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Diários de Estágio: (Observação) 4 de Novembro de 2009


Nesta quarta semana de observação, o dia iniciou-se com normalidade. A professora dirigiu-se até ao pátio para trazer os alunos para mais um dia de trabalho. Os alunos realizaram as suas Tarefas e, enquanto isso, a professora registava a data no quadro. Neste dia constava no Plano Diário: 1- Tarefas; 2- Planificação; 3Comunicações; 4- Apresentação dos Projectos; 5- Avaliação e Escrita de um Resumo; 6- Inglês; 7- Tempo de Estudo Autónomo; 8- Correspondência; 9- Os Livros e a Leitura; 10- Balanço do Dia. Na aula de hoje anunciava-se uma grande novidade: a Apresentação dos Projectos. Estava muito curiosa por saber como é que aquelas criancinhas apresentariam os seus trabalhos. Qual não foi o meu espanto ao constatar que aquelas crianças pareciam “adultos em miniatura”, com alguns nervos à mistura, é certo. Estava completamente rendida àquelas apresentações. Cheguei até a compará-los connosco, quando na Universidade teríamos que apresentar os nossos trabalhos. “ Estimula-se muito no MEM a realização de projectos de intervenção para que os alunos possam, a partir da tomada de consciência de algumas situações sentidas como problemas ambientais, patrimoniais ou de organização social e cultural (…) são projectos que ajudam a construção da cidadania pela implicação activa nas soluções e na mudança participada em democracia.” (Sérgio Niza. 1998. PJ 104). Adorei ver como aquelas crianças a apresentar os seus trabalhos: explicavam o tema e os registos / imagens que tinham nas cartolinas. Cada elemento falava da parte que tinha elaborado e, pontualmente, respondiam às questões que iam sendo colocadas. A professora intervinha com alguma regularidade para clarificar ou sintetizar o que tinha sido exposto pelos alunos. Para finalizar, elaboraram algumas questões do tema para que os colegas, que tinham assistido à apresentação, respondessem, com o intuito de perceber até que ponto existiu uma captação da informação transmitida. Na metodologia do MEM, e segundo Sérgio Niza, 1998. PJ 105, “ o tempo das comunicações (…) corresponde a uma secção desenvolvida em três fases: a fase da


apresentação da informação, correspondente ao estudo, à pesquisa ou à intervenção realizada em projectos pelos alunos; a fase de colocação de dúvidas e debate; e a fase de resposta a questionários de aplicação dos saberes comunicados, propostos pelos alunos que comunicaram”. Depois da apresentação, passou-se à avaliação do trabalho apresentado. Então, a professora, os colegas da turma e os próprios alunos envolvidos no trabalho auxiliavam na avaliação. No T.E.A. e nas Correspondências, tanto eu como a Margarida, estivemos a vaguear pela sala de aula ajudando os alunos que apresentassem maiores dificuldades ou, então, que necessitassem de esclarecer alguma dúvida. Este foi um dos melhores momentos do dia, porque tanto eu como a colega estivemos em contacto directo com os alunos, ajudando-os a alcançar o sucesso. Confesso que me senti mais activa…mais “professora”. Contudo, durante o T.E.A. um aluno teve uma atitude inadequada comigo. Este foi deveras malcriado quando se dirigiu a mim. Fiquei extremamente triste e muito aborrecida. Comecei, de imediato, a repreendê-lo: deixei claro que não queria que a situação se repetisse e que não aceitaria que ele voltasse a falar comigo da mesma maneira. Felizmente, quando a professora Mónica se apercebeu do que tinha acontecido, auxiliou-me: repreendeu-o e corrigiu o aluno. Na reunião que tivemos depois da aula com a professora Mónica, esta chamounos à atenção. Após ter lido as nossas reflexões, apercebeu-se que ambas tínhamos dúvidas em relação a metodologia do MEM, mais especificamente em relação as tarefas dos alunos. Mas a professora Mónica, prontamente se disponibilizou para nos esclarecer e explicar o modo de actuação mais adequado. Então, ficamos a saber que as Tarefas são quinzenalmente destinadas no Conselho de Turma. As diferentes tarefas são: marcar a data e o tempo; marcar as presenças; distribuir os cartões com os nomes; distribuir os cadernos/materiais; organizar as prateleiras do armário; colocar os cartões com os nomes das coisas da sala; organizar o armário de biblioteca e dos ficheiros; manter a sala limpa e arrumada; presidentes do Conselho de Turma e formar a fila. Cada tarefa é feita em par, assim nenhum aluno é excluído de ter uma responsabilidade.


Nesta reunião aproveitámos para expor à professora algumas dúvidas que ainda restavam, mais especificamente relativamente às Planificações, Comunicações, como se devia iniciar os Projectos, as suas etapas e as várias fases. Assim, a Planificação consiste no que será trabalhado durante o dia, ou seja, o que esta descrito no Plano Diário. Devemos consultar a Grelha ou Plano Semanal e verificar o que esta previsto para esse dia. Relativamente às Comunicações, esta trata de assuntos, novidades, leituras dos alunos que querem ou pretendem apresentar alguma coisa. Os meninos que querem comunicar alguma coisa têm que se escrever, no Plano Semanal. Só poderá haver três inscrições por dia, no máximo. Quanto à apresentação dos Projectos, às suas etapas e às várias fases, a professora esclareceu-nos que após a observação de uma aula, teríamos a oportunidade de perceber como se inicia e desenvolve um Projecto. Fig. 1 Criança inscrevendo-se nas Comunicações.

Para

finalizar,

coloquei

várias

propostas

à

professora

Cooperante,

designadamente: criar um ficheiro de Estudo do Meio, visto que na finalização das apresentações dos Projectos os alunos ficavam com um registo muito pequeno, portanto com a elaboração de uma ficha após cada apresentação (com opinião e consentimento do alunos) seria uma maneira provavelmente eficaz para uma melhor concepção dos saberes. A professora concordou, e tanto a colega como eu ficaremos responsáveis de realizar o Ficheiro de Estudo do Meio. Outra das propostas foi desenvolver o Cantinho das Ciências. Visto que a professora tinha-nos mostrado uma grelha com o nome de cada aluno e as suas diversas dificuldades, sugeri à professora criarmos fichas adaptativas a cada dificuldade do aluno, anexando ao PIT. Alguns alunos enganam o PIT, não marcando no mesmo as actividades em que mais têm dificuldades, pelo que, desta forma, não haveria dúvidas de que eles trabalhariam o que mais precisavam de


trabalhar, porque se tivermos em atenção o que nos diz Sérgio Niza quando nos esclarece “o método de adaptação de objectivos decorre da convicção de que a diversidade de alunos que frequentam uma escola não pode realizar as mesmas aprendizagens. Organizam-se então currículos diversos para diferentes grupos.” (Sérgio Niza, 2000). A professora também nos comunicou que tinha inserido na Matemática Colectiva, os Números Ordinais. Perguntámos então se poderíamos levar um jogo intitulado O Bingo, para de uma forma prática, lúdica e divertida os alunos complementassem a matéria dada. Explicámos à professora os procedimentos do jogo e esta concordou com satisfação. Também nos perguntou se queríamos elaborar algumas fichas de matemática para serem inseridas no Ficheiro de Matemática. Nós concordámos, prometendo que as levaríamos na aula seguinte.



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