Montepio: "Isto é tudo a mesma coisa"

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OPINIÃO

Como se perdem talentos

> Francisco Sá 59 anos, administrador da LISPOLIS

PAULA BAPTISTA E35

E35

Programa reformista precisa-se

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PESSOAS

PEDRO FERRAZ DA COSTA E36

O que falhou na Rússia após a queda da União Soviética POR JOSEPH E. STIGLITZ E39

ECONOMIA Centeno cortou mais €6 mil por dia do que previa Cortes na despesa foram 3,5 vezes superiores ao orçamentado Eis a nova austeridade: Mário Centeno fez cortes na despesa €2369 milhões acima do que tinha acordado com os partidos que viabilizaram o Orçamento do Estado de 2016. E5

www.caravelaseguros.pt

> Dicas Trabalhar com eficácia a partir de casa E35

IMOBILIÁRIO & EMPREGO

BdP e CMVM investigam KPMG por causa do BESA

14 de abril de 2017 expresso.sapo.pt

Daniel Bessa

Lisboa e Bruxelas

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Governo aprovou ontem o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas para o período 2017-2021. Serão discutidos na Assembleia da República no dia 19 de abril, após o que serão apresentados à Comissão Europeia. A informação antecipadamente disponível apontava no sentido da maior continuidade possível em relação às versões destes programas apresentadas em 2016, tendo em vista reduzir ao mínimo a discussão com a Comissão Europeia, facilitando a aprovação dos dois documentos. Preveem-se rigorosamente as mesmas taxas de crescimento do PIB (1,8% em 2017 e 1,9% em 2018), praticamente os mesmos

> KPMG sob suspeita de violar regras de auditoria e ocultar informação > Em causa está o crédito tóxico do BESA E9

“ISTO É TUDO A MESMA COISA” Funcionários do Montepio confundem produtos do banco com os da Mutualista E10

Últimas Financiamento da economia melhora O Banco de

Esperemos que sinistros de vária índole não agravem a dívida pública além do valor do défice

Portugal concluiu que a capacidade de financiamento da economia portuguesa aumentou 0,5 pontos percentuais, para 1,7% do PIB, em 2016 face a 2015, devido à redução da necessidade de financiamento das administrações públicas.

Aldeias do Xisto atraem novos habitantes

Portugal 2020 com €1,3 mil milhões O Governo aca-

ba de lançar novos concursos dos sistemas de incentivos ao investimento empresarial com apoios comunitários de €602 milhões de euros e que permitirão o apoio a €1,3 mil milhões de euros de investimento. As áreas privilegiadas são as da inovação e do empreendedorismo.

FOTO JOSÉ CARIA

Pedro Pedrosa vendeu tudo em Lisboa e vive com a família na Ferraria de São João, onde tem um turismo rural. Também estrangeiros estão a repovoar aldeias E20

Macau vence competição de gestão O território chinês

foi o vencedor da final internacional do Global Management Challenge 2016 que se realizou esta semana, na cidade de Doha, capital do Qatar. Portugal ficou na sétima posição e disputou o título de campeão mundial com mais 20 países oriundos de quatros continentes.

Expresso 2320

Montepio herda terreno da antiga SLN no Parque das Nações

Quem quer casa vem ao Totta

E23

QUEDA A PIQUE NO IMOBILIÁRIO Investimento em habitação caiu €9,5 mil milhões desde 2000 quando teve o seu máximo histórico E22

O Santander Totta é o seu parceiro. Conheça as Soluções de Crédito Habitação à sua medida.

