Ode Lusitana # 4 - março 2015

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Ode Lusitana Número 4 – Março 2015

Editorial

Breves

-­‐ O Pax Julia Metal Fest V já se encontra em andamento e será realizado no dia 7 de novembro na Casa da Cultura em Beja. As bandas confirmadas nesta altura são os Hourswill, Moonshade, Gennoma e Avulsed (Esp).

A origem de um nome tem sempre um pouco de história na sua criação e esta Ode Lusitana também teve um longo processo de escolha. Esta análise recaiu desde logo no princípio que deveria ser um título em português e o primeiro título a aparecer foi Bestiário. Os bestiários eram comuns durante o início da Idade Média, e retratava as supostas bestas fantásticas que proliferavam por vezes apenas no imaginário de quem os escrevia. Para tornar o tema mais nosso, surgiu a ideia de colocar o nome Bestiário Lusitano, até que descobri que já existia um livro com este título editado pelo Alberto Pimenta. Desde já nunca foi problema escolher um nome que já exista, desde que não seja dentro da área à qual estaria destinado. Mas como sou de naturalidade Bairradina e respiro os ares da região Aveirense que me cerca, por vezes ‘trocamos’ os vés pelos bés, e aí o nome de Bestiário deixou de ter o seu encanto. Até que no reverso de um flyer a anunciar o CD “Abstract Divinity” de Thormenthor, surge escrito à mão a indicação Demónios Lusitanos. E assim surgia o nome desta zine! Foi sol de pouca dura porque (e depois percebi), não se tratava senão de uma indicação no flyer de uma zine/newsletter editada no meio da década de 90 do século passado, escrita pela Raquel Loureiro e pela Mónica Susana e da qual tenho o exemplor zero. Ou seja, mais um nome a não considerar. No entanto surgiram vários nomes, como Caos Lusitano, Metal Lusitano, Grimório Lusitano, Guerreiros Lusitanos, Hostes Lusitanas e Sangue Luso, este último uma música inserida na demo “Ode Nacional” de 2002 dos portuenses Inthyflesh. Como sempre tive uma predilecção pelas nosas raízes lusitanas e graças ao nome desta demo surge o nome Ode Lusitana. E esta Ode é não mais do que um cântico à sublimidade do nosso metal português. Neste número temos entrevistas à Metal Horde Zine, indirectamente impulsionadora desta zine, assim como entrevistas inspiradoras de Perpetratör e Alchemist. Aqui estão mais 8 páginas de edição gratuita com saída mensal. Imprimam esta zine (livreto A5) e divulgem o nosso metal! Marco Santos Para qualquer informação contactem-­‐nos através do nosso perfil

-­‐ Trepid Elucidation, banda lisboeta de death metal técnico formada em 2012 apresentou o tema “Diminished Into a Space Time Interval” em avanço do seu EP de estreia que será lançado este ano. -­‐ “Matter as Regent”, da banda lisboeta Wells Valley, continua a prestar créditos na onda sludge/post-­‐metal. Formados em 2011 é o primeiro trabalho da banda e é composto por 6 temas. -­‐ Os lisboetas Cruz de Ferro, apresentaram a capa do seu novo álbum “Morreremos de pé”, composto por 10 temas e a estrear brevemente. A capa esteve a cargo do Pedro Sena Lordigan e foi inspirada na batalha de Toro (1 de março de 1476) e que opôs as tropas do rei português D. Afonso V e as tropas espanholas de D. Fernando II. -­‐ Sonneillon BM, banda portuense de black metal apresenta o CD single “Wolves”, com 2 temas e já se encontram em gravações para o novo álbum “Daemoniacus Daemonum Interitum Et Agone Deos”, a editar este ano.

Ode Lusitana no facebook ou através de odelusitana@hotmail.com ou também através da seguinte morada: Marco André dos Santos Ferreira Rua da Carvalha, nº 53 3770-­‐401 Troviscal OBR

