Diários de Estágio: (Observação) 6 de Janeiro de 2010
Nesta
semana,
anteriores,
a
à
semelhança
das
aula
decorreu
com
normalidade. Os alunos deram início às suas
Tarefas,
tal
como
já
estava
combinado antecipadamente no Conselho de Cooperação, e dirigiram-se aos seus lugares. A professora escreveu no quadro
: Funchal, 6 de Janeiro de 2010. Hoje
é quarta-feira e está a chover muito. Seguidamente passou a escrever o Plano Diário, em que constava: 1- Tarefas; 2Projectos; 3- Inglês; 4-Lista de Palavra; 5- Tempo de Estudo Autónomo; 6- Balanço do Dia. Durante o tempo dos Projectos trabalhei com o grupo que tinha como tema “De onde vêm os alimentos?” Estive a verificar o que já tinha sido feito pelos alunos, tentando comparar com o manual do Estudo do Meio e através disso consegui verificar a organização que o grupo mantinha. Eles próprios organizavam-se muito bem, porque quando cheguei e perguntei: “ Então, o que falta fazer? Eles responderam que faltavam algumas coisas, mas que estavam perto da finalização do trabalho. Esclareceram-me quanto à distribuição das tarefas e verifiquei que tinham uma organização formidável.
Tentei falar com todos, de forma a perceber se eles estavam a compreender o que estavam a fazer e qual não foi o meu espanto, ao verificar que o grupo dominava muito bem a matéria exposta. Um dado curioso, foi o facto de eu ter feito com um aluno uma lista de onde vêm os alimentos e numa folha o aluno colocou: o leite vem da vaca, o azeite vem da azeitona que nasce na oliveira, o ovo vem da galinha, o fiambre e o presunto vem do porco. Neste último exemplo, fui eu quem ensinou às crianças a origem do fiambre e do presunto porque elas desconheciam a origem. Como a maioria dos grupos estavam praticamente na finalização dos trabalhos, a professora aproveitou para calendarizar a apresentação dos mesmos. Enquanto a professora de Inglês não chegava, a docente aproveitou a oportunidade para explorar a multiplicação, isto é, como tinha sido iniciando o tema há
bem pouco tempo, a professora fez alguns exercícios. Mas também tinha outro propósito, a professora tinha trazido para a sala de aula um jogo sobre a multiplicação. Só que a docente queria primeiro que os alunos percebessem que com a troca dos números o resultado daria a mesma coisa. Portanto escreveu no quadro: 0x2=0
2x2=4
4x2=8
6 x 2 = 12
8 x 2 = 16
1x2=2
3x2=6
5 x 2 = 10
7 x 2 = 14
9 x 2 = 18
10 x 2 = 20
Após este registo no quadro feito pela professora com o auxílio dos alunos, esta interrogou-os da seguinte maneira: então quando é 3 x 2? Os alunos respondem acertadamente. A professora após isso fez a seguinte representação:
É importante exibir a representação porque o aluno consegue visualizando, uma melhor assimilação da informação. Como nos refere a nossa cooperante: A representação através do desenho para explicar um conteúdo matemático é importante pois ajuda os alunos a perceberem através do concreto aquilo que uma situação ou expressão transmite. A fase da concretização precede à da abstracção. Se a primeira for negligenciada ou esquecida, a segunda nunca poderá tomar forma. Em seguida a professora coloca a seguinte questão: será que na multiplicação acontece o mesmo que na adição, se trocarmos a posição dos números obtemos o mesmo resultado? Então vamos ver. Quem quer vir ao quarto representar 2 x 3? Em seguida um aluno dirige-se ao quadro e representa:
= 6 Os alunos por eles próprios chegaram à conclusão que trocando os números é obtido o mesmo resultado. Eram 10:10 da manhã e a tão desejada aula de Inglês ainda não se tinha iniciado, a professora uma vez mais aproveita a oportunidade para alertar os alunos que muitos não estão a preencher os Mapas de registo. O que normalmente acontece é que muitos dos alunos elaboraram o que é pretendido e posteriormente esquecem-se de ir aos Mapas assinalar.
