Ode Lusitana # 6 - maio 2015

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Ode Lusitana Número 6 – Maio 2015 Breves

Editorial O editorial do mês passado foi dedicado aos festivais e concertos que decorrem de norte a sul, e este mês o tema será as bandas portuguesas e a relação que o público tem com elas e com todo o meio envolvente. As opiniões são muitas quando falamos deste tema, porque há os defensores acérrimos de preservar e promover o que é nosso, assim como há quem esteja mais desligado. Mas actualmente ninguém fica indiferente e isso tem-­‐se vindo a notar. Para o mal ou para bem (eu continuo a dizer que é para o bem) a internet e as redes sociais vieram dar um impulso a uma cena portuguesa que existia, mas que tinha dificuldade em sair da sua casca. A época áurea do underground português na década de 90 do século passado, deu lugar a uma fase mais silenciosa no início deste século. As bandas, o público, as editoras, os concertos, as promotoras estavam lá, a informação é que não circulava na quantidade que desejávamos. Nos últimos anos temos vindo a observar um ressurgir do nosso movimento e todos somos responsáveis por isso. As pessoas aderem bastante ao som nacional, independentemente de todos continuarmos a ouvir o que é nosso e o que vem lá de fora. O You Tube, Bandcamp, Spotify e outros suportes permitem a divulgação do nosso som. Várias compilações vão surgindo (Círculo de Fogo, 13 Portuguese Metal Compilation, Infected), e que nos levam à descoberta de novas bandas, que de outro meio, não teríamos um acesso directo a elas. As bandas estão no bom caminho, o público também e para demonstrar isso temos o nosso meio em plena expansão. Neste número temos entrevistas com o Augusto Peixoto, que nos vai falar um pouco dos seus HEAD:STONED, mas também dos seus vários trabalhos e com o Miguel Gomes, com o fascinante trabalho criado à volta de Waterland. Fiquem atentos e boas leituras! Aqui estão mais 8 páginas de edição gratuita com saída mensal. Imprimam esta zine (livreto A5, ou a quem prefira em A4) e divulgem o nosso metal! Marco Santos Para qualquer informação contactem-­‐nos através da nossa página

-­‐ O Santa Maria Summer Fest, promete agitar o país no próximo mês de junho. A decorrer de 12 a 14 do referido mês na cidade de Beja, conta com a participação de 36 bandas, percorrendo uma grande variedade de estilos. Pelo festival vão passar as bandas nacionais Quinteto Explosivo, Infra, Analepsy, Jibóia, Terror Empire, Vaee Solis, Cangarra, Vai-­‐ te Foder, Midnight Priest, Revolution Within, Inquisitor, Mother Abyss, Marvel Lima, Mordaça, Paulo Colaço, Shoryuken, Corpus Christii, Theriomorphic, Killimanjaro, Equations, Satanize e Mendigo Blues. Também temos de visita ao nosso território os The Varukers (Ing), Necro Deathmort (Ing), Warhammer (Ale), entre outros. Confere o cartaz completo na nossa Agenda. Festival a não perder! -­‐ Cryptor Morbious Family, banda de Grândola formada em 2002, praticantes de metal industrial tem disponível para ouvir o single “Desolation”, que fará parte do álbum “The Pit of Infamy”. Com edição de vários singles/EP na sua discográfica, tinham um longa duração editado em 2009 com o nome “Hypnotic Way to Hurt”. -­‐ “Heavy Metal Portugal – O Documentário” da autoria de João Mendes está em andamento e promete fazer um retrato fiel do heavy metal em Portugal. Estejam atentos às novidades!

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Ode Lusitana Team: Marco Santos, Gui Rodrigues

