Ode Lusitana Número 9 – Setembro 2015
Baktheria
Shell From Oceanic
Paulo Teixeira Som do Rock
Di.soul.ved - Dementia 13 - Apotheus Wrath Sins - My Enchantment - Penalva Rocks
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Editorial A paragem feita durante o mês de Agosto serviu para estudar com atenção o que é feito dentro da área da divulgação do metal underground a nível mundial, tanto no campo das magazines/fanzines, como no das webzines. Dentro dessa pesquisa houve uma situação que salta à vista e que tem raízes geográficas. As publicações da Europa e da América do Norte são extremamente profissionais, com muita informação e conteúdo, mas foi a América do Sul que mais me surpreendeu pela positiva! Num continente polvilhado de bandas dedicadas ao metal, conta com uma autêntica máquina de divulgação do que se vai fazendo pelos vários países da América do Sul. Vamos colocar de lado um país como o Brasil que tem uma cena bastante forte e vamo-‐nos concentrar nos restantes países. E aí somos surpreendidos por países como Venezuela, Bolívia ou Peru. Nestes países que estão a passar crises económicas existe um intercâmbio constante de informação entre todo o meio, sendo os concertos das bandas nacionais um ponto de encontro entre todos os elementos que constituem a cena metálica nacional. Existe uma verdadeira união! Um dos pontos fortes é a divulgação da fanzine/magazine em papel e da qual sou extremamente curioso. As entrevistas às bandas são muito bem feitas, explorando essa tal união nacional (que acaba por ser continental), mas também tem um cuidado extra de realizar entrevistas aos programas de rádio, fanzines, editoras, estúdios e todos que estejam envolvidos. A cereja em cima do bolo é o cuidado com que é escrito o editorial das publicações. Sempre com essa ideia de todos juntos fazerem um meio mais forte em que todos saem a ganhar. As publicações da América do Sul podem ser menos profissionais, mas o verdadeiro espírito salta ao de cima! Por aqui apresentamos um novo número com o que se passa em Portugal onde também temos entrevistas com Shell From Oceanic, uma banda que é obrigatório ouvir, Rui Vieira e os Baktheria, com a sua mistura de estilos descomprometida e sonora e finamente o Paulo Teixeira e a sua dedicação ao metal nacional através do Som do Rock. Aqui estão mais 8 páginas de edição gratuita com saída mensal. Imprimam esta zine (livreto A5, ou a quem prefira em A4) e divulgem o nosso metal! Temos uma novidade que foi a passagem do blogue a site, por isso para lerem as novidades visitem o site em: https://odelusitana.com.
Shell From Oceanic, banda do Porto formada em 2010, abalou a cena nacional do metal progressivo com o seu álbum de estreia “Ambivalence” editado em dezembro do ano passado. Formados por César Ramos (guitarra), Cláudio Frank (guitarra), Luís Correia (baixo) e Luis Neto (bateria/percussão) segue a entrevista para ficarem a conhecer melhor a banda e se ainda não tiveram a oportunidade de ouvir o álbum, procurem e fiquem atentos ao som deles. Para começar tenho que vos agradecer por terem aceite responder a estas perguntas da Ode Lusitana e é um prazer ter uma das bandas mais inovadoras do metal progressivo português nas nossas páginas. E a primeira pergunta é como nasce Shell From Oceanic no Porto, corria o ano de 2010? Já todos se conheciam? O Luís Correia (baixo) entra para a banda em Maio do ano passado. Como foi esta integração? Obrigado pelo interesse e pela entrevista! Muito resumidamente, poucos meses depois do início do projecto, o César (Guitarra/Teclados) falou com o Luís (bateria) através de um anúncio num fórum online, visto que muitas bandas de referência/influência eram um ponto em comum para os dois. A partir daí, marcou-‐se um ensaio com os restantes membros fundadores do grupo, que já não fazem parte da formação, e começámos a compor algumas músicas. Após várias mudanças de membros, chegamos no final de 2013 à formação com a qual iríamos gravar o álbum de estreia. Cláudio Frank e César Ramos nas guitarras, Ricardo Mendes no baixo, e Luís Neto na bateria. Após a conclusão das músicas, contactámos o Paulo Lopes do estúdio Soundvision, e começámos as gravações para o álbum, que intitulamos de “Ambivalence”. Já quase no fim das gravações, as circunstâncias levaram a uma mudança de baixista, tendo entrado o atual, Luís Correia, que ainda gravou duas das músicas do álbum (“Hope”, e “Into Arid Seas”). Durante muito tempo andaram à procura de vocalista, mas optaram por deixar este espaço vago no seio da banda. Foi a necessidade que vos levou a optar por serem uma banda instrumental, ou a voz poderá não se coadunar com o vosso som? A banda instrumental é para manter? No início, sim, a falta de vocalistas compatíveis com o nosso som foi a grande culpada. Sempre pensámos em ter um vocalista, até porque, originalmente, a nossa sonoridade era mais agressiva, e virada para o death metal. Logo, não viamos muito sentido em sermos uma banda instrumental. Chegaram a passar vocalistas pela formação, e algumas das músicas presentes no álbum tinham já letras e linhas de voz escritas, mas quando fechamos a formação pré-‐álbum decidimos que fazia sentido pôr os vocais de lado, porque queríamos seguir uma vertente estilística mais virada para
Marco Santos
Para qualquer informação contactem-‐nos através da nossa página www.facebook.com/Ode-‐Lusitana no facebook ou através de odelusitana@hotmail.com.