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liceu em que ninguém sabia tocar, e cheguei a dar uns toques com diverso pessoal amigo que conheci em concertos e etc. Por volta de 1993 o Belathauzer, de quem eu já era amigo desde 1989, disse-­‐me que o Tetragrammaton estava a pensar em sair de Filii, e perguntou-­‐me se eu não estaria disponível para ir para o baixo. Comprei uma guitarra-­‐baixo de propósito por causa disso. Quando de facto saiu, lá fui eu para o lugar dele. Toquei com a banda o tempo de se compor ou consolidar os temas de “A Era do Abutre” (que vai aliás agora ter uma edição comemorativa dos vinte anos, em vinil, com material extra), gravámos o mini-­‐CD e toquei os concertos de lançamento. Depois lá acabei por sair por razões várias da minha vida, eles tocaram mais uns concertos em 1996 e depois a banda entrou em letargia por sete anos. Deixei de tocar completamente até cerca de 1998-­‐99, quando comecei a dar uns toques com um colega de trabalho, excelente guitarrista, que tinha uma banda chamada Morbid Lust que nunca tinha saído da garagem. Não fiquei por lá muito tempo, mas mais tarde foi com ele e o baterista de Morbid Lust que fizemos os Axe Murderers, uma banda que pretendia ser completamente Thrash. Durante dois meses ensaiámos três vezes por semana, e no mês seguinte gravámos a demo. Depois cada um foi à sua vida e a banda acabou. É impressionante ver que aquilo só durou três meses – foi intensíssimo. Graças a essa demo entrei em Ironsword (já conhecia o Tann havia muitos anos) e, mais tarde, reentrei em Filii. A partir daí nunca mais deixei de tocar. Neste momento a minha actividade musical reparte-­‐se por Perpetratör (que nem ocupa muito tempo), Ravensire e Filii. As três bandas trazem-­‐me grande satisfação. Quanto às diferenças dos estilos, eu sempre gostei de muita coisa desde que fosse verdadeiro Metal. Adoro Heavy Metal clássico, Thrash Metal oldschool, Black Metal até 1992, por aí, Death Metal… Poderia tocar quaisquer destes estilos com todo o prazer. Olhando para a minha vida, o Metal foi aquilo que sempre esteve e sempre estará lá. -­‐ Reza a lenda que Perpetratör foi criado por ti em 2008 numa tarde chata em que não tinhas nada para fazer. Até o grande arranque com alguns ensaios em 2012, tinhas planos bem definidos para a música que querias gravar? Como funcionaram os ensaios? Ainda te lembras de como há muitos anos conheceste o Marco e o Paulão? Como é que aparece o Ângelo Sexo no meio disto tudo? Até o Paulão entrar a sério na coisa, não havia planos minimamente definidos. Perpetratör nem banda era, era uma brincadeira que eu tinha feito e que talvez qualquer dia evoluísse para alguma coisa… foi quando o Paulão meteu as mãos na massa que chegou o dia, e que realmente evoluiu para alguma coisa. Inicialmente Perpetratör era uma coisa suja, completamente Black Thrash, influenciada por Venom, Sarcófago e Carnivore. Com o Paulão a parte Black esbateu-­‐ se, e a parte Thrash tomou totalmente controlo. Não faz mal; se quiser, ainda terei tempo para fazer um projecto mais podre um dia, espero eu. Uma coisa agressiva, com má produção. Filii e Perpetratör são outra coisa… Por acaso há uns tempos eu, o Belathauzer e o Marco gravámos uma rehearsal tape de um projecto assim enquanto o Maalm não chegava ao ensaio. Mas aquilo também foi um exagero. Todas as músicas foram improvisadas enquanto gravávamos.

Perpetratör, lançou em 2014 um dos melhores álbuns de thrash metal intitulado “Thermonuclear Epiphany” pela Stormspeell Records. Banda inicialmente formada em 2008, conta nas suas fileiras com Rick (voz/baixo), Marco (guitarra), Paulão (guitarra) e Ângelo Sexo (bateria). Foi com Rick que mantivemos esta conversa, onde ficamos a conhecer os vários projectos por onde tem andado, assim como as próximas novidades dos Perpetratör. -­‐ Viva Rick! Depois de tantos anos dedicado à música extrema ainda te lembras dos primeiros álbuns que ouviste? Consumias um pouco de tudo ou sempre houve géneros que mais te faziam motivar? Entre o thrash americano e o thrash alemão quais eram/são as tuas preferências? Lembro-­‐me, sim. Quando tinha 14 anos vi o “Live After Death” dos Iron Maiden à venda e comprei-­‐o por causa da capa. Esse momento alterou todo o curso da minha vida. Descobri que o Heavy Metal existia e, durante algum tempo, comecei a comprar a Metal Hammer (que na altura era uma boa revista) e a comprar álbuns quase às cegas (embora raramente tivesse dinheiro para o fazer). Tinha comprado Maiden em cassette, porque só tinha um walkman para ouvir música, mas rapidamente arranjei um gira-­‐discos. O primeiro LP que comprei foi o “Operation: Mindcrime” dos Queensrÿche. Depois fui comprando outros… o “Kings of Metal”, dos Manowar… “Them”, de King Diamond… e o “So Far, So Good… So What!” de Megadeth foi uma revelação. Foi aí que realmente descobri o Thrash. Depois com compilações como a primeira “Speed Kills” e a “Stars on Thrash”, fui descobrindo mais nomes… muito bons tempos! Não me é possível escolher entre o Thrash americano e o alemão… é verdade que Kreator, Destruction e Sodom são a santíssima trindade, mas esses três mosqueteiros têm um D’Artagnan que é americano, que são os Slayer, portanto… E tudo isto vem dos deuses Venom. Se queres que compare o som teutónico com o da bay area… prefiro o germânico, mas os americanos também eram excelentes e ainda por cima sabiam tocar! Gosto tanto de bandas como os Testament… não é fácil optar, e felizmente não tenho de o fazer e posso curtir isso tudo como um tarado metálico terminal! -­‐ Como surgiu o teu interesse de passares de ouvinte a músico? Começas em Filii Nigrantium Infernalium, mas tens passagens entre outras por Axe Murderers, Ironsword, e actualmente manténs-­‐te em Filli, Ravensire e Perpetratör. Onde vais buscar essa tua energia de abraçar vários projectos e de vários estilos? Praticamente desde o princípio pensei que gostaria de fazer uma banda. Comprei uma guitarra eléctrica e comecei a dar uns toques sozinho em casa. Acabei por ter umas bandas de

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Mesmo assim saíram bons temas como “Satan of Death” e “Dead Dog of Death”. Os ensaios de Perpetratör só existiram realmente no ano passado, durante duas semanas ou isso, para preparar o concerto que demos. Antes disso nunca ensaiámos. O Paulão compunha e gravava as músicas e depois cada um de nós adicionava a sua parte. Nunca foi preciso ensaiar.