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emotivos, mais sonhadores, tínhamos uma paixão enorme pela música, pelas amizades, pelos concertos ao vivo… tudo se interligava, o apoio era mútuo e visível. Nos dias de hoje não é assim, há muitas mais bandas, excelentes executantes mas, sem essência, sem feeling, na maioria dos casos. Há uma enorme evolução quer nos instrumentos, quer nas condições e na técnica musical mas, falta-­‐lhes o que na minha opinião é essencial, emotividade. Mas, como considero-­‐me uma Metalizo da velha guarda, talvez tenha uma visão um tanto ao quanto retrógrada e, bastante colocada amo passado. -­‐ O trabalho da Irondoom está presente não só no artwork dos DOVE, Cycle, HEAD:STONED, como a nível nacional se podem apreciar capas como as dos Mindfeeder, Nethergod, Cruz de Ferro, assim como os volumes I e II da 13 Metal Compilation, entre outros. No âmbito internacional, várias bandas como os americanos Sinister Realm, os canadianos Viathyn, ou os italianos Soul Secret recorrem à IrondoomDesign. Ao longo de sensivelmente 20 anos de arte gráfica direccionada para o Metal, consideras que existe ou não um maior cuidado e preocupação na apresentação dos álbuns e do merchandising por parte das bandas? Como se desenvolve este processo, desde a ideia à fase final do artwork? Já trabalhaste com outras bandas fora do Metal? Definitivamente, há esse cuidado, se bem que há o outro lado negativo… qualquer um se acha Designer e capaz de criar Arte, descorando a técnica e o saber que as Artes Gráficas exigem. Depois há muitos “Designers” a trabalhar a preços quase gratuitos o, que inviabiliza a escolha de quem realmente faz da Arte uma profissão e, que tem uma vida de experiência no Grafismo. Geralmente, começo a idealizar uma capa, não só pelo que a banda me transmite a nível musical mas, que vá de encontro à temática e ao assunto que a banda tem em mente. Cruz de Ferro – “Guerreiros do Metal” – Há casos que se capa IrondoomDesign tornam mais fáceis de se conseguir o “quadro”, enquanto que há processos que se tornam complexos e complicados, pois mexe com vários músicos das bandas, todos com opiniões diferentes e, tenho que ir de encontro ao gosto de cada um. Acho mais fácil trabalhar com bandas internacionais, muito sinceramente, talvez porque são mais decididos, já sabem na perfeição o que pretendem para o Artwork e, porque em grande parte dos casos, preocupam-­‐se em consultar o meu Portfolio não sentindo nenhum complexo em escolher um trabalho já existente. Já idealizei trabalhos para bandas que não tocam Metal, como foram exemplo um compositor russo de música clássica, SCYTHELENCE e, um projecto de cariz techno/industrial, julgo que suecos.

Cenários que arrebatam amantes de sonoridades mais pesadas que, em alguns momentos poderão pensar “isto dava uma bela capa para um álbum de Metal”. A Ode Lusitana convida-­‐vos a espreitar um mundo que tem como pilares da sua expressão o Metal e claro, a Arte.

-­‐ Viva Augusto! Não podemos dar início a esta conversa sem perguntar qual dos dois mundos descobriste primeiro, como desenvolveste a paixão pelo Metal e pelas Artes Gráficas? Como surgiu o teu gosto pela bateria? Olá. Desde muito pequeno que sempre tive aptidão para as Artes, portanto a Arte Gráfica é uma sequência disso mesmo. A música e a descoberta do Metal e consequentemente o facto de vir a tornar-­‐me baterista apareceu mais tarde. Ainda assim, acredito que ambos já estavam-­‐me pre-­‐ destinados e, que andam perfeitamente de mão dada… um não pode viver sem o outro. -­‐ “Considerada uma das mais influentes bandas do underground nacional dos anos 90” Estamos perante uma afirmação que caracteriza o teu projecto iniciado em 1988, os DOVE. "Memoriam Antiquam . Memories of the Past", vê a luz do dia 19 anos depois da última demo “Dove”. O que impulsionou este lançamento? Quais as principais diferenças entre o underground dos 90’s e a actualidade, tanto em relação às bandas como à cena em geral? Ao longo dos anos sempre senti, em conversas que mantinha com alguns amigos que, aos DOVE sempre faltou editarem um álbum. Esse pensamento seguiu-­‐me sempre, mesmo após o término da banda e, com a evolução tecnológica e, a possibilidade de converter o analógico em digital, levou-­‐me a duplicar as minhas demos para o computador. Infelizmente, algumas delas já se encontram bastante usadas devido à grande camada de cópias que foram sujeitas aquando das suas edições. Por isso mesmo o som não é o melhor mas, serviu para que muitos que compraram essa compilação, bem acima das minhas espectativas diga-­‐se de passagem, podessem reviver aquilo que foi DOVE e, o impacto que a sua música criou no Underground e, a qualidade que algumas músicas apresentam mesmo ao fim de 20 anos, gravadas em condições que hoje em dia são impensáveis. A questão tecnológica como já falei é definitivamente diferente do que se faz agora, nos anos ’90 éramos mais