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sonoridades progressivas e com influências de jazz fusão e música eletrónica. Isto também porque queríamos ter mais liberdade expressiva, num sentido de poder ter estruturas não convencionais e passagens complexas sem termos de nos preocupar com a presença de um vocalista. Em relação à última pergunta; a ideia é continuarmos uma banda instrumental, mas não vamos fechar portas a mudanças futuras, porque apesar de termos já 5 anos de existência, apenas recentemente consideramos que nos tornamos numa banda completa, e ainda temos imenso para explorar. Este álbum é o produto de 4 anos de composição, mudanças de membros e alguma turbulência, por isso esperamos no futuro poder fazer algo mais ponderado e com mais maturidade. Em dezembro do ano passado lançam o vosso primeiro longa duração de nome “Ambivalence”. Como funcionou este longo processo de gravações? Na minha opinião este é um álbum que mostrou uma excelência dentro deste estilo. Qual a opinião que receberam acerca deste trabalho? A composição do álbum foi iniciada em meados de 2011 e terminada um pouco antes da entrada em estúdio, em Dezembro de 2013. Decidimos trabalhar com o Paulo Lopes (Crushing Sun) no Soundvision Studios, por ser uma referência em produção neste genero de música. Houve sempre um grande interesse em lançar algo com uma atenção especial à qualidade, acabando por demorar algo mais com estas preparações. As opiniões que recebemos do álbum ultrapassaram as nossas expectativas, havendo boas criticas em blogs internacionais e por parte do público nacional, um grande interesse em levar a banda aos palcos. Está nos vossos objectivos não tocar ao vivo e apenas fazer gravações de estúdio? Qual a próxima novidade dos Shell From Oceanic e o que podemos esperar? Não, de todo! Ainda não pudemos tocar ao vivo por razões logísticas, devido ao facto de sermos todos estudantes/trabalhadores. Tencionamos começar os concertos no último trimestre deste ano, por isso sim, teremos novidades em breve. Falamos do presente, mas também queremos saber o vosso passado. Como se interessaram pelos sons mais pesados e quais
foram os primeiros álbuns que ouviram? Foi uma transição natural de ouvir outras coisas, não sabemos bem responder. Ficam aqui algumas das bandas que serviram como ponto de referência para irmos de encontro uns aos outros musicalmente: Opeth, Scale the Summit, Between the Buried and Me, Cynic, Mastodon, Intronaut, Devin Townsend, Death, Extol. Que trabalhos de metal progressivo actuais e a nível mundial acompanham? Qual é a vossa opinião em relação à recepção que este estilo tem nos headbangers nacionais? Não somos grandes fãs do panorama do metal progressivo atual, e ouvimos muito mais música fora do género, mas achamos bastante positiva a boa reação do público português a este mesmo, porque mesmo quando lançámos o álbum não faziamos ideia do que esperar, e tivemos uma excelente recepção dos headbangers nacionais e não só, maioritariamente por ser um trabalho algo diferente do que tem andado por aí, o que nos deixa, obviamente, bastante satisfeitos. E com isto terminamos esta entrevista e da qual agradecemos novamente, esperando novidades em breve. Estas últimas linhas são vossas para deixarem umas palavras aos nossos leitores. Obrigado mais uma vez, e estejam atentos à nossa página de Facebook, que as novidades estão para breve! www.facebook.com/shellfromoceanic shellfromoceanic.bandcamp.com
Breves / Notícias
-‐ Di.soul.ved é mais um super-‐grupo da cena nacional que irá dar que falar, não só pelos seus constituintes, mas também para mostrar o seu grindcore e que não estão aqui para brincadeiras. Todos a postos para esta viagem constituída por Hugo Silva (voz/Downthroat), Pedro Pedra (voz/Grog), José Marreiros (guitarra/Neoplasmah, Martelo Negro), Hugo Andremon (guitarra/The Sorcerer), Simão Santos (baixo/ Martelo Negro) e Rolando Barros (bateria/Grog, Neoplasmah, The Firstborn). O lançamento do álbum “Confessions From The Soul – Volume 1”, está prevista para o final deste ano através da Murder Records / Helldprod. No entanto o tema “Dark Balance” já se encontra disponível para ouvir. Fica atento a mais novidades!
