Revista Unifica - Segunda Versão

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Ano I - Nº 1 - Fev/Mar de 2013

Evandro Otura Airá Ifanilorun Babalawô dá entrevista marcante

Igualdade Racial & Tolerância Religiosa

De mãos das por um mundo melhor

Ogunda Masa Diz Ifá que neste odu nasce a UNIÃO entre os HOMENS

É a UNIÃO que faz a FORÇA!

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5 Editorial Apresentação da revista

7 Entrevista

24 Coisas de Mulher

Com o Olwo Siwaju Evandro Otura Airá

Políticas Federais voltadas para os direitos das mulheres.

16 Candomblé

26 Baralho Cigano

Incêndio criminoso na Roça do Ventura, na Bahia

O que dizem as cartas

19 Umbanda A nova cara da Umbanda no Brasil e no mundo.

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Igualdade Racial Seppir capacita jovens em direitos quilombolas

29 Perfil Conheça um pouco da história de Gaiaku Luíza.

34 AgenAfro Fique por dentro dos eventos religiosos e marque-os em sua agenda.

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Revista Unifica - Chegando para fazer uma história diferente A Revista Unifica é o reflexo do que acreditamos. Pregamos, militamos e atuamos em prol da unificação das religiões de matrizes africanas em todo o país. Acreditamos que as diferenças só fortalecem a diversidade, mas não podem servir como elemtnos de divisão. Entendemos que há uma relação íntima e extremamente próxima entre o Culto de Ifá, o Candomblé, a Umbanda e todas as outras tradições que têm como base fundamental a crença em Olodumare/Olofin como Deus Supremo e nos Orixás como manifestações distintas deste Deus Criador. Temos a firme convicção que nossas diferenças são artificiais e foram construídas ao longo de centenas de anos para que não nos fortalecêssemos como grupamentos éticos e nem mesmo valorizássemos nossa raíz comum. Pois, independente de qualquer diferença o que nos une é a origem comum africana e a história de garra e resistência que construíos no Brasil.

Jacqueline Costa Apetebi Ni Orunmila, Iyalorixá, Editora

Somos ketu, angola, gêge, mahin, mas, antes de tudo somos filhos e filhas de Exu, Ogun, Xangô, Oyá, Oxum, Yemonjá, Oxossi e todos os outros Orixás que compõem o belo Panteão Yorubá. A percepção que esta cosmovisão nos origina a todos é que nos faz pensar que precisamos somar forças e construir entre nós a unidade buscando a unificação de pensamentos e ações, mesmo que valorizemos as diferenças ritualísitcas e litúrgicas. Temos como origem comum o Candomblé, somos praticantes do Culto de Ifá e respeitamos toda a base constituinte da Umbanda e isso, por mais paradoxal que possa parecer significa exatamente que somos todos praticantes de um único culto só que é aquele que acredita nos Orixás e em todas as forças da natureza. É por acreditar nisso que lançamos esta revista, imaginando que ela servirá como ponta-de-lança para a constituição de uma nova política de relacionamento entre as várias tradições religiosas, começando pelo Rio de Janeiro e seguindo, posteriormente, para o restante do país.

Marcio Alexandre M. Gualberto Awô Ni Orunmila Ogbe Ate Ifa Irawô (Babalawô) Coordenador Geral do CEN Editor

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O senhor poderia nos explicar de uma forma simples o que é Ifá? Em Ifá encontram-se os desígnios de Deus/Olodumare para com a humanidade; as leis morais que devem ser seguidas na sociedade com o próximo; os verdadeiros valores familiares entre pai, e filho, mãe, esposa em prol da construção de uma família feliz; os mandamentos que dão noção do que é sagrado aos olhos de Deus, que apresentam os limites que necessitamos ter diante da vida, nos mostrando, onde somos castigados, onde somos abençoados, onde fracassamos, onde vencemos, nos mostrando a noção, e o parâmetro do certo, e do errado, da felicidade, e da tristeza, da riqueza e da pobreza, do que é ser bom, do que é ser ruim, a vida e a morte, do bem e o mal, tudo de acordo com o proposito, e a razão de Olodumare ter criado a humanidade e o mundo. Quem é Orunmila? Orunmila é o testemunho de tudo que foi criado por Olodumare, é o Profeta de Deus.

Oluwo Siwaju da mais tradicional família de Ifá do Rio de Janeiro, Evandro Luiz de Carvalho Otura Airá Ifá N’Lorun, o Babalawô nos concede entrevista para desmistificar questões fundamentais ligadas ao Culto de Ifá no Brasil. Profundo conhecedor dos cultos afro-brasileiros Evandro Otura Airá prega a integração destes cultos com Ifá pois ele acredita que todos praticam e trazem em si a mesma base religiosa sendo, portanto, qualquer tipo de sepração algo sem sentido. Nesta entrevista, que terá continuidade no próximo número de nossa revista dada sua extensão, o Babalawô desmistifica várias questões e explica outras tantas. Sem dúvida, este é um documento histórico para todos os que têm interesse no Culto de Ifá. Espero que vocês gostem tanto de ler, como eu gostei de realizar esta entrevista. Iboru, Iboya, Ibosheshe Marcio Alexandre M. Gualberto Awô Ni Orunmila Ogbe Ate Ifa Irawô (Babalawô)

Diz Ifá, que Olodumare quando criou o mundo, ordenou que Orunmila presenciasse sua criação e que ele seria o detentor de todo o segredo da existência humana, e que sua missão no mundo seria levar aos homens a salvação através de Ifá, seria o encarregado de transmitir na terra seus desígnios, para que os homens compreendessem a razão pela qual estariam no mundo e assim buscassem sua evolução através do destino que a cada um foi sentenciado. De acordo com tal evolução chegariam às respostas, que consecutivamente dariam condições, e sabedoria de vencer a morte prematura, o infortúnio, as doenças, as tragédias, a perda e o fracasso, alcançando a realização, e o cumprimento de sua missão. Caso não evoluíssem confrontariam com os

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males do mundo, criado por Olodumare na razão de dar sentido à vida, e a seus propósitos como criador, fracassando assim em sua jornada, e teriam que voltar em outra vida, com um destino pior, por não ter superado as provas impostas por seu destino. Orunmila é um Orixá da cultura Yoruba. Orixá da mais alta sabedoria, é o maior Orixá entre os Orixás, dado sua sabedoria e grandeza, e sua importância com a humanidade. Orunmila foi ha quarta divindade criada por Olodumare, incumbido da missão de salvar a humanidade na terra. ORUNMILA é tão sábio, que é o único capaz de interpretar a palavra de Olodumare (IFÁ). Orunmila é uma entidade e Ifá é um sistema religioso. Devemos entender que Orunmila é o interprete entre Olodumare e toda sua criação, o único que conhece o principio, e o fim de tudo que existe no mundo. Dentro de Ifá estão contidos todos os segredos da vida, e da morte e de todas as coisas existentes no mundo. Ifá foi onde Olodumare registrou toda sua criação. É com auxilio da palavra e sabedoria de Ifá que nos munimos de saber necessário para sairmos vitoriosos dos obstáculos existentes no mundo (infortúnio, tragédias, a morte etc.), e principalmente do destino que a nós foi recomendado, para, assim conseguir cumprir nosso destino diante do criador. Ifá é a cosmologia completa do contexto Yoruba. Um sistema divinatório composto de crenças ritualísticas que formam seu contexto filosófico de todo o sistema teológico baseado na essência do povo Yoruba. O sistema de Ifá narra a existência humana através de pontos fundamentais como: Orixá, quando falamos de todo o contexto Yoruba devemos ter a consciência que parte dele são os Orixás já que os Deuses

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Yorubas são os ancestrais divinizados do povo Yoruba, suas origens, e seus segredos compõe parte do sistema de Ifá, onde nos deixa claro que a verdadeira essência, e segredo de cada Orixá provem de Ifá. O sistema de Ifá, narra parte do segredo da vida baseado na passagem dos Deuses Yorubas sobre a terra, em contrapartida os Orixás passaram a existir graças ao sistema teológico de Ifá. É certo dizer que os Orixás nascem de Ifá, pois em seu nascimento receberam um Odu para se reconhecer como tal, compreendendo então sua missão com a humanidade e com Olodumare. Os Orixás diversas vezes dentro dos escritos de Ifá, recorreram à sabedoria de Orunmila no intuito de se encontrar no mundo. Quero frisar a todos que não existe Orixá sem Ifá e nem Ifá sem Orixá, seria uma ignorância pensar o contrário já que o contexto de Ifá é formado por tudo que existe no panteão Yoruba inclusive os Orixás, sendo Ifá o principio de todas as coisas, a própria criação divina. Dentro do entendimento teológico Yoruba, os Orixás foram criados por Olodumare para auxiliar o homem em sua trajetória na terra. Os Orixás representam toda a essência do homem dividida em divindades. Olófin (Deus/Olodumare) criou a essência da humanidade, em sexo masculino e feminino com suas virtudes e imperfeiçoes para representar cada uma delas criou os Orixás no objetivo de compor cada uma. Desta forma Olófin (Deus/Olodumare) dividiu as divindades com suas virtudes e defeitos, ele precisava manter a imagem de Deus intacta, e também porque deveríamos ser guiados por Deuses que fossem sagrados, mas que fossem como nos, espelho e a imagem do homem, em um contexto geral. Dai surgiu Ogum trabalhador, valente, guerreiro. Sua força e seu