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que se propagou para além da velha guarda? Achas que não passa de mais uma moda, ou veio para ficar? Uma das razões que dei o nome C Y C L E S a uma das minhas antigas bandas, foi precisamente pelo facto de a vida ser um conjunto de vários ciclos, tudo tende a voltar e a repetir-­‐se, mais tarde ou mais cedo e, o vinyl é a prova disso. Hoje é moda, amanhã deixa-­‐o de ser mas, é definitivamente o meu formato preferido, ainda para mais devido às dimensões que apresentam, permitindo que a Arte seja apreciada em todo o seu esplendor. O CD tem um som muito direitinho e limpinho e, o Metal quer-­‐se sujo, portanto o analógico adequa-­‐se muito mais a este estilo, portanto se pudesse escolher, escolheria definitivamente o vinyl. -­‐ Bem, ficamos por aqui, aproveitamos para agradecer a disponibilidade e deixar as últimas palavras por tua conta. Aproveito a oportunidade para vos agradecer pela entrevista, que tive imenso gosto em o fazer e, se as minhas palavras poderem de alguma forma influenciar quem a ler, dizer que deverão acreditar nas vossas capacidades e lutar pelos sonhos que têm. Como diz um trecho de uma das letras dos DOVE “Believe in the pleasures of life / and happiness you will find…”

“Welcome to the Art of Dreams” -­‐ IrondoomDesign -­‐ Sempre envolvido em vários projectos, editaste dois livros “Welcome to the Art of Dreams”, uma selecção de alguns dos teus trabalhos e o “UnderCovers” composto pelo artwork que produziste para diversas bandas. Contamos também com o teu cunho nos D U M e claro, os HEAD:STONED. Atrevo-­‐me a dizer que o Doom é um género que te enche as medidas, apesar de o teu trabalho andar muito na onda do Thrash e do Heavy, que géneros mais aprecias dentro e fora do Metal? O que andas a cozinhar no teu caldeirão? Vamos ter novidades? Sim, os Livros foram um sonho tornado realidade e, apesar da dificuldade financeira em os elaborar e, não ter tido praticamente lucro nas suas vendas, foi um acontecimento único e, que acredito fez feliz muitos dos que adquiriram um dos exemplares. Os D U M são um projecto, somente isso mas, com uma vertente sonora que consegue encher-­‐me de prazer, por ser o estilo que mais parecia dentro do Metal e, por considerar que vai ser, definitivamente, um dos melhores trabalhos que editei na minha carreira musical. Ainda não faço a mínima ideia de quando esse disco irá ver a luz do dia mas, tenho plena convicção que vai “estourar” quando tal acontecer. Sou apreciador da maioria dos sub-­‐géneros do Metal e, os únicos estilos que não aprecio de todo será o Black-­‐Metal e o Hard Core. Extra Metal, aprecio Rock Progressivo, 80’s Pop/Rock, 70’s Rock. Com toda a certeza haverão novidades, tenho vários projectos em mão, não tantos como desejaria mas, os mais evidentes no momento, será o Artwork para os Heavenwood, Wrath Sins e Fantasy Opus. Para não falar dos meus próprios projectos musicais, D U M, DOVE e HEAD:STONED, sem poder-­‐me esquecer dos C Y C L E S que têm o E.P. praticamente acabado mas, que estagnou no tempo, infelizmente. -­‐ Dum spiro, spero (enquanto há vida, há esperança). Numa era em que a tecnologia impera e os formatos físicos estão a ser dominados pelo digital, consideras que há esperança para a informação na versão mais tradicional bem como para o consumo da música em formato físico? Um dos grandes regressos dos últimos tempos, está num formato de culto, o vinil. No teu ponto de vista, qual o motivo para este boom

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______________________________________________________________________ -­‐ O Viseu RockFest já tem cartaz definido e vai decorrer na Quintela de Orgens (Viseu), no dia 25 de julho, com o festival a cargo de Rocha Produções.

Esta terceira edição conta com os portugueses The Temple, Serrabulho, Mr. Miyagi, The Black Wizards, The Last of Them, Stone Dead e Fuck 77, como também Hemdale (EUA), Nak’Ay (EUA), Bloodhunter (Esp) e Mind Holocaust (Esp). -­‐ Outro cartaz também já fechado é o do Vagos Open Air que vai para a sua sétima edição e que decorre na Quinta do Ega em Vagos de 7 a 9 de Agosto. Por parte dos portugueses podemos contar este ano com Filii Nigrantium Infernalium, Ironsword, WAKO, Midnight Priest, Moonshade e Scar for Life. Das bandas internacionais haverá a actuação de Within Temptation (Hol), Black Label Society (EUA), Bloodbath (Sué), Venom (Ing), Overkill (EUA), Amorphis (Fin), Heaven Shall Burn (Ale), Triptykon (Sui), Destruction (Ale), Halestorm (EUA), Orphaned Land (Isr), Vildhjarta (Sué), Ne Obliviscaris (Aut) e Mutant Squad (Esp). -­‐ O Sardinha de Ferro já tem o seu cartaz fechado. A decorrer a 27 de junho no Side B em Benavente terá a participação de Satanic Warmaster (Fin), InThyFlesh, Irae, Theriomorphic, Vizir, Ravensire, Cruz de Ferro, Machinergy e Speedemon. -­‐ Sublime Torture Fest a decorrer em Castelo Branco a 26 de Setembro conta já com Serrabulho, Shoryuken, Derrame e Trepid Elucidation. Aguardamos mais bandas.

