Crescer em ano de crise - é possivel?

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Evento | Horeca Business

Crescer em ano de crise – é possível? Texto Margarida Reis | Fotografia Humberto Mouco O Horeca Business, realizado a 26 e 27 de Outubro na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, disse que sim. O evento procurou dar, em tempos de crise, respostas positivas aos problemas dos restaurantes, abordando gestão, casos portugueses, novas ideias e conceitos de sucesso.

Amor hoteleiro Pedro Miguel Ramos, do grupo Amo-te, e Maria Martins, da Portugália dinamizaram a primeira mesa redonda, “Crescer em Portugal”, falando sobre os seus conceitos. Quanto ao Amo-te, o responsável referiu o crescimento progressivo assente na marca, pautada pelos corações e por um palavra que antigamente “era tabu, também no marketing e na publicidade”. “A marca está acima de tudo, tentamos explorá-la ao máximo”, afirmou Pedro Miguel Ramos. A Amo-te tem visibilidade a nível nacional, inaugurando novos espaços, e quer ainda crescer mais, estando também presente em vinhos e perfumes, por exemplo. As parcerias, com entidades como a Fundação EDP e o Teatro Nacional D. Maria II, são outras estratégias que a empresa fomenta. O conceito do Amo-te quer “estimular o jogo constante de sedução entre a marca e o cliente”, existindo a possibilidade de crescer para a hotelaria, tendo já sido feita uma aproximação no

Sheraton Algarve. O actual crescimento da Portugália, o outro caso em análise, faz-se por sua vez do aumento da presença nos centros comerciais. “É onde estão os consumidores, há muita passagem de pessoas”, disse Maria Martins. O grupo tem inaugurado lojas Balcão Portugália, conceito que se finca na ideia da restauração de serviço rápido, acompanhando a concorrência que opera nos grandes espaços de comércio. A marca Portugália, tradicional (conta já 85 anos), tem como outro pilar a constante actualização, tendo sido recentemente alvo de um rebranding. Estes foram apenas dois exemplos de projectos que provam a realidade do crescimento. Mas outros conceitos de sucesso passaram pelo primeiro dia do evento: a Central Rest, empresa de Nuno Lobo que fornece comida para restaurantes e que ganhou uma dimensão grande no espaço de dois anos; novidades que “dão de comer” fora dos restaurantes – falamos do Spazio Dual Citty Caffe (“comer no stand”) e do grupo Jerónimo Martins (“comer no supermercado”); o multi-conceito do Porto Palácio, hotel que em 2007 adoptou uma nova estratégia passando de um restaurante a dispor de cinco, diferenciados e para ocasiões variadas; e os restaurantes de comida saudável Green Pepper, Wok e Vitaminas&Companhia (estes acompanhados pela nutricionista Maria Ana Carvalho). O segundo dia do evento focou-se na temática do negócio, com intervenções sobre liderança, compras nos hotéis, sistematização como modelo (a partir do Hard Rock Café) e trabalho temporário, antes de Roberto Brisciani apresentar o seu próprio “segredo de negócio”, explorado no livro O Segredo de um Restaurante Magnético. Se para o autor é possível crescer? A resposta, positiva, reflectiu o que foi exposto no evento: “Vivemos na era conceptual, dos conceitos que se difundem com rapidez. Irmos a um restaurante e não a outro é algo emocional. E para oferecer uma experiência emocional há que criar conceitos, algo novo.” ! MAGAZINE

2010 foi um ano duro para a restauração, com as subidas de impostos e aumento do preço de produtos a obrigar os estabelecimentos a aumentar também preços, para evitar o encerramento. Muitos não resistiram. O país atravessa, segundo o presidente da AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, Mário Pereira Gonçalves, “a maior crise de sempre” no sector, contabilizando o encerramento de 10 mil restaurantes no ano passado, assumindo que este foi ainda pior e prevendo um agravamento da situação para o ano que se avizinha, 2011. Será possível, nesta conjuntura, pensar positivo? Como é que determinados restaurantes resistem, e muitos até vêem aumentada a sua facturação, e porquê? Estas foram algumas das questões levantadas na terceira edição do Horeca Business, evento em que os negócios, as compras e os conceitos são protagonistas. A existência de conceitos, precisamente, foi a principal solução apontada para o sucesso dos restaurantes. Roberto Brisciani, entrevistado na última edição da INTER, fecharia os dois dias do evento com a ideia do “restaurante magnético”, espaço que, assente num conceito único, atrai clientes e é preferido no lugar de outros.

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Além-fronteiras: Rafael Ventura, director-geral da Ventura Hospitality Consulting, deu a conhecer no dia 26 uma apresentação do especialista espanhol Mario Cañizal, em que são mostrados cinco conceitos internacionais de sucesso e suas características determinantes. Se procura inspiração para criar um novo negócio, consulte a apresentação 5 Hot Concepts, na secção Documentos do website da Ventura (www.ventura.pt).


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