-‐ A Firecum Records em parceria com a Vomit Your Shirt, lançaram o split-‐CD “Grindhouse” que conta com a participação de Brutal Brain Damage (brutal death / grind -‐ Ourém) e PussyVibes (grindcore – Ourém, que editou em 2009 o seu único longa duração “Pussy Gore Galore”).
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(!!!) e era a loucura! Entretanto, chegaria às nossas vidas o “Lança-‐Chamas” do António Sérgio e o “Rock Em Stock” do Luís Filipe Barros que revolucionou tudo e abriram as portas que faltavam. Devem ter sido horas e horas de volta de uma aparelhagem até que te tornas músico e até começas a cantar. Como se deu esse interesse pela via instrumental? Cisne Negro, Bicéfalo, Miss Cadaver, Machinergy, é sinal que tens vários interesses. O que procuras numa banda que inicias ou da qual fazes parte? Sem dúvida, foram horas infinitas a ouvir o “Somewhere In Time” e a ver todos aqueles pormenores da capa, a tentar descobrir novos detalhes (ocultos)! O click para começar a criar música foi com o “Beneath the Remains”, foi ali que a necessidade de passar à composição surgiu. Isto porque os Sepultura, na minha opinião, para além de revolucionar, vieram também democratizar o Metal, mais concretamente o Thrash. Eram do Brasil, ou seja, não eram de nenhuma potência americana, britânica ou alemã, logo era possível vingar fora desse eixo metálico, desse triunvirato dominador, eram jovens com ar desportivo e cativante, a escrita era profundamente simples, embora acutilante, a música era de outro mundo, também ela, simples, a meu ver. Estes vários projectos/bandas em que estou envolvido são o reflexo do meu gosto vasto pela música pesada e pela música no geral. Eu consumo tudo e quero fazer um pouco de tudo enquanto cá estiver. A música que fizer é o que irá perdurar da minha memória, e é com essa permissa que eu me tento desdobrar em várias vertentes. E daí serem tudo projectos fundados ou co-‐fundados por mim. Não me vejo a integrar uma banda estabelecida, isso não me satisfaz. Cisne Negro será o próximo rebento. Aguardem!
Há bandas que nos deixam com um sorriso no rosto quando colocamos um CD na aparelhagem e os Baktheria são um exemplo extraordinário! Provenientes de Lisboa e formados em 2013 juntam o que há de melhor no death, thrash e punk, tocando esta mistura a abrir. Em Maio deste ano editam o seu primeiro trabalho “System Sickness” com 13 temas, onde pontificam Rui Vieira (voz/guitarra), Rui Marujo (baixo) e Alex Zander (bateria). Foi com o Rui Vieira que falamos e nos explica o mundo desta banda.