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Salvation” dos Edguy foram alguns dos grandes álbuns que comecei por adquirir. -­‐ Como foi a tua passagem para músico, mais especificamente para guitarrista? Creio que um pouco tarde, na época gostava mais do baixo mas logo comecei a aprender a tocar guitarra, mais ou menos com 17 anos, por minha conta, fui descobrindo o instrumento aos poucos, foi também por essa altura que fundei os Oratory e ano e meio depois gravamos a primeira demo. -­‐ Em Barcelos havia muita receptividade a estas sonoridades? Não, era tudo novo, Oratory foi das primeiras bandas de metal em Barcelos, começamos a despoletar o gosto em alguns amigos e aos poucos foi alastrando para outras pessoas, desde então começamos a ter uma receptividade maior , mas no inicio foi bastante complicado conseguir conquistar o nosso espaço numa região com idealismos musicais bastante tradicionais e comerciais. -­‐ Durante alguns anos fazes parte dos Oratory, uma das bandas mais emblemáticas do power metal sinfónico português. Como explicas o power metal ser um género bastante apreciado pelo público, mas não surgirem muitas bandas no nosso país? Sinceramente não encontro uma resposta concreta, creio que tenha um pouco a ver com as ideologias musicais de cada banda, e a sonoridade que se identificam de acordo com o meio e a receptividade que a banda possa vir a ter. O power metal é um género musical que exige bastante a nível das vocais e possa haver ai alguma necessidade de adquirir um conhecimento mais aprofundado, no entanto não é uma razão lógica mas sim subjetiva de acordo com o meu ponto de vista. -­‐ O álbum “Kingdom of Lusitania” dos Tarantula (do qual os Oratory fizeram uma versão de “Lusitania”) pode ser considerado um dos marcos do power metal a nível nacional? Creio que sim, Tarantula é uma banda de renome nacional e internacional, lançaram grandes trabalhos no qual sou bastante apreciador. Com eles surgiram a expansão do metal nacional abrindo portas para outras sonoridades e o surgimento de outras banda. -­‐ Em 2007 crias os Waterland. É um trabalho que já vinha fermentando a algum tempo dentro de ti? Waterland era uma ideia que já tinha surgido ainda durante o período de Oratory. Como tinha constantemente ideias que não se enquadravam com aquilo que estava a ser pretendido com Oratory resolvi guardar os temas e criar um projeto á parte, dai surgir Waterland para me sentir realizado musicalmente. -­‐ Os álbuns formam uma sequência que colmatará na publicação de um livro que contará toda a história de Waterland. O que nos podes contar dessa história?

Waterland, colectivo de Barcelos formado em 2007 pelo Miguel Gomes, marca no panorama português a sua sonoridade power metal melódica. Com três ábuns gravados, sendo eles “Waterland” (2008 promo CD), “Virtual Time” (2010) e “Our Nation” (29015) são constituídos pelo Paulo Pires e Miriam Dias (voz), Miguel Gomes (guitarra), Tó Silva (teclados), Ivan Batista (baixo) e Tiago Moreira (bateria). Estivemos à conversa com o Miguel para conhecer o conceito Waterland, entre outros temas. -­‐ Viva Miguel! É Um prazer ter-­‐te neste número da Ode Lusitana! Para começar ainda te lembras de quando começaste a ouvir metal? Olá! O prazer é todo meu, as primeiras bandas que comecei a ouvir de heavy metal foram aquelas que a maioria de todos nós (fãs do metal) tenhamos iniciado, Megadeth, Metallica, Judas Priest, Death, Manowar, AC/DC, Accept, Iron Maiden, estes últimos , foram sem dúvida os grandes responsáveis da sonoridade que mais me identificava, tendo como a grande referencia ainda durante muitos anos. -­‐ Frequentavas concertos ou reunias-­‐ te com os teus amigos à procura de novas sonoridades? Ambas as coisas, ficávamos horas colados nos programas de rádio existentes na época, sendo a única forma de teres acesso ao heavy metal, muitas bandas acabamos por descobrir dessa forma. Lembro-­‐me que um dos primeiros concertos de metal com bandas internacionais foi no antigo palha d´aço no Porto com Cradle Of Filth e os nacionais Heavenwood. Lembro-­‐me também de ter visto os Paradise Lost na sua primeira passagem por cá. Também frequentava concertos de menor dimensão em bares por ex, era recorrente em meados dos anos 90, na época em que Oratory começava também a dar os primeiros concertos juntávamos o útil ao agradável sendo também uma forma de aprendizagem e conhecimento. -­‐ Quais os álbuns que começam a despertar mais especificamente esse teu interesse pelo power/speed/symphonic metal? A primeira banda que me despertou curiosidade foi sem dúvida os Stratovarius com o álbum “Visions”, esse foi e continua a ser um dos melhores álbuns de metal para mim. A partir desse momento comecei a procurar outras bandas do género e álbuns como “The Time of the Oath” dos Helloween, “Legendary Tales” dos Rhapsody, “Glory to the Brave” dos HammerFall, “Ecliptica” dos Sonata Arctica, ou “Theater of

