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Diário de Estágio (Actuação) 24, 27 e 28 de Maio de 2010

N


Esta semana seria a minha última semana de prática, visto que na próxima semana só irei estagiar um único dia. Esta semana tinha duas grandes surpresas, uma delas seria a presença da minha orientadora durante a minha semana

de

trabalho,

outra

seria

a

realização do Trabalho de Texto dos alunos. Confesso que, no início, com a presença da minha orientadora fiquei um pouco nervosa e até incomodada porque tinha medo de falhar e transparecer uma má imagem, ou um mau trabalho. Dei início a minha aula, começando por escrever a data no quadro com auxílio dos alunos bem como o respectivo Plano Diário desse dia. Os alunos não se sentiram incomodados com a presença da minha professora orientadora, dando continuidade ao trabalho com normalidade e esse facto deixou-me mais tranquila. Após ter elaborado a Planificação Semanal, demos inicio à Matemática Colectiva. Esta aula estava há muito tempo preparada e organizada, mas, pessoalmente,

estava

extremamente

nervosa. O tema que eu iria abordar era as Horas e para tal preparei um PowerPoint com toda a abordagem. (ver roteiro) Nesta actividade fiquei num misto de sentimentos contraditórios, por um lado fiquei triste por não ter tido oportunidade de abordar todo o PowerPoint, por outro lado fiquei satisfeita por perceber que o que foi abordado foi assimilado por grande parte da Turma.


O facto de ter levado o PowerPoint para a exploração do tema, na minha opinião, foi uma mais-valia, os alunos comportaram-se muito bem estando sempre atentos à minha explicação. Confesso que fiquei um pouco ansiosa, pois não sabia se seria boa ideia a utilização do instrumento, visto que poderia dar uso à distracção. Não

podemos

descurar,

nas

nossas

Práticas

e,

futuramente

como

docentes,

das

tecnologias, dado que estas também fazem parte do desenvolvimento

dos

nossos alunos, como nos refere

o

professor

Fernando Correia “Hoje em dia, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) representam uma força determinante do processo de mudança social, surgindo como a trave-mestra de um novo tipo de sociedade, a sociedade de informação.” O facto de ter utilizado o PowerPoint e ao mesmo tempo o manuseamento dos relógios, elaborados pelos alunos, tornou a actividade mais significativa. Na abordagem deste tema, tive esse factor em atenção, visto que é mais rico

para

os

alunos

o

manuseamento de material ou instrumentos alusivos ao tema. Anteriormente, numa abordagem da Matemática, se

tivesse

recorrido

ao

material a minha explicação teria sido mais fácil. Assim, desta forma tentei remediar a minha falha anteriormente cometida, concluindo assim


que, na continuação das práticas, começamos a perceber as falhas que temos e há sempre a oportunidade de melhorar. As práticas pedagógicas tornam-se, assim, de extrema importância para a caminhada do estagiário, tendo sempre um processo de contínuo de melhoria. Contudo acho que o menos importante é errar, mas reflectir sobre essas falhas e tentar sempre melhor, porque só assim se torna para nós também mais significativo, isto é, torna-se mais fácil perceber o que correu mal para mais tarde rectificar. Como nos diz Perrenoud (1989) “É necessário tomar consciência de que só pode corrigir um erro quem o cometeu, e só pode fazê-lo se entender as razoes pelas quais o cometeu”. Outro momento neste dia que teve imensa importância, foi o Trabalho de Texto. Era um momento que me preocupava, pois tinha a impressão de que este momento era um pouco assustador. Saliento que me assustava e muito, mas que depois de o ter feito, mudei a minha opinião. Sinceramente, senti-me muito bem ao realizá-lo. Devo mencionar que os textos que iríamos trabalhar alegravam e motivavam muito os alunos, pois seria trabalhado um texto para colocarmos na apresentação do Blog dos alunos. Fiz exactamente o que a minha cooperante fazia, segui ao pormenor todos os passos que esta seguia, de forma a não falhar. Tive a sorte de os alunos responderem muito bem à actividade, comportando-se de forma exemplar e ajudando-me imenso na realização da actividade. Achei que o objectivo foi alcançado apesar de ter retirado 15 minutos ao T.E.A., consegui completar um bom texto, consegui convencer e alertar os alunos para algumas situações que iam sendo apresentadas ao longo do trabalho desenvolvido. Mas, como nada é perfeito cometi alguns lapsos. O facto de não ter tido em atenção a letra que utilizava no quadro e os espaços que matinha entre as palavras, tornando difícil a observação e por sua vez a escrita pelos alunos no caderno. Outro aspecto menos positivo foi facto de ter feito as coisas um pouco rapidamente, não tendo tempo para explorar algumas palavras ou situações gramaticais.