Viva Rui! Bem-‐ vindo à Ode Lusitana! Vamos começar por um pouco da tua história inicial com o Metal. Ainda te lembras quando é que se dá o teu início nestas audições metaleiras? Quem é que te iniciou nestas sonoridades? Tinhas algum grupo de amigos que se reunia para ouvir música e falar das bandas? Que bandas é que te cativaram? Viva Marco, obrigado pelo teu convite e desde já uma saudação pelo teu interesse e contributo para a divulgação do underground e Metal em geral. Lembro-‐me perfeitamente do início. Digamos que foram duas fases que se interligaram. A primeira foi com Scorpions e Europe, pelo único acesso que existia ao rock naquela altura. Era isso que passava insistentemente na televisão, na RTP 1. Lembro-‐me da “Still Loving You” (Scorpions) e da “The Final Countdown” (Europe) estarem meses a fio no primeiro lugar do top. É claro que aquilo começou a mexer com a minha cabeça. Por volta de 86/87, e aqui dá-‐se a segunda fase, um amigo empresta-‐me a cassete que viria a revolucionar a minha vida. Tinha no seu interior, a bíblia, ou seja, “Live After Death” dos Iron Maiden, e também Metallica, Venom, Helloween e The Exploited, daí o meu gosto pelo Punk, que sempre andou de mãos dadas com o Metal. Entretanto, quando fui morar para Arruda dos Vinhos, conheci algumas pessoas que também partilhavam da religião metálica, como o Helder Rodrigues ou o Nuno Mariano, ambos actuais membros dos Machinergy. Nós tínhamos um ritual engraçado, isto por 88/89. Íamos à noite para o jardim municipal de Arruda curtir um sonoro com um rádio gigante da Sanyo, mas antes passávamos na padaria para comprar pão quente! Levávamos Coca-‐Cola e manteiga
Em entrevista com Jorge Caldeira no programa Catedral do Rock (Popular FM)
A 16 de setembro de 2013 surgem os Baktheria. Pelos vistos a data ficou na memória! Como surge esta reunião entre tu, o Alex Zander e o Rui Marujo? Já os conhecias de há longa data? O humor e a boa disposição fazem parte da vossa atitude. É um requisito essencial nos Baktheria? O requisito essencial é não tornar esta banda séria! Tem de ser/continuar simples, sarcástica, trabalhadora mas descontraída, sem grandes planos e/ou esquemas. Conheci o Alex através de um anúncio que coloquei no
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Metalunderground. Nessa altura, procurava baterista para Miss Cadaver e ainda ensaiámos algumas malhas mas a coisa ficou por ali até porque pouco tempo depois formei, com o Marujo (que já conhecia há algum tempo) e outro baterista, os Crustifiction, mas este projecto teve vida curta. É a seguir que nos juntamos os três e nascem os Baktheria com o objectivo de fazer barulho e berraria. Nos nossos concertos é onde essa faceta “humorística” se nota mais, essa forma descontraída com que nos apresentamos já faz parte do espectáculo. Afinal, um concerto é uma comunhão e boa disposição. É ainda melhor quando o Marujo está “quentinho”! Em Maio deste ano editam o vosso álbum de estreia “System Sickness”. É uma chapada na cara quando se coloca a ouvir! Sei que vais falar bem do teu trabalho (e é verdade!), mas que achas destas críticas positivas que tem recebido? Houve alguma coisa engraçada que tenham comentado acerca do álbum? Desde que começámos a compor, senti que algo fixe pudesse vir a acontecer. Penso que ao iniciar um projecto com o objectivo de ser simples, sem “rodriguinhos”, nos deixou logo sem aquela responsabilidade, aquele peso de ter que ser isto ou aquilo, de cumprir com regras. Não queremos saber, Baktheria é mandar tudo para o caralho, ponto. Acho que este trabalho, dentro da sua simplicidade, está bem conseguido, da música ao artwork e o que Baktheria encerra em si. As críticas têm sido muito agradáveis mas também não foram muitas até porque não estamos numa de andar a melgar o pessoal para fazer reviews e isso. Até nisso não nos levamos muito a sério... A review do Arte Metal do Brasil tem uma expressão engraçada e que resume bem Baktheria, qualquer coisa como “não estão aqui para enrolar...”. É isso mesmo! Uma das coisas que vemos neste trabalho é a crueza do vosso som simples e directo. Como é que surgiram estes temas nos vossos ensaios? Quem é o principal compositor? A temática das vossa letras está em perfeita sintonia com o vosso som. É uma fórmula para manter ou querem experimentar coisas novas? Os Baktheria nasceram com o propósito de ser uma banda simples e virada para o “vivo” e são como que um tributo a Ratos de Porão ou Extreme Noise Terror, não tenho problemas em assumir isso, nenhuns. Foi tudo muito rápido embora planeado. Eu e o Alex, compusemos, em pouco mais de dois meses, uns 10 ou 11 temas. Entretanto, o Rui Marujo (baixo) entrou e contribui com ideias para cerca de três temas. As letras, bem como toda a imagem e essência de Baktheria, é o mal, basicamente. Mas não é um mal fictício, é um mal bem terrestre. E esse conteúdo tem de ser traduzido em pura agressão musical! A fórmula é para manter, simples e eficaz. O que queremos mesmo no próximo trabalho é engrossar ainda mais o som, queremos um peso mesmo fodido!!!