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Sim, a ideia base passa por ai. A história em si retrata uma civilização num planeta onde existem várias cidades com inúmeros personagens que lutam entre si pelo poder, havendo o foco de atenção numa delas que é Waterland, cidade imortal devido ao poder da água que em contacto com as sementes da vida deixadas lá pelos seus primórdios, permitem que os habitantes de Waterland sejam imortais enquanto o poder da agua existir na cidade. É bastante aliciante aos outros povos que tentam a todo custo conquistar Waterland.

várias guias para depois passar a fase final. Com as vozes são ainda mais demoradas as gravações, temos sempre o cuidado de procurar harmonizar cada parte da musica e de colocar sempre segundas vozes, para tornar cada momento da musica o mais épico possível de acordo com os meios que temos, o que por vezes complica um pouco já que não dispomos da melhor tecnologia para gravar coisas mais complexas que foi o caso das orquestras em algumas músicas. No geral pretendemos transmitir a mensagem de acordo com o sentimento que a letra possui e escolher a música certa para o momento certo para que possa ser referenciada com mais destaque cada capitulo da história. -­‐ Waterland começa como um projecto apenas direcionado para a gravação de álbuns, mas actualmente não descuram a parte ao vivo. Como tem sido a experiência com tanta gente em palco? Ao inicio era complicado passar para concerto aquilo que fazíamos em cada cd, não havia meios para isso, e a banda era instável, com muitas mudanças de line-­‐up, hoje em dia já conseguimos tocar ao vivo temas que seriam impensáveis a uns anos atrás, a banda tem vindo a demonstrar competências e uma união e a cada concerto que damos temos vindo a melhorar. A experiencia tem sido fantástica, e estamos preparados para novos desafios e novos concertos que surjam. -­‐ “Our Nation” está a cumprir os objectivos de divulgação do vosso som? Neste momento estamos a focar a publicação do novo álbum mais a nível nacional havendo também uma enorme procura do Japão para onde já vendemos cerca de 200 cópias. Os objetivos estão bem encaminhados para que nos sintamos realizados de acordo com o mercado atual. A primeira edição já esgotou e já estamos quase a terminar a segunda o que podemos dizer que é bastante satisfatório.

-­‐ Qual é o conceito por detrás da mesma? O conceito é baseado na procura da imortalidade, poder e conquista que a cada letra de cada álbum é um capitulo da história de Waterland que vai se desenrolando a cada álbum editado. Pretendemos concluir a história ao fim de alguns álbuns. Existem também em algumas letras uma analogia com a realidade dos nossos dias, o “Our Nation” por exemplo demonstra um pouco binómio que vivemos no nosso pais, um pais que já teve poder e hoje é submisso de uma economia regida pelos mais poderosos. -­‐ “Our Nation” mostra a maturidade do vosso som. Em que partes se focaram nestas gravações, num processo de composição que pode chegar aos 2 anos? A gravação do "Our Nation" foi muito longa e pormenorizada, demos bastante relevância aos pormenores e a cada musica preocupamo-­‐nos que ficasse como pretendíamos. Quase todos os dias gravávamos um pouco do álbum, durante esse tempo houve bastante gente convidada para cantar principalmente nas segundas vozes e coros incluindo um grupo de crianças para o tema da “Destiny III”. Cada música tem mais de 100 pistas de gravação algumas delas chegam quase as 200 caso da “Destiny III”. Ainda não sabemos se vamos usar a mesma formula no próximo álbum vai depender do processo que se vai desenvolvendo durante o inicio das gravações que já estão em andamento. -­‐ O trabalho instrumental é bastante importante, mas dão uma importância significativa ao nível vocal. As vozes ajudam a transmitir mais facilmente a paisagem Waterland? Sim, a base é fundamental e todo o processo de gravação desde a bateria, guitarras, baixo e teclados tentamos construir um pilar de forma a que as vozes sejam referencia sem nunca deixar de dar importância ao instrumental. Cada instrumento é gravado por fases e em cada musica gravamos

