Falta especialização no mercado digital

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CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, domingo, 12 de agosto de 2012 • Trabalho • 3 » EVENTOS

FEIRA DE ESTUDANTES NO PÁTIO Alunos do ensino médio, pré-vestibulandos e profissionais recém-formados formam o público-alvo da Feira Capital Estudante, que ocorre de quinta-feira a domingo (16 a 19), das 10h às 22h, no Shopping Pátio Brasil. O acesso ao evento é livre e a programação inclui testes vocacionais, simulados, oficinas de redação, cadastro de currículos para estágios, palestras e talk shows com celebridades, tais como o apresentador Marcelo Tas. » ESTÁGIO

OI OFERECE 40 VAGAS DIVERSAS A empresa de telefonia Oi tem 40 vagas para estagiários de administração, análise de sistemas, ciências contábeis, ciência da computação, comunicação social, direito, economia, engenharia, estatística, marketing, matemática ou tecnologia da informação. É preciso saber inglês intermediário e pacote Office, além de estar, no mínimo, a um ano e meio e, no máximo, a dois anos da formatura. Os interessados devem se cadastrar gratuitamente, até amanhã, pelo site www.oi.com.br/ euquerotrabalharnaoi ou pela página oficial da empresa no Facebook: www.facebook.com/OiOficial. » CONTADORES

CONSELHO REGULAMENTA PROFISSÃO O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) regulamentou a certidão de regularidade profissional dos contadores. A certidão substituirá a Declaração de Habilitação Profissional (DHP) e deverá ser expedida pelo site de cada conselho regional de contabilidade. O documento terá validade de 90 dias a partir da data de emissão e valerá em todo o território nacional. A determinação é da Resolução nº 1.402 de 2012, publicada na última sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU). » INTERCÂMBIO

GRADUAÇÃO SANDUÍCHE EM 7 PAÍSES Estão abertas as inscrições para graduação sanduíche — parte do curso é feita no exterior — em sete países pelo programa Ciência sem fronteiras. Universidades da Alemanha, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Holanda e Reino Unido receberão os estudantes brasileiros. O prazo termina em 14 de setembro, às 23h59. Para informações sobre a chamada dos dois primeiros países, o telefone é 0800-616161, opção 7, e os demais países 0800-619697, ou pelo site www.cienciasem fronteiras.gov.br.

Falta especialização no mercado digital Carol Matias/Esp. CB/D.A Press

É de 30 mil o deficit de profissionais em marketing on-line. Há pouca oportunidade nas faculdades e o aprendizado vem da prática » MARIANA NIEDERAUER mercado de agências digitais está em expansão e precisa de profissionais qualificados para atender à demanda do país. O foco dessas empresas é o marketing on-line, que serve para divulgar o trabalho de outras organizações, entender qual é o perfil dos clientes e oferecer produtos adaptados às necessidades deles. O campo de trabalho é amplo: envolve agências de publicidade, empresas de tecnologia, assessorias e veículos de comunicação. O Interactive Advertising Bureau no Brasil (IAB Brasil), uma das entidades representantes do meio, calcula que o setor emprega mais de 60 mil pessoas no país e que o deficit atual seja de 30 mil trabalhadores. Projeções do IAB Brasil mostram que o mercado digital cresce num ritmo de 10% ao ano e a internet, 40%. “É um mercado que vem crescendo muito. Vários veículos se sustentam basicamente com a publicidade”, explica o diretor executivo da entidade, Ari Meneghini. Segundo ele, o impacto em cada uma das empresas passa pela valorização da relação com o cliente:“Hoje, cada pessoa é uma mídia. O consumidor não é mais passivo. Se ele gosta ou não, ele fala”. É por isso que um dos profissionais que mais procurados no mercado de agências digitais é aquele que trabalha com redes sociais, como Pedro Jeolás, 26 anos. Formado em administração, atua como auxiliar de métricas em São Paulo, produzindo, por exemplo, relatórios quantitativos e qualitativos dos comentários nas redes sociais relacionados à empresa que atende. “O que me atrai bastante é o fato de não lidar somente com comunicação. Trabalho com inteligência de mercado. O consumidor não imagina que está sendo monitorado”, conta. Dessa forma, é possível detectar falhas nos produtos e consumidores insatisfeitos. Para Meneghini, a carência de mão de obra qualificada atinge o mercado mundial, como Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e França. A diferença, na opinião do diretor, é que aqui não há cursos voltados para o setor. “São as empresas que acabam formando muitos desses profissionais”, esclarece. Pedro Jeolás conheceu o marketing digital no fim da graduação, quando fazia intercâmbio na Inglaterra. De volta ao Brasil para