Quando estás num concerto em que os Baktheria participam, és dos que se encostam ao bar a beber cerveja ou dos que estão atentos às bandas? Ou ambas as coisas? Que achas desta mistura em concertos de bandas novas, com o pessoal que já anda na estrada aos anos? Que conselhos darias a este pessoal mais novo? A minha postura, normalmente, é de observação com uma cerveja na mão! Mas depois de tocar, só apetece é cair na cama, sair. Há uma grande descarga de adrenalina, fico seco, pensativo. Comigo é assim. Mas por respeito e também para curtir as outras bandas e estar com o pessoal, bebem-‐se umas cervejas, põe-‐se a conversa em dia, etc. Quanto à mistura que referes, acho muito bem. Por mim, qualquer coisa serve, o que importa é o respeito e humildade, boa onda entre as bandas, pessoal da organização, etc. O resto é lirismo. O conselho aplica-‐se a novos e velhos. É tudo, Rui. Muito obrigado pelas tuas respostas e por esta tua participação. Podes deixar algumas palavras aos nossos leitores e aos vossos fãs! Obrigado Marco pela entrevista e boa sorte para a Ode Lusitana e os teus projectos. Baktheria é banda de “vivo”, portanto, quando passarmos por onde vocês moram, apareçam que vão levar com uma descarga de barulho e cenas parvas, mas vão curtir. www.facebook.com/baktheria
Breves / Notícias (cont.) -‐ O primeiro Penalva Rocks irá decorrer a 19 de setembro em Penalva do Castelo (Viseu). Festival a cargo de Rocha Produções vão passar pelo palco Mata-‐ Ratos (instituição nacional do punk rock, formados em 1982), Dokuga (punk -‐ Porto), Estado de Sítio (punk / hardcore – Aveiro, formados em 2004, editam no ano passado o split 12” “Divina Miséria”, juntamente com os Sangue-‐Xunga), Terror Empire (thrash metal – Coimbra, editaram já este ano o primeiro longa duração “The Empire Strikes Back”), Apotheus (melodic metal / death – Paços de Ferreira, editam em 2013 o álbum “When Hope and Despair Collide” tendo várias datas de concertos agendadas até ao final deste ano), Processing Cut Mode (thrash / death metal – São Pedro do Sul), It Was the Elf, Rotten Rights (thrash metal – Penalva do Castelo) e os espanhóis Mass Burial. -‐ Dementia 13, banda de old school death metal proveniente do Porto, informa que o 7” “Children Shouldn’t Play With Zombies” fica adiado para o próximo ano através da Larvae Productions. Mas no dia 31 de outubro deste ano vão editar o seu primeiro longa duração com o título “Ways of Enclosure”, que será editado pela Memento Mori. Novidades em breve!
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POP CORN. Tinha muito que ler sobre o que se passava na Europa do norte, só era pena ser escrita em Alemão. Com o passar dos anos começou a haver mais informação disponível mas só em 2011 comecei a participar de forma activa na escrita no site Metal em Portugal. O que te levou a erguer o Som do Rock em Julho do ano passado? Como já comentei contigo é de louvar este teu projeto que tomou dimensões muito interessantes, mas até que ponto pensas fazer crescer este Som do Rock? Consegues explicar porque é que em Portugal a divulgação do Metal através dos vários meios de comunicação praticamente que desapareceu, estando aos poucos a voltar a erguer-‐se? O Som do Rock foi criado para dar uma maior divulgação ao que se faz em terras lusas e além fronteiras, com segui estabelecer várias parcerias com outros sites e editoras em especial no Brasil e Finlândia. O Som do Rock vai crescer até onde for possivel com os meios existentes, está em estudo uma tornar o site mais interacticvo e com novas funcionalidades bem como a criação de app para andriod que já está em testes. A explicação que encontro para que o Metal não seja divulgado para além dos meios que existem no nosso underground é o facto de ainda haver alguma resistência por parte do público em geral, logo as noticias de Metal não vendem por isso não haver divulgação, um exemplo recente foi o facto do Som do Rock ser Média Partner do PAX JULIA METAL FEST 2015 ter enviado informação para vários canais tais como a RTP, SIC RADICAL e não ter tido qualquer resposta. Uma das coincidências fantásticas foi que o número zero da Ode Lusitana e o número zero da Som do Rock Magazine são editadas na mesma altura em Novembro de 2014! O que te levou a decidires criar uma magazine? Deves ter a mesma opinião do que eu, mas qual a importância da edição e distribuição (gratuita) desta magazine, facilitando a descarga em .pdf para quem estiver interessado? Qual a tua opinião de sermos um dos países europeus onde devemos ter o menor número de fanzines/magazines dedicadas ao Metal? Verdade sem qualquer forma de termos combinado ambos os números zero sairam no mesmo mês. A Som do Rock Magazine nasceu da necessidade de complementar o site, para além de partilharem alguma informação a Magazine tem seções únicas que não se encontram no site tais como o Correio dos leitores e em especial a Coluna mensal do Dico que é exclusiva da Magazine.