Orunmila é tão sábio, que é o único capaz de interpretar a palavra de Olodumare (Ifá) raciocínio se apoiariam na brutalidade onde teria dificuldades em outros aspectos da vida. Criou Oshum, deusa da sensualidade, do amor, da vaidade feminina, da complacência, da mulher intuitiva de grande saber, entendendo também, que da vaidade nasce à inveja, do amor nasce à carência e assim por diante. Compreendemos, ao nos depararmos com a essência de nossos sagrados Deuses que não existe nada perfeito no mundo. Os Orixás são os progenitores da natureza humana e cada ser humano tem um como base de seu nascimento. De acordo com o Orixá tutelar se explica porque uns tem dificuldades para uma coisa e outros não, uns sofrem mais por um motivo e outro não. Devemos entender que o papel do Ori nesse cenário é manter a razão e o equilíbrio diante de tal natureza interior. Quando o ser humano vem ao mundo, ele vem com seu Ori individual, raciocínio próprio, mas esse raciocínio se limita ao contexto terrestre, logo seu Orixá é inserido em seu Ori, acoplando ao mesmo a essência inicial (virtudes e imperfeiçoes) de um ser humano que trilhará pela terra, com rasgos característicos com seu Orixá tutelar e logo recebe seu Odú razão, propósito do nascimento, destino na terra e diante de sua trajetória na terra essas virtudes e imperfeiçoes se manifestam. Sabemos que todos temos Ori individual que diferencia um ser


humano de outro. O que devemos entender é que nossa essência/base vem de nosso Orixá e por este motivo se chama: Orisha alagba tobi. Ifá narra que não há Orixá maior que nosso próprio Orixá. Ori é o ser individual da cada hum, porem depende de sabedoria para se evoluir e de seu Orixá para guiá-lo em sua trajetória terrestre. Quanto mais Ori se desenvolve, melhor equilíbrio e razão ele encontrará dentro da essência (virtudes e defeitos)base de todos os seres humanos, fazendo as boas escolhas na vida. Quando Ori é fraco ou debilitado fica vulnerável à parte negativa de sua essência, é onde passa a ser dominado facilmente em estagio avançado pelos vícios das drogas, bebida, do roubo, da maldade etc. E, em outros estágio,s tornando-se uma pessoa frágil diante das vicissitudes da vida, não tendo força suficiente para superar seus conflitos, fracassando continuamente em todos os pontos da vida. Orixá é quem fortalece esse Ori, Ifá é quem proporciona a sabedoria para que Ori se desenvolva encontrando forças para se superar e ser um vencedor. Lembrando que nossos Orixás são os responsáveis por nos guardar neste mundo, eles são encarregados de rogar por nos aos pés de Olodumare(Deus). Ifá também é composto de Egun, que seriam os espíritos de tudo que existe no mundo, os ancestrais, a origem da morte, a reencarnação. Egun sendo a própria continuidade, já que o espirito nunca morre, se mantem vivo até sua reencarnação, a descendência, o mundo paralelo aos vivos, inicio de tudo, pois da morte nasce a vida como a dinâmica da criação. Sendo assim, o culto a egun é fundamental para todos que pertencem aos cultos Yorubas. A matéria egun é extensa, em outro momento falaremos mais a fundo.

O passo do ser humano sobre a terra, a forma masculina e feminina, seus conflitos, sua procriação, seu destino, seu nascimento, sua vida e morte, em conjunto com Orixá e Egun, aliado as crenças, a liturgia religiosa Yoruba, os ritos, a filosofia, o maior sistema de adivinhação existente, compõe o que chamamos de Ifá. É com a utilização do oraculo de Ifá que o Babalawo consulta e se conecta com a espiritualidade do grande profeta Orunmila e através dele alcançamos a sabedoria de Ifá. O oraculo de adivinhação de Ifá é utilizado de duas formas diferentes, uma é através dos ikins, sendo esta mais utilizada nas consagrações, à outra é com Opele, uma corrente com oito elos de semente sagrada, onde através dele alcançamos a configuração que expressa à saída de um determinado Odu de Ifá, pelo qual Orunmila estabelece sua adivinhação. Os ikins são dezesseis sementes de dendezeiro que são utilizadas para configurar um Odu. Como o senhor vê hoje o crescimento do Culto de Ifá no Brasil? Vejo caminhar em ritmo acelerado, mesmo porque, as próprias contradições que existem atualmente com relação a Ifá, é a prova viva do desenvolvimento da religião no país. Os questionamentos, as curiosidades, momento como este, de ter a oportunidade de desvendar alguns mitos. Para mim já é um exemplo vivo que me faz crer que em breve teremos um culto que se desenvolverá em todos os estados do país, em harmonia entre os cultos afros brasileiros predominantes no Brasil. Tenho pequenos exemplos em nossa família de Ifá que apontam os caminhos que a religião vai trilhar para seu desenvolvimento. Hoje já existem muitos candomblecistas, e umbandistas iniciados em Ifá, que entendem com

facilidade o propósito REAL de Ifá em nossa sociedade e na religião em um todo. País e mães de santo que engrandeceram seus conhecimentos e multiplicaram seu ashé, tanto em suas vidas pessoais, como em seus templos religiosos, com os recursos obtidos em sua iniciação. Confrontamos hoje em dia com mitos errôneos com relação ao que seria Ifá de fato, dando uma visão contraria do culto, fazendo com que rotulem Ifá de acordo com tais conceitos. Entendo que através do comprometimento de bons sacerdotes em esclarecer e levar a palavra de Ifá, vem trazendo resultados surpreendentes onde tenho a certeza que em breve Ifá será um culto predominante no Brasil aliado ao Candomblé e à Umbanda. É possível ser praticante de Ifá e praticar outras religiões ou mesmo religião alguma? É importante lembrar que todos os adeptos das religiões afro descendentes pertencem à mesma religião, mesmo porque acreditamos todos em OlOdumare como criador. Talvez sua pergunta fosse a seguinte: praticantes de outros cultos afros descendentes podem pertencer a Ifá? Devem! Quero ressaltar que quando uma pessoa pertence a outro culto ela tem a necessidade de pertencer a Ifá, exatamente pelo fato de buscar em Ifá seu Odu de destino, onde através do mesmo ela terá condições de desvendar segredos fundamentais

Somos todos da mesma matriz religiosa que vem da África, da tradição Yorubá.

9 O culto a Egun é Revista UNIFICA |


que lhe dará auxilio para buscar a paz, a tranquilidade, a saúde, o progresso e, principalmente, se encontrar como pessoa na vida. Talvez muitas pessoas não entendam é que, através de nosso Odu compreendemos as razões do porque tudo ocorre em nosso destino, seja no campo positivo, ou negativo, e nos guiando por este ponto de partida podemos então organizar nossa vida no sentido material, espiritual, sentimental, familiar, de forma exata com relação ao nosso universo particular e somente assim alcançamos a tão sonhada vitória na vida. Quero resaltar que conquistas como as que eu citei acima, são desejos e propósitos particulares de todos os seres humanos no mundo independente de culto, raça ou religião. Dai entendemos que em hipótese alguma quando nos iniciamos em Ifá estamos trocando de culto, seria uma ignorância pensar assim, já que Ifá sustenta o propósito divino da criação, o segredo da humanidade e isso esta acima de qualquer religião, é um direito de todos. Já a escolha do culto a seguir deveria ser feita após esse passo, mesmo porque partir daí tudo terá sentido. Portanto uma pessoa que se inicie em Ifá e pertença a qualquer culto afro, continuará pertencendo ao mesmo culto, com a diferença que terá seu segredo em suas mãos, obtendo condições ainda melhor de se nortear no seguimento religioso que pratica, Se destacando ainda mais como candomblecista, umbandista, ou aqueles que ainda não escolheram seu caminho religioso. O senhor prega a integração do Culto de Ifá com as religiões afrobrasileiras, tais como o Candomblé e a Umbanda. Porque o senhor tem essa preocupação?

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Tenho exemplos de modelos como esses na América Latina e também em outros países, onde as uniões dos propósitos religiosos fizeram com que se tornassem uma forte sociedade dos cultos afro-descendentes. Ainda somos muitos, mas bem menos do que éramos décadas atrás. Infelizmente não somos fortes, se não buscarmos essa fortaleza entre nós em breve estaremos extintos. Muitos podem achar pessimista minha colocação, ao contrario dos que conhecem de perto nossos conflitos cotidianos, que com certeza tem noção de nossa realidade. Vejo na integração a única forma de nos tornarmos fortes diante dos obstáculos em que vivemos atualmente, como POR EXEMPLO: o preconceito, o desrespeito, humilhação com que nossa religião vem sido submetida, tanto pelos que nada conhecem de nossa cultura quanto pelos evangélicos, e protestantes. Através de Ifá temos como munir de saber todos àqueles que lutam no objetivo em comum e também receber em contrapartida o apoio necessário para triunfarmos juntos nessa jornada. Resultado final: menos adeptos abandonarão nossa religião, centenas de pessoas que se atraem por nosso culto, mas que ainda estão em duvidas, vão se decidir, teremos como nos posicionar com mais força diante dos evangélicos, e no fim, seremos respeitados e teremos menos ataques, menos barracões fechados, mais liberdade, mais crescimento, e progresso religioso, em todos os cultos. A integração é um momento de nos conhecermos melhor, de suprir nossas carências com auxilio do aliado, e preencher as carências dos aliados com o que temos. Lembrando que Ifá, Lucumi (o mesmo que Candomble no Brasil)

Palo Monte (mesmo que Angola e Umbanda no Brasil) Arará (mesmo que djedje no Brasil), vivem um modelo religioso sólido, próspero de grande progresso no mundo inteiro graças à integração das mesmas, todas são fortes e nenhuma substitui a importância da outra, mesmo porque uma foi fundamental para a existência da outra.

