Bitterfly

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de




Bitterfly © Marcelo Vital 2006 V 836 Vital, Marcelo Bitterfly / Marcelo Vital - Rio de Janeiro, 2006 [32] p.: il. ISBN 85-906023-2-X 1.Contos Brasileiros CDLL 869.0(81)-34 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a expressa autorização do autor.




Em um lugar qualquer...


...horroroso e fedido onde ficar ninguĂŠm quer,


estava escondido...


...um lugar com magia, onde sempre brilhava o sol e uma 谩rvore crescia, com uma borboleta que reinava, s贸.


Mas, longe e escondida num cano de esgoto, uma barata via aquele v么o maroto...


E dia após dia, ela só murmurava: “Borboleta vazia, vou dar-lhe uma trava!”


Para quê essa vida? Se não servia pra nada? “Era melhor ser temida a querer ser amada!”


Mas a borboleta a ignora, linda, assim como a aurora.


“Borboleta má... já vou mostrar! Se é assim que quer, assim será!”


A barata, de verdade, no fundo, s贸 queria ser bonita. Mas em seu universo, imundo, restava, apenas, ser temida...


Os outros animais gargalhavam demais

das suas tentativas de se tornar atrativa.


Quando, depois de outro fracasso, ela imaginou o pr贸ximo passo.

A barata seguiu para uma casa perto.


Parou na cozinha e fez um lanchinho.

Andou por todos os lados, do ch達o ao teto. Assustou o morador com um sorrisinho.


...

torta a d o t u

Corre

...fugindo do c

hinelo...

...quando

...

...sai

orta p a l u pe

usaram o

martelo..

.


E, lá fora, riu da borboleta que não vivia pois era careta...

Bela pra quê? Linda pra quem ver?


Nesse momento a borboleta enfezou-se e agiu como se uma fera ela fosse: “Você só reclama!” Disse o belo inseto “Esse não é o jeito certo!”


“Não sei porque!” A barata desdenhou. “Você nem poderia mostrar o seu vôo tão belo lá dentro daquela casa...” Disse para a borboleta, já em brasa.


Irritada a borboleta tremeu. “É fácil! Todos gostam de mim!” A barata, com os olhos em breu. “Claro... então vá enfim!”


A borboleta aceitou a aposta voou pela janela.

Entrou, toda disposta, rindo-se da balela.


Rodopiou

e fe zr

ev ira vo lta s

...

...v oo ue

voo ub

astante... ... e t n a ...ficando triunf

as! r b o bar as man a c a o a ...


Isso despertou o morador que, num ímpeto de amor, alcançou, rápido, uma rede capturando-a contra a parede.


...o

DaĂ­ foi tudo depressa...

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o. reg

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go e o


E a borboleta jazia, num instante...

...sem destaque, vazia...

...na estante.


Na vitrine, havia uma coleção, de fora, a barata via. Como sabia, há um tempão Era essa a ironia...


“Tanta beleza e num vidro está!” Pensou ela, voltando ao lar. “Melhor viver e o terror espalhar!” Cantarolou, devagar.


As nuvens fecharam no céu do lixão e o único raio de sol calaram.

A árvore resistiu só um pouco.


E, como tudo ĂŠ muito louco, as baratas, o mundo, dominarĂŁo!




Bitterfly Bitterfly Uma mancha pelo céu. Voando escura nas nuvens claras e amarga como fel. Um vôo torto, um canto triste, um sonho morto que resiste. Porque é assim? E ainda tenta! Não vê o fim dessa tormenta? Pela beleza ou pela glória? só estranheza tem essa história... Mas vá em frente, se é o que quer! Mostar à gente o que puder!

Fantasia ou sonho mau, Até há quem ria no final! Usar argúcia ou a beleza? Só a dúvida é a certeza. Pelas casas em alto vôo negras asas provocam enjôo, ou o turbilhão multicor na imensidão de flor em flor... Causar horror ou colher amor dividem a alma e afastam a calma.

Uma fábula, quase um cordel, sobre a vida e escolhas pessoais com um final surpreendente. O velho tema: Conteúdo versus Aparência tratado de uma maneira esquisita que só... Totalmente desenhado com um estilo que faz cada página parecer ter sido feita ao acaso, Bitterfly promete sorrisos irônicos, sensação de náuseas e, para os com mais sorte, uma reflexão sobre a vida. E, afinal, quem não gosta de borboletas arrogantes e baratas invejosas num esgoto imundo? Divirtam-se!

A vida vai, dia a dia, para a só e vazia Bitterfly

2006 © Marcelo Vital Todos os direitos reservados


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