Som do Rock
Com formação em julho de 2014 nasce Som do Rock
com o objectivo de divulgar os sons mais pesados através de vários meios. Desde a página do facebook até ao site, conta também desde novembro de 2014 com a edição da e-‐zine Som do Rock Magazine e tem lançado já várias compilações com nomes da cena nacional. Com uma equipa recheada de vários colaboradores falamos com o Paulo Teixeira, responsável por todo este trabalho e que nos mostra a sua paixão por esta nobre causa.
Viva Paulo! É um prazer contar com a tua presença neste número da Ode Lusitana, por todo o trabalho que tens feito na divulgação do Metal e para começar queria perguntar-‐te como nasceu esta tua paixão pelo Metal? Tinhas lojas (ou as chamadas discotecas, que na altura vendiam discos!) que costumavas frequentar para conhecer novas sonoridades? O que ouvias com o teu grupo de amigos? Antes de começar gostava de agradecer esta oportunidade. O meu gosto pelo Metal nasceu tinha eu entre os doze e os treze anos, um dia ouvi na casa de um amigo um vinyl que o pai dele tinha e o som era bastante diferente daquele que estava habituado a ouvir em casa, aquilo mexia comigo era agradável. Estavamos em 1979 hoje conto com 48 anos de idade. Descobri que era Ozzy Osbourne, dai eu dizer sempre que o culpado por eu gostar de Metal é o Ozzy. Depois comecei a procurar mais e ia a lojas procurar e descobrir mais, lembro-‐ me de uma que havia numa escadas junto à Rua do Carmo na Baixa de Lisboa, como o dinheiro era pouco e eu ainda um garoto limitava-‐me a ver e a ouvir. O meu grupo de amigos não eram muito virados para este genero músical, foi ai que descobri com pena minha que ser Metaleiro em Portugal nessa altura era pouco recomendável. Lembro-‐me de uma vez à saida do liceu a mãe de um colega ter dito “ Não quero que andes com este tipo de pessoas, são má influência”, nunca mais me esqueci desta frase. Em que altura começas a ter interesse pela parte escrita e de divulgação? Eras um consumidor de revistas / fanzines / newsletters? Quais os pontos positivos que estas publicações tinham e o que apreciavas mais dessas edições? Em que trabalhos de escrita participaste? Uns anos mais tarde quando o só ir às lojas já não chegava passei a procurar por mais conhecimento, mas não era fácil encontrar publicações em Portugal, não devemos de esquecer que estávamos no início dos anos 80. Havia uma revista que comprava regularmente, era alemã e chamava-‐se
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A edição e distribuição gratuita é importante pois é uma maneira de chegar a mais leitores e para quem gosta de ler em papel pode de forma gratuita descarregar e imprimir. Fica aqui uma dica de que houver os apoios necessário podemos passar a formato físico com edição em papel, tamanho pokect (A5) De facto Portugal continua à margem do resto da Europa, temos uma grande comunidade mas poucos meios e informação, a internet é actualmente o melhor meio de comunicação. Som do Rock, além do site, da página do facebook e da magazine, também se tem dedicado à divulgação de bandas nacionais através de compilações. Como tem sido a receptividade por parte das bandas e do público para estas edições? Já tens mais alguma planeada? Esse é outro projecto que complementa o trabalho da equipa, achamos que todo o resto só fazia sentido com as compilações. As Bandas desde o inicio tem aplaudido o projecto que já tem duas compilações, a “13 Bandas 13 Temas” e a “SunSet Metal 2015” esta última tembém com uma novidade que penso nunca ter sido feita em Portugal é em dois Volumes o primeiro com Bandas e o segundo com um set de DJ em que só é usados temas de Bandas Portuguesas é portanto o primeiro “CD” de DJ de Metal. O público tem aderido bem, o número de downloads é optimista para o futuro. Em relação a novos trabalhos pretendo lançar em Dezembro o “13 Bandas 13 Temas 2015” e no Verão o “SunSet Metal 2016”. Serão sempre em formato digital e gratuitos, se apoios houve-‐se era possivel passar a formato fisico. Depois deste tempo todo o que achas do panorama actual do Metal nacional desde o público até às bandas? O que é necessário para tirar algumas pessoas do sofá e levá-‐las a um bar onde estão a tocar 3 bandas de metal e pagas 5 € por umas horas bem passadas? E ao mesmo tempo o que achas de ver gente tão nova a começar a aparecer nos concertos? O Metal Nacional está bem vivo e recomenda-‐se, em relação às Bandas temos muitas já consagradas em terras lusas que já tem um cuidado na sua sonoridade que em nada fica a dever ao que se faz lá fora. Não sou contra o publico dar 40,00 ou 50,00 Euro para ver uma grande Banda internacional, mas não devem de esquecer que os 5,00 Euro dados para poderem ver tres ou mais Bandas Nacionais valem muito para quem dedica o seu tempo por com muito sacrifício pessoal e serve de incentivo à continuação do seu trabalho. Temos que apoiar mais o Metal Português merece a pena e não se vão arrepender, disso tenho a convicção.