-­‐ Depois do split EP 7” com os Hellbastard para quando teremos um novo lançamento dos Perpetratör? Já estão a trabalhar em novas músicas? Na verdade temos o próximo álbum praticamente feito desde o ano passado. Pouco falta gravar. Em princípio durante o próximo mês ou dois teremos a gravação final nas mãos. Nessa altura enviá-­‐la-­‐emos ao Iordan e presumo que o álbum saia durante a segunda metade deste ano. Talvez entretanto surja mais alguma proposta para algum EP ou split… seria bom. E também deveríamos mesmo procurar quem quisesse lançar os álbuns em vinil… o tal espírito oldschool. -­‐ Obrigado por teres dispensado um pouco do teu tempo a responder a estar perguntas, por isso podes deixar aqui umas últimas palavras, algum devaneio ou simplesmente uma opinião!" Queremos agradecer-­‐te o teu interesse e a divulgação. Nos tempos que correm, há bandas e fãs de Metal que se esforçam por manter o espírito das bandas originais vivo. Não querem fazer misturas com Rock alternativo nem Pop chunga dos anos 80 nem inventar uma nova roda. Há pessoal que não acha que os Pantera tenham sido a melhor coisa que aconteceu ao Metal, longe disso, e que acha que os Metallica faleceram irremediavelmente juntamente com o Cliff Burton. Há malta que acorda de manhã e vai ouvir o “Infernal Overkill”, o “Black Metal” ou o “Obsessed by Cruelty” e sabe que tem um dia do caralho pela frente. São acima de tudo estes gajos que eu espero que possam realmente curtir Perpetratör. A cada um a sua cena, e vive e deixa viver. Tudo bem. Mas… Metal to the Metals! www.facebook.com/perpetratorthrash “Thermonuclear Epiphany” o álbum de estreia dos Perpetratör, marca a forte presença da banda logo com o tema de abertura “Megaton Therion”. Secção rítmica a não dar tréguas, guitarras desenfreadas, voz na onda thrash que define bem o som da banda. O som praticado, cumpre perfeitamente o objectivo a que se destina: headbaning desenfreado do princípio ao fim! “Pyres in the Night” e “Doomed to Death” com o seu refrão orelhudo mostram que estão aqui para praticar o seu thrash metal old school e ainda por cima gostam do que fazem. Muito difícil de realçar um tema em especial, mas se fosse necessário um, escolheria o “Nothing Left to Kill”, em que desde o riff inicial, à melodia na guitarra, às mudanças de ritmo, aos solos, demonstra bem o som Perpetratör. A capa com os 4 cavaleiros do Apocalipse marca o ritmo do que se passa dentro do álbum. A Conquista, com o seu arco, mostra o propósito ao que a banda se propõe, a Guerra, define que o seu som não está para fazer prisioneiros, a Fome com a sua balança, mostra a desigualdade perante as novas modas e a Morte transmite o espalhar do seu som! Sem dúvida um excelente álbum!

O Marco, o Paulão e eu fomo-­‐nos cruzando ao longo do tempo… lembro-­‐me do Paulão ainda nos tempos de Firstborn Evil, e do Marco nos tempos de Extreme Unction. Mas só criámos reais amizades mais tarde. Comecei a dar-­‐me mais com o Paulão creio que quando Ironsword foi gravar o “Return of the Warrior” com ele. Pela mesma altura, conheci o Mordred, e foi através dele que se fortaleceu o contacto com o Marco. O Ângelo Sexo é uma criatura que prefere manter-­‐se na sombra… só aparece quando é altura de gravar, e depois retira-­‐se talvez para a floresta… é muito misantrópico. Acho que o gajo é do Black Metal. -­‐ No início de 2014 editam o vosso álbum de estreia “Thermonuclear Epiphany” que é simplesmente o melhor álbum de thrash metal a sair nesse ano. Passado mais de um ano o que achas desse álbum? Como conseguiram a edição pela americana Stormspell Records? A edição em cassette pela Caverna Abismal foi para manter o espírito old school? Muito obrigado pelo elogio! Para mim ter esse álbum na mão foi um sonho tornado realidade. É exactamente o meu tipo de som, e gosto bastante das músicas. Desde o princípio que me senti muito confiante de que conseguiríamos arranjar uma editora que lançasse Perpetratör, mesmo nesta altura em que as coisas mudaram muitíssimo em relação ao passado. Não foi assim tão fácil, contactei diversas editoras que não estavam interessadas, não tinham margem para lançar mais bandas ou simplesmente nem responderam. O Iordan da Stormspell foi um dos primeiros que contactei, e após algum tempo foi possível entrarmos em acordo. Para mim, lançar pela Stormspell é uma honra, e só temos coisas boas a dizer acerca da nossa experiência com a editora. Iremos continuar a parceria, o que é magnífico. A edição em cassette foi-­‐nos proposta pelo Nuno da Caverna Abismal. Achámos uma excelente ideia, mesmo devido ao espírito oldschool que referes, e a verdade é que ficámos surpresos com o incrível trabalho que ele fez. Adoramos a edição em cassette, e quem entra na minha casa a primeira coisa que vê à frente é a ilustração da capa feita pelo André Coelho, emoldurada, que veio com a edição diehard. Mudei-­‐me recentemente, e quando o Nuno me devolver muito em breve uma caveira de carneiro que lhe emprestei, vou pendurá-­‐la por cima…