-­‐ Que comentários tem recebido? Para já as criticas são bastante positivas, quer nos concertos, quer pelo novo álbum onde temos recebido exelentes reviews e ainda estamos numa fase de promoção, esperamos ainda receber muito mais feedback. As expectativas estão acima do que estávamos a contar o que nos dá mais incentivo para continuarmos o nosso percurso.

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-­‐ E para quando o próximo trabalho? Neste momento já nos encontramos em gravação do novo álbum, a base rítmica está quase concluída e em breve vamos passar á gravação das vozes. Pretendemos lançar um novo álbum em meados de 2016 ou inicio de 2017, vai depender do tempo de gravação, mistura e masterização assim como toda a promoção envolvente. -­‐ Muito obrigado Miguel pelas respostas e podes deixar aqui umas palavras para os nossos leitores. Continuem a dar força ao metal, principalmente ao metal nacional porque há bandas muito boas e que merecem oportunidades. Quero agradecer ao Ode Lusitana por esta oportunidade dos Waterland se darem a conhecer mais um pouco. Gostava de agradecer também a todo aqueles que nos apoiam, e acreditam em nós.

estúdios Crossover (Linda-­‐a-­‐Velha), com a produção de Ricardo Bravo e José Pedro “Sarrufo”. O grafismo do álbum ficou a cargo do André Coelho. O concerto de apresentação do álbum será no dia 23 de maio no Side B em Benavente e conta com Baktheria, Gatos Pingados, SIStema, Nostragamus e 53A. -­‐ Analepsy já tem disponível o seu EP de estreia “Dehumanization by Supremacy” através da Vomit Your Shirt e Rotten Cemetery Records (Chile). Banda lisboeta formado no final de 2013, é formada por Ricardo Proença (voz), Marco Martins (guitarra), Diogo Santana (guitarra/voz), Flávio Pereira (baixo) e Tiago Correia (bateria). Praticantes de “slamming brutal death metal” este trabalho é um sério candidato a um dos melhores álbuns de 2015. -­‐ Som do Rock, é um site dedicado ao metal nos seus mais diversos estilos, fazendo a divulgação através dos variados meios. Originalmente constituído em 13 de Julho de 2014 tem como principal mentor o Paulo Teixeira. Podem visitar no site www.somdorock.pt, onde encontram notícias, entrevistas e muito mais. Também são responsáveis pelo Som do Rock TV e a compilação “Metal Nacional 13 Bandas 13 Temas”. De realçar a edição de uma publicação denominada Som do Rock Magazine, que tem uma particularidade fantástica que foi a edição do número zero que aconteceu em novembro de 2014, na mesma altura que foi editado o número zero desta Ode Lusitana! Em janeiro deste ano lançam o número 1, mantendo uma edição mensal e regular, onde já saiu o número 5 de maio. De leitura obrigatória todos os números e verifiquem estes no site ou na página do facebook. Este último número é constituído por 20 páginas, com uma secção de notícias, uma secção “História do Heavy Metal”, entrevista a Hell Ashes (Bra), “A Coluna do Dico”, biografias, “Metal Chart”, agenda de concertos e muito mais. A equipa deste número além do Paulo Teixeira, é constituída por Lunah Costa, Carolina Lobo, Ricardo Pato, Dico e Bruno Sousa. Volto a realçar a obrigatoriedade desta leitura, já que é criando estes meios de divulgação que conseguimos espalhar a palavra do que se vai passando no metal português.

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______________________________________________________________________ Breves (cont.) / Vários -­‐ A primeira edição do Templo do Abismo já tem nova data marcada. Irá decorrer no Metalpoint (Porto) a 3 de outubro e contará com Black Howling (black metal pagão – Lisboa, dupla com vários trabalhos editados, sendo o último “O Sangue e a Terra” deste ano), InThyFlesh (black metal – Porto), Balmog (black metal – Espanha) e Névoa (black metal – Porto). Uma noite negra no Porto sob a organização da Umbrae Congregatio. -­‐ Baktheria, trio lisboeta formado em 2013 e composto pelo Rui Vieira (voz/guitarra), Rui Marujo (baixo) e Alex Zander (bateria), disponibilizaram o streaming do tema “Reset Your Life (To Null)”, do álbum de estreia “System Sickness”.