E são com estas palavras que terminamos esta entrevista e queria agradecer-‐te por teres participado. As últimas palavras são tuas! Mais uma vez queria agradecer a oportunidade e desejar à Ode Lusitana uma continuação do bom trabalho que faz em prole do nosso Metal. Peço a todos os Metaleiros que apoiem o de bom que se faz no nosso País, as Bandas merecem tal como todos os que não estando na linha da frente também fazem o seu papel.
www.facebook.com/SomdRock?fref=nf www.somdorock.pt somdorockmusica.bandcamp.com
Breves / Notícias (cont.) -‐ Apotheus, banda de Paços de Ferreira praticante de melodic metal / death, formados em 2008 tem como último registo o álbum “When Hope and Despair Collide” (através da Raising Legends Records) e vão realizar até final do ano a “Hope And Despair Tour” que contará com 12 datas a iniciar a 18 de setembro em Bragança e terminando a 5 de dezembro em Castelo de Paiva, correndo o território continental de lés a lés. Recentemente editaram um vídeo no youtube com a música que dá tema ao último registo. -‐ Dia 26 de setembro como já divulgado os Wrath Sins (progressive / thrash metal – Vila Nova de Gaia) editam o seu álbum de estreia “Contempt Over the Stormfall” através da Raising Legends e para celebrar esse lançamento será dado um concerto nesse dia no Metalpoint do Porto. Como bandas convidadas temos Monolyth (groove death metal – Aveiro, editaram o ano passado a sua estreia “Origin”), Rotura (groove / hardcore / metal – Covilhã) e Evillution (thrash / death metal – Felgueiras). -‐ My Enchantment, banda do Barreiro formada em 2000 praticante de black metal / melodic death metal com componentes sinfónicas, nasce das cinzas dos Near Death Experience, formados em 1999 e com uma veia black metal. Depois de 2 demos editram em 2005 o seu longa duração “Sinphonic”, editando apenas em 2014 o seu EP “The Death of Silence”, do qual faz parte o single “The Fallen”. Actualmente a bandaé constituída por Alex Zander (voz), João “Grande” (guitarra), Pedro Alves (guitarra), Rui Gonçalves (teclado), Fernando Barroso (baixo) e Ricardo Oliveira (bateria). A divulgar o seu último trabalho tem concerto no dia 3 de outubro no Trabaruna em Viseu junto com os Hate in Flesh (melodic death metal – Lisboa, formados em 2009, editaram o seu longa duração “Wandering Through Despair” em 2011 e já este ano editam o EP “The Human Curse”) e Motim (hardcore / metalcore – Aveiro).