Pertencer a Ifá significa co co-nhecer os se se-gredos de sua própria vida.

Não busco uma integração entre cultos desconhecidos, e sim de cultos que nasceram juntos para compor o contexto religioso da sociedade Yoruba e que, por circunstancias da escravidão se separaram, busco um reencontro de velhos amigos, que nasceram juntos no propósito de cumprir a missão dada por Olodumare e só juntas terão um sentido espiritual de fato para os praticantes. Quantos dentro do Candomble ou Umbanda, já se perguntaram: sinto que falta algo que não sei o que é? Quantos morreram na tentativa de desvendar os mistérios de seus Orixás e não conseguiram? Quantos buscam respostas para o que acontece em sua vida mesmo estando dentro da religião? Todas essas respostas seriam sanadas por Ifá se desde o inicio tivessem caminhado juntas, pois todas essas respostas, e todo esse vazio espiritual vêm da falta de Ifá no desenvolvimento da vida, e da espiritualidade dos que se iniciam através dos cultos afro descendentes. É por motivos como estes que busco a integração. O senhor acredita que hoje as religiões de matrizes africanas no Brasil vivem um momento de crise? Não só acredito que o momento é critico, como também vejo uma crise que se agrava a cada ano, se não atinarmos em nos unirmos dificilmente reverteremos este quadro. Estamos diante de uma situação progressiva e daqui alguns


anos nossa religião pode estar à beira do fim. Não pretendo de forma alguma ser extremista em minha declaração, mas sim realista e acredito que os que conhecem nossas debilidades de perto, e na pratica sabem exatamente do que eu estou falando. Hoje escuto sair da boca de meia dúzia de pessoas que se dizem fazer parte de nosso culto, coisas como: nossa religião sobreviveu ha décadas assim e sobrevive. Talvez essas mesmas pessoas estejam dentro das igrejas nos anos seguintes, como presenciei a minha vida inteira na religião. Vejo em tais declarações, um esbanjar de desconhecimento básico de nossa situação atual. Pessoas que deveriam ter o comprometimento religioso em buscar a solução dos nossos conflitos, mas que infelizmente conhecem nossa religião de fora, da assistência dos barracões, ou mesmo dos salões de Candomble . Digo a eles que suas afirmações não condizem com nossa realidade, portanto não tem a mínima condição de avaliar nossa realidade. Hoje falo com respeito a os grandes lideres de nosso culto os pais, e mães de santo que honrosamente dão seu sangue se forem necessário por manter suas casas religiosas de pé à base da luta diária para subsistir, superando o cansaço, vencendo os contratempos, a desunião, verdadeiros sacerdotes que se mantém de pé bravamente com o auxilio da fé, em um país onde somos praticamente massacrados por nossos adversários. Uma religião que perde sua identidade por conta das invenções criadas por aqueles que deveriam ser avaliados antes de assumir um papel sacerdotal dentro da religião, pessoas despreparadas, com problemas emocionais sérios, de caráter, muitos com vícios que precisam de ajuda, abrem casas e mais casas de santo

sem nenhum critério religioso, assumindo posição de líder sem nenhuma condição para tal. Através deles absurdos ocorrem que consecutivamente destroem a fé, o sagrado, e a descendência de nossa religião, absurdos que não precisam ser citados aqui, pois é uma realidade conhecida por todos. Fatos que levam a cada dia nossa religião ao descrédito total por todos na sociedade e consecutivamente ao abismo. Acredito que esse seja um dos pontos cruciais que desencadeia todos os outros. Não quero ser polemico, mas é praticamente impossível falar de crise sem a indignação ao desrespeito que é tratada nossa religião.Dados comprovam a perda de 70 por cento de nossos adeptos a cada ano. A religião cada vez mais banalizada. Lembro-me de uma época onde era comum uma pessoa sair no portão de sua casa e logo ouvir os toques dos tambores, que hoje foi substituído pelo hino das igrejas. Um tempo onde minha mãe rezava as crianças recém-nascidas dos vizinhos de onde morávamos, os de hoje nos agridem, e nem sequer nos cumprimentam por saber que pertencemos aos cultos afros. Nossos filhos são tratados com desigualdade nas escolas, muitos se disserem a qual culto pertencem perdem seus empregos, uma realidade critica e impraticável em tempos futuros. Outro ponto crítico em conjunto com que disse acima, seja a dificuldade de sustentação de nossa religião, que acaba por estar comprometida em tempos futuros por falta de continuidade de bons descendentes, dado a disseminação errônea do culto onde muitos dos neófitos de hoje se formam (sem generalizar). Quero lembrar que religião afro, descendentes ainda sobrevive do pouco que os antigos deixaram e a luta dos poucos antigos que ainda se mantém vivos. A religião vem se

extinguindo por falta de descendentes sustentáveis nos tempos atuais. Lembremos que bons descendentes significa continuidade futuras. Se não há descendentes não há futuro. Vejo uma religião agonizando, talvez muitos não percebam, por estarem preocupados somente consigo mesmo, acreditando talvez, quando tudo acontecer estarão mortos. O problema é que sentimos na pele os sintomas profundos nos dias atuais. Acredito que tais pontos, sejam índices graves da realidade do declínio acelerado dos cultos afrobrasileiros. Por este motivo devemos nos unir em prol do que realmente precisamos, e focar em nossas debilidades para vencer. Todos os lideres de nossa religião tem uma missão com Olofin/Deus, devemos dar tudo de nós para cumprirmos, já que o que vale realmente nessa vida, é morrer realizando, com a sensação de dever cumprido, com o espirito em paz, tendo a consciência de que tudo foi feito, que honrou a missão dada pelo criador, o resto ficará, não levaremos nada. Qual seria, portanto, o papel real do Culto de Ifá neste cenário? Hoje muitos se perdem de seu destino, por se deixar guiar pelo caminho do próximo, Resultado: Fracassos e frustrações, já que entendemos que só através de nosso real propósito, alcançaremos a

Há pessoas que não têm condições de exercer o sacerdócio e abrem casas de santo.

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grande realização. Caso um filho caminhe fora de seu real destino, ele se desvia de tudo que é benéfico em sua vida, vivendo uma vida de peregrinação dia, após dia até se encontrar, em muitos casos perdendo a vida, e a saúde prematuramente. Quero apontar para situações agravantes que nos assola no momento, e pedir ao querido leitor, que reflitam em minhas palavras, perdemos tanto tempo em tentar justificar aquilo que já não temos onde buscar as justificativas. Vivemos no auge do século XXI, e percebemos então que em uma velocidade critica os verdadeiros e reais valores da vida, vem se perdendo, e junto com eles o rumo da humanidade, que gradativamente se afasta de sua verdadeira essência, o resultado nos mostra em dados preocupantes publicados diariamente nos tele jornais, e percebemos então a degradação atual de nossa geração, filhos agredindo os pais, por sua vez pais abandonam os filhos, a juventude cada dia mais cedo entregue as drogas, muitos deles ficarão no meio do caminho, e se quer terão a chance de formar suas famílias, meninas se prostituindo, casamentos em ruina, atualmente duram cada vez menos, mulheres, e homens perdidos em seu papel social, um alto índice de depressão, e loucura etc. Por mais que o novo mundo esteja repleto de conforto, e de facilidades, comparado as décadas anteriores, o país vive um estado de angustia e infelicidade desesperadora. A busca necessária pelo materialismo, porem desmedida, digo desmedida pelo fato da mesma ter levado o homem a passar por cima de valores essenciais e necessários para construção de uma vida social, e familiar feliz, resultado: a sociedade se perdeu! Em todas as épocas a religião sempre ponderou o materialismo, pois o materialismo não tem pai, mãe, irmão etc.,, os valores são baseados em quem tem mais, onde felicidade real era a verdadeira

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Vejo a religião agonizando e cada um só pensando em si mes mes-mo, as excessões de sempre riqueza aos olhos humanos, resultando numa geração destruída. Todos nós temos um Odu, razão pela qual estamos neste mundo, onde estão contidas as informações de nossa existência, destino, natureza, nossas debilidades, virtudes, dons que nos tornam um ser único em essência, passivo de erros e de acertos, que nos faz capacitado para umas coisas, e outras não. Se por algumas circunstancias nos desviarmos de nossos propósitos, acabamos por viver uma vida diferente da que deveríamos viver de fato, e por tais motivos nos comprometemos, e nos vinculamos, a pessoas, profissões, amores, ideais, contrárias a nossas essências, naturezas, e destino, oque seria algo desastroso a vida de qualquer pessoa, pois forçaríamos nossa natureza, aquilo que somos de fato, causando sequelas graves ao estado emocional , como um vazio interior, a perda do animo pela a vida, depressão, que consequentemente levará a loucura, esses são índices fortes que algo esta errado em seu destino, e a progressão destes sintomas pode levar a perda de tudo com o tempo. Costumo dizer que a loucura vem de não se entender a vida. O papel de Ifá na sociedade, e nos cultos afros Brasileiros é fundamental para o resgate de valores fundamentais para a formação de uma geração social, e religiosa