Praticantes de uma mistura de black, thrash, death, punk, bastante “rápido e intenso”, este álbum foi gravado nos

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-­‐ Salamandra em Chamas, é um evento diversificado que vai decorrer no próximo dia 30 de maio na Casa da Árvore (Ameixoeira – Lisboa). Nesta 3ª edição organizada pela Salamandra Dourada vamos ter a presença de Bleeding Display (death metal – Lisboa, que editaram o ano passado o seu longa duração “Deviance”), Legacy of Cynthia (alternative/progressive metal – Sintra, formados em 2010, editam o ano passado o álbum “Renaissance”), Voidust (thrash metal – Bobadela/Lisboa, com o seu EP de estreia “Volvebatur” editado em 2013), Trepid Elucidation (death metal – Lisboa, que estão a acabar de gravar o EP “Upcoming Reality”) e The Autist (djent/groove – Lisboa, que apresenta o seu álbum “Entangled”). Além dos concertos irá ter a apresentação do livro “A Guardiã” de António Parada, um Metal Quiz e o after party com DJ Lady Starlight.

Formação constituída por Neverendoom (voz), Dirty Lawbreaker (guitarra), MC Destroyer 69 (baixo) e P. Tosher (bateria). -­‐ Godark, banda proveniente de Penafiel, praticantes de um death metal melódico, formados em 2010 lançaram no final do mês de abril o seu EP de estreia “Reborn from Chaos” e tem como single de apresentação o tema “Mask of Ignorance”. Confere! -­‐ Foroyar, banda proveniente de Santa Maria da Feira e praticantes de death metal estão em gravações para o lançamento do seu primeiro trabalho. Já se pode ouvir algumas partes, mas ficamos a aguardar por mais novidades. -­‐ A 23 de maio é a apresentação do álbum “Everything Ends” dos thrashers portuenses Web e que decorrerá no Metalpoint no Porto. Nesta noite de festa e como bandas suportes, terão Equaleft (thrash / groove – Porto, que editou o ano passado o seu primeiro longa duração “Adapt & Survive”), Tales for the Unspoken /thrash / groove – Coimbra, que editaram já este ano o álbum “CO2”) e Claim Your Throne (hardcore / metal – Porto). Também já se encontram disponíveis as datas da Everything Ends Tour, em que os Web contam com os Equaleft como banda suporte fixa, mas que terá a presença de outras bandas. Fiquem atentos! -­‐ A Firecum Records, tem a sua quinta edição definida. Desta vez vamos ter a reedição em CD da demo “Brutal Intervention” da banda crossover aveirense Booby Trap,

-­‐ Neste mesmo dia de 30 de maio decorre na República da Música em Lisboa a luta entre os “anjos e demónios”, com o In Heaven and Hell Metal Fest. Em palco vamos ter a presença de Shadowsphere (melodic death / thrash metal core – Seixal, fundados em 2010 com vários trabalhos editados, sendo o último o “Darklands” de 2014), Terror Empire (thrash metal – Coimbra, fundados em 2009 editaram este ano o seu primeiro longa duração “The Empire Strikes Black” através da Nordavind Records (Ovar)), Low Torque (southern rock / stoner / metal – Palmela, que apresentação o segundo álbum “Croatoan”), Machinergy (thrash metal – Arruda dos Vinhos, formados em 2006 editaram o ano passado o segundo álbum “Sounds Evolution”), Mass Disorder (thrash metal – Almada, formados em 2013, editam o ano passado o seu EP de estreia “The Way to Our End”) e Frost Legion (black / thrash metal – Lisboa, editam em janeiro de 2014 o seu álbum de estreia “Death of Mankind”). -­‐ Scum Liquor, banda da Brandoa, formados em 2013 e practicantes de sewer rock n’ rol (segundo os próprios), editou no início deste mês o MLP “Vicious Street Scum”.

assim como outros temas, alguns dos quais inéditos. Esta demo inicialmente lançada em 1994 através da Martelo Pneumático, teve uma grande distribuição e divulgação, onde se destacam temas como “Fight!”, “Asshole”, ou mesmo o tema “Booby Trap”. -­‐ Rotem, projecto a solo realizado por Rotem, com início em 2012 pratica um progressive black / death metal, em que após a edição no ano passado de “Dehumanization” se prepara para lançar em junho o EP “Nightmare Forever”.

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-­‐ Under Fetid Corpses, banda portuense de death/grindcore formada em 2001 que depois de um hiato desde o lançamento de 2004 (“Flesh Made”), volta em Abril deste ano com o trabalho “Archives of Carnage”. A edição é de apenas 50 cassetes, através da Larvae Productions (que já tinha editado em 2013 a cassete/EP “Compêndio de Aversões” dos Holocausto Canibal).

