Jornal Folha Pública

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FOLHA PÚBLICA BELÉM-PARÁ-BRASIL

Estácio FAP | www.folhapublica.com.br | Edição Geral: Agência 7 x 7 Quinta-feira, 18 de junho de 2015 - DIAS ÚTEIS: R$ 2,00 DOMINGOS R$ 4,00

BELO MONTE PEDE AJUDA

Opinião....................2

Os problemas em torno da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte voltam à tona e os movimentos contra o empreendimento ganham gás. Além de desabrigar mais de mil pessoas da região, os danos socioambientais serão irreversíveis. Veja mais na página 9

Educação................2 Geral........3, 4, 9 e 11 Gastronomia............3 Mercado............5 e 6 Cultura..............7 e 8 Saúde....................10

A homofobia: um problema social que interfere nas relações das pessoas.

A música paraense contada por quem tem história na cultura local.

Veja mais na páginas 9 e 10.

Veja mais ná página 7

Lançamento da história em quadrinhos Gurupatuba chama a atenção para a preservação de pinturas rupestres em Monte Alegre (Pa).

Mês de junho chega trazendo todas as tradições da época. Aprenda a fazer um mingau de milho delicioso!

Veja mais na página 4

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COTAÇÕES


OPINIÃO O Brasil é mesmo uma pátria Educadora?

Diante dos últimos acontecimentos envolvendo principalmente os estudantes que aderiram ou, pelo menos, mostraram interesse em aderir ao programa FIES, coloca-se em questão se realmente o país é uma pátria educadora, como afirmou a presidente Dilma Roussef em seu discurso de posse em janeiro deste ano. São milhares de jovens que não conseguiram financiamento para os seus cursos e precisaram desistir dos seus sonhos por não terem condições financeiras de bancar as mensalidades das instituições particulares de ensino. O governo diz que precisou limitar o acesso ao programa, visando uma educação de qualidade. Faculdades particulares afirmam que não existe nenhum tipo de limitação em relação ao FIES. Estudantes ao redor do país sofrem para conseguirem alguma informação que possa ser considerada concreta e acabam deixando de lado o sonho de cursar o que se gosta, acabam desistindo dos seus sonhos e amargando essa grande confusão que virou o sistema de educação no Brasil.

Foto por Sandy Mayra

Enem Depois da abertura das inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), no dia 25 de maio, não faltaram reclamações nas redes sociais motivadas pelo aumento do valor da taxa de inscrição (R$ 63,00) e para a grande instabilidade do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP). Mesmo com os problemas, as inscrições foram encerradas no último dia 5. O número exato de inscritos só será divulgado após o prazo para pagamento da taxa de inscrição que se encerra no dia 10 de junho. Alguns balanços apontam que foram mais de 7,5 milhões de participantes, um número bem inferior ao do ano passado, que obteve 8,7 milhões de cadastros confirmados.

O ENEM é atualmente a principal porta de acesso às Instituições de nível superior do país, mesmo com a credibilidade em baixa devido aos vários problemas, como vazamento de provas. A nota do ENEM é usada pelos programas Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade Pra Todos (ProUni) e também como requisito para o programa Ciências sem Fronteiras, Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) que também passou por problemas este ano, deixando milhares de estudantes que, em tese, haviam conseguido o acesso sem poder continuar nas faculdades por falta do financiamento.

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História ameaçada A antiga estação ferroviária localizada em Icoaraci, distrito de Belém, foi extinta em 1965 e hoje é ocupada pela COARTI - Cooperativa de Artesões de Icoaraci, fundada em 1978. Deu início de trabalho de formação de jovens artesões para tecnicas culturais da cerâmica arqueológica marajoara. Esse estrutura hoje, encontra-se no descaso público, a vegetação cresce em meio o telhado, marquise com estrutura em ferro com corrosão, pintura comprometida e entre outros. A antiga estação de trem teve início ao trabalho em 1906 e teve suas atividades terminadas em 1964, conta 27 km de extensão e seus trilhos são euroupeus. O trem ia em direção a Belém percorria o transito da atual rodovia Augusto Montenegro e da Almirante Barroso, transportando passageiros, bagagens e mercadorias, fazia quatro paradas, no Tenoné, Tapanã, Benguí, Una e Entroncamento. Em períodos festivos, como o Círio de Nazaré, e finais de semana, com isso o trem oferecia mais vagões para acomodar uma grande parte da população. Após a desativação da estação (problemas governamentais), houve a reforma do mercado municipal de Icoaraci e toda a atividade econômica foi transferida para estação ate que as reformas acabasse, o prédio ficou sem uso, até o início da decada de 1980, ate que a agencia Distrital de Icoaraci cedesse o espaço para a COARTI.