renovada com valores, e princípios antigos e sagrados aos olhos de Olodumare. Como disse anteriormente em Ifá estão às leis que regerão a sociedade, mas que na geração atual estão perdidos, causando um grande caos à formação de qualquer contexto familiar, e religioso, filhos perdidos, casamentos extintos, famílias destruídas por quem deveria guiar, perda da noção do sagrado, a falta de temor é respeito a Deus a o próximo, e aos Orixás. Como através de Ifá podemos reconstituir a sociedade, e a religião? Todo na vida tem um Odu que o caracteriza como um ser humano, dentro dele está às respostas vitais do destino de cada ser, as negatividades, as positividades, as virtudes, os defeitos, as fraquezas, os limites, o segredo da espiritualidade individual de cada um, nosso destino e propósitos, o caminho que devemos trilhar na terra. Se cada ser humano dentro de nossa sociedade social, como religiosa tiver acesso às informações de sua existência através de Ifá, dificilmente se comprometerão com algo que não seja de sua natureza, se conformarão com seu destino, farão as escolhas na vida de acordo com suas habilidades, e sua essência, se encontrando em todos os pontos da vida, terão em suas mãos as informações que o livrará dos males, formando sua família com valores essenciais de uma sociedade feliz, terão oque passar para seus filhos. Não haverá depressão pois estarão conscientes de seu destino, o respeito pelo próximo será reconstituído, o valor pela vida consequentemente, o sentido do sagrado, conceitos que colocará limite no homem, resultado: menos pessoas perdidas, menos suicídios, menos assassinatos, menos viciados, formará uma geração solida, e feliz. Devemos entender que realização de vida não é ter muito bens materiais,


mas sim, viver dentro da vida que tem haver com nosso destino, seja com muito ou pouco, já que hoje em dia se busca tanto o material, que falta tempo de buscar as realizações pessoais, e assim se cresce vazio. Nosso Odu é a forma de nos conhecermos, de entender nossas vidas, de obter todas as respostas, nosso Odu é a forma de nos conhecer diante do criador Olodumare, já que o mesmo sentenciou cada um,com um Odu (destino). Na religião creio que o papel de Ifá reconstituirá conceitos quase perdidos como a fé, o sagrado, o amor, a devoção e o respeito. Tenho certeza se tomarmos o habito de iniciar em Ifá, antes de se iniciar em Orixá, tudo terá sentido inclusive por quem esta sendo iniciado, pois o mesmo saberá as razoes pelas quais estaria dando tal passo, e tudo passaria a ter um sentido muito mais profundo, ate porque compreenderiam baseado em seu próprio Odu a real necessidade de estar ali. Com seu Odu conheceriam seu Orixá, não esperaria da religião

coisas que não é do seu destino, não perderiam a fé na primeira adversidade, pois teria se resguardado de tal prova, não despachariam seus santos, pois entenderiam sua missão em suas vidas, teriam um crescimento muito mais acelerado, até porque não mudariam de pai de santo, ou mãe de santo com facilidade, respeitariam mais seus maiores de religião, dentro do Odu do Yawo o pai, ou mãe de santo teria com saber o segredo que movimenta a vida de seu yawo, e assim conseguir mexer com segurança nos pontos espirituais que tem haver realmente com a vida do yawo, mas sucesso na vida dos yawos, mas crescimento para a casa de candomblé onde o yawo será iniciado, através do Odu conheceremos os osgobos (negatividades) os ebos específicos que surtem efeito contra todos os males, evitando algumas tragédias e perdas na vida do yawo, evitando que uma pessoa sem estrutura ocupe um posicionamento de liderança na religião, para seu próprio bem, e o bem da religião. Através de Ifá o yawo conhecera o sentido real da espiritualidade, e seus valores, conhecerá os segredos profundos de seus Orixás, terá mais

comprometimento com a religião. O yawo é a base e futuro da religião, se forem bem preparados no futuro reverteremos nosso quadro religioso no país. Através de seus Odus, e a rica sabedoria, e dos conhecimentos teólogos de Ifá terão como mostrar a riqueza de nossa religião diante da sociedade, e assim seremos respeitados diante da sociedade consequentemente. Quero lembrar que através de Ifá podemos recuperar boa parte da liturgia de nossa sagrada religião, pois tudo permanece intacto na literatura de nossa religião.

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Funções religiosas das Apetebis no Culto de Ifá Destacamos agora a importância das mulheres no Culto a Ifá a partir do momento de sua iniciação, sua posição e suas atribuições junto ao culto, no que diz respeito também aos cerimoniais realizados e sua influência como peça fundamental para o melhor andamento das mesmas. É importante frisar que, em nosso culto toda mulher que recebe a cerimônia de Ikofá alcança o maior nível de graduação religiosa. Sendo elas essenciais para o desenvolvimento estável e harmônico dos cerimoniais. Dotadas de uma sensibilidade única, a Apetebi com sua essência envolvente e carismática torna mais suave e agradável todo e qualquer desenvolvimento religioso, tornando aprazível e acolhedor o contato com as pessoas, seja recepcionando em suas casas religiosas, seja orientando, seja atuando no auxílio aos cerimoniais, permitindo assim a chegada de Orunmilá em um ambiente harmônico e puro como deve estar os o templo onde se realize os rituais a Ifá e assim obter uma manifestação espiritual completa de Orunmilá. E fundamental a atuação das Apetebis, dando atenção às necessidades dos sacerdotes, contribuindo para o melhor andamento dos rituais, seja preparando os Adimus sagrados ou servindo as mesas cerimoniais, ou seja, recepcionando aos presentes.

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As Apetebis também possuem um papel importante na socialização e convívio harmônico entre afilhados, consulentes, sacerdotes,etc. se desenvolvendo espiritualmente diante de suas funções, conhecendo os patakis mencionados pelos babalawós durante os cerimoniais, aprendendo a cultuar melhor seu orixá. As Apetebis aprendem em Ifá e em comunhão com seu padrinho na casa de Ifá, os conceitos religiosos básicos para ter uma vida mais feliz, buscando as orientações baseadas na escritura sagrada que as levam a um nível espiritual grandioso, como já conheci Apetebis de anos de religião com uma sabedoria surpreendente. Os babalawós invocam as divindades e as Apetebis amparam-nos dando o auxílio fundamental para que tudo seja odara. E assim recebendo as bênçãos de Orunmilá. Iboru, Iboya, Ibosheshe!

Ikofá: a iniciação da mulher em Ifá Ikofá fun é o nome dado a consagração que se realiza as mulheres que se iniciam em Ifá, e após os cerimoniais religiosos necessários para tal iniciação, passam a se chamar Apetebi Ni Orunmilá, que significa esposa de Orunmilá. Também é o grau mais alto que a mesma alcança dentro do culto. O termo esposa de Orunmilá, refere-se à ligação espiritual que, a partir do momento de sua iniciação a mulher terá junto ao profeta, dando a mesma o direito de receber de Ifá os benefícios espirituais necessários, de acordo com suas necessidades espirituais, como por exemplo: a revelação do seu destino através de seu odu, os ebós específicos para vencer as adversidades de sua vida e assim, estabelecer a saúde, o equilíbrio financeiro, a felicidade, a realização e a paz familiar, a harmonia matrimonial e principalmente as orientações fundamentais para um convívio social e familiar feliz. O Ikofá Fun é uma cerimônia que se realiza às mulheres, independentemente que a mesma seja esposa de um babalawó, como narra o odu Odi meyi, onde Oxum foi a primeira mulher a se iniciar nos segredo de Ikofá, o pataki abaixo nos afirma, categoricamente que Oxum no momento de sua iniciação, não era esposa de Orunmilá e sim tornou-se futuramente nos deixando claro e desfazendo mitos de que a mulher para ser Apetebi tem de ser esposa de babalawo. Portanto, Oxum foi a primeira mulher a se iniciar, estabelecendo a partir de então o nascimento do cerimonial de Ikofá às mulheres, graças a Orunmilá e a Oxum, salvando assim as mulheres e seus descendentes. Dado aos fatos contidos no odu Odi meyi (escritura sagrada de Ifá), Orunmilá salva Oxum das perseguições de Ikú (morte) e de todos os arrastes. Iniciando

a mesma nos mistérios do Ikofá, tornando-se Oxum Apetebi e posteriormente sua esposa. A escritura, nos deixa clara a força e o poder que o Ikofá exerce na vida da mulher, principalmente na saúde, no equilíbrio emocional, quebrando as maldições, trazendo a felicidade conjugal, etc. Como ocorreu com Oxum. A espiritualidade de Orunmila é fundamental para a mulher, independente de seu orixá ou segmento religioso. Digo isto pela seguinte razão de que: nem Orixá tutelar, nem segmento religioso irão suprir ou substituir a importância fundamental que Ifá exerce na vida da mulher. Pois Ifá é parte de todos os seres humanos, e está contido dentro do espírito de cada ser, pelo simples fato de termos um destino, e um propósito real por estarmos vivos. Este propósito em toda sua amplitude chama-se Ifá. É importante ressaltar não só os benefícios que o Ikofá traz a mulher em sua essência, como a todas as mulheres que cultuam os orichas yorubás, principalmente às filhas de Oxum, por serem a percussora do culto, as filhas de Oya, Óba, Yewá, por sua ligação transcendental com os espíritos e com a adivinhação e a ligação com Ikú, as filhas de Yemanjá, pois através de seus filhos pode se lavar o Ikofá, Nanã e todas as Iyabás do culto yorubá. A essas mulheres afirmo que diante de fatos relevantes não ter Ifá é não ter grande parte de sua espiritualidade intuitiva, materna, religiosa, etc. Digo isto principalmente às mulheres líderes no culto, pois também por serem mães-de-santo e terem com isso o dom da maternidade religiosa, a necessidade vital de ter Ikofá nos mostra claramente Oxum quando recorre a Orunmilá em prol do nascimento de seu filho, já que Oxum representa a fertilidade espiritual em nosso culto.