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Agenda
9/10 – Web / Serrabulho / Apotheus / Analepsy / Wrath Sins / M.I.L.F. / Ouijah / Örök / Wicked / Nihility – Vimaranes Metallvm Fest X – Ultimatum Club, Guimarães
Setembro 15 – Violentor (Itá) / Anarchrist – Cave 45, Porto
16 – Nile (EUA) / Suffocation (EUA) / Embryo (Itá) / Chabtan (Fra) – Hard Club, Porto 17 – Nile (EUA) / Suffocation (EUA) / Embryo (Itá) / Chabtan (Fra) – RCA Club, Lisboa 19 – Booby Trap / Konflito Social – Grupo Desportivo da Mata, Covilhã 19 – My Enchantment / Machinergy / Dawn of Ruin – Sociedade Recreativa Estrelas do Feijó, Almada 19 – Mata-‐Ratos / Mass Burial (Esp) / Dokuga / Estado de Sítio / Terror Empire / V8 Bombs / Apotheus / Processing Cute Mode / It Was the Elf / Rotten Rights – Penalva Rocks – Penalva do Castelo, Viseu 19/20 – Converge (EUA) / Amenra (Bél) / Altar of Plagues (Irl) / Gnaw Their Tongues (Hol) / Metz (Can) / Emma Ruth Rundle (EUA) / Wiegedood (Bél) / Full of Hell (EUA) / Stephen O’Malley (EUA) / Juseph VS MOASE / Nate Hall (EUA) / William Basinski (EUA) / Filho da Mãe / Atilla / ... – Amplifest – Hard Club, Porto 26 – Venom Inc. (Ing) / Vader (Pol) / Divine Chaos (Ing) / Witches (Fra) / Midnight Priest – RCA Club, Lisboa 26 – Katabatic / Irae / Memoirs of a Secret Empire / Redemptus / Vaee Solis / Don’t Disturb My Circles / Nevoa / Örök / Infra – OMG Fest – Estudantino Café, Viseu 26 – Mastication of Brutality Uncontrolled (Ale) / Moñigo (Esp) / Pestifer / Gorgásmico Pornoblastoma / Serrabulho / Derrame / Trepid elucidation / Shoryuken – Sublime Torture Fest – Castelo Branco 26 – Awaiting the Vultures / BurnDamage / Wall of Death / Monolith Moon – Salamandra em Chamas IV – Casa da Árvore – Ameixoeira, Lisboa 26 – Wrath Sins / Monolyth / Rotura / Evillution -‐ Metalpoint, Porto
9 – Protest and Survive / Hell Dogs / Juseph / Deep Cut / Unfleshed – Paws and Claws Fest V – Metalpoint, Porto 10 – The Mistery Artist / Anarchrist / SIStema / Ashes & Waves / Tracy Vandal – Paws and Claws Fest V – Metalpoint, Porto 10 – Dollar Llama / Terror Empire / Don’t Disturb My Circles / Destroyers of All / Scum Liquor / Stonerust – Silveira Rock Fest III – Casal da Silveira, Famões 10 – Mata-‐Ratos / Cruz de Ferro / Congruity / Tons of Rock / Beyond Strengh – Música na Aldeia – Casa do Povo de São Miguel de Rio Torto, Abrantes 11 – Nakkiga (Esp) / Koltum / Helde (Esp) – Chains of Sacrifice #1 -‐ Metalpoint, Porto 15 – Soen (Sué) / Lizzard (Fra) / The Red Paintings (Ing/EUA) – RCA Club, Lisboa 16 – Soen (Sué) / Lizzard (Fra) / The Red Paintings (Ing/EUA) -‐ Hard Club, Porto 17 – Desecration (Ing) / Holocausto Canibal / Brutal Brain Damage / Analepsy / Rotten Rights – ASDREQ – Quintela de Orgens, Viseu 17 – Corpus Christii / War Master / Infra – Cave 45, Porto 17 – Cruz de Ferro / Adamastor / Konad / Speedemon / 15 Freaks / Baktheria / My Enchantment / Aernus – VI Festival Irmandade Metálica -‐ Side B, Benavente 19 – Ensiferum (Fin) / Cruz de Ferro – Paradise Garage, Lisboa 20 – Ensiferum (Fin) / Cruz de Ferro – Hard Club, Porto 24 – Serrabulho / Monolyth / Consequence – BTM Fest – Hard Bar, Bustos, Oliveira do Bairro 30 – Neoplasmah / Karbonsoul / BurnDamage / Disthrone – The Unleash of the Witches for a Warm-‐Up Halloween Party (“Female Growlers United Front” Fest) – RCA Club, Lisboa 31 – Bizarra Locomotiva / Dapunksportif / Miss Lava / Wells Valley – Halloween Party – RCA Club, Lisboa
Outubro
1 – Orphaned Land (Isr) / Molllust (Ale) – Cinema São Jorge, Lisboa 3 – W.A.K.O. – Origens Caffé, Ponte de Vagos 3 – Black Howling / InThyFlesh / Balmog (Esp) / Névoa – Templo do Abismo, Ritual I – Metalpoint, Porto 3 – My Enchantment / Hate in Flesh / Motim – The Death of Silence Tour – Trebaruna, Viseu 3 – Enforcer (Sué) / Wolf (Sué) / Dynamite (Sué) / Midnight Priest / Ravensire – Side B, Benavente 4 – Enforcer (Sué) / Wolf (Sué) / Dynamite (Sué)– Cave 45, Porto 8 – Leprous (Nor) / Rendezvous Point (Nor) – RCA Club, Lisboa 8 – E-‐Force (Can) / Buried Alive – Metalpoint, Porto 9 – Annihilator (Can) / Harlott (Austrália)/Archer (EUA) -‐ Hard Club, Porto
Próximo número com previsão de saída a 15 de outubro.
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