Sede da COARTI , em Icoaraci. Foto por Michael Kildare.

Quando o Brasil vira o Nordeste Mês de junho chegou e, com ele, os festejos coloridos e animados que traduzem de forma ímpar a cultura do povo brasileiro. O período é marcado pela alegria, comidas típicas e sons que não permitem que ninguém fique parado. Os eventos arrastam multidões, não há como não se envolver nesses dias tão fascinantes e conhecidos mundialmente. Suas comidas típicas são umas das grandes atrações das festas e cada região do país introduziu suas comidas regionais na culinária junina. O milho é o principal alimento utilizado para fazer os quitutes como doces, bolos e salgados e é usado na produção de pamonha, pipoca, mingau, bolo e outros. E como não poderia faltar nesta edição o Folha Pública trouxe um receita bem simples e saborosa de Mingau de Milho Branco. Mingau de Milho.

Foto e texto por Gabriela Castro

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Ingredientes: 500 g de milho branco 300 g de farinha de arroz 1 litro de leite 1 lata de leite condensado 1 lata de creme de leite 200 ml de leite de côco 4 folhas de canela sal e açúcar a gosto canela em pó para polvilhar Modo de Fazer: Lave bem o milho e escorra. Em uma vasilha, coloque o milho, cubra com água e deixe de molho de um dia para o outro. Em uma panela grande, despeje o milho com a água do molho e acrescente mais 1 xícara (chá) de água e leve para cozinhar por cerca de 1 hora ou até o milho ficar macio, se necessário acrescente mais água. Depois de cozido, escorra o milho, reservando a água do cozimento. Coloque em outra panela e acrescente o leite, o açúcar, o sal e a farinha de arroz aos poucos, mexendo sempre até engrossar e ficar cremoso. Em seguida, adicione o leite condensado, o creme de leite, o leite de côco e as folhas de canela e leve novamente ao fogo por mais 30 minutos, mexendo de vez em quando. Se ressecar ou ficar muito grosso, acrescente um pouco da água do cozimento e mexa bem. Retire do fogo, despeje em uma tigela funda e sirva polvilhado com canela em pó. PÁGINA 3


História em Quadrinho faz alerta No dia 31 de maio, foi lançada a HQ Gurupatuba em um evento repleto de atrações na Praça Da República ao lado do Theatro da Paz, com uma apresentação do grupo de teatro da Estácio - Fap, encenando a história contada na HQ. A ideia surgiu a partir da preocupação que envolve as pinturas rupestres de Monte Alegre. Luiz Shikama, Arenildo Silva e Viviane Menna resolveram conectar suas experiências para produzir a revista. Uma maravilhosa ferramenta educativa para contar o problema das agressões às pinturas no município de Monte Alegre, que anteriormente era chamada de Vila Curupatuba em homenagem a uma das etnias que habitavam na região. Com a chegada dos portugueses, o nome acabou sendo trocado e passou a ser chamada de Gurupatuba. Com o objetivo de conscientizar a população local sobre a importância desse patrimônio, é contada a história de quatro jovens pichadores que resolveram deixar suas marcas na Pedra do Pilão, localizada em um dos sítios arqueológicos de Monte Alegre, onde acredita-se ser um local mágico, pois as pinturas de lá nunca apagam e o conto segue com um enredo surpreendente. A HQ está disponível na página oficial do Facebook (www.facebook.com/gurupatubahq)

Luiz Shikama, autor da HQ Gurupatuba, autografando exemplares durante o evento de lançamento. Ao lado, detalhe da ilustração que compõe a capa da revista. Foto por Miguel Netto.