Posteriormente verifiquei os Mapas de Registo e apercebi-me que existem algumas disparidades na execução das actividades. Por exemplo enquanto um aluno tinha assinalado onze criações de texto, outro aluno só tinha assinalado um. Os Mapas de Registo são muito importantes pois podemos verificar a perspectiva de trabalho que a turma/ o aluno tem vindo a desenvolver. Ao visualizarmos os Mapas de Registo o professor verifica a evolução ou não do aluno, bem como fazer com que cada um reflicta sobre a sua trajectória no processo de ensino/aprendizagem. Acho que o professor deve estar atento para estas situações porque eles podem não estar suficientemente motivados para a realizarem algumas actividades. Os Mapas de registo facilitam muito a autonomia dos alunos, eles próprios comparando o que já foi feito e o que falta fazer verificam a sua própria evolução. Como nos refere Inácia Santana (2002) “facilitam, por um lado, a gestão colectiva do trabalho, uma vez que assinalamos o que foi trabalhado e o que os projecta trabalhar e propicia, por outro, regulação individual das aprendizagens, através da autoavaliação periódica, permitindo a cada um situar-se, em qualquer momento, face ao que já foi realizado. Dá-nos uma visão global dos progressos do grupo e de cada um facilitando aos alunos a tomada de consciência dos seus percursos. Chegados do intervalo os alunos iniciaram a leitura de um texto a pares. Foi notório observar a cooperação e o companheirismo que a turma possui. Os alunos sem questionarem as opções da professora cumpriram o seu trabalhando, deixando de demonstrar algum tipo de favoritismos entre colegas. É gratificante observar porque comparando um pouco com o ano anterior de estágio, isto não acontecia, os alunos que apresentavam dificuldades tinham que esperar que a professora estivesse disponível para ajudá-los. Se a professora adaptasse a
cooperação como no MEM tudo se tornaria mais fácil, e atrevo-me a dizer que a compreensão e assimilação poderiam tornar-se mais agradáveis. Enquanto os alunos executavam esse trabalho a professora distribuiu pelos alunos com NEE um jogo com adições e subtracções. Aqui é que nos podemos aperceber da necessidade de flexibilização e de adaptação do currículo na sala de aula e e a professora Mónica é um caso exemplar. Esta mostra imensa preocupação com estes alunos não os excluindo, mas tomando consciência das suas limitações e estimulando-os a aprender. Depois do texto lido a professora pede a um aluno que inicie a leitura em voz alta, passando posteriormente a outro aluno e assim sucessivamente até finalizar o texto. A professora pergunta em seguida quais foram as palavras difíceis, os alunos mencionam “traz” e “nasceu”, mas não eram estas as palavras que a professora pretendia trabalhar. Então ela falou-lhes na palavra “presente”, com o objectivo de criar uma lista de palavras com a letra “s” que tem o som “z”. A professora explicou quando a letra “s” está no meio de duas vogais lê-se “z”. A docente então coloca no quadro uma folha A3, escrito no início da folha “s = z”, a primeira palavra colocada não podia deixar de ser “presente”, posteriormente os alunos continuaram a dizer outras mais. Elas foram: S=Z Presentes Tesouro Presunto Casa Mesa
Os alunos escreveram muitas outras como por exemplo: Susana, Teresa, esposa, Marisa, rosa, horrorosa, blusa, princesa, casaco, casar, casal, casamento, casório, prisão, surpresa e desenho.
Durante esta actividade passou-se uma situação curiosa, um aluno com quem estive a trabalhar no Tempo de Projecto, mencionou como exemplo a palavra presunto. Este aluno tinha estado atento à minha explicação. Algo engraçado foi também quando a professora cooperante sem ter combinado comigo, isto é, sem saber que eu estive a trabalhar esse tema com os alunos, perguntou ao aluno: e já agora de onde vem o presunto? Tanto o aluno como o restante grupo responderam correctamente. Fiquei deveras contente por perceber que a explicação feita por mim foi assimilada e não esquecida. A professora aproveitou a situação para explorar as Famílias de Palavras, com as palavras: casar, casal, casamento e casório. Como está previsto no programa, a professora beneficiou do momento para explorar esta temática. Explicou o porquê de se chamar Família de Palavras, como nos também temos uma família e temos algo em comum, o mesmo passa-se com as palavras e posteriormente passou a escrever no quadro a palavra “rosa” e pediu aos alunos que mencionassem palavras da mesma família, outros exemplos que foram:
Roseira Roseiral
Rosa
Roseta Rosada Rosinha
Para finalizar, no Tempo de Estudo Autónomo fiquei com dois alunos que trabalharam muito bem. É notório a sua constante evolução, também porque estes alunos são de facto muito empenhados. O balanço do Dia, correu como já era esperado, alguns amarelos e alguns verdes. Acho que é normal. Nem tudo é perfeito e muitas vezes as crianças já estão cansadas demonstrando alguma agitação e pouca concentração nas actividades. De qualquer maneira ainda mantenho a esperança que um dia teremos tudo verde, e tanto os alunos
como eu ficaremos muito contentes e orgulhosos, sendo uma motivação para continuarmos a nossa caminhada onde a meta Ê o sucesso.