Auditorias de €16 milhões mudaram de mãos num ano

E8

défices públicos (1,5% e 1% do PIB em 2017 e 2018, respetivamente), e é-se mais otimista na previsão da taxa de desemprego (os 10,4% previstos para 2018, no ano passado, veem-se agora reduzidos a 9,3%). O Governo pretende fazer passar, em Bruxelas, uma imagem de compromisso com as grandes orientações da política europeia; é bom. Deverá conseguir uma posição de concordância ou, pelo menos, de não obstrução a este compromisso por parte dos partidos políticos que o sustentam na Assembleia da República; é bom. Esperemos que sinistros de vária índole não agravem a dívida pública muito além do valor do défice e que o jogo seja “limpo”, não aumentando nomeadamente dívidas a fornecedores. Esperemos, sobretudo, que os astros se conjuguem no sentido de assegurar taxas de crescimento do PIB superiores às previstas.

Informe-se em santandertotta.pt


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Expresso, 14 de abril de 2017

ECONOMIA

MONTEPIO “Confusion de Confusiones” João Duque

jduque@iseg.utl.pt

O calvário

A

Bíblia dá-nos conta de como os publicanos, cobradores de impostos nas províncias do império romano, eram desconsiderados na sociedade por onde Cristo passou. É de tal sorte que os refere abundantemente a par dos pecadores, e até mesmo a par das meretrizes. Sempre nos mais baixos lugares aos olhos dos judeus. Esta semana a OCDE revelou que o português médio leva para casa, em rendimento líquido, menos de 60% do que custa à empresa. Isto é, somando os descontos em sede de IRS e Segurança Social por conta do trabalhador, com os descontos para a Segurança Social por conta do empregador, os portugueses apenas recebem líquido 58,5% do valor que a empresa regista como custo do fator trabalho. Tal significa que Portugal tem uma elevada taxa de imposto sobre o rendimento do trabalho comparando com o lote de países da OCDE, verificando-se, talvez com espanto, que se tributa mais o fator trabalho em Portugal do que na Grécia, em Espanha, na Dinamarca ou na Noruega!

Claro que sentimos uma redução neste tipo de “esforço fiscal”, mas, coletivamente, continuamos exatamente como em 2015 Claro que sentimos uma redução neste tipo de “esforço fiscal”, mas coletivamente, continuamos exatamente como em 2015. Usando os dados da contabilidade pública para obter a estimativa de quanto pagámos em impostos e descontos para a Segurança Social ao longo de 2016, e se dividirmos esse valor pelo PIB calculado a preços correntes, chegamos a 35,2%. E isto é exatamente igual ao que foi no ano de 2015. Quer dizer, se não foi através dos impostos diretos sobre o trabalho foi sobre os indiretos e Segurança Social. A conta foi globalmente a mesma. Em breve o INE irá divulgar este indicador baseado em contabilidade nacional, mas para mim este indicador tal como o calculei é como o teste do algodão. Além de que evita o efeito de muitos pressupostos, tais como a percentagem de impostos que se recebem num ano por conta do seguinte. Por exemplo, para os impostos sobre os produtos petrolíferos, tabaco e bebidas alcoólicas, o INE vai retirar a receita do primeiro mês de impostos de um ano e somar a do primeiro mês de impostos do ano subsequente, mas para o IVA retira 75% dos dois primeiros meses do ano, para somar 75% dos dois primeiros meses do seguinte. Pressupostos... Como nas empresas, prefiro a análise dos fluxos de caixa ao apuramento dos resultados pela ficção contabilística em que se baseia. Nesta semana santa continuaremos todos a arrastar a nossa cruz, cravejada de impostos. Todos?

Confusão Balcões do Montepio vendem produtos da Mútua como se fossem iguais aos do banco