Estácio FAP promove Semana Indígena Aconteceu na semana do Índio, várias programações para conscientizar e chamar a atenção dos estudantes de que os povos indígenas estão conectados nas redes sociais, eles utilizam essas novas ferramentas sem destruir suas origens, os povos indígenas estão interligados com o mundo e utilizam dessas novas tecnologias a seu favor. Durante o evento, foram lançados aplicativos para tablets e smartphones produzidos por alunos indígenas da Universidade Federal do Pará. Dados da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) apontam que os povos indígenas estão presentes em todas as regiões do Brasil e a região Norte é a que concentra o maior número de indivíduos, 305.873 mil, sendo aproximadamente 37,4% do total.O povo que deu origem aos brasileiros, muitas vezes, vive à margem de vários processos importantes no país. E para discutir temas relativos à realidade destes povos, a Estácio FAP realiza de 18 a 22 de maio, a IV Jornada dos Povos Indígenas. Para a professora da Estácio FAP, Viviane Menna, o objetivo é sensibilizar os estudantes a se aproximar, cada vez mais, da Amazônia e de seus povos. “Não basta só falar da Amazônia, precisamos enxergar a Amazônia como uma área habitada por pessoas que produzem culturas importantes, que têm lutas sociais significativas e, muitas vezes, não participam de processos importantes do país”, considera a professora. Viviane também destaca que um dos objetivos do evento é desmistificar a visão romântica do índio de 500 anos atrás. “Precisamos ter consciência que hoje estes índios estão presentes nos meios de comunicação, utilizam redes sociais e estudam nas universidades federais. Algumas de nossas palestras vão abordar a presença dos indígenas nos telejornais e novelas, por exemplo”, finaliza Menna.

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Social Media em Belém

O publicitário Arthur Fernando acredita no potencial de Belém. Foto por Marcus Ayres

O profissional da comunicação nunca precisou se reciclar tanto como tem feito nos últimos anos. As novas ferramentas que facilitam a interação entre pessoas, tem tirado o sono de uns e se tornado o verdadeiro “ganha pão” de outros. Novos profissionais estão em evidência no mercado de trabalho e um deles é o social media. Mas o que faz um social media? Ele produz, gerencia e mede resultados nos perfis de empresas nas redes sociais. Algumas organizações passaram a apostar pesado nesse tipo de ferramenta e tem obtido êxito por conta de tal investimento. Engana-se quem pensa que é um trabalho simples e que pode ser executado por qualquer um. Assim como outras estratégias de comunicação, utilizar as redes sociais para estreitar o relacionamento com o público da sua empresa requer altas doses de empenho e responsabilidade. O mercado de Belém está em crescimento. A remuneração ainda está abaixo do desejável, se compararmos com os valores trabalhados em praças como São Paulo e Curitiba, por exemplo. Porém, se mostra um ramo bastante promissor e que poderá absorver com facilidade os profissionais talentosos. O publicitário e analista de sistemas Arthur Fernando acredita no potencial de Belém enquanto mercado de marketing digital. Tanto acredita que largou uma carreira consolidada em uma agência conceituada e abriu sua própria empresa, trabalhando em casa e gerenciando perfis nas redes sociais. Além das habilidades técnicas, é preciso que o profissional que deseje seguir a carreira de social media, entenda que seu trabalho nada mais é do que se relacionar com pessoas e que cada uma tem uma necessidade diferente. É preciso entender um pouco de psicologia, ter muita simpatia e paciência para lidar com eventuais crises. Representar uma empresa na internet exige pesquisa constante e tempo disponível, sobretudo quando o atendimento ao cliente acontece via internet e precisa de respostas em tempo real. Não basta ter um perfil em uma rede social, é preciso alimentá-lo com conteúdo de qualidade e responsável, visando sempre a boa reputação da empresa.