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Fogo destrói árvores e plantas sagradas da Roça do

O fogo, que começou por volta das 10h30 de quarta-feira, 9, na área da Roça do Ventura, templo afrorreligioso Zo Ogodo Male Bogun Seja Hunde, em Cachoeira (a 110 km de Salvador), no Recôncavo baiano, já consumiu cerca de 50 árvores e plantas sagradas do local. Segundo o ogã Anderson Marques, até ontem à noite já haviam sido queimados mais de 600 metros da vegetação. Jaqueira, sucupira, umbaúba, mangueira, licuri, sãogonçalinho, coqueiro e cajueiro, além de plantas usadas nas obrigações religiosas e como ervas medicinais, foram destruídas pelas chamas. Para evitar que o fogo chegasse à sede e outras construções

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do sítio religioso de tradição Jêje Mahin, a comunidade usou folhas sagradas, pás, enxadas, garrafas plásticas e baldes com água, além de dois carros-pipa da prefeitura. Mas há meses não chove na região, e a vegetação seca fez com que o fogo se alastrasse, atingindo até a jaqueira consagrada à divindade ssansú. A PM foi acionada, mas não apareceu. O Corpo de Bombeiros, que só chegou às 18h30, após intervenção do Ministério Público, disse não ter como trabalhar no escuro. O combate feito pela comunidade foi suspenso às 22h, mas recomeça hoje pela manhã com a ajuda dos bombeiros. Em Cachoeira, não há uma unidade da corporação, a cidade é

coberta pela de Feira de Santana. O secretário municipal de Cultura, José Bernardes, disse que um tanque foi carregado de água para molhar a vegetação não atingida, por precaução. "A mangueira do carropipa é curta, não atingia a área toda. Tivemos muitas dificuldades", disse. Festa e suspeitas - O ogã Edvaldo de Jesus Conceição, Buda, disse que há muita gente na Roça porque, domingo, haverá a Festa do Boitá (procissão do vodun), a maior comemoração religiosa do local. Disse também que hoje será registrada uma queixa na Delegacia de Cachoeira, porque há suspeitas de que o

incêndio foi criminoso. "Moradores viram dois adolescentes ateando fogo na vegetação. Daqui a quatro dias, receberemos convidados ilustres e representantes de vários templos. A intenção era atingir o terreiro. Além disso, o julgamento sobre a invasão ocorrida na Roça será em 24 de abril", frisou. Fonte: Cristina Pita, Jornal A Tarde (BA)

Até o fechamento desta edição as informações que tínhamos é que o incêndio de fato foi criminoso e a polícia já havia estabelecido uma base de investigação.

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Livro Denuncia a Intolerância Religiosa no Brasil rância religiosa, como veremos ao longo deste Mapa. Este povo de axé e de nguzo, que está indo para as ruas através das massivas caminhadas e passeatas denunciar e alardear que não mais suportam resilientemente as atrocidades do racismo cultural e religioso que histórica e secularmente se abate contra uma visão de mundo inclusiva. Na década de 1980 do século passado o Brasil, a partir do Rio de Janeiro, tomou conhecimento do recrudescimento em potencial da intolerância religiosa que, mediante proselitismo, beligerantemente atacava a Religião de Matriz Africana, Afro-Umbandista e Indígena. Uma "guerra santa" em que adeptas/os e os locais de cultos das referidas tradições religiosas eram alvos mais contundentes de sucessivas violências em logradouros públicos como das invasões dos Templos Afros que prosseguem como num continuum. Desta feita protagonizada pelos pentecostais, e, sobretudo, neopentecostais a sociedade passou a testemunhar o crescimento vertiginoso das novas igrejas que incorporaram na sua teologia ingredientes religiosos que dizem combater dando aos mesmos contornos evangélicos sob a lógica do bem em detrimento do mal associado à prosperidade. A estratégia e o marketing adotados como sedução e cooptação demonstram nítido conhecimento do perfil social dos afro-religiosos. O Mapa da Intolerância Religiosa que temos em mãos, organizado por Marcio Alexandre M. Gualberto que contou com a colaboração de pessoas e variados grupos religiosos todo o país, demonstra que há um contingente de adeptas/os mobilizados contra a intolerância religiosa que vão do Oiapoque ao Chuí. Essa mobilização demonstra contemporaneamente o grau de politização e de mobilização principalmente do Povo de Santo, o contingente mais atingido pela intole-

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Mulheres e homens de axé, crianças, jovens de terreiros e os detentores de senioridade iniciática estão vindo a público, saindo das suas comunidades-terreiros seja de Candomblé, de Batuque, do Xambá, do Nagô, do Jeje/Fon, Tambor de Mina, Fanti Ashanti, da Umbanda, da Quimbanda, da Jurema Sagrada e dos Cultos Indígenas em geral, para atestar que, ao contrário da teologia xenófoba como pressupostos das tradições judaicas cristãs, os determinantes teológicos e filosóficos das culturas negras, de matriz africana e/ou afrodescendentes assentam suas territorialidades civilizatórias materiais e simbolicamente onde se inscrevem as Divindades em consonância com os axiomas da xenofilia em que a alteridade é incluída incondicionalmente. O Mapa da Intolerância Religiosa 2011 (MIR) que no seu bojo traz fundamentos legais que protegem e asseguram a diversidade religiosa, a liberdade de culto entre outros tantos direitos; a exemplo do CBO (Código Brasileiro de Ocupação) que nomeia os ministros de culto religioso das várias denominações e crenças do campo religioso brasileiro, se constitui num instrumento valiosíssimo. O MIR é um instrumento de cidadania de vital importância para os vivenciadoras/os dos Cultos aos Orixás, Inquices, Voduns, Ancestrais e Antepassados, bem como para os poderes públicos, os ativistas contra a intolerância religiosa entre outros setores da sociedade comprometidos com a democracia radical em que o respeito seja o fundamente da convivência

entre os sujeitos sociais e religiosos e não a tolerância como querem muitos. A tolerância deve ser banida dos pleitos dos afro-religiosos e exigido, sim, o respeito que deve se materializar no cotidiano das relações mediante a compreensão política e conceitual das invariantes teológicas e filosóficas entre as tradições religiosas da humanidade, tendo em mente que o Sagrado é um Todo indivisível, mas que foi compartimentado pelos grupos humanos em que o ideário da dominação funciona como norteador desse processo em que algumas tradições religiosas se colocam como detentoras únicas dos meios de salvação. O Mapa da Intolerância Religiosa deve se constituir num instrumento na luta contra a afrotheofobia que vem sendo disseminada pelas denominações religiosas intolerantes e que está sendo introjetada pela população e traduzindo-se em violências das mais variadas naturezas como a semiológica, semântica, subjetivas e materiais. Esperamos que o Mapa da Intolerância Religiosa não pare na sua primeira edição, convertendo-se numa série, adquirindo para sua continuidade com um veículo sistemático, cuja periodização adquira sustentabilidade para prosseguir sustentando e balizando a luta contra a intolerância religiosa até a sua total erradicação, divulgando não só diagnósticos como prognósticos. O FONAPER parabeniza a iniciativa e reitera a urgência em se tratar das questões relacionadas a diversidade cultural religiosa por parte da sociedade e especificamente a escola, por ser um espaço de construção de uma cultura que respeite o outro independente de sua crença religiosa ou outra diferença. Conheça o texto anexo produzido por Marcio Alexandre M. Gualberto. Fonte: Sedh/Presidência da República


Plural por natureza, a religião brasileira se reinventa e conquista novos adeptos. Acompanhe essa jornada espiritual e entenda como a umbanda está ganhando o mundo

A nova cara da Umbanda Sentada no meio do seu ateliê, a artista plástica Joana Gatis, 30 anos, aguarda o clique da câmera. Suas mãos estão pousadas sobre a da mãe-desanto Alice Zanin, 64, a outra "modelo" da foto ao lado. Elas não se conheciam: foram reunidas por Galileu para esta reportagem. Em meio a pedidos do fotógrafo por olhares mútuos, poses e "sorrisos serenos", Joana se emociona - tem os olhos marejados. Sente-se reconciliada com seu lado espiritual, deixado meio de lado desde que trocou Recife por São Paulo, há um ano. "Chora não, tem que sair bonita", diz Mãe Alice para a nova filha. Joana estanca o quase-choro e volta a sorrir. O retrato de Alice e Joana mostra dois lados da mesma história: a evolução da umbanda. Nos anos 1960,

quando Alice começou a freqüentar terreiros, foi preciso enfrentar a desconfiança da família, o preconceito dos excompanheiros espíritas e muitas sessões de iniciação. Hoje, uma simpatizante umbandista como Joana pode se aproximar e se afastar da religião, criar seus próprios rituais e interpretações. Quem não é da umbanda não vai julgá-la, e quem é sempre irá recebê-la com energias positivas, o suficiente para trazer lágrimas aos olhos. Dá para manter fiéis tão... infiéis? Segundo o IBGE, a umbanda perdeu um Maracanã de adeptos na década de 1990: eram 542 mil em 1991 e 432 mil em 2000. Mas os dados são contestados. "Até hoje o catolicismo é uma máscara usada nas religiões afro-brasileiras, máscara que evidentemente as

Lei do passe: para abençoar Joana, Mãe Alice pediu que a artista plástica vestisse mangas compridas, seguindo a regra dos terreiros tradicionais

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esconde também dos recenseamentos", afirma o sociólogo Reginaldo Prandi em seu livro "Segredos Guardados - Orixás na Alma Brasileira". Além disso, a década foi o auge da perseguição dos neopentecostais à umbanda. Produto de exportação Estatísticas à parte, o povo dos terreiros afirma que a suposta deserção é compensada com novos adeptos de todas as raças, classes, idades, crenças e até países. Uma movimentação geopolítica singularmente curiosa ora se expressa: os centros de umbanda se reproduzem com voracidade no exterior.

