Carmen Miranda,
a cicerone luso-brasileira na américa
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dades desses elementos na performance desse cicerone, tentando principalmente, perceber a configuração das memórias regionais e as retóricas holísticas impressas nos gestos e na dança. A memória impressa no corpo É sabido que Carmen Miranda ficou conhecida pelo figurino e por seus gestos amplos, quase uma mímica, reforçando o que era cantado. Nos poucos registros das atuações nos primeiros filmes, ainda no Brasil, estava sempre em cena aquela mulher expressiva considerada a atriz dos “olhos vivos” (CASTRO, 2005) por seu canto extrapolar os limites da voz, tornando-se algo completo na cadência dos gestos (principalmente de rosto) e da dança. O ato de gesticular de forma expansiva é um traço de sua característica pessoal fruto de uma memória cultural incorporada que são percebidas em: técnicas do corpo que são o resultado de uma maturação ao longo de várias gerações, memórias gestuais que no sistema nervoso central são resultado do fortalecimento ou enfraquecimento de conexões sinápticas, esquemas sensório-motor piagetianos, rotinas, estruturas e dobras cognitivas, cadeias operatórias inscritas na linguagem gestual e verbal – acontecendo em uma penumbra diferente do automatismo, mas onde o exercício do julgamento não é realizado –, transmissão social que nos ancora em nossas práticas e códigos implícitos, costumes introjetados no espírito em que neles se pense ou sem
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