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Social Media em Belém Shopping Bosque Grão-Pará O Folha Pública foi convidado para conhecer as obras do Shopping Bosque Grão-Pará. A equipe do jornal foi recebida e guiada por Mauro Cléber e Apoena Afonso, ambos da equipe de marketing do empreendimento e assessoria de imprensa do empreendimento. Localizado em uma região da cidade que está em pleno processo de crescimento, o BGP apresenta um novo conceito de shopping para Belém. Não será apenas um centro de compras, será um lugar onde as pessoas poderão passar o dia inteiro, realizando suas atividades. Academia, centro médico, salão de beleza, boliche, dois parques de diversão, 6 salas de cinema e um mix com mais de 200 lojas com algumas inéditas na cidade como Tok & Stok, Rosa Chá, Guess e a poderosa Zara. Tudo dividido em dois andares. Uma das grandes novidades do Bosque Grão-Pará, sem dúvida, é a chegada da Zara em Belém. A primeira operação da marca espanhola na capital paraense ficará na área mais nobre do shopping. O Grão-Pará terá uma unidade do Roxy Bar em seu mix. Com 30 anos de experiência, é a primeira vez que o restaurante funcionará dentro de um shopping center. Responsabilidade social também é outro ponto forte do empreendimento. Os banheiros são abastecidos com água não potável, reaproveitada da chuva. Foram elaboradas uma série estratégias para minimizar os impactos ambientais durante a construção e operação do shopping. O Shopping será construído em terreno de 123 mil metros quadrados, localizado a apenas 10 minutos do centro de Belém. Vizinho a dois importantes condomínios residenciais horizontais da Cidade – o Água Cristal e o Cristal Ville, o Bosque Grão-Pará pretende propiciar em seu entorno a atração de novos investimentos, criando, assim, uma nova centralidade na capital paraense. Será âncora do maior empreendimento imobiliário a ser erguido na cidade nos próximos anos, a Cidade Cristal, um projeto de condomínios empresariais, comerciais e residenciais de alto padrão, construído e projetado pelo Consórcio Água Cristal, capitaneado pela Construtora Freire&Melo, empresa com larga tradição no Pará. Desenvolvido em conjunto pelos escritórios Laguardalow, de Dallas (EUA), e Paulo Chaves, de Belém, o projeto possibilitará requerer o selo de “edificação verde”(LEED) junto ao Green Buiding Council, Organização Não-Governamental (ONG). Instituição que certifica , em nível internacional, as iniciativas da construção civil quanto ao uso adequado e ecologicamente correto de energia e dos recursos naturais.

Dados do Shopping Gráo-Pará - 225 lojas - R$ 170 milhões de investimento - 45 000 m² de área bruta locável - 2 300 vagas de estacionamento - 6 salas de cinema com alta tecnologia - 3500 empregos diretos serão gerados durante a construção - 4000 empregos diretos serão gerados após inauguração do shopping Fotos e Texto por Marcus Ayres

