Carta de vinhos 2.0

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pág 52 Observatório Horeca | Wine-is

Carta de vinhos 2.0 Projecto pioneiro na elaboração de cartas de vinhos em iPad, a Wine-is promete revolucionar o serviço de sala dos restaurantes, a nível mundial. Objectivos para 2011? Chegar aos cinco continentes e atingir o número de 5.000 casas a usar a aplicação no final do ano.

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A ideia surgiu há cinco anos a partir de um desafio lançado pelo Solar dos Presuntos à empresa de engenharia informática Codeware: desenvolver uma carta de vinhos electrónica para implementar, antes de mais, naquele restaurante. As limitações do hardware que a suportava nessa altura (o computador portátil, pesado e pouco apelativo) vieram ditar o adiamento do projecto. Mas quando em Janeiro de 2010 a Apple anunciou o seu primeiro tablet, o iPad, os sócios do projecto, entre os quais estão o engenheiro Rui Vala e Pedro Cardoso, responsável do Solar dos Presuntos, perceberam que estavam reunidas as condições para prosseguir. Hoje, a aplicação está disponível em cerca de 50 restaurantes portugueses e tem já dimensão internacional, com adesões em países como Espanha, Brasil, Canadá e Angola. Intuitiva, a carta de vinhos digital da Wine-is apresenta informações como ficha técnica, dados do enólogo, notas de prova, descrição do produtor e outros vinhos deste na aplicação, podendo organizar-se por região, casta (resulta melhor nos monocastas), por produtor ou medida. É possível ainda pesquisar um vinho pelo nome e deixar um comentário no livro de visitas. São os produtores que carregam todas as informações disponíveis, inovando a Wine-se não só enquanto base de dados de potencialmente todos os vinhos do mundo, e disponível para todo o mundo, mas também porque poupa trabalho ao restaurante (as outras listas que existem não são “globais”, mas construídas por cada casa individualmente) garantindo ainda que a informação é fiável, outra mais-valia. Aos restaurantes basta-lhes fazer o download da aplicação na loja da Apple e construir a carta seleccionando as referências de que dispõem e definindo componentes como preços e medidas da garrafa ou copo. Maior facilidade para cada restaurante fazer a sua lista e gerir o seu vinho foi mesmo a linha que conduziu a construção do projecto, não sendo difícil acrescentar ou retirar um vinho, modificar preços ou fazer listas diferentes para almoço, jantar e ocasiões especiais. “O vinho é uma das maiores parcelas do retorno dos restaurantes em termos de venda. Cada vez há

| Texto Margarida Reis | Fotografia DR

mais restaurantes a querer gerir melhor a venda do vinho. Se conseguirmos fazer com que os restaurantes – e os produtores, que promovem o seu produto gratuitamente - vendam mais vinho, o objectivo foi cumprido”, diz Rui Vala à INTER. Margem para crescer Actualmente, entram na base de dados da Wine-is mais de 1000 vinhos por mês: se os produtores portugueses já estão praticamente todos contemplados, alguns restaurantes internacionais que têm aderido à carta digital levaram à inserção de mais produtores internacionais. Uma apresentação do projecto na edição deste ano da feira alemã de vinhos ProWein (27 a 29 de Março) foi considerada o arranque oficial do projecto, ainda que este já esteja desenvolvido, - um “momento zero”, também, para a internacionalização, objectivo máximo da empresa. O preço de venda de 200 euros/ano para restaurantes representa outro dos meios através dos quais a Wine-is quer crescer: a massificação. “Podíamos ter optado por fazer do produto algo exclusivo, para restaurantes de muito alto nível, mas escolhemos massificar”, explica Rui Vala, acrescentando que a Wine-is se adapta tanto ao restaurante de topo que sempre investiu no vinho, e que com o iPad está a dar mais informação aos clientes sobre a oferta vínica, como ao que está na ponta oposta, onde os clientes não têm o hábito de consumir. Com as imagens e informações sobre vinho e adega, o consumo pode sair beneficiado, havendo o caso de um restaurante que passou a vender mais 67 por cento de vinho. “É um investimento que se paga a si próprio”, conclui o responsável. Essencial para que a carta digital da Wine-is combine com o estabelecimento é apenas que este “trate bem o vinho”, considera ainda. Apoio para os profissionais do vinho, que deverão usá-la como instrumento de consulta e orientar muitas vezes o cliente na sua utilização, a aplicação terá em breve uma nova versão, com um conjunto de melhoramentos em que se inclui o food pairing. A funcionalidade vai fazer a ponte de ligação entre os pratos servidos no restaurante, sugerindo os vinhos com que melhor harmonizam. Outras novidades são a possibilidade de inserção de notas de prova do próprio restaurante (a primeira versão apresenta apenas as notas dos produtores), em que o escanção ou chefe de sala terão um papel forte, um desdobramento para outros tablets e a tradução para mais línguas estrangeiras, reforçando o objectivo de internacionalização. ∞

WEB | www.wine-is.com


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