AS PRINCIP AIS ENTID ADES PRINCIPAIS ENTIDADES

FUNCION AMENT O DO CUL TO FUNCIONAMENT AMENTO CULT

Afinal, a vida espiritual se converteu em um grande supermercado holístico, onde cada um enche seu carrinho com elementos para o panteão pessoal. Vantagem para a umbanda, que possui atributos já tão apontados pelos estudiosos como brasileiros autócnes: cordialidade e tolerância.

Vejamos o caso de Sebastião Gomes de Souza, um alagoano de 57 anos que atende pelo nome de pai-de-santo Carlos Buby (veja texto "O Pai-deSanto que Reinventou a Umbanda"). Em 20 anos, seus templos de "umbanda moderna" chegaram aos EUA, Canadá, Portugal, Áustria, Suíça e França. A religião também chegou à Itália, ainda que de forma meio macarrônica. Segundo a antropóloga milanesa Andrea Modrone, lá não há terreiros, mas acontecem rituais particulares em residências e centros culturais. "Muitos, inclusive eu, se interessam por

mandingas e feitiços, e algumas misturam orixás com outras correntes esotéricas", diz. Mostrando que a latinidade também se ajoelha diante dos pais-de-santo, localizamos terreiros da Argentina ao México. Em Miami há um templo gerenciado por um economista venezuelano, Luis Carbonell, umbandista há 25 anos. Ele afirma que recebe 75 pessoas por noite (americanos e cubanos, na maioria) e que estão

surgindo terreiros na Califórnia e em Nova York. Para Carbonell, o que atrai os novos adeptos é a possibilidade de misturar a umbanda com a sua cultura. Essa visão é confirmada por Patrícia Birman, antropóloga da Uerj: "A incorporação e interação com entidades de outras religiões é inerente à umbanda". Fonte: Cláudio Júlio Tognolli, Revista Galileu

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Jovens lideranças recebem formação sobre racismo e direitos quilombolas em curso promovido pela SEPPIR Saber como organizar sua comunidade para que ela busque direitos como a posse da terra em que vive, e evitar que ela se esvazie e enfraqueça sua identidade cultural. Conhecer os mecanismos de acesso às políticas públicas e descobrir formas de incentivar atividades de esporte e lazer para a juventude, além da geração de renda e emprego. Estes são os objetivos mais citados entre alguns dos 45 jovens que estiveram participando do curso Formação de Lideranças Quilombolas, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). O conteúdo da formação incorporou questões sobre racismo e questão racial, políticas de promoção da igualdade racial, direitos quilombolas, regularização fundiária e controle social das políticas públicas. As aulas aconteceram em módulos que incluíram os marcos internacionais, principais conceitos correlatos, indicadores sociais, projetos legislativos e legislação nacional. Os quilombolas também tiveram um módulo específico sobre políticas públicas e direitos sociais, econômicos e culturais das comunidades, com informações sobre o Programa Brasil Quilombola (PBQ), da SEPPIR, o Plano Brasil Sem Miséria e Orçamento Público. O preconceito contra sua origem quilombola foi o que mais motivou o estudante Valdiney Rodrigues Bispo da Silva, 17 anos, a se interessar pela militância. “A gente sofre discrimina-

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ção até quando vai ao município mais próximo de nossa comunidade, que fica a 22 km. Chamam a gente de kalungueiro. Muitos colegas que saem de lá e vão morar em cidades voltam contando vantagem, desprezando nossa origem. Eles pensam que negar quem eles são é bom. Pura ilusão”, diz ele, que se inscreveu no curso pela Associação Quilombola Kalunga. A estudante Louriene Ferreira de Castro, também da comunidade Kalunga, 17 anos, relembra a dificuldade de seus pais quando ainda era muito nova. “Eu ainda peguei o tempo da lamparina. Os quilombos vivem muitas dificuldades. Quero aprender como podemos nos organizar para vencer esses obstáculos. Achei muito interessante ouvir as histórias de situações de racismo que os outros quilombolas viveram e compartilharam com a gente durante as aulas, e como são parecidas”, afirmou. Mais experiente na lida e já ocupando um posto importante como coordenador das unidades quilombolas de Alagoas, o agricultor Manoel Oliveira, 40 anos, relembra que, ao começar sua caminhada, há 22 anos, a grande dificuldade era se entender e se aceitar como quilombola. “Era difícil se assumir quilombola. A ideia dos mais velhos era de que a luta quilombola podia trazer a escravidão de volta. Até hoje ainda existe essa ideia. A gente tenta convencer as pessoas de que não é assim, explicar

que vivemos um momento democrático. Por isso é importante o curso de formação, para que os jovens aprendam a lutar pelos seus direitos”. Para o assessor jurídico da ONG Terra de Direitos e professor do curso, André Barreto, 25 anos, a demanda que tem sido objeto central da formação é a organização da juventude quilombola e a conscientização da história de luta do povo negro no Brasil e da necessidade da luta pela afirmação e efetivação dos direitos quilombolas. “Estamos trabalhando as normas jurídicas que afirmam o direito ao território e regulamentam o processo de titulação, a fim de eles terem esse conhecimento como instrumento para seguir na luta e na construção de um modelo de desenvolvimento popular mais justo e soberano para o Brasil”, afirmou. A diretora de Políticas das Comunidades Tradicionais da SEPPIR, Bárbara Oliveira, também salientou o papel de qualificação e protagonismo das lideranças jovens. “Essa iniciativa do curso nasceu das próprias comunidades quilombolas e é uma parceria da SEPPIR com a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq)”, explicou.

Fonte: Seppir


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que foram somados aos já existentes no I Plano, como a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão; desenvolvimento sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental,

inclusão

social,

soberania e segurança alimentar; e direito à terra, moradia digna e infraestrutura social nos meios rural e urbano. Entre outras metas para o período de 2008 a 2011, o II PNPM propôs a redução em 15% da mortalidade materna, o aumento em 15% do número de mamografias na população

feminina,

a

disponibilização de métodos anticoncepcionais em 100% dos

Políticas de Assistência à Mulher

serviços de saúde e o aumento em 60% do número de exames citopatológicos (estudos das células) em mulheres com idade entre 25 e 29 anos.

Desde 1983, com a criação do Programa Assistência Integral à saúde da

Os principais problemas de saúde

Mulher (PAISM), a atenção federal à saúde da mulher deixou de ser

enfrentados

unicamente voltada para a relação materno-infantil para incorporar a

pelas brasileiras foram apontados

assistência em todas as etapas da vida. O programa deu ênfase a

no Painel de Indicadores do SUS

preocupações com doenças ginecológicas prevalentes, prevenção e

(Sistema

tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids, além

publicado em 2007. No ano 2005,

de assistência às mulheres vítimas de violência.

63.542 mulheres de 10 a 49 anos

Últimos 20 anos, o Brasil também apresentou grande avanço na redução da mortalidade materna e infantil, de acordo com dados da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH). Em 1990, a razão de morte infantil era de 47,1 por mil nascidos vivos, e a mortalidade materna era de 140 por mil nascidos vivos. Hoje, a razão de mortalidade infantil é de 19,3 por mil nascidos vivos, enquanto as mortes maternas estão estimadas em 69 por mil nascidos vivos.

Único

atualmente

de

Saúde),

morreram no Brasil. Destas, 1.619 tiveram

óbitos

relacionados

a complicações na gravidez, parto e pós-parto. De acordo como SUS, são exemplos de mortes que podem ser evitadas em sua quase totalidade, e seu enfrentamento tem sido prioridade para o Ministério da

Em 2008, a preocupação com a saúde da mulher ganhou força com a

Saúde.

implantação do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (II PNPM). Ele ampliou e aprofundou a atuação do governo na promoção de políticas de igualdade e justiça social com a inclusão de novos eixos estratégicos,

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Outro dado importante do estudo mostra que o câncer continua


sendo uma das principais causas de falecimento entre as mulheres do País. Ao todo, em 2005, 67.833 mulheres morreram em consequência da doença, das

Racismo e sexismo causam desigualdades

quais 10.208 por câncer de mama e 4.506 por câncer

Por Nilza Iraci

de colo de útero. No entanto, a taxa de mortalidade por câncer de mama, que cresceu da década de 80 até a virada do milênio, estabilizou-se nos cinco anos seguintes. Segundo o relatório, isso se explica pelo maior acesso aos exames de detecção precoce, e mostra como a prevenção é fundamental no combate à doença. O governo continua promovendo ações para avançar na luta pelos direitos humanos e na melhoria da saúde pública para a mulher. Em dezembro de 2011, a capital Brasília será palco da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que tem como objetivo a

Dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) em 2010 revelam que o Brasil é um país habitado por uma população de 191 milhões de pessoas. A população negra soma 97 milhões de pessoas e, pela primeira vez, é maioria no Brasil. As mulheres negras representam 49 milhões do total das brasileiras.

atualização e a definição de prioridades para o próximo período, tendo por base as ações propostas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Fontes: Ministério da Saúde Secretaria de Políticas para as Mulheres Secretaria de Direitos Humanos

Trata-se de um contingente populacional exposto a diferentes formas de violência e mecanismos de exclusão dentro e fora das políticas públicas em decorrência da força com que o racismo, o sexismo e a lesbofobia incidem – e estruturam – a sociedade brasileira. Ser mulher negra significa muitas coisas diferentes, porém tem em comum fortes marcas decorrentes da existência do racismo, que cria um conceito e uma hierarquia de raça, que, aliado ao sexismo, tem produzido historicamente um quadro de destituição, injustiça e exclusão. Há muito tempo, a mobilização política das mulheres negras tem apontado para o reconhecimento do papel do Estado na produção de ações capazes de reduzir o impacto que o racismo, o sexismo e a lesbofobia têm em suas vidas. Entretanto, o Estado não tem sido eficiente na construção de políticas capazes de enfrentar as discriminações e as demais ini-qui-da-des que excluem uma grande parcela da população brasileira, impedindo seu acesso às políticas sociais. As mulheres negras acreditam que a luta contra o sexismo, o racismo e todas as formas de preconceito é tarefa de todas as pessoas que acreditam na construção de uma sociedade justa e igualitária, onde todas as pessoas possam viver com dignidade e prazer.