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A música paraense Que o Pará é extremamente rico culturalmente, não há dúvida. O Estado e sua diversidade alcança públicos e lugares antes inimagináveis e une, do Tecno Brega a guitarrada, quem antes não entendia o quão eficaz é a arte quando se fala em comunhão. Um dos grandes destaques que compõe esse emaranhado de cores e sons é o músico Félix Robatto que tirou um tempinho de seu dia a dia corrido pra falar sobre parcerias, carreira, planos e família. Uma mesa no Buffalo Bill, uma cerveja gelada e algum tira gosto foram os itens principais do cenário já formado pra um papo rápido e proveitoso. Trabalhando ao lado da esposa há quase dois anos, produziu grandes vozes da MPP (Música Popular Paraense) e contou como essas parcerias surgiram e deram tão certo. “Conheci um trabalho da Lia Sophia no Terruá Pará em 2011, eu estava como assistente de direção e ficamos amigos nesse período. Ela tinha ouvido falar que eu produzi um trabalho da Gaby com o Miranda (produtor musical) e me chamou para estar junto no disco que ela queria fazer. Eu gostei muito do resultado final, ela sabe o que quer e sabe o que faz. Além de ter consigo bons músicos”. A cantora Gaby Amarantos também trabalhou com Robatto e ele explica como surgiu esse contato “Eu conheço a Gaby há muito tempo. Nós tocamos juntos em meados de 98 ou 99. Em 2004, na época em que o La pupuna surgiu, ela começou a participar de alguns eventos da TV rádio cultura e eu comecei a acompanhar. Depois de um tempo, o Miranda chegou e disse que eu seria o Chimbinha da Amarantos (risos), que eu tocaria guitarra com ela e produziria seu disco.” Félix conta também sobre a banda La pupuna que o lançou na cidade como grande influência de misturebas musicais “A banda surgiu como um projeto de quando eu fazia licenciatura em musica na UEPA, em 2003 foi aberta uma bolsa de pesquisa e eu me inscrevi com dois amigos pra fazer sobre guitarrada. Nós pesquisamos muitas coisas e eu descobri várias outras que eu ainda não conhecia. Fui apresentado a alguns mestres, conhecendo mais sobre esse universo e no decorrer dos dias eu senti vontade de gravar algumas coisas e comecei em um estúdio caseiro de um amigo, onde gravei umas autorais e levei na rádio”. O reconhecimento veio, segundo o musico, sem pretensão e tomou diretrizes diferentes do esperado “Eu levei na rádio só pra apresentar um dos meus sons já com o nome de La pupuna, mas a banda em si nem existia. A música começou a ser divulgada, começaram a chamar pra eventos e convidei a galera da universidade e fomos, e montamos a banda”. O grupo de amigos músicos ganhou espaço e foi chamado pra participar de alguns eventos internacionais “A gente começou a participar de festivais independentes nacionais e foi um indicando ao outro. Tocamos em um festival em Recife em que algum representante de um evento na Alemanha viu, gostou e, alguns meses depois, nos chamou. Houve um outro no Texas em que nós nos inscrevemos. Eles analisaram nosso release e fomos selecionados”. A recepção do publico gringo não poderia ter sido diferente “Foi muito legal, tocamos em lugares em que a galera já estava recebendo artistas de fora. Na França nós fizemos uns vinte shows em cinco dias em várias sessões e foi muito bacana também. É dançante, o público gosta”. O guitarrista foi o responsável pela direção do primeiro dvd do conceituado Mestre Vieira, o criador da guitarrada “No início, quando eu comecei a fazer a pesquisa, eu nunca tinha trocado uma palavra com o mestre. Depois fomos apresentados, trocamos uma ideia, foi muito legal! Ele é um cara super espirituoso, engraçado e depois fui fazer a entrevista. Ele nos recebeu na casa dele, nos tratou muito bem. O La pupuna tem uma música que fala dele e ele curtia mas nem imaginava que era eu quem tocava. Depois a gente começou a fazer show juntos. Até o momento de dirigir o dvd dele, a gente já tinha uma amizade. Um cara de 80 anos lançando disco novo, mais de vinte discos… hoje pra mim é uma conquista ter iniciado essa amizade através da música, através do meu trabalho. Ele, de fato, é um mestre que fez discípulos. Mestre sem discípulos não é mestre e eu tenho muito orgulho do Vieira”. Há um ano e alguns meses, surgiu a ideia de criar o “Quintarrada”, uma mistura de gêneros e nomes de peso que fazem um encontro de amigos todas as quintas no Templários, que foi o lugar que abriu as portas para o projeto “A casa me deu um dia, eu expus minhas ideias, disse que queria bater bola com alguns artistas, as vezes sim, as vezes não pra testar se é só por causa dos caras que estão na moda ou não. Até porque eu comecei a tocar lá pra fazer meu público, vender meu peixe. É como meu ensaio geral que eu ainda posso mostrar para as pessoas. E, hoje em dia, eu levo vários convidados. Já participou Pinduca, Gang do eletro e mais uma porrada de gente… é mais que um simples show meu semanal. Cada um faz sua apresentação. As vezes acontece de um participar do show do outro mas é justamente pras pessoas conhecerem os trabalhos dos outros. É uma festa de todo mundo”. Em maio de 2015, Félix apresentou seu primeiro trabalho solo intitulado “Equatorial, quente e úmido”, um disco com perceptível influência da música latina. Lia Sophia participa da direção vocal. Paulo André Barata, filho de Ruy Barata, participa de “Baiuca's bar”, musica composta por seu pai e adaptada para o trabalho. “O cd foi amadurecendo junto com a festa, fui testando muita coisa e vendo o que funcionava e o que não funcionava e eu tô muito feliz com ele, têm influências de vários trabalhos que eu participei e várias coisas novas que eu tô ouvindo. Uma receita com nada exagerado”. O meio de divulgação inicial do “Equatorial, quente e úmido” se segue na ferramenta Deezer e, logo depois, nas lojas virtuais. Antes de ser guitarrista, Félix revela que seu instrumento é a percussão e a guitarra surgiu depois sendo uma melhor forma de passar sua mensagem, suas composições. O trabalho como produtor é constante “Hoje tem um trabalho de um amigo meu, o André Coruja, que era o baixista do La pupuna. Estamos produzindo juntos o projeto dele que é um disco diferente, com faixas em vários idiomas. O cara é um cidadão do mundo. Viajante.” Apesar de ter acabado de lançar seu álbum, Félix já está fazendo a pré-produção de seu novo disco, compondo e com algumas músicas já prontas mas não entrega o formato e as influências que o seguirão, e revela que é temático. De acordo com o guitarrista, percussionista, produtor e super pai, o Pará se encontra em uma fase extremamente boa, o acúmulo de experimentações sonoras chegou ao limite e vem enchendo a cidade de sons dançantes e músicas alegres, com artistas empenhados e que trabalham firme pra fazer o melhor para o seu público, “Músicas e projetos devem ser feitos pensando no povo, em trazer o povo mais pra perto porque arte é isso!”