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fácil de transpor para uma situação ao vivo. Na altura estava a tocar com Crystalline Darkness e é daí que vem a ligação ao JS e ao JD, visto que eles eram também membros de sessão. Já tínhamos uma química estabelecida a tocar juntos e foi a opção óbvia incluí-­‐los no projecto. Não diria que é exactamente uma banda democrática, mas estou sempre aberto às opiniões e sugestões deles. -­‐ O que transmite o vosso nome Alchemist? A alquimia está relacionada entre outras coisas com a transmutação da matéria, mas que está verdadeiramente ligada à mudança de consciência para um plano superior. Podemos definir essa transmutação na música dos Alchemist? Como referi anteriormente, a música tende para uma abordagem mais crua e directa, mas conceptualmente e liricamente a mensagem é exactamente essa. A transmutação da alma, do corpo, da mente. Mas já que tocamos no assunto, posso adiantar que quem conhece Alchemist vai reconhecer uma certa evolução no próximo lançamento. -­‐ A produção, mixagem, gravações do EP tiveram todas o teu cunho, assim como o artwork, junto com a Miriam Jorge. Necessidade ou paixão pela parte de produção de álbuns? Também tens interesse pela parte gráfica? Que criadores/desenhadores te despertam a atenção? Aconteceu maioritariamente pelo meu gosto e necessidade de estar envolvido profundamente em todos os aspectos da arte que crio. Tenho formação em som e o meu próprio material de gravação, portanto pareceu-­‐me a opção óbvia, como tem sido com a maior parte dos projectos onde estou, tratar disso com as minhas próprias mãos. Também me interesso pela parte gráfica, e apesar de ter menos desenvoltura e know-­‐how na área, vou trabalhando esse aspecto quando posso. Alguns artistas que tenho acompanhado são a Musta Aurinko e Anatiummi Arts (com quem trabalhei recentemente para o artwork de Infra), assim como os nacionais Phobos Anomaly e Adversary -­‐ Propaganda Fide Diaboli (com quem estou a trabalhar para o artwork do próximo lançamento). -­‐ Este ano de 2015 começa com alguns concertos vossos e para Abril vamos ter mais algumas datas. Com esta actividade toda sentem a necessidade de acelerar o vosso próximo lançamento? Qual é o ponto de situação deste trabalho, que contava já com alguns temas preparados, assim como a capa? Estes concertos servem exactamente para experimentar alguns dos temas novos ao vivo. Há realmente necessidade de ter algo novo cá fora, mas não temos conseguido trabalhar nisso tanto quanto gostaríamos. Ainda assim está nos planos um álbum antes do final do ano. -­‐ E assim chegamos ao fim! Obrigado pelo teu contributo e aguardamos então o vosso lançamento. E já agora uma última palavra para os nossos leitores. Obrigado pelo interesse. Continuem a apoiar o underground.

Alchemist, banda de black metal lisboeta, é um projecto formado pelo João Galrito (voz/baixo) e com quem estivemos à conversa. -­‐ Viva João! Tens passado por bastantes projectos nos últimos anos, mas grande parte com uma vertente mais virada para o black metal. Como se iniciou este teu interesse pelo BM e o que te atrai quando ouves um trabalho? Hoje em dia participas em várias bandas/projectos. Fala-­‐nos um pouco destes trabalhos. Comecei a ganhar uma ligação com Black Metal e Metal em geral por volta dos 13, 14 anos, através de amigos e familiares de colegas de escola da altura. O Black Metal, quando genuíno, emana uma aura difícil de comparar com qualquer outra forma de arte/vida. Seja mais tradicional ou

avant-­‐garde, existe na maioria das vezes uma ligação cruel/crua à alma de quem o cria. Calculo que seja essa a razão de senti-­‐lo o veículo mais adequado para me expressar musical e espiritualmente. Apesar disso, os meus interesses abrangem outras áreas, daí estar sempre envolvido com outros projectos mais ou menos fora do espectro Black Metal. Sou amante de ouvir e fazer música acima de tudo. Neste momento estou com A Tree of Signs, Vaee Solis, Oniromant e Infra, sou vocalista de sessão em Göatfukk, tenho colaborado com Putnam Was The Bastard e mantenho o meu projecto pessoal, Pestilência. -­‐ Alchemist, banda formada em 2008, editam o EP “Flesh To Be Broken” em 2012 e é bem visível a sinergia criada entre vocês. Como surgiu a ideia de criarem a banda? De onde vem a tua ligação ao João S. (bateria) e ao João D. (guitarra)? Alchemist nasceu de mim e continua a ser um projecto essencialmente meu. Surgiu porque precisava de um foco diferente do que estava a explorar com os meus outros projectos na altura. Precisava de algo que fosse musicalmente mais cru e directo mas que mantivesse uma certa densidade conceptual. Algo que fosse relativamente

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colega meu disse-­‐me assim “Larga lá essa porcaria e ouve isto!” e deu-­‐me umas cassetes gravadas com Stratovarius e Rhapsody… É verdade, foi o Power Metal que me conquistou com os seus riffs épicos e vozes agudas! Depois no mIRC conheci um rapaz que me apresentou mais umas poucas de bandas mais estranhas como Haggard e Anorexia Nervosa.