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A Cartomancia É um dos costumes ciganos mais conhecidos, afinal muitas pessoas recorrem a este povo para saber o futuro pelas cartas. De acordo com a tradição, o Baralho Cigano só poderá ser lido por mulheres, pois trazem em seu interior a energia da lua (o oculto), tendo a luz da vidência , o dom do sentir, pressentir e interpretar. Para a leitura das cartas, as ciganas utilizam um baralho comum, desses usados para jogos de azar, retirando o curinga e as cartas que vão do dois ao cinco, restando 36 cartas que são utilizadas para a leitura. O Povo Cigano associou à essas cartas algumas figuras do seu simbolismo esotérico, cujo significado veremos mais adiante. As correspondências entre as cartas comuns e as figuras acontece de forma natural para os Ciganos, porém para os nãociganos torna-se um tanto difícil fazer essa associação, felizmente existe no mercado versões do baralho com as figuras impressas o que facilita muito o aprendizado e sua interpretação. A Revista UNIFICA terá essa coluna todo mês, contamos com a participação dos especialista no

assunto. Um forte abraço Unific@do! Jacqueline Costa Carta do Mês O CORAÇÃO Os Sentimentos revelam o nosso lado emocional, sensível, nossas reações instintivas que brotam do fundo do nosso ser e se manifestam muitas vezes de forma alheia à nossa vontade.

Embora esta carta traga um coração radiante, o que nos faz lembrar do amor, sentimento mais nobre e importante para o ser humano, esta pode ter o seu lado negativo salientado por alguma carta que a acompanhe, dependendo do contexto. Além disso, esta carta pode indicar, em sua via negativa, sentimentalimos excessivos, reações instintivas, bloqueio da razão, atitudes impensadas, nervosismo, entre outras reações. Mas na maioria dos casos representa a manifestação dos sentimentos mais profundos, de emoções, sensibilidade, amor. Indica também início de relacionamento, paixão, namoro, compromisso emocional. Entendimento entre as partes,

simpatia, solução de problemas de relacionamento. Interpretação: Emoções, sensibilidade, lado emocional se sobrepondo ao racional; bom relacinamento, comprometimento emocional, namoro, paixão, amor; em sua via mais negativa, pode indicar atitudes impensadas ou precipitadas, bloqueio da razão, nervosismo. Carta do amor, emoção, entrega, paixão, seja por uma pessoa ou uma atividade. O coração transmite o sentimento mais verdadeiro e lembra que podemos modificar o mundo a nossa volta, os relacionamentos, por meio de troca de afeto e calor humano. Emoções profundas, expansão de sentimentos, ondas de emoções. Você viverá uma grande paixão em breve. Também indica que deverá ajudar as pessoas que pedirem o seu auxílio. Negativa avisa que a paixão que se está sentindo é algo efêmero e passageiro, que não se deve tomar nenhuma atitude baseada nesse sentimento, pois ele é enganador. Tratando-se de saúde e rodeada de cartas negativas, pode indicar problemas circulatórios. Jacqueline Costa

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ApetebiNiOrumiláOturáRosso Mu, Omo Oyá e Iyálorisá.


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Rafael Tavares - Escultor de Areia Desde o final de 1999, Rafael Tavares escultor de areia,vem travando uma grande batalha em busca da sobrevivência e de realizar o seu grande sonho,que é ser reconhecido como escultor, já que inúmeras pessoas já o reconhecem e admiram o seu trabalho. Rafael é de família simples,morador de Muriqui, na atualidade, pois já rodou esse Rio de janeiro em prol de mostrar sua arte. Pai de dois filhos e esposo de uma mulher,que ele admira muito pois esta com ele em todas as suas empreitadas. Rafael vive da arte, faz suas esculturas na Areia da Praia, de acordo com sua inspiração,ou tema do dia. Ama os Orixás,e a Cultura dos Negros,cria esculturas belíssimas ,imensas, e simplesmente perfeitas. Cada pessoa que passa fica admirado com tanta perfeição. O que esse escultor mais desejava além do reconhecimento,era obter uma ajuda financeira,para poder desenvolver diariamente seu trabalho,pois o mesmo gostaria de participar de eventos,levando o material e criando suas obras,porque o que consegue no dia que faz sua escultura e para o sustento da família. O próprio nos relatou que além de areia e água,existem critérios secretos que ele não quis nos revelar. Acreditamos no seu trabalho,pois sua arte fala por si,agradecemos a participação para Revista UNIFICA,e esperamos ter contribuído com mais um trabalhador,vencedor dessa grande batalha,chamada VIDA.

Jacqueline Costa

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Zòògodò Bogun Malè Hùndo, em Salvador. Em 1944, Gaiaku Luiza é iniciada na nação Jeje sendo a terceira a compor um barco de 3 vodunsìs. Seu barco foi constituído por uma Osún, um Azansú e uma Oyá. Gaiaku Luiza foi uma das poucas Vodunsìs, na Bahia, que ousaram abrir uma roça de candomblé jejemahi. Isso ocorreu em 1952, num período em que não era comum tal prática dentro do culto jeje. Na época, supõe-se que existiam somente dois terreiros jeje-mahi na Bahia, que eram o Zòògodò Bogun Malè Hùndo (Terreiro do Bogun), em Salvador, e a Roça de Ventura (Sejá Hundê) , em Cachoeira. Com a autorização e participação de sua mãe-de-santo Kpòsúsì Romaninha, dona Luiza abriu um terreiro jeje-mahi, tornando-se, então, uma Gaiaku. Luiza Franquelina da Rocha nasceu em 25 de agosto de 1909, em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano. Sua mãe chamava-se Cecília, negra, descendente de escravos e iniciada para Yemonjá em Feira de Santana/ BA, vindo a falecer com 105 anos. Seu pai chamava Miguel, negro, também descendente de escravos e foi confirmado Kpenjigàn na Roça de Ventura (Kwe Sejá Húnde), candomblé Jeje em Cachoeira, por Gaiaku Maria Ogorensì de Gbèsén. Faleceu aos 86 anos. Sua irmã carnal, Joana, foi iniciada para o vodun Azansú por Gaiaku Pararasì, na Roça de Ventura. Gaiaku Luiza que é bisneta de africano e foi nascida e criada dentro do candomblé aonde chegou a morar dentro da Roça de Ventura. Teve contato com as velhas tias do candomblé que lhe ensinaram muita coisa. Em 1937 Gaiaku Luiza é iniciada para Oyá na nação ketu, no Ilé Ibecê Alaketu Àse Ògún Medjèdjè, do famoso Babalorixá Manoel Cerqueira de Amorin, mais conhecido como Nezinho de Ògún, ou Nezinho da Muritiba, filho-de-santo de Mãe Menininha do Gantois. Por motivos particulares, após 2 anos Gaiaku Luiza se afasta da Roça deste ilustre Babalorixá. Foi Sinhá Abali, segunda Gaiaku a governar a Roça de Ventura, quem viu que Gaiaku Luiza deveria ser iniciada no Jeje, nação de toda sua família, e não no Ketu. Assim, encarrega sua irmã-de-santo Kpòsúsì Romaninha, de sua inteira confiança, a iniciar Gaiaku Luiza no Terreiro

A iniciação de Gaiaku Luiza foi no Bogun. Ela chegou no Bogun no dia 9 de agosto de 1944 e só voltou para casa em 1945. Segundo depoimento da própria Gaiaku Luiza, quem comandava o Bogum naquela época era Gaiaku Emiliana, pertencente ao vodun Agué. Foi nesse contexto que Gaiaku Luiza plantou o axé do Hùnkpámè Ayono Huntoloji. Ela narrava que: “Em 1948, minha mãe Oyá começou a reclamar que não queria que batesse candomblé ali (casa no bairro da Liberdade). Ela passou a querer uma roça onde houvesse água, árvores frutíferas e que fosse perto da linha férrea. Saí procurando uma roça para comprar, mas não encontrava. No dia 2 de novembro, eu já estava saindo para minha procura, quando minha mãe carnal falou: ‘Logo hoje, minha filha, dia de finados’ Eu respondi: ‘Quem sabe, mamãe, os espíritos de luz me ajudam?’ Saímos eu e Delza sem destino, fomos parar em Almeida Brandão. Passamos por ponte, estrada de ferro e nada de encontrar. Adiante, vi uma placa, quando chegamos perto não era uma placa de venda, dizia o seguinte: prenda sua galinha que a roça tem veneno. Delza dizia: ‘Minha velha, vamos embora, esta chuviscando e não vamos achar nada.’ Quando estávamos voltando e já estava anoitecendo, vi uma placa, mas não conseguia enxergar porque já estava escuro, chegamos mais perto e a placa era de vende-se.