29 – Blame Zeus / Moonshade / Waterland / Debunker / Soul Doubt – Headbang Solidário – Metalpoint, Porto 30 – Sonneillon Blackmetal / FurcaZ / Ashes Reborn / Reptile / Humanphobic – Headbang Solidário – Metalpoint, Porto 30 – Shadowsphere / Mass Disorder / Machinergy / Low Torque / Terror Empire / Frost Legion – In Heaven & Hell Metal Fest, República da Música, Lisboa 30 – Blame Zeus / The 7 Riots / HEAD:STONED – Hard Bar, Bustos (Aveiro) 30 – Destroyers of All / Tales for the Unspoken – For Metal’Sake #5 -­‐ D.R.A.C., Figueira da Foz 30 – Bleeding Display / Legacy of Cynthia / Voidust / Trepid Elucidation / The Autist – Salamandra em Chamas – Casa da Árvore, Ameixoeira (Lisboa)

Agenda Maio

Junho 4 – Weedeater (EUA) / Today is the Day (EUA) / Wells Valley – RCA Club, Lisboa 5 – Weedeater (EUA) / Today is the Day (EUA) / Wells Valley – Hard Club, Porto 6 – Soldier (Esp) / Terror Empire / Strikeback (Esp) – Metalpoint, Porto 7 – Soldier (Esp) / Terror Empire / Strikeback (Esp) – States Club, Coimbra 12 – Despise You (EUA) / Quinteto Explosivo / Chiens (Fra) / Sedna (Itá) / Abaton (Itá) / Teething (Esp) / Infra / Analepsy / Jibóia / Terror Empire / Vaee Solis / Cangarra – Santa Maria Summer Fest – Beja 13 – The Varukers (Ing) / Children of Technology (Itá) / Necro Deathmort (Ing) / Albez Duz (Ale) / Vai-­‐te Foder / Midnight Priest / Revolution Within / Inquisitor / Mother Abyss / Marvel Lima / Mordaça / Paulo Colaço / Coat of Arms (EAU) / Shoryuken – Santa Maria Summer Fest -­‐ Beja 14 – Warhammer (Ale) / Northland (Esp) / Corpus Christii / Theriomorphic / Killimanjaro / Equations / Satanize / Blood Atonement (Ale) / Vikingore (Esp) / Mendigo Blues – Santa Maria Summer Fest – Beja 14 – The Last of Them / Punchdown / Ashes & Waves / Happy Farm – Aesthetics of Hate Fest IV – Metalpoint, Porto 20 – Frost Legion / Dawn of Ruin / Solveig – Black Summer Night – Live Caffé, Moita 26 – Satanic Warmaster (Fin) / InThyFlesh / Dolentia / Névoa – Hard Club, Porto 27 – Satanic Warmaster (Fin) / Irae / InThyFlesh / Theriomorphic / Vizir / Ravensire / Cruz de Ferro / Machinergy / Speedemon – V Sardinha de Ferro -­‐ Side B, Benavente Próximo número da Ode Lusitana com previsão de saída a 15 de junho

19 – Emmure (EUA) / Caliban (Ale) / Thy Ar tis Murder (Austrália) / Sworn In (EUA) – RCA Club, Lisboa 21 – Arch Enemy (Sué) / Unearth (EUA) / Drone (Ale) – Paradise Garage, Lisboa 21 – King Dude (EUA) – Cave 45, Porto 21 – Serrabulho / Kadaverficker (Ale) – TreBARunA, Lamego 22 – Arch Enemy (Sué) / Unearth (EUA) / Drone (Ale) – Hard Club, Porto 22 – King Dude (EUA) – Music Box, Lisboa 22 – Serrabulho / Kadaverficker (Ale) / Happy Farm – Cave 45, Porto 22 – Theriomorphic / Shadowsphere – G.D. Mata, Covilhã 23 – Theriomorphic / Shadowsphere / Upcoming of Devastation (Esp) / Strangled With Guts (Esp) – ASDREQ -­‐ Quintela de Orgens, Viseu 23 – Web / Equaleft / Tales for the Unspoken / Claim your Throne – Metalpoint, Porto 23 – Baktheria / Gatos Pingados / SIStema / Nostragamus / 53A – Side B, Benavente 26 – Earth (EUA) / Ermo – Hard Club, Porto 27 – Earth (EUA) / Filho da Mãe – Music Box, Lisboa 27 – The Exploited (Esc) / The Adicts (Ing) / Atentado – República da Música, Lisboa

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