Conheci pessoalmente o Nuno Oliveira e a Inês ‘Misha’ no Hardmetalfest em Mangualde no ano passado (2014) e a primeira coisa que fizeram foi entregarem-­‐me um número da Metal Horde Zine. O que se seguiu foi uma animada conversa acerca do mercado ‘fanzineiro’ em Portugal, a acompanhar com umas cervejas. A Metal Horde Zine é uma excelente demonstração de que com paixão à causa, se consegue fazer maravilhas e aqui estão eles em discurso directo para o demonstrar. -­‐ Viva! Antes de mais queria agradecer-­‐vos porque foram vocês uma das minhas inspirações para a Ode Lusitana ter finalmente saído de um projecto e se ter tornado realidade. Obrigado! Agora passando à entrevista contem-­‐nos um pouco do início da vossa paixão pelo metal e o que andavam a ouvir por essas alturas. Começaram também a ouvir as bandas nacionais? Faziam as ‘romarias’ a concertos? NO -­‐ Obrigado Marco pelas tuas palavras. O meu início no lado negro da música começou por volta de 1989 quando um colega de turma me gravou umas k7’s com álbuns de Helloween, Manowar, Iron Maiden, Metallica, etc. Depois foi o normal, com esse colega fui ver Judas Priest em ’91 no Restelo e foi crescendo o amor por este género musical que na altura era muito mal visto pela sociedade. Felizmente os meus pais eram bastante compreensivos e mesmo não entendendo essa minha paixão deixaram-­‐me mantê-­‐la e mesmo apoiaram-­‐me comprando os bilhetes para concertos como o de Guns em ‘92 ou o de Metallica em ’93. Por volta de ‘93/94 conheci um ‘fellow’ Metalhead da minha zona que me levou a casa dele um dia e me mostrou um mundo muito diferente do que eu conhecia. Era o mundo Underground, o mundo onde existiam carradas de fanzines e bandas nacionais. K7’s foram gravadas, endereços foram apontados e assim o que era uma paixão tornou-­‐se um amor de vida que ainda hoje se mantém. Nos anos 90 batia a maior parte dos concertos em Almada ou no Dramático de Cascais mais tudo o que era concertos na minha zona, que é Vila Franca de Xira. Cheguei a ir à Covilhã ver Imunity (banda de Vila Franca) com Genocide. A 1ª demo Portuguesa que comprei directamente à banda foi a “Death Blessed By A God” dos Incarnated (que depois dariam origem aos Desire) e ainda lá a tenho eheh! A 1ª fanzine foi o numero 9 e meio da Metal Preachers de Tomar, um número especial só com reviews e que trazia uma compilação em tape onde descobri grandes nomes como Decayed, Candle Serenade ou Pyogenesis. IP -­‐ Muito obrigada Marco! Bem, até tenho vergonha de dizer datas porque quando o Nuno começou a ir a concertos eu tinha 6 anos! Enfim, na realidade comecei no Metal com Metallica e com esse grande canal de tv por satélite que era o VIVA, mas não me interessei logo por isso -­‐ O “Ride the Lightning” era o expoente máximo da minha vida em 1998. Depois na escola ouvia-­‐se já muito Nu-­‐metal e um dia um

Entretanto uma das minhas melhores amigas começa a namorar um metaleiro e pumba, along came Black Metal: a primeira coisa que arranjei gravado foi o “Anthems to the Welkin at Dusk” de Emperor, e passado algum tempo Immortal (valha-­‐nos o Total Metal do também já falecido MCM -­‐ canal de tv francês -­‐ que dava à 4ª à noite e que eu punha a gravar para mostrar às minhas amigas…) “From the Cradle to Enslave”, “At the Heart of Winter” e qualquer coisa de Impaled Nazarene levaram-­‐me a gostar de Black Metal mais que tudo. Nessa altura continuava a ouvir muito Power Metal mas ainda não gostava de Heavy como hoje em dia, talvez a exposição fosse pouca: era Mayhem, Nargaroth, Darkthrone e pouco Iron Maiden… Em relação a concertos olha, comecei mesmo pelo verdadeiro underground com um concerto em Alferrarede (essa grande localidade junto de Abrantes) com In Tha Umbra e mais umas poucas de bandas, depois comecei a ir a concertos em Lisboa, nessa altura a banda que mais via era Desire (também influências dessa minha amiga e do nosso grande amor adolescente pelo Brandon Lee! Eehehehe) -­‐ até porque entretanto lançaram o “Dark Angel Bird” e fizeram uma pequena tour por Portugal que os levou aos reinados longínquos do Algarve onde os vi com os defuntos Lvpercalia e novamente In Tha Umbra. Sinceramente sempre gostei mais destes pequenos concertos mas nunca me esqueceirei do meu primeiro concerto “a sério” (vá gozem lá que sou uma pita histérica) foi My Dying Bride no Garage na tour do The Dreadful Hours. Lembro-­‐me por várias razões: no dia a seguir (ou antes) Immortal ia tocar ao Hard Club e eu estava roidinha de não ir; A minha amiga faltou às aulas porque vinha de Abrantes pro concerto; e ver My Dying Bride foi absolutamente indescritível… E depois nunca mais larguei o underground! -­‐ Em que altura é que tem o primeiro contacto com as fanzines? Como um dos meios de divulgação de bandas, edições discográficas, scene reports, a fanzine tinha um certo charme que nos transportava para vários locais. Quais eram as fanzines favoritas e o que gostavam mais de ler nelas. NO -­‐ Sorry adiantei-­‐me lá atrás ehehehe! Foi cerca de 93/94 acho eu com a Metal Preachers. Pá as fanzines era a coisa que eu mais adorava (e ainda o acho) no mundo Underground. Na