“É tudo a mesma coisa” Abílio Ferreira, Elisabete Tavares e Maria João Bourbon

A

temperatura é fresca e contrasta com o calor sentido no exterior. O silêncio é idêntico ao de balcões de outros bancos em Portugal que, ano após ano, foram ficando vazios. Logo à entrada, num balcão do Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), a voz de uma cliente marca o tom do sentimento atual em torno da instituição e do sector bancário: “Quem se lixa é o mexilhão!”. Reclamava por ter de pagar €10 para ter uma nova caderneta. “Quero levantar o meu dinheiro e não consigo. Acho isto estranho, nunca me aconteceu”, queixa-se. “Agora tenho de pagar para levantar o dinheiro que é meu?”, questiona num tom exaltado. Os dois funcionários presentes demonstram uma calma resiliente. Sentada numa cadeira, outra cliente acaba de ser atendida. Chegada a nossa vez, fazemos a primeira pergunta: o que é preciso para abrir conta no banco? A resposta do funcionário é igual à que é dada pelos colegas de mais de uma dezena de balcões do Montepio, visitados por jornalistas do Expresso, nas grandes áreas de Lisboa e do Porto (ver caixa). Até aqui tudo bem. Todos dão a mesma informação. Também todos explicam que o CEMG e a Associação Mutualista Montepio (AMM), dona do banco, são entidades diferentes. Mas a partir daqui as explicações variam, nomeadamente em relação aos produtos do banco e da associação. E são três as versões. Numa, os produtos são todos iguais. Noutra, os do banco e os da mutualista são diferentes. A terceira versão é um híbrido das anteriores, com explicações vagas que deixam dúvidas sobre as respetivas características e garantias. E há também confusão entre ser-se associado do banco ou da mútua. Com as cicatrizes resultantes do colapso do GES/BES, há quase três anos, ainda por sarar, o Banco de Portugal (BdP) determinou a separação das marcas do CEMG e da AMM. A medida mais visível é a alteração do nome do banco. Mas há outras em cima da mesa que, no conjunto, visam evitar que haja contaminação entre os riscos das duas entidades.

Verdades alternativas Nas visitas aos balcões, todos os funcionários são claros em identificar a AMM como “a casa-mãe” do banco. E um deles fez uma comparação com a Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Na CGD, o dono é o Estado. Aqui é a associação. O modelo é similar”. E acrescentou: “Ou seja, a CGD é dos contribuintes, o Caixa Económica é dos associados”. Para abrir conta no banco, não é necessário ser sócio da AMM. No entanto esta questão é explicada de forma vaga ou incorreta aos clientes. Vários funcionários dizem que é possível “tornar-se sócio do Montepio”, não especificando se se trata do banco ou da associação. Confrontados com esta dúvida, mantêm que “é do Montepio”, deixando o cliente com a ideia de que fica sócio do banco. Num dos casos, quando o jornalista insiste que noutros bancos não é preciso ser-se sócio, a resposta vem firme: “Mas aqui estamos no Montepio, tem de ser sócio”. Mesmo quando esclarecem que o que está em causa é tornar-se associado da AMM, muitos aconselham a fazê-lo. “Aconselhamos sempre os clientes a serem associados, porque têm mais vantagens e a associação tem uma missão social”, explicou um funcionário, referindo ainda a existência de

descontos em parceiros da AMM. Na maioria, apontam a vantagem de, ao tornar-se associado, o cliente evitar ter de suportar custos de manutenção de contas no banco. Outra alternativa seria ter mais de €5 mil depositados. Também em relação aos produtos do banco e dos planos mutualistas há muitas falhas na informação. Foram observadas três versões alternativas ‘da verdade’. Poucos distinguiram claramente as características e garantias dos produtos do banco e da AMM. Em alguns casos, a verdade ‘verdadeira’ só foi dita, e de forma vaga, após alguma insistência do cliente. Noutros casos, nem sequer houve distinção. “É tudo a mesma coisa, é uma questão de prazos e taxas”, afirmou um funcionário. E o risco? “É igual, não há risco”, disse, adiantando que quem garante estes produtos “é a Associação, que tem um património muito valioso”. Noutro balcão, é afirmado que os planos mutualistas “são como depósitos a prazo”. Noutro caso, a sua segurança

é comparada à dos “certificados de aforro, garantidos pelo Estado”. Na maioria das vezes, é dada preferência à venda de produtos mutualistas. “Os produtos mutualistas são mais favoráveis e têm prazos mais longos”. Esta é, de resto, uma frase repetida em quase todos os balcões visitados. E, em alguns casos, as soluções do banco são mesmo relegadas para segundo plano. Questionando um funcionário sobre se tinha panfletos sobre produtos, este apenas traz os da AMM. “Também existem panfletos dos depósitos a prazo, mas esses pode ver na internet”, diz.