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Em busca de inovação, Heidi Kolarik, 28 anos, já ocupou quatro cargos no trabalho: dificuldade de encontrar cursos específicos

Os mais procurados Arquiteto da informação É responsável por simplificar o conteúdo que será apresentado nos sites. Deve organizar e classificar as informações, criando caminhos de acesso e relações entre elas para facilitar a busca do consumidor. Média salarial: R$ 6 mil

Atendimento Gerencia a carteira de clientes, acompanha as entregas de mídia durante todo o período de veiculação, analisa os resultados e cria relatórios para os anunciantes. Média salarial: R$ 6 mil

Webdesigner Desenvolve as interfaces gráficas de um site ou produto digital. Cria leiautes e banners de publicidade, que são a porta de acesso aos produtos apresentados on-line. Média salarial: R$ 2,5 mil

Analista de mídias sociais São responsáveis por gestão e editoração de conteúdo nas plataformas digitais, disseminação de conteúdo, relacionamento, análise de dados e criação de ideias com a equipe de concepção e planejamento estratégico. Média salarial: R$ 2 mil

A falta de um ambiente de formação, o mercado aquecido e as outras organizações envolvidas tornam a busca desses profissionais bem difícil" Eliel Allebrandt, presidente do Comitê Regional Brasília do IAB Brasil

cursar o último semestre, decidiu apresentar monografia sobre o tema. “Nenhum professor tinha conhecimento na área. Precisei procurar sozinho estudos para apoiar minha pesquisa”, alerta. Ele aconselha os interessados a

procurar material por conta própria e dá dicas de alguns sites, como o norte-americano mashable.com e o brasileiro www.bluebus.com.br. Com a falta de cursos específicos, muitas vezes os profissionais

disponíveis não têm experiência com mídias digitais, o que torna a adaptação complicada. “É um profissional muito difícil de se encontrar hoje, porque as pessoas que vieram do off-line têm dificuldade de entender a dinâmica do on-line, que muda com muita rapidez”, explica Meneghini.

Migração Como não há uma lei que obrigue o profissional a ser formado em publicidade para trabalhar na área, graduados dos mais variados cursos estão migrando para o mercado das agências digitais. Advogados, engenheiros, arquitetos, matemáticos e estatísticos também podem se qualificar para atuar no ramo. Caroline Pazini, 21 anos, é estudante de biblioteconomia na Universidade de São Paulo (USP) e faz estágio relacionado às mídias sociais. Uma vez que o curso proporciona formação geral sobre como organizar informações, a jovem consegue usar os conhecimentos no trabalho. “O suporte da informação mudou muito no decorrer do tempo, mas a forma de lidar com ela é mais ou menos parecida”, avalia. André Zimmermann, diretor global do grupo Havas Digital — um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, responsável por três agências digitais — ressalta que o profissional também precisa estar preparado para uma profissão que muda com frequência. As redes sociais de hoje podem ser outras no futuro e a tecnologia está em constante transformação. “Tudo isso exige que as marcas e as agências se adaptem”, lembra. O que mais atraiu Heidi Kolarik,

28 anos, formada em tecnologia em rede de computadores, foi a inovação que a área oferece. Ela ocupou quatro cargos diferentes na agência em que trabalha, em Brasília, e hoje é coordenadora de projetos. Chegou a procurar cursos, mas teve dificuldade para encontrar. A qualificação veio mesmo na empresa. Para manter o nível de produção no trabalho, Heidi acredita que é preciso estar atualizado sobre o que ocorre no mundo, acompanhar o noticiário e os vídeos que fazem sucesso na internet. “Quem gosta dessa área tem de estar sempre conectado”, recomenda. No Distrito Federal, o mercado de agências digitais também está aquecido, mas as empresas perdem profissionais para as de São Paulo, segundo o presidente do Comitê Regional Brasília do IAB Brasil, Eliel Allebrandt. Há, ainda, a concorrência com outras agências, inclusive as que não trabalham com internet, e com companhias como Google e Facebook. “A falta de um ambiente de formação, o mercado aquecido e as outras organizações envolvidas tornam a busca desses profissionais bem difícil”, afirma. Allebrandt integra a equipe da agência Click, há 15 anos no mercado e que procura profissionais em outros estados, além de formar a mão de obra no próprio ambiente corporativo. Faltam no DF analistas em mídias sociais, arquitetos da informação, designers e funcionários para atendimento ao cliente. O empresário lembra que, com o projeto de implementação da Cidade Digital em Brasília, a demanda deve crescer e o mercado local terá de estar preparado para atendê-la.

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