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altura não existiam magazines em Português dedicadas ao Metal por isso foi onde eu descobri todo um mundo novo. Existiu a Rock Power durante uns tempos mas era mais uma tradução da edição Alemã com umas páginas dedicadas à cena nacional e depois era comprar Heavy/Rock’s, Metal Hammer’s todas em Espanhol (obrigado por isso pois se hoje em dia percebo bem Espanhol foi à conta dessas revistas) e essas era mais entrevistas e reportagens das cenas mais conhecidas. Ler uma fanzine era perceber que existia no resto do mundo gajos como nós que ouviam este tipo de som maluco e que se davam ao trabalho de ter bandas/zines/distros para fazer esse movimento florescer. Epá se começo a debitar nomes vamos ficar aqui horas ehehe digo-­‐te já que o que mais gozo me dava ler eram alguns scene reports e as entrevistas. Quanto a nomes deixo-­‐te algumas favoritas: Nacionais – Dark Oath, Hallucination, Warning, Wroth, Prophetical, Hipocrene, Crown of Thorns, Horns; Internacionais – Symbiotic, Vampiria, Tales of the Macabre (onde descobri que uns tais de Ironsword eram Portugueses eheh), Necromance, Black Light, Metal Rules. Tenho uma boa coleção de fanzines que ás vezes ainda folheio pelo gozo de ver o que certas bandas diziam à 20 anos atrás ehehehe!! IP -­‐ Eh pah, aqui vou ter de engraxar o meu namorado: na realidade foi ele que me deu a conhecer as fanzines. Num concerto em Corroios (Corpus Christii, Foscor e Flagellum Dei) andava um marmelo com umas folhas A4 agrafadas com uma capa vermelha. LOL Pois é! Primeira edição da Metal Horde em 2007! Folheei-­‐a, vi o que era e achei a ideia engraçada mas na altura nem dei grande relevância… Só mais tarde quando comecei a entrar mais nos meandros da internet (meaning, comecei a prestar mais atenção ao que estava no Metal Underground porque precisava de boleias pros concertos) é que percebi que aquilo já tinha uns poucos de números e pedi ao Nuno para mas levar todas pra um concerto na Moita e lá foi ele carregado! Depois de as ler em casa fartei-­‐me de quase chorar porque as edições em português tinham imensos erros ortográficos e que depois as edições em inglês tinham uma gramática péssima, entrevistas meias traduzidas apenas (sim, vão lá ler Serpent Rise praí no número 4!!!) e até lho disse. Nunca tinha visto uma fanzine antes da Metal Horde! -­‐ Finalmente em 2007 nasce a Metal Horde e a Inês entra em 2009. Como tem sido esta experiência de tantos anos e que já vai em 16 números? Como é o vosso processo de pesquisar bandas? O que pretendem da Metal Horde para o futuro? NO -­‐ Boa eheh!! Pá andei anos a adiar a coisa, ou porque me faltava os instrumentos ou porque achava que não tinha arcaboiço para a coisa, até que em 2005 comprei um PC,

comecei a ter contacto com mais malta de bandas e em 2007 no meu 1º SWR Barroselas tive uma conversa brutal com o Daniel Miranda, que fazia a Laudatio Funebris (uma das melhores zines do nosso burgo que já existiu), e ele deu-­‐me algumas dicas e acima de tudo alguma força para arrancar com o projecto. Acima de tudo tem sido uma experiência gira pois sempre que sai cada número ganhamos novas experiências, novos amigos e mais contactos. Hum, processo de pesquisar bandas eheheh a Inês passa-­‐se um bocado comigo porque todos os dias tenho novas ideias para entrevistas. Pode ser um disco que oiça, uma review que leia, uma notícia que veja no facebook, uma banda que veja ao vivo (por exemplo fomos ao Under the Doom e convenci mais duas bandas a responder a entrevistas eheh) ou então bandas que eu admiro à anos e que gostava de falar com eles. O próximo número em princípio traz umas dessas entrevistas. Para o futuro gostava de continuar a editar números atrás de números é apenas isso que pretendo. Mais é difícil pois não me vejo a viver da zine ehehe era bom mas não acredito!! IP -­‐ A experiência tem sido excelente e acreditem que acho que não saem mais números porque nós não temos tempo! As bandas é engraçado porque pode ser qualquer coisa desde coisas novas que o Spotify nos mostra (sim, acreditem que há muita banda desconhecida a pôr música boa no Spotify), flyers que vêem com material das editoras, Facebook, bandas que vemos ao vivo e que despertam o nosso interesse, enfim, tudo nos inspira a convidar bandas! -­‐ A minha paixão pelas fanzines começou no início da década de 90 e foi através delas que acedi a muitas bandas. Por isso quando vejo que vocês tem um projecto denominado “Passado e Presente da Fanzine no Metal Nacional”, fico ansioso!! Contem-­‐nos um pouco deste projecto, do que já se encontra feito, dos contactos realizados e finalmente: para quando o arranque destas edições. NO -­‐ Epá agora é que a Inês me trucida em público eheheh!! Esse projecto está a andar devagarinho porque infelizmente meto-­‐me noutros que vão atirando esse para trás. Só para perceberem, neste momento estamos a fazer o booklet para o XII Extreme, a mini zine para o XVIII SWR e o novo número da zine, o 17 ou seja, tempo é uma coisa curta pois além disso tudo ainda temos família, trabalho e respirar. O que podemos adiantar? Vai sair em fascículos, aquelas cenas que havia nos 90’s e que saiam nos jornais e que eu me fartei de colecionar. Cada um com 8 páginas e falando de 2 ou 3 zines e depois a malta pode juntar e fazer o livro final. Aquilo basicamente vai ter um pequeno texto sobre a zine e depois entrevista com a pessoa que a fazia. Neste momento já temos 2 quase prontas e mais alguns contactos. O objectivo é dar a conhecer as fanzines que houve e que há em Portugal e quem está por detrás delas, esses heróis anónimos muitas das vezes. Pode ser que depois de passar os festivais tenha mais algum tempo livre. Eu gostava de acreditar que o 1º fascículo vai sair com o número 18. Ah e vai ser em Português pois não faria sentido editar uma coisa sobre as fanzines Portuguesas noutra língua que não a nossa. IP -­‐ Bem, eu nem me vou pronunciar sobre os fascículos que nunca mais saem :) Vocês não têem noção mas se todas as bandas respondessem às entrevistas que temos aí por fora já tínhamos uns 3 números, mais todo o material que temos para fazer reviews, enfim... Em relação ao “Passado e Presente da Fanzine Nacional”... o que posso eu dizer, só que acho que o Nuno é doido por achar que tem tempo para ainda fazer mais uma coisa, mas ele é que sabe! A verdade é que os