Este último aspecto tendo justificá-lo, pelo facto de termos como principal inimigo o tempo, visto que esta actividade teria que ter sido finalizada neste dia para podermos colocar o texto no Blog, tinha interiorizado apressar as coisas. Após ter feito o erro, apercebi-me que poderia ter feito as coisas com mais calma mesmo que não obtivesse, como obtive, teria tido mais significado para os alunos, pois são eles os mais interessados e onde a nossa atenção deve estar virada. Na quinta-feira dia 27, como é habitual teríamos no nosso Plano Diário, T.E.A., Projectos, Educação Física e Música. Mal cheguei a escola deparei-me com uma situação desagradável, o professor de Educação Física não daria a aula que estava prevista acontecer neste dia e, além disso, levaria a um passeio quatro alunos. Comecei logo o dia nervosa, pois não tinha nada preparado para a falta do docente. Mal comuniquei o sucedido aos alunos estes ficaram muito tristes e desmotivados, pois já alguns dias que isto vem acontecendo. Durante o intervalo soube de outra notícia ainda mais desagradável, o docente de Música também não iria dar a aula. Os alunos ficaram ainda mais desmotivados, manifestando uma grande tristeza e revolta pelo sucedido. Após esta situação, a cooperante pediu-me que desse continuidade ao PowerPoint sobre as horas e que posteriormente fizéssemos o jogo do dominó

das

horas,

que

tinha

preparado para expor na segunda-feira. O

meu

nervosismo

e

a

desmotivação dos alunos não foram


favoráveis para a continuidade da aula, tornando-se um pouco monótona. Quando passamos ao jogo do Dominó das Horas, estes já tinham outra disposição, demonstrando um maior entusiasmo e agrado. Este jogo, na minha opinião, foi de facto positivo, pois foi motivador. De uma forma divertida tentei que os alunos assimilassem os conteúdos aprendidos, tornando a aprendizagem mais significativa. Para finalizar a aula, os alunos tiveram a trabalhar nos seus P.I.T. e em seguida estivemos a ler o Jornalinho da turma que faz correspondência com a nossa. Para concluir e, depois de reflectir sobre este dia, considerei que poderia ter tomado outras opções relacionadas com a orientação da aula. Tinha feito da seguinte maneira: como os alunos não tinham nem Educação Física nem Música, teria á minha disposição duas horas de trabalho e como os alunos manifestaram um grande desejo em realizarem a aula de Expressão Motora, eu teria levado os alunos, não digo uma hora, mas pelo menos meia hora ao pátio realizava algum tipo de jogo ou de actividade, desta forma, cumpriria com o desejo dos alunos e estes ao voltarem para a sala de aula viriam com outra disposição e motivação para trabalhar. Só aí é que daria continuidade ao PowerPoint das horas e passaria depois de alguma explicação ao jogo que tinha pretendido realizar. No fim da aula passaríamos à leitura do Jornalinho e excluiria desta forma o P.IT., porque eles já tinham trabalhado nele, logo no inicio da manhã. Não sei se esta exposição que tinha pensado daria mais resultados, fazendo com que os alunos se sentissem mais integrados, mas visto que já não é a primeira vez que estes não têm as aulas de expressão e que revelam nessas circunstancias um grande desalento, poderia tentar fazer algo contrário e verificava desta forma se traria para a aula e para os alunos uma maior motivação para a continuidade do trabalho. Como nos refere Tavares & Alarcão (1985), “A aprendizagem surge como uma actividade funcional, exploradora, imaginativa e criadora, assente no processo selectivo de percepção e de atribuição de significado aos objectos e aos acontecimentos


no seu contexto (…) A aprendizagem passa pelo interior do sujeito e não será significativa se for meramente imposta do exterior, sem que haja a descoberta do significado, da organização da ordem existente numa dada situação”. Fico com um pouco de pena, visto que esta seria a minha última semana de prática e não tive a oportunidade de verificar este facto. Mas, por outro lado terei no futuro situações semelhantes e aí poderei pôr em prática aquilo que pensei para este dia.