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A multifuncionalidade de Raoni Joseph A música inspira o lado artista que existe dentro de todos nós. Prova viva disso é Raoni Joseph, 25 anos, formado em design, web design, fotografia, filmagem, edição multimídia e músico nas horas vagas. Ele faz parte de três bandas e conta um pouco sobre sua vida na cena musical paraense. Como você começou a sua vida artística nas noites de belém? Comecei a tocar aos 14 anos em bandas. Aos 15 fiz meus primeiros shows. Minha primeira banda que se destacou foi a Lord Byron. Eu era um pirralho em meio a uma galera que já era experiente e a banda já tinha cerca de 7 anos quando entrei. Era tudo novo pra mim. As outras bandas que eu tive eram mais uma coisa entre amigos. A gente tocava pra se divertir. Aos 16 anos comecei a tocar na noite profissionalmente. Aos 17 anos, a música virou uma profissão e eu já tinha entrado na faculdade de Design. E como foi essa experiência de tocar em banda que já tinha anos de estrada? Se sou um bom músico hoje foi graças à banda Lord Byron. Aprendi muita coisa e minha formação musical se deve a eles, são meus amigos até hoje. Foi graças a eles que virei músico profissional de fato na noite, tocando toda semana. Aos 19 anos entrei na banda mais famosa da minha carreira: o Acordalice. Tudo aconteceu por indicação de um amigo que conhecia eles e já tinha me visto tocar o repertório que a banda tocava. Paralelamente a tudo isso eu estudava música com o professor Douglas Borges, formado pelo IB&T, paulista radicado em Belém. Baixista muito bom, melhor professor de música que mora por aqui. Ao mesmo tempo eu estagiava em uma empresa de webdesign e fazia um curso na mesma área. Desde essa época já era um costume meu acumular funções. Toquei na banda Blue Blood, também. Fase que marcou muito o início da minha carreira e marcou bastante a transição da adolescência pra vida adulta. Chegamos a viajar pra Fortaleza para tocar. Depois de terminado o curso de Webdesign, comecei os cursos de fotografia e filmagem. Apesar de viver da música, ainda não atuava na área com a frequência que eu desejava. Quais suas referências no cenário musical paraense ? De cantores da MPP eu gosto do Nilson Chaves, da Lia Sofia e do Felix Robatto. Das bandas de rock, gosto da Turbo, Delinquentes, Retaliatory, Johny Rockstar, Madame Saatan, A Red Nightmare, All Still Burns e Molho Negro. Sobre os curtas que você trabalhou como foi essa relação? E o prêmio FUSCA? O primeiro curta-documentário em que trabalhei foi o “Cólera: Uma aula de Punk Rock em Belém”, em 2011. Esse curta foi premiado no festival Noites com Sole e foi exibido em outro estado. Eu já trabalhava editando matérias pra Associação cultural Pro Rock e pro Portal Pará Música. O segundo curta que fiz foi um trabalho pra faculdade de ficção, mas não chegou a ser publicado. “Tempos de bola” foi o quinto e foi o melhor trabalho publicado. Sobre o prêmio FUSCA, é sempre uma honra ser premiado ou ter uma menção honrosa. Sobre as bandas que você tem nos tempos livres? Atualmente toco no Linkin Park Cover (Os Esquecidos), na Dislexia, na Grunge Revival e estou voltando com a Utopia. Raoni, deixa uma mensagem para os nossos leitores. “Pouca sinceridade é perigosa, muita sinceridade é fatal.” (Oscar Wylde) Entrevista e Foto por Gabriela Castro