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primeiros fascículos já estão em andamento por isso esperem-­‐nos para breve! -­‐ A edição da fanzine em papel está a registar um aumento notório em todo o Mundo, com destaques para a Europa e a América do Sul, com excelentes trabalhos e edições fantásticas. Em Portugal as fanzines em papel apenas se contam pelos dedos de uma mão. Como explicam esta falta de interesse criativo na área da escrita, quando existem tantas bandas e concertos? Que indicações podem dar a quem queira começar a editar uma fanzine? MHZ (Nuno e Inês) -­‐ Acredita estamos quase ao nível dos anos 90 em certos países do Mundo tais como a Alemanha, a Polónia, a Espanha, o Brasil ou o Chile. Temos feito centenas de trades com malta de todo o lado o que é espectacular. Em Portugal infelizmente estamos muito longe dessa realidade. Somos meia dúzia de editores que vão editando regularmente e vai-­‐se fazendo o que se pode. Como é que se explica? Não sei sinceramente. A verdade é que para editar uma zine é preciso algum tempo e disponibilidade e ter muita paciência e nem todos conseguem juntar tudo isto. Acima de tudo acho que em Portugal não se dá grande valor ao trabalho escrito dos fanzineiros e das fanzines existentes por isso é que não estranhem que no caso da Metal Horde mais de 70% das cópias vai para o estrangeiro. Em Portugal dá-­‐se mais importância ao imediatismo da internet, por isso é que penso que as fanzines em papel não vingam. A quem queira começar apenas podemos dizer para irem a concertos, arranjarem contactos, terem paciência com a lentidão de algumas bandas a responder e antes de se porem a imprimir sem fim, imprimam uma e leiam-­‐na para fazer o último check de erros!!! Eheh!!! Ah,e aceitem as criticas, positivas e negativas da mesma forma, só assim se cresce. E não se preocupem com o tamanho, o layout, as reviews, isso vem tudo depois de arrancarem. -­‐ E é tudo! Muito obrigado pelas respostas e as últimas linhas são vossas, por isso digam o que desejarem! MHZ -­‐ Obrigado Marco pelas tuas palavras de apreço. É bom ler que há quem dê valor ao trabalho que fazemos e por muito que façamos isto para nós (isto é de entrevistar muitas bandas de Black Metal ehehe) é sempre bom ver que há quem goste de ler o que fazemos. O ego agradece! A quem lê isto: vão a concertos, paguem-­‐nos copos e não sejam tímidos, peçam-­‐nos a zine que devemos andar com algumas na sacola. Próximas zines vão sair em Março no XII Extreme, em finais de Abril a do XVIII SWR e por essa altura também deve sair o 17º número da Metal Horde Zine com algumas coisinhas especiais!! Abraço para ti Marco e para todos aqueles que ainda se dão ao trabalho de ler fanzines em papel. Keep the flame alive and only paper is real!!! (já cá faltava este jargão ehehe) www.facebook.com/MetalHordeZinePortugal Para terminar uma pequena referência ao último número da Metal Horde Zine (# 16) e que tem data de edição de dezembro de 2014. Escrita em inglês , 72 páginas A5, apresentam entrevistas a Darkened Winter (Aus), Serrabulho, Sartegos (Esp), Ereb Altor (Sué), O Cerco, Deathhammer (Nor), Xerión (Esp), Mist (Eslovénia), Machinergy, Drengskapur (Ale), Rimruna (Ale), Seven Sisters (Ing), Kratherion (Chile) e Putrid Matt (EUA). Também podemos contar com as sessões das críticas a vinis, cassetes, cds e zines. No global bastante interessante,

entrevistas informativas, por isso entrem em contacto para a aquisição deste ou dos próximos números! ______________________________________________________________________ -­‐ A zona alentejana tem sido próspera em festivais e para comprovar esta situação temos a terceira edição do Hellvas Metalfest que irá decorrer no dia 4 de Abril na Sociedade Instrução e Recreio de Elvas.

Com um cartaz variado do que se faz no metal português vamos ter as actuações de Neoplasmah, Bleeding Display, Analepsy, Shoryuken, Overcome the Sky, Mindtaker, Invoke, Mass Disorder, Innersight e Bruma Obscura. -­‐ Filii Nigrantium Infernalium, apresentam o lançamento da edição em vinil de “A Era do Abutre” através de 2 concertos, um a 4 de abril no RCA Club (Lisboa), com Nightshift e a 18 de abril no Hard Club (Porto) com Alchemist. Banda de culto do metal português tem 2 londa-­‐durações editados: “Fellatrix Discordia Pantokrator” de 2005 e “Pornokrates: Deo Gratias” de 2013. -­‐ Vaee Solis editam a 20 de março o seu trabalho “Adversarial Light”, com edição em cassete, ficando para depois o lançamento em cd e vinil. Praticantes de black/doom metal são formados por Sophia (Lodge, Crisis, ex-­‐ We Are The Damned) na voz, Filipe Azevedo na guitarra, João Galrito (Alchemist, A Tree Of Signs, Pestilência) no baixo e João Seixas (Don't Disturb My Circles, Mother Abyss, Utopium, ex-­‐Löbo) na bateria. -­‐ Tales for the Unspoken apresentam no dia 11 de abril no States Club em Coimbra, o seu segundo longa-­‐duração intitulado “CO2” e como convidados tem a participação dos Shadowsphere, Equaleft e Claim your Throne. -­‐ Praticantes de “black death metal chaos”, os Enlighten apresentam a 20 de abril a sua estreia “Phösphorvs Paramovnt” através da Signal Rex. Duo formado por K. (voz /baixo/guitarra) e A. (bateria), contam nesta gravação com os convidados Alexandre Ribeiro (Grog/Neoplasmah) e Cristina Silva (In Tha Umbra).