Na sexta-feira dia 28, o dia correu com normalidade. Só que pela primeira vez a Avaliação do Plano de Trabalho não foi concluindo antes do intervalo, pois sempre tinha conseguido concluir antes do recreio. Posteriormente,

passamos

ao

ensaio da Dramatização, neste momento pedi com a ajuda a minha cooperante para que me ajudasse a controlar os alunos neste momento. Os alunos revelam um grande entusiasmo quando realizamos esta actividade, hoje seria realizada pela primeira vez o ensaio. Os alunos ansiavam muito este ensaio e por sua vez a realização da peça, pois foram eles que realizaram todos os passos desta, a criação do texto em colectivo e a elaboração dos cenários e dos adereços. Agora consigo perceber melhor o quão importante é manter os alunos sempre dentro de tudo o que é feito e compreendo melhor aquilo que a minha cooperante mencionava que os alunos valorizam mais as coisas onde eles participam e fazem parte da construção das suas próprias aprendizagens. Esta actividade foi de facto bastante enriquecedora, acabando por explorar vários conteúdos, como por exemplo: na Língua Portuguesa, exploramos a leitura e a interpretação do texto, no Estudo do Meio os animais. Não podemos relegar para segundo plano a exploração do lado afectivo e social, como por exemplo: o respeito, a união de grupo, o companheirismo e a amizade. Após uma reflexão sobre a expressão dramática e olhando também para o currículo nacional do ensino básico, chego a conclusão de que com a expressão dramática existe: “um relacionar-se e comunicar com os outros, explorar diferentes formas atitudes corporais, explorar maneiras pessoais de desenvolver o movimento, reconhecer e reproduzir sonoridades, explorar, individualmente e colectivamente, diferentes níveis e direcções no espaço, utilizar, recriar e adaptar o espaço circundante, orientar-se no espaço através de referencias visuais, auditivas e tácteis,


utilizar e transformar o objecto, através da imaginação, explorar o uso de fantoches, mascaras e marionetas, mimar atitudes, gestos e acções, observar, escutar e apreciar o desempenho dos outros.” Posteriormente, passamos para o Conselho de Turma. Cada vez se torna mais notória a evolução que os nossos alunos têm revelado e que coloco sempre em destaque nas minhas reflexões. Neste momento

conseguimos

verificar

a

evolução dos nossos alunos, desde o momento que chegámos até agora, que estamos perto da partida. Estes têm revelado, através dos seus comportamentos e das suas comunicações, uma evolução muito positiva. Nesta semana gostaria de destacar um aluno cuja evolução tem sido fulcral, o seu trabalho e o nosso tem dado alguns frutos. Este aluno, que revelara até então, um comportamento menos próprio, sendo por vezes muito violento e desagradável, constando o seu nome quase todas as semanas, no Diário de Turma, pela negativa. Qual não foi o meu espanto quando o nome deste surge no Diário relatando um acontecimento desagradável, no qual testemunhou contra um colega. É deveras controverso e faz-nos questionar

e

reflectir

sobre

este

momento. Será que, em casos que os alunos

revelem

semelhantes

ao

comportamentos deste

aluno,

o

Conselho de Cooperação, não seria de todo a resolução de muitos problemas? Não só para estas situações, mas para que os alunos consigam perceber de uma maneira mais crítica e directa, os problemas da Turma e de uma forma mais responsável a consciencialização dos seus


actos. Sendo, por vezes, os próprios a ajudá-los a resolver as questões que se lhes colocam. Para concluir este momento tão agradável que aconteceu neste dia acabamos por felicitar o aluno com uma calorosa salva de palmas, desta forma, motivando-o a continuar com a sua boa prestação e auxílio na resolução dos problemas dos seus colegas de Turma. Consegui perceber depois deste momento que, “ (…) o aluno não é um ser passivo, puro receptor de estímulos, mas um agente activo, capaz de criar o seu próprio mundo e de se encontrar em evolução contínua, como resultado da experiência que vai adquirindo (…) a descoberta deve ser o reflexo de uma mudança interna, cognitiva, baseada na experiência do sujeito, nas suas expectativas e na sua interacção com o meio (Tavares & Alarcão, 1985). Concluímos desta forma que o aluno só revelou a sua mudança, porque a situação que este estabeleceu com o meio assim o permitiu, ou seja, através

das

relativas

secções

do

Conselho, o aluno conseguiu criar os seus próprios estímulos que o levaram à mudança do seu “eu”. Para finalizar esta semana, que poderia ter corrido melhor, mas que devido ao imprevisto na quinta-feira, não foi possível, fazendo com que a minha aula tenha sido um pouco confusa e mal planeada.


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