da categoria “bandido”, um conceito que dialoga com a ideia de “sujeição criminal” de Michel Misse (1999). Essa plasticidade envolve a passagem entre a repressão ao ato ilícito e a repressão ao indivíduo que o pratica, ou seja, a identificação entre o ato ilícito e quem o realiza. Segundo Gabriel Feltran,

Esta identificação não permite remissão – por onde este indivíduo circular, estará ali a ameaça do crime. A naturalização da imagem dos indivíduos forada-lei exige uma forma concreta de identificá-los. É possível, então, encontrar

142 Estima-se que Sobrevivendo no Inferno vendeu mais de 1,5 milhão de cópias. Fonte: Racionais MC’s – site oficial. Disponível em: http://www.racionaisoficial.com.br/timeline/?p=527. Acesso em 20 de outubro de 2018.

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