Levantamentos e resgates Certo é que as notícias vindas a público recentemente trouxeram dúvidas aos clientes sobre a saúde financeira de ambas as instituições (ver caixa em baixo). Quando este tema é trazido para cima da mesa, há uma resposta pronta. “As notícias da comunicação social, não sendo incorretas, não con-

Dinheiro a sair Nas visitas realizadas pelo Expresso a balcões do Montepio, observaram-se situações de resgates de aplicações da Associação Mutualista Montepio (AMM). E funcionários do banco deram conta de pedidos de clientes, incluindo antigos, para levantarem a totalidade dos depósitos. Um referiu que, recentemente, existiu um período com maior número de levantamentos e resgates. “Com as notícias, houve clientes que vieram retirar o dinheiro que cá tinham. Foi complicado. Agora está mais calmo”, indicou. “Faz lembrar o que

aconteceu com o Banif. Aquilo foi um crime. Sai uma notícia e no dia seguinte está uma fila de clientes à porta do banco para levantarem as poupanças.” Em dois balcões os jornalistas viram clientes a transferir dinheiro da AMM para o banco. Mas regista-se um efeito de contágio ao banco. Segundo fonte do Banco de Portugal, metade dos resgates na AMM fica no banco. Já fonte do Montepio referiu que 83% dos resgates ficaram no banco no 1º trimestre, contra 88% no final do ano.

tam toda a verdade. É isso que tem criado alarme nas pessoas”, declarou um funcionário, repetindo a informação disponibilizada aos associados pela Mútua. É referido que, nas suas contas individuais, a AMM apresentou lucros de €7,4 milhões em 2016. “O buraco não era na Associação, era nos vários filhos da associação, mas isso não vende jornais”. Um reconhece que “se o banco estiver mal, a associação pode ter de intervir”. E sublinha que não é apenas o banco que tem garantias porque a AMM “também tem reservas matemáticas”. “E o nosso presidente [Tomás Correia, presidente da Mútua] já veio dizer que são superiores a 100%”. Vários funcionários recordam ainda que a AMM “é supervisionada pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Ou seja, o Governo”. Mas qual a opção de poupança mais segura: os depósitos do banco ou os planos mutualistas? “Depende de si, se quer correr esse risco ou não”, ouvimos num dos balcões. Alguns clientes já não correm riscos. Numa das visitas, um reformado queria saber quanto tinha aplicado em produtos da AMM. “Tem €12 mil no total”, responde o funcionário. “Quero tirar tudo”. O funcionário sugere então que mantenha €100 na Associação para não ter despesas com a sua conta no banco. Noutro balcão, uma cliente diz que “quer tirar o dinheiro da Associação”. A funcionária também aqui aconselha a deixar pelo menos €100 aplicados. Noutro balcão, um funcionário conta o caso de uma cliente que acaba de retirar as poupanças do banco. “Até chorou, sentada aí nessa cadeira. E disse: “Olhe, vou tirar o dinheiro mas vou deixar um valor simbólico para a conta poder ficar aberta. Sabe, essa conta era da minha avó”. etavares@expresso.impresa.pt


Expresso, 14 de abril de 2017

ECONOMIA

REPORTAGEM

Dúvidas levam clientes aos balcões do Montepio e alguns optam mesmo por sair da associação ou até do próprio banco FOTO LUÍS BARRA