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Agenda

10 – Corpus Christii / Neoplasmah / Christalline Darkness – RCA Club, Lisboa 11 – Corpus Christii / Vaee Solis / Infra – Hard Club, Porto 11 – Tales for the Unspoken / Shadowsphere / Equaleft / Claim your Throne – States Club, Coimbra 11 – Simbiose / Diabolical Mental State / Sarna / Acromaniacos / Dokuga / Dollar Llama – RCA Club, Lisboa 15 – Heart in Hand (Ing) / Hand of Mercy (Aus) / Liferuiner (Can) / Create to Inspire (Ing) – Hard Club, Porto 16 – Heart in Hand (Ing) / Hand of Mercy (Aus) / Liferuiner (Can) / Create to Inspire (Ing) – República da Música, Lisboa 16 – Russian Circles (EUA) / Helms Alee (EUA) – RCA Club, Lisboa 17 – Serrabulho / Destroyers of All / Skinning / M.I.L.F. / Buried Alive / Promethevs / Terror Empire – Ink n’ Roll – Tattoo Metal Fest, Centro Cultural e Recreativo do Bairro de Santa Maria, Vila Real 18 – Filii Nigrantium Infernalium / Alchemist – Hard Club, Porto 18 – Simbiose / Dokuga / Cabeça de Martelo – Cave 45, Porto 25 – Bizarra Locomotiva – Hard Club, Porto 25 – Acid King (EUA) / Lâmina / Vaee Solis – RCA Club, Lisboa 29 – Vizir / Atomik Destruktor / Dehuman (Bél) / Phil Goes Down – XVIII SWR Barroselas Metalfest, Barroselas 30 – Shining (Sué) / Fleshgod Apocalypse (Itá) / Crisix (Esp) / Skyforger (Let) / Internal Suffering (Col) / Incinerate (EUA/Can) / Grime (Itá) / Killimanjaro / Neuroma (Ing) / Equaleft / Redemptus / Wells Valey / Blast Off (Esp) / Shitmouth – XVIII SWR Barroselas Metalfest, Barroselas

Março

20 – Finntroll (Fin) / Hatesphere (Din) / Profane Omen (Fin) – Hard Club, Porto 21 – Forgotten Suns / Mindfeeder – Paradise Garage, Lisboa 21 – Nightshift / Estado de Sítio / Warbombs – Cave 45, Porto 20/21 – Aura Noir (Nor) / Darkmoon Warrior (Ale) / Sturmtiger (Ing) / Neoplasmah / Dragon’s Kiss / Anarchos (Hol) / Nefastu / The Unholy / Ruach Raah – Extreme Metal Attack, Side B, Benavente 22 – Aura Noir (Nor) / Nefastu – Hard Club, Porto 26 – Vader (Pol) / Hate (Pol) / Shredhead (Isr) – Paradise Garage, Lisboa 27 – Moonspell / Septic Flesh (Gré) – Coliseu dos Recreios, Lisboa 27 – More Than a Thousand / Iberia / Switchtense / Karnak Seti / Jackie D. – Moita Metal Fest, Soc. Filarmónica Estrela Moitense, Moita 28 – Onslaught (Ing) / Bizarra Locomotiva / Grog / Wako / Miss Lava / Terror Empire / Crossed Fire / Albert Fish / Colosso / Destroyers of All / Analepsy / Borderlands – Moita Metal Fest, Soc. Filarmónica Estrela Moitense, Moita 28 – Moonspell / Septic Flesh (Gré) – Hard Club, Porto

Abril 03 – Christ Agony (Pol) / Witchmaster (Pol) / Bruma Obscura – RCA Club, Lisboa 03 – Theriomorphic / Shadowsphere / Toxic Attack – Oporto Metallvm Fest, Metalpoint, Porto 03 – Mata-­‐Ratos / Viralata / Artigo 21 / Suspeitos do Costume / A Chama / Caelum’s Edge – Mira Fest, Salão dos Bombeiros, Odemira 04 – Ramp / Simbiose / For the Glory / Stonerust / Liber Mortis – Mira Fest, Salão dos Bombeiros, Odemira 04 – Wells Valley / Katabatic – Sabotage Club, Lisboa 04 – Neoplasmah / Bleeding Display / Analepsy / Shoryuken / Overcome the Sky / Mindtaker / Invoke / Mass Disorder / Innersight / Bruma Obscura – Hellvas Metalfest III, Sociedade Instrução e Recreio de Elvas, Elvas

Maio 1 – Primordial (Irl) /

Enthroned (Bél) / Gutalax (RC) / Bong (Ing) / 11 Paranoias (Ing) / Zom (Irl) / Claustrofobia (Bra) / Emptiness (Bél) / Bleeding Display / Örök / Analepsy / Mother Abyss / Imminent Attack (Bra) / Myteri (Sué) – XVIII SWR Barroselas Metalfest, Barroselas 2 – Entombed AD (Sué) / Impaled Nazarene (Fin) / Skull Fist (Can) / Benighted (Fra) / Ahab (Ale) / Nightbringer (EUA) / Zatokrev (Sui) / Raw Decimating Brutality / Lvcifyre (Ing) / Midnight Priest / Jibóia / Cangarra / Marginal (Bél) / Rato Raro (Esp) – XVIII SWR Barroselas Metalfest, Barroselas

04 – Theriomorphic / Shadowsphere / Toxic Attack – Vimaranes Metallvm Fest IX Ultimatum, Guimarães 04 – Filii Nigrantium Infernalium / Nightshift – RCA Club, Lisboa

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