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Porque a felicidade alheia incomoda tanta gente? Século XXI, a era da informação, da educação e da tecnologia. A democracia é a forma de governo que predomina na maioria dos países, DEMOCRACIA quer dizer poder do povo. Que lindo isso, né? Imagina só, uma forma de poder em que a maioria dos cidadãos têm liberdade de escolhas, liberdade de expressar opiniões e liberdade de ser o que quiser e viver com quem quiser. Olha, que lindo seria se ela fosse posta em prática de forma correta, todos votariam em seus políticos, todos os políticos agiriam de forma ideal para o povo (sem distinções) e teríamos um país onde a igualdade seria algo normal entre o povo. Mas estamos no Brasil, país onde as pessoas se incomodam mais com a felicidade do próximo do que tentar resolver as mazelas que a nação tem passado, e não são poucas, estamos em crise, aumento da inflação, aumento no desemprego, aumento na violência, diminuição da qualidade educativa nacional e muitos políticos, que deveriam trabalhar para o interesse do povo, sentam em suas cadeiras na câmara dos deputados e criam um grupo chamado “BANCADA EVANGÉLICA”. Sim, meu caro leitor, não é brincadeira não, o Brasil está sendo destruído politicamente falando, e os políticos que deviam se importar com o povo criam um grupo para atender interesses religiosos e tentar impor suas crenças dentro do estado que é laico. “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL". Pois é, de costume, todos nós dizemos que o Brasil está indo de mal à pior, mas o que fazemos para melhorar o país e esse preconceito enraizado na nossa cultura? O que você faria se as pessoas te impedissem de ser religioso (a)? O que você faria se não tivesse o livre arbítrio para amar quem quiser? Se Deus, o criador de tudo, deu a liberdade para todos os humanos, qual é a intenção de um grupo de “homofóbicos” e políticos em tentar impedir casamentos igualitários e até realizar convocações de fiéis para boicotar empresas e produtos. Tal bancada propaga preconceito, desigualdade, tentam retirar a liberdade de minorias e, é claro, tentar colocar o povo que deveria seguir apenas a bíblia, para tentar universalizar ideias e os interesses desses políticos. Por trás de tudo isso é perceptível que há interesses, interesses financeiros, políticos e ideológicos, mas a pergunta é; se Jesus, uma das maiores referências no mundo cristão, sempre ensinou a amar, andava com os excluídos e nunca tentou desprezar ou menosprezar os outros, por que alguns de seus seguidores tentam fazer isso? Eles tentam transformar suas opiniões em verdades, e infelizmente conseguem manipular a mente das pessoas através de ensinamentos deles mesmos, esquecendo-se que um dos principais mandamentos é: Amai o próximo como a ti mesmo. Muitos desses líderes chegam a usar versículos isolados da bíblia só para atender suas próprias ideias, e isso é claramente pecado dentro da própria bíblia, não vou me deter em citar versículos ou mostrar a incoerência deles, só quero dizer que todos têm o direito de serem tratados igualmente, como diz no prefácio que antecede nossa constituição, que todos têm a liberdade de fazer o que quiser, da mesma forma que pode pagar pelas consequências dela. Liberdade de expressão, é diferente de humilhação, querer humilhar o próximo só para tender suas próprias opiniões, além de pecado é um crime que ajustiça nacional precisa validar, é inadmissível ver tantos jovens morrendo por aí, simplesmente por serem gays, ver pessoas sendo humilhadas, por não gostarem do sexo oposto, ou serem privadas de muitas coisas pelo simples fato de amar alguém do mesmo sexo. Porque a felicidade alheia incomoda tanta gente? Seja talvez pelo fato que eles amam sem medo de ser feliz? Seja pelo fato deles estarem “saindo do armário” cada dia mais? O Brasil só vai crescer quando o conhecimento for maior que o ódio, quando a aceitação for maior que preconceito, quando o amor for maior que a homofobia, quando os políticos tentarem resolver os problemas nacionais. Se o próprio Deus ama a todos sem distinção, por que não amar essas pessoas como irmãs? Porque não deixa-las livres para viver? Achar que os homossexuais podem influenciar o mundo e criar um impacto no modelo familiar, é total ignorância, ter argumento de que fazem isso em defesa da família é falta de argumento inteligente, afinal, as crianças que são adotadas por gays que vieram de um relacionamento heterossexual, e a homossexualidade surgiu muito antes desses “argumentos incoerentes” aparecerem. Poderia discorrer sobre muitos motivos, e outras coisas que levam esses pastores e essa bancada a fazer o que fazem com as minorias, mas prefiro me deter em falar com você, meu caro leitor. Se Jesus, que era a expressão do amor, andava com as minorias, o as amava e os protegia, por que achas que tentando impedir as pessoas de serem felizes você estará agradando a Deus? Você acha mesmo que seguir ideias dos homens te fará um homem com um cheque de salvação? Você tem a liberdade de pensar, se Deus te deu o presente da vida, do livre arbítrio para viver livre, você acha que Ele (dono de toda a liberdade) estará feliz vendo você tentando tirar a liberdade e o direito de seu irmão? Não! Por isso, não tente usar sua liberdade para tentar privar a vida de outras pessoas, afinal, se o maior mandamento é amar, então ame o próximo, independente do que ele faça, independente do que ele é, pois seria muito ruim se alguém te privasse de algo, basta pensar e se colocar no lugar, basta ir atrás dos fatos e da vida desses políticos e verás que tudo isso é apenas movido por interesse, e muito pouco por sua religião ou crença. Por isso, pense, gay também é gente.