Porquê cliente-mistério? Contrariamente àquilo que é prática habitual do Expresso, e que resulta das regras deontológicas e do código de conduta do jornal, os jornalistas visitaram os vários balcões do Montepio como ‘clientes-mistério’. Ou seja, não se identificaram como jornalistas nas visitas que realizaram aos balcões nas regiões de Lisboa e do Porto. O motivo que justifica a decisão de manter o anonimato é só um: esta era a única forma de ter acesso à informação que os funcionários do banco prestam nos balcões do Montepio aos verdadeiros clientes. Caso se identificassem, os jornalistas condicionariam irremediavelmente o comportamento dos funcionários, enviesando assim a informação obtida. Da mesma forma que não nos identificámos como jornalistas, também não identificámos nem os balcões nem os colaboradores com quem falámos.

Montepio: informação “só pode vir de alguém de má-fé” Banco nega situações de mistura de marcas e diz que distinção entre os seus produtos e os da Associação foi reforçada A indicação dada aos clientes nos balcões da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) passa pela separação de marcas, indica fonte oficial do Montepio. “A informação dada pelos colaboradores da CEMG é a única possível. A Associação Mutualista Montepio (AMM) é a nossa acionista de referência.” Confrontado pelo Expresso com a existência de balcões que não separam as marcas de forma explícita, o banco liderado por José Félix Morgado declara, sem ter conhecimento das visitas do Expresso, que “a informação só pode vir de alguém de má-fé.” Garante que os produtos da AMM são “vendidos exclusivamente” a associados e que, “até por força da lei, se reforçou” a distinção entre marcas, nos produtos e denominação. Foi esta a indicação dada aos associados em esclarecimento enviado no passado dia 30: a AMM tem vindo a disponibilizar nos balcões da CEMG “o acesso a gestores mutualistas”, identificados de forma “clara e inequívoca”. Situação que o Expresso não identificou em todos os balcões que visitou.

Sobre a venda de produtos, o CEMG reconhece que os seus funcionários, “como todos os da banca”, têm “objetivos a cumprir e metas comerciais globais”. Mas à questão do Expresso sobre se existem incentivos específicos (nomeadamente monetários) para venda de determinados produtos, responde apenas, sem especificar, que “não têm incentivos variáveis”.

Funcionários do banco têm metas comerciais globais, mas não “incentivos variáveis” para venda de produtos No seu esclarecimento aos mais de 630 mil associados, a AMM destaca a sua “solidez” e frisa que o ativo que responde pelas responsabilidades assumidas para com os sócios “é o que consta das contas em base individual”, não consolidadas. Refere ainda que a 31 de dezembro de 2016, o seu ativo líquido a nível individual era de €3,7 mil milhões, com o grau de cobertura dessas responsabilidades a fixar-se em 1,052. Ou seja, “por cada €100 de responsabilidades para com os associados a Associação possui €105,2 em ativo”.

Mas há quem não alinhe nesta explicação. Para Eugénio Rosa, Tomás Correia, presidente da AMM, “tem procurado desvalorizar a importância das contas consolidadas” de modo a “ocultar aos associados as consequências da sua gestão desastrosa”. O economista e vogal do conselho geral e de supervisão do banco (candidato a presidente da AMM nas últimas eleições) disse, na passada Assembleia Geral da Associação, que num grupo de empresas “é fácil, tal como sucedeu no BES/GES, fazer aparecer lucros numa empresa à custa de prejuízos noutras”. E esclarece que só através das contas consolidadas da AMM será possível perceber a sua “verdadeira situação”. Crítico da supervisão do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, defende que o foco não deve estar nos rácios de cobertura dos produtos, que o ministro Vieira da Silva diz estarem “em níveis confortáveis”, mas na forma “como são utilizados os fundos da AMM, incluindo as reservas matemáticas”. E recorda a auditoria da KPMG, que revelou que as contas consolidadas da AMM em 2015 apresentavam um capital próprio negativo atribuível aos associados de €107,5 milhões. E.T. e M.J.B.

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