Descemos até o portão velho e caído, aí apareceu uma “Dan” (cobra), eu então falei: olha Delza esta roça vai ser nossa. A roça ficava num lugar chamado Cabrito. Começamos a gritar e de repente apareceu um velho, pé hoje e pé amanhã. Ele se aproximou perguntando se queríamos comprar frutas, eu respondi que queria comprar a roça. Era tanta “Dan”, que havia na roça que você pisava e sentia elas por baixo das folhas. Deixei tudo acertado com o velho e marcamos a negociação. Foi uma venda rápida. No dia 2 de novembro a roça já era minha verbalmente. O casal de velhos ainda ficou morando na roça por algum tempo. A velha, dona Maria era de Oyá e o velho era de Azansú. Mudei para a roça em 1950. Foi muito difícil morar ali, no começo. Não conhecia ninguém, sozinha ali, jogada, morando naquela casinha de palha. Comi uma roxura! Comendo zinco e arrotando semânio. A inauguração da roça, em 1952, sob a permissão de Gaiaku Kpòsúsì Romaninha, foi com uma festa para Azansú, o dono da casa, e foi muita gente prestigiar. A roça recebeu o nome de Humpame Ayono Huntoloji.” Em 1962, a roça é transferida para um local denominado Alto da Levada, próximo ao bairro do Caquende, na cidade de Cachoeira, onde permanece até hoje. Em 20 de junho de 2005, Luiza Franquelina da Rocha, ou Gaiaku Luiza de Oyá faleceu, aos 96 anos de idade. Considerada uma das mais importantes sacerdotisas do culto afroreligioso jeje-mahi do Brasil e possuidora de uma sabedoria inigualável. Faleceu em Cachoeira, na sua roça, cercada de filhos-de-santo, amigos e familiares, como ela sempre quis e costuma dizer: “Mãe-de-santo tem que morrer dentro de sua roça”. Foi determinado, ainda em vida pela falecida, que a herdeira do posto de dirigente sacerdotal do terreiro seria sua sobrinha carnal, Regina Maria da Rocha. Dofona Regina – hoje chamada Gaiakú Regina Avimajesì – foi iniciada no Hùnkpámè Hùntóloji, num barco de 3 Vodunsìs, para o Vodun Avimaje. -Texto extraído e readaptado do livro “Gaiaku Luiza e a trajetória do jejemahi”, escrito por Marcos Carvalho (Mejitó Marcos de Gbèsén), filho de santo de Gaiaku Luiza.

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Por Alexandre Manoel, http://impulsohq.com

Orixás – do Orum ao Ayê, de Alex Mir, Caio Majado e Omar Viñole, apresenta ao leitor algumas lendas da religião candomblé.

Resenha HQB: Orixás – do Orum ao Ayê

O álbum narra o surgimento dos Orixás, a criação do Orum (o céu), do Ayê (a terra) e do homem e explica porque há tanta diversidade e deficiências físicas na humanidade. São narrativas curtas, bem contadas e acessíveis, com o intuito, apenas, de introduzir os interessados no assunto. O único senão vai para a divisão do álbum em capítulos. Pela lógica, cada capítulo deveria apresentar uma lenda, por isso soa estranho a criação da Terra estar dividida em 3 capítulos tendo 2 prólogos no 2º capitulo da história. A utilização desse recurso deve ser repensada para as próximas edições. E digo “próximas edições” porque é um álbum curtinho, com apenas 80 páginas, que deixa aquela vontade no leitor de conhecer ainda mais dessa religião. Desde já aguardo outros números, narrando outras lendas e nos apresentando outros Orixás, aqui conhecemos apenas um pouco de Olorum, Oxalá e Odudua. Para quem é interessado no tema, ou apenas tem a curiosidade de conhecer um pouco dessa mitologia, é um

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prato cheio. Parabéns aos autores por enriquecer a linguagem dos quadrinhos ao abordar um tema infelizmente negligenciado por muitos anos.

Orixás – do Orum ao Ayê Autores: Alex Mir (roteiro), Caio Majado (desenhos), Omar Viñole (arte-final e cor) Editora: Marco Zero 80 páginas Data: Abril de 2011 R$ 19,90


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A cozinha afro-brasileira é o reflexo da mistura de culturas na Bahia inhames, quiabos, acréscimos de camarões defumados, gengibre, pimentas e óleos vegetais como o azeite-de-dendê fazem a base de uma mesa em que vigoram acarajés, abará, vatapás de peixe e galinha, bobós, carurus, entre tantos outros pratos. Ainda os cardápios sagrados dos terreiros de candomblé trazem alimentos como o ipeté, amalá acaçá e bebidas como aluá, feito de milho rapadura, gengibre e água. A alimentação dos escravos nas propriedades ricas incluía canjica, feijão-preto, toucinho, carne-seca, laranjas, bananas, farinha de mandioca e o que conseguisse pescar e caçar; e nas pobres era de farinha, laranja e banana. Na época das grandes navegações, Portugal vivia de forma pioneira o fenômeno da globalização, lançando-se mar ao encontro da ampliação comercial, da conquista de novas rotas em busca de alimento e especiarias. Sem duvidas, as grandes matrizes da diversa e variada cozinha brasileira está em um Portugal ampliado com a África, com o Oriente e com as centenas de culturas indígenas. Pode-se caracterizar a cozinha de herança africana no Brasil como adaptativa, criativa e legitimadora de muitos produtos africanos e não africanos que foram incluídos regionais e em outros de presença nacional. O nosso tão celebrado coco-verde vem da índia, passando antes pela África Oriental, África Ocidental, Cabo Verde e Guiné para então fixar-se no Nordeste brasileiro. O dendê é uma das marcas da cozinha genuinamente africana no Brasil e o dendezeiro é sagrado para os Ioruba, sendo conhecido como igí-opé . A mundialização sempre aconteceu na boca. Por volta do século 16 a alimentação cotidiana na África, que foi incorporada à comida brasileira pelos escravos, incluía arroz, feijão, sorgo, milho e cuscuz. A carne era predominantes de caça (antílopes, gazelas, búfalos e aves). Os alimentos eram preparados assados, tostados ou cozidos. Feijão variados,

Os temperos utilizados na comida eram o açafrão, o óleo de dendê e o leite de coco. O cuscuz já era conhecido na África antes da chegada dos portugueses ao Brasil, e tem origem no norte da África, entre os berberes. No Brasil, o cuscuz é consumido doce, feito com leite e leite de coco, a não ser o cuscuz paulista, consumido com ovos cozidos, cebola, alho, cheiro-verde e outros legumes. O leite de coco é usado para regar peixes, mariscos, arroz-decoco, cuscuz, mungunzá e outras iguarias. O que vem da Costa: Genericamente os produtos originários da ampla costa atlântica do continente africano são conhecidos como da-costa, por exemplo, pimenta-da-costa, inhame-da-costa, pano-dacosta, palha-da-costa. Há um longo caminho histórico e econômico unindo o que vem da costa na formação do povo brasileiro. O amplo patrimônio gastronômico de civilizações africanas e de soluções e recriações afrodescendentes fazem um dos mais notáveis caminhos para compreender o que come o brasileiro. Fontes: Atlas Afro-Brasileiro Cultura Popular (Raul Lody)

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Pai Anderson D. Oxoguian e Lucas D. Oxoguian 02.02 – 20 h Saida de Iniciação de Iyawô de xangô e Yansã Rua Indiano, 606 – Sitio Tacari Boca do Mato – Pedagio Cachoeira de Macacu – RJ tel. 021 21 2649-6197 ou 81674779

FEVEREIRO Pai Renato d. Obalúwaiyé 02.02 – 18 h - MESA DE EXÚ (FIRMESA CARNAVAL CARNAVAL) Rua Saint Hilarie, 60 – Bonsucesso – Rj tel. 22606246

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Pai Alex D. Ossain 02.02 – 8 ás 23 h Presente as Aguas Alvorada, Missa, Danças, Louvação, Umbanda, Procissão Maritima, Sirê, Presente e shows Praia Canto do Forte – Cabo Frio – tel. 22 9984-3531 ou 9801-3040

IRMAFRO- RJ 03.02 – 09 H PRESENTE AS AGUAS PROCISÃO DE YEMANJA NA ILHA DO GOVERNADOR A PARTIR DAS 9:00HS MANHA TEL. 2260-6246 OU 9374-2001 – RJ Doté Antonio D. Amaralina 03.02 – 10 h Festa de Yemanjá e 44 anos de iniciado Rua Faixa Adutora, 127 – Vila Kennedy – Rj tel. 2405-3653 , 7742-4699 ou 78502431


Revista & Editora UNIFICA CNPJ:017.248.973/0001-47

Jacqueline Costa Editora Chefe Coordenadora da Promoção e Política da Igualdade Racial de Mangaratiba Coordenadora da UNEGRO (Unidade Mangaratiba)

Marcio Alexandre M. Gualberto Editor & Jornalista Responsável: MTb 23.695 Jornalista, Coordenador Geral do Coletivo de Entidades Negras (CEN)

José Renato de Araújo Diretor Comercial Tel: (21) 8582-4884

Endereço Comercial: Av. Santana,363 APT 22 - Itacuruça/Mangaratiba/RJ. CEP:23880-000 Tel: (21) 3226-7113 Cel.(21)7804-7086/7873-8803/8850-3969

Periodicidade mensal, 5000 exemplares, Distribuição Gratuita, Circulação: Rio, Grande Rio, Seropédica, Itaguaí, e Mangaratiba. Obs. Todo aquele que não conseguir a nossa Revista Impressa em nossos Pontos de distribuição. Por favor, entre no site – www.revistaunifica.com.br e tenha nossa Revista na íntegra, podendo: Imprimir, Salvar em arquivo, e ainda Participar da Enquete, ver os Vídeos e muito mais... Será uma honra receber sua visita!

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