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Porque a felicidade alheia incomoda tanta gente? Dia dos namorados Toda forma de amor! O amor precisa ser entendido de uma vez por todas, ninguém escolhe sofrer com preconceitos, ninguém escolhe ser gay, quando duas pessoas se amam elas ultrapassam qualquer obstáculo, e a homofobia é um deles. Filipe Melo e Breno Barbosa (foto) que estão juntos há 9 meses, são a prova disso. "O que precisamos é de melhorias na educação, na saúde e política. Isso sim mudaria a vida de todos." desabafa o casal que já sofreu com preconceito da sociedade. Em quanto a sexualidade render pauta haverá luta.

Foto e texto. Mayara Souza.

Campanha de Vacinação contra a gripe não terá nova prorrogação. A campanha de vacinação contra gripe (A dose, via injeção, protege contra os subtipos o vírus influenza: H1N1, H3N3 e B) terminou na última sexta feira (12) e não será prorrogada. Inicialmente a vacinação se encerraria no dia 22 de maio, no entanto, o ministério da saúde recomendou a continuidade nos estados e municípios que não atingiram a meta de 80%. A região norte atingiu o percentual de 74,60% de pessoas vacinadas, atingindo um número maior dentro do grupo prioritário, composto por crianças de 6 meses a menores de 5 anos, doentes crônicos, idosos com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, povos indígenas, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, presos e funcionários do sistema prisional. Gripe e resfriado: entenda as diferenças. Segundo a enfermeira Annelize Vieira, são doenças distintas e causadas por vírus diferentes. A gripe é uma infeção mais forte que o resfriado, costuma durar menos tempo e é causadora de febre. O resfriado é mais duradouro e não causa complicações. É por isso que o público-alvo da campanha de vacinação são pessoas com maior tendência para desenvolver complicações em decorrência da gripe, seja porque possuem o sistema imunológico menos desenvolvido, ou porque tem o organismo mais debilitado.

Enfermeira Annelize Vieira atendendo paciente. Foto e texto de Amanda Rodrigues

A enfermeira reforça que o efeito da vacina começa em aproximadamente 20 dias, dependendo do sistema imunológico da pessoa e dura cerca de 1 ano, pois o vírus da gripe sofre mutação e a cada ano se torna um vírus diferente. Pessoas que possuem alergia a ovo ou desenvolveram alergia grave a vacina anterior contra gripe não devem recebe-la. Em caso de dúvida, consulte um médico.

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Índios de Belo Monte pedem socorro j

Enquanto a construção da polêmica usina de Belo Monte passa por sua fase final, indígenas vizinhos ao empreendimento enfrentam uma explosão da extração de madeira ilegal em suas terras. É o que denunciam o Ministério Público Federal (MPF) e ONGs que atuam na região do entorno de Altamira, no Pará. Para estas instituições, as obras da usina ─ a terceira maior hidrelétrica no mundo ─ estão diretamente ligadas ao aumento da degradação, devido ao forte crescimento populacional que provocaram na área. A situação é mais grave na Cachoeira Seca, terra indígena do povo Arara já reconhecida pela Funai (Fundação Nacional do Índio), mas que aguarda por homologação do Ministério da Justiça. A própria Funai reconhece que o quadro é crítico em um relatório de março ao qual a BBC Brasil teve acesso. O Instituto Socioambiental (ISA) faz uma estimativa, segundo a entidade, "conservadora", de que o equivalente a R$ 400 milhões em madeira teriam sido roubados dessa terra indígena apenas em 2014 ─ são ipês, jatobás e angelins-vermelhos, cujo mercado principal costuma ser as indústrias no Sul e Sudeste do país. O ISA acredita que o aumento da extração estaria atendendo também a uma crescente demanda em Altamira, cidade cuja população saltou 50% após Belo Monte, para 150 mil pessoas.

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